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(CON)TEXTOS DE ENTREVISTA Olhares diversos sobre a interasio humana g Praline Gees «Eto Hess Reside Onmpifcs (Ca Bre de de pane ©2005 Coup Livan Fr Gx ee gutiuer fade Aoi, 110J Mesa” tb? — Be APRESENTACAO ‘Imagine-se que um explorador chega a uma rejuao pouco ‘conhecia onde seu interesse € despertado par extensa érea de ruinas com resios de paredes,fragmentes de colunas € lipides com inscrigdes meio apagadas e ilegveis. Pode ccontentar-s¢ em inspecionar que est visivel, em intertogar 6s habitantes que vivam nas vizinhangas - talvez uma populagdo semitsrbara sobre o que a tradi Ihes fala da histéria e do significado desses residuos arqueol anotando 0 que Ihe foi dito ~¢ entio seguir viagem. Mas ode apr diferentemente. Pode levarconsigo picaretas pis fe emxadas e coloear os habitanes par instruments Junto com eles, pode atacar as runes, remover 0 lixo e, comegando dos residuos visiveis, descobrir 0 que ‘std enterido. Se seu trabalho for coroado de sucessa ax sdescobertas sio “auto-explicativas”: as paredes aru tabalhar com esses so parte das muralhas de um palécio ow de uma tesourara ‘os fragmentos de colunas podem reconstituir um temple as numerosas inerigdes, que por um lanee-de sorte podem ser bilingles, reyelam um alfateto e uma Fingusgem que, uma ver decifrados e teaduzidos, fornecem informago nem sonhada sobre eventos do mais remoto passido, para cuja Fequunturt™#*# foram eonsiruldos. Saxa ‘Considerando a Psicanslse como teoria que sustenta a com- preensio do Homem em um espaco de investigagao, vitalizado pela curiosidade entre 0 desconhecido e o conhecido, ¢ 0 rin- sito entre o sinistro e o familiar, € possivel acompanhar 0s fe tos dessas dualidades na via da repeti¢, Por meio da psica lise podemos adentrar um labirinto caracterizando um camino Mier Meer Kier «ser descoberto, um enigma a ser decifrado, um espago no qual ‘hospitalidade se faz necesséra, O estrangeiro dentro de cada lum nao deve inviabilizar os diferentes e diversos sentidos da palavra hospitatidade. Hospitalidade remete a uma atitude in trinseca ao processo de desvendar 0 sinistro de nossos analisandos na clinica psicanalitica, mas também faz alusio & ccapacidade de escuta entre 0s pares Alleitura de (Conyuextos de Entrevista € uma oportunidade privilegiada para testar a capacidade de conviver cam as dife Tengas, nos referenciais teGricos, que sustentam a escuta dos autores que se apresentam nestas paginas. O territério comum etre eles So as inquietagdes que provocam o encontro com 0 outro: como ouvi-lo, pensé-lo, responder a isso? A partir de diferentes concepgdes tedricas de como responder & demanda ‘que 0 outro formula, os autores deste livro construiram diver sas posigdies de escuta, Penso que é necessério situar-se em uma certa posigao em relagio A deseoberta na arqueologia do outro, posigo que, independe das diferengas, porque é ética, (Con)texios de Entrevista 6 um livro escrito a partir de ex- Periéncias em diversos campos profissionais, mas 0 que chama ‘.atengao, porque no & comum em nosso meio, é que os auto- es nfo trataram a teoria como dogma e se colocaram distantes dda pritica viabilizada como receita, Todos, cada um em sua Perspectiva, propSem que pensemos & entrevista como o recur so de “escutar”o outro, tanto na especificidade como na finali- ‘dade de cada encontro. A complexidade de um sistema aberto prev a fecundidade no intercambio. As organizadoras deste livro, Leanira Kesseli Carrasco e Monica Medeiros Kother Macedo, no capitulo de abertura, sus- temtam que “a entrevista, nas suas diferentes aplicacées, é uma ‘Senica de interagdo social, de intempenetragdo informativa que- brando, assim, isalamento grupais, individuals. sociais; pode também servir & pluralizagdo de vozes e & distribuigio demo- critica da informago”. Marcam com a flexibilidade do pensa- ‘mento académico voltado para a investigagdo uma espago para que outros colegas se pronunciem também o que pensim sobre ‘©-que fazem Passo a apresentacio de cada capitulo, antecipo minhas des- ulpas 20s proximos letores deste livro, por cometer o deslize de permanecer, por mais tempo, nas paginas, com aqueles au tores com quem tenho “comemorado” as descobertas valiosas, ‘na construgao legada por Sigmund Freud. Per via de porre, uma intervenedo psicanalitica? Capitulo eserito por Denise Hausen evidencia o lugar de compromisso que ocupa em relagio & psicanalise, Leva-nos a pensar sobre as diferenas das produgbes psiquicas e as eonseqiiéncias nas