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Dossiê Temático Filosofia
ABSTRACT: PINHO, L. C. Foucault and the instrumental use of Nietzshe’s thought. Revista
Universidade Rural: Série Ciências Humanas, Seropédica, RJ: EDUR, v. 28, n. 1-2, p. 25-37,
jan.-dez., 2006. This article aims to point out that Nietzsche’s thought is used in three different forms
throughout Foucault’s historical-philosophical analyses: 1) to criticize the humanist project of the modernity,
2) to provide an anti-metaphysical ground for the writing of a political history of truth and 3) paradoxically,
to mark the transition between Greek culture and Christian world from ethical point of view, discarding the
question of the nihilism.
Key words: anthropology, history, politcs, truth, nihilism.
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elementos pontuais, seja pela liberdade de ref erências a Niet zsche remetem
se poder estabelecer os mais diversos elos inevitavelmente a um uso instrumental, ou
ent re os dois, independente das seja, Foucault recorre a temáticas e
particularidades de cada um. Nossa tarefa conceitos nietzschianos no intuito de
se torna ainda mais complexa se levamos utilizá-los em função dos desafios teóricos
em conta declarações como as fornecidas de suas pesquisas histórico-filosóficas.
na derradeira entrevista de Foucault, Como ele mesmo apregoou, “a única
quando, ao ser levado a falar dos filósofos marca de reconhecimento que se pode
que lhe parecem imprescindíveis, acaba testemunhar a um pensamento como o de
afirmando: Nietzsche é precisamente utilizá-lo,
def ormá-lo, f azê-l o ranger, gritar”
sou simplesmente nietzschiano, e tento (FO UCAULT, 1994f , p. 753).
ver, na medida do possível, sobre certo Conseqüentemente, subordinaremos a
número de pontos, com a ajuda de textos diversidade de elementos nietzschianos
de Nietzsche – mas também com teses aos três principais fios condutores do
anti-nietzschianas (que são
pensamento foucaultiano – o saber, nos
completamente nietzschianas!) o que se
pode fazer neste ou naquele domínio anos 60, o poder, na década seguinte, e a
(FOUCAULT, 1994n, p. 704). ética, na primeira metade dos anos 80 –
para, a partir deles e das questões que lhes
Num prim eiro m oment o, essas são inerentes circunscrever usos distintos.
palavras, pronunciadas no limiar de trinta É nesse sentido que detectamos pelo
anos de intensa atividade intelectual, menos três f ormas de utilização do
chamam a atenção pelo inequívoco tom pensamento nietzschiano nas análises
solene que conferem à influência de um histórico-filosóficas de Foucault, três
único nome. Porém, ao nos determos em formas de fazê-lo ranger. Inicialmente, a
suas implicações, percebemos que elas se que apregoa o f i m do prim ado
mostram embaraçosas, tendo em vista que antropológico na Modernidade em função
não somente atestam a existência de um da promessa-ameaça do “super-homem”.
diálogo profícuo, jamais interrompido, Em seguida, a que permite repensar o
entre ambos, como também (e aqui estatuto da história e da verdade a partir
esbarramos num obstáculo de ordem de um referencial não-metafísico, isto é,
lógica), eventuais dissonâncias, em vez de através das rubricas genealogia e vontade
lev arem à ruptura, serv em como de verdade. Por fim, a que torna obsoleta
demonstração cabal de afinidade teórica. a concepção nietzschiana de niilismo,
Com o, então, do ponto de v i sta tendo em v ista que a abordagem
interpretativo, determinar de forma precisa genealógica desenvolvida por Foucault
o estatuto de Nietzsche nos ditos e escritos não considera que tenha havido uma
de Foucault? ruptura entre a conduta ética de gregos e
Entendemos ser necessário adotar aqui cristãos.
uma postura de cautela em relação tanto
ao que é afirmado de forma elogiosa nas
entrevistas quanto a toda e qualquer DO PRIMADO DO HOMEM À ERA DO
consideração de cunho retrospectivo. Daí SUPER-HOMEM
considerarmos oportuna a advertência de
Machado de que “nunca se deve aceitar A presença de Nietzsche nos escritos
como uma evidência inquestionável aquilo de Foucault se faz notar, pela primeira vez,
que [Foucault] diz de sua obra passada” no exato momento em que este passa a
(MACHADO, 2000, p. 37). Além disso, empregar o termo arqueologia, na virada
partiremos da hi pótese de que as dos anos 50 para a década de 60, para
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Cf. KANT, E. Anthropologie du point de vue pragmatique. 4a. ed. Paris: Vrin, 1984. 174 p. (Biblioteca de
Textos Filosóficos).
