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® <8 a0 a0 He 0 ” =o - 20 - ~ ~" =e ad a? <2 =@ =o - —@ =m 2@ 2 sl 0 =e =@ a9 20 10 J 70 ao “oe FUNDAGAO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA ENSINANDO & APRENOENDO DIREITO CIVIL Wl PROF° WOLNEY OLIVEIRA FORTALEZA-CE 2015 CO OeODeOeL OSCE OOO EO OODODELODELESEO DED ESESOOOETOOS APOSTILA DE DIREITO CIVIL —I1l CONTRATOS Unidade I Principiologia do direito contratual Pri cipios Fundamentais Regem as obrigagdes contratuais, os prineipios ol (Os contratos nascem, tém o seu desenvolvimento, prod Aa autonomia da vontade = se funda na liberdade contratual dos contratantes, no poder estipuler liv mente, mediante acorde de vontades; Do consensualismo — segundo 0 qual o simples acordo de duas ou mais vontades idos Da obrigatoriedade da convengito ~ as estipulagdes feitas no contrato deverio ser basta para gerar 0 contrato vi ficlmente cumpridas (paeta sunt servanda), sob pena de cxecugde patrimonial contra © inadimplente, . Da relatividade dos efeitos do negscio juridico contratual ~ nilo aproveita nem prejudica ‘ereciros, vinculando exclusivamente as partes que nele intervieram; somente produ efeitos entre os contratantes Da boa-fé — ligado a interpretagiio do contrato, pois, segundo ele, o sentido literal da linguagem nilo deverd prevalecer sobre a intengdo da declaragdo da vontade das partes. Hoje positivado no art. 422 do Novo Cédigo Civil Da probidade ~ inserido no art. 422 do Novo Cédigo Civil, os contratantes sio Obrigados a guardar tanto na concluséo quanto na exccugiio do contrato este principio. Da fungio social - inserido no art. 421 do Novo Cédigo Civ contratar ser exercida em razio e nos limites da fungio social ) a liberdade de bservacio ~ Os contratos 5, 6 7 sio considerados contratos sociai zem os seus ef tos e depois se tinguem. Nesse seu caminho eles deve fluir sempre dentro daquila que a Lei prevé. Na sua marcha evolutiva existem, normalmente, varias etapas VEJAMOS ALGUMS POSIGOES DO PODER JUDICIARIO SOBRE. OS PRINCIPIOS 1. FUNGAO SOCIAL DO CONTRATO Processo REsp 97590 / RS ; RECURSO ESPECIAL 1996/0035379-4 Relator(a) isto RUY ROSADO DE AGUIAR (1102) “Orpiio Nulgadot “# T4~ QUARTA TURMA Data do Julgamento 15/10/1996, Data da Publicagao/Fonie DJ 18.11.1996 p. 44901 RSTJ vol. 93 p. 320 Ementa DENUNCIAGAO DA LIDE. SEGURADORA. EXECUGAO DA SENTENCA. 1. A IMPOSSIBILIDADE DE SER EXECUTADA A SENTENCA DE PROCEDENCIA DA ACAO DE INDENIZAGAO CONTRA A DEVEDORA, PORQUE EXTINTA A EMPRESA, PERMITE A EXECUGAO DIRETAMENTE CONTRA A GURADORA, ‘0 COMO DENUNCIADA A LIDE, ONDE ASSUMIRA A POSICGAO DE LITISCONSORTE. e NSA AO ART. 75, I, CPC, O ACORDAO QUE ASSIM DECIDE. ; RECURSO NAO CONHECIDO. QUE FIGURARA NO FE! 2. NAO CAUSA OF I CP OOCOOHLHDH LOGO OL HOODOO DOOOOOHOODOOOOO0OR000008 Pee eecccscccccsescvecvcescosscoseceeesesesoeneee Proceso REsp 691738 / SC: RECURSO 2004/)133627-7 ECIAL, Relator(a) Minisirn NANCY ANDRIGHI (1118) Orgao Julgador 3 ERCEIRA TURMA Data do Julgamento 12/05/2005 Data da Publicagdo/Fonte DJ 26.09.2005 p. 372 Ementa RECURSO ESPECIAL.. ANTECIPAGAO DE TUTELA. IMPUGNACAO EXCLUSIVAMENTE AOS DISPOSITIVOS DE DIREITO MATERIAL. POSSIBILIDADE, FRACIONAMENTO DE HIPOTECA, ART. 1488 DO CC/02. APLICABILIDADE AOS CONTRATOS, EM CURSO. INTELIGENCIA DO ART. 2035 DO CC/02. APLICAGAO DO PRINCIPIO DA FUNGAO SOCIAL DOS CONTRATOS. - Se no ha ofensa dircta ssual na decistia do Tribunal que revoga (utela antecipadamente coneedida pelo Juizo de Primeiro Grau, € possivel a interposigio de Recurso Especial mencionando exclusivamente a violagdo das dispositivos de direito material que deram (undamento & decisao. = O art, 1488 do CC/02, que regula a possibilidade de fracionamento de hipoteca, consubstancia uma das hipéteses de materializagdo do principio da fungo social dos contratos, aplicando-se, portanto, imediatamente as relagdes juridicas em curso, nos termos do art, 2035 do CC/02 - Nao cabe aplicar a multa do art, 538, § dnico, do CPC, nas hipéteses em que ini omissao no acérdiio recorrid, ainda que tal omissiio nto implique a nulidade do aresto. - Recarso especial parcialmente conhecido ¢, nessa parte. provide. Proceso REsp 811690 / RR ; RECURSO ESPECIAL 2006/0013 155-4 Relator(a) Ministra DENISE ARRUDA (1126) y Orgio Julgador TL -PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 18/05/2006 Data da Publicagio/Fante DJ 19.06.2006 p. 123 Ementa PROCESSUAL CIVIL & ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AGAO DE INDENIZAGAO POR DANOS MORAIS. CONCESSIONARIA DE SERVICO PUBLICO. DISSIDIO PRETORIANO NAQ-DEMONSTRADO. FORNECIMENTO DE ENERGIA ADA VIOLACAO DOS ARTS. 186 E 188, |, i DO CC. NAO-OCORRENCIA. ABUSO DE DIREITO. CONFIGURACAO DE ATO ILicrTo (ci ART. 187). RESSARCIMENTO DEVIDO. DOUTRINA, RECURSO PARCIALME} CONHECIDO E, NESSA PARTE, DESPROVIDO. 1. A divergéncia jurisprudencial deve ser devidamente demonstrada, conforme as exigéncias do parégrafo tinico do art, $41 do CPC, cle 0 art. 255 e seus paragrafos, do RIST, nao bastanda, para tanto, a simples transerigao de ementas, 2. A questo controvertida neste recurso especial ndo se restringe & possibilidade/impossibilidade do corte no fornecimento de energia cléirica em face de inadimplemento do usuario. O que se discute é a ELETRICA. SUSPENSAO. ALI SSHHSSSHSSHPOHORHOOOSHHSHHHASGAPHOHROHTRHSHHHOHHHNHOGTOROTOOEEG POCOSHSHSSHOSHSSHSHSHHSHHOSHOHSHHSHOSESEHHSTHHSHHSHHSSHHHSHSES #) existéncia ou nto de ato il servigo piblico, eujo recone civil de inde praticade pela coneessiondriade a responsabilidade Ar OS transtomos softidos pelti consumidora, 3. Comete ato ilfcito o titular de um direito que, a0 exereé-lo, exceds manifestamente os limites impostos pelo seu fim econdmico ou ial, pela bou-fé ou pelos costumes (art, 187 do Cédigo Civil), 4. A recorrente, ao suspender 0 formeeimento de energia elétriea em razo de um débito de RS 0.85, ndo agiu no exercicio regular de direito, ¢ sim com Magrante abuso de direito, Aplicugto dos principios da razoabilidade proporcionalidade. 5. A indenizago por danos morais foi fixada emi valor razodvel pelo ‘Tribunal 2 quo (RS 1.000,00), ¢ atendeu sua finalidade sem implicar enriquecimento ilicito 4 indenizada, 6. Recurso especial parciaimente conhecido,¢, nessa parte, desprovido. i 2. a) Rendineia fei 4 impenhorabitidade do bem de familia por engenheiros e por estritura piiblica valida em razdo da boa-té objetiva: Processo | REsp 554622 RS ; RECURSO ESPECIAL 2003/008491 1-0 Relator(a) Hi Ministro ARI PARGENDLER (1104) Ss. :Qrgto Julgador r3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 17/11/2005, Data da Publicagdo/Fonte DJ 01.02.2006 p. $27 RB vol. 508 p. 28 RDDP voi. 37 p. 151 Ementa CIVIL, BEM DE FAMILIA. LEI N® 8,009, DE 1990. A impenhorabilidade resultante do art. 1° da’ Lei n° 8.009, de 1990, pode ser objeto de rentincia valida em situagdes excepeionais; prevaléncia do principio da boa-Ié objetiva, Recurso especial nae conhi b) validade de cldusula de eleigdo de foro legitimamente prevista: Processo REsp 684613 / SP ; RECURSO E 2004/0120460-3 IAL Relator(a) = stra NANCY ANDRIGHI (1118) Orgao Julgador 13 -TERCEIRA TURMA Data do Julganento 21/06/2005 Data da Publicagto/Forite DJ 01.07.2005 p. 530 RDDP vol. 30 p. 135 anes Ementa . DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. CONCEITO DE CONSUMIDOR. PESSOA SURIDICA. EXCEPCIONALIDADE. NAO CONS’ HIPOTESE DOS _ it AUTOS. FORO DE ELEICAQ. EXCEGAO DE INCOMPETENCIA. RI ICAO. - A jurisprudéncia do STJ tem evoluido no sentido de somente admitir TACAO NA SMRHHSSHSHSHSOHOHHANHHDOHHHHHHASTHHDOHSOHGHOHHDHOHDOKOHOHVOOKEOKOES COSOOOOHOO SOOO SHHOOHOHSOOHHOOEHSEHLEEEHOSEOOESEEES a aplicagdio do CDC a pessoa juridica empresiria excepcionalmen quandg evidenciuda 4 sua vulnerabilidade no caso concreto; ou por ituagies previstas pelos arts. 17 & 29 do CDI de aplicagio imediata do CDC, a jurisprudéncia do SJ entende que deve prevalecer o foro de eleigdo quando verificado o expressivo porte financeira ou ecandmico da pessoa tide por consumidora ou do contrato ceiebrado entre as part suja pela auséncia de vulnerabilidade, seja porque o contrato cumpre sua fungdo social ¢ nao ofende a boa-!é objetiva das partes, nem tampouco dele resulie inviabilidade ou especial diliculdade de accesso a Justiga. Recurso especial nado conhecido, c) —acolhimento expresso da teoria da confian Processo REsp 590336 / SC ; RECURSO ESPECIAL 2003/0133474-6 Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) Orgdo Julgedor 13 ERCEIRA TURMA Data do Julgamento 07/12/2004 Data da Publicagdo/Fonte DJ 21.02.2005 p. 175 RSTS vol. 192 p. 374 Ementa Dircito do consumidor. Contrato de seguro de vida inserido em contrito de plano de saiide. Falecimento da segurada, Recebimento da quantia‘acordada, Operadora do plano de satide, Legitimidade passiva para a causa. Principio da boa-f¢ objetiva. Quebra de canfianga. Denunciagio da lide. Fundamentos inatacados. Direitos basicos do consumidor de acesso 4 Justiga e de facilitagto da defesa de seus direitos. Valor da indenizagdo a titulo de danos morais, Auséncia de exagero. Litigdncia de mé-fé, Reexame de provas. - Os principios da bou-fé ¢ da confianga protegem as expectativas do consumidor a respeito do contrato de consumo. - A operadora de plano de suide, nilo obstante figurar como estipulante no contrato de seguro de vida inserido no contrato de plano de saide, responde pelo pagamento da quantia acordada para a hipdtese de nento do segurado se criou, no segurado © nos beneficidrios do seguro, a [egitima expectativa de ela, operadora, ser responsiivel por esse pagamento. - A vedagiio de denunciagio da lide subsiste perante a auséncia de impugnagdo a fundamentagio do acér Asivos do consumidor de acesso Justi de scus dircito: - Observados, na espécie, os fatos do processo e x finalidade pedagdgica da indenizagio por danos morais (de mancira a impedir a reiteragilo de pritica de ato socialmente reprovavel), nilo se mostra elevado 0 valor fi i de revolvimento do conteiido fitico-probatério do processo. Processo REsp 591917 /GO ; RECURSO ESPECIAL, 2003/0156635-5 Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) - Orgtio Julgador, T3 -TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 16/12/2006 SSHSSSHSSHSOHHHOHHSHOHDAOHAHSOHSHOHOHHOHHHOHHHOHOHOHOOHOOGOACVER SPOSHHSHSSHSHHSSSHSHSHSSHHSHHSSHHOHOHSHEOHEHHSHHHSHOCEHSE “Tereeiro adqui Data da Publicagdo/Fonte 1 01,02.2005 p. 546 Ementa Civil e processo civil. Recurso especial. Embargos de declaragio rejeitados. Auséncia de hipétese de cabimento, Efeitos da hipoteca, atc. Clduswela expressa no compromisso de compra & venda, Boa-fé objetiva, - O recurrente deve apontar omissilo, contradigdo ou obseuridade no acérdo recorrido para acolhimento dos embargos de declaragao, -E inetiea Jo ao (erceiro adquirente de boa- avada sobre imével, quando constatada a de sula no compromisso de compra ¢ venda informando que o bem estava livre de qualquer nus. - Tem uplicagito o principio da box-fé objetiva em razfo da fundada expectativa por parte do terceiro adquirente de que 0 imével nao estava gravado com dnus algum. Recurso especial nao conhecido, lait Processo REsp 617045 / GO ; RECURSO ESPECIAL, 2003/02301 18-7 Relator(a) Ministro CASTRO FILHO (1119) Orgio Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 28/10/2004 + Data'da Publicagao/Fonte DI 17.12.2004 p. 539 TO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SFM, CONTRATO DE ANCIAMENTO. UNIDADE DE APARTAMENTOS. HIPOTECA CONSTITUIDA SOBRE : IMOVEL JA PROMETIDO A VENDA E QUITADO. INVALIDADE, PRINCIPIO DA BOA-FE cépico DE DEFESA DO CONSUMIDOR. OFENSA. CARACTERIZAGAO. ENCOL. NEGLIGENCIA DA INSTITUIGAO FINANCEIRA, 1- E nula a clausula que prevé a instituigdo de Snus real sobre o imével, sem o consentimento do promitente-comprador, por oftensa ao principio da bou-fé objetiva, previsto no Cédigo de Defesa do Consumidor. 11 - Nao prevalece diante do terceiro adquirente de boa-fé a hipoteca constituida pela ineorporadora junto ao agente finaneeiro, garuntia de empréstimo regido pelo Sistema Financeiro da Habitagdo. Destarte, o adquirente da unidade habitacional responde, somente, pelo pagamento do seu débito. ILL - Consoante ja decidiu esta Corte: "é negligente a instituigao eeira que no observa a situagiio do empreendimento ao conceder financiamento hipotecdrio para edificar um prédio de apartament Da mesma forma, "ao celebrar 0 contrato-de financiamento, faci poderia o banco inte condigdes dos iméveis, necessariumente destinados 4 venda, ja oferecidos ao piiblico e, no caso, com pre ou parcialmente pago pelos terceiras adiquirentes de boa-", (Precedentes: REsp n° 239.968/DF, DJ de 04.02.2002 e REsp n° 287.774/DF, DJ de 02.04.2001 e EDResp. a” 415.667/SP, de 21.06.04), Recurso especial nao conhecido ente d) _ evitar condutas desproporciona Processo REsp 272739 / MG ; RECURSO ESPECIAL, 2000/0082405-4 Relator(a) SHHHAOSSHOHHDHDHOHOHOHHOHSHOHAEHOHOHSHHOHOHHOHOTDOHDOOHVOGOGROOREE SHSHSOSHSHSHSHSSHHSHSSHSHSSHSHHSSHSHSHSHSSHHHOHEHHHHSSHSSHHHHSOS Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR (1102) Orgio Julgador T4-QUARTA TURMA Data do Julgamento 01/03/2001 Data da Publicagao/Fonte DJ 02.04.2001 p. 299 BCC vol. 200 p. 126 RSTI vol. 150 p. 398 Ementa ALIENACAO FIDUCIARIA, Busca e apreensio, Falta da dltima prestagao. Adimplemento substancia O cumprimento do contrato de finanefamento, com a falta apenas da liltima prestago, ndJo autoriza o credor a langur milo da ago de busca c apreensio, em lugar da cobranga da parcela faltante. O adimplemento substancial do contrato pelo devedor nao auloriza ao credor # propositura de agio para a extingiio do contrato, salvo se demonstrada a perda do interesse na continuidade da execugiio, que no 6 0 caso, , tinda houve a consignagiio judicial do valor da dttima parcela, Nao atende a exigéncia da boa-fé objetiva a atitude do credor que desconhece esses Fatos e promove a busca e apreensio, com pediido liminar de reinteyragao de posse. Recurso nao conheeido. Processo RMS 6183 / MG ; RECURSO ORDINARIO EM MANDADO DE SEGURANCA t99s/0048476-3 Relator(? Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR (1102) Orage Julgador 14 QUARTA TURMA Data do Julgamento 14/11/1995, Data da Publicagio/Fonte DI 18.12.1995 p. 44573 EXSTI vol. 82 p. 90 Ementa. MEMORANDO DE ENTENDIMENTO, BOA-FE, SUSPENSAO DO PROCESSO, O COMPROMISSO PUBLICO ASSUMIDO PELO MINISTRO DA FAZENDA, ATRAVES DE ‘MEMORANDO DE ENTENDIMENTO’, PARA SUSPENSAO DA. EX! UCAO JUDICIAL DE DIVIDA BANCARIA DE DE’ AP TASSE PARA ACERTO DE CONTAS, GERA NO MUTUARIO A JUSTA EXPECTATIVA DE QI : NCHIDA A CONDICAO. ISAO FUNDADO NO PRINCIPIO DA BOA OBJETIVA, QUE PRIVILEGIA O RI ‘0 A LEALDADE. DEFERIMENTO DA LIMINAR, QUE GARANTIU A SUSPENSAO PLEITEADA. RECURSO IMPROVIDO. OR QUE SE e) — dever de protegiio: Processo REsp 107211 / SP ; RECURSO ESPECIAL 1996/0570: Relator(a), SOCHHSHSHOHSSOHGOHODHSHOHHHSHHOASHHSHHOHOHHHHHHOHHHOHGOORVOOVEE SPOCOHSHSHSHSHOSHSHSHHSHSSSHSHHSEHSHHSHHSOHHSHHHHHHHHOHSHHLOSEE Ministre RUY ROSADO DE GUIAR (1102) Orgio Julgador T4— QUARTTA TURMA Data do Julgamento 03/12/1996 Data da Publicagdio/Fonte DJ 03.02.1997 p. 740 Ementa SPONSABILIDADE CIVIL. ES "ACIONAMENTO. FURTO DE VEICULO, DEPOSITO INEXIS) R DE PROT OCLIENTE DO CIMENTO COMERCIAL, QUI 'U VEICULO 7 EM LUGAR PARA ISSO DESTINADO PELA EMPRESA, NAO CELEBRA UM - CONTRATO EPOSITO, MAS A EMPRESA QUE SE BENEFICIA DO FACIONAMENTO TEM O DEVER DE PROTEC. IVADO DO PRINCIPIO DA BOA RESPONDENDO POR EVENTUAL DANO, SUM. | ACAO DE RESSARCIMENTO DA SEGURADORA JULGADA PROCEDENTI RECURSO NAO CONHECIDO. bE rE OBJETIVA, 1) dever de euidado perante terceiros: Processo REsp 32890/ SP : RECURSO ESPECIAL 1993/0006394-8 Relator(a) ro RUY ROSADO DE AGUIAR (1103) Ordo Julgador T4- QUARTA TURMA 4 Data do Julgamento 14/1/1994 Data da Publicag’o/Fonite DI 12.12.1994 p. 34350 RDR vol. | p. 172 RST vol. 73 p. 227 Ernenta FRAUDE A 8XECUGAO. BOA-FE. PROVA DA INSOLVENCIA. |. NAS CIRCUNSTANCIAS DO NEGOCIO;0 CREDOR TINHA O DEVER. ri £ OBJETIVA, DE ADOTAR MEDIDAS OPORTUNAS PARA, ITO, IMPEDIR A ALIENAGAO DOS APAR’ ‘TERCEIROS ADQUIRENTES DE BOA-FE. LIMITANDO-SE A INCORPORADORA DO EMPREENDIMENTO A PROPOR A ACAO DE LANO REGISTRO DE [MOVEIS OU AVISAR A FINANCIADORA, PERMITIU QUE A DE APARTAM S$ FOSSEM ALIENADOS PELA CONSTRUTORA A ADQUIRENTES QUE NAO TINHAM NENHUMA RAZAO PARA SUSPEITAR DA LEGALIDADE DA COMPRA E VENDA, INCLUSIVE PORQUE DELA PARTICIPOU A CONTRA ESTES. A ALEGAGAO DE FRAUDE A EXECUCAO. 