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Conciliação

A conciliação é "Uma forma de resolução de controvérsias na


relação de interesses administrada por um Conciliador investido de
autoridade ou indicado pelas partes, a quem compete aproximá-las,
controlar as negociações, aparar as arestas, sugerir e formular
propostas, apontar vantagens e desvantagens, objetivando sempre
a composição do litígio pelas partes".

A conciliação tem suas próprias características onde, além da


administração do conflito por um terceiro neutro e imparcial, este
mesmo conciliador tem o prerrogativa de poder sugerir um possível
acordo, após uma criteriosa avaliação das vantagens e
desvantagens que tal proposição traria a ambas as partes.
http://www.mediar-rs.com.br/conceitos/conciliacao.asp

ACOMPANHAMENTO SOCIAL E INSERÇÃO  

MESTRADO de SERVIÇO SOCIAL

Área Temática de
ACOMPANHAMENTO SOCIAL E INSERÇÃO

1. Fundamentação

A criação de uma área temática em Acompanhamento Social e Inserção, no âmbito do Mestrado


em Serviço Social, justifica-se pelas necessidades suscitadas pela dinâmica societal e do mercado
de trabalho dos assistentes sociais / trabalhadores sociais
Na verdade assiste-se, desde os anos 80 do séc. XX, no quadro do processo de reestruturação do
Estado social, e face ao aprofundamento das dinâmicas  de exclusão social, a mutações
significativas dos dispositivos e medidas de políticas sociais. Uma das importantes transformações
ocorre precisamente na esfera dos serviços de acção/assistência social, com a reconfiguração dos
dispositivos de intervenção social (Lødemel e Trickey, 2000;  Astier, 2007).
De uma forma sumária, pode dizer-se que as propostas de reconfiguração das políticas sociais em
torno da crise do Estado Social emergem no final dos anos 70, princípios dos anos 80, do séc. XX,
então muito polarizados na questão da designada crise fiscal do Estado. Nos anos 90, o grande
impacto da crise do emprego, fez recentrar o debate na questão da nova pobreza e exclusão social
e nas mutações das políticas sociais no sentido das designadas politicas de inserção e do Estado
Social activo.
No entanto a mudança do Estado Social não ocorre de per si e a sua leitura, requer considerar, em
pano de fundo, as grandes transformações que vêm ocorrendo nas sociedades contemporâneas.
Trata-se de, designadamente, dar conta do processo de individuação que vem tendo lugar e mais
especificamente da forma como se redesenham as relações entre colectividades e indivíduo em
matéria de solidariedade. A inscrição da análise da crise do Estado Social e das suas dificuldades
no quadro da sociedade de risco e da modernidade reflexiva revela-se assim fundamental para a
interpretação das mutações dos laços sociais e o repensar das solidariedades na sociedade
contemporânea. (cf. designadamente Rosanvallon, 1985, 1995; Soulet, 2005; Ion, 2005).

Será neste quadro geral que se torna necessário identificar e analisar as implicações decorrentes
para as profissões sociais que exercem a sua actividade no âmbito de serviços de acção social,
particularmente no que se refere à reformulação do seu mandato institucional e às grandes
orientações que enquadram a reconfiguração das lógicas de acção imputadas, especialmente no
seu  modus operandi na relação face-a-face com os utentes / beneficiários destes serviços. 
Nestas abordagens a questão do acompanhamento dos utentes como indivíduos concretos, do
trabalho com o Outro, assume uma clara resignificação face ao desígnio do início dos anos 90 do
séc. XX de pôr em marcha ?políticas sociais à medida?.

