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01 de Julho de 2014 - 07:00
A despeito disso, a Copa 2014 deve deixar obras importantes, correto? Mais ou
menos. O total de investimentos previstos para receber a Copa passou de R$
15,4 bilhes em 2010 para cerca de R$ 25,5 bilhes em 2013. Destes recursos,
cerca de 32% representam reforma ou construo de estdios, enquanto que
obras de mobilidade urbana atingem aproximadamente 27%. Esses nmeros
sinalizam que a Copa do Mundo do Brasil no foi utilizada prioritariamente
como regeneradora da infraestrutura urbana, ao contrrio do que ocorreu nas
Olimpadas de Barcelona (1992) e de Seul (1988). Uma infraestrutura urbana
plenamente revitalizada poderia gerar ganhos econmicos significativos, por
fornecer um impulso produtividade da prpria economia. Estima-se que a
melhoria da infraestrutura urbana seja capaz de gerar um acrscimo de 0,4%
no PIB brasileiro no longo prazo, aps o evento.
Os custos que o setor pblico enfrenta por financiar estdios podem ser ainda
maiores, pois incluem no investimentos em outras reas, como sade e
educao, e gastos com a prpria manuteno das obras. Um estudo da
consultoria KPMG apurou que o ranking de custo por assento nos estdios
construdos no mundo apresenta dez brasileiros entre os 20 mais caros. O
Estdio Man Garrincha, em Braslia, o campeo do Brasil, ocupando a
terceira posio no ranking (custo total de R$ 1,43 bilho e de R$ 20.700 por
assento). O problema torna-se ainda mais srio se no houver um
planejamento da demanda ps-evento para os estdios construdos, o que
implica em altos custos de manuteno por insuficincia adequada de
operao. Nesse quesito, a Arena da Amazonas, com capacidade 44.500
pessoas e baixa demanda provvel ps-Copa, a que mais preocupa. Olhando
em retrospecto, a Copa do Mundo nossa, bem como o nus econmico que
ela vai deixar.
Admir Betarelli
A copa do mundo nossa! - Economia - Jornal Tribuna de Minas
http://www.tribunademinas.com.br/economia/a-copa-do-mundo-e-nossa...
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