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TOLEDO. G. Lc OVALLE, IJ. Es Bisica. 2° edigto, Ed Atlas, Sato Paul, UEXTO 1 Capitulo 1, 13-26, SS Universidade de Brasilia IE - Departamento de Estatistica | | satistic, ASSUNTO: Esialistica / Fases do Metolo Estatistico eel tes i ina chs Introdugao Geral a Compreenséo da Estatistica ‘A utilizagzo da Estatistica 6 cada vez mais acentuada em qualquer a Vidade profissional da vida moderna, Nos seus mals diversifiendos ramos stuagao, a6 pessoas estfo froqientemento expostas a Estatistice, utilizando| com msiof ou menor Intensidade, Isto se deve as miltiplas aplicagBes que # _método estatistico proporciona aqueles que dele necessitam. Apesar disso, existem muitas concepeSes errOneas aéerca da natur desta disciplina, A idéia que um leigo posta fazer da Estatistica difere muito dade um profissional. E comum, por exemplo, as pessoas formaren}| conceitos distorcidos a respeito de um estatistico profissional, Pera alguns trata-se de um individuo que tem a capacidade de manipilar nimeros pa demonstrar seus pontos de vista. Alguns estudantes, por outro lado, tend 4 admu-lo como alguém que, auxilido por sua caleuladora, tem 2 faculdad de converter qualquer assunto em um estudo “cientifico”, Toda essa aural criada em tomo da disciplina tem provocado, em estudantes e profissionss]| ‘uma dupla atitude: de apreensto, quanto & diffeuldade de absorgio de s contedido, ede expectativa, quanto a sua potencialidade edmo instrument auxilar de resolugdo de problemas, Por essa raze, & extrémamente diff aptesentar uma definigio de Estatiticy, alm do quelimuites de seus conceitos fundamentals nfo apresentam uma definiglo ekplcita, ou, se a apresentam, esta ni6 se revela suficientemente clara para dar uma idéia defi sitiva de seu significado, fi | E possivel distinguir dus concepges para a palavra ESTATISTICA’ 3) No plural (estatsticns), indica qualquer colesdo cohsstente de dados| ‘numérivos, reunidos com a fialidade de fornecer informagies actica de ums atividade qualquer. Assim, por exempo, a5 esaisticas demogfaticas| feferenrse aos dados numérloos sobre nascimentos, falecimentos, mtr AIS nios, desquites ete. As estatfstieas econdmicat consstem em dado 3 i 14 numéricos relacionados com emprego, produgio, pregos, vendas o com butrasatvidedes Higndae ane viris seloes da vida esonGmica, b) No singular, indica a atividade humane especialzada ou um corpo de ‘enieas, ow ainda uma mefodotogia desenvolvida para a coleta, 2 cls Fieagdo, @ apresentagio, a anise © inte;peetagie de dados quantitativos 4 utilizagdo desses Jados pars a tomada de deesbes Atavés dessa sopunda acepelo, ¢ possivel vislumbrar 0 objeto dos estudos estatisticos. Este reside maquoles fendmenos que se referem princi palmente a uin conjunto muito numeroso de individuos, que sf0 semelinantes quanto a pelo menos uma caracteristica especifica. Freqlentemente, os métodos deterministas so Inaplicéveis a0 estuco de caracteristieas proprias de conjuntos muito numerosos de individuos, face & extrema complexidade ‘ou mesmo as condigdes peculiares e a natureza do fenémeno estudado, Trata-se, em particular, do caso em que © conjunto des ocorsénclas rola- cionadas com 0 comportamento da caracteristica enalisada esté sujeito a0 caso. Através de uma técnica de sintese, que é uma caracteristica de seus métodos, a Estatistica torna possivel analisar os padr6es de comportamento da caracterfstica em estudo, conseguindo superar a indeterminagdo que se manifesta em casos particulares Fisher cefere-se & Estatistica como 0 ramo da Matemética Aplicada dedicado a anilise de dados de obsorvagio. A despeito das exiticas que esta concepg#o possa merecer, ele evidencia claramente dois aspectos importantes do método estatistico: 0 tratamento quantitativo a ser aplicado a0 fendmeno @ 2 observaedo, tomada em seu sentido mais amplo. Assim sendo, qualquer cigncia experimental no pode prescindir das tSenicas proporcionadas pela Estatistica, citendo-se, & guisa de exemplo, 2 Fisica, a Biologia, a Admini tragdo de Empresas, a Economia, a Psicologia, a Agronomia e outras. Todos esses ramos de atividade profissional t8m necessidade de um instrumental {que se preocupa com o tratamento quantitative dos fendmenos de masse ou coletivos, cuja mensura¢fo ¢ anilise requerem um conjunto de obser. vagdes de