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com/lacanempdf
O brilho da inFelicidade
KALIMEROS
Escola Brasileira de Psicanálise
Rio de Janeiro
Apresentação:
Lenita Bente.r
Copyright © 1998, Kalimeros
Organização Geral
Lenita Bentes
Ronaldo Fabião Gomes
Conselho Editorial
Clara Lúcia !nem, Eliane Schermann, Ftlippo Olivieri,
Lenita Bentes, Maria Anita Carneiro Ribeiro
Maria Beatriz Barra, Mirta Zbrun, Ronaldo Fabião Gomes
1998
Todos os direitos desta edição reservados à
Contra Capa Livraria Ltda.
<ccapa@easynet.com. br>
Rua Barata Ribeiro, 370 - Loja 208
22040-000 - Rio de Janeiro - RJ
Tel (55 21) 236-1999
Fax (55 21) 256-0526
SUMÁRIO
Apresentação 09
Lenita Bentes
Ética
Sobre a segregação 43 ·
Colette Soler
O mal-estar na cidade: segregação e toxicomania 55
Cláudia HensdJel de Lima & Antônio José Alves Júnior
Alcoolismo e gozo
Descriminalização e legalização
10
únita Bmlu
Sujeito Outro
o 1
O sujeito amordaçado está alienado ao discurso capitalista.
Este sujeito visa um objeto que o anteparo da fantasia detém. Um
mais-de-gozar sustenta o sujeito reduzido ao "eu", afirmando o
poder do enunciado. Um sujeito satisfeito, sem sintomas, restrito a
um corpo que goza" (Lecoeur, 1992, p. 52 e 61).
----- x----
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sl ' a
S2
11
O Brilho do lnFelicidade
12
Lenita Bmtes
13
O Brilho da InFelicidade
Lenita Bentes
Referências Bibliográficas
14
UMA PASSAGEM CLANDESTINA
16
Ceho Rennó Li111a
17
O Bn"/ho da InFeli&idade
=
É por isso que a travessia da fantasia no final de análise
pode ser maternizada como S a, como muito bem nos demons
=
trou Bernardino Horne em uma conferência na EBP-MG. Na tra
vessia da fantasia, a equação S a nos diz do que propicia uma
passagem, aí mesmo, no ponto em que o sujeito se apresenta como
resposta do real.
Esta travessia de final de análise só acontece quando, após
um percurso em que uma cena fantasmática pode ser construída,
uma interpretação desmonta o enlaçamento do sofrimento que trouxe
o sujeito à análise, ou seja, a fantasia e o sintoma, deixando o sujeito
frente a frente com o seu desejo.
O que esta interpretação visa, portanto, é desvencilhar este
enlaçamento entre Simbólico e Imaginário, que é feito pelo sintoma aí
mesmo onde, por estrutura, vemos incidir a falha na transmissão da
castração - lugar onde a fantasia vai se articular nos dizendo do
desejo que o sustenta e do gozo que o mantém. Este objetivo só
poderá ser alcançado se, ao apontar a impossibilidade do sentido, a
interpretação promover um efração do real na brecha que ela abre
no plano das identificações. Então acontece uma passagem que
pos sibilitará ao novo suj eito que daí resulta, e fetuar um novo
enlaçamento entre Real, Simbólico e Imaginário.
A travessia de final de análise tem conseqüências, portanto:
a produção de um desejo inédito como efeito de um novo sujeito
a partir da própria mudança de sua relação com o obj eto que o
sustentava na fantasia. Ali onde o percurso pulsional produzia an-
18
Celso Rennó Li,11a
19
O Biilho da InFelicidade
N OTAS
1 . "A memória está no nível do gozo que se inscreve, é antes de tudo o que
resta do gozo ... " /e sens-jouil' é outra coisa que a verdade... é o sentido entanto
que o gozo aí se fixa".
2. "Le désir, que est suppôt de cette refente du sujet s'accommoderait sans
doute de se dire volonté de jouissance" (Lacan, 1 966, p. 773).
Referências bibliográficas
A esse respeito Lacan nos diz: "o povo acuado, impedido, toma a
palavra através do acontecimento histórico quando essa palavra lhe
é negada. O povo vai colocar em ato suas falas impossíveis quando
se vê sufocado sob 'a mordaça infernal' da censura que vai impeli
lo a passagem ao ato de rebelião" (1 95 1 , p. 223).
Robert Musil diz que "a política é um mandamento, um
preceito" (1 989) porque engendra a noção de poder e, como exer
cício de poder, exerce a censura. Como tal, o discurso da política
pode ser considerado o discurso da censura por excelência em que
vão aparecer as falas cortadas de sentido, destinadas aos sujeitos
escravos que não as compreendem e cujo direito à palavra é recusa
do. Esses sujeitos só conseguem reaver seu direito pelo ato de vio
lência, de rebelião.
