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Aula 03

Questões Comentadas de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico de Seguro Social -


2016

Professor: Herbert Almeida


Noções de Direito Administrativo – INSS
Técnico de Seguro Social
Questões Comentadas
Prof. Herbert Almeida – Aula 03
AULA 3: Serviços públicos. Controle da
Administração. Improbidade administrativa.
Processo Administrativo.

Sumário
SERVIÇOS PÚBLICOS ..................................................................................................................... 2
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................................. 12
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................................................... 26
PROCESSO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................... 49
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ............................................................................................ 66
GABARITO ................................................................................................................................. 78
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 78

Olá pessoal, tudo bem?

Na aula de hoje, vamos estudar os seguintes itens do edital: “7


Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e
controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão,
permissão, autorização. 8 Controle e responsabilização da
administração: controle administrativo; controle judicial; controle
legislativo; responsabilidade civil do Estado. Lei nº. 8.429/92 e
alterações posteriores (dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício
de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública
direta, indireta ou fundacional e dá outras providências). 9 Lei
n°9.784/99 e alterações posteriores (Lei do Processo
Administrativo).”.

Aos estudos, aproveitem!

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SERVIÇOS PÚBLICOS

CONCEITO

Serviço público é “toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados,
basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades
essenciais e secundárias da coletividade.” (Carvalho Filho, 2014).

FORMAS DE DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

1. CONCESSÃO de serviços públicos, precedida ou não de obra pública:


a. é celebrada por contrato administrativo;
b. é necessariamente por tempo determinado, admitindo-se prorrogação;
c. sempre exige licitação na modalidade de concorrência, exceto no caso em que é
aplicável o leilão;
d. só se aplica à pessoas jurídicas e a consórcio de empresas;
e. exige lei autorizativa prévia, com exceção das hipóteses previstas no art. 2º da Lei
9.074/1995 (saneamento básico, limpeza urbana e hipóteses previstas nas
constituições e leis orgânicas).
2. PERMISSÃO de serviços públicos:
a. é celebrada por contrato de adesão, de caráter precário, revogável a qualquer
tempo pela Administração;
b. é necessariamente por tempo determinado, admitindo-se prorrogação;
c. sempre exige licitação, mas não necessariamente por concorrência;
d. pode ser feita a pessoas físicas ou jurídicas;
e. exige lei autorizativa prévia, exceto nas hipóteses previstas no art. 2º da Lei
9.074/1995 (saneamento básico, limpeza urbana e hipóteses previstas nas
constituições e leis orgânicas).
3. AUTORIZAÇÃO de serviços públicos:
a. é formalizada por ato administrativo, unilateral e de caráter precário, revogável a
qualquer momento pela Administração e sem direito à indenização;
b. pode ser feita por prazo indeterminado;
c. não exige licitação;
d. pode ser feita a pessoas físicas ou jurídicas;
e. não exige lei autorizativa prévia.

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Muitos aspectos das questões sobre serviços públicos constam na Lei
8.987/1995. Por isso, colocamos um resumo mais breve e trabalharemos
os detalhes nas questões.

Vamos as questões.

1. (Cespe - Insp/PC CE/2012) A titularidade dos serviços públicos é conferida


expressamente ao poder público.
Comentário: o Poder Público é o titular dos serviços públicos. Dessa forma, ele
poderá prestá-lo diretamente ou, então, delegar a execução à iniciativa privada.
Neste último caso, somente a execução é transferida aos particulares, sendo
que a titularidade permanece por conta da Administração. Assim, o item está
correto.
Gabarito: correto.

2. (Cespe - ATA/MDIC/2014) O serviço de uso de linha telefônica é um típico


exemplo de serviço singular, visto que sua utilização é mensurável por cada usuário,
embora sua prestação se destine à coletividade.
Comentário: mesmo sendo um serviço que se destine à coletividade, o serviço
de linha telefônica é mensurável individualmente e, portanto, trata-se de serviço
singular. Também são exemplos de serviços dessa natureza a energia elétrica,
o gás canalizado, a água encanada, a coleta de lixo domiciliar e outros.
Gabarito: correto.

3. (Cespe - PT/PM CE/2014) Os serviços de energia domiciliar e os serviços de uso


de linha telefônica são considerados serviços uti universi, pois são prestados à
coletividade de forma indistinta e a grupamentos indeterminados de indivíduos.
Comentário: a definição de serviço uti universi (serviços coletivos, gerais ou
indivisíveis) está correta, pois são serviços prestados à coletividade de forma
indistinta e a grupamentos indeterminados de indivíduos. Todavia, os dois
exemplos (energia domiciliar e os serviços de uso de linha telefônica) são de
serviços singulares, pois são passíveis de mensuração individual. Portanto, a
questão está errada.
Gabarito: errado.

4. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) O serviço público de iluminação urbana, por ser


destinado a um número indeterminado de pessoas, classifica-se como serviço
coletivo.
Comentário: a iluminação urbana não é passível de mensuração individual, pois
alcança um número indeterminado de pessoas. Logo, classifica-se como

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serviço coletivo, geral ou indivisível. Conclui-se, pois, que a questão está
correta.
Gabarito: correto.

5. (Cespe - AA/PRF/2012) O serviço de iluminação pública pode ser considerado


uti universi, assim como o serviço de policiamento público.
Comentário: mais um item bem simples. A iluminação pública e o policiamento
urbano são serviços que beneficiam um número indeterminado de pessoas.
Além disso, não é possível quantificar o quanto cada usuário se utilizou desses
serviços. Logo, são também serviços uti universi (gerais). Portanto, o item está
correto.
Gabarito: correto.

6. (Cespe - AL/CAM DEP/2012) Os serviços públicos próprios são aqueles que


atendem às necessidades coletivas e que o Estado executa tanto diretamente quanto
indiretamente, por intermédio de empresas concessionárias ou permissionárias.
Comentário: nesta questão, a banca adotou a divisão tradicional de serviços
próprios e impróprios. Por serviço próprio, entende-se aquele que represente
comodidade material para a população, sendo disciplinado pelo regime de
direito público quando prestado pelo Estado direta ou indiretamente, neste
último caso por meio de concessão ou permissão de serviço público. Apesar
de a permissão admitir também a prestação por pessoas físicas, a questão não
pode ser considerada errada, pois não há nenhum termo restritivo do tipo
“somente” ou “apenas”. Assim, o item está correto.
Gabarito: correto.

7. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) A concessão, como delegação da prestação


de um serviço público, estabelece relação entre o concessionário e a administração
concedente, regendo-se pelo direito privado.
Comentário: na delegação de um serviço público, a relação entre o
concessionário e a Administração é regida predominantemente por direito
público. Dessa forma, a Administração age sob as prerrogativas inerentes ao
princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, podendo, entre
outras coisas, alterar unilateralmente as cláusulas contratuais ou impor
sanções.
Gabarito: errado.

8. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) A permissão e a concessão de serviços


públicos apresentam, entre outras, a seguinte diferença: a primeira pode ser feita à

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pessoa física ou à jurídica que, por sua conta e risco, demonstre capacidade para seu
desempenho; já a segunda, só à pessoa jurídica ou a consórcios de empresas.
Comentário: o artigo 2º da Lei 8.987/1995 apresenta a concessão como a
delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na
modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado.
Por outro lado, o mesmo artigo define a permissão como a delegação, a título
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.
Desse modo, temos a correção da assertiva.
Gabarito: correto.

9. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) Tanto a concessão de serviço público quanto


a autorização de serviço público são constituídas por meio de contrato administrativo.
Comentário: a Lei estabelece que as concessões aconteçam mediante contrato,
então a primeira parte da assertiva está correta. Porém, a ocorrência de
autorização de serviço público se dá através de ato administrativo, ou seja,
concedido pela Administração sob o regime jurídico de direito público, sem a
celebração de um contrato administrativo.
Gabarito: errado.

10. (Cespe - AUFC/TCU/2013) A permissão de serviço público possui contornos


bilaterais, mas, diferentemente da concessão de serviço público, não pode ser
caracterizada como de natureza contratual.
Comentário: a permissão realmente possui contornos bilaterais, mas,
diferentemente do que consta na questão, ela também possui natureza
contratual, assim como ocorre na concessão. O caput do art. 40 da Lei
8.987/1995 dispõe que a permissão de serviço público será formalizada
mediante contrato de adesão. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

11. (Cespe - Eng/MIN/2013) Um item que caracteriza a diferenciação entre


permissão e concessão de serviço público é a delegação de sua prestação a título
precário.
Comentário: o art. 40 da Lei 8.987/1995 dispõe que o contrato de adesão deve
observar as disposições quanto “à precariedade e à revogabilidade unilateral
do contrato pelo poder concedente”. Portanto, uma característica que

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diferencia a permissão da concessão é a sua precariedade. Portanto, a questão
está correta.
Gabarito: correto.

12. (Cespe - APF/PF/2012) Os contratos de concessão de serviços públicos sempre


exigem licitação prévia na modalidade concorrência.
Comentário: o item está errado, em decorrência do “sempre”, uma vez que o
art. 27 da Lei 9.074/1995 admite a adoção do leilão em privatizações simultâneas
com a concessão ou prorrogação de serviço público. Todavia, o item foi
anulado pelo simples motivo de a Lei 8.987/1995 não constar no edital da prova.
Estranhamente, a banca havia dado a questão preliminarmente como correta,
mas não “deu o braço a torcer” para alterar o gabarito para incorreto. Em
resumo, o item está errado, porém foi anulado por exceder o conteúdo do edital.
Gabarito: anulado.

13. (Cespe - Eng/MIN/2013) Nos casos de interesse público imediato, a licitação


poderá ser dispensada para as concessões que não forem precedidas de execução
de obras.
Comentário: seja precedida de obra pública ou não, as concessões sempre
serão precedidas de licitação, e sempre na modalidade de concorrência,
vejamos (art. 2º, Lei 8.987/1995):
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública:


a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou
melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua
realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do
serviço ou da obra por prazo determinado; (grifos nossos)

Logo, não existe a exceção prevista na questão. Portanto, o item está errado.
Gabarito: errado.

14. (Cespe - AUD/TCE ES/2012) A natureza jurídica é a principal diferença entre a


concessão de serviço público e a permissão de serviço público, consideradas,
respectivamente, contrato administrativo e ato administrativo.
Comentário: a doutrina considerava que a permissão era ato administrativo
unilateral e precário. No entanto, a Constituição Federal estabeleceu que a lei

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deveria dispor sobre o regime das empresas concessionárias e permissionárias
de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação,
bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão
ou permissão. Por conseguinte, a Lei 8.987/1995 definiu que a permissão se
daria por contrato de adesão que deveria observar as normas quanto à
precariedade e à revogabilidade unilateral. Portanto, o contrato de permissão
de serviço público não é “ato administrativo”. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

15. (Cespe - AA/PRF/2012) A concessão de serviço público, precedida ou não da


execução de obra pública, será formalizada mediante contrato administrativo.
Comentário: a concessão será sempre formalizada por contrato administrativo,
seja precedido de obra pública ou não. Nesse sentido, vejamos o que determina
o art. 4º da Lei 8.987/1995:
Art. 4o A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra
pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos
desta Lei, das normas pertinentes e do edital de licitação.

Portanto, a questão está correta.


Gabarito: correto.

16. (Cespe - TNS/PRF/2012) A permissão é a delegação, a título precário,


independentemente de licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.
Comentário: segundo o art. 2º, IV, da Lei 8.987/1995, a permissão de serviço
público é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de
serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
Logo, o único erro da questão é que a permissão depende de licitação.
Gabarito: errado.

17. (Cespe - DPF/2013) Em se tratando de permissão de serviço público, o serviço é


executado em nome do Estado por conta e risco do permissionário, e é atribuído
exclusivamente à pessoa jurídica.
Comentário: na permissão, o serviço é prestado em nome do permissionário,
por sua conta e risco. Além disso, a permissão pode ser atribuída à pessoa
física ou jurídica.
Gabarito: errado.

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18. (Cespe - AA/PRF/2012) As concessões e permissões de serviços públicos
deverão ser precedidas de licitação, existindo exceções a essa regra.
Comentário: a Constituição Federal determinou que “Incumbe ao Poder
Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos” (art.
175). Assim, diferentemente do que ocorre com as contratações previstas na
Lei 8.666/1993, em que a Constituição admitiu exceções (dispensa e
inexigibilidade), não existem nenhuma exceção para as concessões e
permissões. Dessa forma, sempre haverá necessidade de licitar, motivo pelo
qual a questão está errada.
Gabarito: errado.

19. (Cespe - AnaTA/SUFRAMA/2014) Tanto as concessões como as permissões de


serviços públicos devem ser precedidas de licitação.
Comentário: os dois regimes exigem a aplicação de licitação precedendo o
serviço. Contudo, no caso das concessões, a modalidade licitatória deverá ser
a concorrência; e para as permissões, não existe uma determinação legal.
Gabarito: correto.

20. (Cespe - ATA/MIN/2013) Constitui obrigação do poder público, ou de seus


delegados, fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e contínuos.
Comentário: segundo a Constituição, é dever da Administração fornecer à
coletividade um serviço adequado. Dessa forma, conforme disposto na Lei
8.987/1995, a prestação de um serviço apropriado deve satisfazer as condições
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade,
cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
Gabarito: correto.

21. (Cespe - Adv/AGU/2012) À concessionária cabe a execução do serviço


concedido, incumbindo-lhe a responsabilidade por todos os prejuízos causados ao
poder concedente, aos usuários ou a terceiros, não admitindo a lei que a fiscalização
exercida pelo órgão competente exclua ou atenue tal responsabilidade.
Comentário: ao assumir um serviço delegado pela Administração, seja por
concessão, seja por permissão, a delegada afirma ter competência para a
realização do serviço incumbido, com prazo determinado e por sua conta e
risco. Assim, se porventura, houver a ocorrência de prejuízo, a concessionária
deverá arcar com este, sem que a Administração interfira na situação.
O enunciado da questão é quase cópia do art. 25 da Lei 8.987/1995, vejamos:

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Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-
lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos
usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão
competente exclua ou atenue essa responsabilidade.

Gabarito: correto.

22. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) A falência de uma empresa concessionária de


serviço público gera a extinção da concessão e a reversão ao poder concedente dos
bens aplicados ao serviço.
Comentário: a concessão será extinta em caso de falência ou extinção da
empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular (art. 35, VI). A
Lei ainda estabelece que
§ 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens
reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário
conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.

Dessa forma, correta a questão.


Gabarito: correto.

23. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) Caso o poder concedente constate nulidade


na licitação ou na formação do contrato de concessão de serviço público durante sua
execução, cabe a caducidade do contrato por parte do poder concedente.
Comentário: a questão apresenta um caso de anulação de contrato e não de
caducidade, visto que se trata de uma ilegalidade. Além disso, a caducidade só
seria possível em caso de inexecução total ou parcial do contrato.
Gabarito: errado.

24. (Cespe - AJ/TJDFT/2013) O contrato de concessão de serviço público pode ser


rescindido por iniciativa da concessionária, mediante ação judicial especialmente
intentada para esse fim, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo
poder concedente.
Comentário: a rescisão é a extinção do contrato em decorrência de
inadimplência do poder concedente. Nesse caso, deverá ocorrer por iniciativa
da concessionária e será sempre por meio de ação judicial movida para este
fim. Vejamos o que estabelece a Lei 8.987/1995:
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da
concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo
poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse
fim.

Gabarito: correto.

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25. (Cespe - AUFC/TCU/2013) A rescisão, como forma de extinção da concessão, é
de iniciativa da administração, determinada por ato unilateral e escrito no caso de
descumprimento, pelo concessionário, de obrigações regulamentares.
Comentário: acabamos de ver que a rescisão é de iniciativa do particular, por
meio de ação judicial, para extinguir o contrato por inadimplência da
Administração. O caso descrito na questão seria de caducidade
(descumprimento das obrigações pela concessionária). Logo, a questão está
errada.
Gabarito: errado.

26. (Cespe - Adv/AGU/2012) Reversão consiste na transferência, em virtude de


extinção contratual, dos bens do concessionário para o patrimônio do concedente.
Comentário: quando da extinção do contrato, os direitos e privilégios
transferidos ao concessionário retornam ao poder concedente. O mesmo
ocorre com os bens reversíveis, que são aqueles previstos no contrato para
serem incorporados ao patrimônio do poder concedente em caso de
encerramento do contrato. Estes bens reversíveis são fundamentais para dar
continuidade ao serviço público e, portanto, devem ser incorporados ao
patrimônio público com essa finalidade, sendo que o concessionário receberá
a devida indenização.
Gabarito: correto.

27. (Cespe - Especialista em Regulação/Anatel/2009) Pelo princípio da modicidade


tarifária, protege-se a margem de lucro do concessionário contra o efeito corrosivo da
inflação, mas não contra eventos imprevistos, provocados por circunstâncias
macroeconômicas ou pela própria administração.
Comentário: o princípio da modicidade tarifária, além de garantir a cobrança de
taxas acessíveis aos usuários do serviço público, deve garantir a margem de
lucro do concessionário contra imprevistos que signifiquem um aumento de
custo na prestação do serviço, bem como contra o efeito da inflação. Com
efeito, além de eventos imprevistos, as alterações realizadas unilateralmente
pela Administração também geram o dever de revisar o equilíbrio econômico-
financeiro. Dessa forma, o item está errado.
Gabarito: errado.