2
Esse ensaio teria sido batizado inicialmente de Gênese e estrutura da Antropologia de Kant, numa alusão
à obra que Jean Hyppolite dedica à elucidação da Fenomenologia do espírito de Hegel (DEFERT, 1994: I,
23).
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será saudado por “libertar a história do importância se fará notar apenas em duas
pensamento de sua sujei ção ocorrências isoladas: uma em 1963, num
transcendental” (FOUCAULT, 1969, p. 264). texto denominado “Debate sobre a poesia”,
A lição que retiramos do período onde é exaltada a capacidade de a
arqueológico é justamente a de que as literatura transgredir e contestar, e outra
referências a Nietzsche obedecem a um no ano seguinte, na célebre conferência
único propósito: estabelecer um critério de “Nietzsche, Freud, Marx”, em que surge a
av aliação que permita repensar a idéia de que o ato de interpretar, ao se
soberania do sujeito nos discursos que se voltar sobre si mesmo, penetra “nessa
referem ao ser humano. É nesse sentido região mitológica da loucura e da pura
que História da loucura recupera linguagem” (FOUCAULT, 1994a, p. 574).
elementos de O nascimento da tragédia O combate ao humanismo, por sua vez,
para dar conta do surgimento da psicologia fio condutor dos trabalhos do período
e As palavras e as coisas se inspira em arqueológico, não desaparece, mas perde
Assim falou Zaratustra no intuito de qualquer laço de parentesco com o tema
explicar o ocaso das ciências humanas. do “super-homem”. Um livro como Assim
Na “arqueologia do saber” a presença de falou Zaratustra deixa de serv ir de
Nietzsche permite a Foucault julgar inspiração, a ponto de, ao ser indagado,
criticamente o processo histórico que em 1972, sobre “qual” Nietzsche o
cul mina na i nstauração de um era agradav a, Foucault responder
antropológica. Mas em vez de almejar taxativamente: “não é, evidentemente, o
depurar seus pressupostos de Zaratustra” (FOUCAULT, 1994e, p.
epistemológicos ou mesmo resgatar seus 372). De modo geral, a polêmica suscitada
ideais perdidos, a crítica foucaultiana se pelo tema da “morte do homem” adquire
caracteriza por desferir um golpe mortal um tom ameno, chegando a se tornar um
no coração de toda forma de humanismo. pouco menos agressiv a, conf orme
podemos notar num ensaio do final da
década de 60, “O que é um autor?”, onde
POR UMA “TEORIA” NÃO- a arqueologi a é tida como um
METAFÍSICA DA HISTÓRIA E DA procedimento que pretendia “ver de que
VERDADE maneira, segundo quais regras se formou
e f uncionou o conceito de homem”
A partir de 1969, Foucault começa a dar (FOUCAULT, 1994d, p. 817). Aliás, tal
indícios de que está modificando seu modo posicionamento já havia sido sutilmente
de assimilar o legado de Nietzsche. exposto na quinta e última parte de A
Gradualmente, os temas que serviram de arqueologia do saber, ao Foucault declarar
apoio para a argumentação de História da que “não quis excluir o problema do
loucura, O nascimento da clínica e As sujeito”, mais sim “definir as posições e
palavras e as coisas vão sendo deixados as funções que o sujeito podia ocupar na
para trás, minimizados ou adquirindo outra diversidade dos discursos” (FOUCAULT,
roupagem – se bem que o interesse pela 1969, p. 261, grifos meus). Ocorre, deste
formação de um saber sobre o indivíduo modo, no curto espaço de três anos, o
na modernidade se mantenha como o deslocamento de uma postura negativa, ou
denominador comum de suas pesquisas. sej a, de elucidar as condi ções de
Um indí cio do desprendimento possibilidade de desaparecimento do
foucaultiano em relação ao que outrora lhe sujeito do campo epistêmico, para a
pareceu imprescindível diz respeito à análise, de cunho positivo, dos diversos
experiência trágica. Após ocupar lugar de “lugares ocupados” pelo autor dentro da
destaque na tese de doutorado, sua estrutura discursiva.