Tal exercício do poder manifesta historicamente o desloca
mento do discurso do mestre ao discurso capitalista. O capitalista
manda e o proletário se lamenta diante das inegociáveis condições
de trabalho em que a exigência da produção chega ao ponto de
�ma extorsão da sobrecarga de trabalho. Aí o laço social corre o
risco de romper-se uma vez que as demandas dos capitalistas sur
gem como imperativos categóricos e as preces dos proletários se
dirigem a este "outro lugar sem palavras que representa o exercício
do poder dos sign ificantes mestres do discurso capitalista" (Naveau,
1 988, p. 1 1 4).
Lacan no Seminário, livro 1 7: o avesso da psicanálise (1 969-70)
denuncia que o Estado está aí enraizado e a marcação do limite,
escondido no imperativo vociferado: "Circulem! Dispersai-vos!".
Lacan fala de um diálogo de surdos, um diálogo que não cessa de
se escrever. Trata-se de um "Goze!" que se dirige ao proletário
como um "Trabalhe!".
Em seus escritos, Marx também fala de uma intriga a
ser construída para ser resolvida por meio de uma encenação:
22
NIÍcleo de Pesq11isa em Toxicomanias e Alcoolismo
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23
O Biilho da InFe/icidade
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Núcleo de Pe1q11isa e,11 Toxicoma11ias e Alcoolismo
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O Brilho da lnFelicidade
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Núcleo de Pesq11iia e111 Toxi,omanias e Akoolis1110
Sentido
Significante
(alcoolista)
Fenômeno toxicomaníaco
Fenômeno alcoolista
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O Brilho da l11Felicidade
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Nticleo de Pe.rq«i.ra e111 Toxico111ania.r e Alcooli.r1110
29
O Brilho da InFelicidade
Referêndas bibliográficas:
30
CLÍNICA DO SUPEREU E AS TOXICOMANIAS
Daniel Sillitti
Membro da Escuela de la Orientación Lacar,.iana
Como ins tância, se define então como aquilo que, pela via
da repressão, ins tala o sujeito na cultura ao articular a proibição do
incesto na representação do pai ligado à cas tração. Aqui o supereu é
herdeiro do Complexo de Édipo no que repres enta a relação do
suj eito com seus progenitores (Freud, 1 923) e sua forma depende
diretamente dele: "o supereu conserva o caráter do pai e quanto
O Biilho da InFeliddade
32
Daniel Sillilli
33
O Brilho da I11Felicidade
mula que Lacan dá em 1975, nos abre uma perspectiva para enten
der a incidência do supereu na toxicomania. Se aceitamos a mesma
escritura proposta por Miller para o supereu em sua conferência de
1 98 1 , vemos a incidência desta ins tância operando pela via de um
empuxo ao gozo, um gozo que, prescindindo da passagem pelo
corpo do Outro, evitando a castração, retorna sobre o corpo do
sujeito "na ilusão de independência do mundo exterior".
Assim, a alienação no ser nomeado para se nos apresenta como
uma via de sujeição à demanda do Outro, consentimento do sujeito
que, desde o ponto de vista da ética, faz uma eleição de goz? que
suprime a palavra, obtura a falta, e só aceita e crê no gozo possível
de ser obtido no próprio corpo, assegurado pelo efeito tóxico.
Gozo cínico (Sinatra, 1995) .
Podemos pensar o gozo implicado nas adicções como es
tando ligado ao supereu; o que está em jogo aí é o "Goza!" -
estado puro da demanda.
Assim, a função do tóxico se situa no impasse que produz
em relação ao desejo do Outro. A droga opera no sentido da recu
peração de gozo eludindo o semblante fálico, que implica a castra
ção, isto é, a falta no Outro.
É necessário precisar que neste ponto o que entra em jogo
em relação ao desejo da mãe não é o "amor de mãe"; ali opera a
relação à sexualidade feminina; é a mãe como mulher, no sentido
de um sujeito em relação à falta estrutural (Miller, s/ d).
34
Da11iel Sillilli
Referências bibliográficas:
35
OS NOVOS OBJETOS DE GOZO
38
G/e11za Maria M. Salomon
corp o
(Im,gin;,icobôl i co
-º
Aproximamo-nos do conceito de "furo estrutural" das úl
timas elaborações de Lacan, no qual ele nos mostra que o simbólico
comporta um furo que corresponde ao recalcamento originário
freudiano.
Conseqüentemente, deparamo-nos com o conceito de
"foraclusão generalizada" proposto por J acques-Alain Miller,
paradigma do furo estrutural lacaniano.