fendmenos individuais ou particulares. Esse mecanismo de andlise fefere-se a um proceso de generalizacdo, a parcir de resultados individuais Assim, se for observado um certo padrdo de regularidade nos resultados de ‘um experimento qualquer, provavelmente existe uma caracteristica corres: pondente a uma ampla classe de experiéncias. Verificando-se a comprovasio dessa caracteristica através de testes estatisticos adequados, pode-se fazer a generalizagio da caracteristica para todas as calegorias de fendmenos seme- Ihantes. Para esclarccer ¢ fixar melhor o conceit de Estatistica, serd inte ressante dizer-se alguma coisa sobre aquilo que ela ndo & Em primeiro lugar, a Estatistice ado é, de forma alguma, um mstodo, mediante o qual se pode provar tudo aguilo que se deseja, Na reslidade, nio hid nada nos métodos estatisticos capaz de evitae que um individuo super. ficial ou ineserupuloso extrala de um estudo estatistico sues préprias’con chusdes, apesar da existéncia Uos dados numéricos. Em segundo lugar, Estatistica no & simplesmente uma cole¢do de dados (estatisticos) -nem constitul um substitute do pensamento abstrato teérico ou do exame minw ente dos casos excepeianais, Dessa forms, os métodos estatisticos nZo se opdem, de modo algum, a anélise qualitativa dos casos particulares. Ambos (05 métodos se completam. Além disso, nfo ¢ correto afirmarso que a Estar Listica somente seja eplicdvel em presenga de um grande mimero de casos fou que nfo posse sor usada em estudos explotatorios. Para estabelecer o ambito' dos estudos da disciplina e adotando-se um esquema prético de racioginio, podese dizer que a Estatistica compreende duas funges (ou campos) bem amples. A primeira fungso é descritiva, ¢ a segunda ¢ indutiva 1.2, ESTATISTICA DESCRITIVA E ESTATISTICA INDUTIVA 1.2.1. Estatistiea Deseritiva Principalmente em pesquisa social, © analiste defronta-e anutide com a situagio de dispor de tantos dados que se torna dificil absorver completa- mente 2 informagag que esta procurando investigar. E extremamente dificil caplar intuitivamente todas as informagdes que os dados contém. E neces sitio, portento, que as informayées sejam reduzidas até 0 ponto em que se posst interpreté-las mais clacamente. Em ovtras palavras, € indispensivel Tesumilas, através do uso de certas medidas-sinteses, mais comumente conhe- cidas como estatisticas descritivas ou simplesmente estatisticas. Por conse- fuinte, a estatistica desoritiva é um némero que sozinho desereve ume cearucterisica de um conjunto de dados. Trata-se, portanto, de um nimero- yesumo que possibilita reduzir os dados a proporgbes mais facilmente inter pretaveis. Evidentemente, ao resumir os dados através do uso de estatisticas escitivas, muita informagio iré necessarismente se perder, além de ser provivel # obtengio de resultados distorcidos, 2 menos que eles sejam Inter- pretados com muita precaucio. Em vm sentido msis amplo, 2 Estatistica Descritive pode ser inter pretada como ma fungd0 cxjo objetivo 6 a observagao de fenémenos de tnesma natureza, a coleta de dados numéricos coferentes a esses Fendmenos, & Corganizagdo ¢ 2 classficagio desses dados observacios e sa apresentaglo atcavés de gréficos e tabelas, além do céleulo de cocficientes (estatisticas) ‘que perinitem descrover resumidaments os fendmenos. Esse livro é dedicado exclusivamente 20 desenvolvimento da Estatistica Descritiva 4.2.2, Estatistica Indutive ou Inferdncia Estatfstioa A inferéneia estatistica roferose 2 um processo de generalizagio, a partic de resultados particulares. Consiste em obter ¢ generslizar conclasdes, 15 13. 14, ou seja, inferir propriedades para o todo com base na parto, no particular A Indugio estatistica implica, pois, um raciocfnio muito mais complexe do que © que preside 2 Estatistica Descritiva, Eniretanto, bem compreendida ¢ utilizada, pode convertetse em um instrumen:o muito importante para 0 desenvolvimento de uma disciplina cientifica. 