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Não se pretende, com isso, sugerir que inserção nos anos 70 tanto permite
Foucault tenha se afastado do projeto conceber um novo modelo de escrita da
inicial de denunciar a proliferação insidiosa história quanto está em consonância com
de noções antropológicas nas mais a tese foucaultiana de que a modernidade
diversas f ormas de saber. Porém, a culmina num insidioso processo de
redução do caráter polêmico de antigas interiorização da subjetividade. Além disso,
hipóteses de trabalho nos leva a concluir notamos a ocorrência de lentas gestações
que o rumo de suas pesquisas está sendo pel os quais passam os concei tos
reavaliado. Outro sinal que chama a nietzschianos de vontade e genealogia.
atenção é o abandono de qualquer Tendo despontado em A ordem do
menção à literatura e, conseqüentemente, discurso, adquirem outra função a partir
à apologia da linguagem, cuja principal do resumo do primeiro curso do Colégio
função consistia em retirar do homem seu de França, “A vontade de saber”, e do
poder fundante em relação às palavras. ensai o “Nietzsche, a genealogia, a
Para al ém dessas mudanças de história”, ambos de 1971. Inicialmente,
ênfase, a presença de Nietzsche ainda se aparecem atrelados a problemáticas
faz notar de forma indubitável nos anos 70, inerentes ao período arqueológico, como
como podemos constatar no papel central no caso da desqualificação da linguagem
que ele ocupa na crít ica da busca do louco e da formação de saberes sobre
metaf ísica de uma origem ideal em o homem. Com o passar do tempo,
“Nietzsche, a genealogia, a história”, na contudo, a vontade de verdade fornece
afirmação de que Vigiar e punir realiza uma subsídios para o desenvolvimento um
“genealogia da ‘alma’ moderna” est udo comparativ o das teorias do
(FO UCAULT, 1975, p. 38), na conhecimento inventadas pelos filósofos
surpreendente declaração que o título A enquanto a genealogia permite reformular
vontade de saber é a “única homenagem” as diretrizes metodológicas do ofício do
que prestou a Nietzsche (FOUCAULT, historiador. A dificuldade em acompanhar
1994i, p. 444), ou mesmo na adoção da como se dá a lenta assimilação de
hipótese de trabalho de que Nietzsche é o conceitos nietzschianos reside no fato de
“melhor, mais eficaz e atual” modelo para que Foucault praticamente nada ter dito
a análise das relações de poder no mundo sobre as etapas desse processo. Mas o
ocidental (FOUCAULT, 1996, p. 9). Através que fica patente é que não estamos diante
desses diversos registros não há como do mesmo tipo de utilização verificado nos
duvidar que Foucault ainda está fortemente anos 60.