No dia 2 de dezembro de 1975, em con ferência no
Massachusetts Institute of Technology, Lacan, respondendo a Roman
Jakobson sobre e a inibição e sua localização no nó borromeano,
diz: ''A inibição: o imaginário se formaria de inibição mental. O
significante não é o fenômeno. O sign ificante é a letra. Não há senão
a letra que faz buraco" (1976, p. 60).
Queremos nós romper a inibição? Sim, certamente. Então
é o que tentamos fazer ao nos aproximarmos do Lacan lógico,
para quem não existe o espaço em si: é em função dos nós que
pensamos o espaço. Para ele, os nós representam a coisa que do
espírito é a mais rebelde.
Vemos, em ''A Terceira" (1 975), como Lacan situa o objeto
a: como nó que se agarra à fixação do simbólico, do imaginário e
do real. É do lugar de objeto a que o analista responde àquilo que é
sua função: oferecê-lo como causa de desejo aos seus analisantes.
39
O Brilho da InFelicidade
Referências bibliográficas
FREUD, S. "Três ensaios para uma teoria sexual" (1905). Em: Obras Comple
tas, Tomo II. Madrid, Biblioteca Nueva, 1973.
LACAN, J. ''Verdades primeiras". Em: O Seminário, livro 23: o sinthoma. Inédi
to. Aula de 13 de janeiro de 1976.
____. "Discurso de encerramento das Jornadas sobre as psicoses na
infància" (1967). Inédito.
____. "Conférences et entretiens dans des universités nord-américaines"
Em: Sei/icei, n. 6/7. Paris, Seuil, 1976.
____. O Seminário, livro 22: RS.J. (1974-5) . Inédito.
____. "La troisiême" (197 5). Em: Lettres de I' École Freudienne, . n. 16,
1975.
MILLER, J-A & LAURENT, É. "O Outro que não existe e seus comitês de
ética" (1996-7). Inédito.
SOBRE A SEGREGAÇÃ0 1
Co lette Soler
Membro de la Érole de la Cause Freudienne e da Esrola Brasileira de Psicanálise
Boa tarde. Penso que não tenho nada de especial para �nsi
nar a respeito do tema da segregação. Então, apresentarei algumas
cons iderações. Nada para ensinar, mas talvez algo a dizer-lhes.
É um fato que hoje o tema da segregação esteja na moda.
Não somente no que diz respeito aos psicanalistas, mas em todas as
partes. E não era esse o caso há vinte e cinco anos atrás quando, em
1 967, Lacan fez sua predição a respeito daquilo que chamava de
"uma extensão sempre mais intensa dos fenômenos de segrega
ção". Nessa época, o tema não estava na moda por uma simples
razão. Especialmente na França, na 'época da revolta estudantil de
maio de 1 968, funcionava a ilusão, a espera de que talvez houvesse
uma possibilidade de subverter o capitalismo. Parece-me que agora
ninguém, ao menos em nossos países ditos civilizados, acredita nisso.
Temos uma tese: a tese de Lacan de 1 967, que faz da segre
gação, de seu desenvolvimento recente, um efeito, ou melhor, uma
conseqüência inevitável daquilo que caracterizamos como sendo a
universalização introduzida na civilização pela ciência. É uma tese
simples, forte: segregação, efeito de, conseqüência da universalização.
Deter-me-ei um momento sobre a universalização. De que
se trata? Evidentemente trata-se de fazer funcionar um "para to
dos", ou seja, como se depreende imediatamente, supressão das
diferenças. E é claro que as diferenças que nos importam são, em
O Brilho da InFelicidade
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Colette Soler
45
O Brilho da InFelicidade
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O Brilho da lnFe/icidade
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Colette Soler
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O Brilho da InFeliddade
50
Colette Soler
51
O Biilho do InFe/icidade
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Co/ette So/er
N OTAS
''Qu 'eit-ce quiJait qui cet Autre eit Autre? Qu 'eit-ce quifait qu 'on
/e hait dani ion être? C'eit la haine de lajouiliance de l'Autre -
qui eit même la forme la plui génerale que l'on puim donner de ce
raciime moderne te/ que noui /e vérifioni -, la haine de la façon
particuliêre dont l'Autrejouit [...] . La queition de la tolérance ou de
l'intolérance ne vüe pai du tout /e iujet de la icience ou dei droiti de
l'homme. Elle ie place à un autre ni1,eau, qui eit celui de la tolérance
ou de l'intolérance à lajoui11ance de l'Autre, de l'Autre en tant qu 'il
est foncicrement ce/ui qui me dérobe la mienne " Qacques-Alain
Miller, Extimité, apud. Zizek, 1 99J) .