As transformações referenciadas impactam de forma significativa nas instituições sociais públicas


e do sector privado não lucrativo que tradicionalmente se ocupam dos públicos e grupos sociais
vulneráveis e que hoje se confrontam não só com o alargamento dos públicos mas também com a
diferenciação e complexificação das problemática sociais associadas. Do mesmo modo, os
Assistentes Sociais e outros trabalhadores sociais que exercem a sua actividade neste campo são
convocados a processos de trabalho e intervenção que requerem quer uma actualização dos
quadros interpretativos destes fenómenos sociais,  quer uma reflexão aprofundada em torno das
novas orientações das políticas sociais, quer ainda dos saberes-fazer requeridos pelos novos
dispositivos de acompanhamento social, quer no âmbito das políticas de assistência social / acção
social, quer num leque alargado de outras áreas de intervenção social.

É neste quadro que a área científica de Serviço Social, atenta às transformação do campo
profissional dos assistentes sociais e outros trabalhadores sociais, se propõe oferecer uma
formação especializada em acompanhamento social e inserção, cuja problemática e  domínio de
intervenção é hoje transversal a importantes áreas das políticas sociais.
A área científica de Serviço Social dispõe neste domínio de um importante know-how, constituído
por via da áreas de formação avançada de alguns dos seus docentes, por via também da
preparação e leccionação do Mestrado em Serviço Social mormente no âmbito de diferentes
seminários opcionais articulados com esta problemática, e ainda pelos estudos e investigações
realizadas no CESSS, entre quais se destacam o estudo ?Acolhimento Social e Construção da
Autonomia dos Clientes (empowerment)?  na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (realizado em
parceria com o Centro de Estudos Territoriais do ISCTE), a Avaliação da Fase de
Diagnóstico/Concepção dos Projectos Locais no âmbito da Iniciativa Operações de Qualificação e
Reinserção Urbana de Bairros Críticos e os projectos Equal Ere@l e Rumos de Futuro,
especificamente centrados na dimensão da inserção de jovens desempregados e reclusos, os quais
constituem um capital de conhecimento nesta área, quer no plano das questões e debates teóricos
que convocam várias disciplinas das Ciências Sociais e Humanas, quer no conhecimento empírico
dos públicos e das práticas institucionais e profissionais do campo de estudo agora constituído.
http://www.ucp.pt/site/custom/template/ucptplfac.asp?
SSPAGEID=1561&lang=1&artigo=1640&artigoID=7200

   Conceito de Comunidade      
Autor Mensagem
Admin Assunto: Conceito de Comunidade    Sex Out 03, 2008 3:26 pm
Admin

Na literatura do desenvolvimento comunitário o conceito de comunidade é


Mensagens: 58 ambíguo, muito pela quantidade de definições utilizadas para a definir. É
Data de inscrição:
24/02/2008 frequente ouvirmos ou lermos o termo aplicado para designar pequenos
agregados rurais (aldeias, freguesias) ou urbanos (quarteirões, bairros),
mas também a grupos profissionais (comunidade médica, comunidade
cientifica), a organizações (comunidade escolar), ou a sistemas mais
complexos como países (comunidade nacional), ou mesmo o mundo visto
como um todo (comunidade internacional ou mundial).

Nas ciências sociais estão identificados alguns tipos de comunidades.


Gusfield (1975), fez uma distinção entre duas formas de usar o termo
comunidade. A primeira, prende-se com a noção territorial ou geográfica.
Neste sentido, comunidade pode ser entendida como uma cidade, uma
região, um pais, um bairro, o prédio, ou a vizinhança. O Sentimento de
Comunidade implica um sentimento de pertença com uma área particular,
ou com uma estrutura social dentro dessa área. A segunda, tem um carácter
relacional, que diz respeito à rede social e à qualidade das relações
humanas dentro da localização de referência (Gusfield, 1975; Heller, 1989;
Hunter & Ringer, 1986; McMillan e Chavis, 1986; Dalton, Elias &
Wandersman, 2001).