28. (Cespe - Eng/MIN/2013) Nas concessões de serviço público, ainda que haja
transferência de risco para o prestador do serviço, não cabe revisão de tarifas para
garantir o reequilíbrio econômico-financeiro, ficando restrita a atualização apenas ao
reajustamento anual.

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Comentário: de fato há transferência de riscos ao prestador do serviço. No
entanto, admite-se, no contrato de concessão, tanto a revisão quanto o reajuste.
Esta ocorre em situações normais, representando mera atualização do valor da
tarifa. Aquela, por sua vez, destina-se a manter o equilíbrio econômico
financeiro do contrato. Assim, eventuais alterações unilaterais que impactem
no equilíbrio econômico financeiro geram o dever de revisar os termos para
manter o mencionado equilíbrio. Enfim, situações decorrentes da chamada
“álea extraordinário e extracontratual” geram a revisão das cláusulas
econômico-financeiras do contrato de concessão.
Gabarito: errado.

29. (Cespe - AA/PRF/2012) A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante


taxas ou tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam
o seu aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade.
Comentário: isso mesmo. Tal afirmação se refere a um dos princípios do serviço
público, qual seja o princípio da modicidade das tarifas. Segundo ele, os
serviços devem ser remunerados a preços módicos, devendo ser avaliado o
poder econômico dos usuários, proporcionando tarifas acessíveis à população,
para evitar que as dificuldades financeiras deixem um universo de pessoas sem
possibilidade de acesso aos serviços.
Gabarito: correto.

30. (Cespe - AUFC/TCU/2013) Nos contratos de concessão de serviço público,


vigora a regra da unicidade da tarifa, vedado o estabelecimento de tarifas
diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos,
ressalvados os casos provenientes do atendimento a segmentos idênticos de
usuários que, pelo vulto dos investimentos, exijam tal distinção.
Comentário: vejamos o que estabelece o art. 13 da Lei 8.987/1995:
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características
técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos
segmentos de usuários.

Portanto, diferentemente do que consta na questão, admite-se o


estabelecimento de tarifas diferenciadas em função das características técnicas
e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos
de usuários.
Gabarito: errado.

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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO

Segundo José dos Santos Carvalho Filho, pode-se denominar de controle da


Administração Pública “o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio
dos quais se exerce o poder de fiscalização e revisão da atividade administrativa em
qualquer das esferas de Poder”.

TIPOS OU CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE

De forma geral, podemos apresentar os seguintes tipos de classificações


para o controle da Administração Pública:

 quanto ao fundamento, à existência de hierarquia ou à amplitude:


a) hierárquico – que resulta do escalonamento hierárquico dos órgãos
administrativos;
b) finalístico – aquele que não possui fundamento na hierarquia.

 quanto à origem ou ao posicionamento do órgão que o efetua:


a) interno – realizado no âmbito da própria Administração ou por órgão do
mesmo Poder que editou o ato controlado;
b) externo – realizado por órgão independente ou de outro Poder do que
efetuou o ato controlado;

c) popular – efetuado pela sociedade civil ou pelos administrados em geral.

 quanto ao órgão que o exerce:


a) administrativo – aquele que decorre das funções administrativas do órgão;
b) legislativo – é o controle realizado no exercício da função típica do Poder
Legislativo de fiscalizar1. Divide-se em controle parlamentar direto (exercido
diretamente pelo Congresso Nacional); e controle parlamentar indireto
(exercido pelo Tribunal de Contas da União);
c) judicial – é o controle realizado pelo Poder Judiciário sobre a atuação da
Administração Pública.
 quanto ao momento em que se efetua:
a) prévio – é o controle preventivo realizado atos do início da prática do ato ou
antes de sua conclusão;
b) concomitante – ocorre durante o processo de formação do ato controlado;
c) posterior – também chamado de subsequente, é o controle que ocorre após
a conclusão do ato.

 quanto ao aspecto da atividade administrativa controlada:

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Em linhas gerais, o Poder Legislativo possui duas funções típicas: legislar e fiscalizar.

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a) de legalidade ou legitimidade – procura verificar a conformação do ato ou
do procedimento com as normas legais que o regem;
b) de mérito – tem por objetivo comprovar a eficiência e os resultados do ato,
além dos aspectos de conveniência e oportunidade.

NATUREZA E ASPECTOS DO CONTROLE

O art. 70, caput, da Constituição da República apresenta um importante dispositivo no


que se refere ao controle da Administração Pública, Vejamos:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.

Por esse dispositivo, podemos analisar o controle da Administração Pública quanto à


natureza em contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial.

A fiscalização contábil destina-se à análise dos lançamentos e da escrituração


contábil. A fiscalização financeira tem como objeto verificar a arrecadação das
receitas e a execução das despesas. A fiscalização orçamentária, por sua vez,
refere-se à elaboração e execução dos orçamentos. A fiscalização operacional,
que é a novidade na Constituição Federal de 1988, refere-se ao desempenho dos
programas de governo e dos processos administrativos. Por fim, a fiscalização
patrimonial se refere ao controle e guarda do patrimônio público (bens móveis
e imóveis).

O art. 70, caput, da CF ainda aborda os aspectos do controle quanto à legalidade,


legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.

O controle de legalidade verifica à obediência das normas legais pelo responsável


fiscalizado. A legitimidade, por sua vez, é um complemento à legalidade. Para ser
legítimo, um ato deve atender à moralidade, à conformação do ato com os valores e
princípios do direito e da Administração Pública, destinando-os aos objetivos estatais.

A economicidade, ou princípio da economicidade, está intimamente relacionada ao


princípio da eficiência. Tecnicamente, a economicidade é definida como a minimização
de custos no desenvolvimento de uma atividade, sem comprometer os padrões de
qualidade.

A Constituição ainda determina que o controle da Administração Pública deverá verificar


a aplicação de subvenções e renúncias de receitas.

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CONTROLE INTERNO

Pontua Hely Lopes Meirelles2 que o controle interno é todo aquele realizado pela
entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria
Administração. Dessa forma, o controle realizado pelo Poder Executivo sobre seus
serviços e agentes é considerado interno. Da mesma forma, será interno o controle
realizado pelo Legislativo ou Judiciário, por seus órgãos administrativos, no exercício de
suas funções atípicas de administrar.

Na CF/88, o controle interno encontra-se disciplinado especialmente no art. 74, que


impõe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário mantenham, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I. avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução


dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II. comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e


eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;

III. exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;

IV. apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

CONTROLE INTERNO

O controle externo é aquele realizado por um Poder sobre os atos administrativos


praticados por outro Poder.

Nesse contexto, podemos exemplificar o controle externo quando o Poder Judiciário


anula um ato administrativo do Poder Executivo; quando o Congresso Nacional susta os
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49,
V); quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas anualmente pelo Presidente
da República (CF, art. 49, IX); quando o Senado Federal aprova a escolha do Presidente
e dos dirigentes do Banco Central (CF, art. 52, III, “d”); quando o Tribunal de Contas
da União julga as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos
públicos (CF, art. 71, II); etc.

Sugerimos profundamente a leitura cautelosa dos artigos 70 a 75 da Constituição


Federal, que abordam várias regras sobre o controle da Administração Pública. Os
artigos 71, 72, 73 e 75 abordam os assuntos mais cobrados no que se refere ao controle
externo.

Vamos resolver algumas questões!

2
Meirelles, 2013, p. 742.

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31. (Cespe - Proc/TC DF/2013) Em relação ao controle externo exercido pelo
Congresso Nacional, a fiscalização financeira diz respeito ao acompanhamento da
execução do orçamento e da verificação dos registros adequados nas rubricas
orçamentárias.
Comentário: a elaboração e execução do orçamento é finalidade da fiscalização
orçamentária, que verifica, entre outras coisas, o adequado registro nas
rubricas orçamentárias. A fiscalização financeira, por outro lado, verifica se a
receita e a despesa estão sendo executadas da forma adequada. Assim, a
questão está errada.
Gabarito: errado.

32. (Cespe - AFT/MTE/2013) O controle da administração realizado pelo Poder


Legislativo com o auxílio do TCU abrange o denominado controle de economicidade,
pelo qual se verifica se o órgão público procedeu da maneira mais econômica na
aplicação da despesa, atendendo à adequada relação de custo-benefício.
Comentário: a economicidade se refere à minimização de custos, sem
comprometimento dos padrões de qualidade. Nessa esteira, busca-se a
adequada relação custo benefício. Ademais, o art. 70 da CR fala em “controle
externo”, que será exercido “pelo Congresso Nacional”. Essa atribuição é
complementada pelo art. 71, caput, que “o controle externo, a cargo do
Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União”. Logo, podemos perceber que a questão está correta.
Gabarito: correto.

33. (Cespe - Defensor Público/DPE-RR/2013 – adaptada) O controle exercido pela


administração direta sobre as autarquias é finalístico, externo e administrativo e não
se baseia na subordinação hierárquica.
Comentário: o Cespe considerou o item como correto, demonstrando que o
entendimento da banca é que o controle exercido pela Administração Direta
sobre as entidades administrativas classifica-se como externo.
Gabarito: correto.

Porém, recentemente, o Cespe aplicou uma questão controvertida, que,


em nossa opinião, merecia no mínimo a anulação, vejamos.

34. (Cespe – Agente Administrativo/MDIC/2014) As formas de controle interno na


administração pública incluem o controle ministerial, exercido pelos ministérios sobre
os órgãos de sua estrutura interna, e a supervisão ministerial, exercida por
determinado ministério sobre as entidades da administração indireta a ele vinculadas.

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Comentário: em primeiro lugar, é importante separar o controle ministerial, que
é aquele exercido por um ministério sobre os órgãos a ele subordinados. Nesse
caso, não há nenhuma dúvida que se trata de controle interno.
Por outro lado, a supervisão ministerial se trata do controle exercido pela
Administração Direta sobre a Indireta, mais especificamente o controle
realizado pelo ministério ao qual a entidade administrativa encontra-se
vinculada. Como vimos acima, importantes doutrinadores consideram isso
como forma de controle externo, fato até confirmado em questões do Cespe.
Assim, o mínimo que deveria ter ocorrido era a anulação da questão.
Além disso, essa questão parece ter sido retirada do livro do Prof. José dos
Santos Carvalho Filho, que dispõe o seguinte3:
O controle ministerial é o exercido pelos Ministérios sobre os órgãos de
sua estrutura administrativa e também sobre as pessoas da Administração
Indireta federal. Naquele caso o controle é interno e por subordinação e
neste é externo e por vinculação. Quando se exerce sobre as entidades
da administração descentralizada recebe a denominação de supervisão
ministerial, prevista no Decreto-lei nº 200/1967, cujo art. 19 estampa a
regra de que “todo e qualquer órgão da administração federal, direta ou
indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de Estado competente ”.
(grifos nossos)
Parece claro, portanto, que o autor coloca a supervisão ministerial como forma
de controle externo. Portanto, entendemos que o gabarito deveria ser questão
errada, mantendo consonância com o posicionamento da banca.
Gabarito: correto (mas o adequado seria considerar o item errado ou anulá-lo).

Será que o entendimento do Cespe evoluiu?

A resposta é não! Isso porque, três meses após essa prova do MDIC, a
banca voltou a aplicar uma questão afirmando categoricamente que o
controle exercido pela Administração sobre as entidades da administração
indireta é externo, vejamos:

35. (Cespe – ANAP/TC-DF/2014) O controle exercido pela administração sobre as


entidades da administração indireta, denominado tutela, caracteriza-se como controle
externo. Na realização desse controle, deve-se preservar a autonomia da entidade,
nos termos de sua lei instituidora.
Comentário: o item foi considerado correto, não deixando dúvidas sobre o
entendimento do Cespe/Unb para este assunto.
Gabarito: correto.

3
Carvalho Filho, 2014, 960.

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36. (Cespe – Analista Judiciário/Administração/STM/2011) O termo controle
interno exterior pode ser utilizada para designar o controle efetuado pela
administração sobre as entidades da administração indireta.
Comentário: nesse caso, a banca adotou os ensinamentos do Prof. Celso
Antônio Bandeira de Mello, segundo o qual o controle efetuado pela
administração sobre as entidades da administração indireta pode ser chamado
de interno exterior.
Gabarito: correto.

37. (Cespe - Assessor Técnico Jurídico/TCE-RN/2009) Entre os vários critérios


adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que o distingue
entre interno e externo, dependendo de o órgão que o exerça integrar ou não a própria
estrutura em que se insere o órgão controlado. Nesse sentido, o controle externo é
exercido por um poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta.
Comentário: aqui sacramento o posicionamento de Maria Sylvia Zanella Di
Pietro e José dos Santos Carvalho Filho, ou seja, é controle externo aquele
exercido por um poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a
indireta.
Gabarito: correto.

Retomando a aula!

38. (Cespe - TJ/TRE RJ/2012) A administração pública está sujeita a controle interno
— realizado por órgãos da própria administração — e a controle externo — a cargo
de órgãos alheios à administração.
Comentário: quando a questão fala em “própria administração” ela quer dizer
no mesmo Poder. Assim, será interno o controle realizado pelos órgãos da
própria Administração e externo o controle realizado por órgãos alheios.
Essa designação “própria administração” consta na obra de Hely Lopes
Meirelles. Assim, a questão está correta.
Gabarito: correto.

39. (Cespe - PT/PM-CE/2014) Considera-se controle por vinculação o poder de


fiscalização e correção que os órgãos da administração centralizada exercem sobre
as pessoas jurídicas que integram a administração indireta.
Comentário: o controle da administração centralizada, ou direta, realizado sobre
a administração descentralizada, ou indireta, denomina-se controle finalístico.
Além disso, pode ser chamado de controle por vinculação, uma vez que não há
subordinação entre o controlador e o controlado, mas apenas a vinculação.

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Outras formas de designar essa forma de controle é a tutela ou supervisão
ministerial. Portanto, o item está correto.
Gabarito: correto.

40. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) O controle prévio dos atos administrativos do Poder
Executivo é feito exclusivamente pelo Poder Executivo, cabendo aos Poderes
Legislativo e Judiciário exercer o controle desses atos somente após sua entrada em
vigor.
Comentário: todos os Poderes podem exercer o controle prévio dos atos do
Poder Executivo. Aos órgãos do próprio Poder Executivo podem ser atribuídas
competências de fiscalização prévia, como a necessidade de aprovação de um
projeto antes do início de uma obra, por exemplo.
O Poder Legislativo, por sua vez, possui competência para aprovar previamente
a nomeação de determinadas autoridades escolhidas pelo Presidente da
República, como a indicação do Presidente e os diretores do Banco Central (CF,
art. 52, III, “d”).
Por fim, a Constituição Federal defende, no artigo 5º, XXXV, o acesso ao Poder
Judiciário para afastar lesão ou ameaça a direito. Assim, é possível que o
controle judicial ocorra antes mesmo da ocorrência do ato.
Portanto, o item está errado, pois há possibilidade de controle prévio pelos
Poderes Legislativo e Judiciário.
Gabarito: errado.

41. (Cespe - DPF/2013) O controle prévio dos atos administrativos é de competência


exclusiva da própria administração pública, ao passo que o controle dos atos
administrativos após sua entrada em vigor é exercido pelos Poderes Legislativo e
Judiciário.
Comentário: o item é somente para fixação, pois vai na mesma linha da questão
anterior. A afirmativa está errada, uma vez que os três Poderes podem exercer
o controle prévio.
Gabarito: errado.

42. (Cespe - PT/PM CE/2014) O controle administrativo sobre os órgãos da


administração direta é um controle interno, que permite à administração pública anular
os próprios atos, quando ilegais, ou revogá-los, quando inoportunos ou
inconvenientes.
Comentário: vejamos o conteúdo da Súmula 473 do STF:
Súmula 473 – A Administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos;

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ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Com efeito, o controle administrativo é sempre um controle interno, que permite


que a Administração Pública anule seus próprios atos, quando ilegais, ou
revogue-os por motivo de conveniência ou oportunidade.
Gabarito: correto.

43. (Cespe - Proc/TC DF/2013) O controle administrativo é um controle de


legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas
próprias condutas.
Comentário: de fato o controle administrativo é um controle de legalidade e
mérito. No entanto, todos os Poderes exercem esse tipo de controle quando
estiverem no exercício da função administrativa. Logo, não é exclusividade do
Poder Executivo, o que torna a questão errada.
Gabarito: errado.

44. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Os órgãos administrativos do Poder Judiciário, no


exercício do controle administrativo, podem confirmar ou rever condutas internas,
conforme aspectos de legalidade ou de conveniência e oportunidade.
Comentário: nesse caso, a questão abordou especificamente os órgãos
administrativos do Poder Judiciário, logo estamos falando do desempenho da
função administrativa desse Poder. Nesse caso, é possível que o Judiciário
exerça o controle administrativo sobre os seus próprios atos, podendo
confirmar ou rever condutas internas, conforme aspectos de legalidade ou de
conveniência e oportunidade (mérito). Portanto, a assertiva está correta.
Gabarito: correto.

45. (CESPE - Tec MPU/2013) O direito de petição constitui instrumento de controle


administrativo da administração pública.
Comentário: os instrumentos utilizados no controle administrativo são a
fiscalização hierárquica, o direito de petição, o processo administrativo – bem
como seus recursos administrativos, e o instrumento da arbitragem. O direito
de petição encontra-se previsto no art. 5º, XXXIV, “a”, da CF, como forma de
assegurar o direito do administrado de obter resposta da Administração Pública
para a defesa de direitos ou contra ilegalidades ou abuso de poder.
Gabarito: correto.