2. PROPOSTA A AGAQ CONTRA DEVEDOR SOLVENTE (ART. 593, IL CPC), A PROVA DA INSOLVENCIA DA DEVEDORA E INDISPENSAVEL PARA CARACTERIZAR A FRAUDE A EXECUCAO. PRECEDENTES DA DOUTRINA E DA JURISPRUDENCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA JULGAR PROCEDENTE OS EMBARGOS ERCEIRO OPOSTOS PELO ADQUIRENTE. ECUCAO, SEM AVERBA- CEF. NAO PREVALECE DE SPOHHSHSHSSHSOHOCHOHHSHHHAHSHOHOAHSHHHHHHOVHHOHHOHGOHDOHOGHROCE Cor rccrceverccccccccaccccecccceoneenoeneoeceneee 2) protegdo do credor contra a mora desmotivada por parte do devedor: Processo AgRg na MC 10015 / DF ; AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUT 2005/0071308-1 Relator(a) Ministro ARI PARGENDLER (1104) Orgito Julgador 13 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 02/08/2005 Data da Publicagao/Fonte DJ 22.08.2005 p. 258 Ementa CIVIL. CADASTRO DE PROTEGAO AO CREDITO. INSCRIGAO. A circunstincia de que exista penhora de bens suficientes para garantir a execugdo, no autoriza que o nome do devedor seja exeluido do cadastro de protegiio ao crédito, A alteragdo da jurisprudéneia do Superior Tribunal de Justiga veio, precisamente, para impedir 0 abuso cometido por devedores desidiosos que fazem uso do Judiciario para dilatar os prazos de pagamento. O critério agora adotado é 0 da boa-fé objetiva, nao podendo a tutela judicial favorecer quem, discutindo sobre a remuneragdo do capital mutuado, deixa de restituir 0 valor nominal do empréstimo que recebeu. Agravo regimental nao provido. oe EEEEEEOEOEeeeeeEeE—EEEyaEeEOEO eS SSCOOHOHESEHHOSEHESOHOSOHOOSSSHOSSSCEHEOSESCOCECLEECEEESES HI Unidade [1 Visao Estrutural do Contrato NOCAO DE CONTRATO: CONTRATO SHOHSHSHOHHHSHHSHSSEHHHSSHSSOHHSHSHHHOSHOSSHSSESEOSSEESESES "il OBJETIVOS: | g Existem limitagdes para celebrar determinados contratos, como p. ex.: art. 496 do CC, que profbe contrato de compra e venda entre ascendente ¢ descendente, sem que haja consentimento dos ddemais descendentes; 0 art. 497 CC veda compra e venda entre tulor ¢ tutelado, ete. sob a forma dd emptio rei speratae, em que os contraentes tomam em consideragdo © objeto esperado enquanto possa vir a existir; logo, a validade do contrato : colheita de café dependera do fato do objeto esperado vir, realmente, a exi futura, se nada se colher, 0 negécio sera desfeito. No caso da emptio spei, as partes tém por objeto uma esperanga; esta nio sendo realizada, ndo se teré a rescisdo contratual e 0 contraente deverd pagar o prego convencionado. A impossibilidade do objeto pode ser absoluta ou relativa, Somente a absoluta libera o devedor. A relativa (que diz respeito as circunstincias pessoais do devedor) ndo invalida 0 contrato, sujeitando o inadimplente a perda ¢ danos. A impossibilidade legal ou juridica gera ineficdcia do contrato, se 0 objeto for vedado pelo direito, p. ex.: a venda de bens do bem de familia. €) determinagao de seu objeto, que deve ser certo ou determindvel. Se 0 objeto for indeterminado, 0 contrato seré invélido e ineficaz; 4) economicidade de seu objeto, ou seja, economicamente aprecidvel FORMAIS: Diz. respeito a forma do contrato. Atualmente, no hé rigor de forma, pois a declaragiio da vontade estabelece 0 liame obrigacional entre os contracntes, gerando efeitos juridicos independentemente da forma que se revista, seja oral ou escrita. O elemento formal constitui uma excecdo; a regra ¢ a liberalidade de forma, sendo © contrato celebrado pelo livre consentimento das partes. Apenas quando a lei expressamente a ex! UNIDADE II FORMAGAO DOS CONTRATOS, 200008 FF9FGHSTSHHFFIFASHGTFGTTHHHV9GHGH9H2OV999SEOS9O SPCHOSHSHSHSSHSSHSHSSHSHSHSHSHSHSHSSHSHSHSHHHSHSHHSHHOHESCEHOHOESEESCE | | FASES DA FORMACAO CONTRATUAL: 1) Oferta, proposta ou policitagio: i Caracteristicas da proposta: Declaragao unilateral da vontade; Dotada de forga vinculante em relagiio ao que formula; produz consequéncias juridicas somente para o policitante, mas nao para a outra parte, pois ainda nao se tem contrato, A oferta cria no oblato (aquele a quem se dirige) a crenga de que o contrato em perspectiva seré celebrado, levando-o a despesas, a dispéndio de tempo, etc € 0 proponente responder por perdas e danos, se injustificadamente retirar a oferta; a forga vinculante nao é absoluta ~ a proposta deixa de ser obrigatoria: E negécio juridico recepticio, subordina-se ao consentimento do destinatério acerca da oferta. Reveste-se de cardter pessoal (dirigida ao destinatério = pessoa — determinada ou indeterminada ou ao piblico. Esse cardter ndo se perde se, ao invés se a uma pessoa determinada assumir 0 aspecto de oferta a0 pablico. Quando ao piiblico, comporta reservas: disponibilidade de estoque, etc.). Temos como exemplo: contrato de adesio, licitagdo, concurso. (*) Proposta de oferta a0 piiblieo ~ art. 429 Novo CC: oferta ao piblico equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais a0 contrato, salvo se 0 contrério resultar das circunstncias ou dos usos. Pardigrafo tinico ~ pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgagao, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. - Deve conter os elementos essenciais de cada negécio juridico proposto. Na compra ¢ venda, 0 proponente deverd mencionar 0 preco, quantidade, qualidade, tempo e . forma de pagamento, documentagao necesséria para formalizé-t local de entreg: - Elemento inicial do contrato, devendo ser completa, séria, precisa, inequivoca. Obrigatoriedade da proposta: tem como finalidade assegurar a estabilidade das relagdes juridicas. Consiste no Snus, imposto ao proponente, de nao revogé-la por um certo periodo de tempo a partir de sua existéncia, sob pena de ressarcir as perdas danos, se for inadimplente. A proposta nao seri obrigatéria (CC, art. 427 e 428): a proposta nao tem forca absoluta; nao gera desde logo direitos € obrigagdes. Se fosse assim, equivaleria ao contrato mesmo, diferindo somente pela unilateralidade do efeito. A proposta no seré obrigatéria (excegdes da obrigatoriedade): © sea falta de obrigatoriedade resulta de scus proprios termos: se contiver cléusula expressa de ndo obrigatoriedade, vale a reserva inscrita na proposta. Ao recebé-la, 0 oblato ja reconhece sua precariedade; nenhuma responsabilidade tera o proponente que a cancelar, © sea falta de obrigatoriedade for da esséncia (natureza) do negécio, p. ex: quando a oferta & aberta, 0 ofertante tem a permissio de manté-la ou no © ndo cria consequéncias ‘© seas circunstncias peculiares de cada caso exonerar o proponente, desobrigando-o. Art. 428 — Circunstancias peculiares de cada caso que liberam 0 proponente: Inciso I proposta feita a pessoa presente, sem prazo — 0 policitante esta obrigado apenas naquele momento. E pegar ou largar. A nossa doutrina consagra a proposta por via telefonica como proposta entre presentes, SOOO FHHFGHFFGHFFFHFAHTHHVHFHTHHVFHHTTHVSFHTHHHVGOOO e e e e e e e e e e e e e e e e ® e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e oe » Inciso II ~ proposta“feita a pessoa ausente ~ se no houver prazo expressamente concedido, ha de o policitante aguardar um tempo que seria suficiente para que o oblato dé 0 seu pronunciamento; Inciso III ~ proposta feita a pessoa aus nte - se a aceitacdo ndo for expedida dentro do prazo, nao prevalece a proposta; Inciso TV — se antes da proposta ou simultaneamente com ela, chegar ao conhecimento da outra parte a retratagao do proponente. Se proposta e retratagdo chegarem juntas ow aquela chegar antes desta, 0 proponente nio responde por perdas ¢ danos.O Cédigo Civi , embora omisso, na visdo dos juristas adota os seguintes colorarios: * © policitante deve manter a sua oferta dentro de um prazo varidvel, em conformidade com as circunstancias; a oferta subsiste, mesmo por morte ou incapacidade superveniente do proponente antes da aceitacdo, salvo se outra houver sido a sua intengo. Pelo principio da obrigatoriedade da proposta, com 0 dbito ou incapacidade do policitante, transmite- Se a0s seus herdeiros ou representantes, com todas as consequéncias juridicas, mas terd 0 direito de exercer a retratagao”, desde que chegue ao conhecimento da outra parte antes da oferta ou simultancamente com ela. 2) Aceitagao: Antes dela, inexiste contrato, Passa a existir quando 0 oblato se converte em aceitante, entio a oferta se transforma em contrato. Pode ser: a) expressa: se 0 gceitatite declarar sua anuéncia (e: rita ou oral); b) ‘tacita ou presumida: quando a conduta do aceitante, induz anuéncia - atitude inequivoca, ex: 0 oblato que envia a mereadoria solicitada pelo policitante art. 432. Para que o contrato ocorra, & necessirio que a aceitago se dé dentro do prazo, seja oportuna, sob pena da proposta no mais existir. Quando a aceitagao for feita fora do prazo ou contendo modificagdes ow restrigdes aos termos da proposia, nfo gera contrato, importa nova proposta, onde o proponente tem o direito de aceitar ou no — art. 431, A retratago no é uma revogagdo da proposta, mas uma itterrupiedo do proceso formativo, pois a proposte ainda nao existe juridicamente, Sea resposta chegar tarde ao proponente, por circunstancias imprevistis e estfanha & vontade do emitente, o proponente tem o dever de comunicar 0 fato, imediatamente, a0 aceitante, sob pena de responder por perdas € danos ~ art, 430, Adnmite a lei, a retratago do accitante, desde que chegue antes ou simultaneamente com a aceitacao ao conhecimento do proponente — art. 433. MOMENTO EM QUE SE TEM CONCLUIDO 0 CONTRATO: Tempo € Lugar do contrato TEMPO: A conclusio do contrato, o momento do acordo de vontades, é 0 liame juridico que une os contratantes. Assim, & importante saber se a pessoa a quem a proposta é dirigida - 0 oblato - est presente ou ausente, Ressalte-se que no se trata somente de presenga fisica uma vez que considera-se presente a pessoa que contrata por telefone. Entre presentes: a proposta pode estipular ou no prazo para aceitagio. Se a proposta no contiver prazo, esta deverd ser accita imediatamente, senfo a oferta deixard de ter forga vinculatéria. Se a proposta estipulou prazo, a accitagdo deverd ser pronunciada no prazo concedido, sob pena de desvincular-se o policitante. Se for ‘entre presentes, as partes se encontram vinculadas no instante em que 0 oblate aceitar a proposta; s6 entdo © contrato comeca a produzir efeitos. Entre ausentes (por correspondéncia): “os contratos por correspondéncia epistolar ou telegrafica, tornam-se perfeitos desde que a aceitagdo é expedida, exceto:. (*) O Art. 434 do Novo Cédigo Civil assim dispde: “os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitayao é expedida, exceto: Ou seja: consagrou que é considerado entre ausentes 0 contrato por correspondéneia e que o tempo em que é concluide o contrato é a partir do momento om que a aceitagdo & expedida, O CC aceitou a Teoria da Expedicao da Resposta. Com a expedigilo da resposta esta formado o contrato; isso nfo impede a retratarao, se dispuser de um meio de comunicagtio mais rapido que faga a retratago chegar ou simultaneamente com a resposta. Nao disponde desse recurso, 0 contrato estaré perfeito, THOKSSSHOHSHOHOHHSHOHHOHHOASHCOHHLCHOHOHHOOHROTDORHOHOHHORBGOCE SPOSHSSHHSHOSOHSSHOHHHEHEHHEHHHHHHHOCHHOHHHOHOHCHOEEOESE s Excegdes do art, 434: em alguns éas0s, 0 contrato por correspondéneia somente se efetiva quando a resposta favordvel chegar, materialmente, ao poder do ofertante {mesmo que ele nao leia): + Inciso I - retratagdo (j4 comentado acima); ‘+ Inciso If ~ quando o proponente se compromete a esperar a resposta; + Inciso III ~se a resposta nao chegar no prazo estipulado. * LUGAR: C.C. An. 435: 0 CC determinou que o contrato sera tido como celebrado no lugar em que se deu a oferta. O art. 9°, § 2°, da lei de Introdugdo ao Cédigo Civil assim reza: “a obrigagdo resultante do contrato reputa-si constituida no lugar em que residir 0 proponente”. A regra especial prevalece sobre a geral UNIDADE IV 1. ESTIPULAGOES EM FAVOR DE TERCEIROS: 1.1, Conceito ¢ Natureza Juridica E um contraio celebrado entre duas pessoas em favor de uma terceira, estranha a formagao do vinculo contratual. Uma pessoa (estipulante) convenciona com outra (promitente) uma obrigaga , em que a prestagdo ser cumprida em favor de outra pessoa (beneficiario). A caracterizagio juridiea deste negocio € © fato de ostentar algo diferente dos outros, com 0 comparecimento das declaragdes de vontade de duas pessoas na celebragdo de um ajuste, o qual beneficiard um estranho a relagdo juridica. A extraneidade aparece, porque este terceiro, embora nfo participante da formagio do contrato, adquire as qualidades de sujeito da relagao obrigacional, Origina-se da declaragéio de vontade do estipulante e do promitente, com a finalidade de instituir um vinculo jurfdico, mas com a peculiaridade de estabelecer obrigagdo de 0 devedor prestar em beneficio de uma terceira pessoa, a qual, nao obstante ser estranha ao contrato, se toma credora do promitente. Para a sua constituigao sdio necessarios 3 elementos: a) © estipulante: € aquele que agindo em seu proprio nome, contrata em favor do beneficiario; b) O promiténte of devedor: é aquele que fica abrigado perante’o estipulantéem favor de uma terceira pessoa - 0 beneficidrio; c) O benefieidrio: como o prdprio nome claramente indica, € aquele a quem 0 contrato aproveita, No momento da formagio, 0 curso das manifestagdes de vontade estabelece-se entre o estipulante ¢ 0 promitente (A-B). © consentimento do beneficiario nfo é necessdrio a constituigéo do contrato, mas nfo se pode negar ao terceiro a faculdade de recusar a estipulagao em seu favor, expressa ou tacitamente. Para a sua formagdo exige-se os requisitos necessérios a validade dos contratos em geral: subjetivos, objetivos e formais; quanto ao requisito formal, se trata de contrato consensual, sendo livre a sua forma. E muito frequente 0 cantrato-tipo, como o de adesio. Quanto 20 requisito subjetivo, © estipulante © 0 promitente hdo de Ter capacidade para contratar.; nilo se requer a capacidade do tereeiro porque este intervém na celebragiio do contrato, Pelo nosso Direito é valida a estipulagdo em favor de terceira pessoa indeterminada e futura; somente a indeterminagdo absoluta de credor invalida 0 contrato. Se o terceiro é momentancamente indeterminado, mas suscetivel de identificagdo (determinavel), o ato é valido. No momento de sua exccugiie, flui pela linha B-C, isto é, entre promitente e bencficidrio (terceiro). ‘A linha (A-C) representa as faculdade reconhecidas ao estipulante quanto @ revogagdo da estipulante quanto revogagdo da estipulagHo, substituigae do beneficidrio, e mesmo revogagio do beneficio em caso de descumprimento de encargo eventualmente imposto ao terceiro, Quanto a sua natureza juridica ha varias posigdes doutrindrias. Uma delas, a que prevalece, defendida por Clovis Beviléqua © consagrada em nosso Cédigo Civil, afirma a sua natureza contratual, Em nosso Direito, nao vigora a estipulagdo em favor de terceiro como sendo um negocio juridico acessério. 1.2, Natureza Econdmica 0000000008000 0O0GHH90HH9OHHHHHHHHHHEHH8HHHHOHH8E8EOD SOSH HOHHOHHHOHEOHEHHHHHH8HOHHOOOHOH HOH OHOCCOOOE Como nos demais contratos, 0 objeto da estipulagdo em favor de tereeiros deve ser licito e possivel, Além desses requisitos de natureza objetiva, é da Propria natureza do instituto que haja vantagem patrimonial, gratuita ou ndo, em favor do bene ‘rio, Nao tem qualquer cabimento, sequer imaginar-se que a ipulagdo fosse contra, trouxesse desvantagem patrimonial ao terceiro, ff, igualmente, da sua esséncia a natureza patrimonial da estipulugdo visto tratar-se de contrato, E muito usada no coméreio juridico: seguro (de vida, acidentes pessonis, acidentes do trabalho), nas doagdes moduis (0 donatério se obriga para com o doador a executar 0 encargo a beneficio de pessoa determinada ou indetern ada), constituigdo de renda (o promitente recebe do estipulante um capital, & obriga. se @ pagar ao beneficidrio uma renda por fempo certo ou pela vida toda), contratos com o poder puiblico (0 contratante — Promitente ~ convenciona com a Administragdo - estipulante ~ a prestagto de servigos aos usuiirios — terceiros indeterminadk 1.3. Efeitos Como contrato, estaria perfeitamente desfigurado se no produzisse efeitos, se fosse mero discurso. Para uma boa sis mati ‘agiio dos seus efeitos melhor distribuirmos em 3 grupos, em fungio das 3 ordens de relagées jurt icas criadas: entre estipulante © promitente, entre promitente beneficiério, entre estipulante © beneficiari a) relacdo entre estipulante e promitente: ~ © promitente fica obrigado a prestar a um tereciro, mas nfo se desobriga em relagio ao estipulante. ~ enquanto © promitente nfo realiza @ solutio, permanece vinculado ao estipulante, gue conserva o direito de exigir o cumprimento do contrato, ~ a0 estipulante & reservado o direito de substituir o terceiro designado no contrato — basta para isso da declaracao unilateral de vontade do estipulante, por ato inter vivos ou causa mortis, independentemente de consentimento do promitente, que deverd cumprir a obrigagio, a determinagao recebida, ~ a prestago ¢ devida a um terceiro, © para o promitente trata-se de negécio no celebrado intuitu personae ereditoris, B3 : seguro de vida, seguros contra acidente de trabalho, ete, = outra faculdade reconhecida ao estipulante é a Sua revogagdo, caso cin’ que o promitente se exonera em relagio ao tercciro, passarido em consequéncia ser devida a prestago a0 estipulante, salvo sc 0 contrério resultar da vontade das partes. A faculdade de revogar a estipulagdio, como a de substituir 0 beneficirio, cessa, se houver reniincia # ela. Cessa por outros motivos, como veremos abaixo, b) relagio entre promitente ¢ terceiro: = no aparece na fase de celebragdo do contrato, muito embora é sujeito as condigdes normais do contrato, enquanto o estipulante o mantiver sem inovagées. - na execugo, o tereciro assume as vezes do credor ¢, tem a faculdade de exigir a solutio: 0 terceito € titular da agdo direta para esse efeito. - Os encargos deveres do terceiro 1ém de ser atendidos, ainda que nao haja ele anuido na fase de formagio, porque é credor condicional, que tem o poder de exigir ¢ a faculdade de receber sub condicione, de realizar determinado fato para com outrem. ¢) relagdo entre estipulante ¢ terceiro 7 = formado 0 contrato entre estipulante ¢ promitente para beneficiar o terceiro, fica 0 primeiro com o poder de substitui-lo. = cabe também ao estipulante a faculdade de exonerar 0 promitente, salvo se o terceiro ficar com o poder de exigir a prestagdo, valendo a aceitagio do tereciro para consolidar o direito, tornando-o irrevogivel e definitive. - Quando a estipulacao for acompanhada de encargo imposto ao tereciro, tem 0 cstipulante a faculdade de exigir que © cumpra. , em certos casos, conserva o poder personalissimo, intransferivel, de revogé-la por inexecugdo do encargo. O fundamento da revogabilidade, como da exigibilidade do cumprimento é 2 aceitagio do beneficio pelo terceiro, desnecesséria & formagio do contrato, porém, necesséria 4 incorporaedo do bern ou vantagem ao seu patriménio, di-se condicionada ou vinculada 4 imposigao do encargo. 2) (*) DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO ~ OU CONTRATO POR TERCEIRO OU CONTRATOS CONCLUIDOS POR TERCEIROS: Disciplinado no Titulo II (DOS EFEITOS DAS OBRIGACOES) nas Disposigdes Gerais, passa a figurar no Novo Cédigo Civil, no Titulo V- (0S SPLOSSHOHHHOHKGCHHSHGHHOHSHHHHOHHOHOHHOHORHHHOHHVHHHHHHHHEHROR CONTRATOS terceiro ~ arts. 439 ¢ 440, { GERAL), no CAPITULO 1, Segdo IV - Da promessa de fato de E 0 chamado contrato por outrem, ou contrato por terceiro tendo como caracteristicas: ‘+ também hé uma relago juridica enire duas pessoas, as quais ajustam um negécio juridico tendo por objeto a prestagéio de um fato a ser cumpride por terceira pessou, ndo partic ipante dele. * difere da yestio de negécios, pelo fato do promitente nfo c por na defesa dos inter: ies do terceiro, oficiosamente; ao contririo, o objetivo a que visa tornar o terceiro devedor de uma prestagao, no interesse do estipulante, + difere do mandato, por faltar a representagaio, que the é essencial, + difere da fianga, por esta ser contrato acessério, a0 passo que o contrato por terceiro € principal Conceito: uma promessa de futo de terceiro que consiste numa obrigagio de fazer, isto &, de conseguir 0 ato de terceito, ou seja, que o terceiro pratique um ato. O contrato produzird efeitos em relagio a tercciro se uma pessoa sc comprometer com outra a obter prestagao de fato de um tercciro nao participante dele, caso em que se configura o contrato par terceiro, previsto no Cédigo Civil no art, 929. Como sucede na estipulagdo em favor de terceiro, esse contrato requer, para sua forma 0, a presenga de duas pessoas capazes e aptas a criar direitos ¢ obrigaydes, que ajustam um negécio tendo por objeto a prestagio de um fato, que deverd ser cumprido por outra pessoa. O devedor devera obter 0 consentimento do terceiro, pois este é que deverd executar a prestagio final. Se o terceiro consentir em realizé-la, executa-se a obrigagao do devedor primério, que se exonerard, Porém, se 0 terceiro nao a cumprir, 0 devedor primério seré inadimplente, sujcitando-se, entdo, as perdas e danos (CC, art 439), de forma que o credor teré ago contra ele ¢ no contra o terceiro. 