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Resumos Filosofia – 2º Teste

Distingue acto de acontecimento.


Actos são coisas que fazemos que implicam uma causalidade ou iniciativa da nossa
parte, indicando sempre um sujeito que é o agente ou o autor da acção.
Acontecimentos são coisas que nos acontecem e, portanto, somos apenas receptores
dos efeitos que não iniciamos. Indica um sujeito que sofre uma acção e que não é o
autor da mesma.

Define acção humana.


É uma interferência intencional, consciente e voluntária de um agente no decurso
normal das coisas que, sem a sua interferência, teriam seguido um caminho diferente.

Identifica e distingue actos voluntários de actos involuntários.


Actos voluntários são acções que fazemos de forma consciente, ou seja, com plena
noção de que os estamos a realizar, como por exemplo ir à praia, estudar, acenar,…
Actos involuntários são os movimentos que realizamos independentemente da
nossa vontade. Este tipo de acto pode ser dividido em:
. Acto Involuntário e Consciente, quando não temos controlo sobre o que fazemos
mas temos noção de que o estamos a fazer, por exemplo respirar, tremer de frio,
transpirar, corar,…
. Acto Involuntário e Inconsciente, quando não temos controle sobre o que fazemos
nem temos ideia de que o estamos a fazer, como por exemplo sonhar ou ressonar.

Faz a distinção entre fazer e agir, entre conduta e acção.


Enquanto que o fazer inclui todas as actividades que realizamos, o agir inclui apenas
as acções verdadeiramente humanas. Assim, o que fazemos só é considerado acção
se for feito de forma consciente e voluntária.
Por outro lado, tudo o que fazemos é a nossa conduta, enquanto que a acção humana
é apenas uma parcela do que fazemos, que inclui o que realizamos de forma
consciente e voluntária e de forma consciente e involuntária.

Clarifica a noção de rede conceptual.


Rede Conceptual – É o conjunto de conceitos, onde cada conceito possui um
significado específico que apenas pode ser compreendido na relação com os restantes
significados. Neste sentido, é apenas nesta inter-relação de significados dos
conceitos que a noção de acção pode ser compreendida por nós.

Define os conceitos da rede conceptual da acção: intenção; motivo; deliberação


e decisão.
Eles são:

Intenção – Designa o propósito ou objectivo que guia a acção. A intenção serve para
identificar a acção, respondendo à pergunta “Para quê?” da acção, ligando-se
estreitamente ao motivo. Ex: Assaltei o banco para que pudesse ter dinheiro.

Motivo – Designa a razão invocada para tornar a acção intencional compreensível


tanto para o agente como para os outros. O motivo é, assim, a razão que nos permite
explicar e interpretar uma acção. Justifica os nossos actos e responde à pergunta
“Porquê?”. Ex: Assaltei o banco porque não tinha dinheiro.

Deliberação – Designa o processo de reflexão que antecede a decisão. A deliberação


é uma ponderação, na qual a vontade se une com a inteligência e são concebidas as
diferentes possibilidades, e as razões a favor ou contra das mesmas.

Decisão – Designa o processo de eleição de uma hipótese da acção entre muitas


outras; isto significa que nos determinamos a realizar um acto em detrimento de
outros e também que tomar uma decisão implica sempre pôr de lado determinadas
hipóteses, para nos entregarmos ao processo escolhido.

Distingue e relaciona intenção e motivo; deliberação e decisão, através de


exemplos.
Relação entre intenção e motivo – É o motivo que torna inteligível a intenção. O
motivo é a razão invocada para tornar a acção intencional compreensível e racional
tanto para o agente como para os outros.
Relação entre deliberação e decisão – Quanto mais importante para as nossas vidas
for a acção em questão, mais difíceis se tornam a deliberação e a decisão,
especialmente se esta última comprometer seriamente o nosso futuro.

Define o conceito de agente, identificando-o como agente livre e responsável.


Agente é o “substracto” de toda a acção humana. Isto porque é no agente que todo o
processo correspondente à acção humana toma lugar. Assim, sem agente não há
intenção ou motivos, deliberação e, por fim, uma decisão não poderá ser tomada. Se
este pertencente da rede conceptual da acção é livre pois toma as acções que quer
então, consequentemente, também é responsável pelas mesmas.