46. (Cespe - Administrador/MIN/2013) O controle administrativo tem como


fundamento o dever-poder de autotutela que a administração pública tem sobre suas
atividades, atos e agentes, sendo um de seus instrumentos o direito de petição.

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Comentário: o fundamento do controle administrativo é o poder-dever de
autotutela, já consagrado na famosa Súmula 473 do STF. Com efeito, dentre as
várias formas de controle administrativo, podemos mencionar o direito de
petição, ou seja, o direito do administrado de obter resposta.
Gabarito: correto.

47. (Cespe - ATA/MJ/2013) O controle administrativo é instrumento jurídico de


fiscalização sobre a atuação dos agentes e órgãos públicos, realizado de ofício por
iniciativa própria, não se aceitando provocação da parte interessada.
Comentário: o item começa bem, mas termina com um erro. Isso porque o
controle administrativo pode ser realizado de ofício ou mediante provocação do
interessado.
Gabarito: errado.

48. (Cespe - AJ/TJDFT/2013) O cidadão que denuncie ilegalidades e condutas


abusivas praticadas por determinado servidor do TJDFT no exercício da função
pública, mesmo não sendo diretamente afetado pela irregularidade perpetrada, deve
fazê-lo por meio do instituto da reclamação.
Comentário: na reclamação, o administrado está questionando um ato que afete
diretamente um direito seu, ou seja, a pessoa deve ser diretamente afetada pela
irregularidade. Quando não há essa relação direta, o instrumento adequado é a
representação. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

49. (Cespe - Proc/TC DF/2013) Caso deseje o reexame de decisão relativa a


determinado ato administrativo pela mesma autoridade que a emanou, o interessado
deverá realizar um pedido de reconsideração. Se a autoridade à qual o interessado
se dirigir não ocupar cargo na hierarquia do órgão que emitiu o ato, o recurso
interposto será um recurso hierárquico impróprio.
Comentário: esse item parece um pouco confuso, por isso deve ser analisado
com calma. São duas orações distintas que devem ser verificadas. No primeiro
momento, o item afirma que o recurso dirigido à mesma autoridade que tomou
a decisão é um pedido de reconsideração, o que está correto, uma vez que esse
é o instrumento utilizado com essa finalidade, isto é, pedir que a mesma
autoridade reconsidere o ato.
No segundo momento, a questão aborda uma nova classificação, tratando
como recurso hierárquico impróprio aquele dirigido à autoridade que não ocupa
cargo na mesma hierarquia daquela que emitiu o ato, o que também é
verdadeiro. Um exemplo é o recurso direcionado ao Conselho Administrativo
de Recursos Fiscais – CARF, que é um órgão especializado no julgamento de

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recursos contra as decisões de delegacias da Secretaria da Receita Federal do
Brasil.
Gabarito: correto.

50. (Cespe - Proc/AGU/2013) O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é


dirigido à autoridade de órgão não integrado na mesma hierarquia daquela que
proferiu o ato, independe de previsão legal.
Comentário: o recurso hierárquico (próprio) ocorre quando há hierarquia e,
como nessa situação o controle é absoluto, independe de previsão legal. Por
outro lado, o controle hierárquico impróprio só ocorre se existir expressa
previsão legal, estabelecendo o órgão competente, as hipóteses de ocorrência
e os limites de atuação. Assim, a questão está errada.
Gabarito: errado.

51. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Com base no princípio da autotutela, e em qualquer


tempo, a administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando estes
estiverem eivados de vícios.
Comentário: com base no princípio da autotutela, a Administração Pública tem
o poder-dever de rever seus atos quando estiverem eivados de vícios
(ilegalidades). No entanto, isso não ocorre a qualquer tempo. Nessa
perspectiva, vamos dar uma olhada no conteúdo do art. 54 da Lei 9.784/1999:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Outras leis específicas podem estabelecer outros prazos. Caso não exista
nenhuma previsão legal, a doutrina adota o prazo prescricional de dez anos que
consta no art. 205 do Código Civil.
Gabarito: errado.

52. (Cespe - AJ/CNJ/2013) O controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder


Legislativo de fiscalizar e controlar os atos praticados pelas entidades integrantes da
administração direta, não sendo cabível este tipo de controle em face dos entes que
compõem a administração indireta.
Comentário: o controle legislativo pode ser exercido sobre as funções
administrativas de todos os Poderes, mas direciona-se com maior força aos
atos do Poder Executivo e da administração indireta. Nesse sentido, vale a
leitura da competência atribuída ao Congresso Nacional pelo art. 49, X, da CF:
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos
do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

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Além disso, ainda podemos mencionar o exercício do poder de fiscalização do
Tribunal de Contas da União, que é considerado controle parlamentar e alcança
todas as entidades da administração direta e indireta. Logo, o item está
incorreto.
Gabarito: errado.

53. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Portaria de caráter normativo editada pelo Ministério
da Educação que seja ilegal poderá ser sustada pelo Congresso Nacional.
Comentário: a Constituição Federal outorgou a competência ao Congresso
Nacional para sustar os “atos normativos” do Poder Executivo. Portanto,
podemos incluir nesse caso as portarias normativas dos ministros de Estado,
conforme o caso mencionado na questão. Assim, o item está correto.
Gabarito: correto.

54. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que a SUFRAMA, autarquia


vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pretenda
contratar serviços de consultoria para auxiliar na elaboração do Plano Diretor
Plurienal da ZFM, julgue o item a seguir.
Realizada, a referida contratação estará submetida ao controle do Tribunal de Contas
da União, órgão que auxilia o Congresso Nacional na sua atividade de controle
externo.
Comentário: o controle externo realizado pelo Tribunal de Contas da União
alcança todas as entidades da administração direta e indireta. Dessa forma, a
contratação realizada pela Suframa estará submetida ao controle do TCU. Com
efeito, o titular do controle externo é o Congresso Nacional, sendo que o TCU o
auxilia no exercício dessa atividade. Logo, a questão está correta.
Lembrando, porém, que não se trata de um órgão “auxiliar”, mas sim de um
órgão que presta auxílio, pois existem atribuições próprios do Tribunal de
Contas que são exercidas sem nenhuma participação do Congresso e que,
inclusive, não podem ser modificadas por este último órgão.
Gabarito: correto.

55. (Cespe - ACE/TC DF/2012) Cabe ao controle parlamentar apreciar a legalidade


dos atos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do
Poder Executivo, e não avaliar a economicidade de tais gastos e contas.
Comentário: o art. 70, CF, estabelece que a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle

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interno de cada Poder. Assim, a questão está incorreta, pois é possível analisar
a atuação administrativa sobre os aspectos da legitimidade, legalidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas.
Gabarito: errado.

56. (Cespe - Adm/MIN/2013) O controle legislativo, que se aplica estritamente à


administração pública direta, restringe-se ao controle político e financeiro.
Comentário: o controle legislativo não se resume à administração pública direta
(de todos os Poderes), alcançando também as entidades da administração
indireta. Por isso, já poderíamos considerar a questão errada. A parte final do
item, no entanto, fica um pouco complicada de julgar. Isso porque há inúmeras
formas de designar a competência de fiscalização prevista no art. 70 da CF.
Alguns doutrinadores chamam ela apenas de “fiscalização financeira”, o que
tornaria a parte final da questão como correta. De outra forma, porém,
poderíamos entender essa parte como errada, pois não mencionou o controle
contábil, orçamentária, operacional e patrimonial. De qualquer forma, a questão,
como um todo, está errada.
Gabarito: errado.

57. (Cespe - Proc/AGU/2013) O TCU tem o dever de prestar ao Congresso Nacional,


a qualquer de suas Casas ou de suas comissões, informações sobre a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial que executar, bem como
sobre os resultados das auditorias e inspeções que realizar.
Comentário: essa é a regra estabelecida art. 71, VII, da CF, que determina que o
TCU deve prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas. Assim, o item está
perfeito.
Gabarito: correto.

58. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Ao Tribunal de Contas da União não cabe julgar as
contas dos administradores de sociedades de economia mista e empresas públicas,
visto que a participação majoritária do Estado na composição do capital não
transmuda em públicos os bens dessas entidades.
Comentário: a Constituição Federal estabelece que compete ao Tribunal de
Contas da União “julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público

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federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público” (CF, art. 71, II).
Perceba que não há nenhuma exceção na administração indireta, ou seja, o
controle do TCU alcança as empresas públicas e sociedades de economia
mista.
Antigamente, existia o entendimento de que as empresas públicas e as
sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não se
submetiam ao controle do Tribunal de Contas da União. No entanto, em 2005, o
STF mudou esse entendimento, concluindo que os tribunais de contas
possuem competência para fiscalizar as empresas estatais exploradoras de
atividade econômica. Nesse sentido, vejamos a ementa do MS 25.092/DF4:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: FISCALIZAÇÃO PELO TRIBUNAL DE
CONTAS. ADVOGADO EMPREGADO DA EMPRESA QUE DEIXA DE
APRESENTAR APELAÇÃO EM QUESTÃO RUMOROSA. I. - Ao Tribunal de
Contas da União compete julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder
público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443,
de 1992, art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de economia
mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização
do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao
regime celetista. III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o responsável
pelo seu acompanhamento em juízo deixa de apelar. O argumento de que a
não-interposição do recurso ocorreu em virtude de não ter havido adequada
comunicação da publicação da sentença constitui matéria de fato dependente
de dilação probatória, o que não é possível no processo do mandado de
segurança, que pressupõe fatos incontroversos. IV. - Mandado de segurança
indeferido. (STF, MS 25.092/DF, Relator Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal
Pleno, julgamento em 10/11/2005, publicação no DJ 17/3/2006, p. 6)

Assim, conclui-se que o item está errado.


Gabarito: errado.

59. (Cespe - PRF/2013) Os atos praticados pelos agentes públicos da PRF estão
sujeitos ao controle contábil e financeiro do Tribunal de Contas da União.
Comentário: a Polícia Rodoviária Federal é um órgão da administração direta e
que administra recursos públicos federais, logo os atos de seus agentes
públicos submetem-se ao controle do Tribunal de Contas da União. Mesmo

4
Disponível em MS 25.092/DF.

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mencionando somente o controle contábil e financeiro, isso não torna a questão
incorreta.
Gabarito: correto.

60. (Cespe – AnaTA/SUFRAMA/2014) Uma das formas de controle da


administração pública é o controle judicial, que incide tanto sobre o mérito quanto
sobre a legalidade dos atos da administração pública.
Comentário: o controle judicial é um controle de legalidade e legitimidade e,
portanto, não pode adentrar no mérito administrativo. Assim, o item está errado.
Gabarito: errado.

61. (Cespe - Adm/MJ/2013) O Poder Judiciário pode examinar atos da administração


pública de qualquer natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais,
vinculados ou discricionários, mas sempre sob os aspectos da legalidade e, também,
da moralidade.
Comentário: quando se fala que o controle do Poder Judiciário envolve a
legalidade e legitimidade, diz-se que o ato será analisado quando à
conformação com as normas e com o Direito, buscando analisar se o ato está
de acordo com os princípios administrativos, dentre eles a moralidade.
Portanto, pode-se dizer que o controle judicial avalia a moralidade do ato
administrativo. Além disso, esse controle alcança os atos da administração de
qualquer natureza, inclusive os discricionários. Dessa forma, o item está
correto.
Gabarito: correto.

62. (Cespe - Analista/BACEN/2013) O ato discricionário, dada sua natureza, não


está sujeito a apreciação judicial.
Comentário: o que o controle judicial não verifica é o mérito, porém os atos
discricionários podem sim ser analisados. Isso ocorre, por exemplo, quando se
verifica o exercício do poder de polícia, buscando analisar a razoabilidade e a
proporcionalidade dos atos restritivos.
Conclui-se, pois, que o item está errado.
Gabarito: errado.

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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

CONCEITO

A Constituição da República se referiu à improbidade administrativa como forma de


violação à moralidade administrativa, incluindo diversos dispositivos sobre o tema.

Todavia, o dispositivo de importância maior é o §4º, art, 37, da Constituição, que


estabelece a base para a responsabilização dos atos de improbidade administrativa:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a


suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Uma vez que se insere no texto constitucional, essa norma alcança a administração
pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes, de todos os entes da Federação.

Nesse contexto, a Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) define os sujeitos


ativo e passivo do ato de improbidade (arts. 1º ao 3º); o próprio ato de improbidade,
ainda que não o faça de maneira tão clara (arts. 9ª ao 11º); as sanções cabíveis (art.
12); e as normas da ação judicial em decorrência da prática do ato de improbidade (art.
17).

SUJEITO PASSIVO DO ATO DE IMPROBIDADE

De acordo com o art. 1º da Lei 8.429/1992, os atos de


improbidade administrativa podem ser praticados
contra (sujeitos passivos):
a) a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
b) empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita anual;
c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,
de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

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SUJEITO ATIVO DO ATO DE IMPROBIDADE

O sujeito ativo é representado pelas pessoas que podem praticar os atos de improbidade
administrativa e, por consequência, sofrer as devidas sanções previstas na Lei
8.429/1992. Nesse contexto, existem dois tipos de sujeitos ativos dos atos de
improbidade:

a) os agentes públicos (art. 2º);

b) os terceiros que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram


para a prática do ato de improbidade administrativa ou dele se beneficiem sob
qualquer forma direta ou indireta (art. 3º).

NATUREZA DA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E CUMULAÇÃO


DE INSTÂNCIAS

A regra é a independência das instâncias penal, civil e


administrativa, motivo pelo qual uma pessoa poderá
sofrer ações nas três esferas. Todavia, a ação penal, que
possui um procedimento mais solene, poderá interferir nas demais instâncias da
seguinte forma5:
a) a condenação criminal, invariavelmente, acarreta a condenação nas esferas
civil e administrativa;
b) a absolvição na esfera penal estende-se às outras instâncias exclusivamente
quando fundada na inexistência do fato ou na ausência de autoria.

Quanto à natureza da ação de improbidade, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo


consideram que as penalidades previstas na Lei 8.429/1992 possuem natureza:
a) administrativa: perda da função pública, proibição de contratar com o Poder
Público, proibição de receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios;

b) civil: ressarcimento ao erário, perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente


ao patrimônio, multa civil; e

c) política: suspensão dos direitos políticos.

Independentemente do que se considera por “natureza”, o fato é que os atos de


improbidade administrativa não geram sanções penais, sendo necessário, para tanto, a
interposição de ação própria.

ESPÉCIES DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

A Lei 8.429/1992 classifica os atos de improbidade administrativa em três grandes


grupos.

5
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 898-899.

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Os arts. 9º, 10 e 11 estabelecem os grupos de atos


de improbidade, dividindo-os em atos que:

a) importam enriquecimento ilícito (art. 9º);

b) causam prejuízo ao erário (art. 10);

c) atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

A partir do enquadramento do ato em um desses grupos, serão aplicadas as penalidades


previstas no art. 12 da Lei. Nesse caso, há uma verdadeira hierarquia das sanções,
sendo que as penalidades mais rigorosas se aplicam aos atos que importam
enriquecimento ilícito, e as penas mais brandas aos que atentam contra os princípios
da Administração Pública.

Atos que importam enriquecimento ilícito


De acordo com o art. 9º da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa
importando enriquecimento ilícito “auferir qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade nas entidades”

Atos que causam lesão ao erário


Consoante o art. 10 da LIA, constitui ato de improbidade administrativa que causa
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades abrangidas pela Lei.

Com efeito, o art. 10 foi claro em mencionar que este grupo alcança qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa. A doutrina e a jurisprudência consideram que é necessário
demonstrar a existência do elemento subjetivo do ato, ou seja, o dolo ou a culpa. O
dolo ocorre quando o agente possui a intenção de praticar a conduta prevista na lei; por
outro lado, a culpa ocorre quando ele atua com negligência, imprudência ou imperícia.

No caso dos atos de improbidade administrativa, só se admite conduta culposa


naqueles que causam lesão ao erário; enquanto, nos outros casos (os que
importam enriquecimento ilícito e os que atentam contra os princípios da
Administração Pública) só admitem conduta dolosa. O dolo, no entanto, conforme
entendimento do STJ, não precisa ter finalidade específica (dolo específico), basta o
dolo genérico.

Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública


Constitui ato que atenta contra os princípios da Administração Pública qualquer ação
ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições.

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SANÇÕES CABÍVEIS

De acordo com o art. 12 da Lei 8.429/1992,


independentemente das sanções penais, civis e
administrativas previstas na legislação específica, está
o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade
do fato:

a) para os atos que importam enriquecimento ilícito:


 perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
 ressarcimento integral do dano, quando houver;
 perda da função pública;
 suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;
 pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial;
e
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez
anos;

b) para os atos que causam prejuízo ao erário:


 ressarcimento integral do dano;
 perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
concorrer esta circunstância;
 perda da função pública;
 suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;
 pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos;

c) para os atos atentam contra os princípios da Administração Pública:


 ressarcimento integral do dano, se houver;

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 perda da função pública;


 suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;
 pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente; e
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três
anos.

As penas de perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se


efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Todavia, a autoridade
judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à instrução processual (art. 20, caput e parágrafo
único).

Ademais, o art. 21 determina que a aplicação das sanções previstas na Lei independe:
a) da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento;

b) da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo


Tribunal ou Conselho de Contas.