0 inadimplemento dessa obrigago de fazer, que se dé quando terceiro ndo executa o ato prometido~ por outrem, sujeita o que prometeu obter tal ato a indenizago de prejiitzos Fases: + a primeira — formagio ~ em que comparecem dois contratantes © concliem negécio juridico no qual somente cles sdo partes e sio interessados. + a segunda ~ execugio ~ surge uma terceira pessoas c, dando a sua anuéncia, obriga- se a uma prestagdo, pura com 0 credor, segundo o que fora estipulado com 0 devedor na primeira fase. Este ato negocial possui dois devedores. O credor & sempre 0 mesmo, com dircito oponivel a seu contratante até a anuéncia do terceiro, ¢ contra este a aprtir de ento, Os dois devedores, so, sucessivos, ¢ ndo simultaneos. Caracteristica essencial: nfo nasce nenhuma obti iro enquanto ele iio der 0 seu consentimento. Pode-se prometer a prestacdo de fato do terceiro, mas obviamente nilo se pode compeli-lo a executar a prestagdo prometida, Durante a primeira fase, existe uma obrigagdo. para quem contratou com o credor, assegurando a este que o terceiro faria a prestagao. No primeiro momento ~ formagio ~ o.devedor primario ajusta uma constituigao de uma obrigagdo convencional com o credor, de quem se torna devedor. O objeto de sua obrigacao ¢ conseguir que o terceiro se obrigue A prestagao, isto é, que © terceiro consinta em tornar-se devedor de certa prestagao. Ele no deve a prestagdo final, porque esta ficard a cargo do terceiro, mas & devedor de uma prestagao propria, a qual consiste em obter 0 consentimento do terceiro. Nao se desobriga, mostrando que emitiu esforgos no sentido de obter a anuéneia, porque sua obtigagao & da categoria de resultado, ¢ no de meios; ¢ devedor de uma obtigagao de fazer, consistente em conseguir © compromisso do terceiro. Se 0 terceiro consente, obriga-se, ¢ com isso executa-se a obrigagdo do devedor primério. Se nao o fizer, 0 devedor primério & inadimpelnte ¢, como nfo se trata de prestagdo fungivel, porque adstrita a obtengdo de ‘compromisso de um terceiro, sua inexecugao sujeita-o a perdas e danos (CC, art. 439). © objeto da obrigagio do devedor primério ndo ¢ limitado a um esforgo no sentido de obter o consentimento do terceiro. B mais que isto, Consiste em atirigir um resultado: obter aquele compromisso. Assegurando que o terceito'se"obrigad a 000000000000 09900H8G8H0H9HOH0HO08H0HHH908988H09GHH8E8HO0 determinada prestagao, haver nadimplemento se o tereciro negar o seu consentimento. Perdas ¢ danos serio devidas. Mas uma vez que o terceiro.anua ¢ se obrigue, 0 deve dor primédrio se cxonera. Ele niio é um fiador do terceiro, embora nada impega que se comprometa na dupla qualidade (porie-forte e Jiador), quer dizer, que se obrigue pelo fato de terceira e a0 mesmo tempo assuma o encargo de substitui-lo como seu garante, no caso de faltar ele & execugio do que venha a ser o objeto especifico do préprio fato; do € co-responsivel pelo cumprimento especifico da obrigagdo que o terceiro vem a assumir. O conteido da obrigagdo, ndo é diretamente o fato de terceiro. Eo compromisso do terceiro. A sua obrigacdo extinguc-se quando 0 tereciro assume 0 compromisso de prestar. E, se nfo o faz, 0 eredor tem ago contra este que se obrigou 20 débito especifico, ¢ ndo contra aquele que se comprometeu a conseguir 0 compromisso, Os objetos das obrigagdes nilo se confundem. O promitente no sc exonera, com fundamento nos motivos de recusa do terceiro. Este nfo pade ter razdes poderosas para isto, ¢ mesmo assim o devedor primério esta sujeito a ressarcir perdas e danos. Scu compromisso era o de obter 0 consentimento do tercciro, Exim se quando a prestagiio do tercciro ndo puder ser feita por impossibilidade ou ileiceidade. No primeiro caso, a obrigagdo nfo tem objeto (obriga-se 0 devedor a que 0 t weir The alugue um cavalo, ¢ este morte); no segundo, no pode 0 credor fazer de um objeto ilicito fonte de obrigagao juridica (obriga-se a obter que a autoridade policial conceda licenca para que o credor instale uma casa de prostitui¢ao), Nao se exonera 6 promitente em razio da incapacidade do terceiro. Em todas essas hipSteses 0 devedor primario responde pelas perdas ¢ danos se 0 acordo ndo € obtido. (*) art. 439, parigrafo imieo, Novo Cédigo Civil: tal responsabilidade nfo existira se © terceiro for cénjuge do promitente, dependendo da sua anuéncia 0 ato a ser praticado, @ desde que, pelo regime de casamento, a indenizagao, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. (*) art. 440, Novo Cédigo Civil: nenhuma obrigagio haverd para quem se comprometer por outrem, se este, depois de Ter se obrigado, faltar & prestagao. 3) (*) CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR - ART. 4672 471 Ao lado da estipulagaio em favor de terceiro e da promessa de fato de terceiro, 0 Novo Cédigo Civil contemplou o contrato com pessoa a deciarar, que se verifica quando, no momento da conclusdo do contrato, uma das partes reserva-se 20 dircito de indicar a pessoa que adquirird os direitos e assumird as obrigagdcs decorrentes do ato negocial. Tal indicagio, feita por escrito, deverd ser comunicada 4 outra parte , da conclustio do contrato. dentro de cinco dias, salvo disposigao em contra Com a aceitagfo da pessoa nomeada, revestida da mesma formalidade do ato negocial, esta passard a ter todos os direitos e deveres oriundos do contrato, a partir do instante da sua celebragdo, liberando-se, entio, o indicante, contrato s6 tera eficacia entre os contraentes originarios se * nfo houver indicago de pessoa a declarar; * seo nomeado se recusar a aceitar sua nomeagio; * a pessoa indicada era insolvente, fato esse desconhecido no momento de sua indicagao; * a pessoa indicada era incapaz, no momento da nomeagio. UNIDAD V CLASSIFICACAO DOS CONTRATOS 1. Classificagio dos contratos no Direito Romano Q Direito Romano dividia-os em duas classes: nominados © inominados. Aqueles tinhain suas figuras contratuais identificadas por suas linhas dogmiéticas precisas ¢ definidas, e designados por nomes préprios. Dai chamarem-se nominados. Eram espécies contratuais completas, geradoras de direitos e obrigagSes em sua plenitude. Revestidos de agdes, desenvolviam todo o plano existencial em fases dotadas de amplos efeitos, desde sua origem, quando nasciam até a sua solugdo esponténea ou coativa Mas com a complexidade da vida romana, outras convengdes apareceram,’o que nem por isso autoriz jderarem desprovidas de efits? A va se con estas convengdes, de principio chamadas de pacto, no se pdde recusar a categoria POSH SSHSHSHOOHOHHSHHOHHSHSHHHOOHHOHHOHHHOHHOHHHHOVOHGOHOOOOREOBOOE SCOEHSCHSHOHHSSEHOHSHHOSSHOHOSHSSKESCHOHHOHHSHSHSHBOEHSOHHHTCO ~ contrato atipico exige-tIhes 0 cliitlado de descerem a minticias ext contratual, Apelidgu-os 0 Direito Romano de conirato, inominados. Dai os romanos dividirem as varias espécies de contratos romanos em duas grandes classes: a dos nominadas © 2 dos inominados, os primeiros revestidos' de todos os cfeitos, ¢ og ! No Dircito Modemo, todos os contratos produz segundos somente admitindo-os por via indireta, m efcitos, sto revestidos de agilo, ¢ geram direitos e obrigagdes. Nao obstante isso, ainda, sobreviveu a classificagto dos contratos nominadas ¢ inominados, Mais ccalemente a nomenclatura passou para contratos tipicos ¢ atipicos atcndendo a que n&o € a circunsténcia de ter uma designagdo prépria, mas a ‘/picidade legal, Diz-se que um contrato & tipico quando as suas regras disciplinares silo deduzidas de m ‘4 precisa nos Cédigos ou nas leis, Mas a imay inago humana cria novos ni estabclece novas relagdes juridicas, entdo surgem outros contratos afora aqueles que recebem batismo Legislative, ou que no foram tipifi dos: so 05 contiatos atipicos os contratantes realizam 9 contrato pico, adotam implicitamente as normas legais que compticm a sua dogmatica. A celebragdo de um emas, porque na sua disciptina legal a sua regulamentagdo especitica, Diz-se misio 0 contrato que alia a tipicidade ¢ a atipicidade, 2. Cla ficacdo perante o Direito il brasileiro: Os contraios recebem classificagdes de acordo com o prisma analisado: sujeitos, objeto, natureza, modo de cumprimento, forma, ete., valendo ressaltar que um mesmo contrato pode receber varias classificagdes, segundo a andlise feita dentro de um Angulo que nao seja exeludente do outro. A classificagao correta de um contrato é importante nfo sé do ponto de vista didético, mes, principalmente, para a sua correta interpretagdo definindo-se as obrigagées das partes. Vejamos algumas classificagées: a) Unilaterais: $6 uma das partes assume obrigagies, E; Depésito; Doago pura simples; Comodato; mituo; mandato. Considerando 0 aspecto de sua formagio, todo contrato ¢ negécio juridico bilateral, ja que a sua constituigdo requer a declaragao de voniade das partés. Quanto aos cleitos, subdividem-se em bilaterais“e” unilaterais. Unilateral é 0 contrato que cria obrigagdes para sé um dos contraentes. S6 hd um credor ¢ um devedor. Bilaterais ou Sinalagmiticos: As partes assumem direitos e obrigagdes. Ex.: Compra ¢ Venda: Socictério, Locagilo Predial ou de servigos, Troca, etc.. Bilateral é aquele que origina obrigagdes para ambas as partes. Cada uma das partes ¢ credora ¢ reciprocamente devedora uma da outra. E pacifico que nos contratos bilaterais as obrigagdes das partes sto reciprocas ¢ interdependentes: cada um dos contracntes & wuitaneamente credor ¢ devedor urn do outro. A distingdo & importante, porque ha efeitos que nao prendem sendo os contratos ay bilaterais, como por exemplo 2 “exception a LA impleti contractus"’, ou a “condicdo resoluliva tévite” oria dos Riscos somente aos contratos bilaterais, porque s6 al existe interesse em apurar qual das parte softerd a perda da coisa devida, ou a impossibilidade da prestagio. Cabe ressaltar a fi ura dos contratos plurilarerais, que so aqueles em que entram mais Es de duas partes, todas obrigada ie produz efeitos que se podem diversificar em relag2o a cacla parte, podendo ser gratuito para uma, oneroso para outra, etc Nao podemos confundir a classificagdo dos contratos em bilaterais ¢ unilaterais com a dos onerosos ¢ gratuitos, embora haja coineidéncia de algumas espécies. Os contratos onerosos comumente so bilaterais, © os gratuitos, unilaterais, Mas é apenas coincidéncia. O fundamento da classificagio difere: uma tem em vista 0 contetido das obrigagées, ¢ outra, 0 objetivo colimado. Existem contratos unilaterais que sto gratuitos ‘miituo), € outros que silo bilaterais e podem ser gratuitos (0 mandato). 1 q P b) Onerosos: As partes assumem direitos e obrigagdes; ambas as partes visam obter vantagens ou beneficios, impondo-se encargos reciprocamente em beneficio uma da outra, Ex.: Compra e Venda; Locagiio em geral. Neahuma das pares, sem ter cumprido @ que the cabe, pode exigir que a cura o fare. A parts lesada pelo inadimplemento pode requerer a reseisio do contrato com perdas e danos. SCPOHRSHARHSHHOHOSCSHOGHOROSHSHHOHOHPHOHSVLHOHHHHVHOPHHVEH9O8R99200 SPOSHSSSHHOHSKSSHSSHSSESHHSHHSSSHSEHOSHSSEEHHHHHSEHHOEUE Gratuitos ou benéficos: $6 uma das partes se onera em proveito de outra que nada fica a the dever. Somente uma das partes aufere vantagens ¢ a outra suporta o encargo. Doagio pura e simples: Depésito ou Miituo sem retribuicdo, cic? entre © contrato gratuito ou benéfico propriamente dito ¢ 0 contrate desinteressado, 6 que naqucle ha diminuigdo patrimonial de uma das partes em proveito da outra (come na doagdo), enquanto que neste, um dos contraentes presta um servigo ao outro sem nada receber em troca da prestagio feita, porém sem empobrecer-se ou sem softer diminuigao do patriménio. ©) Comutativos: As prestagdes sido cquivalentes. Ex.: Compra e venda, Esta é uma subdivisdo dos contratos bilaterais. Comutativos so os contratos em que as prestagdes de ambas as partes sfio de antemio conhecidas, © guardam entre si uma relativa equivaléncia de valores. leatério: A prestagao de uma das partes depende de risco (Alea). A prestagdo de uma das partes no é precisamente conhecida ¢ suscetivel de estimativa prévia, inexistindo equivaléncia com a outra parte, Além disso, ficam dependentes de um acontecimento incerto. Basta que haja 0 risco para um dos coniratantes, Existe dlea apenas para um dos contratantes, ao passo que 0 outro baseia a sua prestagiio em céloulos atuariais ou na deducdo de percentagem certa para custcio ¢ lucro, de tal mancira que se pode dizer perfeitamente conhecida, e the traz risco maior do que qualquer contrat comutativo normal. Em todo contrato hé um’7isco, mas pode-se dizer que no aleatério este é da sua esséncia, pois o ganho ou a perda consequente esta na dependéncia de um acontecimento incerto para ambos 05 contracntes. O risco de perder ou de ganhar pode ser de um ou de ambos; mas a incerteza de evento tem de set dos contraentes, sob pena de nao subsistir a obrigagdo. Ex.: Seguro, Jogo ¢ Aposta, Rifa, Bilhete de Loteria, etc, Alea sobre a existéncia da coisa — A Alea pode versar sobre a existéncia da coisa, quando um dos contratantes toma para s © risco em tomo da propria existéncia da prestagao, onde 0 prego ajustado ¢ devido, por inteiro, ainda que dela nada venha a produzit-se. Exemplo: quem compra do pescador, por prego certo, 0 que este reticar, assurnindo o risco de no set apanhado nenhum peixe, Neste caso, 0 objeto do contrato ndo so os peixes, mas o préprio lango da rede. Alea sobre a quantidade da coisa ~ Se a dlea versar sobre a quantidade, assumindo uma das partes o risco respectivo, 0 prego ¢ devido, mesmo que a coisa se ndo produza na quantidade esperada; porém, no hé que ser pago se nada for produzido, porque neste caso o'contrato estar sem objeto. Em qualquer caso, 0 adquirente ndo pagaré o prego, s¢ a frustragdo do resultado provier de culpa da outra parte, Alea versar sobre coisa futura ou sobre coisas de existéncia atual, desde que sujeita ista no a riseos: neste caso, o prega seré devido, mesmo que da coisa nada mais momento do contrato. Mas, se @ consumagdo do risco j4 era conhecida de uma das partes, pode o outro anular 0 contrato sob o fundamento do dolo. d) Nominados ou tipicos: AqueleS que tém regulamentagao legal espécifica no Cédigo Civil. Inominados ou atipicos: Nao t8m regulamentagao especifica no Cédigo Civil e sim em lei prépria, Sto admitidos desde que no contrariem a Lei, a moral e os bons costumes. Ex.: Cessio de Clientela, Constituigao de Servidio, Locagio de caixa-forte, etc. (+) Art. 425 do Novo Cédigo Civil: “E Iicito as partes estipular contratos atipicos, observadas as normas gerais fixadas neste Cédig ©) Consensuais ou no solenes: aqueles que se formam exclusivamente pelo acordo de vontades. A conclusio se da pela simples proposta e aceitacio. E claro que todo contrato pressupée 0 consentimento, Mas alguns existem para cuja celebragio a lei neda mais exige que esse consentimento. O contrato consensual ¢ a regra, € a excegiio os que ndo 0 so. Ex.: Locagao; Compra ¢ Venda de bens méveis. SOSSSSHPAPHDOHGSHHHAAOGROHHHDSHOHSEHDHDSOSHPOSHGEHHOHHHHOERBOAHO CoCo RoC erocorovercoveceesenseesereeeeoeeeeveoeee Solenes ou formais: contrapondo-se aos consensuais, alinham-se de um lado os formats ou solenes, ¢ de outro, os reais. A Lei exige uma forma pripria para a celebragdo dos contratos formais. Ex.: Compra ¢ Venda de mével; Fianga; Seguro: Penhor. Formal ndo & apenas 0 contrato que exija instrumento piiblico. Quando consideramos um ato formal em nosso direito, no queremos significar que est4 adstrita a ritual especifico, mas que as partes de se sujeitar a certas exigéncias, ndo produzindo ela efeitos juridicos se 0 fizerem pelo simples consentimento. Na verdade a lei impde forma escrita, seja mével ou imével 0 seu objeto. Reais: aquele para cuja perfeigao a lei cxiye a tradi o efetiva do objeto. Nele, a entrega da coisa no é fase exccutdria, porém requisite da propria constituig’o do ato. O consentimento é seu elemento, pois no pode haver contrato sem acordo de vontades. Mas nao € suficiente para formar 0 contrato, devendo integrar nele a tradig&lo da coisa. Ex: comodato, mituo, depésito, arras, penhor, anticrese, ete, 1 Principais: Tém existéncia prépria, néio dependem de outro. Ex.: Locagio. Acessérios: $6 cxistem em fungio do outro. Ex.: Fianga, £) Contratos de adesio: é aquele em que as clausulas © condigdes foram previamente redigidas ¢ impressas por uma das partes contratantes, sendo que a outra parte adere a uma situagao contratual jé definida cm todos os seus termos. Uma das partes adere as condigdes preestabelecidas pela outra. Ex. Formecimento de agua, luz, telefone e gas, Seguro, Transporte, Diversdes Piiblicas, Nao resultam do livre debate entre as partes; provém do fato de uma delas aceitar tacitamente cliusulas e condigdes previamente estabelecidas pela outra. Geralmente so contratos de estado de oferta permanente de grandes empresas concessiondrias de servigos publicos, ou que estendam seus servigos a um piiblico numeroso, tendo um contrato-padrdo. As pessoas no ato se limitam a dar sua adesio 20 paradigma contratual ji estabelecido, presumindo-se a sua aceitagio da conduta que adota. A adestio pode ser expressa (assinatura em formuldrio ou verbalmente) ou técita (se 0 usuério apenas assume um comportamento consentindo com a ado¢ao das clausulas contratuais preestatuidas. # a adesio da vontade de um oblato indeterminado & proposta permanente do policitante ostensivo. Nao se pode negar a existéncia do acordo de vontades - de um lado, hé'a oferta permanente, aberta a quem desejar contratuar;* 2. a.aceitagao do oblato dé-se pura e simples (*) Art, 423 do Nove Cédigo Civil: “Quando houver no contrato de adesdo clausulas ambiguas ou contraditérias, dever-se-4 adotar a interpretagdo mais favoravel ao aderente”, (*) Art. 424 do Novo Cédigo Civil — “Nos contratos de adesao, sfo nulas as cléusulas que estipulem a rentincia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negécio”. h) DE EXECUCAO IMEDIATA OU INSTANTANEA: Sao cumpridos no ato por ambas as partes. Ex.: Compra e Venda a vista, em que 0 comprador, contra a entrega da coisa, faz 0 pagamento do prego cm um sé ato. A solugdo se efetua de uma s6 vez ¢ por prestagio tinica, tendo por efeito a extingdo cabal da obrigagao. DE EXECUGAO DIFERIDAOU RETARDADA: Sio aqueles que se cumprem em prazo nico. Ex.: Compra e Venda & prazo com pagamento iinico. A prestagao de uma das partes no se da de um sé jato, porém a termo, ndo ocorrendo a extingdo da obrigagiio enquanto