1. Introdução
56
C/áll({ia Henschel de Lima & A 11to11io José Alves ]1111ior
57
O Brilho da I11Felicidade
2. Globalização e Segregação
58
Cláudia Henschel de Uma & Antonio José Alves Junior
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O Brilho da InFelicidade
60
Clá11dio Hen.rchel de Uma & Anto11io José Alves ]1111ior
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O Brilho da InFelicidade
3. Segregação e Toxicomania
62
Cláudia Hensch,I de Lima & Antonio José Alves Junior
63
O Brilho da InFelicidade
Referências Bibliográficas
64
A NOMEAÇÃO E O RECURSO ÀS DRO GAS
OU A OPERAÇÃO DE NOMEAR NO
DISCURSO ANALÍTICO
Ernesto Sinatra
Membro da Escuela de la Orientación Lacaniana
66
Ernesto Sinatra
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O Brilho da InFelicidade
68
Ernesto Sinatro
69
O Brilho da InFelicidade
3. As mutações de Gulliver
70
Emesto Sinatra
71
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72
Ernesto Sinatra
73
O Brilho da I11Felicidade
74
Ernesto Si11atra
sem hesitar: "O que bebeu o deixou louco", para pross eguir dizen
do: "Eu devo ter pensado que no que tomou havia uma droga".
75
O Brilho da InFelit:idade
4. As bandeiras do kamikaze
Um homem chega à consulta dizendo "encarnar as forças
do mal" além de se apresentar com evidentes contusões e feridas.
Seu motivo de consulta é bastante razoável: quer seguir vivendo,
mas não está certo de poder fazê-lo. Afirma que não pode deixar
de fazer certas "coisas" que lhe causam cada vez mais dificuldades.
Seu pacto com a morte adquiria renovadas formas: com as
subs tâncias tóxicas que empregava, até extremos de freqüentes
overdoses; com a angústia que provocava em suas parceiras, amea
çando-as até o ápice de suas resistências; oferecendo-se para ser
espancado de forma selvagem, vez por outra, até extremos nos
quais sua vida sempre dependia do acaso de sua resistência física.
Não pode deixar de tomar álcool para ter a coragem que
necessita, nem abandonar as drogas que consome, sobretudo a co
caína e que habitualmente combina com seus "drinques". Seu discur
so é elíptico, de dificil alcance e pleno de alusões, enquanto espera de
mim uma cumplicidade de sentido, a qual naturalmente recuso. Eu
lhe formulo então sucessivas perguntas, demons trando minha ig
norância a respeito dos sintagmas fixos, com os quais pretende
76
Ernesto Sinatra
77
O Brilho da lnFelicidade
NOTAS
Referências bibliográficas:
78
O ATO DE CONSUMIR DROGAS E
A REALIDADE VIRTUAL
Célio Garcia
Membro da Escola Brasileira de Psicanálise
A · Filosofia
A Psicologia
81
O Brilho da lnFelicidade
82
Célio Garcia
Psicanálise e toxicomania
A psicanálise tem a ver com o sujeito uma vez que _ este se
inscreve na função fálica. No tratamento de toxicômanos, é habitual
falarmos de privação e não de cas tração. Se o suj eito de que fala a
psicanálise está articulado com o falo, e ainda assim preferimos falar
em privação, temos que jus tificar o critério adotado na abordagem
da toxicomania (Miller, 1 983) .
A respos ta seria: o uso e abuso d a substancia tóxica obstrui
o passagem para que se tenha acesso ao problema sexual. A toxico
mania apresenta, pois, caracterís ticas sobre as quais os efeitos de
verdade não têm vez. Pretender convencer um usuário de que ele
pode abandonar a droga, convencê-lo pela palavra que diz a verda
de sobre a cas tração, parece colocar o carro na frente dos bois; o
abandono da droga ou o uso como símbolo privilegiado seriam
condição para a cura analítica (Zafiropoulos & Delrieu, 1 996) . No
entanto, temos que entender que o uso da droga pode levar a uma
experiência, autêntica experiência para o sujeito.
Por seu lado, a psicanálise assinala que alguma coisa se opõe
à entrada em analise por parte do usuário de droga; trata-se pois de
uma afirmação que nega, trata-se de um saber negativo. Em psica
nálise, sabemos, estamos interessados na questão da relação da dro
ga (ou da coisa) com o sujeito.
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O Brilho da lnFelicidade
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Célio Garcia
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O Biilho da lnFelicidade
Realidade virtual
86
Célio Garcia
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O Brilho do InFelicidode
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Célio Garcia
Conclusão -
89
O Biilho do InFelir:idode
Referêndas bibliográficas
Introdução
si S2 g S2
'1 Xai
············· -- · �
� // a si
92
Fernando Teixeira Grossi & Cristina Nogueira
93
O Brilho da ln.Felicidade
94
Fernando Teixeira Grossi & Cristina Nog11eira
95
O Brilho da lnFelitidade
O soda[ e a nomeação
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O Brilho da InFeliddade
Referências bibliográficas
98
ECLIPSE DO DESEJO
100
Clara L,1cia ]nem
101
O Brilho da InFelicidade
102
Clara Luâa lne111
103
O B,ilho da lnFelicidade
104
Clara Lr,cia Inem
N OTA
Referências bibliográficas
105
TOXICOMANIA - UM GOZO CÍNICO?