Por fim, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente está sujeito às cominações da LIA até o limite do valor da herança (art. 8º).

DECLARAÇÃO DE BENS E VALORES

O art. 13 da LIA determina que a posse e o exercício de agente público ficam


condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o
seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

REPRESENTAÇÃO

Conforme consta no art. 14, é facultado a qualquer pessoa representar à autoridade


administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar
a prática de ato de improbidade.

COMPETÊNCIA

A competência para processar e julgar a ação civil por ato de improbidade administrativa
é do juiz de 1º grau (Federal ou estadual) com jurisdição na sede da lesão. A ação
tramitará na Justiça Federal se houver interesse da União, autarquias ou empresas
públicas federais (CF, art. 109, I); caso contrário, será de competência da justiça
estadual.

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PRESCRIÇÃO

O art. 23 da Lei 8.429/1992 determina que as ações destinadas a levar a efeitos as


sanções previstas em decorrência de ato de improbidade administrativa podem ser
propostas:
a) em até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança;

b) dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas


disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.

Esse prazo previsto no item “b” varia conforme o ente da Federação. No caso da União,
o prazo prescricional é de cinco anos, conforme consta no art. 142, I, da Lei
8.112/19906.

Vamos praticar?

63. (Cespe - Proc/TC-DF/2013) O ato de improbidade, que, em si, não constitui


crime, caracteriza-se como um ilícito de natureza civil e política.
Comentário: o art. 37, §4º, da LIA determina que as penalidades decorrentes dos
atos de improbidade administrativa devem ser aplicadas “sem prejuízo da ação
penal cabível”. Portanto, a ação e suas penalidades não possuem natureza
penal.
De acordo com Maria Di Pietro, o ato de improbidade administrativa caracteriza
um ilícito de natureza civil e política, uma vez que pode implicar a suspensão
dos direitos políticos, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
Dessa forma, o item está correto.
Gabarito: correto.

64. (Cespe - ATA/MIN/2013) Os agentes políticos cujos atos puderem configurar


crimes de responsabilidade não se submetem ao regime da Lei de Improbidade
Administrativa.
Comentário: o conceito de agente público da Lei 8.429/1992 é amplo,
abrangendo todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades alcançadas pela Lei.

6
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade
e destituição de cargo em comissão;

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Todavia, o STF, na Reclamação 2.138/DF, declarou que os agentes políticos
passíveis de responder por crime de responsabilidade, na forma prevista no art.
102, I, “c”, da Constituição Federal, e na Lei 1.079/1950, não se sujeitam às
disposições da Lei 8.429/1992.
Assim, em linhas gerais, podemos considerar a assertiva correta.
Gabarito: correto.

65. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) Um ato de improbidade administrativa praticado por


servidor público não pode ser simultaneamente enquadrado como um ilícito
administrativo, o que exime a autoridade competente de instaurar qualquer
procedimento para apuração de responsabilidade de natureza disciplinar.
Comentário: as instâncias são independentes. Logo, um ato de improbidade
administrativa também poderá ser enquadrado nas esferas administrativa e
penal. Por exemplo, um servidor público federal que dispensar ou inexigir
licitação fora das hipóteses previstas em lei poderá ser responsabilizado na
esfera penal (Lei 8.666/1993, art. 89); na esfera administrativa (Lei 8.112/1990,
art. 132, I e IV); e por ato de improbidade administrativa – esfera civil (Lei
8.429/1992, art. 10, VIII).
Logo, o servidor público poderá ser enquadrado simultaneamente pelo ilícito
administrativo.
Gabarito: errado.

66. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a


qualquer agente público que seja servidor estatutário vinculado às pessoas jurídicas
de direito público, não abrangendo os empregados públicos vinculados à
administração indireta.
Comentário: a Lei 8.429/1992 abrangem todas as pessoas políticas (União,
estados, Distrito Federal e municípios); os órgãos dos três Poderes (incluindo
o Tribunal de Contas e o Ministério Público); as administrações direta e indireta
(autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista); as empresas que, mesmo não pertencendo ao Poder Público, estão sob
controle deste – no caso em que o erário concorreu com mais de 50% do
patrimônio ou da receita anual –; entidades que não pertencem à Administração
Pública, mas que recebam algum tipo de subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de órgão público, ou então aquelas em cuja criação ou
custeio o erário haja concorrido com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, nos quais a sanção patrimonial limitar-se-á à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Com efeito, o art. 2º estabelece o seguinte:

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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Dessa forma, o conceito é amplo, abrangendo quase todos os tipos de agentes


públicos. A Lei também abrange toda a administração direta e indireta, as
entidades controladas e aquelas que recebam recursos para fomento.
Gabarito: errado.

67. (Cespe - Adm/MJ/2013) Com relação aos agentes públicos e à improbidade


administrativa, julgue o item que se segue conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça.
Para a caracterização de ato de improbidade por ofensa a princípios da administração
pública, exige-se a demonstração do dolo lato sensu ou genérico.
Comentário: de acordo com o STJ, para a configuração de improbidade
administrativa censurada nos termos do art. 11 da Lei 8.429/1992 (ato de
improbidade por ofensa a princípios da administração pública), basta a
demonstração do dolo genérico de realizar a conduta. Nesse sentido, vejamos
um trecho da ementa do REsp 951389/SC
2. Conforme já decidido pela Segunda Turma do STJ (REsp 765.212/AC), o
elemento subjetivo, necessário à configuração de improbidade administrativa
censurada nos termos do art. 11 da Lei 8.429/1992, é o dolo genérico de
realizar conduta que atente contra os princípios da Administração Pública, não
se exigindo a presença de dolo específico.

Logo, o item está correto.


Gabarito: correto.

68. (Cespe - AA/IBAMA/2013) A utilização de cargo público para favorecer


enriquecimento ilícito de amigo ou parente é considerada improbidade administrativa
que causa prejuízo ao erário.
Comentário: constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades do Poder Público. Além disso, a Lei 8.429/1992 cita como
exemplo de ato de improbidade dessa natureza: “XII - permitir, facilitar ou
concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente”.
Portanto, o caso descrito na questão: “utilização de cargo público para
favorecer enriquecimento ilícito de amigo ou parente”, enquadra-se nas
hipóteses de atos que causam prejuízo ao erário.

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Gabarito: correto.

69. (Cespe - AnaTA/SUFRAMA/2014) Considere que determinada regra exige


licença ambiental para liberação de financiamento de projeto empresarial na cidade
de Manaus. Nesse caso, se um servidor da SUFRAMA autorizar a liberação de verba
da autarquia para financiamento de atividade empresarial cuja licença ambiental
esteja irregular, ele poderá figurar como réu em ação de improbidade.
Comentário: vamos ao conteúdo do art. 10 da LIA:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

[...]

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou


influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

Além disso, por ser servidor de autarquia da União, se enquadra no conceito de


agente público da Lei. Portanto, ele poderá figurar como réu em ação de
improbidade.
Gabarito: correto.

70. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) Com base no disposto na Lei n.º 8.429/1992, julgue o
item seguinte.
As penalidades aplicadas ao servidor ou a terceiro que causar lesão ao patrimônio
público são de natureza pessoal, extinguindo-se com a sua morte.
Comentário: de acordo com o art. 8º da Lei 8.429/1992, o sucessor daquele que
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da herança. Portanto,
mesmo com a morte do servidor ou do agente que causar lesão ao patrimônio,
é possível que as penalidades alcancem o seu sucessor. Logo, o item está
errado.
Gabarito: errado.

71. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça


(STJ), o reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos
pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), requer o exercício de
função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à atividade
judicante.
Comentário: no entendimento do STJ, as disposições da Lei 8.429/1992
alcançam os magistrados, inclusive no exercício da função judicante. Nesse

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sentido, vejamos o trecho do precedente do Superior Tribunal de Justiça
constante no REsp 1.127.182/RN
[...] o conceito de "agente público" previsto no art. 2º da Lei n. 8.429/92 é amplo
o suficiente para albergar os magistrados, especialmente, se, no exercício
da função judicante, eles praticarem condutas enquadráveis, em tese, pelos
arts. 9º, 10 e 11 daquele diploma normativo.

Portanto, o reconhecimento de ato de improbidade pode alcançar até mesmo o


exercício da função judicante.
Gabarito: errado.

72. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) O servidor que estiver sendo processado judicialmente


pela prática de ato de improbidade somente perderá a função pública após o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
Comentário: isso mesmo! As penas de perda da função pública e a suspensão
dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória. Todavia, a autoridade judicial ou administrativa competente
poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual (art. 20, caput e parágrafo único).
Gabarito: correto.

73. (Cespe - AJ/TJDFT/2013) Somente são sujeitos ativos do ato de improbidade


administrativa os agentes públicos, assim entendidos os que exercem, por eleição,
nomeação, designação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função na administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos poderes da União, dos estados, do DF e dos municípios.
Comentário: podemos considerar como sujeitos ativos dos atos de
improbidade administrativa os terceiros que, mesmo não sendo agentes
públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade
administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta, e os
agentes públicos, ou seja, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades mencionadas no art. 1º da Lei. Portanto, não são apenas
os agentes públicos os sujeitos ativos do ato de improbidade.
Gabarito: errado.

74. (Cespe - AJ/TRT-10/2013) Apuração interna realizada descobriu que um


empregado público federal de uma sociedade de economia mista recebeu vantagem
indevida de terceiros, em troca do fornecimento de informações privilegiadas e dados

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sigilosos do ente de que ele fazia parte. O relatório de conclusão da apuração foi
enviado ao Ministério Público para providências cabíveis.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e criminal, mas
não por improbidade administrativa, visto que esta não abrange particulares.
Comentário: podem ser responsabilizados por ato de improbidade
administrativa os agentes públicos e os terceiros que, mesmo não sendo
agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade
administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta.
Dessa forma, o terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado também por
improbidade administrativa, sem prejuízo das sanções penais.
Gabarito: errado.

75. (Cespe - ACE/TC-DF/2014) O herdeiro de deputado distrital que tenha, no


exercício do mandato, ocasionado lesão ao patrimônio público e enriquecido
ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa, mas
somente até o limite do valor da herança recebida.
Comentário: o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da LIA até o limite do valor
da herança (art. 8º). Dessa forma, o herdeiro poderá ser atingido pelas
penalidades da LIA, até o limite do valor da herança recebida. Com feito, vale
mencionar que não há nenhuma vedação para a responsabilização de deputado
por improbidade administrativa.
Gabarito: correto.

76. (Cespe - TJ/CNJ/2013) A configuração da improbidade exige os seguintes


elementos: o enriquecimento ilícito, o prejuízo ao erário e o atentado contra os
princípios fundamentais (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência), presente o elemento subjetivo doloso.
Comentário: a questão foi mal elaborada e, infelizmente, o gabarito foi infeliz. O
avaliador tomou por base a ementa do REsp 654.721/MT7 do STJ, vejamos:
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSOS ESPECIAIS.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LEI 8.429/92. CONTRATAÇÃO E
MANUTENÇÃO DE PESSOAL SEM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO
PÚBLICO. AUSÊNCIA DE DOLO E DE PREJUÍZO AO ERÁRIO. ATO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA NÃO CONFIGURADO. RECURSOS
PROVIDOS. 1. "A improbidade administrativa consiste na ação ou omissão
intencionalmente violadora do dever constitucional de moralidade no exercício
da função pública, tal como definido por lei" (Marçal Justen Filho in Curso de

7
REsp 654.721/MT.

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Direito Administrativo, 3 ed. rev. e atual., São Paulo: Saraiva, 2008, p. 828). 2.
Para que se configure a improbidade, devem estar presentes os
seguintes elementos: o enriquecimento ilícito, o prejuízo ao erário e o
atentado contra os princípios fundamentais (legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência). 3. O ato de improbidade, na sua
caracterização, como de regra, exige elemento subjetivo doloso, à luz da
natureza sancionatória da Lei 8.429/92. 4. No caso dos autos, as instâncias
ordinárias afastaram a existência de dolo, bem como de prejuízo ao erário,
razão por que não há falar em ocorrência de ato de improbidade administrativa.
5. Recursos especiais providos. (grifos nossos)

Ocorre que o texto do REsp deixa claro que a presenta do elemento subjetivo
doloso ocorre apenas “como regra”. Isso porque no caso do ato de improbidade
administrativa que causa lesão ao erário admite-se tanto o dolo quanto a culpa.
É o que consta no art. 10 da Lei 8.429/1992:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (grifos nossos)

Dessa forma, a questão deveria ser dada como errada, pois a redação deu a
entender que deverá sempre estar presente o dolo, o que não é verdadeiro.
Além disso, o enunciado tanto da questão quanto da ementa do REsp
654.721/MT dão a entender que todos os três elementos devem estar presentes
para a condenação por improbidade: “o enriquecimento ilícito, o prejuízo ao
erário e o atentado contra os princípios fundamentais”. O mais adequado seria
utilizar o “ou” no lugar do “e”.
Assim, o item foi dado como correto, mas entendemos que deveria ser errado.
Não adianta “brigar” com a banca, por isso a revisão acima serve apenas para
aprofundarmos nossos estudos.
Gabarito: correto.

77. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Constituem improbidade administrativa não apenas os


atos que geram enriquecimento ilícito, mas também os que atentam contra os
princípios da administração pública.
Comentário: acabamos de ver isso. Além dos atos que geram enriquecimento
ilícito, podemos considerar também os atos que atentam contra os princípios
da administração e os que causam prejuízo ao erário.
Gabarito: correto.

78. (Cespe – TJ/TJDFT/2013) O servidor que, estando obrigado a prestar contas


referentes a recursos recebidos, deixa de fazê-lo incorre em ato de improbidade
administrativa passível de demissão do serviço público.

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Comentário: deixar de prestar contas quando deve fazê-lo se enquadra na
relação de atos que atentam contra os princípios da administração pública (art.
11, VI). Dentre as sanções cabíveis a quem comete tal ato, encontra-se a perda
da função público, nos termos do art. 12, III, da Lei 8.429/1992:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda


da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida
pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de três anos. (grifos nossos)

Com efeito, na esfera federal, a pena de demissão do serviço público, prevista


na Lei 8.112/1990, poderá ser aplicada em caso de improbidade administrativa
(art. 132, IV).
Gabarito: correto.

79. (Cespe – TJ/TJDFT/2013) Os atos típicos de improbidade administrativa


restringem-se ao descumprimento do princípio do sigilo e da confidencialidade de
informações.
Comentário: essa é para não esquecer! Constituem atos típicos de improbidade
administrativa aqueles que causam prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e
que atentam contra os princípios administrativos.
Dessa forma, os atos de improbidade não se restringem ao descumprimento do
princípio do sigilo e da confidencialidade de informações, existindo muitas
outras hipóteses.
Gabarito: errado.

80. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) A procrastinação é uma conduta que pode configurar


ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, por gerar atrasos e
ineficiência do serviço público.
Comentário: a procrastinação se refere ao atraso, adiamento de alguma ação
que deveria ser tomada. Retardar ou deixar de praticar ato de ofício constitui
ato de improbidade administrativa. Contudo, essa ação se enquadra nos atos
que atentam contra os princípios administrativos (art. 11, II) e não nos que
causam prejuízo ao erário. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

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81. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) O oficial de justiça que, no exercício do cargo público,
aufira vantagem patrimonial indevida estará sujeito, além das sanções penais, civis e
administrativas previstas na legislação específica, às cominações arroladas na Lei n.º
8.429/1992, por configurar a situação ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito.
Comentário: o recebimento ilícito de vantagem econômica de qualquer
natureza, seja ela direta ou indireta, configura ato de improbidade
administrativa por enriquecimento ilícito, sujeitando o agente às sanções da Lei
de Improbidade.
Para reforçar, vejamos o conteúdo do art. 9º da Lei 8.429/1992 (ato de
improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito) com as
respectivas penalidades (art. 12, I):
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento
ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer


outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição,


permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços
pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação,


permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente
estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos


ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de
servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para


tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita,
ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,


para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou
qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;

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VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego
ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional
à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou


assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação


de verba pública de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou


indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja
obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou


valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do


acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas


previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao


patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de
multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

Dessa forma, o item está correto.


Gabarito: correto.

82. (Cespe - Tec/MPU/2013) Cometerá ato de improbidade administrativa que atenta


contra os princípios da administração pública o servidor público que revelar a seus
familiares, durante um jantar em família, os detalhes de processo que tramite em
segredo de justiça contra seu chefe e do qual tenha tomado conhecimento em razão
de suas atribuições.
Comentário: segundo o art. 11, III, da Lei, revelar fato ou circunstância de que
tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo,
constitui ato que viola os princípios da administração.
Gabarito: correto.

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83. (Cespe - Ana/MPU/2013) A perda da função pública é sanção aplicável àqueles
que pratiquem atos de improbidade administrativa que importem enriquecimento
ilícito ou que gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade
que atentem contra os princípios da administração pública.
Comentário: a perda da função pública é sanção aplicável a qualquer tipo de ato
de improbidade administrativa (art. 12, I, II e III). No entanto, é importante
reafirmar que ela só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença
condenatória (art. 20).
Gabarito: errado.