nao se completar a solutio. DE EXECUCAO SUCESSIVA OU DE TRATO SUCESSIVO: 0 cumprimento se realiza em prestagdes sucessivas. Ex.: Compra e Venda a prazo com varias prestagdes; locagdo. © contrato sobrevive com a persisténcia da obrigagdo, muito embora ocorra solugdes periédicas, até que, pelo implemento de uma condigao, ou decurso de um prazo, cessa o proprio contrato, O que a caracteriza & 0 fato de que os pagamentos nfo geram a extingo da obrigagao, que renasce, A duragao ou continuidade da obrigagtio ¢ querida pelas partes. A prestagdo do aluguel, p. ex., no tem efeito liberatério, sendo do débito correspandente a periodo determinado. O contrato continua até a ocorréncia de uma causa extintiva, Outro exemplo, é 0 contrato de fornecimento de mereadorias, em que 0 comprador paga por periodo, persistindo a obrigagao do vendedor, quanto a novas remessas, ¢ do comprador quanto a liquidagao respectiva. PPSSSSSHHOHHHHHDOHGHRANSHHOHSHOOHOHOHOHOEGHHHOCHAVOVHOOSSODOOS SCHHHSHSSHSSHSSHSHSOHSHSHSHSHSSHSHHSSHSSSHHSHHOSSHSSHOECHOEHOOHSS Efeitos dos contratos de exécucio sucessiva: 1. em caso da nulidade do contrato de execu sucessiva, respeitam-se os efeitos produzidos; impossivel a restituigo das partes ao estado anterior; 2. a Teoria da Imprevisto incide sobre os contratos de execugio sucessiva; somente em casos excepcionais, pode uma das partes romper unilateralmente 0 contrato de execugio sucessiva, salvo se ajustado por tempo indeterminado; 4. a prescrigdo da ago de resoluglo do contrato, por descumprimento, corre separadamente de cada uma das prestagdes h) PESSOAIS/INFUNGIVEIS/PERSONALISSIMOS considerada essencial pelo outro = v. obrigagdes personalissimas. O contrato é A. pessoa contratada & celebrado “‘intuito personae”. Ex.: pintura de um quadro, 1 lizagdo de um show, construgao de escultura, pintura, fotografia ¢ outros que cnvolvam arte em geral, etc.. IMPESSOAIS: Todos aqueles que-possam ser executados, igualmente, por qualquer pessoa. A pessoa contratada nao € tho relevante, tanto que a prestagdo pode ser cumprida por outra, Ex.: Num contrato de vigiliincia cclebrado com uma firma, cla substitui o guarda que efetivamente executa o servigo ¢ isso no tem maior relevancia. Ressalte-se que ndo poder a firma mandar outra empresa prestar 0 servigo, salvo com o expresso consentimento da outra parte. i) DE MASSA: 0 mesmo que contrato de adesao. So os chamados contratos - ti 05, em série ou por formulirios. Sao apresentados em férmulas prontas, geralmente empressas, tendo por objeto servigos ou coisas adquitidos, normalmente, de monopdlio. j) INDIVIDUATS: 6 0 que se forma pelo consentimento de pessoas, cujas vontades so individualmente consideradas. Nao é a singularidade de parte que o identifica. Pode ser uma pessoa com vérias outras au um grupo de pessoas com outro grupo, e 0 contrato se individual, porque na sua constituigdo, a emissdo de vontade de cada uma entra na sua celebragio. Criam direitos ¢ obrigagdes para todas as pessoas que dele participam COLETIVOS: Sao celebrados, normalmente, por cateégorias profissiondis. ‘Ex. Contrato Coletivo de Trabalho, Quando, na sua perfeiglo, 2 declaragao da vontade provém de um agrupamento de individuos, orgenicamente considerado. A vontade do agrupamento € dirigida & eriago do vinculo. Na Convengdo Coletiva de Trabalho, a vontade dos interessados no figuram na celebraco do contrato. A que tem forga juridica & a que se realiza na Assembléia Geral (a vontade do grupo s6 é considerada no momento da deliberago sindical). A decisio homologatéria, seja administra a ou judicial, determina a extensibilidade a todos os individuos pertencentes aquela categoria abrangida no sindicato, ou até fora del Gera deliberagdes normativas, que poderio estender-se a todas as pessoas pertencentes a uma determinada categoria profissional, independente do fato de terem participado ou no da assembléia Geral que votow a aprovagdo de suas cléusulas, COMPLEXOS OU MISTOS: Fundem-se neles mais de uma espécie contratual. E Contrato de “Leasing” - Locago mais opgio de compra; Contrato de Alienagio Fiducidria em Garantia - venda mais depésito. Pela extensiva lista de espécies contratuais antes descritas, esto af as diversas classificagdes analisando a esfera juridica em que se perfazem, a forma extema, natureza da obrigagdo ¢ as suas diversas espécies contratuais, agrupando-as pelo angulo da anilise, UNIDADE VI CONTRATO PRELIMINAR (*)CONTRATO PRELIMINAR: € 0 firmamento de um contrato tendo em vista a celebragdo de outro contrato: realizam um negécio, ajustando contrato que no & 0 principal, porém, meramente preparatorio. Desenvolvimento da doutrina: A figura ja era conhecida pelos romanos, no como um contrato propriamente dito, mas como um pacto. Néo recebera disciplina especifica em nosso Direito positivo. © nosso dircito anterior, aludia hipétese de, em determinadas rages, alguém obrigar-se a vender, 0 que significa sem divida reconhecer 0 contrato SPSHPHGCSHSSHRHSOHHSHOAHVOHHHROHOHHHHOEHHOHHOHOHOGHAO9OH8OOA9OR9E90 SPHSSHSSSHSSHOHSHSHSHSHSSSHHHSHSHSSSSHSHHHSHSHSOHHOHHLOHES preliminar de compra ¢ venda. Foi difundido, mas sem unidade de nome: pré-contrato, antecontrato, contrato preparatério, compromisso, promessa de contrao. 0 Novo Cédigo Civil - Lei 10.406, de 10-1-2002, 0 positivou no Titulo V— Dos Contratos em Geral, na Segao VII! - Do Contrato Preliminar. a) Conceito: aquele por via do qual ambas as partes ou uma delas se comprometem a celebrar mais tarde outro contrato, que sera contrato principal. A diferenga entre 0 contrato preliminar © 0 contrato principal esti no objeto, que no preliminar é a obrigagdo de concluir outro contrat, enquanto que o do definitive é uma prestagiio. substancial. Distingue-se da negociagdes preliminares, porque estas no envolvem compromi os nem geram obrigagdes para os interessados, a0 passo que o conirato preliminar jé & positivo no sentido de pretisar a parte 0 contrato futuro, Sob certo aspecto, © contrato preliminar é uma fase particular da formagdo dos contratos, j4 que as partes querem os efeitos de um negécio definitive. Afora isto, é ele um contrato comum, porque tem autonomia. b) Requisitos: nfo sto especiais — sto os mesmos exigidos para os contratos em geral: capacidade das partes, objeto licito © possivel, consentimento ou acordo de vontades. ¢) Espécies: 0 contrato pretiminar pode ser unilateral ou bilateral. & unilateral quando, perfeito pelo consentimento das partes, produz obrigagdes apenas para uma delas, a0 passo que a ouira tem a liberdade de efetuar ou ndo o:contrato, conforme suas conveniéncias. E bilateral quando gera obrigagdes para ambas as partes, ficando desde logo programado 0 contrato definitive, como dever reciproco, obrigadas ambos 03 contraentes a dar-lhe scu consentimento. Cada uma tem o direito de exigir da outra o respective cumprimento. d) Objeto: o contrato preliminar pode ter por objeto a realiza Jo de qualquer contrato definitivo, de qualquer espécie. Seu campo mais freqiiente é 0 contrato preliminar de compra ¢ venda ou promessa de compra € venda. Comporta o contrato preliminar a aposigao de condigao e de termo, ©) Efeitos: Como corolério natural do principio consensualista, nfo hi imposigao de forma para a sua validade, bem como para a producdo normal de suas consequéncias juridicas, quer revista a forma publica ou particular, A sua eficécia est’ na decorréncia da apuragdo dos requisitos de validade dos contratos, em relagio ao contrato pretiminar em si mesmo, ¢ no em fun j0 do contrato principal, que Ihe é objeto, ¢ cuja outorga constitui a fase de sua execugdo. As partes ad: convencionarem um contrato preliminar perseguem a “fealizag#o do contrato principal. Toda a solugiio que vise a sua obtencdo espontanea ou coativa deve ter como objetivo a realizagdo do contrato principal, Somente quando nao for possivel lograr a sua outorga ou a substituigio de vontade da parte pela sentenga é que se cogita perdas e danos. Estas tomarto o lugar da prestagao devida na obrigagilo de fazer, mas nfo é a solugdo normal. A coisa devida (objeto) & contrato definitivo. Este 6 que deve ser outorgado. E somente na hipétese de ndo ser possivel & que se passaré ao campo da prestago pecuniéria cquivalente. A conversio da coisa devida no seu equivalente pecuniério ¢ substitutiva da prestagto especifica que as partes ajustaram. 1) Efeitos amplos: a possibilidade de obtengdo da escritura definitiva, por via coativa, dependem, de se apurarem o3 seus requisitos: + requisite objetivo: subordina-se a regra geral: é preciso que 0 objeto do contrato seja licito € possivel. © requisito subjetiv xige maior exame: além das condigdes de capacidade genérica das partes para a vida civil, requer, ainda, que os participantes tenham aptidao para celebrar 0 contrato preliminar, Ex: se uma pessoa nfo pode validamente vender, & evidente que 0 contrato preliminar de compra e venda no poderé ter execs compulséria, pois o contraente é inapto. Cabe ressaltar que o juiz ird suprir a declaragio de vontade que a parte recusa fazer espontaneamente, mas no tem 0 condao de sanar (alta intrinseca, quando a pessoa néo esté habilitada a proferi-la. Se © contratante necessita da anuéncia ou da autorizagdo de outrem para que proceda cficazmente, a falta de uma ou outra impede a execugiio especifica. A sentenca equivale ao proprio contrato que era a prestago ajustada no preliminar. «requisite formal: o contrato preliminar quando inserido no Registro de Iméveis, ¢ desacompanhado de cléusula de arrependimento, dé direito & execugdo compulséria. Outro efeito do contrato preliminar ¢ a transmissibilidade dos direitos e obrigagdes dele origindrios. Em caso de morte, passam os scus efeitos aos herdeiros, tanto passivamente (com a obrigago de os sucessores do devedor satisfazerem e_compromisso do de cujos), quanto ativamente (com a faculdade de reclamarem os herdeiros do credor que 0 devedor cumpra 0 prometido). Por atos inter vivos 0 contrato preli 2990000000 009090 9900800029090 909009000000009900000000000 SHOSHOSHSSHSHSOHSOHSSHHOHSHSHSHSHSSSHSHEHHOSOHOSHRFSOOHSOOOCHSESE nfo ser que a obriga ago resultante seja personalissima, ou que csteja ajustada a intransmitibilidade, UNIDADE VII INTERPRETAGAO DOS CONTRATOS Como sabemos hi semelhanga entre os Contratos © a Lei, considcrando que ambos so normas jurt icas, gerando el 1s andilogos. Distinguem-se, entretanto, pela extensio do alcance de scus efeitos; a Lei normatiza para todos © os contratos apenas para as partes envolvidas Assim, como temos necessidade de interpretar a Lei naqueles pontos duvidosos, obscuros ou onde haja divergéncia entre a vontade do legislador ¢ a norma rita, milo poderia ser diferente nos contratos, Portanto, ha similaridade nos principios que informam a interpretagio da Lei e dos Contratos. Encontramos no Cédigo Civil trés normas interpretativas: arts, 112, 114 © 819. Assim, a doutrina ¢ a jurisprudéncia com base nos dispositives antes mencionados emitem o seu entendimento que s6 @ andlise de casos concretos, jé julgados, permitem comentérios mais detalhados. Entretanto, podemos mencionar alguns itens sempre presentes na interpretagio dos contratos: +, A Justiga ca equidade; + Aboa fe; + A onerosidade excessiva deve ser afastada de todo ¢ qualquer contrato; + Leva-se em consideragiio a moral, os bons costumes ¢ as préticas correntes no lugar onde foram cetebrados; ‘+ Interpreta-se 0 todo contratual ¢ nao cldusulas isoladas, quando houver divergéncia entre clas; + Nos contratos gratuitos a interpretagdo deve tornd-los 0 menos oneroso para o devedor ¢, nos onerosos, procura-se 0 equilibrio; + Na divida, presume-se 0 contrato oneroso ¢ no gratuito; + Interpreta-se contra o estipulante que podendo ser elaro no o foi; (+) Art. 423 do Novo Cédigo Civil: ‘Quando houver no contrato de adesdo cldusutas ambiguas ou’ contraditérias, dever-se-A adotar a interpretagdo” mais favordvel ao aderente”. UNIDADE VII Vicios redibitérios 1. Definigdo: seu fundamento juridico Vicio, genericamente considerado, ¢ 0 defeito grave que torna uma pessoa ou coisa inadequadas & certos fins ou fungdes a que se prope. 0 verbo redibir significa anular judicialmente uma venda ou outro contrato comutativo em que a coisa negociada foi entregue com vicios ou defeitos ocultos, que impossibilitam 0 uso a0 qual se destina, que the diminuem o valor (Dicionério Aurélio).. Vicios redibitérios sdo defeitos ocultos em coisa recebida, em decorréncia de contrato comutativo, que tornam a coisa adquirida imprépria ao uso a que se destina ou Ihe diminuam o valor, Descobertos os vicios ocultos, ocorrera a redibigio da coisa, ou scja, torna-se sem efeito ‘0 contrato, acarretando-lhe a resalugdo, com a restituigda da coisa defeituosa ao seu antigo dono ou sendo concedido um abatimento no prego, se preterir 0 adquirente. As regras relativas aos vicios redibitérios aplicam-se aos contratos bilaterais comutativos, especialmente nos contratos translativos da propriedade, a exemplo da compra e yenda; dagdo em pagamento (quando 0 credor concorda em receber prestagdo diversa da que lhe é devida); e permuta (equivalente a uma compra e venda onde nao a outra). Aplicam-se também as obras feitas sob 0 entre dinheiro, onde uma coisa paga regime de empresitadas. Cédigo Civil: Art, 441, Aco vicios ou defeitos ocultos, que a tornem imprépria ao uso a que é destinada, ou Ihe a recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por diminuam 0 valor. Pardgrafo unico. E aplicdvel a disposigio deste artigo as doagdes onerosas. Pelo principio da boa fé constante no artigo 422 do cédigo civil, os contratantes so obrigados @ guardar, assim na conclusio do contrato, como em sua execugao, os principios de probidade e boa-fé Art, 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa perega em poder do 090000000000 000000000000 0000000000000900900600000 SPSSHSHSHSSHSSHTHOSHSHSSHSHSHSSHSHHSSHSHSHSHSSHSSHSHHSSHOFEHHLLEES alienatario, se perecer por vicio oculto, ja existente ao tempo da tradigdo, - Aplicagio nas empreitadas An. 614. Sc a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se determinam por medida, 0 empreiteiro tera dircito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir © pagamento na proporgao da obra executada, § 1° Tudo 0 que se pagou presume-se verificado, § 2.° O que se mediu presume-se verificado se, em 30 (trinta) dia +a contar da medig&o, lo forem denunciados os vicios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido da sua fiscalizagio, Ant. 615, Conctuida a obra de acordo com @ ajuste, ou 0 costume do lugar, o dono é obrigado a recebé-la. Poderd, porém, rejetti-la, se o empreiteiro se afastou das instrugdes recebidas e dos planos dados, ou das regras téenicas em trabalhos de tal natureza, Nao cabe alegagaio de vicios redibitérios caso das doagdes puras em que o benef sacrificio, no ha o que reclamar, Cédigo Civil: coniratos gratuites (nilo onerosos), que é 0 iério nao tendo pago qualquer prestagdio ou Art, 552. O doador no ¢ obrigado a pagar juros morat6rios, nem & sujeito as conseqiténcias da evicedo ou do vicio redibitério. Nas doagdes para casan nento com, certa ¢ determinada pessoa, 0 doador ficard sujcito 4 eviegito, salvo convengao em contrario. 0 fundamento juridico dos vicios redibitério tem por base o principio da garantia, segundo 0 qual, 0 adquirente tem direito de receber a coisa por ele adquirida cm perfcitas condigdes de uso e finalidade que se destina, Assim, 0 alicnante se obriga, pelo principio da garantia, « assegurar ao adquirente, a titulo oneroso, 0 uso da coisa por ele adquirida e para os fina a que & destinada, 2. Elementos caracterizadores Para que seja caracterizado o vicio redibitério, ha de estarem presentes os seguintes requisitos: a) que a coisa tenha sido adquirida em virtude de contrato comutativo, ou de doagio com encargo; b) que esteja presente vicio ou deftito prejudicial & sua valor; ilizagAo, ou the diminuam o €) que estes defeitos sejam ocultos; 6) que os defeitos sejam graves; ©) que o defeito ja existia no momento da eclebrago do contrato © que perdure até o instante da reclamagao. 3. Efeitos ou conseqiiéncias juridicas Para Maria Helena Dit conseqiiéncias juridica a configuracio dos vicios redibitérios acarreta as seguintes 3.1) A ignordncia dos vieios ocultes pelo alienante no o eximiri da responsabilidade (CC, art.443), Pelo Cédigo do Consumidor, vedada estaré a exoncragdo contratual dessa responsabilidade nas relagdes de consumo (arts. 24 e 25). 7 Cédige Civil Art, 443, Sc 0 alienante conhecia o vicio ou defeito da coi com perdas e danos; se o nfio conhee’ despesas do contrato. , Festituird o que reecbeu , do-somente restituird 0 valor recebido, mais as 3.2) Os limites da garantia, isto ¢, o quantum do ressarcimento ¢ os prazos respectivos poderdo ser ampliados, restringidos ou até mesmo suprimidos pelos contratantes; eniretanto, nesta tltima hipétese, o adquirente assumird o risco do defeito oculto. 3.3) A responsabilidad do al , ainda que a coisa perega em poder do alienatirio, em razio do vicio oculto, jé existente ao tempo da tradigo (arti. 444) 3.4) O adquirente ao inves de rej abatimento no prego (CC, art.442), ar a coisa, redibindo o contrato, podera reclamar o Codigo Civil Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no prego. Assim, de duas alternativas disp6e 0 adquirente: SPSSHSOHSHSHOHHOHOHHHOSHHOHHHOHHDHHLHHOKGHVOHHHONROECHOHRO8COO SPHSHSHNHSHOHHHSHSHSHHSHHEHSHHSHEHHHOSHHSHHSHSSHESEHSESOCOLEEEE ~ Agilo redibitéria com o abjetive de rescindir o contrato e obtengao do prego pago, além de perdas ¢ danos, seo alienante conhecia o vicio. | ~ Agdo estimatéria com o fim de obter abatimento no prego, conservande as: aquisigiio do bem c evitando a redibigao do contrato. 3.5) O defeito oculto de uma coi rejeigdo de todas (CC, art, 503). ‘a vendlida juntamente com outras nao autoriza a Cédigo Civil Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma nfo autoriza a rejeigdo de todas. 3.6) O terceiro que veio a adquirir 0 bem viciado nao sofrera as conseqiléncias da redibi¢o; logo, se 0 adquirente o alicnar, ficard impossibilitado de propor ago redibitoria, 3.7) A rentincia, expressa ou técita, & garantia por parte do adquirente impede a propositura das ages edil io € aco estimatéria), 4, Prazos do Cédigo Civil Para a interposigdo das duas agdes c licias (a origem da denominagao edilicia esta numa alusdo aos “edis curules”, pessoas que, no direito romano, atuavam junto aos grandes mercados em questes relativa olugao dos contratos ou abatimento do prego), quais sejam, ago redibitéria e ago estimatéria, o interessado deve faz8-lo no prazo decadencial de trinta dias, contados da tradigdo da coisa mével ¢ de um. ano, se a coisa for imével (CC, art. 445), ar Cédigo Civil AR. 445, O adquirente decai do dircito de obter a redibigdo ou abatimento no prego no prazo de trinta dias se a coisa for mével, ¢ de um ano se for imével, contado da entrega efetiva; se jé estava na posse, 0 prazo conta-s¢ da alienagao, reduzido A metade. § 1.