Reconhecendo esta pluralidade, Hillary (1950), examinou noventa e quatro


definições de comunidade e na sua maioria continham três pontos
coincidentes:

I. Partilha de um espaço físico;


II. Relações e laços comuns;
III. Interacção social.

Nos últimos anos, o interesse pelas comunidades tem aumentado, pois


estas podem apresentar factores protectores ou factores de risco para os
indivíduos.

Rappaport (1977), entende comunidade como um grupo social que partilha


características e interesses comuns e é percepcionado ou se percepciona
como distinto em alguns aspectos da sociedade em geral em que está
inserida. Para Duham (1986), a comunidade não se entende unicamente
como lugar, mas como um processo interactivo.

Segundo o dicionário inglês Random House (In Vidal, A., 1988),


“community” é definida da seguinte forma: “Grupo social de qualquer
tamanho cujos membros residem numa localidade específica, partilham o
mesmo governo e tem uma herança e história comuns.”

Segundo Marshall Gordon (1994), o fenómeno comunitário integra um


conjunto de ideias associadas ao conceito de comunidade:

• Alto grau de intimidade pessoal;


• Relações sociais afectivamente alicerçadas;
• Compromisso moral;
• Coesão Social;
• Continuidade no tempo.
Diez et al. (1996), referem nos seus estudos que para que exista uma
comunidade é necessário que os seus membros possuam um sentimento
de consciência partilhada de uma forma de vida, com referências comuns,
um grupo de pessoas com os quais interage e que através destas relações,
proporciona uma sensação de estimulação e de acolhimento. O sentimento
de pertença ao tecido social, com fortes laços, supõe por um lado a
obtenção de apoio social e por outro a disposição de recursos com os quais
pode minimizar os efeitos de situações de stress ao longo das suas vidas.

Segundo Ornelas uma comunidade competente pode ser definida como


“uma comunidade que utiliza, desenvolve e obtém recursos” (Ornelas 2002,
p. 10). A abordagem ideal a uma comunidade será o de realçar e incentivar
as capacidades e qualidades dos indivíduos em vez de sobre-enfatizar os
défices dos indivíduos ou da própria comunidade. Caso esta atitude não
seja tomada, os sistemas sociais que se criam retiram a possibilidade dos
sistemas naturais, como a vizinhança, as associações locais e os recursos
já existentes na comunidade desempenharem um papel relevante na
resolução dos problemas existentes. “Deveríamos fazer um esforço para
compreender os mecanismos naturais utilizados pelas comunidades para
promover a sua própria sustentabilidade, bem como a manutenção dos
indivíduos que lhes pertencem” (Ornelas, 2002, p. 11). Este esforço implica
a ideia de que os indivíduos são os peritos e não os sistemas, pelo que
deveríamos encontrar aqueles que, na comunidade, resolvem os problemas
e participam em actividades de melhoramento da comunidade.

Sarason (1972), sustenta que os membros são melhor servidos quando a


comunidade providencia o desenvolvimento pessoal a todos os membros.

A Comunidade é considerada neste trabalho como o lugar de construção do


saber psicológico comunitário e da operacionalização de técnicas
psicológicas que sejam eficazes na construção desse saber.
http://apedc.livreforum.com/comunidade-f4/conceito-de-comunidade-t12.htm

Comunidade é um grupo de pessoas que convivem num mesmo espaço restrito por dimensões bem
definidas com estrutura dominante própria, cultura tipificada, linguajar por vezes definido com
características locais, leis próprias, regras sociais de conduta e comportamento diferenciadas de outras
localidades e identidade visual marcante.

Uma comunidade é um subconjunto da sociedade que a integra. A comunidade traz para si somente as
normas que a sociedade impõe que convém ao grupo. Quando a norma tem força de lei a comunidade
tem tendência de se organizar clandestinamente – à margem da lei.

No núcleo de uma comunidade está a presença marcante de um ícone que a representa em termos de
influência perante outras comunidades e a sociedade como um todo. O poder está na mão daqueles que
detêm grande parte do capital da comunidade, e que se sente na obrigação de efetuar a partilha dos bens
com os membros do grupo.