O mal-estar e a droga
A falicidade, no reduzido .rentido em que a reconhecemo.r como po.r.ri
vel, con.rtitui um problema da economia da libido do individuo. Não
exi.rte uma regra de ouro que .re aplique a todo.r: todo homem tem de
de.rcobnr por .ri me.rmo de que modo e.rpec!fico ele pode .rer .ralvo "
(Freud, 1 930, p. 1 03) .
"pode ser salvo", ou seja, cada qual escolherá, dentro de sua estru
tura clínica, o que fazer com seu gozo ao se deparar com a castra
ção e com o mal-estar ( Unbehagen) resultante do antagonismo irre
mediável que existe entre a pulsão e a cultura (Kultur).
O aforismo lacaniano "a relação sexual não existe" se refe
re a toda e qualquer relação entre sujeitos, não apenas . a parceiros
sexuais. Numa conferência sobre a feminilidade, Freud fala da im
possibilidade da plenitude no amor, como ilustra a seguinte citação:
"Tem-se a impressão de que o amor do homem e o amor da
mulher psicologicamente sofrem de uma diferença de fase" (1932,
p. 164). Há um descompasso presente em todas as relações -
entre homem e mulher, mãe e filho, pai e filho etc. - que podemos
deduzir a partir da teoria freudiana acerca da sexualidade feminina
(Maia, 1996). Neste sentido, os parceiros sexuais não podem ler
juntos uma partitura, como na música. Não existe uma partitura
amorosa. Cada um lê e toca sozinho a sua parte no amor.
Toxicomania
''..figo pelas mesmas trilhas do pensamento. No enta'!to elas parecem
agora semeadas de rosas " (Benjamin, 1 984, p. 48) .
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Ana Martha Wilson Maia
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Ana Martha Wilson Maia
Um gozo cínico ?
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O Brilho da InFeliridatk
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Ana Marlha Wilson Maia
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O Brilho da InFelitidade
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Ana Martha Wilson Maia
Referências bibliográficas
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O INFERNO DO DESEJO E O
DESERTO DO GOZO
118
Maria Anita Carneiro Ribeiro
Talvez Beatriz deva ser dentre elas destacada, uma vez que
do desencontro inevitável, marcado pela queda de um olhar, o po
eta construiu uma obra-prima e não apenas uma infeliz história de
amor. Pois Dante sabia que o objeto não está lá, onde o sujeito
procura: "Por que vos siderar no es forço de ver algo que não tem
lugar aqui?" (1952 (1310 aprox.], p. 145).
Cego2 , o poeta vê além, para-além de Beatriz, a Mulher,
cujo lugar vazio é demarcado pelos versos que cantam o Inferno e
o Paraíso. O poeta vê em Beatriz a beleza: ''A beleza [. . .] que trans
cende toda a medida, para além do nosso alcance, e até mesmo
acredito que só seu Criador pode gozá-la toda" (ibid., p. 152).
A beleza de Beatriz, a Mulher que não existe, está para-além
do que pode ser gozado por um homem em uma mulher, e o
poeta deve dela desistir: "Desde o primeiro dia em que nesta vida
vi sua face até esta última visão, a seqüência de meu canto não foi
cortada, mas agora devo desistir de perseguir sua belezà com meus
versos" (ibid. ).
A relação que um homem pode estabelecer com uma mu
lher e vice-versa, o que cada um pode gozar do outro, está mediada
por um terceiro elemento - o Falo - "terceiro irredutível" (Lacan,
1975, p. 14), que torna todo pretenso encontro a dois um irremediável
ménage-à-trois.
Em 1975, Lacan pronuncia sua terceira conferência em
Roma, anunciando-a com uma paródia aos versos de Gérard de
Nerval: ''A terceira volta, é sempre a primeira [ ...]" [ibid., p. 73] . A
primeira que volta em ''A Terceira" é o Discurso de Roma, "Fun
ção e campo da palavra e da linguagem", primeira conferência pro
ferida por Lacan na Cidade Eterna, em 1953. Mais de vinte anos
depois, em ''A Terceira", na qual expõe o nó borromeano e os três
registros, é a esta primeira conferência que retorna para dar ênfase à
ação do significante sobre o sujeito.
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O Brilho da InFelicidade
120
Maria Anita Carneiro Ribeiro
outro. Pois se Sartre aí se equivocou, foi por não ver que a imagem
do outro - i(a) - esconde e vela justamente este pequeno a, "ob
jeto insensato" [Lacan, 1 975, p. 80] , "cagada ou olhar, voz ou ma
milo que divide o sujeito e o dis farça em dejeto, dej eto este que lhe
ex-siste ao corpo"(ibid., p. 83) . R. S. I: o Imaginário vela o Real e o
Simbólico nomeia - "Tu és minha mulher" - ou ainda, como diz
Lacan: "Tu és o meu sintoma".
