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Disciplina: Espiritualidade e
Desenvolvimento Pessoal
2010/1
Como sugestão, aqui cabe ler a boa e rápida síntese introdutória ao Desenvolvimento
Humano, Cap.6, p.80-98, do livro Psicologias, dos citados autores.
Após o nascimento, o que cada um pode fazer com sua circunstância, plasticidade,
flexibilidade, adaptabilidade e auto-superação? Pesquise e reflita!
Será uma construção adquirida e formatada por cada ser, que caracterizará sua
peculiaridade e singularidade.
Dentro deste programa, principalmente pela interação do sujeito com o meio
ambiente cultural, é importante o papel do processo de aprendizado, a moldagem sofrida
pela cultura do meio e pela educação recebida.
Outros elementos, também relevantes para o desenvolvimento normal, são:
a) condições geracionais, como a vida fetal, a gravidez, o nascimento e a
dinâmica familiar;
Por favor responda, quais são as 4 fases de classificação de Piaget (do cognitivo
humano) e reflita sobre o conteúdo de cada uma delas.
De onde vem o conhecimento que temos do mundo que nos cerca, de nós mesmos e do
outro, e como ele se processa em nossa mente?Reflita!
Recomendação: Mais uma leitura para aprofundar este tópico é o livro de GARDNER,
Houward, A Nova Ciência da Mente, 1995, onde há uma síntese histórica e conceitual.
Que tal ler?
Por gentileza, aponte quais são as inovações no campo das Ciências Cognitivas em
relação à investigação tradicional.
Mas, para o pensamento cartesiano, a mente era concebida como sendo separada
da matéria e totalmente diferente desta; o corpo era tido por autômato e comparável às
máquinas feitas pelo homem. Ao contrário do corpo, que se corrompe e divide em
várias partes, a mente era una, indivisível e imortal. Tal distinção, entre uma mente
racional e um corpo mecânico, dificultava a explicação da interação de ambas.
Em Paixões da Alma (1649), Descartes descreveu o esquema que, a seu ver,
mostrava como as sensações visuais são transmitidas da retina até o cérebro, por nervos,
chegando à glândula pineal, onde a alma poderia interagir com o corpo, através da
Descartes teve suas idéias rebatidas imediatamente por Thomas Hobbes, John
Locke, George Berkeley e David Hume, empiristas que criticavam a existência de idéias
inatas, argumentando que apenas a experiência seria a única fonte de conhecimento.
No Ensaio acerca do Entendimento Humano (1690), de David Hume, a mente
foi descrita como algo semelhante a um papel em branco a ser preenchido com o
conhecimento adquirido pela experiência da famosa “tábula rasa”. A partir da percepção
e sensação das coisas, as idéias poderiam ser desenvolvidas em progressão, das
primárias às secundárias, das simples às complexas, de modo que fosse possível
associar umas com as outras. O ser pensante era capaz de produzir abstrações e
generalizações com a interação dessas idéias extraídas da experiência.
Neste contexto cognitivista, que exalta a racionalidade, qual é o papel das
emoções? Por muito tempo a tradição filosófica racionalista, desde os gregos,
considerou as emoções e os sentimentos elementos perturbadores e rivais da razão.
Todavia recentemente o papel das emoções ganhou novo status e lugar no debate
sobre o desenvolvimento pessoal. Conforme o neurologista português Antônio
Damásio, em seu livro O Erro de Descartes (1994), as emoções exercem um papel
fundamental nas tomadas de decisões. Ao examinar casos históricos de lesões no lobo
frontal esquerdo de alguns de seus pacientes com traumas cerebrais mais localizados,
Damásio constatou que a perda de habilidade de sentir emoções prejudicou a vida
dessas pessoas.
A descoberta da influência decisiva das emoções nas tarefas deliberativas
dificultou mais ainda o trabalho dos pesquisadores que adotam a teoria computacional
como modelo explicativo do funcionamento da mente. As emoções podem prejudicar
ou facilitar a aprendizagem que atualmente é um dos maiores desafios enfrentados pela
inteligência artificial. A inclusão das emoções e dos sentimentos numa teoria
computacional ampliada exige a formulação de conceitos precisos de felicidade, medo,
Bock, Furtado & Teixeira (1993) informam que a percepção é o ponto de partida
e também o tema central da psicologia gestáltica, estudada a partir de intensos
experimentos com animais em laboratório. Para a psicologia da gestalt, entre o estímulo
que o meio fornece e a resposta do indivíduo, há exatamente o processo de percepção.