° Quando 0 vicio, por sua natureza, sé puder ser conhecido mais tarde, 0 prazo contar-se-4 do momento em que dele tiver ciéncia, até o prazo maximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens méveis; e de um ano, para os iméveis. § 2.° Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vicios ocultos serdo os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se disposto no pardgrafo antecedente se nao houver regras disciplinando a matéria, Art. 446, Nao correrdo os prazos do artigo antecedente na constancia de clausula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defcito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descabrimento, sob pena de decadéncia. Assim, temos os seguintes prazos decadenciais, ambos contados da data da tradigZo: a) 30 (trinta) dias, para os casos de bens méveis; ) 1 (um) ano, para bens iméveis. Seo adquirente jé estava na posse do bem, 0 prazo conta-se da data da alicnagao, reduzido a metade (CC, art. 445). Os referidos prazos, segundo Maria Helena Diniz, podem ser ampliados, restringidos ou até mesmo suprimidos pelos contratantes; entretanto, nesta ditima hipétese, 0 adguirente assumird o risco do defeito oculto. Nas relagdes de consumo, entendem alguns doutrinadores que por durdvel, no caso de imével, o prazo seria o do CDC, ou seja, 90 dias. tratar de bem E importante ressaltar sobre as duas agdes os seguintes aspectos: ~ Ago redibitéria tem 0 objetivo de rescindir o contrato ¢ obtengio do prego pago, além de perdas e danos, sv 0 alienante conhecia vicio. - Ago estimatéria tem por fim de obter abatimento no prego, conservando assim a aquisigao do bem e evitando a redibigao do contrato, 5. A protegiio do consumidor DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO EDO S VIGO Art, 12. 0 fabricante, 0 produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, ¢ 0 importedor respondem, independentemente da existéncia de culpa, pela reparagao dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricagdo, construgio, montagem, formulas, manipulagao, apresentagZo ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informagées insuficientes ou inadequadas sobre sua utilizagzo criscos. § 1°. O produto € defeituoso quando ndo oferece a seguranga que dele legitimamente se espera, levando-se em consideragao as circunstancias relevantes, entre as quais: I sua apresentagio; 11-0 uso € os riscos que razoavelmente dele se esperam; Ill - a época em que foi colocado em circulacao. § 2°. 0 produto néo é considerado defeituoso pelo fato de outro de methor qualidade ter 090098 FOO99O0HHH8HOHHHHHHSHHHODHHHHHHNHHHOH9OHR9BDOED SPHOSHHOHSHHHSHSHSHSHHSSHHSHSHHSHSHHOHSSHHHEHHHOHHEHHEEOCEE sido colocado no mercado. : § 3°. O fabricante, o consirutor, o produtor ou importador s6 nao sera responsabilizado quando provar: 1 - que no colocou o produto no mercado; {I~ que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inex: IIL - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. cl, nos termos do artigo anterior, quando: 1-0 fabricante, 0 construtor, o produtor ou o importador nao fruderem ser identificados; IL-0 produto for fornecido sem identificagdo clara do seu fabricante, produtor, construtor ow importador; i IIL - ndo conservar adequadamente os Ant. 13, O comerciante 6 igualmente respons produtos pereciveis. Pardgrafo Gnico. Aquele que efetivar o pagamenio ao prejudicado poderd exereer 0 Jireito de reyresso contra os demais responséiveis, segundo sua participagio na causagio do evento danoso. Art. 14, O fornecedor de servigos responde, independentemente da existéncia de culpa, pela reparagdo dos danos causados aos consumidores por defwitos relativos a prestagao dos servi¢os, bem como por informagics insulicientes ou inadequadas sobre sua.fruigdo e riscos, . § 1°. O servigo 6 defeituoso quando ndo fornece a seguranga que o consumidor dete pode esperar, levando-se em consideragao as circunstincias rolevantes, entre as quais: 1-0 modo de seu fornecimento; IL-0 resultado ¢ 05 riscos que razoavelmente dele se esperam; UII +a época em que foi fornecido. § 2°. O servigo nao ¢ considerado defeituoso pela adogao de novas técnicas. § 3°. O fomecedor de servigos s6 nao sera responsabilizado quando provar: 1 - que, tendo prestado o servigo, o defeito inexiste; IL- a culpa exclusiva do consumidor ou de terceira § 4°. A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais seré apurada mediante a verificagao de culpa. Art. 15, (Vetado) Art. 16, (Vetado) Art. 17, Para os efeitos desta Seco, equiparam-se aos consumidores todas as vi evento, nas do DA RESPONSABILIDADE POR VICIO DO PRODUTO E DO SERVICO Art. 18, Os fornecedores de produtos de consumo duraveis ou nao durdveis respondem solidariamente pelos vicios de qualidade ou quantidade que os tornem impréprios ou inadequados ao consumo a que se destinamn ou Ihes diminuam 0 valor, assim como por aqueles decorrente’ da disparidade, com as indicagdes constantes do recipiente, da * embalagem, rotulagem ou mensagem publicitéria, respeitadas as variag®es decorrentes de sua natureza, podendo 0 consumidor exigir a substituigao das partes viciadas. § 1°. Nao sendo 0 vicio sanado no prazo maximo de 30 (trinta) dias pode 0 consumidor exigir, alternativamente e & sua escolha: I - a substituigdo do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condigdes de uso} Il-arestituigdo imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuizo de eventuais perdas ¢ danos; IIL - 0 abatimento proporcional do prego. § 2°, Poderiio as partes convencionar a redugiio ou ampliagdo do prazo previsto no pardgrafo anterior, nilo podendo ser inferior a 7 (sete) nem superior a 180 (cent ¢ oitenta) dias. Nos contratos de adesdo, a cléusula de prazo deverd ser convencionada em separado, por meio de manifestagio expressa do consumidor. § 3°. O consumidor poder fazer uso imediato das altcrnativas do § 1° deste artigo sempre que, em razilo da extens&o do vicio, a substituigdo das.partes viciadas puder’ comprometer a qualidade ou caracteristicas do produto, diminuir-Ihe o valor ou se tratar de produto essencial § 4°, Tendo 0 consumidor optado pela alternativa do inciso 1, do § 1°, deste artigo, ¢ no sendo possivel a substituigao do bem, poder haver substituigiio por outro de espécic, marca ou modelo diversos, mediante complementagio ow restituigdo de eventual diferenga de proco, som prejuizo do disposto nos incisos Il Ill, do § 1°, deste artigo. § 5°. No caso de fomecimento de produtos in natura, serd responsével perante o consumidor o fornecedar imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor. § 6°. Sao impréprios ao uso ¢ consumo: 1-05 produtos cujos prazos de validade estejam vencido; I1- 0s produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos 4 vida ou A sade, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricagdo, distribuigdo ou apresentagdo; III - 0s produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. Art. 19. Os fornecedores respondem so! produto sempre que, respeitadas as variagdes decorrentes de sua natureza, seu contedido liquido for inferior as indicagdes constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitéria, podendo 0 consumidor exigir, alternativamente ¢ a sua escolha: ariamente pelos vicios de quantidade do T+ 0 abatimento proporcional do prego; I1- complementagao do peso ou medida; S51 - a substituigdo do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vicios; IV ~a restituigdo imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuizo de eventuais perdas e danos. § 1°. Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior. 0000999009 9000 08000900009 88H9H000900EH829G00609808009 COCOCOCHOOC OOOO OOOO OOOO EEE OO OOO OOO OOOO EOLELOEE § 28. O fomecedor imediato sera responsivel quando fizer 2 pesagem ou a medigdo € 0 instrumento utilizado nio estiver aferido segundo os padres oficiais. Art, 20. © fonecedor de servigos responde pelos vicios de qualidade que os tornem impréprios 20 consumo ou thes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicagdes constantes da oferta ou mensagem publicitéria, podendo o consumidor exigir, alternativamente ¢ a sua escolha: I-a reexecugao dos servigos, sem custo adicionat ¢ quando cabivel; U1 - a restituigdo imediata da.quantia paga, monctariamente atualizada, sem prejuizo de eventuais perdas ¢ dano: II - 0 abatimento proporcional do prego. § 1°. A reexecugdio dos servigos poderd ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. § 2°, Sdo impréprios os scrvigos que se mostrem inadequados para os 1s que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que ndo atendam as normas regulamentares de prestabilidade. Art, 21, No fornecimento de servigos que tenham por objetivo a reparagao de qualquer produto considerar-se-a implicita a obrigagdo do fornecedor de empregar componentes de reposicdo originais adequados ¢ novos, ou que mantenham as especificagdes técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes tiltimos, autorizagao em contrério do consumidor. Art. 22. Os orgies piblicos, por si ou suas empresas, concessiondrias, permissiondrias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, so obrigados a fornecer servigos adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, continuos. Pardgrafo Unico. Nos casos de descumprimento, total au parcial, das obrigacses referidas neste artigo, sero as pessoas juridicas compelidas a cumpri-las ¢ a reparar os danos causados, na forma prevista neste Cédigo. Art, 23. A ignordncia do fomecedor sobre os vicios de qualidade por inadequagiia dos produtos ¢ servigos nao o exime de responsabilidad. Art. 24, A garantia legal de adequagio do produto ou servigo independe de termo expresso, vedada a exoneragiio contratual do fornecedor, Art. 25. E vedada a estipulagdo contratual de cléusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigagao de indenizar prevista nesta e nas SegSes anteriores. § 1°. Havendo mais de um responsavel pela causagao do dano, todos responderio solidariamente pela reparago prevista nesta e nas Segdes anteriores. § 2°. Sendo 0 dano causado por componente ou pega incorporada ao produto ou servigo, sio responsdveis solidarios seu fabricante, construtor ou importador ¢ 0 que realizoua incorporagio. 6. Prazos de decadéncia ¢ prescrigdo no Cédigo do Consumidor Cédigo do Consumidor Art, 26. O direito de reclamar pelos vicios aparentes ou de facil constatagao caduca em: 1 - 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de servigo e de produto nao duraveis; If - 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de servigo e de produto durveis § 1°. Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do témino da execugdo dos servigos. § 2°. Obstam a decadéncia {a reclamagdo comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e servigos até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequivoca; U1 - (Vetado); IIL -a instauracdo do inquérito civil, até seu encerramento § 3°. Tratando-se de vicio oculto, 0 prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito, Se a relagdo for de consumo ¢ se o vicio (oculto ou ndo) lesar a incolumidade fisica do consumidor, 0 prazo prescricional serd de cinco anos, comtado do conhecimento do dano e da identificagdo da autoria, * Art. 27. Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensdo & reparagdo pelos danos causados por fato do produto ou do servigo prevista na Se¢do 11 deste Capitulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. EXEMPLOS 1. Defeitos ocultos em maquinas ¢ demais aparethos ou utensilios; 2. Doengas em animais adquiridos e nado perceptiveis na ocasiio da compra; 3. Prédio sujeito a freqUentes inundagdes; 1. Animais vendidos para reprodugio c que so estéreis, etc. IX EVICGAO icgo é a perda da coisa em virtude de sentenga judicial, que atribui a outrem por causa juridica preexistente ao contcato. Carlos Roberto Gongalves (2002:46). Exemplificando. admitamos que uma pessoa A vendeu € entregou uma coisa para uma pessoa B. Posteriormente uma pessoa C reivindica judicialmente a coisa vendida “ aleyando e provando que Ihe pertencia, obtendo sentenga favoravel. Neste caso a pessoa SPHHHHOHOHHPHHHSHOHHDHDHDHOGHOHHHHAHOHHHHOHHOHGHOKTEOHEGEOOCD SPOSOSSOSHSHSOSHSHSHOHSSSSKSSSHSSHSSSSHHSSSHHSSSHEHSOCHEEEEE B que sofreu a evicgdo é obrigada a entregar a coisa para a pessoa C, seu verdadeiro dono, CLASSIFICAGAO, a) Evicgdo total & a perda total da coisa. b) Evicgao parci: 1 & a perda de parte da coisa, Se parcial, mas considerdvel, for a eviegiio, poderd 0 evieto optar entre a rescisdo do contrato ¢ a restituigao da parte do Prego correspondente ao destalque frido. Se nao for consideravel, caberd somente direito a indenizacao. A evicgao parcial pode ocorrer de varias formas, Monteiro (2003:60): b1) quando privado o adquirente de uma parte das coisas, ou de seus acessérios; 62) quando tiver adquirido diversas coisas, formando um conjunto, e for privado de alguma delas; 3) quando privado o servidio passiva nével de alguma servidao ativa, ou reconhecido sujeito a c) Evicgao nas aquisigdes judiciais ocorre nas arrematagées judiciais (hasta publica). O arrematante ou o adjudicante pode pedir que seja restituido o Prego da coisa perdi integralmente ou por valor do desfalque, porque possivel no caso, a evicgAo total ou parcial. Venosa (2004:589). Obs: Adjudicagao ¢ 0 ato de transferir ao exeqilente Bens penhorados, ou os respectivos rendimentos, em pagamento do seu crédito contra o executado. Adjudicante ou adjudicatario é 0 credor que adjudica os Bens do devedor. RESPONSABILIDADE PELA EVICCAO Quem transfere uma coisa por titulo oneroso (vendedor, cedente, arrendante, etc) esta obrigado a garantir a legitimidade do direito que transfere. Deve ser assegurado a0 adquirente que seu titulo é bom e suficiente ¢ que ninguém mais tem direito sobre 0 objeto do contrato, vindo a turbé-lo, alegando melhor direito. Venosa (2004:580). Codigo Civil Art. 447. Nos contratos onerosos, 0 alicnante responde pela evicgiio. Subsiste esta garantia ainda que a aquisigdo se tenha realizado em hasta publica Ampliando 0 exemplo anterior, admitamos que uma pessoa A vendeu ¢ entregou uma coisa para uma pessoa B. Posteriormente uma pessoa C reivindica juldicialmente a coisti vendida alegando ¢ provando que Ihe pertencia, abtendo sentenga favordvel. Neste caso, a pessoa B que sotien a eviegdo, é obri C, seu verdadeiro dono. sada a entregar a coisa para a pessoa Nesta hipdtese, a pessoa A ser4 responsabilizada pelos prejuizos causados a pessoa B. Assim, a pessoa A responde pela eviegio (perda judicial da coisa) soltida pela pessoa B nesta operagao. ser vencido, A patavra e ere que signi O fundamento juridico da eviegao, semelhante ao que ocorre com as vicios redibitérios, €0 principio da garantia, segundo o qual, o alienante 6 obrigado nao sé « entregar a0 adquirente « coisa alienada, mas também garantir-lhe 0 uso € 0 goz0. A garantia nilo ¢ somente em relagao aos defeitos ocultos, como também no que diz respeito aos defeitos de direito transmitido com a Alienaglo da coisa, A responsabilidade pela eviegao garante contra os defeitos de direito, da mesma forma que a responsabilidade pelos vicios redibitérios garante contra os defeitos materiais. REQUISITOS DA EVICGAO - a Segundo Gongalves (2002:48), sio requisitos da eviegdo: 2) perda total ou parcial da propriedade. posse ou uso da coisa alienada; b) onerosidade da aqui salvo doagiio onerosa; , nao havendo, em regra, evicgdo em contratos gratuitos, c) ignordncia, pelo adquirente, da litigiosidade da cosia, Se a conhecia, presume-se ter assumido 0 Risco de a decisio ser destavorvel ao alienante. Cédigo Civil Art, 457. Nao pode o adquirente demmandar pela evicedo, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 4) anterioridade do direito do evictor. O alienante sé responde pela perda decorrente de ag tempo da alienagao. ¢) Denunciagao da lide ao atienante para que este venha coadjuvar o réu-denunciante na defesa do direito. Instaura-se por meio dela, a lide secundaria entre o alfenante € 0 adquirente, no mesmo processo da lide principal, travada entre o reivindicante ¢ 0 adquirente, Somente apés a Agiio do terceiro contra 0 adquirente é que este pode agir contra aquete. Cédigo Civil : PPPOSPOHHSHHSHGHSHPHOHHOHHOHHHOHOHOHRAEHOHOHHHOHEOHROOHHOSHHODONCD SHOCHHSOHSHSOHHHSHSEHSHSONHSHSSSHSHSHOHOHEHOCHHOHHSEHEAOCE Art, 456. Para poder exerci notificara do lit determinarem as leis do processo. Pardgrafo dnico, Nao atendendo 0 alienante a denun ido da lide, ¢ sendo manitesta a Procedéncia da eviegdo, pode 0 adquirente deixar de oferecer contestagao, ou usar de recursos 0 dircito que da evicgio Ihe resulta, 0 adquirente io o alicnante imediato, ou qualquer dos anteriores. quando e como the OUTRAS MANIF ‘AQOES DA EVICGAO. Codigo Civil = Na dagalo em pagamento Art, 359. Se 0 credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-d a obrigagao primitiva, ficando sem efeito a quitagio dada, ressalvados os direitos de terceiros. = Na transagdo Art. 845. Dada a evicgdo da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele transferida a outra parte, nao revive a obrigago extinta pela transagio: mas ao evicto cabe o direito de reclamar perdas e danos. Pardgrafo tnico. Se um dos transigentes adquirir, depois da transagio, novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a Trans = Na troca Art, 533. Aplicam-se d troca as disposigdes referentes 4 compra e venda, com as seguintes modificagées: 1 - salvo disposigdo em contririo, cada um dos contratantes pagara por metade as despesas com o instrumento da troca; II - é anulivel a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes. sem consentimento dos outros descendentes c do cénjuge do alienante. - Na partitha do acervo hereditario Art. 2.024. Os co-herdeiros so reciprocamente obrigados a indenizar-se no caso de eviegalo dos Bens aquinhoados. PERSONAGENS ENVOLVIDOS NA EVICCAO a) o alicnante, pessoa que alicnow ou vendeu a coisa ¢ que responde pelos vicios da evicgdo. b) o evieto, que é a pessoa que adqui terceiro que a reivindicou judicialmente. a coisa, tendo perdido esta coisa para um ©) o evictor. o terceiro ¢ verdadeiro titular da coisa reclamada judicialmente e vencedor da Ago contra o evicto st ou a em contrato, Decorre de Lei ponsabilidade pela eviegao em todo e qualquer fira 0 dominio, posse ou uso. A responsabilidade independe de sendo, portanto, do alienante ar contrato oneroso, pelo qual se tra Destacamos que dominio é 0 m smo que propritdade. Eo direito de usar, gozar ¢ dispor de um bem e de reavé-lo de quem quer que injustamente o possua ou o detenha. Ba propriedade de uma coi: patrimoni L corpéreu, Nao hé dominio dos direitos pessoais ndo , por falta de visibilidade exterior desses dircitos. (Enciclopédia Juridica ib Soibelman), TENSAO E PACTO DE NAO PRESTAR GARANTIA Nao existe a responsabilidade por eviegio nos contratos gratuitos, doagiio modal (onerosa ou yravada de encargo.). eto se ocorrer a Codigo Civil doador nao ¢ obrigado a pagar juros moratérios, nem é sujeito as conseqiléncias da eviegao ou do vicio redibitério. Nas doagdes para casamento com ceria e determinada pessoa, 0 doador fi (0 & evicgao, salvo convengio em contrario. A garantia ¢ dircito disponivel das partes, sendo assim admitida a poss a jade de pliagio, dedugo ou mesmo extingdo, desde que nao haja a mé {8 por parte do alienante (principio da boa fé dos contratos). © adquirente deve ser alertado ¢ informado sobre og riscos da eviegao no ato da aquisigao. Cédigo Civil Ant 448, Podem as partes, por cliusula expressa. reforgar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela eviegio, Art. 449, Nao abstante a cliustla que exelui # garantia tem direito o evicto a receber o Prego que pagou pela coi: Risco da evicgao, ou, dele informado, nio o assumiu. 