Esta relação de troca entre o poder dominante de um núcleo e os populares é uma forma de manter uma
rede de relacionamentos cujo dominante se sentirá protegido pelos populares que retribuirão com
informações, consumo de seus produtos, acobertamento de ações clandestinas em relação ao referencial
da sociedade quando marginalizados pela lei e fidelidade. Este último é conquistado pela troca de favores
no sentido do poder dominante fazer as vezes de estado.

O poder dominante oferece abrigo para os simpatizantes, alimentação, ajuda para que os iguais, ou
populares, possam suportar suas despesas, proteção contra facções rivais que querem destruir a
estrutura montada de uma comunidade, oferece transporte para idosos, serviço de comunicação como
pontos de informações e encaminha os populares a serviços médicos quando necessários.

O preço da submissão é a lealdade aos ideais do poder dominante. Nenhuma outra estrutura é tão forte
ou poderosa quanto a um núcleo de comunidade, pois ela influencia diretamente sobre a vida das famílias
quase sempre marginalizadas pela sociedade por estarem à margem da independência financeira.

Ao contrário do que se pensa, nas comunidades existem sub-núcleos de esfera de influência que na sua
grande maioria é formada por pequenos comerciantes que têm o aval da estrutura dominante local para
desenvolver as atividades de negócios, quase sempre sem amparo legal da sociedade, sob um esquema
de forte proteção institucionalizada do poder local.

A hierarquia em uma comunidade é muito próxima uns dos outros. Os níveis se comunicam com grande
facilidade e a vida de cada um é percebida por todos do grupo ou grande parte dele. Assim, quando
alguém do grupo se destaca logo todos ficam sabendo e o poder dominante controla esta ascensão para
observar se há perigo em sua hegemonia na estrutura do poder ou será mais um aliado na manutenção
da ordem pública no conglomerado em questão.

Na maioria das comunidades as residências estão próximas umas das outras. Existe uma estrutura de
ajuda mútua onde todos se beneficiam pelo mutualismo e respeito ao próximo. Os vizinhos são
conhecidos e geralmente freqüentam os lares dos conhecidos da divisão territorial a sua volta. Existem
comunidades que as estruturas físicas da construção têm aparência de bairros de classe média (B2),
outras preservam traços de classes mais baixas (D e E).

Nas comunidades existem pessoas que pertencem a todas as classes econômicas, mas a grande maioria
é carente de recursos. A simplicidade é uma componente muito importante na vida dos comuns. Todos
são iguais, não importa o nível hierárquico. Outra componente interessante é a honestidade entre os
iguais. Assim, um membro da comunidade não pode “passar a perna” em outro da mesma comunidade.

A estrutura religiosa tem livre acesso dentro das comunidades. Geralmente a força da igreja é neutra em
relação aos núcleos de poder de uma comunidade. É livre a manifestação da fé seja ela o que for. Não se
verifica com freqüência a exclusão de grupos religiosos de qualquer natureza ou sua interferência na vida
dos comuns.

O poder de polícia do estado é visto de forma negativa pelos populares. Geralmente existem conflitos
entre eles, e membros queridos das comunidades acabam por perderem suas vidas deixando indignado
uma grande parcela dos populares que detinham certo carisma por estas pessoas que na visão deles as
protegiam, ajudavam nas horas mais difíceis e respeitavam as regras sociais da localidade.

Verifica-se que o nível da educação está elevando dentro das comunidades, porém é ainda mais baixa se
levada em consideração toda a sociedade. As dificuldades financeiras impõem uma triste realidade para
os populares que quase sempre sem alternativas buscam formas ilícitas de desenvolverem atividades.