O processo de percepção se dá através da Lei da Pregnância, ou seja, a idéia de
que os objetos do mundo físico se estabelecem em nossa mente através de formas-
padrão, as quais são acionadas, quando nos confrontamos com novos objetos. Esta lei
evidencia tendências naturais da mente em perceber a forma dos objetos. Quando vemos
uma parte de um objeto ocorre uma tendência à restauração do equilíbrio da forma,
garantindo a compreensão total do objeto.
Esse fenômeno da percepção (pregnância) é norteado pela busca automática da
mente pela proximidade, fechamento, simetria e regularidade das formas como os
objetos se compõem. Assim, nossa mente tem em si uma tendência de percepção rápida
e completa dos objetos percebidos, chamada de tendência de boa-forma.
Ao enfrentar tão desafiador assunto, Garcia Rubio concilia o tema com visões da
filosofia, da psicologia e da teologia. Aliás, integrar espiritualidade com saúde mental
e desenvolvimento pessoal, só nos parece viável numa abordagem multidisciplinar.
Reflita sobre isto!
Daí, o necessário influxo de valores. Num sentido bem amplo, pode-se afirmar
que valor é tudo quanto permite dar significado à existência humana. Valor é tudo
aquilo que é (ou torna um objeto) apetecível, amável, digno de aprovação, de
admiração, aquilo que provoca sentimentos, juízos ou atitudes de estima e de
recomendação, aquilo que é útil para um determinado fim.
Este valor torna-se o cerne da virtude cristã, recomendada por Paulo, quando
diz:
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o
que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum
louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Paulo, Filipenses 4,8)
Na visão integrada do ser humano, é claro que este não amadurece desprezando
ou reprimindo o mundo da afetividade.
Todavia o se humano é ambíguo e contraditório e seu amadurecimento não se
realiza de maneira espontânea. Impõe-se lento trabalho educativo, sendo necessário
assumir que as crises e sofrimentos fazem parte do processo e estão a serviço, também
eles, do projeto pessoal de vida. O caminho que cumpre percorrer para a maturidade
afetiva é trabalhoso e não existem atalhos miraculosos para percorrê-lo.
E é exatamente esse trabalho lento de maturação que exige esforço ascético.
Ascese entendida aqui como esforço metódico de atingir a maturidade afetiva, isto é
completamente indispensável, pois sem autodisciplina, não é possível percorrer o
caminho da maturidade.
A afetividade própria do nível biológico deverá ser desenvolvida a serviço do
projeto pessoal de vida. O prazer, a agressividade, a autodefesa, etc, são afeições
elementares básicas.
A emoção pode ser compreendida como irrupção bruta, intensa e imediata, na
consciência do sujeito, que provoca uma reação também imediata, sem tempo
necessário para que a consciência reflexa tome distância do estímulo e possa, assim, dar
resposta adequada, do ponto de vista do projeto pessoal de vida.
É este caráter perturbador das emoções que tem feito por séculos a filosofia e a
ciência caírem na fácil tentação de reprimir a pulsão afetiva, que é próprio do humano,
como se fosse destruidora da razão e da própria alma. As emoções constituem uma
riqueza do ser humano.
Apesar de a emoção ser originalmente tumultuada, primitiva e perturbadora,
porque descontrolada, desordenada e muitas vezes ambivalente, ainda assim é
vitalidade, energia e fonte de vida.
Assumir as emoções no projeto pessoal de vida é um desafio a ser enfrentado
todo o dia. Durante toda a vida, todo ser humano se defronta com o desafio de orientar a
emotividade para uma esfera de sentimentos construtivos, capazes de elaborar a riqueza
afetiva das emoções positivas ou de desarmar o seu conteúdo eventualmente destrutivo.
A este processo chamamos de amadurecimento afetivo. Isto inclui vencer o
sentimento de inferioridade, transformar os limites e defeitos em possibilidades
criativas, exercitar a confiança sobre a falta de confiança.
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e do todo o
teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Jesus, Mateus 22,37-38).
Assim, amar a Deus e amar aos outros, “como a si mesmo”, exige aceitação
incondicional do Ser de Deus e do ser do outro, que se manifesta em estima e
aprovação. Mas também exige auto-aceitação, auto-estima e auto-aprovação.