PROBLEMA DA LIBERDADE E DETERMINISMO:


SEREMOS EFECTIVAMENTE LIVRES?
2 Respostas possíveis para o problema:
1 – Liberdade
2 - Determinismo

Liberdade:
Em sentido absoluto ou radical – Designa a possibilidade de agir na ausência de
constrangimentos (internos ou externos). Aproxima-se muito da noção de livre –
arbítrio.
Em sentido relativo – Designa a possibilidade de dispor de si mesmo, de se auto
determinar, através da vontade, mas num campo limitado de possibilidades.

Determinismo:
Doutrina, frequentemente associada a uma visão determinista do mundo, segundo a
qual todos os acontecimentos do Universo, incluindo as próprias acções humanas,
estão submetidos a leis de carácter causal. Isto significa que todos os eventos, sem
excepção, são efeitos: provocados por eventos anteriores.

PROBLEMA DO LIVRE – ARBÍTRIO:


COMPATIBILIZAR A LIBERDADE HUMANA COM AS OUTRAS FORÇAS
QUE A PARECEM ANULAR?
4 Respostas possíveis para o problema:
1 - Determinismo (radical ou absoluto)
2 - Indeterminismo
3 - Compatibilismo
4 - Libertismo

Causa → Efeito
Relação necessária
(que não se podia fazer de outra maneira) de dependência mútua

1 DETERMINISMO
RESPOSTA AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO – A liberdade não é
compatível com a força que a anula: a causa.
Tese que defende que as acções humanas são determinadas por causas necessárias
(impossíveis de ser alteradas), são previsíveis e inevitáveis, portanto o ser humano
não é livre.

1.1. ARGUMENTOS

1.1.1. Se o ser humano faz parte do mundo natural, então terá que obedecer às
mesmas leis que os restantes fenómenos e seres. Desta forma, não há qualquer tipo
de liberdade e, consequentemente, livre-arbítrio.

1.1.2. Se o passado controla o futuro, ou seja, se a uma causa se segue


necessariamente um efeito e nós não podemos controlar as causas, isso significa que
o ser humano não tem o poder para interferir no processo Causa-Efeito (não pode
controlar a forma como a causa gera um efeito). Logo, não é livre.

1.2. CONSEQUÊNCIAS IMPLICADAS NA DEFESA DESTA TESE

1.2.1. As acções humanas são inevitáveis;

1.2.2. As acções humanas são meros efeitos de causas que não controlamos;

1.2.3. Não podemos ser responsabilizados pelas acções;

1.2.4. Se não podemos ser responsabilizados pelas nossas acções, então a noção de
justiça e as ideias de Bem e Mal não fazem sentido;

NÃO RESOLVE O PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO

2 INDETERMINISMO
RESPOSTA AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO - A liberdade não é
compatível com as forças que a anulam: o acaso e o aleatório.
Tese que defende que as acções humanas são o resultado imprevisível do acaso e são
indeterminadas, portanto o ser humano não é livre.

2.1. ARGUMENTOS

2.1.1. Assim como num sistema microfísico não podemos prever o comportamento
das partículas porque sobre elas actua o acaso, também não podemos prever as
acções humanas – são imprevisíveis ou apenas prováveis. Assim, se o acaso controla
as acções humanas, então tais acções não dependem da vontade livre do agente.

2.2. CONSEQUÊNCIAS IMPLICADAS NA DEFESA DESTA TESE

2.2.1. As acções humanas são aleatórias ou fruto do acaso.

2.2.2. As acções humanas são imprevisíveis, portanto não são livres.

2.2.3. O agente não pode ser responsabilizado.

NÃO RESOLVE O PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO

DILEMA DO DETERMINISMO:
Tanto a tese Determinista como a tese Indeterminista, apesar de partirem de
argumentos contrários, chegam à mesma conclusão: a negação da liberdade e da
responsabilidade. Se o Determinismo for verdadeiro, as acções estão dependentes de
causas que o agente não domina, logo não são livres. Se o Indeterminismo for
verdadeiro, então as acções estão dependentes do acaso e não da vontade do agente,
logo não são livres.

