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ELETRÔNICA

Introdução

Sim, a obra que aqui apresentamos tem um elenco


excepcional . Poderia parecer que queremos elevar a
Eletrônica a uma categoria que não lhe corresponde e, para
dizer a verdade, tentaremos algo assim. Fórmulas e
cálculos matemáticos à parte, a Eletrônica pode, e na nossa
opinião deve, ser considerada também como uma arte.
O que hoje conhecemos com o denominador comum de
Tecnologia da Eletrônica pode parecer à primeira vista um
assunto certamente complexo destinado a ser manejado
por grandes especialistas na matéria, ajudados por
avançados sistemas de cálculo e vetado aos não iniciados
nesta nobre ciência.
Pois bem, não podemos negar que algo disso há. Mas não é
menos certo que a tecnologia de ponta domina o nosso
diário ir e vir ; além disso, a Eletrônica pode ser também
uma arte, uma forma mais de expressão.
Embora seja certo que os técnicos mais experientes nesta
matéria poderiam parecer-nos um pouco frios e
calculadores, não o é menos que a mesma tem uma
imperiosa necessidade de se alimentar de engenho e
criação.
Daí o nosso interesse em demonstrar, a partir daqui, duas
coisas. A primeira delas é a face oculta e atraente da
Eletrônica, o seu modo de ser, criação, imaginação e uma
forma, se acaso atípica, de arte. A segunda, e no nosso
modo de ver ainda mais importante, é a possibilidade de
interpretar a Eletrônica, isto é, de fazer ver aos possíveis
adeptos que se trata de uma ciência totalmente acessível,
que deve ocupar já uma parte dos nossos conhecimentos e,
porque não, da nossa admiração. Basta já de barreiras...
comece a obra!

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Diferenças entre eletricidade e eletrônica

A eletricidade foi a antecessora da eletrônica.

Qualquer obra que preveja certo sucesso de bilheteria


oferece possibilidades aos artistas inexperientes e portanto
estes tentarão sair na cena ainda que seja à custa de afastar
os atores mais consagrados. Assim aconteceu com a
Eletrônica. Ela devia tudo à Eletricidade e, no entanto... a
primeira alternativa que surge na hora de colocar a ciência
eletrônica no seu lugar aparece quando tentamos separá-la
da sua antecessora: a eletricidade. Daí surge a pergunta: é
isto realmente necessário? Certamente não. Mas fica claro
que todo cientista que se preze tentará dar-nos uma versão,
mais ou menos acertada, de como e porquê se separou a
eletrônica da não menos nobre ciência da eletricidade. Nós
tampouco podemos resistir a isso, porém ao invés de
raciociná-lo de forma categórica vamos tentar explicar de
uma forma simples o processo, para que seja o leitor quem
tire as suas próprias conclusões.
Fica claro que a eletricidade está implicada em todo
processo eletrônico. No entanto, por caprichos do destino,
esta certeza estava destinada a não ser reversível, isto é,
existam processos elétricos que claramente excluem a
ciência da eletrônica.

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Há aparelhos claramente elétricos e aparelhos
de caráter eminentemente eletrônico.

O motor do mais moderno dos ventiladores responde a um


funcionamento puramente elétrico, enquanto que o mais
antigo aparelho de rádio que possamos recordar será sem
dúvida um dispositivo eletrônico mais ou menos sofisticado
porém, claro está, precisará do concurso da eletricidade
para poder funcionar.
A eletricidade esteve enfocada sempre na utilização massiva
dos elétrons, isto é, inclusive antes de poder raciocinar
experimentalmente sobre a existência do elétron já se
utilizava massivamente a eletricidade.
A lâmpada, os motores elétricos, campainhas, eletro-ímãs,
transformadores, etc., se baseiam no uso do elétron, do qual
falaremos de uma maneira breve.
Como todos sabemos, o elétron é um dos componentes
básicos da matéria. Basta indicar aqui que conforme seja a
matéria analisada assim será o número de elétrons que esta
possua e a posição destes sobre os seus átomos. Um átomo
é a menor parte que podemos tomar de uma matéria dada.
Assim, por exemplo, a disposição a dar e receber elétrons
não é a mesma num átomo de cobre que num de carbono.
Esta propriedade bem utilizada podia ser algo revolucionário
e, de fato, o é.