84. (Cespe - Ana/MPU/2013) A lei caracteriza como ato de improbidade


administrativa que importa enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que
implique o uso, em proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial de órgãos e entidades da administração pública.
Comentário: essa é para não esquecer! De acordo com o art. 9º, XII, da Lei
8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito “XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1°
desta lei.”
Gabarito: correto.

85. (Cespe - Deleg/PC BA/2013) Considere que um agente de polícia tenha utilizado
uma caminhonete da polícia civil para transportar sacos de cimento para uma
construção particular. Nesse caso, o agente cometeu ato de improbidade
administrativa que importa em enriquecimento ilícito.
Comentário: na situação em questão, o que ocorre é o uso indevido de veículo
pertencente à Administração para finalidade própria. No rol de atividades que
configuram improbidade administrativa por enriquecimento ilícito, temos a
utilização, em obra ou serviço particular, de veículos, máquinas, equipamentos
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1° da Lei. Portanto, correta a assertiva.
Gabarito: correto.

86. (Cespe - PF/2013) O servidor público que revelar fato ou circunstância que tenha
ciência em razão das suas atribuições, e que deva permanecer em segredo, comete
ato de improbidade administrativa.
Comentário: revelar qualquer informação obtida no uso de suas atribuições e
que deva permanecer em segredo configura ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da Administração (art. 11, III).

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Gabarito: correto.

87. (Cespe - DP DF/2013) Segundo entendimento do STJ, se o governo do DF,


amparado em legislação local, realizar contratações temporárias de servidores sem
concurso público, tal ação configurará, por si só, ato de improbidade administrativa.
Comentário: frustrar a licitude de um concurso público é admitido como ato que
atenta contra os princípios da administração, ou seja, o caso da questão
poderia ser considerado como ato de improbidade administrativa. No entanto,
é necessária a comprovação de dolo latu senso ou dolo genérico para a
confirmação da improbidade.
Nesse sentido, no REsp 1.231.150-MG8, o STJ entendeu que é difícil identificar
a presença do dolo genérico do responsável, se sua conduta estava amparada
em lei municipal que, ainda que de constitucionalidade duvidosa, autorizava a
contratação temporária dos servidores públicos.
Assim, como a decisão do Governo foi embasada em legislação local, torna-se
difícil identificar o dolo genérico e, sem ele, não é possível a condenação por
improbidade administrativa.
Gabarito: errado.

88. (Cespe - ATA/MIN/2013) Atos que atentem contra os princípios da administração


pública constituem atos de improbidade administrativa, independentemente de
implicarem malversação de recursos públicos.
Comentário: vamos rever o texto do art. 11 da Lei:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições,
e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele


previsto, na regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições
e que deva permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

8
REsp 1.231.150/MG.

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VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

Já falamos várias vezes e está claro que a primeira parte da assertiva está
correta. Além disso, nesses atos não importa se houve malversação de
recursos públicos. Por exemplo, negar publicidade aos atos oficiais é um
exemplo de ato que atenta contra os princípios da administração públicas, mas
não necessariamente envolve a malversação de recursos públicos.
Com efeito, o art. 21, I, da Lei 8.429/1992, dispõe que a aplicação das sanções
previstas na Lei de Improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao
patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento.
Gabarito: correto.

89. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) A liberação de verba pública para terceiros sem a


devida observância das formalidades legais configura ato de improbidade
administrativa que enseja enriquecimento ilícito do agente público e prejuízo ao erário.
Comentário: liberar verba pública sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular constitui
ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário, nos termos do art.
10, XI, da Lei 8.429/1992. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

90. (Cespe - Proc DF/PGDF/2013) Presidente de autarquia estadual que deixar de


prestar as contas anuais devidas responderá, desde que comprovada a sua má-fé e
a existência de dano ao erário, pelo cometimento de ato de improbidade atentatório
aos princípios da administração pública.
Comentário: deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo constitui
ato contra os princípios da administração pública. No entanto, o art. 21 da Lei
8.429/1992 estabelece que salvo quanto à pena de ressarcimento, a aplicação
de penas/sanções não necessita da efetiva ocorrência de dano ao erário. Dessa
forma, a questão está incorreta.
Gabarito: errado.

91. (Cespe - ACE/TCE-RO/2013) Constitui ato de improbidade administrativa


qualquer ação dolosa que resulte em perda patrimonial para a União, não sendo
prevista a omissão culposa para esse tipo de delito.
Comentário: sobre a exigência de dolo ou culpa para a penalidade por
improbidade administrativa, podemos fazer o seguinte resumo:

 atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º) – dolo;

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 atos que causam prejuízo ao erário (art. 10) – dolo ou culpa; e

 atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11) –


dolo.
Dessa forma, admite-se o elemento subjetivo de culpa nos atos que causam
prejuízo ao erário. Com efeito, a Lei abrange tanto a ação ou omissão nos casos
do art. 10 e 11. Para concluir, vejamos o que estabelece o art. 10, que trata do
tema da questão:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei. (grifos nossos)

Assim, os atos que causam prejuízo ao erário admitem ação ou omissão, dolosa
ou culposa. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

92. (Cespe - ACE/TC-DF/2014) Constitui ato de improbidade administrativa a


aquisição de imóvel por valor notoriamente superior ao de mercado por auditor de
controle externo do TCDF.
Comentário: essa questão é uma pegadinha. Veja que, em momento algum, o
texto demonstra alguma relação com o Poder Público. Não há como saber qual
o destino do imóvel, dando a entender que se tratava de uma relação do auditor
em sua seara privada. Logo, se o agente não pesquisou antes de comprar um
bem particular, para si, nada há de relação com a Administração Pública.
O item tentou confundir o candidato com a redação do art. 10, V, da Lei
8.429/1992: “V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou
serviço por preço superior ao de mercado”. Nesse caso, estamos falando de
recurso público, coisa que não ocorreu na questão. Motivo pelo qual ela está
errada.
Gabarito: errado.

93. (Cespe - TA/ICMBio/2014) Considere que um servidor doe para uma biblioteca
comunitária uma série de livros da repartição pública na qual ele trabalha. Nesse
caso, mesmo sem observar as formalidades legais, o servidor não incorre em
improbidade administrativa uma vez que os livros destinam-se a fins educativos e
assistenciais.
Comentário: doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas,
verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1º da Lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares

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aplicáveis à espécie (art. 10, III) configura ato de improbidade administrativa que
causa lesão ao erário.
Gabarito: errado.

94. (Cespe - Adm/MIN/2013) A sanção a ser aplicada ao administrador público que


praticar ato que importe em enriquecimento ilícito e, ao mesmo tempo, cause prejuízo
ao erário e atente contra os princípios da administração pública deverá ser
equivalente à cumulação das penalidades previstas para esses três tipos de atos de
improbidade.
Comentário: o art. 12 da Lei 8.429/1992 trata das penalidades aplicáveis em
decorrência de ato de improbidade administrativa:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao


patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de
multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou


valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda


da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida
pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de três anos.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em
conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido
pelo agente.

O trecho “isolada ou cumulativamente” refere-se às penalidades previstas em


cada inciso, ou seja, um servidor que cometer ato que importa enriquecimento
ilícito poderá receber várias das penalidades constantes do inc. I – por exemplo:
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio +

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ressarcimento integral do dano + perda da função pública + multa civil de até
três vezes o valor do acréscimo patrimonial.
Todavia, se ele cometer um ilícito que se enquadre, simultaneamente, nos três
tipos de atos de improbidade (arts. 9º, 10 e 11), as penas não são cumulativas,
por vedação ao bis in idem. Nessa esteira, a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro
defende que deverão ser aplicadas as penalidades da infração mais gravosa 9.
Portanto, o item está errado.
Gabarito: errado.

95. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) Qualquer ato de improbidade administrativa sujeita-


se a penas que podem ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, conforme a
gravidade do fato. Além disso, prevê-se o ressarcimento integral pelo agente
responsável pelo ato dos danos por ele causados.
Comentário: o gabarito inicial dessa questão foi dado como correto, mas
posteriormente a banca o alterou para errado. O erro é bem sútil, pois não são
todos os atos de improbidade que geram a necessidade de ressarcimento
integral, mas somente naqueles em que houver dano. No art. 12, III, consta o
seguinte: “ressarcimento integral do dano, se houver”. Logo, não é “qualquer
ato de improbidade”, mas apenas aqueles em que há dano que configuram a
necessidade de ressarcimento integral.
Gabarito: errado.

96. (Cespe - Proc/AGU/2013) Se um agente público conceder benefício


administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie, ficará caracterizado ato de improbidade administrativa, mesmo
que o agente não tenha atuado de forma dolosa, ou seja, sem a intenção deliberada
de praticar ato lesivo à administração pública.
Comentário: de acordo com o art. 10, VII, da Lei de Improbidade Administrativa:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

[...]

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das


formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (grifos
nossos)

Vale lembrar, o ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário


pode ocorrer por dolo (com intenção deliberada) ou culpa (por negligência,

9
Di Pietro, 2014, 922.

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imprudência ou imperícia). Neste último caso, não ocorre a intenção deliberada
de praticar ato lesivo à administração pública. Assim, o item está correto.
Gabarito: correto.

97. (Cespe - Tec APU/TC-DF/2014) Servidor público que omitir ou negar a


publicidade de qualquer ato oficial incorre em improbidade administrativa.
Comentário: o inc. IV, art. 11, da LIA inclui como ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública “negar
publicidade aos atos oficiais”. Entretanto, nem todos os atos oficiais devem ser
publicados, pois existem exceções na Constituição que admitem o sigilo. Por
exemplo, no caso da preservação da segurança nacional. Nesses casos, não
ocorrerá improbidade. Logo, não é “qualquer ato oficial”.
Gabarito: errado.

98. (Cespe - Deleg/PC BA/2013) Um agente público que, agindo de forma culposa,
gere lesão ao patrimônio público, estará obrigado a ressarcir integralmente o dano
causado.
Comentário: novamente, nos casos de dano ao erário, admite-se o elemento
subjetivo culposo. Com efeito, uma das sanções para este tipo de ilícito é o
ressarcimento integral do dano (art. 12, II).
Gabarito: correto.

99. (Cespe - EPF/PF/2013) As penas aplicadas a quem comete ato de improbidade


não podem ser cumuladas, uma vez que estaria o servidor sendo punido duas vezes
pelo mesmo ato.
Comentário: segundo o art. 12 da Lei 8.429/1992, as sanções em decorrência de
atos de improbidade administrativa podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato. Dessa forma, um agente
pode sofrer várias sanções, cumulativamente, pela prática de um ato de
improbidade administrativa, motivo pelo qual o item está errado.
Todavia, um mesmo ato pode, simultaneamente, importar enriquecimento ilícito
(art. 9º); causar prejuízo ao erário (art. 10) e atentar contra os princípios da
Administração Pública (art. 11). Nesse caso, deverão ser aplicadas as penas
previstas para o ilícito mais grave.
Gabarito: errado.

100. (Cespe - AFT/MTE/2013) Caso um servidor público deixe de praticar,


indevidamente, ato de ofício, e isso enseje o ajuizamento de ação de improbidade
contra esse servidor, então, independentemente das sanções penais, civis e

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administrativas previstas na legislação específica, ele estará sujeito à perda da função
pública, mas não à suspensão dos direitos políticos.
Comentário: deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício se enquadra como
ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública.
Para esse caso, existem as seguintes penalidades (art. 12, III):

 ressarcimento integral do dano, se houver;


 perda da função pública;
 suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;
 pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente; e
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de três anos.
Assim, o agente também estará sujeito à suspensão dos direitos políticos,
motivo pelo qual o item está errado.
Gabarito: errado.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO

CONCEITO

Podemos definir processo administrativo como uma sucessão de atos coordenados


entre si, tendo por fim uma decisão final a ser proferida pela Administração.

Nesta aula, vamos estudar a Lei 9.874/1999, conhecida como Lei do Processo
Administrativo Federal10.

ABRANGÊNCIA E APLICAÇÃO

A Lei 9.784/1999 é uma lei federal e, portanto, aplica-se


somente à União no exercício de sua função
administrativa. Todavia, o STJ já entendeu que ela pode
ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados e
municípios que não disponham de legislação própria sobre processo
administrativo11.
Além disso, no Distrito Federal, por força da Lei Distrital 2.834/2001 12, aplicam-se,
no que couber, as disposições da Lei Federal 9.784/1999.
Vale dizer, que essas situações são excepcionais. No primeiro caso, decorre de
ausência de legislação própria, aplicando-se a legislação federal apenas de forma
subsidiária. No segundo caso, foi o próprio Distrito Federal, por lei própria, editada
no exercício de sua autonomia, que adotou as normas da Lei Federal.

A Lei 9.784/1999 é destinada ao exercício da função administrativa. Portanto, ela não


se aplica ao exercício das funções jurisdicional e legislativa. No entanto, as disposições
da Lei do Processo Administrativo alcançam os órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário da União, quando no desempenho da função administrativa (art. 1º,
§1º). Com efeito, mesmo que a Lei não seja expressa, ela também será aplicada ao
Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público da União quando estiverem
no exercício da função administrativa.

10
Por questões d Lei do Processo Administrativo
Federal
11
REsp 1.148.460/PR 10. A Lei 9.784/99 pode ser aplicada de forma subsidiária no âmbito dos demais Estados-
Membros, se ausente lei própria regulando o processo administrativo no âmbito local
12
Disponível em Lei Distrital 2.834/2001.

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PRINCÍPIOS

Segue um mnemônico para facilitar a memorização


dos princípios da Lei 9.784/1999:

SERá FÁCIL Pro MoMo

Segurança jurídica

SERá Eficiência

Razoabilidade

Finalidade

Ampla defesa

FÁCIL Contraditório

Interesse público

Legalidade

Proporcionalidade

Pro MoMo Moralidade

Motivação

Além dos princípios previstos no caput do art. 2º, o parágrafo único do mesmo artigo
apresenta os critérios a serem observados nos processos administrativos. Cada um
desses critérios é fundamento ou se relaciona com algum dos princípios do processo
administrativo.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios
de:

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I - atuação conforme a lei e o Direito [legalidade];

II - atendimento a fins de interesse geral [impessoalidade/finalidade], vedada a renúncia total


ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei [indisponibilidade do
interesse público];

III - objetividade no atendimento do interesse público [impessoalidade/finalidade], vedada a


promoção pessoal de agentes ou autoridades [impessoalidade];

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé [moralidade];

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas


na Constituição [publicidade];

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções


em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público
[razoabilidade e proporcionalidade];

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão [motivação];

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados
[segurança jurídica/informalismo];

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza,


segurança e respeito aos direitos dos administrados [segurança jurídica/informalismo];

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de


provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas
situações de litígio [ampla defesa e contraditório];

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei


[gratuidade dos processos administrativos];

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos


interessados [oficialidade];

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do


fim público a que se dirige [impessoalidade e finalidade], vedada aplicação retroativa de nova
interpretação [segurança jurídica].

DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

O art. 3º enumera, a título exemplificativo, sem prejuízo de outros que lhe sejam
assegurados, os direitos dos administrados perante a Administração Pública.

Nesse sentido, é direito do administrado ser tratado com respeito pelas autoridades
e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas
obrigações.

Em reforço ao princípio da publicidade, o inc. II, art. 3º, concede o direito do particular
de ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que figure na
condição de interessado, de ter vista dos autos, de obter cópias de documentos
neles contidos e de conhecer as decisões proferidas.

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Além disso, o particular tem o direito de formular alegações e apresentar
documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
competente (art. 3º, III).

Finalmente, a Lei coloca como direito do administrado “fazer-se assistir,


facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força
de lei” (art. 3º, IV).

Segundo a Lei, terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os


procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:
a) pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;

b) pessoa portadora de deficiência, física ou mental;

c) pessoa portadora de doença grave13.

DEVERES DOS ADMINISTRADOS

Por outro lado, o art. 4º apresenta alguns dos deveres do administrado perante a
Administração:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.

RECURSO ADMINISTRATIVO E REVISÃO

O recurso administrativo ocorre quando a parte interessada, discordando com a


decisão administrativa, pede a sua reforma ou reexame, dentro do prazo legal. A
revisão, por outro lado, ocorre quando, a qualquer tempo, a pedido do interessado ou
de ofício pela Administração, procede-se a adequação de sanção imposta, em
decorrência do surgimento de fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de
justificá-la.

De acordo com a Lei 9.784/1999, das decisões administrativas cabe recurso, em face
de razões de legalidade e de mérito (art. 57).

A Lei determina que o recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a
qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior
(art. 56, §1º).

O §2º do art. 56 determina que, salvo exigência legal, a interposição de recurso


administrativo independe de caução (garantia de instância).

13
Mais especificamente (art. 69-A):

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Súmula Vinculante nº 21

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens


para admissibilidade de recurso administrativo.

O recurso tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo


disposição legal diversa.

Além disso, se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria


enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão
impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à
autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme
o caso (art. 56, §3º).

Após o esgotamento das vias administrativas, caso o interessado entenda que


houve violação a enunciado de súmula vinculante, caberá reclamação ao
Supremo Tribunal Federal (Lei 11.417/2006, art 7º, caput e §1º14). Acolhida pelo STF
a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência
à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que
deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena
de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal (Lei 9.784/1999,
art. 64-B).

O art. 58 trata de quem possui legitimidade para interpor recurso administrativo, são
eles:

I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;


II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e
interesses coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida
(art. 59). Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser
decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão

14
Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-
lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos
recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento
das vias administrativas.