marcado por Nietzsche. Ora, o que defendemos é que as
No entanto, e aqui reside o aspecto análises denominadas de “microfísica do
central de nossa análise, um exame atento poder” em Vigiar e punir (FOUCAULT,
rev ela que o modo como Foucault 1975, p. 34, p. 163, p. 175 e p. 188) ou
incorpora o referencial nietzschiano às “analítica do poder” em A vontade de saber
suas pesquisas histórico-filosóficas sofre (FOUCAULT, 1976, p. 108) recorrem a
uma sutil, porém significativa, modificação. Nietzsche no sentido de obter subsídios
Há mudanças de nítida visibilidade, como teóricos que permitam repensar a escrita
a do papel atribuído à Genealogia da moral. da história e a relação entre sujeito e
Se, nos anos 60, esse livro esteve em v erdade sem adotar um ref erencial
maior ou menor escala associado à metafísico. Em função disso, o sujeito
elucidação das bases m orais do passa a ser tido como um “átomo fictício”
conhecimento psiquiátrico, ao surgimento (FOUCAULT, 1975, p. 227), ou seja, cabe
de uma região onde reina a linguagem e ao historiador mostrar que ele deixou de
ao fim do primado antropológico, sua ser o motor da história para se tornar
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da “genealogia da ética”? Até que ponto a prazeres. Naquela que interessa à presente
argumentação int erna da pesquisa discussão, Foucault atribui a Nietzsche o
genealógica de Foucault, ao remontar a mérito de lhe ter propiciado os fundamentos
gregos, romanos e cristãos, recorre de fato de cada uma das três etapas de sua obra,
a elementos de cunho nietzschiano? ou seja, da “arqueologia do saber”, da
Num primeiro momento, verificamos “genealogia do poder” e da “genealogia da
algumas pistas que reforçam a afinidade ética”:
entre Foucault e Nietzsche do ponto de
vista ético. É o que nos induzem a concluir Como as experiências individuais ou
as declarações feitas na década de 80. coletivas resultam de formas singulares de
Senão vejamos. Março de 1982: Foucault pensamento, isto é, do que constitui o
reconhece que através da leitura de sujeito em suas relações com o verdadeiro,
com a regra e consigo mesmo? Adivinha-
Nietzsche elaborou a base de uma história
se como a leitura de Nietzsche, no início
da racionalidade que não está ancorada dos anos cinqüenta, pôde dar acesso a
num “ato fundador e primeiro do sujeito esses tipos de questões, rompendo com a
racionalista” (FOUCAULT, 1994i, p. 436). dupla tradição da fenomenologia e do
Junho de 1982: essa leitura também foi marxismo (FOUCAULT, 1994k, p. 581).
diretamente responsáv el por sua
motiv ação de “realizar um trabalho Nas div ersas passagens que
pessoal” (FOUCAULT, 1994j, p. 529). selecionamos acima constatamos o
Out ubro de 1982: consi dera que quanto Nietzsche é integrado à última fase
“Nietzsche foi uma revelação” e que está do pensamento foucaultiano. No entanto,
vinculado a rupturas de cunho pessoal, os indícios apresentados se mostram
acadêmico e profissional (FOUCAULT, bastante genéricos, tendo em vista que
1994p, p. 780). Abril de 1983: declara que estabelecem filiações que não podem ser
“pouco [se] importa com aqueles que demonstradas a partir da argumentação
dizem: “você retirou idéias de Nietzsche” interna das análises histórico-filosóficas de
(FOUCAULT, 1994l, p. 585). Ou ainda, na Foucault. É o que veremos adiante.
mesma época: indagado se a antinomia Do ponto de vista da tecnologia do poder
entre “estética da existência” e moral em jogo, a primeira parte da história
universal não estaria afinada com o foucaultiana da sexualidade, surgida em
existencialismo sartriano, responde: “meu meados dos anos 70, não é levada à frente
ponto de vista é mais próximo de Nietzsche por sua continuação na década de 80.
do que de Sartre” (FOUCAULT, 1994m, p. Foucault deixa de lado a idéia inicial de
618). Julho de 1984: questionado sobre até mostrar o porquê de ter havido uma
que ponto a problematização da loucura, “incitação política, econômica, técnica, a
da delinqüência e, até mesmo da falar do sexo” (FOUCAULT, 1975, p. 33)
sexualidade, representaria uma nova para investigar como “os indivíduos foram
genealogia da moral, declara: “Se não levados a exercer sobre eles mesmos, e
tivesse a solenidade do título e a marca sobre os outros, uma hermenêutica do
grandiosa que Nietzsche lhe impôs, diria desejo” (FOUCAULT, 1984a, p. 12). Seu
que sim” (FOUCAULT, 1994o, p. 731). interesse se desloca de uma região
Há também um registro ainda mais caracterizada pela arte de governar os
significativo. Num ensaio que serviria outros, que diz respeito a um “campo
originalmente de introdução à continuação múltiplo e móvel de relações de força no
da História da sexualidade, algumas qual se produzem efeitos globais, porém
passagens são retiradas antes de o jamais totalmente estáveis, de dominação”
mesmo ser transformado definitivamente (FOUCAULT, 1976, p. 135), para uma
no capítulo de abertura de O uso dos outra, anexa e complementar, onde
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