0 procesio de generalizapio, que é caracteristico do método indativo, esté astociado @ uma margem de incerteze. A existéncis da incerteza deve-se 20 fato de que a conelusfo, que se pretende obter para 0 canjunto de tados os individuos analisados quanto a doterminades eeracteristicas comuns, baseia-se em uma parcela do total de obsorvagées, A medida da incertoza é tratada mediante técnicas e métodos que se fundamentam na Teoria da Probabilidade, 0 ESTATISTICO Hi diferentes acepgdes para a palavra “estat(stico", O estatisticn pode ser alguma pestoa que desenvolva fungéet oficisis utilizando-se de dados ficisis. Por outro lado, "0 estatistico pode ser um analista especializado em ‘metodologia estatistica, utiliandosse dela para desenvolver 0 teabalho de soleta, andise ¢ tabulagfo de dados numéricos. Finalmente, 0 termo pode referirse a um especialista que utiliaa a matemétice superior para desen. volver novos e poderosos métodos de anilise de dados quantitativos, como base para tomar decisBes, Os estatisticos sdo sempre necessicios, qualquer que seja 0 nivel em que desempenham suas atividades. POPULAGAO E AMOSTRA Deis conceitos utilizados largamente em Eslatistica s80 populeco ou luniverso estatistico ¢ amost 1.4.1, Populagio ou Universo Estatistico Q conjunte da totalidade dos individuos sobre o. qual. fo inforéneia.recebe nome de populacio ou universa, A populagio eongrega todas as observagdes" qué" sejam relevantes para 0 estudo de uma ou mals carscteristicas dos individuos, os quais podem set coneebidos tanto como seres animados'ou inanimados. Em linguagem mais formal, a populagso ¢ 9 conjunto constituide por todos os individuet que apresentem pelo'menos uma caracteristiea comum, cujo comportamenta interessa anaisa (inferie) Assim sendo, 0 objetivo das generalizagées estatistias (indugdo estatisiea) estd em dizorse algo acerca de diversas caracteristics da populagso estudada, com base em fatos conhecidos, Essas caractorsticas da populagao sf0 com! mente chamadas de parimettos, os quais sio valotes fix08 e ordinariamente desconhecidos, Se se quiser realizar um estudo censitétio das rendas das familias, poderia oxistir uma observagZo para eada famitia no Brasil, Admitindo-se que cada uma dessas observapSes mede, sem erro, @renda de uma familia, nenhuma observagzo adicional concebivel esclareceria mais slgume coisa sobre as rendas das familias. Este conjunto, esta colegio de cbservagdes, constituicia « populegdo, ou soja, representaria todas as observa- Bes possiveis relativas 20 assunto, que é a caracteristica que se pretende estu- dar, Poder-seds limitar a populagio apenas 20 Estado de Si0 Paulo, Agora, 0 estudo censitério das rondas das familias abrangeria apenas aquele Estado. E importante ficar bem clardi que ums populago é estudada em termos de observagdes de earacteristicas nos individuas, e nio em termos de pessoas ‘4 objetos em si, Assim, por exemplo, as altura: dos eidadaos do Bresil cons- tituem wma populagdo, Poderia haver uma populago correspondente aos pesos desses mesmos cidadéos. Quanto 20 nimero de elementos, a populagio pode ser finite ou inf nite. A primeira é aquela que apresenta um niimeto Iimitado de individuos. Muitas vezes, entretanto, o nimeso de observagses é infinite. A populagfo seri, entZo, infinite, Esta Gitima normalmente esté associada a processos, Asim, s0 umn téenico de Inboratério quisesse pesar um certo material, por maior que fosse 0 culdado ma experimentagio ele poderia, em cada pesagem, ‘obter uma leitura de certo modo diferente. Qualquer nimero de observagbes que ele realizasse nfo constitutia uma populagfo completa, pois os resul- tados poderiam nio ser uniformes. O processo de pesegem poderia, desta forma, continuar indefinidamente, prevalecendo as condigbes bisicas do experiniento, O nimero de tals medigdes (observarbes) tenderia 2 ser iaft nite, dando origem a uma populagdo infinita. Uma populagéo infinita devers, entdo, ser concebida apenas como um esquema eonceitual ¢tebric. 1.4.2, Amostra ‘A amostra pode ser definida como um subconjunto, uma parte sele cionada da totalidade de observagbes abrangidas pela populagio, através da qual se faz um juizo ou inferéncia sobre as caracteristicas da_populagao. As caracterfsticas da amostra sio chamadas de estatisticas (descritivas), sendo simbolizadss por caracteres latinos, enquanto que os parimetros da popu- Iago terdo como simbolos, via de regra, os caracteres gregos. Nesse texto, a preocupagio sera, portanto, a de descri¢do da amostra através da comumente chamada Bstatistica Deseritva, Suponha-se, para exemplificar, que se protenda conhecer 0 contetide de ferro natural a ser exportado por um navio. O agregado ou populagao consiste em todo 0 mingrio de ferro