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competente (art. 59, §1º). Esse prazo poderá ser prorrogado por igual período, ante
justificativa explícita (art. 59, §2º).

Aproveitando, o art. 63 dispõe que não será reconhecido recurso quando interposto:

I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.

A regra é que os recursos administrativos não possuam efeito suspensivo. Contudo, a


Lei permite que, havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação
decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá,
de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso (art. 61, §1º).

Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os


demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações
(art. 62).

Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos (revisão),


a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Nesse caso, todavia, não poderá resultar agravamento da sanção.

Prazos

As regras sobre os prazos constam no art. 66, e seus parágrafos, e no art. 67 da Lei
9.784/1999, que, sinteticamente, estabelecem o seguinte:
a) os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial,
excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento
(art. 66, caput);

b) considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o


vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado
antes da hora normal (art. 66, §1º);

c) os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo (art. 66, §2º);

d) os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do


vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se
como termo o último dia do mês (art. 66, §3º);

e) os prazos processuais não se suspendem, salvo motivo de força maior


devidamente comprovado (art. 67).

Mais um bloco de questões.

101. (Cespe - AJ/CNJ/2013) As normas básicas do processo administrativo não se


aplicam ao Poder Judiciário da União, pois, no desempenho da função administrativa,
devem ser observadas as regras dispostas nos regimentos internos de cada órgão
integrante da sua estrutura.

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Comentário: a Lei 9.784/1999 aplica-se à administração direta e indireta da
União, sendo que as disposições da Lei do Processo Administrativo alcançam
os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no
desempenho da função administrativa (art. 1º, §1º). Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

102. (Cespe - AUFC/TCU/2013) As disposições da referida lei aplicam-se aos


órgãos e às entidades que integram o Poder Executivo federal, mas não aos órgãos
dos poderes Legislativo e Judiciário, que dispõem de disciplina própria relativamente
aos processos de natureza administrativa.
Comentário: embora a Lei 9.784/1999 não se aplique ao exercício das funções
jurisdicional e legislativa, as disposições da Lei do Processo Administrativo
alcançam os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no
desempenho da função administrativa (art. 1º, §1º). Com efeito, mesmo que a
Lei não seja expressa, ela também será aplicada ao Tribunal de Contas da União
e ao Ministério Público da União quando estiverem no exercício da função
administrativa.
Gabarito: errado.

103. (Cespe - TJ/STJ/2012) A Lei n.º 9.784/1999 não se aplica aos órgãos dos
Poderes Judiciário e Legislativo, ainda que no desempenho de funções de natureza
administrativa.
Comentário: para reforçar, vamos transcrever o art. 1º, caput e §1º, da Lei do
Processo Administrativo Federal:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo
no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à
proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração.

§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes


Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função
administrativa. (grifos nossos)

Portanto, a Lei aplica-se aos Poderes Judiciário e legislativo da União, quando


no exercício da função administrativa.
Gabarito: errado.

104. (Cespe - AJ/STJ/2012) Os preceitos dessa lei aplicam-se à administração


pública direta e indireta no âmbito do Poder Executivo federal, mas não alcançam os
Poderes Legislativo e Judiciário da União, que dispõem de autonomia para editar atos
acerca de sua organização e funcionamento quando no desempenho de função
administrativa.

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Comentário: parou! Mais uma questão como essa, professor? Veja que a banca
repetiu um item quase igual pelo menos três vezes em um único ano. Apesar de
ser uma questão bem fácil, é importante reforçá-la. A Lei do Processo
Administrativo é uma lei federal, aplicável no âmbito da administração pública
direta e indireta, de todos os Poderes da União, no exercício da função
administrativa.
Gabarito: errado.

105. (Cespe - AnaTA/MDIC/2014) Em razão da simetria com o processo judicial,


vigora, no processo administrativo, o princípio do formalismo procedimental, em que
se afasta a flexibilização na tramitação do processo para evitar os arbítrios das
autoridades e garantir a legitimidade das decisões administrativas.
Comentário: é o princípio do informalismo que vigora nos processos
administrativos. Para tanto, os atos do processo administrativo não dependem
de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. Contudo,
esse informalismo não é absoluto, sendo que os atos do processo devem ser
produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e
a assinatura da autoridade responsável, além da paginação sequencial e
rubricada.
Gabarito: errado.

106. (Cespe - AJ/TRE-MS/2013) No processo administrativo, a administração


pública tem o poder dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos,
não devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento.
Esse pressuposto, conforme a doutrina pertinente, refere-se ao princípio da
a) da gratuidade.
b) oficialidade.
c) lealdade e boa-fé.
d) do informalismo.
e) da verdade material.
Comentário: pelo princípio da gratuidade, é vedada a cobrança de despesas
processuais, ressalvadas as previstas em lei (art. 2º, parágrafo único, XI).
O princípio da oficialidade, por outro lado, permite que a Administração inicie o
processo de ofício, além de dar o devido impulso ao processo até a decisão
final. Além disso, o princípio da oficialidade permite ainda que a Administração
faça a revisão de ofício de seus atos administrativos.
Segundo o princípio da lealdade e boa-fé, a Administração, em todo o
transcurso do processo, deverá agir de maneira sincera, sendo vedado

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qualquer comportamento astucioso, ardiloso, ou que, por vias transversas,
concorram para entravar a exibição das razões ou direitos do administrado15.
O princípio do informalismo significa que a Administração não poderá ater-se a
rigorismos formais ao considerar a manifestação do administrado. Assim, em
regra, o processo administrativo não está sujeito a formas rígidos, limitando a
exigência de formas determinadas para quando houver expressa previsão em
lei.
Finalmente, o princípio da verdade material consiste “em que a Administração,
ao invés de ficar restrita ao que as partes demonstram no procedimento, deve
buscar aquilo que é realmente a verdade, com prescindência do que os
interessados hajam alegado e provado”16. Em termos mais simples, a
Administração Pública tem o poder dever de produzir provas com o fim de
atingir a verdade dos fatos, não devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes
demonstrarem no procedimento. Dessa forma, o nosso gabarito é a opção E.
Gabarito: alternativa E.

107. (Cespe - ATA/MIN/2013) Um dos princípios do processo administrativo, a


oficialidade refere-se às formalidades legais adotadas pela administração pública, a
fim de garantir segurança jurídica ao administrado.
Comentário: o princípio da oficialidade permite a Administração iniciar o
processo administrativo independente da iniciativa de particulares, dando a
esse processo impulso até a decisão final. Além disso, este princípio ainda
permite que a Administração faça a revisão de suas decisões, exercendo a
autotutela por iniciativa própria.
O caso mencionado na questão se relaciona com os princípios do informalismo
e da segurança jurídica, reforçados pelos incisos VIII e IX, parágrafo único, art.
2º, da Lei 9.784/1999:
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados
[segurança jurídica/informalismo];

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança
e respeito aos direitos dos administrados [segurança jurídica/informalismo]; (as observações em
azul não constam na Lei)

Gabarito: errado.

15
Bandeira de Mello, 2014, p. 512.
16
Bandeira de Mello, 2014, p. 512.

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108. (Cespe - TJ/STJ/2012) No processo administrativo, a norma administrativa
deve ser interpretada de forma a garantir o atendimento do fim público a que se
destine, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.
Comentário: conforme consta no art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei 9.784/1999,
um dos critérios que devem ser observados no processo administrativo é a
“interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação”. Esse dispositivo reforça os princípios da
impessoalidade/finalidade e da segurança jurídica. Dessa forma, o item está
correto.
Gabarito: correto.

109. (Cespe - AJ/STJ/2012) Considerando-se que o processo administrativo gera


ônus para a administração pública, a regra é a cobrança de despesas processuais,
as quais somente poderão ser afastadas nos casos expressamente previstos em lei.
Comentário: o art. 2º, parágrafo único, II, estabelece como critério dos
processos administrativos a “proibição de cobrança de despesas processuais,
ressalvadas as previstas em lei”. Trata-se de manifestação do princípio da
gratuidade. Dessa forma, podemos perceber que o item inverteu o caso, sendo
a regra a ausência de cobrança e a exceção a cobrança, só admitida nos casos
expressamente previstos em lei.
Gabarito: errado.

110. (Cespe - AA/IBAMA/2013) O administrado pode acompanhar os trâmites de


processo administrativo que o envolva, com exceção de processos que tramitem em
segredo de justiça.
Comentário: não existe segredo de justiça nessa situação. Isso, pois o princípio
da publicidade confere a todo particular que estiver envolvido com o processo
o acesso a tramitação dos processos administrativos. Além disso, poderá ele
ter vista aos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as
decisões proferidas. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

111. (Cespe - AA/ICMBio/2014) Considere que, ao conferir o conteúdo de


requerimento apresentado por um cidadão ao ICMBio, o analista responsável tenha
recusado o recebimento do documento por ausência de alguns dados. Nessa
situação, é vedada à administração a recusa imotivada do documento, cabendo ao
servidor orientar o cidadão a suprir as falhas.
Comentário: é isso que estipula o art. 6º, parágrafo único. Não pode haver
recusa de documentos imotivada, sendo que o servidor possui a

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responsabilidade de orientar o interessado na supressão das falhas contidas
no requerimento. Para fixar, vejamos o conteúdo do mencionado dispositivo:
Art. 6º [...] Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de
recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto
ao suprimento de eventuais falhas.

Gabarito: correto.

112. (Cespe - AJ/CNJ/2013) É defeso à administração recusar imotivadamente o


recebimento de documentos. Nesse caso, o servidor deverá orientar o interessado
quanto ao suprimento de eventuais falhas.
Comentário: é vedada (defesa) a simples recusa imotivada do recebimento de
documentos. No caso de falhas por parte do interessado, caberá ao servidor
fornecer as devidas orientações. Ademais, para facilitar os pedidos dos
interessados, os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos
ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões
equivalentes.
Gabarito: correto.

113. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) O processo administrativo pode ser iniciado a


pedido do interessado, mediante formulação escrita, não sendo admitida solicitação
oral.
Comentário: vejamos o que dispõe o art. 6º da Lei 9.784/1999:
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for
admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os
seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificação do interessado ou de quem o represente;

III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Percebe-se, portanto, que a Lei admite, excepcionalmente, que o requerimento


seja solicitado oralmente. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

114. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) O servidor que estiver litigando judicialmente contra


a companheira de um interessado em determinado processo administrativo estará
impedido de atuar nesse processo.

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Comentário: nos termos do art. 18, III, da Lei 9.784/1999, o servidor ou
autoridade que esteja litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro será considerado impedido
de atuar no processo. Portanto, o item está correto.
Gabarito: correto.

115. (Cespe - TEFC/TCU/2012) O indeferimento da alegação de suspeição pode


ser objeto de recurso, cujos efeitos serão devolutivo e suspensivo.
Comentário: o indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de
recurso, mas não terá efeito suspensivo (art. 21). O efeito suspensivo, como o
próprio nome diz, é aquele tipo de recurso que suspende os efeitos da decisão
recorrida até o julgamento do recurso. No caso do indeferimento de alegação
de suspeição, o recurso só possui efeito devolutivo (devolução de toda a
matéria para que a autoridade superior aprecie-a novamente). Logo, o item está
errado.
Gabarito: errado.

A respeito do processo administrativo no âmbito da administração pública federal,


conforme disposições da Lei n.º 9.784/1999, julgue os itens abaixo.
116. (Cespe - TA/ANCINE/2012) O recurso contra o indeferimento da alegação de
suspeição terá efeito suspensivo e devolutivo.
Comentário: essa é para reforçar, pois acabamos de ver que o recurso contra
indeferimento da alegação de suspeição não possui efeito suspensivo, mas
apenas devolutivo.
Gabarito: errado.

117. (Cespe - TA/ANCINE/2012) Em processo administrativo para a investigação


da participação de servidor público civil em fato determinado, poderá atuar como
membro do órgão responsável pela investigação servidor que tenha interesse direto
na matéria ou que venha a participar como testemunha no processo.
Comentário: de acordo com o art. 18 da Lei 9.784/1999, é impedido de atuar em
processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro
ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo cônjuge ou companheiro.

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Assim, o servidor que tenha interesse direto na matéria ou que venha a
participar como testemunha no processo não poderá atuar como membro do
órgão responsável pela investigação. Com isso, o item está errado.
Gabarito: errado.

118. (Cespe - AJ/STJ/2012) Estará impedido de atuar no processo administrativo o


servidor que estiver litigando administrativamente com o interessado, hipótese em
que a comunicação do fato deverá ser dirigida à autoridade competente, sob pena de
configurar-se a prática de falta grave, para fins disciplinares.
Comentário: nos termos do art. 18, III, da Lei 9.784/1999, estará impedido de
atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que “esteja litigando
judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou
companheiro”. Com efeito, a autoridade ou servidor que incorrer em
impedimento deverá comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de
atuar no processo administrativo, sendo que eventual omissão do dever de
comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares (art.
19, caput e parágrafo único). Assim, a questão está perfeita.
Gabarito: correto.

119. (Cespe - ATA/MJ/2013) Em processos administrativos, é obrigatória a


intimação do envolvido, sob pena de nulidade do ato.
Comentário: questão boa para fixar o entendimento. Ainda que o
comparecimento do administrado supra a falta ou irregularidade na intimação,
a regra é a nulidade do ato. Portanto, o item está correto, uma vez que a
intimação é obrigatória. Nesse sentido, vejamos o §5º, art. 26, da Lei 9.784/1999:
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das
prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou
irregularidade.

Gabarito: correto.

120. (Cespe - AJ/CNJ/2013) As atividades desenvolvidas na fase instrutória do


processo administrativo destinam-se a averiguar e a comprovar os dados necessários
à tomada de decisão e são realizadas pela administração em observância ao princípio
da oficialidade, não competindo ao administrado a proposição de atos probatórios.
Comentário: quase isso. As atividades de instrução destinadas a averiguar e
comprovar os dados necessários à tomada de decisão devem se realizar de
ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo
do direito dos interessados de propor atuações probatórias (art. 29).
Gabarito: errado.

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121. (Cespe - Ana/BACEN/2013) Encerrada a instrução, o processo deverá ser
imediatamente remetido à autoridade competente para julgá-lo, para decisão.
Comentário: uma vez encerrada a instrução, o interessado terá o direito de
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente
fixado e no caso previsto no art. 45 da Lei. Somente após esse procedimento é
que o processo será remetido à autoridade para decisão.
Gabarito: errado.

122. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que uma empresa tenha


solicitado à SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as
empresas da ZFM que observassem o processo produtivo básico previsto em
regulamento, julgue o item abaixo.
O eventual indeferimento do referido pedido, assim como os demais atos que neguem
direitos à empresa, deverá ser necessariamente motivado.
Comentário: isso mesmo. O art. 50 da Lei 9.784/1999 determina que sejam
motivados os atos que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses. Além
disso, por imposição da Lei 9.784/1999 devem ser motivados os atos que: II -
imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos
administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a
inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI
- decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada
sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios
oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de
ato administrativo.
Gabarito: correto.

123. (Cespe - AA/IBAMA/2013) De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, serão sempre
motivados os atos administrativos que decidam processos administrativos de seleção
pública e recursos administrativos e revoguem ato administrativo anteriormente
praticado.
Comentário: novamente, vamos relembrar em quais situações os atos
administrativos deverão ser motivados?
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

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V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem


de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato


administrativo. (grifos nossos)

Dessa forma, correta a questão.


Gabarito: correto.

124. (Cespe - AA/PRF/2012) Quando importar em anulação, revogação,


suspensão ou convalidação, o ato administrativo deverá ser motivado, com a
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos que justifiquem sua edição.
Comentário: deverão ser motivados – explícita, clara e congruentemente –
todos os atos que importem em anulação, revogação, suspensão ou
convalidação do ato administrativo, além das demais situações previstas no art.
50 da Lei.
Gabarito: correto.

125. (Cespe - Analista/BACEN/2013) O interessado que der início a um processo


administrativo não poderá desistir do pedido formulado, devendo o processo tramitar
até seu julgamento final.
Comentário: e interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total
ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis
(art. 51). Assim, o item está errado.
Todavia, caso haja vários interessados, essa desistência é vinculada apenas
àquele que a solicitou. Ademais, mesmo com o pedido de desistência ou
renúncia do interessado, a Administração pode prosseguir com o processo se
julgar que ele é de interesse público.
Gabarito: errado.

126. (Cespe - TEFC/TCU/2012) O interessado pode renunciar ao processo


administrativo ou dele desistir. Nesses casos, a administração poderá dar
prosseguimento ao feito caso considere que o interesse público assim o exige.
Comentário: o interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total
ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis
(art. 51). Porém, se a Administração considerar que o interesse público assim o
exige, a desistência ou renúncia não prejudicará o prosseguimento do processo
(art. 51, §2º).

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Gabarito: correto.

127. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que uma empresa tenha


solicitado à SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as
empresas da ZFM que observassem o processo produtivo básico previsto em
regulamento, julgue o item abaixo.
Em caso de indeferimento do pedido da empresa, caberá recurso administrativo, que
será dirigido à autoridade que proferiu a decisão. Se não a reconsiderar no prazo de
cinco dias, a autoridade o encaminhará à autoridade superior.
Comentário: o recurso administrativo ocorre quando a parte interessada,
discordando com a decisão administrativa, pede a sua reforma ou reexame,
dentro do prazo legal. Dessa forma, o art. 56 da Lei 9.784/1999 estipula que esse
recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Portanto, o item está correto.
Gabarito: correto.