1 evicgiio, se esta se der, evieta, se nfio soube do Ovorrendo a eviero, 0 préprio cédigo civil estabelece os valores a que tem direito 0 ev Art, 450, Salvo estipulagao em contririo, tem direito 0 evicto, além da restituigiio integral do Prego ou das quantias que pagou: 1- a indenizs 1 dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; IL indenizago pelas despeses dos contratos ¢ pelos prejuizos que diretamente 29000000 H098H0GHHVHHHDHHVHGHHOHHHO000H8098HH8HH888OO SOHSHHSSHHSHSHSHSHHHHSHHHSHSHSHSHSHHLHSHHSSHHHSCHHSEHOESOHHOOEE resultarem da eviegiio: ais e aos honorérios do advoyado por ele con: arirato dinico. O prego. © lotal ou pare Epoca em que se evenceu, ¢ proporeional ao destalque ido. |, ser 0 do valor da coisa, na ofride, no caso de eviegaio aewi pare Pelo pardyrafo dinico do artigo 450. nio importa se hoje @ coisa esteja de ndo tenha mais valor, deverd 0 evicto ser ressarcido dos pr da gpova, tudo devidamente corrigido & Mocda da dat jorada ou ja $ com base em valores do acerto final, Art. 451. Subsiste para alienante esta obri deteriorada, exceto havendo dola do a Art. 452. Se o ndquirente tiver a condenado a houver de d Go, ainda que a coi ijusirente, ferido vantagens das deterioragdes, ¢ no tiver sido ndenizé-las, © valor das vantagens seri deduzido da quantia que Ihe Fo alienante, alicnada este) Como exemplo de vantagem de deterioragao citada no artigo 452 pode ser dado 0 caso de venda de material de demoligao, Art, 453, As benfeitorias nce scrtio pagas pelo alfenante, ari Jo abonadas ao que sofreu a eviegao, Art. 454, Se as benfeitorias abonadas ao que solreu a eviegdo tiverem sido [eit alicnante, 0 Valor delas sera levado em conta iia restituigio devida. pelo $ t i ACAO JUDICIAL: 1, ago intentada pelo adquirente: art. 71 CPC, na peti¢ao inicial, chama o alienante p/ integrar a lide ¢ responda pelas consequéncias (efeitos). * Para efetivagto do dircito resultante da evicgdo, eria a tei um requisito impostergdvel: convocar o alienante a integragdo da lide, Se a ago é intentada pelo adquirente contra 0 terceiro, na inicial pediré notificagio do alienante para que comiplete a instancia, ¢ responda pelas consequéncias. Se, a0 contritrio, for réu na agdo movida pelo terceiro reinvindicante, convocard o alienaate para que veithd assumir a defesa.> 2. ago intentada pelo tereciro: + w adquirente iro nia defesa, chama o alicnante p/ integrar a lide e para que assuma a defesa no processo. Nao € nccessario a o adquirente continuar na lide. + Demandado pelo terceiro evincente, o réu chama o alienante e nao precisa de continuar na tide se o nomeado accita a nomeagio. Sua obrigagio ¢ o chamamento, porque a defesa do seu dircito sobre a coisa ¢ um dever do alienante, que se escusard sob 0 fundamento de ter 0 adquirente eruzado os bragos. * Se tiver havido vendas sucessivas, 0 adquirente evieto deverd, para usar do direito que a lei concede, citar o seu alienante imediato, como responsivel, ¢ este fara até alcangar aquele de onde partiu a alienago viciosa. Mas nada impede que 0 evicto promova, desde logo, 0 chamamento de todos em cadeia, resguardando-se, da negligéneia de algum que deixe de fizé-lo, e niio tenha por st préprio resisténcia econémica para suportar as consequéncias. + Com a mone do alienante a responsabilidade passa aos herdeitos. + Enquanto pender a ago de evicgéo, estar suspensa a prescri¢do do adquirente contra 0 alienante. 3. O nao chamamento do alienante ao proceso: O.CPC mudou a sistematica do que denominow “nonieagao a autoria” e mais adequadamente deverd designar como “‘chamamento ou nomeago por garantia”. SC9RSSSSHSHSHSHSGHSHHSHSHHHHGHHPHGHECHOHGHHHHOHEOHGHOHGCAEHHEOGEHOYN SHHHSSHSHSHSHSHHHSSHHSHHHSHSSHSHSHSHSHSHSHSHSHOHSHOHHSHHHOSHEHEOOCE Nao ocorrendo 9 chamamento do alienante a0 processo por parte do edquirente ow lereeiro, ou ndo encontrando- © adquirente suporta o nus da agio de eviegio respondenda por todos os efeitos. Posteriormente, pode intentar ago judicial contra 0 alienante. UNIDADE X EXTINCAO DOS CONTRATOS © contrato termina normalmente com o adimplemento da prestagao, extinguindo-se, assim, todos os direitos © obrigagdes que originow. A solutio, ou Pagamento, ¢ 0 scu fim natural, liberando-se 0 devedor com a satisfagito do credor. A quitagdo € 0 ato pelo qual se atesta o pagamento, provando-d, exonerando-se, o devedor da obrigagilo. O pagamento, em regra, 6 se prova com a quitagdo. CAUSAS DE DISSOLUCAO DO CONTRATO ANTERIORES OU CONTEMPORANEAS A SUA CELEBRACAO HA certas hipét em que © eontrato sc extingue por motivos anteriores ou contemporancos a sua formagdo: 1) Nu fade ou Ineficdcia para ter validade, o contrato precisa observar as requisitos subjetivos, objetivos ¢ formais. A nulidade é, portanto, uma sangio, por meio da qual a lei priva de feitos jurfdicos 0 contrato celebrado contra os preceitos disciplinadores dos pressupostos de validade do negécio juridico. A nulidade poderd ser absoluta ou relativa. * Nulidade absoluta ~ & a sangAo cominada ao contrato que transgride a ordem piiblica, no podendo ser 0 contrat confirmado. Nao produziré efeitos desde a sua formagdo (efeitos ex mmc), nem convaleceré pelo decurso de tempo. Com a declaragae da nulidade absoluta do negécio juridico, este nao produz qualquer efeito, por ofender principios de ordem pablica, Exemplos: so nulos os atos negociais inquinados por vicios essenciais (quando the faltar qualquer elemento essencial: se for praticado por pessoa absolutamente incapaz); se tiver objeto ilicito ou impossivel; se no se revestir de forma prescrita, em lei; quando apesar de ter elementos essénciais for praticado com infragdo a lei e aos bons costumes; ¢ quando" a lef taxativamiente o declarar nulo ou Ihe negar efcito. + Nulidade relativa — é uma sangdo que apenas poderd ser pleiteada pela pessoa a quem a lei protege ¢ que se dirige contra os contratos celebrados por relativamente incapazes sem assisténcia de seus representantes ou por pessoas cujo consentimento se det por erro, dolo, coago, simulagao ¢ fraude, Tais contratos subsistirdo até o instante de sua anulagdo, produzindo efeitos durante algum tempo, admitindo, ainda, confirmagio e purificando-se com o decurso de tempo®, Sendo, apenas, um contrato defeituoso, permanecerd eficaz enquanto allo movida ago que decrete tal nulidade, tendo entio, efeito ex nunc, respeitando-se as consequéncias geradas anteriormente, Efcitos da nulidade: + © pronunciamento da nulidade absoluta ou relativa requer que as partes voitem 20 estado anterior; + nfo sendo possivel, por no existir mais a coisa ou por ser invidvel a reconstituigao da situagdo juridica, o prejudicado serd indenizado com o equivalente. + aretroatividade ndo ¢ absolute, pois ndo haverd reposigio da situagdo a0 statu quo ante, atendendo-se a0 principio da boa-fé ¢ respeitando-se certas consequéncias, quando ndo houver dole ou culpa; + tal forga retroativa nfo alcanga a hipétese do art, 181 do CC, que protege o incapaz ao preserever: “ninguém pode reclamar 0 que, por uma obrigagdo anulada, pagou u em proveite dele a importancia paga"’ aw ncapaz, se ndo provar que revert + oscfeitos da anulabilidade de um certo negécio juridico sé aproveitam a parte que a alegou, com exceo da indivisibilidade ou solidariedade; + na nulidade relativa, a inoperancia do instrumento ndo implica a do ato, se este puder provar por outros modos; + a nulidade parcial nfo atinge a parte valida do ato se esta puder subsistic autonomamente; + a nulidade da obrigago principal implica a da acesséria, mas a da acesséria néo induz aquela. + Anulidade absoluta ou relativa sé repercute se for declarada judicialmente, Por essa razdo a nulidade relativa nde deveria ser ineluids entre os modos de dissotugao do coftrato, por se tratar apenas de um contrato defeituaso. 20000009 HH9OHOHHHHHHHHHHH9HGH9HH0HHHH0HH008HH0H0H0ECHHR29809 SOHHSHSHHSHSHHHOHSHHSHHSSHOSSSSHOHSSHHLEOSESEHHHSSEHHASESEESE 2) Condigao Resolutiva — Tacita ou Expressa: tieita: aqui se trata da resolucao (ou rescisdo) em consequéncia de ter 0 devedor faltado ao cumprimento da obrigacao, ou seja, para indicar a extingao do contrato pelo descumprimento. Expressa (art. 474, pargrafo nico): os contratantes ajustam expressamente a condigdo resolutiva, caso em que a rescisio contratual opera-se de pleno dircito, sem a necessidade interpelagio judicial, sujcitando o faltoso as perdas ¢ danos, desde que 0 devedor esteja em mora. Condigao resolutiva é a cléusula que subordina a ineficdcia da obrigagdo a um evento futuro ¢ incerta. E um pacto inserido no negécio juridico para modificar o efeito da relagdo obrigacional, de forma que, enquanto a condigdo ndo se realizar, vigoraré a obrigago, mas a sua verificaglo extinguiré, para todos os efeitos, 0 liame obrigacional. Enquanto pendente a obrigagao condicional, 0 credor poderd exigir seu cumprimento; advindo acontecimento futuro e incerto, desfazer-se-d o negécio ta retroativamente, como se nunca tivesse cxistido. A condigao resolutiva poderd ser taci ou expressa. Estamos cogitando da cessagdo do contrato — resolug’o ~ em consequéncia de ter 0 devedor faltado ao cumprimento da sua obrigagao, Os Cédigos modernos instit ram 0 priscip que se denomina eldusula resolutiva tdcita, imaginando-se que, em todo contrato bilateral, a sua inexecugao por uma das partes tem como consequéncia facultar outra promover a sua resolugdo, se no preferir a alternativa de reclamar a prestagao, muito embora nfo tenham sido ajustadas estas consequéncias. A condigao resolutiva tacita esté subtendida em todos os contratos bilaterais ou sinalagmaticos, para o caso em que um dos contraentes no cumpra sua obrigagdo, autorizando, entio, o lesado pela inexecugao a pedir resciso contratual ¢ indenizagdo das perdas e danos.’ O pronunciamento da rescisdo da avenga devera ser judicial; com 0 pronunciamento do rompimento do liame obrigacional, 0 faltoso deverd reparar todos os prejuizos que causou, compreendendo o dano emergente € 0 lucro cessante. © nosso Cédigo Civil adotou que: “a parte lesada pelo inadimplemento pode requerer a resciséo do contrato com perdas e danos”. Segundo a z Isto porque, nesses contratos, a prestagao de uma das partes tem por causa a contraprestaco que Ine foi prometida; dai haver prejutzo com o no cumprimento da obrigagao com uma delas orientagAo pelo nosso dircito positive, a candigdo resoluiiva tacita depende de ~ interpelagdo judicial} com fixagao de prazo para que a parte faltosa efeitic a prestacao que the compete, sob pena de resolver-se 0 contrato, ¢ somente escoado ele & que cabera requerer a resolugao. Pronunciado 0 rompimento do vinculo contratual, estendem-se os efeitos do ato desfeito, com sujeigio do inadimplente ao principio da reparago, que na forma da regra comum deve ser ampla, compreendendo 0 dano emergente ¢ 0 lucro cessante. Apesar de todo contrato sinalagmético conter implicitamente clausula resolutiva tdcita, nada obsta que os contraentes a ajustem expressamente para reforgar 0 efeito da condi¢ao, de tal forma que a inexecucdo da prestagdo por qualquer um deles importe na rescisdo do contrato, de pleno direito, sujeitando o faltoso as perdas ¢ danos, sem a necessidade da interpelagdo judicial ~ é a chamada condigdo resolutiva expressa. Nao contentes com a cldusula resolutiva implicita, as partes frequentemente ajustam que a inexecug&io da obrigago importa na resolugdo de pleno direito, E a adogdo da antiga lex commissoria, que as partes inserem como integrante do proprio negécio juridico, € que opera a ruptura do vinculo como consequéneia da vontade mesma criadora deste. Uma vez convencionada a condigéo resolutiva expressa, 0 contrato rescindir-se-4 automaticamente, fundando-se no principio da obrigatoriedade dos contratos, justificamnndo-se quando o devedor estiver em mora. Mais adiante, trataremos do pacto comissdrio® na compra ¢ venda. Aqui trataremos da clduswla resolutiva expressa: nfo hd os mesmos problemas que acompanham a resolugdo tdcita e nem a parte que sofre seus efeitos term motivos de queixar-se de seu rigor, pois que foi ajustada expressamente, e aceita livremente a sua consequéncia, Deixando 0 contratante de cumprie a obrigagdo na forma ¢ no tempo em’ a neces ajustado, resolve-se 0 contrato automaticamente, Jade de interpelacio do faltoso. E um efeito da mora nas obrigagdes liquidas a prazo certo, que vem a operar a resolugao ¢ ainda sujeitar o inadimplente as perdas ¢ danos. Mas € obvio que somente * aie. Sua esséncia 6a fuculdade conferida ao vendedor considerar.resolvida a venda, se o comprador no faz,a sua prestagdo no prazo determinado. Art. 1.163: “ndo efetuado'o pagamento no dia designado, 0 vendedor tem uma faculdade alternativa de pedir o prego ou desfazer a venda". SSTHFSSOSHOHOHOHGHHHHGHOHHGHGHOVHOVADHOHHHOHHOGOKORVOGVDOVHOOB000 SOCHOHSHSHSHSHSHSSHSHHSHSHSHOHSHSHSHSHHSHSSCHCHHSHSHSEOHHSHCHHSEOSHSOHOEEE © contratante prejudicado pode invoéa-| © inadimplente ndo pode, pois ngo se compadece com’ os principios juridicos que o faltoso va beneficiar-se da propria infidelidade. E preciso nto confundir a resolugiio do contrato por atuagtio da cldusula resolutiva (tacita ou expressa) com a declarago de sua invalidade (nulidade ou anulabi lade). A resolugdo pressupde negécio juridico valido, ¢ tem como consequéncia liberar os contratantes, som apagar de todo os efeitos produzidos pela declaraglo de vontade. Se & certo que opera retroativamente, no faz abstragdo do negécio juridico desfeito, Nos coniratos de execucdo sucessiva, no se restituem as prestagdes efetuadas; nas demais, ndo se entrega a coisa, porque a relagdo juridica deixa de existir, mas aquele que dé causa 4 ruptura arearé com as perdas ¢ danos, ou com a clausula penal se tiver sido estipulada. A ineficdcia pressupde, uma declaragdo de vontade inoperante, portadora de um defeito de ordem subjetiva, ou formal, ¢ 0 desfazimento pode Ter efeito ex unc (nulidade), fulminando-a desde a origem, ou ex nunc (anulabilidade), aringindo-o a partir da sentenga, mas’sem sujeitar qualquer dos contratantes a perdas ¢ danos ou a incidéncia da multa convencionada. 3) Direito de Arrependimento: i A forga vineulante da convengiio poder romper-se excepeionalmente, Se os coniracntes estipularem, expressamente, que o ajuste perd rescindido, mediante declaragao unilateral de vontade, ¢ se qualquer deles se arrepender de 0 ter celebrado, sob pena de pagar multa penitencial, devida como uma compensago pecunidria a ser recebida pelo lesado com o arrependimento. O exercicio do direito de arrependimento deverd dar-se dentro do prazo convencionado, ou, se nfo houve estipulagio a respeito, antes da execuglo do contrato, uma’ vez que o adimpleméento deste importar em rentincia tacita aquele direito direito de arrependimento poder decorrer de lei, p. ex, na do art. 1088 do CC que dispde: “Quando o instrument piiblice for exigido como prova do contrato, qualquer das partes pode arrepender-se, antes de 0 assinar, ressarcindo outra as perdas e danos resultantes do arrependimento, sem prejuizo do estatuido nos arts, 1.095 ¢ 1.097". Nos contratos solenes, que dependem de.forma estabelecida em.tei, hd uma permissio legal para que as partes, anies da sua assinatura, se arrependam validamente. Embora seja permitido por lei o direito de arrependimento, 0 arrependidd deverd ressarcit 0 outro de todos os prejuizos causado pelo seu ‘arrependimento. Esse artigo ressalva a hipdtese das arras, dadas em sinal de firmeza do contrato, que podem coexistir com o direito de arrepender-se. Os danos consistirio na guarda das arras dadas ow na sua devolugdo em dobro, se se convencionarem arras penitenciais, ou, ainda, na guarda das arras recebidas, mesmo que n&o se tenha estipulado o direito de arrependimento, proibindo-se, tdo-somente, que se pleiteie a cumulago das arras as e danos, perdas CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO SUPERVENIENTES A SUA FORMAGAO A dissolugio do contrato pode se dar em raziio de causas posteriores & sua formagao: 1) Resolugto por inexceugio voluntéria do contrato - é quando houver 0 inadimplemento do contrato por culpa de um dos contraentes, causando dano 20 outro, sendo ainda, imprescindivel o nexo de causalidade entre 0 comportamento ilicito do agente ¢ 0 prejuizo, A responsabilidade contratual funda-se na culpa, entendida esta em sentido amplo, de modo que a inexecugo culposa da obrigagdo se verifica quer pelo seu inadimplemento intencional, havendo vontade consciente do devedor de néo cumprir a prestagio devida, com 0 intuito de prejudiear o eredor (dolo), quer pelo inadimplemento sem a consciéncia da violagdo, sem intengo deliberada de causar dano ao direito alheio, havendo apenas um procedimento negligente, imprudente ou omisso (culpa), prejudicial ao credor. A culpa abrange tanto 0 dolo quanto a culpa em sentido estrito e o principal fundamento da responsabilidade contratual ¢ o dever de indenizar’; Nosso CC afastou as diferengas de tratamento ao transgressor que agiu por dato do que agiv com culpa, © apenas excepcionalmente, isting entre inadimplemente dolozo e culposo para defini a responscbilidade do inadimplent. A primeira parte do artigo reza: "Nos coniraos unilarerots, responde or simples culpa 0 contratanle, a quem o contrato oproveite, ¢ 36 por dolo, aquele © quem ndo Jfevorega”. Com isso, 0 CC entende que, nos negocias juridicos unilaterais, 6 0 dolo, relativamente ‘aquele que ndo tira nenhum proveit, podera dar fandamento & responsabilidade por perdas e anos. Por exemplo, 0 comodsto, empréstimo gratuito de coisas infungiveis~ ¢ contate unilateral, pois neles apenas tims des partes colhe proveito, de forma que seria injusto que a parte que favorece otra repassasce of prejulzos por simples culpa, devendo responder apenas quando agir-dolosaments. 