a ser exportado por esse navio. Parte do rminério é examinada, a fim de determinar seu teor de ferro, com 0 objetivo de tirar uma conclusio a respeito do teor de ferro natural do embarque completo. A parte de mineral selecionado constitui a amostra do embarque. Uma vez que se fard inferéneia sobre todo o minério embarcado a partir de 7 18 15. apenas uma porgio dele, a base do. processo é 2 informagiio incomplete ou de amostra, FENOMENOS ESTATISTICOS © fendmeno em estatistica telaciona-se com qualquer evento que se pretenda analiser, cujo estudo seja passivel da aplicagio da técnica estatistica A Estatistica dedics-se a0 estudo dos fenémenos de massa, que sio resul tantes do concurso de um grande niimero de causas, total ou parcialmente deseonhecides, que sero chamadas de “fenémenos estatfsticos”. E possivel nio se conhecorem exatamente as causas subjacentes aos Fendmenos, pois pode-se estudé-los através de suas manifestegdes, desco- brindo-se neles alguns aspectos globais, sem remontar a essas causas. O que caracteriza tals fendmenos (socials, biolbgicos ete.) 0 fato de serem eles provenientes de um concurso de causas nem sempze totalmente conhecidas pelo enalista. 0s fendmenos classifieam-se em trés tipos: 1.5.1. Fendmenos Coletivos ou Fendmenos de Massa Os fendmenos coletivos sf0 aqueles que no podem ser definides por ‘ums simples observagio. A natalidade, a mortalidade, a nupcialidade, o prego médio de veiculos usados, vendidos diarlamente em uma grande cidade, so fendmenos coletivos. 1.5.2, Fendmenes Individuais ou Particulares Os fendmenos individuais sf0 aquoles que iro compor of fendinenos coletives, Cada nascimento, cada individvo que morre, cada casementa que corre, cada veiculo usado que sc vende diariamente em uma grande cidade, slo fendmenos individuals, 15.3 Fonbmenos de Multido Os fendmenos de muitidio distinguomse dos Fendmenos coletivos pelo fato de as caracteristicas observadas para 2 massa nfo se verfiearem para 0 particular, para o individuo isoladamente, De acordo com a forms como se manifestam, os fendmenos podem ser classificados sob dois aspectos: a) Fenémenos Tipicos Os ferémenos tipicos sfo aqueles que se manifestam de forma regular, revelando um comportamento definido. b) Fendmenos Atipicos Os fendmenos atipicos referem-so Aqueles jendmenos cuja manifestagdo se di através de um comportamento Irregular, nfo revelando ume tendéncia efinida, ATRIBUTO E VARIAVEL Embora na grande maioria dos problemas estatfsticos os dados sejam de natureza quantitativa, isto nem sempre acontece. Os dados muitas vezes se apresentam sob o aspecto qualitative, Por essa razgo, costumam-se dividit 0s dados estatisticos sogundo dois aspectos: 1.6.1. Presenga ou Ausincie de um Atributo © observador poderd Himitarse @ notar a presenga ou auséncia de um atributo em uma série de individuos, ¢.contér © nimero dos que o possuem £0 dos que dele carecem, Seria possivel, por exemplo, classticar individuos segundo © sexo. Haverla, ent, duas classes distintas de dados observados: uma clase representando os individuos de sexo masculino e outra 0s de 4exo feminine, Vé-s claramente, através do exemplo, que a varlagfo ndo é quanti tativa, Costumase estabelecer sia correspondéncla entre os resultados possiveis e niimeros, de modo a se ter sempre um eardter numérico assoctado 4 observagio estatistica, Quando os dados estatisticos apresentam um cariter qualitative, © Jevantamenta © os estudos necessirios a0 tratemento desses dados so Gesignados genericamente como estatistica de atributo. Considers-se ium caréter como qualitativo quando as modalidades que o compSem formam um conjunto amorfo, nfo estruturado numericamente, ov seja, quando nfo bi igagdo enteo essas modalidades, independentemente do fato de consti tuftem um conjunto completo. 0s atributos admitem dois tipos de clasificagio: 1, Classificapdo Dicotomica ou Dicotomia Existe uma dicotomia quando cade classe em que 0 atributo é const deredo admite uma subdivisfo em apenas duas subclasses. Por exemplo, a classificaglo dos individuos de uma localidade quanto 20 sexo. 2. Classificagto Miitipta ou Policotdmica Ocorre uma policotomia quando cada classe se subdivide em mais de duas subclasses. A classificago das pessoas segundo 0 estado civil € uma policotornia, 1.6.2 Veridvel © observador poderd também enotar ou medie a intensidade efetiva de ‘um cariter varidvel em cada um dos objetos ou pessoas observadas. Pode, por cexemplo, registrar @ idade das pessoas a0 morrer, a estatura ou o peso dos indi vidvos,o rendimento das families em uma grande cidade, o nimero de empre- gados dispensados, por més, em uma grande empresa e assim por dante. 