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A largada na corrida da eletrônica foi dada pela aparição das
válvulas termoiônicas ou de vácuo, que não são mais do que
os tubos iluminados que podíamos encontrar (ainda hoje dia
podem ver-se) dentro dos rádios e das televisões mais
antigas.
A razão de considerar a aparição das válvulas como o
detonante da explosão eletrônica é a sua possibilidade de
"manejar" um a um os elétrons, isto é, de controlar o fluxo
dos mesmos. A este controle ou "modulação" de dito fluxo
associou-se o qualificativo de polarização.
A válvula estava constituída por um emissor de elétrons, ao
que se chamou cátodo; um receptor de elétrons,
denominado ânodo e uma "grade" colocada de forma que
fosse atravessada pelo fluxo de elétrons emitido pela base
metálica (cátodo). É óbvio que se a grade está aí não é por
casualidade.
Tinha um papel fundamental a representar, e bem que o fez.

Ficava claro que o movimento de elétrons se origina quando


estes procuram se equilibrar e quando se aproximam entre
si materiais que pela quantidade e disposição dos mesmos
na sua superfície estão predispostos a soltar elétrons ou a
recebê-los. A esta circunstância denomina-se polarização.
Isto é, conforme seja a carga (em quantidade e situação de
elétrons) de uma matéria dada, assim será a sua
predisposição a soltar ou receber elétrons.
Se a válvula anteriormente descrita só possuísse um ânodo
e um cátodo, somente se conseguiria manter a circulação
de elétrons, mas, como foi intercalada uma grade,
denominada muito adequadamente de grade de controle,
e esta podia ser polarizada de forma independente, fomos
capazes de controlar o feixe de elétrons. Deste modo se
inventou o primeiro dispositivo capaz de manejar a corrente
elétrica de acordo com a nossa vontade e foi então quando
à dita capacidade se associou o qualificativo de nova ciência:
tinha nascido a eletrônica.

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Componentes eletrônicos

Como não podia deixar de ser, a eletrônica tinha outorgado


o papel estelar às válvulas de vácuo, mas o papel exigia a
aparição em cena de muito mais "artistas convidados". Os
tubos de vácuo tiveram que se rodear de um elenco de
colaboradores que, inclusive sem poder Ter muito destaque ,
clamavam pelo sucesso. A "obra" a representar exigia certa
destreza no campo elétrico e, apesar de serem papéis
secundários, os aspirantes tinham de ter um certo currículo.
Ficava claro que por méritos próprios os mais indicados para
subir ao palco do sucesso eletrônico eram, entre outros: os
capacitores, os resistores, os indutores, os transformadores,
os interruptores, os botões e, pelo menos num princípio,
houve trabalho até para as lâmpadas.
A modo de introdução, vamos redigir aqui um pequeno
resumo do elenco disponível, o qual será capaz de "atuar"
nas mais variadas "representações".

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O tubo de vácuo

A válvula termoiônica foi a primeira grande


estrela do mundo eletrônico.

Foi o primeiro grande astro da obra eletrônica. Atualmente


está bastante relegado. Apesar das suas inegáveis
qualidades foi substituído com grande sucesso por
elementos tais como o transistor e o circuito integrado. De
qualquer forma e, conforme a crítica, há funções nas quais
estes não chegarão nunca a superar o antigo tubo.

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O transistor

Os transistores substituíram quase totalmente as


válvulas.

Surge como solução frente aos problemas de espaço,


temperatura e custo das válvulas. Pode imitá-las
perfeitamente na sua versão básica. Os últimos retoques
técnicos dados pelos "maquiadores" eletrônicos permitiram a
aparição de novos talentos, como os transistores tipo FET,
que permitem manter muito alto o nível destes últimos.