18 0 comodatério, 0 favorecida, responders pelo ressarcimento dos danos que causar por simpies culpa, de maneira que tek de conserva? @ coisa como se Fosse sua xe 0 contrato for bilateral, cada uma das partes responders por SSOCHOHHCHOOCHOHHOOHHOHOOHO OHO OOOH OOHOHOOOOOO8HDK0OCOHDER20000 SCHHSHSHSHOHSHSSHSHHSHHSSSECHOSHSHHSHHSHSHHSHSEHSSCEKSLEHGECLELOCECCE porém, & preciso gvei guar sc houve estes reguisitas: obrigacdo violada; nexo de causalidade entre 0 fato ¢ dano produsido; culpa; prejuize ao eredor. Verificados tais pressupostos, essenciais ao dever de reparar, 0 montante da indenizagao equivalerd ao valor do bem juridico lesado, a fim de se evitar cenriquecimento ilfcito por parte de credor A resolugio por inexecugdo voluntéria, que impossibilita a prestagdo por culpa do devedor, tanto na obrigagdo de dar como na de fazer ou de n&o fazer, produz os seguintes eftitos: + extingue 0 contrato retroativamente, opera ex rune, se 0 contrato for de execugao nica, apagando todas as consequéncias juridicas produzidas, ¢ ex nunc, se 0 contrato for de ccugio continuada, caso cm que nfo se restituirdo as prestagdes ji efetivadas, Serio nulas as cldusulas que estabelecerem a perda total das prestagdes pagas em beneficio do credor, que em razilo do inadimplemento, pleitear a resolugao contratual ¢ a retomada da coisa alienada; + atinge 05 dircitos creditérios de terceiros, desde que adquiridos enire a conelusto ea resoluglo do ajuste; se terceiro adquiriu direito real, este nfo ser atingido pela resolugdo, ¢ 0 eredar poderd tdo-somente reclamar indenizagaio do dano sofrido;~ * sujeita o inadimplente ao ressarcimento de perdas c danos, abrangcndo o dano emergente ¢ 0 lucro cessante; + obriga o pagamento, pelo inadimplente, da cldusula penal", se convencionada no contrato, 2) Resolucio por inexecugao contratual involuntaria Advinda de fatos alheios a vontade dos contratantes, que impossibilitam 0 cumprimento da obrigagaio que incumbe a um deles, operando-se de pleno direito, a resolugo do contra (©, sem ressarcimento das perdas e danos, por ser esia uma sang&o aplicada a quem agit culposamente, e sem intervengdo judicial, exonerando-se o devedor do liame obrigacional. Entretanto, cabera intervengao. judicial apenas para compelir o contratante a restituir o que recebeu. culpa, devendo indenizar o prejudicado, visto que ambas tém direitos e deveres reefprocos, devendo sponder em pé de igualdade por culpa ou dolo. Cldusule penal consiste num pacto acessério, pelo qual as prOprias partes contrantes estipulam, de amtemao, pena pecuniiria ou ndo, contra 2 parte inffingente da obrigagdo, como consequéncia,de sua inexecugdo culposa ou de seu retardamento, fixando, assim, o valordas perdas e danos, e garantindo © exato cumpritnento da obrigagdo principal. Isto & assim por se tratar de impossibilidade superveniente, total, objetiva © definitiva, proveniente de caso fortuito € forya maior, cujos efeitos nto podem ser evitados pelo devedor. © eredor pedira indenizagdo, responsabilizando 0 devedor, pelos danos decorrentes de forga maior ou caso fortuito se: + expressamente as partes convencionarem que respondem por forga maior ¢ caso fortuito; + 0 devedor estiver em mora, responde pela impossibilidade, resultante da forga maior ou caso fortuito corridos durante 0 atraso, exceto se provar isengdo de culpa, ou que o dano sobreviveria, mesmo que a obrigagio tivesse sido desempenhada no momento oportuno; + 0 mandatério, nfo obstante proibigdo do mandante, se fizer substituir na execugtio do mandato; 0 devedor tiver de cumprir a obrigagHo de dur coisa incerta, pois antes da escotha no poderé alegar perda ou deterioragio da coisa, ainda que por fora maior ou caso fortuito. 3) Resolugao por Onerosidade Excessiva — Ante a superveniéneia de casos extraordindrios © imprevisiveis, ado gerando a impossibilidade subjetiva da execugio, que acarretam lucro desarraz para a oulra parte. Mas, se a relagZio for de consumo, para haver revisdio contratual bastard onerosidade excessiva decorrente de fato superveniente — Lei 8.078/90, art. 6°, V. Isto é assim porque impera o entendimento de que, se se permitisse aos contratantes convencionar, a seu bel-prazer, 0 ato negocial, estipulando quaisquer cléusulas sem que 0 juiz pudesse intervir, mesmo quando se arruinasse uma das partes, a ordem juridica no cumpriria seu objetivo de assegurar a igualdade econdmica. O que nao possibilita a nio-aplicabilidade do principio da forga obrigatéria do contrato ser a equidade, por ser injusto que alguém fique em estado de rufna apenas por Ter-se obrigado a satisfazer prestaglio que se tomou extremamente gravosa, devido a ocorréncia de certas circunstancias. cultar extremamente 0 Assim, a onerosidade excessiva, por di adimplemento da obrigagdo.de uma das partes, 6 motivo de resolugio contratual, por se considerar subtendida a cliusula rebus sic stantibus, que corresponde & formula de que, nos contratos de trato sucessivo ou a termo, 0 vinculd obrigatorio ficars SPSHROSOHHOSHOHOAHOHHRHHHOHSHHHOHOKRHHOHPHHOSGHHOEOCHSHVHOOGVHOGGOCRVECOORE STCSHSCHSHHHSHSHEHHSTHSCHHSSHOHSHVEHHHEHHHSHOHEHHTSEHHHCHHLOSOD suburdinade, a todo tempo, ao estado de fato vigente A época de sua estipulago. A parte lesada no contrato por esses acontecimentos supervenientes, extraor indrios ¢ imprevisivels, que desequilibram as prestagdes reefprocas, poder desligar-se de sua obrigacdo, pedindo a rescisto do contrato ou o reajustamento (alteragio) das Prestacdes reciprocas, ingressando em juizo no curso da produgio dos efeitos do contrato, pois se este jd foi executado nde haverd intervengdo judicial, O juiz para Ihe dar ganho de causa devera verificar a ocorréneia dos requisitos: vigéncia de um contrato comuativo de execuedy continuada; alteragao radical das condigaes econdmicas no momento da execugdo do contrato, em confronto com as do instante de sua formagdo; onerosidade exces ‘iva para um dos contraentes beneficio injusto ¢ exagerada para 0 outro imprevisibilidade e extraordinariedade daquela modificagao, puis é nece ‘drio que as partes, quando celebram 0 contrato, ndo possam ter previsto esse evento anormal, gue estd fora do curso habitual das cotsas''. Seo juiz conceder ganho de causa, ter-se-é a liberagiio do devedor ou a redugdo das prestagdes ajustadas, ¢ as que porventura forem recebidas na pendéncia da li Ic es 0 sujeitas a modificago na exccugdo da sentenga. A sentenga produziré entre as partes elcito retroativo. 4) Resiligao Bilateral ou Distrato (Voluntiria) Consiste num acordo liberatério, pois a dissolugao do vinculo contratual serd liberada por ambos ox contracntes. Disteato é um negocio juridieo que rompe 0 vinculo contratual, mediante declaragdo de ambas as partes, E a ssolugdo ou Tuptura do contrato por vontade de todas as partes, quando isso € possivel. A vontade humana, declarada em conformidade com a ordem juridica, © dotada de poder jurigeno, erladora do contrato, Esse contrato tem forga obrigatér uma. vez perfeito, produz todos os seus efeitos estabelece a necessidade de seu cumprimento ~ pacta sunt servant Mas pode acontecer que, por motivos que variam ao sabor dos interesses das partes, ocorra a hipdtese de convir que se impega a produgdo dos efeitos do contrato ainda nao cumprido, ou nfo totalmente executado sya ngfusPOr exemple: no period inflaciondrio, o aumento da inflaydo.e.a depcectagae. da moeda sit Eonstituem fatos imprevistveis, nem riscos anormais, justificadores da apligagao da norma acolhedors de teoria da imprevisto, A jeragio dos contratantes opera-se, por via ‘de resiligdo voluntéria. Consiste’ na dissolugdo do vinculo contratual, mediante atuagio da vontade que a criara, Pode ser bilateral ou unilateral (Resiligdo unilateral — veremos em seguida). Resiligdo bilateral ou Di rato ou mituo dissenso, é a declaragdo de vontade das partes contratantes, no sentido oposto do que haviam gerado 0 vineulo. E 9 contrarius consensus , gerando o contrato liberatério, Opera na diregdo. oposta para dissolver 0 contrato ¢ restituir a Tiberdade Aqueles que se encontravam atados. Qualquer contrato pode cessar pelo distrato; basta que o queiram as partes ¢ esicjam aptas a emitir a declaragio de vontade liberatéria, A Ici determina a atragdio de forma: que faga pela mesma forma adotada ao contratar. Por acordo sumério, as partes desfazem-se do contrato, independentemente de obediéncia a forma, GC distrato normaimente (em regra) produz efeitos ex nunc — a partir do momento em que se ajusia, nfo retroagindo pare alcangar as consequéncias prevéritas, que so respeitadas. $) Resiligo Unilateral Resilicio unilateral tem cardter de exeegko. Um dos defeitos do principio da obrigatoriedade do contrato é a alienagao da liberdade dos contraentes, onde nenhum pode romper 0 vinculo, em principio, sem a anuéncia do outro. Em casos excepcionais, admite a lei que um contrato cesse pela manifestagio volitiva unilateral. Ha contratos que, por sua prépria natureza, comportam dissolugio pela simples declaragdo de vontade de uma s6 das partes. O comadaro, 0 mandaro, © depésito, pela sua propria natureza, admitem resili¢do unilateral, Os zo indeterminado contratos de execugdo continuada, quando ajustados por pr comportam a cessago mediante demincia, acompanhada ou no de aviso prévio promovida por um dos contraentes, por se entender que as partes no se quiseram obrigar perpetuamente, reservando-se 0 direito de resitir a parte a quem o contrato nao mais interessar. O contrato de trabalho ¢ outro exemplo. Mas aquela que injustamente 0 resilir ficard obrigada a pagar & outra indenizagao por perdas"é anos. 2 POC OOOKOOOAHDOAOODODCOLOHOOOSOOOOAOPOOONOCOOCOOOED SHOHSSHSSHSHRHSSSSSSHHSSHHSSHIHSTHSHOSHSHOHSSSSHSHSOHSLSHLOESS Os efeitos da resiligdo unilateral diferem da,bilateral, Esta importa na extingdo do contrat ¢ de suas consequéneias, tendo por limite as conveniéncias das partes ¢ dos direitos de terceiros. Aquela. no obstante yerar a exting@o da relagao contratual, compadece-se com a extensio de efeitos do contrato atingide: como ¢ 0 caso do mandato que, revogado, sujeita 0 mandante & remuneragao ¢ 0 mandatério A prati de atos defensivos dos interesses do outorgante, etc. Quando um contrato & celebrad ilidade intuitu personae, « impossi da execugio sem culpa, como a morte daquele em consideragde do qual se ajustow, tem como consequéncia a sua resiliglo automitica, dado que € insubstituivel a parte falecida. Ea Resiligdo Convencional Tacita. 6) Morte de um dos contraentes A morte de um dos contraentes $6 acarretaré a dissolugdo do contrato, se este for intuiu personae, ante a impossibilidade de sua exeeug&o pelo falecimento de parte cujas qualidades pessoais fortim 0 motivo determinante de sua formagao. Se a extingiio do contrat se der por morte de uma das partes, seus efeitos operam-se ex nunc, subsistindo as prestagdes que tiverem sido cumpridas. 7) Faléncia A feléncia nfo resolver os coniratos bilaterais, que poderio ser executados pelo sindico, se isso for conveniente para a massa XI Exeeptio non adimpleti contractus - NOS CONTRATOS SIMULTANEOS: © contrato bilateral caracteriza-se pela reciprocidade das prestagdes. Cada uma das partes deve ¢ € credora, simultaneamente. Por isso mesmo, nenhuma delas, sem ter cumprido o que lhe cabe, pode exigir que a outra 0 faga. A idéia predominante é a da interdependéncia das prestagdes, E uma ‘defesa oponivel pelo contratante demandado, contra 0 co- contratante inadimplente, denominada exceptia non adimpleti contratus undo a qual * © demandado recusa a sua prestagdo, sab o fundamento de ndo ter aquele que reclama dado cumprimento a que Ihe cabe. Nos contratos sinalagmaticos'* nenhum dos contratantes podera, antes de cumprir a sua obrigago, exigir a do outro porque hd uma interdependéncia reciproca das prestagdes que, por serem simultdneas, sdo cxigiveis no mesmo momento. A palairu exceptio & usada como defesar; & uma causa impeditiva da exigibilidade da prestagilo por parte daquele que nio efetuou a sua. Cada um dos contratantes es sujeito a0 cumprimento estrito das cldusulas contratuais, e, em consequéncia, se um no o faz de mancira completa, pode o outro opor-lhe em defesa esta exeegdo levada a0 extremo de recusar a coisa devida se, cumprido embora o contrato, nao o fez aquele de maneira perfeita, Sc ambas as prestagdes tém de ser realizadas sucessivamente, é claro que nao cabe a invocagao da exceprio por parte do que deve em primeiro lugar, pois que a do outro nao devida ainda; mas, ao que tem de prestar em segundo tempo, cabe 0 poder de invoed-la, se 0 primeiro deixou de cumprir. . Est prevista na primeira parte do C.C. Art. 476 significando que nenhuma das partes pode, antes de cumprida a sua obrigago, exigir o implemento da do outro. Essa situago & prépria do contrato bilateral que requer a simultaneidade do cumprimento das obrigagdes. Caso um dos contratantes ndo cumpra a sua parte, 0 outro poderé permanecer inativo alegando em seu favor a “exceptio non adimpleti contractus" - exeegdo do contrato nfo cumprido, ficando o inadimplente responsavel pelas conseqtiéncias dessa situagao. 2. Exceptio non adimpleti contractus NOS CONTRATOS SUCESSIVOS Resolve-se 0 contrato levando as partes a situago anterior ou exige- se garantia ou exige que 0 que tenha de cumprir o contrato em segundo lugar o cumpra de imediato, quando ocorrer risca de no cumprimento pelo devedor de sua prestago, por diminuigdo posterior de seu patriménio, evitando-se aquele que se obrigow a 2 Sinalagma: dependéncia reciproca das obrig goes, simultaneidade e reciprocidade dos contratantes em relagao aos direitos e obrigagdes. SPHHSNSSASHSIPSPHGHVPGADHDHAODGHBHROHHOGHHHVAOPODOGHAHGOGBEOSD SHOEHSSHSSSHHSHSSHSHSHSSSHSSESHSEHSSHSSSSOHSSHHSHEHSSHSESEOSE cumprir sua parte gm primeiro lugar, de faz8-lo, caso o devedor nao dé garantia bastante de também cumprir sua parte, segunda parte, Exemplo: a venda a crédito desabriga 0 comerciante de entregar a coisa, caso a situago patrimonial do devedor evidencie 0 nao Pagamento, por circunstancia posterior ao negécio; tem 0 vendedor o dircito de pedir garantias ou solicitar o pagamento antes da entrega do objeto. Estudaremos aqui, os aspectos da extingdo das relacdo contratual, Como todo negécio juridico, © contrato cumpre © sew ciclo existencial, Nasce do consentimento, sofre issitudes de sua carrcira, ¢ termina. Normalmente, cessa com a prestagio. A soluiio é 9 seu fim natural, com a liberagdo do devedor © a satisfagfo do credor. Umas v es, 0 contraio & fulminado pela declaracdo de sua invalidade, quando ocorre defeito na sua formagdo, de ordem subjetiva, objetiva ou formal, impedindo o pteno desenvolvimento da declaragao de vontade ¢ a produgao de scus efeitos. Somente a titulo de exemplo — no cabe retornar ao assunto das causas extintivas das obrigagdes, que por via de consequéncia dissolvem os contratos ~ lembremos que: * 0s contratos revogam-se por fraudes contra credores, tanto no caso de insolvéncia do devedor civil, quanto no estado de faléncia do mereantil: * Pela Teoria das Arras, embora como fungiio acesséria, 0 nosso dircito atribui-lhes 0 carter penitencial, o que permite aos contralantes a faculdade de arrependimento, € consequénte desfazimento do vinculo contratual, mediante a sua perda ou restituigdo duplicata; * Noutro campo esté a impossibilidade da prestagio que, tanto na obrigagdo de dar quanto na de fazer, autoriza a resolugdo, com perdas e danos se houver culpa do devedor, ou sem ressarcimento se nao a houver; * Ao watarmos da inexecuedo das obrigagdes, vimos que 0 caso fortuito € a forga maior importam em escusativas de responsabilidade, com liberagao do devedor, mesmo contratual; Cabe, aqui, portanto, cuidar tao-somente das causas espectficas de terminagio da vida dos contratos Procuraremos distinguir as causas extintivas do contrato, em contempordneas ao nascimento do liame contratual, em que o proprio nascimento do contrato ja se forma com o germe que o haverd de extinguir, e em supervenientes A sua formago, por aparecerem no curso do contrato; sio hipéteses que aparevem em circunstincia ulterior ¢ que aniquila o contrato. UNIDADE XILA teoria da imprevisio e resolugio por onerosidade excessiva Evolugdio doutrinaria do contrato © presente tema, pelo seu importante contetdo histérico informativo, deve ser estudado em outras fontes. © Direito Romano estruturou o contrato ¢ todos a cle se reportam sobre a base de um acordo de vontades a respeito de um mesmo ponto. © confronto com o Dircito moderno aponta uma sensivel diferenga centendia 0 romano no ser possivel contrato sem a exisiéncia de elemento material, uma exteriorizagdo de forma, Somente mais tarde, com 0 surgimento dos contratos de uulizagdo frequente (venda, locagio, mandato e sociedade) surgiu a categoria dos contratos que se celebram solo consensu, isto é, pelo acordo de vontades. Somente esses quatro contratos eram reconhecido como consensuais. Nos demais prevalecia sobre a vontade a materialidade de sua declaragao, que haveria de obedecer rigidamente a0 ritual consagrado: a inserig&o material no livro de eredor, a tradigao efetiva da coisa, ete Ao lado do contrato, estruturou 0 romano, © pactum. Este nao conferia as partes uma agdo. Contrato ¢ pacto tinham uma expresso genérica: conventio. O que os distinguia era a denominagdo que individualizava os contratos (comodato, mituo, compra ¢ venda, etc.), era a exteriarizagéio material da forma (com excegao dos quatro consensuais) era a sango (a ago que os acompanhavam) . O pactunr nio tinha nome especial, nilo revestiam forma predeterminada, eno permitiam & parte invocagdo de uma agdo. Todos, porém, eram batizados, genericamente, de conventions. O que trago mais distintivo entre 0 contrato romano ¢ 0 moderno é a io da relagio juridica ctiada, No Direito Romano, dado o cardter personal obrigagio, a ligagao se estabelecia entre as pessoas dos contratantes, prendendo-os num sobre a exo € sujeitando os seus préprios corpos. $6 mais tarde, a execugdo que i pessoa, passou a incidir sobre os bens do devedor. 