A sociedade externa à comunidade quase sempre marginaliza o comum. Isto fortalece mais ainda os
núcleos de influência dos populares onde as pessoas encontram refúgio e quase sempre ocupação. Os
valores são calcados na resistência das idéias, na preservação à vida através da conduta livre dentro das
comunidades. O referencial é o opressor: aquele que não transfere a “parte do bolo” e que canaliza todos
os esforços para continuar impondo a sua forma de pensar e sentir. Então o repúdio à sociedade germina
como uma forma de expressar o ressentimento pela marginalização do sistema.

As atividades de comércio não-legalizadas como os ambulantes, engraxates, flanelinhas e pedintes são


desempenhas na maioria das vezes por pessoas ligadas à comunidades pela falta de opção por não
conseguirem trabalhos ditos legais para sustentarem suas famílias.

Mas existem advogados, médicos, doutores, psicólogos, pedagogos e odontólogos nas comunidades.
Estas pessoas, na maioria das vezes, contaram com o esforço da família e dos amigos para concluírem
os estudos. Mas pelas estatísticas oficiais o número de cidadãos que moram em comunidades que
atingiram o nível superior ainda é bastante pequeno.

A intervenção do estado promove o conflito uma vez que ela desvincula laços de amizade, gera
desconforto pela presença de pessoas estranhas no meio, impede o comércio de atividades ditas não
legalizadas, mas que não ferem o princípio da lei, como uma padaria que não tem o cadastro nacional de
pessoa jurídica, e promove a ociosidade na comunidade.

O estado como protagonista de sua falta de mobilidade dentro das comunidades deveria preocupar-se em
desenvolver ações de integração com os comuns. Possibilitando o acesso a informação, à saúde, à
educação, ao esporte, a melhores moradias respeitando o princípio que une aqueles indivíduos dentro de
cada contexto social.

Não se engane que a formação de comunidades pertence apenas aos mais fracos. Os mais ricos também
formam suas próprias comunidades que na maioria das vezes o lugar de encontro é diferente do lugar de
residência. Aqui estão inseridos os clubes, salões de festas, congressos e comunidades virtuais.

As comunidades virtuais são acessíveis a todos da sociedade e até mesmo pessoas de outras
sociedades, porém o padrão exigido para participar delas requer um mínimo de estrutura física e de
equipamentos necessária para a troca de idéias. E a grande maioria dos indivíduos que possui menos
condição de vida fica fora deste canal de relacionamento.

Com o advento da internet as comunidades virtuais se espalharam. Existe em grande parte das
comunidades virtuais a presença hierárquica de um número limitado de moderadores que irão definir o
que é interessante mostrar ao grupo as informações coletadas pelos seus membros. Outros, porém
selecionam os membros pelo interesse demonstrado em entrevistas.

A democratização da tecnologia levou ao surgimento do negócio de lan house onde uma pessoa que não
possui equipamento e nem estrutura para ter um computador possa acessar a internet alugando o
equipamento por hora conectada. Isto fez com que mais pessoas das classes mais baixas pudessem
participar deste fenômeno social que modificou a forma de convívio entre pessoas.

Ao contrário das comunidades físicas, a comunidade virtual não vê padrão de classe social, não está
ligada a estruturas de poder, quase sempre não entra em conflito com o estado (a menos que
desempenhe caráter paramilitar, tráfico de drogas e entorpecentes, incite sobre a prática de delitos ou
atente contra a ordem do estado) que terá o seu funcionamento bloqueado por decisão judicial.

Como forma de promover uma melhor equidade das informações de uma sociedade, a comunidade virtual
sai na frente. Ela não tem obstáculos à socialização. Isto não quer dizer que as comunidades físicas
correm um sério risco de desmontar suas estruturas de dominação e poder por parte dos núcleos de
influência, mas sim que o acesso a informação torna-se mais democrático e passível de melhorar a
relação entre grupos.

A tendência geral é que a troca de informações que possibilitem o melhor conhecimento das
comunidades físicas, dos bairros, das cidades do interior, dos centros urbanos e dos núcleos de classe
alta. Os preconceitos de uma estrutura física com outra devem ser minimizados à medida que as pessoas
passam a se conhecer e a respeitarem mutuamente.