Uma mulher pode ser o sintoma para um homem, pois
uma vez que este se inscreve no todo fálico ('efx <l>x) , ela pode vir a
nomear a modalidade oculta do seu gozo. Mas, nos diz Lacan,
"não creio que o sintoma Homem tenha absolutamente o mesmo
lugar para uma mulher" [1 975b, p. 1 5] . Uma mulher, não-toda fálica
('efx <l>x), pode ter e freqüentemente tem relações sintomáticas com
os homens, ou com um homem em particular, porém é jus tamente
por ser não-toda que não poderá ter em um homem seu nome de
gozo, seu sintoma.
A total impossibilidade de qualquer correspondência lógica
entre um homem e uma mulher é o determinante do inferno do
desejo. E é para este ponto que a psicanálise conduz o sujeito. "Não
desejar o inferno", nos diz Lacan, "é a resistência" (ibid., p. 1 9) . Po
rém quais os limites desta descida aos Infernos que é uma análise?
Quais os limites que nos apontam os sujeitos que consomem dro
gas? Em que medida e com que oferta pode o analis ta contrabalan
çar o brilho da felicidade reac!J-made? E em que medida toda pro
messa não contraria a ética infernal que preside uma análise? Se a
resistência é a resistência do analista, é por que, ao presentificar o
objeto que falta, é ele próprio - analista - que introduz na análise
a dimensão infernal do desejo e causa também a resistência.
Paulo tem p ouco mais de trinta anos quando procura a
análise. Já havia s e submetido a uma internação para livrar- se do
vício - cocaína e álcool - binômio sinis tro que o havia levado
à degradação. Bonito, in teligente e obses sivo, sem a droga se
121
O Brilho da InFelicidade
122
Maria Anilo Carneiro Ribeiro
123
O Brilho do InFe/icidode
NOTA S
Referêndas Bibliográficas
124
..
Sonia Alberti
Membro da Escola Brasileira de Psicanálise
126
Sonia Alberti
127
O Brilho da lnFelicidade
128
Sonia Alberti
A castração
129
O Brilho da I11Felicidade
130
Sonia Alberli
131
O Brilho da lnFelicidade
132
Sonia Albe,ti
Referências bibliográficas
133
O LUGAR VARIÁVEL DO OBJETO DROGA
136
Carlos Genaro Ga11to Fernóndez
13 7
O Brilho da I11Felicidade
138
Carlor Gmaro Gauto Fer11á11dez
139
O Brilho da lnFelicidade
Referências bibliográficas
140
TOXICOMANIAS: ONDE OPERA O ANALISTA?
A catacrese
142
Maria L,1iza Mota Miranda
A afirmação
143
O Brilho do lnFelicidade
144
Maria LHiz.a Mota Miranda
145
O Brilho da lnFtliddadt
146
Maria Liiz.a Mota Miranda
N OTAS
1. Este enunciado _vem sendo discutido no Campo Freudiano, principalmen
te através das contribuições de Hugo Freda.
Refer�ncias bibliográficas
147
UMA EXPERIÊNCIA VAZIA
Maurício Tarrab
Membro da Escuela de la Orientación Lacaniana
150
Ma11ricio Tarrab
+ gozo - castração
151
O Brilho da lnFelicidade
152
Maurício Tan-ab
153
O Brilho da I11Fe/icidade
154
MoHrir:io To"ob
15 5
O Brilho da lnFelicidade
158
Marcos Bapti.rla
159
O Brilho da InFelicidade
160
Marcos Bapti.rta
16 1
O Brilho da InFelicidade
162
Marrns Baptisla
163
O Biilho da InFelicidade
164
Morros Boptisto
165
O B,ilho da lnFelicidade
Referências bibliográficas
166
ATRÁS DA DROGA, O VAZIO DAS MULHERES
Andréa Brunetto
Membro aderente da Escola Brasileira de Psicanálise
168
Andria Brune/lo
169
O Brilho da I11Feli&idade
ção" pouco importa, pois ela é contada com muita angústia, sentida
como um absoluto horror. Neste momento em que vê-se confron
tado com a castração do Outro, foge de casa. Passa a usar maco
nha, cola de sapateiro, cocaína. Conta que o pai era um alcoólatra,
chegava sempre bêbado em casa e batia nele e na mãe.
170
Andréa Bnmetto
4. Conclusão
171
O Brilho da lnFeliadade
Refer_ências bibliográficas
Filippo Olivieri
Correspondente da Escola Brasileira de Psicanálise, Rio de Janeiro
O que é a toxicomania?