1. A cliusula “Rebus sic stantibus” no Direito estrangeiro 92982900090 8290 090090 HHHOBAHOGHHHHHOHOOLAABHOHBGEHOOBO8COSR SHCHSSHSSHSSSSHHSHSHSOHSHSESEHSOHSSHSHOSHSHHSESSHHTEHHCHSEOHCY Np introdugao da presente ‘unidade colocamos uma visio geral do assunto, valendo acrescentar que referida teoria originou-se na Franga, pela Lei FAILLOT, de 21.01.1918, determinando que em razo do estado de guerra, os contratos firmados a partir de 01.08.1914 comportassem a cldusula “rebus sic stantibus" Referida clausula funda-se em prin s morais, segundo os quai ndo serd justo o credor exigir do devedor prestagdes excessivamente onerosas, causadas por situagées econdmicas imprevisiveis ao tempo da celebrago do contrato, Normalmente, as situagdes que podem ju ficar a aplicagio desta clausula’ sfo: guerras, calamidades diversas como secas, enchentes ¢ terremotos, desvalorizacdo stibita da moeda c outros fatos que alteram substancialmente o cenario ccont ico, A CLAUSULA “REBUS SIC STANTIBUS” NO DIREITO BRASILEIRO E expressio latina, traduzida por - 0 mesmo estado das coisas - significando a cléusula contratual, implicita nos contratos, indicando que 0 devedor somente ¢ obrigado a cumprir 0 contrato quando permanccem inalteradas as condigbes econdmicas existentes ao tempo da cclebragio do mesmo. Segundo o Vocabuldtio Juridico de Placido © Silva, traduzindo-se a expresso ¢ associando-a ao seu conceito teremos: “o contrato se cumpre se as coisas (rebus) se conservarem, desta mancira (sic), no estado precxistente (stantibus), quando de sua estipulagio, isto 6, desde que nao tenha sofrido modificagies essenciais” O sistema de liberdade contratual, pressupde a existéncia de um equilibrio entre a prestagdo a contraprestagio. Tal equilfbrio, quando alterado, seja por circunsténcias econémicas, ou pelo poderio de uma das partes, implica na desnaturalizaco do contrato. © fundamento para o pedido de revisio contratual, quando ocorrem situagdes excepcionais e imprevistas, é€ a chamada “TEORIA DA IMPREVISAO OU DA ONEROSIDADE EXCESSIVA” que defende a presenga, impli ta, nos contratos & prazo, da cléusula - “rebus sie stantibus” - traduzida por - enquanto as coisas ficarem como esti. 2. A TEORIA DA IMPREVISAO NO DIREITO BRASILEIRO IMPREVISAO E A REVISAO CONTRATUAL A TEORIA DA © Prinefpio da Autonomia da Vontade se funda na liberdade contratual dos cOntratantes, consistindo no poder de estipular livremente, como melhor Ihe convier, mediante acorda de vontades. Essa liberdade se traduz: + na liberdade de contratar ou no contratar; + na liberdade de escolher o outro contratante (embora algumas no se tenha essa ‘oprao); + na liberdade de fixar o CONTEUDO do contrato. Porém, no podemos esquecer que a liberdade de contratar no é absoluta, pois esté limitada pela supremacia da ordem piiblica, que veda convengées que Ihe sejam contrérias e aos bons costumes, de forma que a vontade dos contraentes esté subordinada aos interesse coletivo. Os contraentes deverao se sujcitar: + as normas de ordem pitblica, que fixam, atendendo aos interesses da coletividade; + 20s bons costumes. © Princfpio da Autonomia da Vontade, portanto, softe restrigdes trazidas pela intervengao estatal na economia do negécio juridico contratual (dirigismo contratual). O Estado intervém no contrato, no s6 mediante a aplicagéo de normas de ordem piblica, mas também com a adogio de revisio judicial dos conteatos, alterando- 0s, estabelecendo-lhes condigées de execugiio, ou mesmo exonerando a parte lesada, conforme as circunstincias, fundando-se em prinefpios de boa-fé ¢ de supremacia do interesse coletivo. A. presun J de quem i ntrata € que as cldusulas serio cumpridas tal qual foram estipuladas vez que numa sociedade presidida pelo Direito os pactos devem ser cumpridos - “pacta sunt servanda”. Entretanto, pela din&mica da conjuntura econdmica, surgem cenérios imprevistos, prejudicando uma ou todas as partes envolvidas, de tal sorte que os contratos a prazo ou com prestagdes sucessivas podem, por excecio, ser revistos judicialmente. Como exemplos podemos citar os chamados planos de estabilizagao da Economia, com tabelamento de pregos, bloqueio de moeda, tabelas de deflagdo, etc. A moderna doutrina juridiea ¢ os Tribunais estdo admitindo, em idade de rey casos graves, a possibi io judicial dos contratos, quando a superveniéncia de acontecimentos extraordindrios & imprevisiveis, por ocasido da formagao de pactos, tora sumamente onerosa a relago contratual, gerando a impossibilidade subjetiva de se executarem esses contratos. i PPASSHSSROSHOHSHDHHSHHHAHHSHSHSHHSHHHOSHOHSHOHEHOGEHOO9R29EOR SCHSSHSHSHSSHHSHSHSHSHSHSHSSHHSSSHSHSSSSHSHSSHSHHHSHSSESEOHOCE Uma das aplieagdes da REVISAO JUDICIAL DO CONTRATO é a CLAUSULA REBUS SIC STANTIBUS, que corresponde 4 férmula: nos contratos de trato sucessivo ou a termo, o vinculo obrigatério entende-se subordinado & continuagdo daquele estado de fato, vigente ao tempo da estipulagao, Nosso Cédigo Civil nao previu, expfessamente, essa clausula, apresentada modernamente com o nome de TEORIA DA IMPREVISAO (OU TEORIA DA REVISAO CONTRATUAL); todavia, nele se encontra com o titulo Da Resolugdo por Onerosidade Excessiva. Mencione-se, por oportuno, que néo & bastante uma simples alteragdio na equivaléncia ou equilibrio referidos na introdugio da presente Unidade; no é uma perda progressiva de comutatividade; silo, isto sim, alteragdes abruptas observadas nos contratos de longa duragdo, que tomem a prestagdo excessivamente onerosa para uma da partes. Ainda: nos contratos stanténeos, de prestagao Gnica e tempo limitado, a Teoria da Imprevisio, quando possivel, deve ter aplicago cautelosa Portanto, quem conclui uma avenga, parte de uma situagao fética dada, ndo necessariamente expressa no contrato. Sao as circunstincias, 0 tempo ¢ o lugar considerados que iticam a possibilidade de aplicug do Instituto aqui em comento. Repita-se: somente quando ocorre uma mudanga de cenério considerével, niio prevista nem previsivel quando da celebragio do contrato, capaz do mesmo perder, por completo, seu sentido original & que se pode falar em Teoria da Impreviso. Somente assim, ocorrendo tais conseqliéncias, intciramente distintas das que as partes projetaram, 6 que existe a possibilidade de aplicar-se 4 Teoria da Imprevisdo. A Teoria da Imprevisdéo, apesar de admitida pelo Direito brasileiro, reveste-se de cariter de excepcionalidade, por conta de receio de afronta ao “‘pactar sunt servanda”. Somente em algumas situagdes a Doutrina elenca a possibilidade de sua aplicagio pelo Juiz. Vejamos: 1. quando ocorrer alteragio abrupta no cenério econdmico entre a data da celebragao do contrato € a sua execugao no tempo; 2. imprevisibilidade dessa alteragao profunda nas condigdes econdmicas; 3. © contrato seja de execugao diferida ou continuada; 4. ocorra onerosidade excessiva para um dos contratantes € lucro demasiado para o outro, dentro de critérios objetivos. A TEORIA DA IMPREVISAO E AS RELACOES DE CONSUMO Com o fim da politica econdmica, em Janeiro de 1.999, 0 délar norte- americano experimentou um aumento em tomno de setenta por cento, considerando-se a inflagao dos diltimos trés anos. Nesse contexto, inesperado e imprevisivel, em vista das constantes afirmagoes governamentais de que a politica econdmica n&o iria mudar, foram intimeras as agbes judiciais de consumidores que haviam celebrado contratos em RS (reais), porém com corregiio monetéria indexada ao USS (délar norte-americano), para fugir a referida corregdo, notadamente, nos contratos de “leasing”. Essa discussio & polémica, por envolver coneeitos outros como relagdo de consumo, ou mesmo, se 0 bem adquirido era de capital ou destinava-se ao consumo final Considere-se ainda que o Cédigo Civil nfo contém um dnico dispositive considerando a Téoria da Imprevisio, Sua aplicaglo, comé sabido, decorre de construgo doutrindria e jurisprudéncia. © Cédigo de Protep2o e Defesa do Consumidor - CDC, Lei 8.078, de 11.09.90, em seu art. 6%, V a tal Teoria se reporta, embora que indiretamente. © mesmo CDC, se refere, outra vez, a onerosidade excessiva em seu art. 51, § 1%, IL Portanto, & necessiria configurar-se uma rela (0 de consumo para que se aplique a Teoria da Imprevisio. Atualmente ha previsdo legal para as relagdes de consumo, pois 0 art. 6°, V, da Lei 8.078/90 dispde que seré dircito basico do consumidor modificago das cldusulas contratuais que estabelegam prestagoes desproporcionais ou sua revisdo em razdo de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas", embora ndo diga respeito a Teoria da Imprevisio, que requer também que o fato seja extraordindrio e imprevisivel. Ha preceitos expressos que permitem a revisdo contratual dos contratos, como 0 art. 924 do CC, alusivo a Cléusula Penal, que autoriza a intervengao do magistrado no contrato, reduzindo proporcionalmente a pena estipulada para 0 caso de mora ou de inadimplemento, quando houver cumprimento parcial da obrigagdo quando o valor de sua cominago exceder ao do contrato principal 19 2S SOPH HDHHHHHOHHHHODHHHHHHOHHHHOHHOHHOHBHOBESEBRROCD SCHOHHSHSSOSHHSSHOSHSHSSHOSSHSHSHSSHSHSHSHSHSHHSHSSSHHOSSSHSSOHSESESE Mencionemos, por oportuno, outras hipéteses onde & possivel a revisdo contratual com base na teoria da imprevisdo, tais como: reviso de pensio alimenticia ow de quaisquer outros valores (pregos) contratados, quando a moeda é desvalorizada abruptamente, situaglo muito comum em economias instaveis, Independendemente de lei, assiste ao Poder Judicidrio o direito e 0 dever de interferir no contrato, tendo em vista a consecugio dos fins do negécio, em harmonia com 0 bem da sociedad, tendo em vista o disposto na Lei de Introdugao ao Cédigo Civil, art. 5° i A TEORIA DA IMPREVISAO E AS DiVIDAS DE VALOR No que se refore as dividas de valor ndo mudam os principios gerais que informam a Teoria da Imprevisio, cabendo ressaltar varios exemplos conhecidos nos diversos planos de estabilizagdo econdmica, ocorridos entre nés de 1986 para cd. 3. Modificagdes da estrutura do contrato Modificagées nas Cléusulas Contratuais) De modo geral, os contratos sto celebrados com a presungdo de que sero cumpridos como previsto inicialmente - “pacta sunt servanda’, entretanto, podem as partes, de comum acordo ou sob a alegagdo da cldusula “rebus sic stantibus, " promoveram modificagdes nas cldusulas contratuais, As estipulagdes feitas no contrato deverio ser ficlmente cumpridas (acta sunt servanda), sob pena de execugao patrimonial contra 0 adimplente. Isto € assim porque o contrato, uma vez concluido livremente, incorpora-se ao ordenamento Juridico, constituindo uma verdedeita norma de direito, autorizando, portanto, o contratante @ pedir a intervengo estatal para assegurar a execugio porventura nao cumprida segundo a vontade que a constituiu, © contrato & intangivel, a menos que ambas as partes o rescindam voluntariamente ou haja a escusa por caso fortuito ou forga maior. Esse principio da forga obrigatéria funda-se na regra de que o contrato ¢ lei entre as partes, desde que estipulado validamente, (*) Mas devido ao dirigismo contratual, 0 pacta sunt servanda nao & absoluto, pois casos haverd em que se teri a revisio judicial dos atos négociais, p. ex., em razio do desequilibrio sofrido em consequéncia de fatos imprevisiveis nas relagdes contratuais, que possam até acarretar a exploragao de um sobre 0 outro sob 0 véu do contrato, justificando o restabelecimento do star quo ante pela cliusula rebus sic Stantibus, antecipando a reforma preconizada no Novo Cédigo Civil UNIDADE XI INADIMPLMENTO E RESPONSABILIDADE CIVILCONTRATUAL Essa unidade busca compreender a relagdo juridica contratual como um sistema, buscando regular como a relagdo nasce, desenvolve-se e extingue. O assunto é tal importancia que na propria constituicao de 88, propugna a restituigdo integral de danos ilicitos, dentro de direito e garantias fundamentais, temos que deixar claro que 0 descumprimento do contrato é algo ilicito, e deve ter reparagdo dos possiveis danos. descumprimento da prestagdo pactuada enseja no inadimplemento contratual, que deve ser encaminhado a sua tutela especifica das prestagdes descumpridas pra que sejam reparados os danos ocorridos com tal ato ilicito, mas antes temos que distinguir se 0 ato foi voluntario ou nao. Se caso o motivo do descumprimento for caso fortuito ou forga maior, ndo terd que reparar o lesionado, mas o dnus de provar o caso fortuito ou forga maior € do devedor (393), nao sendo tal hipétese cabe plenamente a responsabilidade civil (389). Responsabilidade civil contratual O tema é muito abrangente, dentro da teoria geral do direito, e consiste numa situagio derivada da violagdo de uma norma juridicamente preexistente legal ou contratual, com necessidade de reparar o dano. Entdio responsabilidade civil contratual é a reparagio dos danos causados pelo descumprimento do pactuado, entio perceba que a perdas e danos ira abranger tanto 0 dano quanto 0 lucro cessante. Responsabilidade civil aquiliana e contratual A responsabilidade civil ¢ a reparago do dano causado pela violagao de uma norma preexistente, entéio quem infringe um dever juridico lato sensu e causar dano fica obrigado a reparar, dever juridico lato sensu pode ter uma norma violada tanto imposta pelo direito ou por relagio obrigacional. No caso de violar uma norma imposta por um dever geral do direito, de forma negativa, ‘© mesmo que violar a obrigagdo de no causar dano a ninguém € responsabilidade aquiliana, J4 a responsabilidade contratual, a culpa contratual se caracteriza por violar um dever de adimplis Na responsabilidade aquiliana nao existe relagio juridica entre o lesionado e lesionante, por isso chamada e extracontratual. Também na aquiliana descartadas as possibilidades 989 FHFHIDDITHVSHTFEFIHHFVHHDDIHHFVOVIHO9999S98999ED de responsabilidade objetiva, a culpa do réu deve ser sempre provado pela vitima, No caso do menor, responderd pelos prejuizos que causar se as pessoas, por ele responsivel nao tiverem obrigaciio de fazer ou se nao dispuserem de meios suficientes. Na responsabilidade contratual, ha uma inversio do énus da prova, ou seja, caberd a0 devedor provar que nao agiu com culpa ou ocorreu em clausula de excludente do clo de causalidade, mas se a obrigagdo for de meio tera que ser provada por quem acusa. menor pibere sé se vincula s6 se vincula contratualmente quando assistido por seu representante legal ¢ excepcionalmente se maliciosamente declarou-se maior. Clausula penal ou (pena convencional) E um pacto acessério, pelo qual a partes fixam previamente a indenizagdo devida em ‘caso de descumprimento culposo da obrigagdo principal. Determinas valor de danos em cardter antecipado, no caso de inadimplemento culposo, relativo ou absoluto. Responsabilidade civil pré-contratual Com fundamento na boa fé objetiva, que deve ser respeitado nao s6 na conclusio celebragio do contrato mas também nas fases pré ¢ pés-contratual. Deve-se ter olhos fixos no artigo 422 cc, pelo qual,ndo temos menor duvida que hé responsabilidade civil pré-contratual, que pode ser vista de 2 enfoque. ~ recusa de contratar — segundo nosso entender quem coloéa seu produto ou servigo no mercado nao pode ter plena liberdade para escolher com quem contratar, caso recuse deve fundamentar, para que néo caracterize uma discriminago, caracterizaré uma responsabilidade aquiliana, pois ainda néo teriamos contrato, ~ quebra de negociagdes preliminares — destacamos ainda que os atos prévios ou Preparatérios a celebragao do contrato tem protegio juridica, ou seja, em caso de quebra ustificada da expectativa de contratar, poderd, dependendo do caso, ocorrer a responsabilidade civil do infrator, em respeito boa fé objetiva pré-contratual, e dara or aplicagiio da denominada teoria da culpa in contrahendo, pois uma das partes pode ter obrigado 0 outro interessado a fazer gastos para possibilitar a realizagao do contrato. Ento caso ocorra uma expectativa concreta, ¢ conseqilentemente se estabelega uma frustrada quebra de expectativa de forma injustificada configura-se quebra do dever de lealdade na fase pré-contratual, mas tera que se provar os danos destas decorrente. Ex, plantadores de tomate no sul. Obs. O problema da responsabilidade pré contratual so os gastos efetivados antes do contrato © que ocorre uma ruptura, para ocorrer a responsabilidade pré contratual deve ocorre a confianga no negocio e investimento na confianga, ¢ que seja justificada, e que tal confianga de ter sido causada pela outra parte. Em relagdo a culpa na relagdo pré-contratual, segundo um dos enunciados das jornadas de direito civil no site do conselho da justiga federal, em virtude a boa fé objetiva a violagdo de deveres anexos constitui espécie de inadimplemento independente da culpa Violou deveres anexos, esta em inadimplente Responsabilidade pés contratual Também gira em toma da boa fé objetiva, dos deveres anexos ou de protegdo que a acompanha, Entéo o findar de uma relago nao significa que esta desprotegida, pois a relagdo obrigacional passou a ser um processo dindmico com protegao a0 pés-contraio, como um advogado ¢ o sigilo da causa de seu cliente depois de resolvido 0 problema, sigilo do medico etc. UNIDADE XIV DAS ESPECIES CONTRATUAIS COMPRA E VENDA Conceito: arts, 481 a $32 ; 0 contrato em que uma pessoa o (vendedor) se obriga a transferir a outra pessoa (comprador) © dominio de uma coisa corpérea ou incorpérca, mediante 0 pagamento de certo prego em dinheiro ou valor fiducidrio correspondente, Ponto essencial: cardter meramente obrigatério do contrato. Considera-se obrigatério perfeito, desde que as partes'acordem no objeto ¢ no prego. Se ocorrer uma condigdo, atuard esta sobre a claboragdo do vinculo, conforme seja suspensiva ou resolutiva. Seguindo a tradigaio romana, a compra c venda ndo opera a transmisstio do dominio, Para o Direito brasileiro, o contrato por si sé € indbil a gerar a translagdo da propriedade. E mister a realizagdo de um daqueles atos que a lei reconhece 0 efeito translaticio: a tradigdo da coisa vendida, se se tratar de mével; ow a inscrigao do titulo aquisitivo no registro, se for imével o seu objeto. Além desta observagio, 0 contrato de compra e venda pode ter por objeto bens de toda a natureza: corpéreos (iméveis, méveis, semoventes) como incorpéreos. Gerando uma obrigagdo de entregar a coisa vendida, proporciona ao comprador a faculdade de acionar o vendedor pala sua tradigao in natura © somente no caso de se impossibilitar a prestagdo, pelo perecimento, ou inacessibilidade da coisa, ete, é que a obrigago se converte na indenizagdo por perdas ¢ danos. Caracterizagao Juridica: «bilateral — porque cria obrigagdes para o vendedor e para o comprador; + oneroso— ambas as partes dele extraem proveitos ¢ vantagens; «© comutativo ~ prestagdes determinadas e apreciével sua equivaléncia; SPHHSHOSCHOHOHHHHHOHHHOHAHHOHSHPHOHHSHOHDOHHOHHOHOO298O9R090

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