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O diodo

Diodos de todo tipo estão presentes nos


diferentes circuitos eletrônicos.

É um artista de segunda fila, que desempenha um papel


muito importante. A partir da sua primeira aparição em
público, a princípio de século e em forma, como não, de
válvula termoiônica, sofreram importantes mudanças. O
conjunto de diodos disponíveis no mercado atualmente
abrange um amplo campo. Como exemplo cabe citar os
diodos retificadores puros, diodos zener, diodos varicap,
diodos LED, etc.

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Os circuitos integrados

Os circuitos integrados vão ocupando todo o


campo que antes pertencia aos componentes
discretos.

Constituem a geração mais jovem do elenco disponível para


trabalhar na grande obra da eletrônica. São rápidos, com
novas idéias e a sua contratação em qualquer representação
que se preze se traduzirá numa importante poupança, tanto
em dinheiro quanto em esforço, na hora de escrever o
argumento a seguir. O seu truque para conseguir isso é
simples: aplicar o ditado "a união faz a força".
Internamente estão compostos por um grande número de
transistores (até por milhares deles), diodos, resistores e
capacitores especialmente caracterizados para trabalhar em
conjunto.

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Resistores

Os resistores, são componentes necessários em


toda montagem eletrônica.

São um elemento indispensável dentro do mundo eletrônico.


Com o seu corpo colorido dão o tom festivo a qualquer
circuito. Dita vistosidade não responde a um afã de destacar
por cima do resto do "elenco" porém mais bem à imperiosa
necessidade de demonstrar ao mundo, e nunca melhor dito,
o que valem. "Pelas suas bandas de cores as conhecerão".

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Capacitores

Os capacitores formam parte indiscutível dos


circuitos eletrônicos.

Costumam aparecer também com relativa assiduidade em


quase todo circuito. São algo mais estirados que os
resistores dado que, para começar, não lhes dá igual o tipo
de tensão com a que trabalhem; são um pouco instáveis e
modificam o seu caráter conforme lhes corresponda lidar
com tensões alternas ou contínuas. Também gostam de luzir
roupas coloridas embora não o fazem com tanta freqüência
como os seus colegas os resistores. Existe um corpo de elite
dentro do conjunto dos capacitores que responde ao nome
de "capacitores eletrolíticos". Para destacar do resto
costumam luzir um "uniforme" azul ou negro e certas
"insígnias" com logotipos tais como "+" e "-".

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Indutores/Bobinas

Os indutores podem oferecer-nos um aspecto muito


variado. Os seus fios enrolados como bobinas
costumam ser esmaltados (isolados).

São, quase sempre, os mais fáceis de identificar. O seu


aspecto de fio de cobre enrolado (bobina) não lhes permite
muitos luxos e, embora pela sua modéstia pudesse parecer
que vão pelo mundo nus, isto não é assim. Todos eles
vestem um invisível vestido de laca isoladora e transparente
que lhes preserva tanto do clima ambiente como de
incômodos contatos entre espirais contínuas. O que é uma
espiral? Pois basta indicar aqui que cada uma das voltas que
faz o fio de cobre esmaltado, essa é a sua correta
denominação. Dentro da sociedade de indutores existe
também certas classes: as mais humildes das bobinas se
vêem obrigadas a dar voltas sobre um núcleo central
imaginário, enquanto que as de melhor posição social
contam com núcleos especializados, por exemplo, um muito
comum chamado ferrite, que lhes permitem aumentar a sua
categoria facilmente e realizar o seu trabalho no circuito com
menor esforço.

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Transformadores

Os transformadores continuam sendo parte indiscutível


das montagens eletrônicas, embora cada vez se utilizem
em menor proporção.