174
Filippo 0/iuieri
175
O Brilho da lnFelir:idade
176
Filippo 0/ivieri
O analis ta está diante de um suj eito que não suporta ver seu
gozo ques tionado. Seu dis curs o s obre a droga aponta para um sa
ber do qual ele é o único deten tor. Fala da droga como se fosse
uma companheira, vindo no lugar da mulher. O analista deve tomar
cuidado para não se tornar uma mero parceiro do gozo deste suj ei
to quando relata as maravilhas da droga.
177
O Brilho da InFeliddade
Referêndas bibliográficas
178
O OBJETO DROGA E O OBJETO CRIANÇA:
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
sua vez causa o desejo. O sintoma não comporta apenas uma ver
tente sign ificante, mas também um real irredutível "que não cessa
de não se inscrever". É o que se repete e que é articulado à pulsão
de morte e ao gozo a ela atrelado.
Frente ao enigm a do desejo do Outro, ao "Che vuoi?",
"Que quer?", ao "O que eu valho no desejo do Outro?", o sujeito
constrói sua fantasia e a partir dela seus sintomas, que têm a função
de tamponar a falta inerente ao desejo do Outro S(.;t) .
Podemos dizer que o sintoma e a fantasia são formas de se
lidar com a castração do Outro, interpretada pelo neurótico como
sua própria castração. Ao neurótico sempre �alta e ele se oferece
sintomaticamente numa tentativa de tamponar a falta no Outro.
A criança nasce banhada pela linguagem que introduz o sim
bólico pelo significante Nome-do-Pai, instaurando o sujeito na nor
ma fálica e dele fazendo um ser desejante. A primeira relação do
humano é a que se estabelece com o simbólico, com o sign ificante.
O par real não é mãe-criança, o par humano é o recém-chegado, e
o significante, a linguagem. A criança se constitui como sujeito em
referência a um nome vetorizado: . . pelo pai que constitui o próprio
nome do desejo, desejo que não pode ser anônimo. O nome é o
índice de um lugar vazio que encarna a lei simbólica do desejo.
Quanto à mãe, esta não é universal, é um sujeito mãe/mulher que
deve ter um desejo particular a partir da sua própria falta (penisneid') .
Logo não há o natural. A mãe deve converter-se em simbólica.
Mãe simbólica produzida pela operação da metáfora paterna e que
a partir daí pode mediar a palavra do pai, a lei.
Estamos portanto na norma fálica e desfrutamos do gozo
fálico, gozo que inclui o Outro do discurso do laço social
fantasmaticamente. Vemos isso com clareza nas observações que
Lacan tece no Seminário, livro 4: as relações de of?jeto (1 956-7), a respeito
do caso paradigmático de Freud: a fobia do pequeno Hans. Hans
se vê num jogo de engodo com a mãe, jogo imaginário, no qual ele
180
Elisabeth da Rocha Miranda
181
O Brilho da InFe/icidade
182
Elisabeth da Rocha Mira11da
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O Brilho do lnFelicidode
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Elisabeth da Rocha Miranda
Referências bibliográficas
185
O Brilho da InFelicidade
Mirta Zbrun
Membro da Escola Brasileira de Psicanálise
188
Mirta Zbnm
189
O Brilho da InFeliddade
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190
A TOXICOMANIA E A DEMANDA
192
Gilberto &1tleck da Fonseca
193
O Brilho da l11Fe/icidade
194
Gilberto Rl,deck da Fonseca
195
O Brilho da InFelicidade
196
Gilberto Rndeck da Fonseca
197
O B,i/ho da InFeliddade
198
Gilberto &1deck da Fonseca
199
O Brilho da lnFe/icidade
200
Gilberto RRdeck da Fonseca
Referêndas bibliográficas
Chegada em análise
Caso clínico
204
Mi/a Palombini de Alencar
205
O Brilho da InFelir:idade
206
Mi/a Palombini de Alencar
207
O Brilho da InFeliadade
208
Mi/a Palombini de Alencar
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210
SE O ÁLCOOL COMPARECE,
O SUJEITO DESAPARECE
houve uma perda. Sob s eu efeito, porém, o suj eito pode sus tentar
momen taneamente a inexistência dessa perda, rompendo com a
divisão que o estrutura.
212
Maria Beatriz Barra
214
Maria Beatriz Barra
215
O B1ilho da InFelicidade
216
Morio B eatriz BorTO
segue ir para casa. Esteve num bar bebendo durante horas e agora
telefonava de um hotel, porque se algo lhe acontecesse, a analista
saberia onde ela estava. De que lugar ela falava? Havia a possibilida
de de uma passagem ao ato. Silvia já vinha falando que não agüen
tava fazer análise. Após esse episódio ela pergunta se não seria me
lhor não saber de nada, se não seria melhor ficar sem saber, pois
sofria muito menos quando não sabia. Mas o sofrimento existia
antes. Silvia não está disposta a abrir mão de um gozo, o que tam
bém vem com dor.