3 COMPATIBILISMO
RESPOSTA AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO - A liberdade é compatível
com o determinismo (forças que a anulam).
Tese que defende que é possível compatibilizar o determinismo com a vontade livre,
ou seja, aceita-se o determinismo do mundo natural mas também que há espaço para
a liberdade e responsabilidade humana.
Assim, mesmo que as nossas acções sejam determinadas ou causadas, podemos
sempre agir de maneira diferente, se assim escolhermos.

ARGUMENTO PRINCIPAL DA TESE

3.1. CONSEQUÊNCIAS IMPLICADAS NA DEFESA DESTA TESE

3.1.1. Se, apesar de determinados podemos agir livremente, então não só somos
livres como responsabilizados.

RESOLVE O DO PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO


4 LIBERTISMO
RESPOSTA AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO – Não há compatibilidade
entre a liberdade e o determinismo, pois somos absolutamente livres.
Tese que defende, de modo radical, a liberdade e a responsabilidade humanas, ou
seja, o ser humano não é determinado, pois ele tem o poder de se auto determinar
através da sua mente.

4.1. ARGUMENTO

4.1.1. A vontade do ser humano não é causalmente determinada nem aleatória, pois o
agente tem o poder de interferir no curso normal das coisas, através da sua mente.

Assim, defende-se uma separação entre o corpo e a mente, sendo que esta última está
fora do domínio das leis da Natureza que determinam o ser humano. A mente é capaz
de se auto determinar.

4.2. CONSEQUÊNCIA IMPLICADA NA DEFESA DESTA TESE

4.2.1. Se o ser humano é capaz de se auto determinar, então ele é absolutamente livre
e responsável.

NÃO RESOLVE O PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO

TIPOS DE CONDICIONANTES
CONDICIONANTE AMBIENTAL Temos de vestir um casaco
porque está muito frio.
CONDICIONANTE HEREDITÁRIA Tenho os olhos castanhos
porque os “recebi” da minha
mãe.
CONDICIONANTE PSICOLÓGICA A minha capacidade de
memorização é muito boa.
CONDICIONANTE FÍSICA/CORPORAL Problema de estômago
CONDICIONANTE GEOGRÁFICA Propensão para a queda
CONDICIONANTE RELIGIOSA Religião católica
CONDICIONANTE POLÍTICA Políticas Anti - Natalistas
CONDICIONANTE HISTÓRICO/CULTURAL Tradição
CONDICIONANTE ECONÓMICA Não tenho dinheiro, por isso
não compro este produto.
CONDICIONANTE SOCIAL Discriminação
CONDICIONANTE LINGUÍSTICA Os limites da minha
linguagem são os limites do
meu mundo.
CONDICIONANTE EDUCACIONAL Analfabetismo

Identifica e caracteriza as condicionantes da acção humana.


Existem dois tipos de condicionantes:

Condicionantes físico – bio -psicológicas:


Conjunto de factores relacionados com as leis físicas, químicas, biológicas e
psicológicas, que nos governam enquanto corpos vivos. Estes factores limitam a
liberdade do ser humano mas também lhe abrem um enorme leque de possibilidades,
condicionando o que podemos fazer e como o podemos fazer.

Condicionantes histórico - sócio – culturais:


Conjunto de factores relacionados com o mundo histórico, social e cultural (hábitos,
crenças, valores, padrões de conduta, normas,…), a partir dos quais se constrói a
nossa Humanidade e se definem os nossos modos de ser, estar e sentir. Tal como as
condicionantes anteriores, estas também limitam a liberdade do agente e, ao mesmo
tempo, lhe abrem um enorme leque de possibilidades.
No entanto, apesar de estas condicionantes existirem, são elas que nos tornam
únicos, constituindo assim também um factor da nossa liberdade.

Será que, apesar das condicionantes da acção humana, o homem é livre?