Amar os outros consiste, em grande parte, em ajudá-los a reconhecer e a
assumir as qualidades e potencialidades que possuem.
Amar os outros não consiste, normalmente, na realização de grandes coisas,
mas na abertura e acolhimento cuidadoso, capaz de ajudar o outro no seu crescimento,
na sua vivência da liberdade, na expressão dos seus sentimentos.
Neste contexto ainda, cabe também aquilo que Garcia Rubio chama de
“sexualidade humanizante” (p.96-103), pois a sexualidade deve ser parte integrante de
um programa de desenvolvimento pessoal afetivo-emocional.
O tema da sexualidade é, dentre todas as questões humanas, o que sem dúvida
mais desperta controvérsia. A sexualidade humana compreende dois aspectos bem
distintos, que sempre tendem a se conflitar, se não forem bem compreendidos: o aspecto
da necessidade básica de reprodução e o aspecto do prazer, que deriva da relação
sexual em si, independentemente da intenção reprodutiva.
O ser humano é chamado a viver a diferença no domínio da sexualidade. A
sexualidade tem uma finalidade relacional. Aceitar e valorizar a diferença é
indispensável para a vivência de relações fecundas.
Tal como a afetividade, a sexualidade começa a se desenvolver na primeira
infância. Na puberdade a sexualidade passa a ser vivida já de maneira consciente,
embora a atração pelo outro sexo seja ainda bastante vaga. Na juventude, acentua-se a
tendência da puberdade.
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem,
um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o
levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se
aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três
dobras não se rebenta com facilidade. (Eclesiastes, 4,9-2).
Desta forma, vimos que não são somente os aspectos racionais e cognitivos que
regem a vida de uma pessoa; em muitas situações da vida são as emoções e os afetos
que orientam nosso comportamento.
Portanto, abordar o desenvolvimento da pessoa humana de forma fragmentada é
muito perigoso, porque incorremos no risco de deixar de estudar aspectos importantes,
como os aqui relacionados.
A tonalidade afetiva que as coisas ganham em nosso mundo interno caracteriza a
qualidade de vida que levamos. As emoções são expressões afetivas acompanhadas de
reações intensas e breves no organismo; todavia permeiam todas as nossas relações
sociais e interpessoais.
Infelizmente em nossa cultura, estimulam-se algumas reações emocionais e
reprimem-se outras. Porém, na busca de uma maturidade afetivo-emocional, precisamos
tomar a decisão de dirigir nossos passos em nosso próprio caminho, de forma a não
deixar unicamente o meio social ser o determinante de nossas reações emocionais.
Assim, ao abordarmos a relação matrimonial e familiar, já estamos entrando na
esfera das relações sociais e interpessoais, pois, acima de tudo, o ser humano não vive
só, mas é eminentemente um ser relacional.
Aqui se pressupõe como dado existente e ativo no ser humano, daquele universo
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interior da psique humana, sua maior e mais influente porção, chamada pela
Psicanálise de “inconsciente”. A descoberta do inconsciente é atribuída a Freud. Jung
também a utiliza, porém numa formulação diferente, de maneira mais ampla e
complexa, abrangendo a existência de um “Inconsciente Coletivo”, uma “alma do
mundo” (Anima Mundi), que consiste na acumulação da memória de todas as
experiências vividas pelo homem, desde os mais remotos ancestrais, registradas na
alma humana e manifesta na conduta humana através de “modelos originais
primordiais” (arquétipos), cujas imagens se apresentam nas mais variadas formas de
espiritualidade e crenças religiosas. Esta concepção de Jung coloca a idéia de
“inconsciente” muito mais próxima à religião e mais propícia a contribuir com a
reflexão teológica moderna. Outras definições sobre as peculiaridades deste complexo
conceito de “inconsciente” pode ser visto em SAMUELS, A. & SHORTER, B. &
PLAUT, Fred, Dicionário Crítico de Análise, RJ, Imago, 1988.
Assimilação.
Acomodação.
Esquema mental e adaptação.
O processo de ensino é o que potencia esta transformação.
Pausa para reflexão: Por favor, construa mentalmente uma síntese reunindo todos os
aspectos do desenvolvimento “biopsiquicosócioespiritual” do ser humano.