0s resultados das observagdes sero expressos sempee através de valores numérieos. Os dados sio de caréter nitidamente quantitativo, e 0 conjunto 19 20 dos resultados possui uma estrutura numérica. Dirse-d, entGo, que se trata de estatistica quantitativa ov estatistica de varlive 1.7, VARIAVEL DESCONTINUA OU DISCRETA E VARIAVEL CONTINUA Tratando-se de estatistica de variével, & posstvel distinguir duas cate gorias de varidvel: discreta, ou descontfnua, e continua, 1.7.1, Varidvel Disereta ou Descontinua Suponha que uma instituigao de ensino osteja interessada em saber qual o niimero de alunos presontes as aulas de um determinado professor, em certo perfodo de vida escolar. Se X simbolizar esse niimero, entéo X serd ‘uma varidvel que s6 pode assumir valores inteizos, inclusive zero. Mais preci- samente, diz-se que X seré uma variivel discrete quando a menor difereaga ndo-nula entre dois valores possivels dessa varifvel for finite, Deve-se notar que, teoricemente, X pode variar em todo 0 conjunto de ‘nGimeros inteiros racionais, e ndo apenss Inteitos positivos de zer0 a infinito. Normalmente a varidvel discreta resulta de contagem, razfo pola qual seus valores so expressos através de nimeros inteiros nao-negativos. . 1.7.2, Varivel Continua ‘Se X representar, por exemplo, o némero de mettos percorridos por uum atleta durante certo perfode de tempo em: uma pista circular, X nfo sera certamente uma variavel discrete. Agora, X pede assumir o valor de qualquer ndmero real positivo, uma vez que para 0 céleulo do comprimento da circun- feréncia € necessisis introduzir o nimero real r. Formalmente, diz-se que X é ums varivel contfaua quando, 20 passar de um valor real a para outto valor b, assume todos os valores intermediérios entre ae b, Assim sendo, pode-se dizer que a varivel continua resulta normal. mente de mensuragdo, ¢ a escala numérica de seus possiveis valores corres ponde ao conjunto R dos mimeros reas. Para se fazer uma idéia concreta da varivel contfnua, basta pensar em tum filete de mercirio de um termémetzo com escala centigrada, Ao dilatarse 6 filete da temperatura a da escala para a b, ele passard por todas as tempo raturasintermediésis. 1.8. FASES DO METODO ESTATISTICO (ESTATISTICA DESCRITIVA] Quando se pretende empreender um estudo eslatfstico completo, existem diversas feses do trabalho que devem ser desenvolvidas para se chegar 20s resultados finals do estudo. Essas etapas ou operages sso chamadas fases do trabalho estatistico e sao de ambito da Estatistica Deseritiva, As fases principais so as seguintes: ~ Definigfo do Problems = Plansjamenta Coles dos Datos ~ Apuragio dos Dados ~ Aptesentagio dos Dacios = Anite € Interpretaglo de Datos 1.8.1, Detinipio do Problema A primeira fase do trabalho estatistico consiste em uma definigéo ou formulago correta do problema a ser estudado. Além do considerar detida- rente o problema objeto do estudo, o analista deveré examinar outros levan- tamentos realizados no mesmo campo ¢ anélogos, uma vez que parte da Informagio de que necessita pode, muitas vezes, ser encontrada. nesses Ultimos. Um febricante de sabonete, que dessja langar um, produto novo no mercado, poderia estar interessado em um estudo sobre ad varacteristicas dos consummidores atuais. Nao havendo estudos semelhantes, cle deverd formulas © problema com base em sua propria experiéneia. Uma lista de fatores rele- vantes deverd resultar dossa investigeeio preliminar: niimero de unidedes consumidas por familia em cad ano, niimero médio de pessoas que compte cada familia, ntimero de membros adultos da familia, as marcas preferides @ assim por diante. Seber exatamente aquilo que se pretende pesquisar é 0 mesmo que defini corretamente problems, 1.8.2. Plangjamento passo seguinte, apés a definiggo do problema, compreende a fase do planejamento, que consiste em so determinar o procedimento necessério para resolver 0 problema c, em especial, como levantar informagbes sobre 0 assunto objeto do estudo. Que dados deverdio ser obtidos? Como se deve btéios? precio planar o trabalho a er cealado, tendo em vt 0 ode tivo que se pretende atingir. Mais especificamente, na fase do planejamento 3 preocupagio mator reside na escolhs das perguntas, bem como sua corsets formulagao, quelquer que seja a modalidade de coleta dos dados. E nessa fase que serd escolhido 0 tipo de levantamento a ser utilizado, Sob esse aspecto, pode haver dois tipas de levantamento: 1. levantamento censitiio, quando 2 contagem for completa, abrangendo todo o universa. 