Sim, pois apesar de o Homem estar limitado por vários tipos de condicionantes, ele
pode sempre escolher entre várias possibilidades, tornando a sua liberdade uma
conquista constante.
Assim, o Homem precisa de reconhecer os seus limites para de poder afirmar, auto
determinar e construir-se a si próprio.
Como o Homem nasce imperfeito e inacabado, tem de criar-se a si próprio e ao
mundo através da sua vontade livre. Só estas características é que tornam a liberdade
uma conquista possível para o Homem.
Iniciação à actividade filosófica
Não existe uma definição universal de Filosofia. Cada filósofo apresenta uma
definição tendo em conta a sua própria filosofia, o seu modo de interpretar a vida e o
mundo, a sua perspectiva acerca do real. Essa perspectiva é criada com base na
organização subjectiva da sua própria experiência, ou seja, o filósofo escolhe como
interpretar o que lhe acontece e assim criar a sua visão da realidade.

A especificidade da filosofia
A filosofia é o objecto de estudo dos filósofos, que, utilizando métodos de trabalho
variados, reflectem sobre problemas filosóficos e da realidade. Isto para tentarem
resolver as questões não esclarecidas, e assim construírem saber.
Enquanto o método de trabalho das ciências se baseia na verificação experimental, o
método da filosofia assenta no exercício reflexivo. A reflexão feita pelos filósofos é
ilimitada e não necessita de provas concretas, mas lógicas. O objectivo é haver uma
melhor compreensão da realidade na sua totalidade. Para conhecermos alguma
realidade, não podemos basear-nos só nas coisas concretas, as que podemos tocar e
observar, mas também e principalmente no abstracto.
Abstracto: ser formal, conceptual. Tudo aquilo que não está na natureza é abstracto,
só tem forma, definição (conjunto de aspectos que caracterizam e permitem
distinguir uma coisa da outra).
Ex: amizade, erro, …
Concreto: ser material. Tem forma e matéria.
Ex: caneta, mesa, …
Tudo isto para estarmos mais conscientes da realidade, termos mais conhecimento
para orientarmos melhor a nossa vida. Resumidamente, na minha opinião, a filosofia
serve para atingirmos a felicidade. (ver manual pág. 32-34 e texto «Para que serve a
Filosofia»
Existem várias áreas do conhecimento, da interpretação/representação da realidade,
com diferentes características e métodos.

Níveis de apreensão ou conhecimento


. 1º nível: senso comum + religião + mitologia, …
. 2º nível: Filosofia e Ciência
No primeiro nível, temos o pensamento simplista, instalado, passivo, tradicionalista.
É a aceitação do que nos é ensinado, sem questionar ou problematizar. Dentro do
senso comum, temos o bom senso, a pré-concepção no sentido do que é bom ou mau.
No segundo nível, há uma evolução relativamente ao primeiro. Já não nos limitamos
a aceitar tudo o que nos chega, mas fazemos uma selecção e questionamos se aquilo
é que é o mais acertado. Procuramos encontrar respostas às nossas questões,
utilizando vários métodos, no caso, o científico ou o filosófico.
. Senso comum – crença ≠ racionalidade; particular, concreto – experiência
vivencial
O conhecimento vulgar ou popular é um «modo comum, corrente e espontâneo de
conhecer» e adquire-se «no trato directo com as coisas e os seres humanos: “é o
saber que preenche a nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou
estudado, sem a aplicação de um método e sem haver reflectido sobre algo(…)»
. Conhecimento científico – racionalidade - Conhecimento filosófico –
racionalidade

(ver texto «O método da Filosofia face ao das Ciências»)

A origem do filosofar
Os motivos que podem desencadear o filosofar (procura da verdade) são:

O espanto: quando nos questionamos acerca do ser e da origem das coisas não o
fazemos para um fim prático, mas pelo desejo de saber. Isto é filosofar.

A dúvida: nada nos garante que estejamos seguros acerca do que pensamos ser
verdade, o conhecimento que temos poderá ser falso. Podemos alcançar a razão ao
questionar aquilo em que acreditamos.