Dias depois ela telefona dizendo que está decidida a parar a
análise porque não suporta mais. Concordar com essa decisão é
algo que um analista em seu ato deve sempre recusar; por outro
lado, quando um sujeito está decidido a interromper uma análise é
algo que um analista, em seu ato, também não deve insistir.
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TOXICOMANIA E SUPLÊNCIA
Antônio Beneti
Membro da Escola Brasileira de Psicanálise
220
Antônio Beneti
221
O Biilho da lnFelicidade
[,8 <> /]
222
A11tô11io B eneli
223
O Brilho da l11Felit:idade
224
Antônio B eneti
225
O Brilho do lnFeli&idade
Referências bibliográficas
226
AMOR À INTO-X-ICAÇÃO
Eliane Schermann
Membro da Escola Brqsileira de Psicanálise
228
Eliane Schmnann
229
O Brilho da InFelicidade
230
Eliane Schern1a1111
23 1
O Brilho da InFelicidade
232
Eliane S,hermonn
233
O Biilho da InFe/icidade
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Eliane Scher,11a1111
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TOXICOMANIA E FPS: APROXIMAÇÕES
23 8
Núcleo de Pesquisa ·e'(' Psicosso,nática
239
O Brilho tia InFelicidade
240
Núcleo de Pesqlfisa em Psirosso111ática
241-
O B,ilho da InFe/ir:idade
242
Núcleo de Pesq11isa em Psicossomática
243
O Brilho da InFelicidade
244
Núcleo de Pesq11iso em Psicossomático
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O Brilho do lnFelicidode
enigin as, a ficar no lugar do engodo, no lugar do "Eu sou . . . " como
evitação da angús tia frente ao desej o do Outro, angústia que a míni
ma vacilação fantasística poderia produzir.
O processo de separação, de abertura ao desejo do Outro
está obstaculizado. A instauração da trans ferência, por conseqüên
cia, é particularmente dificil, já que na transferência o analista encarna
o objeto a, um "nada" que é preenchido pela droga ou pela lesão.
Nesse sentido, há uma certa incapacidade, tanto na toxico
mania quanto no FPS, de se formular uma verdadeira demanda de
análise, o que nos remete ao fenômeno de inibição tal como Freud
o definiu: ''A inibição é uma limitação que o eu se impõe para não
despertar o sintoma de angústia" (1 926, p. 1 08) . Eis então que, mais
do que nunca, deve vigorar o desej o do analista.
Assim, o critério fundamental de indicação de uma análise é
a própria demanda do candidato a analisante. É a partir daí que se
impõe o conselho que Freud deixou para os analistas de considera
rem cada novo caso como se fosse o primeiro. Se em Medicina as
indicações, contra indicações e diagnóstico clinico são o ponto de
partida; se o médico inicia a sua intervenção a partir de um saber a
priori, em psicanálise, o saber que realmente conta é aquele adquiri
do a posteriori.
D e p e n derá da p o s i ç ã o p r ó p ria d e c a d a a n ali s ta o
gerenciamento solitário de sua prática clinica. O que norteia todo
tratamento, porém, continua sempre s endo o advento do suj eito
frente ao s eu desejo e o que nos ocupa primordialmente são os
meios para chegar a isso.
Se tanto a toxicomania quanto o FPS rechaçam o Outro do
inconsciente, fazer exis tir o inconsciente é uma responsabilidade do
analis ta. Ou, na pior das hipóteses, "criar-lhes um inconsciente", como
indicou Hugo Freda no encerramento da Jornada do Instituto do
Campo Freudiano em Paris, em 1 995, fazendo-os minimamente
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Núcleo de PesqHi.ra em P.ricouomálica
Referências bibliográficas
247
O Brilho da InFeliddade
1. Introdução
250
Maria Lúcia Kara,n
251
O Brilho da lnFelicidade
252
Maria Lúcia -Karam
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O Brilho da lnFe/icitlade
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Maria L,ícia Karam
255
O Brilho da lnFelicidade
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Maria Lúcia K.aram
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O Brilho da InFe/icidade
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Maria Lúcia Karam
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O Brilho da !,,Felicidade
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Maria Lúcia Karam
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O Brilho da I11Felicidade
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Maria LJcia Kam,n
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O Biilho da InFelicidade
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Maria L,ícia Karam
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O Brilho da lnFeliddade
4. Conclusão
266
Maria Lúda Karam
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O Brilho da InFelicidade
NOTAS
268
Maria Lúcia Karam
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O Brilho da lnFe/icidade
Referências bibliográficas
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