2. lovantamento por amostragem, quando a contagem for parcial Outros elementos importantes que devem, ser tratados nessa mesma fase so 0 cronograme das atividades, através do qual so fixados os prezos ara as varias fases, os custos envolvidos, 0 exame das informagoes dispo- at 22 niveis, 0 delineamento da amostra, a forme como serfo escolhidos os dados 2 assim por diante, Os livros mais especificos sobre pesquisa de mercado poderdo ser consultedos, caso 0 leitor tenlia maior interesse nesse assunto. 1.8.3, Coleta dos Dados terceiro passo & essencialmente opesacional, compreendendo a coleta 2s informacoes propriamente ditas, Formalmente, a coleta de dads se refere a obtengio, reunizo e registro sistemiético de dados, com um objetivo deter rminade. ‘Antes de se tecer qualquer outre consideragdo sobre este fase do método estatistico, convém estabelecer uma distingdo entre os dados cstati ticos, Uma empresa, por exemplo, pode valer-se de-diversts fontes 20 utilizar 05 dados em seus trabalhos estatfsticos. Asim, os seus registros contibeis podem conter muitas informaydes itels para outros fins, que no meramente © da avaliagfo do ativo, do passivo ¢ do patriménio, e a determinagao dos lucros € perdas. Os virios departamentos de ume organizagio, no curso de sua atividade normal, mantém igualmente registros de natureza estatistice, Pode ocorrer, entrotanto, que os registros de prépria empresa no propor. cionem toda a informagio necessiria para resolver determinado problema Por exemplo, para se saber se uma queda nat vendas esta sendo experimen: tads também por outras empresas do mesmo setor industrial em que opera, 4 empresa ndo iré recorrer simplesmente a seus registros internos. Poderd haver algum organismo especializado que reina os dados e 0s distribua em forma de publicagdes ow de qualquer outra mancira. De qualquer modo, o: registros internos nko serdo suficientes nesta situagdo, necessitando a empresa recorter a fontes externas para obter as informaeses esejadas. Se a empresa precisesse saber a opiniZo dos consumidares sobre algum aspecto particular do seu produto, um exame direto sobre eles seria recomendével. E possivel, Pols, dstinguir dois tipos de fontes externas, as quais dardo origem a duas espécies de dados: dados primétios e dados secundrios. Dados Primirios Os ados s40 primérios quando s¥o publicados ou comunicados pela prépria pessoa ou organizago que os haja recolhido. Dados Secundirios Os dados so secundérios quando sfo publieados ou comunicados por outra organizagzo, Um conjunto de dados 6, pois, primério ou secundério em relago @ alguém. As tabelas do Censo Demogréfico sfo fontes primérias, Quando determinado jornal publica estatisticas extra‘das de virias fontes e relacio- nadas com diversos setores industriis, os dados so secundrios para quem Aesejar utilizarse deles em alguma pesquisa que esteja desenwvolvendo, Embora muitas vezes possa ser conveniente recorrer a fontes secundécias, 6 mais seguro trabalhar com fontes primérias, por vétias razBes: 1. Uma Conte primésia oferece, em gerl,informaso malt detathada do que uma fonte secuneies, 2. E malsprovivet que as deviniges de termos ¢ de unidades figurem somente nas fontes primis 3. © uso da fonts seeunditia teaz 0 rsco adicionalde error dé transrigio. 