A consciência da fraqueza e do sofrimento: as situações-limite revelam ao ser


humano a sua fragilidade e o seu fracasso e fazem-no procurar formas de ultrapassá-
las, recorrendo à filosofia.

A vontade de autêntica comunicação: a ausência de comunicação, a solidão,


desencadeia o anseio de comunicação, de diálogo, de partilha. Não é fora da
comunicação com os outros que a verdade se alcança.

Do discurso comum ao discurso filosófico


A filosofia é uma tentativa de resolver problemas, que devem ser formulados
correctamente, através de questões claras e com sentido. Uma questão sem sentido
não é um problema. Sendo a filosofia um esforço de defesa de ideias e de
clarificação de conceitos, essas ideias e conceitos tem que ser expostos de forma
clara, exacta e sem possibilidade de confusões ou mal-entendidos.
O discurso filosófico baseia-se em argumentos, e argumentar é um modo de defender
ideias ou teses. A tese é a conclusão e os argumentos são o conjunto de proposições
que servem para provar, justificar ou defender essa conclusão.

O texto filosófico como texto argumentativo


Através da argumentação, apresentando um conjunto de razões a favor de
determinada conclusão, podemos fazer os outros aderir às nossas teses. Mas devemos
estar abertos ao diálogo, à possibilidade de outros contestarem as nossas teses, e
mesmo elas estarem erradas.
Leitura, interpretação, explicação e comentário de textos filosóficos – ver manual
pág. 43-47

A acção humana e os valores

A especificidade da acção humana


A acção humana é aquilo que fazemos voluntária e conscientemente, não aquilo que
nos acontece.

Rede conceptual da acção

Agente (sujeito da acção): alguém que age, que por sua opção faz com que algo
ocorra.

Intenção (propósito da acção): implica a deliberação e a definição do propósito da


acção, qual é a finalidade.

Motivo (porquê da acção): razões que permitem compreender a intenção.

Consciência (percepção de si como autor da acção): capacidade do agente de se


aperceber de si mesmo em relação com o meio.

Livre-artbítrio/vontade (capacidade de escolher): capacidade de opção do agente.

(ver pág. 51-64 do manual, texto das formigas e de Heitor e textos – «intenções e
motivos», «pela acção modificamos o mundo», «condicionantes da acção humana e
seus limites», «experiência de si e experiência do mundo»)
O problema do livre arbítrio – liberdade

O agente é um ser racional, livre e responsável. O livre arbítrio corresponde a uma


vontade livre e responsável de um agente racional.

Determinismo – doutrina que defende que os acontecimentos em geral ocorrem


segundo um plano previamente fixado (ou por uma potência sobrenatural ou pelas
leis da natureza); do ponto de vista filosófico, designa o pressuposto segundo o qual
todo o fenómeno é rigorosamente determinado pelos fenómenos que o antecedem,
sendo a sua ocorrência necessária (não aleatória).

Teorias:

Determinismo radical: o livre arbítrio é incompatível com o mundo regido pelo


princípio da causalidade necessária.

Indeterminismo: não existe relação causa-efeito que possa sustentar a normal


ocorrência dos fenómenos; estes acontecem aleatoriamente, ou seja, ao acaso e sem
um padrão regular que os possa explicar.

Determinismo moderado: o mundo é regido por leis causais mas a acção humana,
embora sujeita aos princípios naturais, não é constrangida.

Libertismo: não há acaso nem causalidade que possam afectar a acção humana. As
escolhas são produto de deliberação racional (dualismo mente-corpo).

Determinismo e indeterminismo:

A partir do desenvolvimento da ciência moderna, o mundo passou a ser entendido


como uma relação de forças, representada pela causalidade dos fenómenos naturais.
Neste sentido, o efeito é uma derivação necessária (consequência) da causa, tão
dependente dela que, se esta não activasse o efeito, não aconteceria.

Neste contexto, a tese determinista defende uma total incompatibilidade entre a


liberdade humana e a causalidade natural a que todos os fenómenos se submetem. Ao
negar a liberdade, o determinismo afirma que todas as acções são inevitáveis e,
portanto, ninguém pode ser responsabilizado.