128. (Cespe - TEFC/TCU/2012) Cidadãos ou associações têm legitimidade para


interpor recurso administrativo para a defesa de direitos ou interesses difusos.
Comentário: segundo o art. 58 da Lei, têm legitimidade para interpor recurso (1)
os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; (2) aqueles
cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida; (3) as organizações e associações representativas, no tocante a
direitos e interesses coletivos; e (4) os cidadãos ou associações, quanto a
direitos ou interesses difusos.
Gabarito: correto.

129. (Cespe - AUD/TCE ES/2012) Com base na jurisprudência do STF e do


Superior Tribunal de Justiça (STJ), julgue o próximo item, que versa sobre direito
administrativo.
É permitido à administração pública exigir do administrado, para a admissibilidade de
recurso administrativo, depósito prévio em dinheiro.
Comentário: não é permitido à administração pública exigir do administrado,
para admissibilidade de recurso administrativo, depósito prévio em dinheiro.
Nesse sentido, o STF possui entendimento constante na Súmula Vinculante nº
21, nos seguintes termos: “É inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo”. Portanto, o item está errado.
Gabarito: errado.

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A respeito do processo administrativo no âmbito da administração pública federal,
conforme disposições da Lei n.º 9.784/1999, julgue o item abaixo.
130. (Cespe - TA/ANCINE/2012) Se de processo administrativo resultar punição, o
servidor punido poderá solicitar revisão do processo, desde que apresente novos
fatos.
Comentário: de acordo com o art. 65 da Lei 9.784/1999, os processos
administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Assim, o
item está correto, pois o servidor punido poderá solicitar revisão do processo,
desde que apresente novos fatos.
Gabarito: correto.

131. (Cespe - AJ/STJ/2012) Os processos administrativos de que resultem


sanções podem ser revistos a qualquer tempo, a pedido ou de ofício; dessa revisão
pode resultar o agravamento da sanção, diferentemente do que ocorre na esfera
judicial.
Comentário: o art. 65, parágrafo único, não permite o agravamento da sanção
em revisão. Ou seja, por meio de revisão não se admite a reformatio in pejus.
Logo, o item está errado.
Lembramos, porém, que, por meio de recurso administrativo, é possível agravar
a situação do administrado, desde que ele seja cientificado para formular suas
alegações antes da decisão.
Gabarito: errado.

132. (Cespe – DP DF/2013) Considere que, negado o pleito de um indivíduo


perante a administração pública, o chefe da respectiva repartição pública tenha
inadmitido o recurso administrativo sob a alegação de que o recorrente não teria
apresentado prévio depósito ou caução, exigidos por lei. Nessa situação hipotética, o
agente público agiu de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, visto que,
segundo entendimento do STF, a exigência de depósito ou caução pode ser realizada
desde que amparada por lei.
Comentário: na situação apresentada, o agente público não agiu segundo os
preceitos brasileiros, visto que o STF, por meio da Súmula Vinculante nº 21,
considerou que é inconstitucional a exigência de garantia de instância para
interposição de recurso administrativo. Logo, a cobrança não deveria ocorrer.
Gabarito: errado.

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133. (Cespe - ATA/CADE/2014) Nos processos administrativos, os prazos,
expressos em dias, são contados em dias úteis, de acordo com a legislação de
regência.
Comentário: segundo o art. 66, §2º, os prazos expressos em dias, nos
processos administrativos, são contados de modo contínuo. Logo, o item está
errado.
Gabarito: errado.

É isso pessoal.

Em nossa próxima aula, estudaremos os agentes públicos.

Espero por vocês!

Bons estudos.

Prof. HERBERT ALMEIDA.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe - Insp/PC CE/2012) A titularidade dos serviços públicos é conferida


expressamente ao poder público.
2. (Cespe - ATA/MDIC/2014) O serviço de uso de linha telefônica é um típico
exemplo de serviço singular, visto que sua utilização é mensurável por cada usuário,
embora sua prestação se destine à coletividade.
3. (Cespe - PT/PM CE/2014) Os serviços de energia domiciliar e os serviços de uso
de linha telefônica são considerados serviços uti universi, pois são prestados à
coletividade de forma indistinta e a grupamentos indeterminados de indivíduos.
4. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) O serviço público de iluminação urbana, por ser
destinado a um número indeterminado de pessoas, classifica-se como serviço
coletivo.
5. (Cespe - AA/PRF/2012) O serviço de iluminação pública pode ser considerado
uti universi, assim como o serviço de policiamento público.
6. (Cespe - AL/CAM DEP/2012) Os serviços públicos próprios são aqueles que
atendem às necessidades coletivas e que o Estado executa tanto diretamente quanto
indiretamente, por intermédio de empresas concessionárias ou permissionárias.
7. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) A concessão, como delegação da prestação
de um serviço público, estabelece relação entre o concessionário e a administração
concedente, regendo-se pelo direito privado.

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8. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) A permissão e a concessão de serviços
públicos apresentam, entre outras, a seguinte diferença: a primeira pode ser feita à
pessoa física ou à jurídica que, por sua conta e risco, demonstre capacidade para seu
desempenho; já a segunda, só à pessoa jurídica ou a consórcios de empresas.
9. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) Tanto a concessão de serviço público quanto
a autorização de serviço público são constituídas por meio de contrato administrativo.
10. (Cespe - AUFC/TCU/2013) A permissão de serviço público possui contornos
bilaterais, mas, diferentemente da concessão de serviço público, não pode ser
caracterizada como de natureza contratual.
11. (Cespe - Eng/MIN/2013) Um item que caracteriza a diferenciação entre
permissão e concessão de serviço público é a delegação de sua prestação a título
precário.
12. (Cespe - APF/PF/2012) Os contratos de concessão de serviços públicos sempre
exigem licitação prévia na modalidade concorrência.
13. (Cespe - Eng/MIN/2013) Nos casos de interesse público imediato, a licitação
poderá ser dispensada para as concessões que não forem precedidas de execução
de obras.
14. (Cespe - AUD/TCE ES/2012) A natureza jurídica é a principal diferença entre a
concessão de serviço público e a permissão de serviço público, consideradas,
respectivamente, contrato administrativo e ato administrativo.
15. (Cespe - AA/PRF/2012) A concessão de serviço público, precedida ou não da
execução de obra pública, será formalizada mediante contrato administrativo.
16. (Cespe - TNS/PRF/2012) A permissão é a delegação, a título precário,
independentemente de licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.
17. (Cespe - DPF/2013) Em se tratando de permissão de serviço público, o serviço é
executado em nome do Estado por conta e risco do permissionário, e é atribuído
exclusivamente à pessoa jurídica.
18. (Cespe - AA/PRF/2012) As concessões e permissões de serviços públicos
deverão ser precedidas de licitação, existindo exceções a essa regra.
19. (Cespe - AnaTA/SUFRAMA/2014) Tanto as concessões como as permissões de
serviços públicos devem ser precedidas de licitação.
20. (Cespe - ATA/MIN/2013) Constitui obrigação do poder público, ou de seus
delegados, fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e contínuos.
21. (Cespe - Adv/AGU/2012) À concessionária cabe a execução do serviço
concedido, incumbindo-lhe a responsabilidade por todos os prejuízos causados ao
poder concedente, aos usuários ou a terceiros, não admitindo a lei que a fiscalização
exercida pelo órgão competente exclua ou atenue tal responsabilidade.
22. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) A falência de uma empresa concessionária de
serviço público gera a extinção da concessão e a reversão ao poder concedente dos
bens aplicados ao serviço.

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23. (Cespe – Analista PGI/INPI/2013) Caso o poder concedente constate nulidade
na licitação ou na formação do contrato de concessão de serviço público durante sua
execução, cabe a caducidade do contrato por parte do poder concedente.
24. (Cespe - AJ/TJDFT/2013) O contrato de concessão de serviço público pode ser
rescindido por iniciativa da concessionária, mediante ação judicial especialmente
intentada para esse fim, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo
poder concedente.
25. (Cespe - AUFC/TCU/2013) A rescisão, como forma de extinção da concessão, é
de iniciativa da administração, determinada por ato unilateral e escrito no caso de
descumprimento, pelo concessionário, de obrigações regulamentares.
26. (Cespe - Adv/AGU/2012) Reversão consiste na transferência, em virtude de
extinção contratual, dos bens do concessionário para o patrimônio do concedente.
27. (Cespe - Especialista em Regulação/Anatel/2009) Pelo princípio da modicidade
tarifária, protege-se a margem de lucro do concessionário contra o efeito corrosivo da
inflação, mas não contra eventos imprevistos, provocados por circunstâncias
macroeconômicas ou pela própria administração.
28. (Cespe - Eng/MIN/2013) Nas concessões de serviço público, ainda que haja
transferência de risco para o prestador do serviço, não cabe revisão de tarifas para
garantir o reequilíbrio econômico-financeiro, ficando restrita a atualização apenas ao
reajustamento anual.
29. (Cespe - AA/PRF/2012) A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante
taxas ou tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam
o seu aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade.
30. (Cespe - AUFC/TCU/2013) Nos contratos de concessão de serviço público,
vigora a regra da unicidade da tarifa, vedado o estabelecimento de tarifas
diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos,
ressalvados os casos provenientes do atendimento a segmentos idênticos de
usuários que, pelo vulto dos investimentos, exijam tal distinção.
31. (Cespe - Proc/TC DF/2013) Em relação ao controle externo exercido pelo
Congresso Nacional, a fiscalização financeira diz respeito ao acompanhamento da
execução do orçamento e da verificação dos registros adequados nas rubricas
orçamentárias.
32. (Cespe - AFT/MTE/2013) O controle da administração realizado pelo Poder
Legislativo com o auxílio do TCU abrange o denominado controle de economicidade,
pelo qual se verifica se o órgão público procedeu da maneira mais econômica na
aplicação da despesa, atendendo à adequada relação de custo-benefício.
33. (Cespe - Defensor Público/DPE-RR/2013 – adaptada) O controle exercido pela
administração direta sobre as autarquias é finalístico, externo e administrativo e não
se baseia na subordinação hierárquica.
34. (Cespe – Agente Administrativo/MDIC/2014) As formas de controle interno na
administração pública incluem o controle ministerial, exercido pelos ministérios sobre
os órgãos de sua estrutura interna, e a supervisão ministerial, exercida por
determinado ministério sobre as entidades da administração indireta a ele vinculadas.

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35. (Cespe – ANAP/TC-DF2014) O controle exercido pela administração sobre as
entidades da administração indireta, denominado tutela, caracteriza-se como controle
externo. Na realização desse controle, deve-se preservar a autonomia da entidade,
nos termos de sua lei instituidora.
36. (Cespe – Analista Judiciário/Administração/STM/2011) O termo controle
interno exterior pode ser utilizada para designar o controle efetuado pela
administração sobre as entidades da administração indireta.
37. (Cespe - Assessor Técnico Jurídico/TCE-RN/2009) Entre os vários critérios
adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que o distingue
entre interno e externo, dependendo de o órgão que o exerça integrar ou não a própria
estrutura em que se insere o órgão controlado. Nesse sentido, o controle externo é
exercido por um poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta.
38. (Cespe - TJ/TRE RJ/2012) A administração pública está sujeita a controle interno
— realizado por órgãos da própria administração — e a controle externo — a cargo
de órgãos alheios à administração.
39. (Cespe - PT/PM-CE/2014) Considera-se controle por vinculação o poder de
fiscalização e correção que os órgãos da administração centralizada exercem sobre
as pessoas jurídicas que integram a administração indireta.
40. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) O controle prévio dos atos administrativos do Poder
Executivo é feito exclusivamente pelo Poder Executivo, cabendo aos Poderes
Legislativo e Judiciário exercer o controle desses atos somente após sua entrada em
vigor.
41. (Cespe - DPF/2013) O controle prévio dos atos administrativos é de competência
exclusiva da própria administração pública, ao passo que o controle dos atos
administrativos após sua entrada em vigor é exercido pelos Poderes Legislativo e
Judiciário.
42. (Cespe - PT/PM CE/2014) O controle administrativo sobre os órgãos da
administração direta é um controle interno, que permite à administração pública anular
os próprios atos, quando ilegais, ou revogá-los, quando inoportunos ou
inconvenientes.
43. (Cespe - Proc/TC DF/2013) O controle administrativo é um controle de legalidade
e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas próprias
condutas.
44. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Os órgãos administrativos do Poder Judiciário, no
exercício do controle administrativo, podem confirmar ou rever condutas internas,
conforme aspectos de legalidade ou de conveniência e oportunidade.
45. (CESPE - Tec MPU/2013) O direito de petição constitui instrumento de controle
administrativo da administração pública.
46. (Cespe - Administrador/MIN/2013) O controle administrativo tem como
fundamento o dever-poder de autotutela que a administração pública tem sobre suas
atividades, atos e agentes, sendo um de seus instrumentos o direito de petição.
47. (Cespe - ATA/MJ/2013) O controle administrativo é instrumento jurídico de
fiscalização sobre a atuação dos agentes e órgãos públicos, realizado de ofício por
iniciativa própria, não se aceitando provocação da parte interessada.

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48. (Cespe - AJ/TJDFT/2013) O cidadão que denuncie ilegalidades e condutas
abusivas praticadas por determinado servidor do TJDFT no exercício da função
pública, mesmo não sendo diretamente afetado pela irregularidade perpetrada, deve
fazê-lo por meio do instituto da reclamação.
49. (Cespe - Proc/TC DF/2013) Caso deseje o reexame de decisão relativa a
determinado ato administrativo pela mesma autoridade que a emanou, o interessado
deverá realizar um pedido de reconsideração. Se a autoridade à qual o interessado
se dirigir não ocupar cargo na hierarquia do órgão que emitiu o ato, o recurso
interposto será um recurso hierárquico impróprio.
50. (Cespe - Proc/AGU/2013) O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é
dirigido à autoridade de órgão não integrado na mesma hierarquia daquela que
proferiu o ato, independe de previsão legal.
51. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Com base no princípio da autotutela, e em qualquer
tempo, a administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando estes
estiverem eivados de vícios.
52. (Cespe - AJ/CNJ/2013) O controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder
Legislativo de fiscalizar e controlar os atos praticados pelas entidades integrantes da
administração direta, não sendo cabível este tipo de controle em face dos entes que
compõem a administração indireta.
53. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Portaria de caráter normativo editada pelo Ministério
da Educação que seja ilegal poderá ser sustada pelo Congresso Nacional.
54. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que a SUFRAMA, autarquia
vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pretenda
contratar serviços de consultoria para auxiliar na elaboração do Plano Diretor
Plurienal da ZFM, julgue o item a seguir.
Realizada, a referida contratação estará submetida ao controle do Tribunal de Contas
da União, órgão que auxilia o Congresso Nacional na sua atividade de controle
externo.
55. (Cespe - ACE/TC DF/2012) Cabe ao controle parlamentar apreciar a legalidade
dos atos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do
Poder Executivo, e não avaliar a economicidade de tais gastos e contas.
56. (Cespe - Adm/MIN/2013) O controle legislativo, que se aplica estritamente à
administração pública direta, restringe-se ao controle político e financeiro.
57. (Cespe - Proc/AGU/2013) O TCU tem o dever de prestar ao Congresso Nacional,
a qualquer de suas Casas ou de suas comissões, informações sobre a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial que executar, bem como
sobre os resultados das auditorias e inspeções que realizar.
58. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Ao Tribunal de Contas da União não cabe julgar as
contas dos administradores de sociedades de economia mista e empresas públicas,
visto que a participação majoritária do Estado na composição do capital não
transmuda em públicos os bens dessas entidades.
59. (Cespe - PRF/2013) Os atos praticados pelos agentes públicos da PRF estão
sujeitos ao controle contábil e financeiro do Tribunal de Contas da União.