Outra forma de comunidade é o isolamento de idéias pela hegemonia de um pensamento espiritual que
eleve o adepto a uma categoria de ser que busca a purificação da alma e do corpo contra tudo aquilo que
ele admite como perverso na sua concepção do existir. Neste grupo estão inseridas as comunidades
religiosas.

Nas comunidades religiosas o isolamento é um fator importante, pois ele defende uma ruptura com o
mundo ou sociedade para atender os ensinamentos de uma carta magma ou livro base para todo o
ensinamento. Os valores, nestas comunidades, são seculares, e passam de geração para geração
obedecendo aos ensinamentos dos seus criadores. Existem tutores responsáveis por gerenciar a
aplicação das regras de comportamento e quem não se adequar às regras impostas a todos é convidado
a retirar-se da comunidade como uma forma disfarçada de banimento.

A fé move o pensamento dos adeptos. O mestre é o referencial e os adeptos têm a tendência de copiar
seus modelos neurais de pensamento. Quase sempre não existem reformulações dos dogmas e preceitos
a seguir. São estruturas fechadas que abrem para a retomada de novos adeptos em muitos casos. Tem a
tendência de resolverem seus problemas sociais entre si, não importando ao estado que intervenha na
forma de vida que escolheram viver. Quase sempre seguem as leis da sociedade, o que os tornam um
ponto neutro na esfera social.

Outra forma de comunidade é a científica. Formada pela estrutura pensante e quase sempre está ligada a
forma dominante do estado, composta por pesquisadores, doutores, cientistas, desenvolvedores,
consultores e analistas se preocupam por provar por processos empíricos as realidades do mundo.

Suas provas e pressupostos não têm contestação quando seus experimentos são elaborados dentro dos
padrões e normas aceitos pela ética e cientificismo. As mudanças que estas comunidades provocam em
sociedade são enormes, pois elas têm por natureza a habilidade de influenciar valores, tomada de
decisões, mudança de paradigmas, mudança de critérios e afetam a forma que as pessoas vêem a vida e
seus relacionamentos.

As comunidades científicas são as mais isoladas fisicamente. Eles geralmente encontram-se em


congressos, workshop, teleconferências, revistas de artigos científicos, universidades e centros de
pesquisa. Tem um elevado padrão de vida, possuem um linguajar próprio, tem grande prestígio na
sociedade e em termos de hierarquia possuem uma diferenciação pelo grau de estudo que cada um
possui.

Quase sempre as comunidades científicas estão do lado da lei. Quando conseguem provar teorias que
contradizem as leis, essas têm uma tendência de passarem por uma forte reflexão por parte da sociedade
com a finalidade de adequar o novo conhecimento à nova realidade trazido pelo meio científico. Quando
estão fora da lei, a utilização do conhecimento é canalizada para a construção de projetos que vão contra
os princípios da carta magma que rege uma nação.

Observe que as comunidades entre si não possuem muitas divergências. Os conflitos ocorrem em relação
ao estado quando algum princípio máximo que o estado impõe é afetado pelas atitudes dos comuns em
suas relações dentro do grupo e suas relações externas ao grupo. Nem toda relação dentro do grupo é
permitida pelo estado, que é o conflito em primeira instância que é a interferência estatal na forma em que
os comuns escolheram influenciar suas vidas. Em segunda instância está a influência do grupo sobre a
sociedade. No segundo caso o grupo tudo fica marginalizado quando a relação de influência é ilícita e
quase sempre o estado faz poder do sua força de polícia para restabelecer o padrão aceito pela
sociedade.

Convém lembrar que o estado é a representação da sociedade, então por que as comunidades, que
estão inseridas no contexto não primam por estarem dentro da lei? É por que nem toda comunidade
possui um número expressivo de membros para influenciar as decisões de estado.