4. Uma fonte primiria potecd vir acompanhads de cSplis dos impressos utlizados pare coletar as informayées, juntamente com 0 proced? mento adotado na pesquisa, 2 metodologia eeguida ¢ 0 tipo © tamanho a amostra, Essas informagées proporcionam 20 ususrio uma idéia do grau de sgarantia que os dados oferecem. A colets de dados pode ser realizada de duas maneiras, dirota ow indi- retamente, Coleta Direta A coleta é direta quando € obtida diretamente da Fonte, como no easo da empresa que realiza uma pesquisa para saber a preferéncia dos consumi- dores pela sua marca, Hi tts tipos de coleta direta: 2) Coles Contfnus 8) Coleta Peciica ©) Colta Oessonst A coleta de datos € continua quando estes sfo obtidos ininterrupta- smepte, automaticamente e na vigéncia de um determinado perfodo: um ano, por exemplo, Os regstros de nascimento, de casamento, de dbito podem ser consideradot como uma forma de coleta diteta continua, A coleta de dados € periédica quando ¢ reslizada em petfodos curtos, determinados, de tempos em tempos, O cecenseamento demogréfico, 2 cada dez anos, © 0 censo industrial, anualmente, so exemplos de coleta periédica A coleta de dados ¢ ocasional quando os dados forem colhidos espora- dicamente, atendendo a uma conjuntura qualquer ou e uma emergéncia, "A coleta de casos fatais em um surto epidémico e 0 registro de pedidos de tum determinado artigo que uma grande empresa recebe em um dia de greve sfo formas de coleta ocasional Coleta Indireta AA coleta dos dados ¢ indirets quando ¢ infesida a partir dos elementos conseguidos pela coleta direta, ou através do conhecimento de outros fend 23 24 menos que, de algum modo, estejam rtiaciofados com 0 fendmeno em uestio. felis, portanto, por dedugdes e conjeturas, podeno on eaioncne 2) or antoga 5) Por proporsonaizagzo ©) or indfcos ©) er araingfo tenon alt tos ¢ fits por analogs quando 0 conheclmento de un fendmeno ¢ induzido 2 partir de outro que com ele guaida selaySee casualidade. ae ea A coleta de dados & fete por proporcionalizagso, quando o conheci mento de um fato se indus cas condipdes quantitativas de ume parte dele A coleta por indicios se dé quando sfo escolhdos fendmencs sintomd. Aicos para dlscutir um aspecto oral da vida socal enact Mt eta por avaiagzo quando, através de informagoes fide. digas ou estimativas cedasras, se presume'o estado quaatitali de oy fendmeno, 1.84, Apuragio dos Dados ‘Aniss de comesar a anatisnr os dados, &conveniente que thes sja dado algum teatamento prévio, «fim de tomé-lot mais expresives. A quaria stepa do processo ¢, entfo, a da apuragdo ou sumaizagfo, que conssteom esa 6s dados, através de sua cantagem e agrupamento. um trabalho de sondarn S24fo © de tabulagao dos dados, que chegam ao analita de forma cesorgen zata, tomando impossvel stareta de apreender todo o seu signified pula simples leitura, Hd vrias formas de se fazer a apuragdo, dependendo das necessidades £ dos recursos disponivels do interessado: manual, mecinica, eletromectnice ou eletrOnica, A apuragio ¢ manual quando nfo recore a qualquer méquina para ser realzada, Quando 2 apuragéo for felta com o auxflio de méquinas mectnfcas, como as de somar ¢ de calcular, comuns em qualquer escritério, ela serd ‘mecinica, A apuragio eletromectniea ¢ realizada com miquinas que diferem das anteriores pelo fato de suas engrenagens intemas serem movidas a encigia slétrica, Finalmente, as méquinas efetronicas do origem 20 iltimo tipo de spuragdo. Essas méquinas efetuam as operagdes atzavés de impulsos elétricos, dispensando qualuer tipo de engrenagem, o que thes confere ume velocidade infinitamente maior que a das anteriores, Por conseguinte, através da apuragio, tem-te 8 oportunidade de con: Gensar os dados, de modo a obter um conjunto compacto de nimeros, o qual possiblita distinguir melhor © comportamento do fendmeno na ros totalidade, Entretanto, a contrapartida da melhor apreciagto dos dados em seu conjunto 2 perda correspondente de detalhes, uma vez que sp trata de um processo de sintetizagao. 1.8.5, Apresentagdo dos Dados A apresentagfo ou exposigdo dos dados observadas constitu a quinta fase do método estatistico, Hi duas formas de apresentagEo, que nfo se excluem mutuamente: 1. Apresentagdo Tabular A apresentaglo tabular & uma apresentago numérica dos dados. Can- siste em dispor os dados em linhas e colunas distribuidas de modo ordenado, segundo algumas regras priticas adotadas pelos divorsos sistemas estat{sticos. ‘As regras que prevalecem no Brasil foram fixadss pelo Conselho Nacional de Estatistica, Tais regras acham-se publicadas ¢ dispdem sobre os elementos essencials © complementares da tabela, a ospecificago dos dados ¢ dos sinais convencionais, 0 procedimento correto a ser desenvolvido no preenchimento da tabela e outros dispositivos importantes. O leitor que estiver interessado. poderd adquirir essas normas junto a qualquer agéncia