Pelo contrário, a doutrina indeterminista, embora negando uma causalidade rígida e


natural, defende que não há – por isso mesmo – lugar à liberdade. Dado que tudo é
imprevisível (porque submetido ao acaso) as acções são, por definição,
determinadas. Então, se as acções não dependem do sujeito mas resultam de um
mecanismo aleatório que o sujeito não consegue identificar, ele não é livre e, por
consequência, não pode ser responsável.

Condicionantes: obstáculos, limites à livre escolha.

(ver pág. 65-77 do manual e textos)

Valores e experiências valorativas

Valores – modelos, juízos, preferências – Juízos de valor:


. Polaridade – exclusão de um valor por ser oposto ao escolhido
. Hierarquização – preferência de valores em hierarquia
. Transubjectividade – valores universais; transcendem a subjectividade,
aproximam-se da objectividade – condição humana, diálogo, vida na Terra

Valores culturais - identidade, éticos, religiosos, morais, políticos, filosóficos,


estéticos, …

Os valores são condicionados pelo espaço sociocultural e pelo tempo histórico em


que o homem se encontra. Os valores acompanham as culturas das sociedades
humanas e, portanto, são relativos à época e aos espaços em que se encontram mas
há valores que desde sempre acompanham o homem (como o bem e a beleza), ainda
que tenham sido, na prática, aplicados de modos diversos.

Critérios valorativos – tábua de valores

Cada sujeito constrói a sua tábua de valores de acordo com a sua experiência de vida,
experiências essas que ocorrem num contexto pessoal, social e cultural. É nesse
contexto prático da vida em sociedade que se tem de escolher realizar esta ou aquela
acção, tomar esta ou aquela decisão, que o homem concreto manifesta os seus
valores.

Entendemos por critério valorativo o princípio ou condição que serve de base à


valoração e que permite distinguir as coisas valiosas das não valiosas e discernir, de
entre as valiosas, as mais e menos importantes. Ao mesmo tempo, permitem
reconhecer a razão ou motivo pelo qual atribuímos dado valor a determinado objecto,
situação ou pessoa e justificar a maneira como nos comportamos perante os mesmos.

(ver manual pág. 79-94 e texto «O que são os valores»)

As sociedades actuais e os valores


Cultura – «conjunto dos traços distintivos, espirituais e materiais, intelectuais e
afectivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social. Ela engloba, além das
artes e das letras, os modos de vida, os direitos fundamentais do ser humano, os
sistemas de valores, as tradições e as crenças. A cultura dá ao homem a capacidade
de reflexão sobre si próprio. É ela que faz de nós seres humanos, racionais, críticos e
eticamente comprometidos. É por ela que o homem se exprime, toma consciência de
si mesmo, se reconhece como um projecto inacabado, põe em questão as suas
próprias realizações, busca incansavelmente novas significações e cria obras que o
transcendem.»
A cultura é, então, o conjunto das manifestações humanas que contrastam com a
natureza ou com o comportamento natural. Dela fazem parte, por exemplo, os
valores.
Cada cultura é expressão de um sistema de valores próprio que a identifica: entre
cultura e valores existe uma reciprocidade mútua. Por exemplo, quando falamos de
valores africanos, referimo-nos à cultura africana; ou quando nos referimos à cultura
chinesa, referimo-nos ao conjunto de valores chineses. É, então, no exercício da
cidadania no interior dessas culturas que o sistema de valores é utilizado.
Contudo, coloca-se a seguinte questão: haverá possibilidade de diálogo entre valores
diferentes e entre culturas distintas?

Multiculturalismo – fenómeno ou diálogo que se estabelece entre duas ou mais


culturas pelos membros dessas mesmas culturas. O multiculturalismo tem origens ou
razões diversas: desde o factor histórico da imigração até a questões comerciais ou
económicas – é o cruzamento entre culturas.
Que atitudes devemos ter perante outras culturas e perante outros valores?

Etnocentrismo – atitude de um sujeito através do qual ele observa as outras culturas


em função da sua própria cultura; tentativa de impor a sua cultura pela inferiorização
das outras.
É importante não confundir o etnocentrismo com racismo (atitude de crença de que
existem certas etnias inatas e biologicamente determinadas que são inferiores às
outras). Estas duas formas de pensamento são obstáculos aos contactos entre
culturas.