Os conceitos entre comunidades de vida, educação, religião, comércio e convívio social podem variar
drasticamente de uma cultura para outra. O conflito social não acontece porque o estado está presente na
repartição do conhecimento. Ele tenta levar um pouco de cada um para que todos possam ter uma idéia
do complexo social em que vivemos isto tudo através da rede oficial de ensino.

Os unificadores da sociedade são o idioma, a moeda, o patriotismo e a educação. O idioma se estabelece


pela formação de uma norma culta onde todas as vertentes das comunidades devem espelhar nela. A
moeda surge como uma base de troca capaz de uniformizar as relações de permuta por bens e serviços.
O patriotismo está ligado a unidade nacional, onde o espaço territorial pertence a toda a sociedade. E a
educação é o aspecto referencial do conhecimento global da sociedade que visa preparar cada indivíduo
para sua perpetuação.

Os unificadores dentro da comunidade são a regionalização do idioma, o sistema hierárquico e a


culturalização. Com a regionalização do idioma os membros da comunidade conseguem transmitir suas
idéias de forma clara para si e de forma obscura para não-membros. O sistema hierárquico define as
estruturas de poder e grau de conhecimento entre os comuns. Com a culturalização cada comunidade
cria uma identidade própria que a represente perante a sociedade.

Os unificadores entre comunidades são o idioma oficial, a moeda e a educação. Com o idioma oficial as
pessoas trocam idéias e os grupos traduzem em seus idiomas regionalizados a essência de que precisam
para que as informações sejam úteis dentro dos seus grupos. A moeda aparece como um forte elemento
para base de troca também entre grupos. E a educação unifica a forma de pensar embora para cada
grupo exista uma diferença de embasamento, em termos de premissas teóricas, que permitem ter visões
distintas de mundo sobre um mesmo conceito abordado pela educação oficial.

Nem todo indivíduo pertence a uma comunidade, mas todo o indivíduo pertence a uma sociedade. A
sociedade é complexa, a comunidade pode ser ou não complexa. A sociedade é a união de todas as
comunidades e indivíduos que não estão inseridos em comunidade. Uma pessoa pode pertencer a mais
de uma comunidade. E uma comunidade pode ser subconjunto de outra (é o caso de comunidades
médicas ter como subconjunto uma comunidade de pediatras).

Autor: Max Diniz Cruzeiro


http://www.lenderbook.com/comunidade/index.asp

A Ânsia de Protagonismo Social


Qual o sentido de tamanha azáfama neste mundo? Qual a finalidade da avareza
e da ambição, da perseguição de riqueza, do poder e da proeminência?
Satisfazer as necessidades da natureza? O salário do mais humilde trabalhador
pode satisfazê-las. Quais serão então as vantagens desse grande objectivo da vida humana a
que chamamos melhorar a nossa condição?
Ser observado, ser correspondido, ser notado com simpatia, complacência e aprovação, são
tudo vantagens que podemos propor-nos retirar daí. O homem rico compraz-se na sua
riqueza porque sente que ela faz recair as atenções do mundo sobre si. O homem pobre,
pelo contrário, envergonha-se da sua pobreza. Sente que ela o coloca fora do horizonte dos
seus semelhantes. Sentir que não somos notados representa necessariamente uma
desilusão para os desejos mais candentes da natureza humana. O homem pobre sai e volta a
entrar despercebido, e permanece na mesma obscuridade seja no meio de uma multidão
seja no recato do seu covil. O homem de nível e distinção, pelo contrário, é visto por todo o
mundo. Toda a gente anseia por vê-lo. As suas acções são objecto de atenções públicas.
Raro será o gesto, rara a palavra que ele deixe escapar que passe despercebida.

Adam Smith, in 'Teoria dos Sentimentos Morais'

http://www.citador.pt/pensar.php?op=10&refid=200610310900&author=953

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