do IBGE, uma vez que no & 0 objetivo desse livro entrar nesses pormenores, As tabelas tém a van- tagem de conseguir exper, sintcticamente © em um s6 local, os resultados sobre eterminado assunto, de modo @ se obter uma visfo global mais répida daquilo que se pretende analisar. De maneira mais formal, define-se como tabela a disposiglo eserita que se obtém, fazendo-se referir uma colegio do dados numéricos a uma deter- minada ordem de classificagao, 2, Apresentagto Grif A apresentagao grifica dos dados nuunéricos constitui uma apresentago seométrica, Embora a apresentagfo tabular seja de extrema importincia, no sentido de faciltar a andlise numérica dos dados, ndo permite 20 analista obter uma visto to rdpida, FAcil e clara do fendmeno e sua variagio como & conseguida através de um gréfico. No Capitulo 3, serfo desenvolvidos o$ diversos tipos de gréficos e sua utilizagdo. 1.8.6. Aniliso @ Interpretagdo’ dos Dados A Giltima fase do trabalho estatistico & a mats importante ¢ também a ‘ais delicada. Nesta etapa, o interesse maior reside em tirar conclusbes que auxiliem o pesquisador a resolver seu problema. A andlise dos dados esta- Usticos estd ligada essencialmente 20 cileulo de medidas, cuja finalidade principal € deserever 0 fendmeno. Assim, o conjunto de dados a ser analisado pode ser expresso por nGimeros-resumos, as estatisticas, que evidenciam 25 ‘aracteristicas particulares desse conjunto, © significado exsto de cada os valores abtidos através do cileulo das vévias medidas estatisticas disp. nivels deve ser bem interpretado, E possivel mesmo, nesta fase, arrisea, algumas generalizagbes, as quais envelverfo, naturalmente, algum grau de incerteza, porque nfo se pode estar seguro de que 0 que foi constatado para aquele conjunto de dados (a amostra) se verificard igualmente para a popu- Jago. O provesso de generalizagio, como afirmado anteriotmente, esté além 0 excopo deste livro, constituindo um campo mais avangado da Estatistics, que € 0 da Estatistica Indutive ou Inferéncia Estatistca AS SERIES ESTATISTICAS ‘Uma vez coletados os dados, nfo € conveniente apresenté-los para and- lise, sob a forma a que se chegou pela simples apurago. Muitas vezes o con. junto de valores & extenso © desorginizado, e seu exame requer maior tengo. Além disso, como jé foi saliontado, hd o perigo de se perder a visto global do fendmeno analisado, quando a lista de dados for extensa e desor- denada, Por outro lado, se a lista original de valores puder ser apresentada de uma forma mais simples e compacta, haverd menor dificuldade em interpretar 0s dados ¢ trabathar com cles, Reunindo, pois, os valores em tabelat com: Pactas, consegue-se apresentéclos e descrever-thes a variagdo mals eficiente- mente, Essa condensepfo dos valores permite ainda a utilizagfo de represen: {aco gréfica, que normalmente representa uma forma mais dtil ¢ elegante de apresentagdo da caracter(stica analisada, Enfim, qualquer proceso de representagio que contribua para proporcionar uma visio mais sintética do fendmeno estudado, sem tirar-the a preciso primitiva, contribuird igualmente ara faclitar e encaminhar qualquer desses estudos, quer sje o de caracter zagio de um conjunto, o de comparago com outros semelhantes ou ainda de previsto de valores possiveis.& 0 caso, por exemplo, da série estatistica, Uma série estatistica define-se como toda e qualquer colegfo de dadot estatisticos referides a uma mesma ordem de classificagto: quantitative, No sentido mais amplo, série € uma sucessio de néimeros referidos a qualquer varidvel. Se os ntimeros expressarem dados estatisticos, a série serd chamada de série estatistica. Em sentido mais esiteito, pode-se dizer que uma série estatistica & uma sucessdo de dados estatisticos referidos a caracteres quali- tativos, 20 pesso que uma sucessto de dados estatisticos referidos a caractercs ‘quantitativos configurard uma seriagfo, Em outros termos, a palavea série 6 vusada normalmente para designar um conjunto de dados dispostos de acordo com um cardter variével, residindo a qualidade serial na disposigZo desses valores, ¢ nfo em uma disposigso temporal ou espacial de individuos, Para iferonciar uma série estafstica de outra, hd que se jevar em conta, entio, os trés caracteres presentes na tabela que as apresenta:

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