São, por muito que tentem negá-lo, tão só um tipo


especializado de indutores. Como acontece em toda
sociedade, no mundo eletrônico também existe um grupo de
elementos que tenta defender, não com pouco
corporativismo, a sua independência e excelência. Estes são
sem dúvida os transformadores. Não há dúvida de que o
trabalho desenvolvido por estes não é de se desprezar, mas
sejamos sinceros, o transformador não é mais do que o
casamento de conveniência entre bobinas solitárias. A sua
missão é de extrema utilidade: domar a tensão que recebem
e entregar-nos em troca outra tensão que se adapte ao
solicitado pelo diretor de obra. As suas condições de
trabalho obrigam estas bobinas a se protegerem com uma
roupa de certa robustez denominada "armadura". O seu
aspecto quadrado e maciço faz que identifiquemos
rapidamente o transformador. Temos transformadores com
uma bobina (autotransformadores) e outros que nascem da
união entre duas, três ou mais bobinas.

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Interruptores, comutadores e botões

Interruptores, botões, comutadores, etc.. Todos eles


formam parte dos modernos circuitos eletrônicos.

Como não incluir neste elenco de protagonistas eletrônicos


todo o conjunto de dispositivos que, sem serem
propriamente eletrônicos, nos permitem interrelacionar-nos
com esse mundo e que, mesmo diminuindo de tamanho e
aumentando as suas prestações, são totalmente
imprescindíveis. Qualquer circuito que se preze deverá
oferecer-nos algum que outro botão, interruptor ou similar.
Pelo menos até que as montagens acionadas pela voz
humana se tornem realidade.

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Circuitos impressos

O circuito impresso constitui o suporte ideal


para alojar os componentes do circuito.

A verdade é que os circuitos impressos não podem ser


considerados estritamente como verdadeiros protagonistas
da obra eletrônica. Mas bem pertencem ao mundo da trama,
isto é, ao conjunto de acessórios precisos para que os
verdadeiros protagonistas, isto é, os componentes, se
exibam. Como é que a gente distingue o circuito impresso?
Pois isso é muito simples: não temos mais que observar a
superfície onde os componentes estão situados. Dita
superfície aparece sulcada por numerosas linhas - as pistas
do mesmo - e contém uma multidão de pequenos orifícios
de beiradas prateadas que estão predestinadas a servirem
de alojamento aos terminais dos componentes.

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União de componentes

Os componentes + a Lei de Ohm = Desenho


eletrônico.

Uma vez conhecido o elenco, missão que modestamente


pretende esta obra, poderemos preparar qualquer função
eletrônica que queiramos. Parece claro que não basta só
conhecer as peças que compõem o nosso quebra-cabeça
eletrônico para poder iniciar uma "rodagem" de qualquer
dispositivo, por simples que esta seja. Para realizar isto
deveremos conhecer não só os componentes básicos de um
circuito mas também o "argumento" a seguir por cada um
deles, isto é, as normas e leis eletrônicas que regem o seu
funcionamento. Conhecer basicamente a Lei de Ohm ou os
diferentes tipos de conjuntos circuitais serão para nós o que
para um ator é saber diferenciar o drama da comédia.
Os diferentes "atos" implicados são a nossa "obra" e
respondem a nomes tais como: amplificador, oscilador,
comparador, multiplexador, fonte de alimentação, etc.
Poderemos conhecer os atores (componentes) básicos que
formam parte de cada um destes atos.
Uma vez conhecidos os componentes, e os blocos que
podem constituir cada um deles, poderemos enlaçar ditos
blocos para formar circuitos de maior complexidade.

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Para resumir um pouco os conceitos explicados até agora
nos conformaremos em indicar que todo circuito eletrônico,
por complexo que possa parecer-nos, pode ser descomposto
em blocos bem diferenciados de forma que possamos
analisá-lo de uma maneira bastante simples. Se, além
disso, conhecemos os elementos que constituem cada um
dos componentes poderemos analisar em detalhe cada um
dos blocos que formam o circuito total. Isto nos permitirá
analisar, reparar, modificar e, porque não, melhorar um
circuito dado.

Adaptado do “curso de eletrônica” da Editora F&G S.A (1995)

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