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60. (Cespe – AnaTA/SUFRAMA/2014) Uma das formas de controle da
administração pública é o controle judicial, que incide tanto sobre o mérito quanto
sobre a legalidade dos atos da administração pública.
61. (Cespe - Adm/MJ/2013) O Poder Judiciário pode examinar atos da administração
pública de qualquer natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais,
vinculados ou discricionários, mas sempre sob os aspectos da legalidade e, também,
da moralidade.
62. (Cespe - Analista/BACEN/2013) O ato discricionário, dada sua natureza, não
está sujeito a apreciação judicial.
63. (Cespe - Proc/TC-DF/2013) O ato de improbidade, que, em si, não constitui
crime, caracteriza-se como um ilícito de natureza civil e política.
64. (Cespe - ATA/MIN/2013) Os agentes políticos cujos atos puderem configurar
crimes de responsabilidade não se submetem ao regime da Lei de Improbidade
Administrativa.
65. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) Um ato de improbidade administrativa praticado por
servidor público não pode ser simultaneamente enquadrado como um ilícito
administrativo, o que exime a autoridade competente de instaurar qualquer
procedimento para apuração de responsabilidade de natureza disciplinar.
66. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a
qualquer agente público que seja servidor estatutário vinculado às pessoas jurídicas
de direito público, não abrangendo os empregados públicos vinculados à
administração indireta.
67. (Cespe - Adm/MJ/2013) Com relação aos agentes públicos e à improbidade
administrativa, julgue o item que se segue conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça.
Para a caracterização de ato de improbidade por ofensa a princípios da administração
pública, exige-se a demonstração do dolo lato sensu ou genérico.
68. (Cespe - AA/IBAMA/2013) A utilização de cargo público para favorecer
enriquecimento ilícito de amigo ou parente é considerada improbidade administrativa
que causa prejuízo ao erário.
69. (Cespe - AnaTA/SUFRAMA/2014) Considere que determinada regra exige
licença ambiental para liberação de financiamento de projeto empresarial na cidade
de Manaus. Nesse caso, se um servidor da SUFRAMA autorizar a liberação de verba
da autarquia para financiamento de atividade empresarial cuja licença ambiental
esteja irregular, ele poderá figurar como réu em ação de improbidade.
70. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) Com base no disposto na Lei n.º 8.429/1992, julgue o
item seguinte.
As penalidades aplicadas ao servidor ou a terceiro que causar lesão ao patrimônio
público são de natureza pessoal, extinguindo-se com a sua morte.
71. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), o reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos
pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), requer o exercício de

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função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à atividade
judicante.
72. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) O servidor que estiver sendo processado judicialmente
pela prática de ato de improbidade somente perderá a função pública após o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
73. (Cespe - AJ/TJDFT/2013) Somente são sujeitos ativos do ato de improbidade
administrativa os agentes públicos, assim entendidos os que exercem, por eleição,
nomeação, designação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função na administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos poderes da União, dos estados, do DF e dos municípios.
74. (Cespe - AJ/TRT-10/2013) Apuração interna realizada descobriu que um
empregado público federal de uma sociedade de economia mista recebeu vantagem
indevida de terceiros, em troca do fornecimento de informações privilegiadas e dados
sigilosos do ente de que ele fazia parte. O relatório de conclusão da apuração foi
enviado ao Ministério Público para providências cabíveis.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e criminal, mas
não por improbidade administrativa, visto que esta não abrange particulares.
75. (Cespe - ACE/TC-DF/2014) O herdeiro de deputado distrital que tenha, no
exercício do mandato, ocasionado lesão ao patrimônio público e enriquecido
ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa, mas
somente até o limite do valor da herança recebida.
76. (Cespe - TJ/CNJ/2013) A configuração da improbidade exige os seguintes
elementos: o enriquecimento ilícito, o prejuízo ao erário e o atentado contra os
princípios fundamentais (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência), presente o elemento subjetivo doloso.
77. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Constituem improbidade administrativa não apenas os
atos que geram enriquecimento ilícito, mas também os que atentam contra os
princípios da administração pública.
78. (Cespe – TJ/TJDFT/2013) O servidor que, estando obrigado a prestar contas
referentes a recursos recebidos, deixa de fazê-lo incorre em ato de improbidade
administrativa passível de demissão do serviço público.
79. (Cespe – TJ/TJDFT/2013) Os atos típicos de improbidade administrativa
restringem-se ao descumprimento do princípio do sigilo e da confidencialidade de
informações.
80. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) A procrastinação é uma conduta que pode configurar
ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, por gerar atrasos e
ineficiência do serviço público.
81. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) O oficial de justiça que, no exercício do cargo público,
aufira vantagem patrimonial indevida estará sujeito, além das sanções penais, civis e
administrativas previstas na legislação específica, às cominações arroladas na Lei n.º
8.429/1992, por configurar a situação ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito.

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82. (Cespe - Tec/MPU/2013) Cometerá ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública o servidor público que revelar a seus
familiares, durante um jantar em família, os detalhes de processo que tramite em
segredo de justiça contra seu chefe e do qual tenha tomado conhecimento em razão
de suas atribuições.
83. (Cespe - Ana/MPU/2013) A perda da função pública é sanção aplicável àqueles
que pratiquem atos de improbidade administrativa que importem enriquecimento
ilícito ou que gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade
que atentem contra os princípios da administração pública.
84. (Cespe - Ana/MPU/2013) A lei caracteriza como ato de improbidade
administrativa que importa enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que
implique o uso, em proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial de órgãos e entidades da administração pública.
85. (Cespe - Deleg/PC BA/2013) Considere que um agente de polícia tenha utilizado
uma caminhonete da polícia civil para transportar sacos de cimento para uma
construção particular. Nesse caso, o agente cometeu ato de improbidade
administrativa que importa em enriquecimento ilícito.
86. (Cespe - PF/2013) O servidor público que revelar fato ou circunstância que tenha
ciência em razão das suas atribuições, e que deva permanecer em segredo, comete
ato de improbidade administrativa.
87. (Cespe - DP DF/2013) Segundo entendimento do STJ, se o governo do DF,
amparado em legislação local, realizar contratações temporárias de servidores sem
concurso público, tal ação configurará, por si só, ato de improbidade administrativa.
88. (Cespe - ATA/MIN/2013) Atos que atentem contra os princípios da administração
pública constituem atos de improbidade administrativa, independentemente de
implicarem malversação de recursos públicos.
89. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) A liberação de verba pública para terceiros sem a
devida observância das formalidades legais configura ato de improbidade
administrativa que enseja enriquecimento ilícito do agente público e prejuízo ao erário.
90. (Cespe - Proc DF/PGDF/2013) Presidente de autarquia estadual que deixar de
prestar as contas anuais devidas responderá, desde que comprovada a sua má-fé e
a existência de dano ao erário, pelo cometimento de ato de improbidade atentatório
aos princípios da administração pública.
91. (Cespe - ACE/TCE-RO/2013) Constitui ato de improbidade administrativa
qualquer ação dolosa que resulte em perda patrimonial para a União, não sendo
prevista a omissão culposa para esse tipo de delito.
92. (Cespe - ACE/TC-DF/2014) Constitui ato de improbidade administrativa a
aquisição de imóvel por valor notoriamente superior ao de mercado por auditor de
controle externo do TCDF.
93. (Cespe - TA/ICMBio/2014) Considere que um servidor doe para uma biblioteca
comunitária uma série de livros da repartição pública na qual ele trabalha. Nesse
caso, mesmo sem observar as formalidades legais, o servidor não incorre em
improbidade administrativa uma vez que os livros destinam-se a fins educativos e
assistenciais.

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94. (Cespe - Adm/MIN/2013) A sanção a ser aplicada ao administrador público que
praticar ato que importe em enriquecimento ilícito e, ao mesmo tempo, cause prejuízo
ao erário e atente contra os princípios da administração pública deverá ser
equivalente à cumulação das penalidades previstas para esses três tipos de atos de
improbidade.
95. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) Qualquer ato de improbidade administrativa sujeita-
se a penas que podem ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, conforme a
gravidade do fato. Além disso, prevê-se o ressarcimento integral pelo agente
responsável pelo ato dos danos por ele causados.
96. (Cespe - Proc/AGU/2013) Se um agente público conceder benefício
administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie, ficará caracterizado ato de improbidade administrativa, mesmo
que o agente não tenha atuado de forma dolosa, ou seja, sem a intenção deliberada
de praticar ato lesivo à administração pública.
97. (Cespe - Tec APU/TC-DF/2014) Servidor público que omitir ou negar a
publicidade de qualquer ato oficial incorre em improbidade administrativa.
98. (Cespe - Deleg/PC BA/2013) Um agente público que, agindo de forma culposa,
gere lesão ao patrimônio público, estará obrigado a ressarcir integralmente o dano
causado.
99. (Cespe - EPF/PF/2013) As penas aplicadas a quem comete ato de improbidade
não podem ser cumuladas, uma vez que estaria o servidor sendo punido duas vezes
pelo mesmo ato.
100. (Cespe - AFT/MTE/2013) Caso um servidor público deixe de praticar,
indevidamente, ato de ofício, e isso enseje o ajuizamento de ação de improbidade
contra esse servidor, então, independentemente das sanções penais, civis e
administrativas previstas na legislação específica, ele estará sujeito à perda da função
pública, mas não à suspensão dos direitos políticos.
101. (Cespe - AJ/CNJ/2013) As normas básicas do processo administrativo não se
aplicam ao Poder Judiciário da União, pois, no desempenho da função administrativa,
devem ser observadas as regras dispostas nos regimentos internos de cada órgão
integrante da sua estrutura.
102. (Cespe - AUFC/TCU/2013) As disposições da referida lei aplicam-se aos
órgãos e às entidades que integram o Poder Executivo federal, mas não aos órgãos
dos poderes Legislativo e Judiciário, que dispõem de disciplina própria relativamente
aos processos de natureza administrativa.
103. (Cespe - TJ/STJ/2012) A Lei n.º 9.784/1999 não se aplica aos órgãos dos
Poderes Judiciário e Legislativo, ainda que no desempenho de funções de natureza
administrativa.
104. (Cespe - AJ/STJ/2012) Os preceitos dessa lei aplicam-se à administração
pública direta e indireta no âmbito do Poder Executivo federal, mas não alcançam os
Poderes Legislativo e Judiciário da União, que dispõem de autonomia para editar atos
acerca de sua organização e funcionamento quando no desempenho de função
administrativa.

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105. (Cespe - AnaTA/MDIC/2014) Em razão da simetria com o processo judicial,
vigora, no processo administrativo, o princípio do formalismo procedimental, em que
se afasta a flexibilização na tramitação do processo para evitar os arbítrios das
autoridades e garantir a legitimidade das decisões administrativas.
106. (Cespe - AJ/TRE-MS/2013) No processo administrativo, a administração
pública tem o poder dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos,
não devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento.
Esse pressuposto, conforme a doutrina pertinente, refere-se ao princípio da
a) da gratuidade.
b) oficialidade.
c) lealdade e boa-fé.
d) do informalismo.
e) da verdade material.
107. (Cespe - ATA/MIN/2013) Um dos princípios do processo administrativo, a
oficialidade refere-se às formalidades legais adotadas pela administração pública, a
fim de garantir segurança jurídica ao administrado.
108. (Cespe - TJ/STJ/2012) No processo administrativo, a norma administrativa
deve ser interpretada de forma a garantir o atendimento do fim público a que se
destine, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.
109. (Cespe - AJ/STJ/2012) Considerando-se que o processo administrativo gera
ônus para a administração pública, a regra é a cobrança de despesas processuais,
as quais somente poderão ser afastadas nos casos expressamente previstos em lei.
110. (Cespe - AA/IBAMA/2013) O administrado pode acompanhar os trâmites de
processo administrativo que o envolva, com exceção de processos que tramitem em
segredo de justiça.
111. (Cespe - AA/ICMBio/2014) Considere que, ao conferir o conteúdo de
requerimento apresentado por um cidadão ao ICMBio, o analista responsável tenha
recusado o recebimento do documento por ausência de alguns dados. Nessa
situação, é vedada à administração a recusa imotivada do documento, cabendo ao
servidor orientar o cidadão a suprir as falhas.
112. (Cespe - AJ/CNJ/2013) É defeso à administração recusar imotivadamente o
recebimento de documentos. Nesse caso, o servidor deverá orientar o interessado
quanto ao suprimento de eventuais falhas.
113. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) O processo administrativo pode ser iniciado a
pedido do interessado, mediante formulação escrita, não sendo admitida solicitação
oral.
114. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) O servidor que estiver litigando judicialmente contra
a companheira de um interessado em determinado processo administrativo estará
impedido de atuar nesse processo.
115. (Cespe - TEFC/TCU/2012) O indeferimento da alegação de suspeição pode
ser objeto de recurso, cujos efeitos serão devolutivo e suspensivo.

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A respeito do processo administrativo no âmbito da administração pública federal,
conforme disposições da Lei n.º 9.784/1999, julgue os itens abaixo.
116. (Cespe - TA/ANCINE/2012) O recurso contra o indeferimento da alegação de
suspeição terá efeito suspensivo e devolutivo.
117. (Cespe - TA/ANCINE/2012) Em processo administrativo para a investigação
da participação de servidor público civil em fato determinado, poderá atuar como
membro do órgão responsável pela investigação servidor que tenha interesse direto
na matéria ou que venha a participar como testemunha no processo.
118. (Cespe - AJ/STJ/2012) Estará impedido de atuar no processo administrativo o
servidor que estiver litigando administrativamente com o interessado, hipótese em
que a comunicação do fato deverá ser dirigida à autoridade competente, sob pena de
configurar-se a prática de falta grave, para fins disciplinares.
119. (Cespe - ATA/MJ/2013) Em processos administrativos, é obrigatória a
intimação do envolvido, sob pena de nulidade do ato.
120. (Cespe - AJ/CNJ/2013) As atividades desenvolvidas na fase instrutória do
processo administrativo destinam-se a averiguar e a comprovar os dados necessários
à tomada de decisão e são realizadas pela administração em observância ao princípio
da oficialidade, não competindo ao administrado a proposição de atos probatórios.
121. (Cespe - Ana/BACEN/2013) Encerrada a instrução, o processo deverá ser
imediatamente remetido à autoridade competente para julgá-lo, para decisão.
122. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que uma empresa tenha
solicitado à SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as
empresas da ZFM que observassem o processo produtivo básico previsto em
regulamento, julgue o item abaixo.
O eventual indeferimento do referido pedido, assim como os demais atos que neguem
direitos à empresa, deverá ser necessariamente motivado.
123. (Cespe - AA/IBAMA/2013) De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, serão sempre
motivados os atos administrativos que decidam processos administrativos de seleção
pública e recursos administrativos e revoguem ato administrativo anteriormente
praticado.
124. (Cespe - AA/PRF/2012) Quando importar em anulação, revogação,
suspensão ou convalidação, o ato administrativo deverá ser motivado, com a
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos que justifiquem sua edição.
125. (Cespe - Analista/BACEN/2013) O interessado que der início a um processo
administrativo não poderá desistir do pedido formulado, devendo o processo tramitar
até seu julgamento final.
126. (Cespe - TEFC/TCU/2012) O interessado pode renunciar ao processo
administrativo ou dele desistir. Nesses casos, a administração poderá dar
prosseguimento ao feito caso considere que o interesse público assim o exige.
127. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que uma empresa tenha
solicitado à SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as

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empresas da ZFM que observassem o processo produtivo básico previsto em
regulamento, julgue o item abaixo.
Em caso de indeferimento do pedido da empresa, caberá recurso administrativo, que
será dirigido à autoridade que proferiu a decisão. Se não a reconsiderar no prazo de
cinco dias, a autoridade o encaminhará à autoridade superior.
128. (Cespe - TEFC/TCU/2012) Cidadãos ou associações têm legitimidade para
interpor recurso administrativo para a defesa de direitos ou interesses difusos.
129. (Cespe - AUD/TCE ES/2012) Com base na jurisprudência do STF e do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), julgue o próximo item, que versa sobre direito
administrativo.
É permitido à administração pública exigir do administrado, para a admissibilidade de
recurso administrativo, depósito prévio em dinheiro.

A respeito do processo administrativo no âmbito da administração pública federal,


conforme disposições da Lei n.º 9.784/1999, julgue o item abaixo.
130. (Cespe - TA/ANCINE/2012) Se de processo administrativo resultar punição, o
servidor punido poderá solicitar revisão do processo, desde que apresente novos
fatos.
131. (Cespe - AJ/STJ/2012) Os processos administrativos de que resultem
sanções podem ser revistos a qualquer tempo, a pedido ou de ofício; dessa revisão
pode resultar o agravamento da sanção, diferentemente do que ocorre na esfera
judicial.
132. (Cespe – DP DF/2013) Considere que, negado o pleito de um indivíduo
perante a administração pública, o chefe da respectiva repartição pública tenha
inadmitido o recurso administrativo sob a alegação de que o recorrente não teria
apresentado prévio depósito ou caução, exigidos por lei. Nessa situação hipotética, o
agente público agiu de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, visto que,
segundo entendimento do STF, a exigência de depósito ou caução pode ser realizada
desde que amparada por lei.
133. (Cespe - ATA/CADE/2014) Nos processos administrativos, os prazos,
expressos em dias, são contados em dias úteis, de acordo com a legislação de
regência.

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GABARITO

1 C 21 C 41 E 61 C 81 C 101 E 121 E
2 C 22 C 42 C 62 E 82 C 102 E 122 C
3 E 23 E 43 E 63 C 83 E 103 E 123 C
4 C 24 C 44 C 64 C 84 C 104 E 124 C
5 C 25 E 45 C 65 E 85 C 105 E 125 E
6 C 26 C 46 C 66 E 86 C 106 E 126 C
7 E 27 E 47 E 67 C 87 E 107 E 127 C
8 C 28 E 48 E 68 C 88 C 108 C 128 C
9 E 29 C 49 C 69 C 89 E 109 E 129 E
10 E 30 E 50 E 70 E 90 E 110 E 130 C
11 C 31 E 51 E 71 E 91 E 111 C 131 E
12 X 32 C 52 E 72 C 92 E 112 C 132 E
13 E 33 C 53 C 73 E 93 E 113 E 133 E
14 E 34 C 54 C 74 E 94 E 114 C
15 C 35 C 55 E 75 C 95 E 115 E
16 E 36 C 56 E 76 C 96 C 116 E
17 E 37 C 57 C 77 C 97 E 117 E
18 E 38 C 58 E 78 C 98 C 118 C
19 C 39 C 59 C 79 E 99 E 119 C
20 C 40 E 60 E 80 E 100 E 120 E

REFERÊNCIAS

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo:
Atlas, 2014.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. “Personalidade judiciária de órgãos públicos”. Salvador:
Revista Eletrônica de Direito do Estado, 2007.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

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JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 7ª Ed. Niterói: Impetus, 2013.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.

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