Relativismo cultural – atitude que defende a validade e a riqueza de qualquer


sistema cultural, negando qualquer valorização moral e física do mesmo sobre os
outros. «O relativismo cultural desafia a nossa crença habitual na objectividade e
universalidade da verdade moral. Afirma (…) que não existe verdade universal em
ética; existem apenas os vários códigos morais e nada mais. Além disso, o nosso
próprio código moral não tem um estatuto especial: é apenas um entre muitos.»
Os relativistas culturais argumentam que «não há uma “verdade” objectiva na
moralidade. Certo e errado são apenas questões de opinião e as opiniões variam de
cultura para cultura. Podemos chamar a isto o argumento das diferenças culturais»; o
seu erro é a tentativa de derivar uma conclusão substancial sobre um tema «partindo
do mero facto de as pessoas discordarem a seu respeito».

Interculturalismo – posição sociológica de aceitação do cruzamento entre culturas;


atitude que defende o respeito por todas as culturas e que todas as culturas estão em
pé de igualdade. É um modo de estar em conjunto com aceitação das diferenças
culturais e o acolhimento dessas culturas.
Este modelo acentua o carácter interactivo e relacional do multiculturalismo. «Mais
do que uma co-existência pacífica de diferentes comunidades, o modelo intercultural
afirma-se no cruzamento e miscigenação cultural, sem aniquilamentos, nem
imposições. Mais do que uma simples aceitação do “outro” a verdadeira tolerância
numa sociedade intercultural propõe o acolhimento do outro e transformação de
ambos com esse encontro.»
. Aculturação – sucede quando duas culturas distintas são absorvidas, uma pela
outra, formando uma cultura diferente; conjunto dos fenómenos que resultam de
um contacto contínuo e directo entre grupos de indivíduos de culturas diferentes
e que conduzem as mudanças nos padrões iniciados num ou nos dois grupos.
. Etnocídio – consiste no extermínio físico e cultural de um povo; destruição
sistemática da cultura de um grupo, ou seja, a eliminação, por todos os meios,
não só dos seus modos de vida, mas também dos seus modos de pensamento.
. Genocídio – consiste em actos com a intenção de destruir fisicamente, total ou
parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.

Esquecimento vs. Memória:


O esquecimento engloba o perdão e permite mais facilmente atingir a felicidade; por
outro lado, pode propiciar a repetição dos mesmos pode impedir a acontecimentos e
leva ao desrespeito das vítimas e à tentativa de desagravamento da situação passada.
A memória pode impedir a repetição e mantém o respeito pela gravidade dos
acontecimentos; por outro lado, prolonga o ódio, causa o sentimento de vingança e
pode impedir a superação da situação.
O ideal será uma combinação das duas linhas de pensamento, com a memória do
acontecimento em si e o esquecimento individual das situações terríveis, mantendo-
se, no entanto, no conhecimento geral e sendo transmitidas às gerações futuras, para
que não haja a repetição.

A dimensão ético-política

A ética e a moral
Moral: conjunto de condutas e normas que são consideradas válidas por um grupo,
sociedade ou cultura.
Ética: reflexão sobre o porquê de considerar válidas essas condutas e normas e a sua
comparação com outras assumidas por pessoas diferentes.
Enquanto a moral faz parte da vida quotidiana das sociedades e dos indivíduos, a
ética é um saber filosófico. Ambas têm o objectivo de nos orientar a formar um bom
carácter, que nos permita ser justos e felizes.

A ética e a política
Política: «etimologicamente, é a actividade ou arte de governar a “polis” – cidade-
estado. A política é uma forma de enquadramento das relações sociais, propondo-se
assim gerir todos os aspectos da vida social de uma comunidade, em função de fins
considerados ideais, com vista à realização do bem-estar colectivo. Supõe um poder
comum e uma partilha do poder.»
Enquanto a ética tem a ver com a vida privada, a política tem a ver com a vida
pública.

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