inter- vengées do analista. Recupera.apropostafreudiana, na pedra bruta escultura-se o conflito, e per via de levare encontr a terapéut ‘ade acesso 20 contetido recalcado: aqui, propoe que pensemos em intervengbes per via de porre considerando suas inquieta 8s com as patologias que caracterizam a clinica tual A escuta na Psicandlise e a Psicandlise da escuta, assina- do por Monica Medeiros Kother Macedo e Carolina Neumann de Barros Falco, & uma reflexdo. Os questionamentos, entre linhas, sobre: Em que consistem a originalidade e a singulari- ade da experigncia analtica” O que se transmite na Psicandli- se?, Como se transmite? levam-nos a pensar que a experiéncia ‘em psicandlise no tem outro sentido: é 1 experiéncia que cada tum retira de sua prOpria andlise. Uma escolha que nio pode ser Por fidelidade, nem por prescrigdo, nem por reproduga; “o que visa ser escutado na psicandlise resulta em uma psicandlise da cescuta Sissi Vigil Castiel ¢ Carolina N, de Barros Falco escre- yem A implicagdo do lugar do analista no destino do processo analitico, Como as autoras, também penso que 0 campo ‘wansferencial é, por exceléncia, © campo de ago da Psicansli- se, Assim, analista e analisando, no jogo de dupla escuta, po- dem construir destinas “para as forgas no universo da simbolizacdo, Dentro desse contexto, a sub macio seria 0 destino pulsional que se relacionaria a formas alternativas de satisfaglo de deseja”. E um desatio & capacida {de do analista de colocar-se como objeto da pulsao e sujeito da agdo transformadora, Adriana Ampessan historiza um percurso teérico-elinico ‘muito peculiar para definir-se na escuta do padecer infantil. A Singularidade da psicandlise infantil leva o leitor a aproxi= mar-se de aportes que sustentam a escuta no processo de and: lise da crianga. As entrevistas iniciais, as hipdteses, a inclu sito dos pais fazem parte de um circuito dinfmico que funda- ‘menta a terapéutica, Irani de Lima Argimon e Kelly Cards Paim relatam, em A entrevista motivacional, a experiéncia com pacientes em uma unidade de dependéncia quimica para apresentarem as inter: vengdes que consideram terapéuticas, Em Enirevista em psicoterapia cognitiva, Ricarto Wainer € Néri Mauricio Piccoloto apresentam os aspectos que conside am importantes no desenvolvimento das entrevistas nesta mo: dalidade terapSutica, Janice Castithos Vitola e Marta Regina Cemin movimen- tam-se no contexto de entrevista a partir da afirmagao de que “o psicoterapeuta € uma caixa de ressondncia ¢ um amplifica dor da experiéncia do cliente. Perocbe-se como um toxlo, ni jnlga, nao interroga, nfo tranquiliza nem interprets. Seu objet: vo é acompanhar as descobertas do cliente na forma como ele 4 vai experienciando,” Nadir Helena Sanchotene de Souza apresenta 0 eixo que sustemta a modalidade de sua escuta na Terapia Familiar a0 eserever que “os conceitos-chave da pensamento sistémico dizem respeito &totalidade, & organizagiio e & padronizagio. Os eventos so examinados dentro do contexto no quall acorrem, 04 seja, na famifia, ¢ a atengho do terapeuta & centrada nas co- rnexdes € nas relagbes entre os membres, mais do que nas ca- racteristicas individuais”. imA cireularidade sistomica na escuta clinica, Terezinha Rech afirma “a entrevista, primordialmente as primeiras, con siste em lidar com situagdes complexas ¢ ansiogénicas pela natureza da tarefa. Por um lado, exige do profissional umn gran de esforgo interpretativo e, por outro, de seus integrantes um esforgo para estabelecer a comunicagio Ambas as partes man- tém-se sob o efeito de uma forte carga emocional, dificultando ‘0 seguimento de um padrio determinado”, Entrevista de Triagem: espaco de acothimento, escuta e ajuda terapéutica, de Nadia Marques, autora com longa expe- rincia em atendimento institucional que contribui com suas dobservagdes acerca do valor das entrevistas de triagem. Neste moxdelo, 0 entrevistador 2 o entrevistado tém objetivas espe ic0s e papéis diferenciados. Escreve a autora que as entrevi tas de triagem slo realizadas dentro do enfoque psicodinimico ‘¢tém como objetivos elaborar uma hist6ria clinica, defini bi- éteses de diagndstico e a indicagio terapéutica Psicodiagndstico: recurso de compreensiz, no trabalho do psicdlogo de Leanira Kesseli Carrasco e Juliana Rausch Poter, ‘em um momento de discussa0 em tomo da utlizagio dos testes na psicologia, as autoras procuram eontextualizar a aplicagio no processo de psicodiagnéstico e, fazem, inclusive, uma rela lo interessante com a identidade do psicslogo, Enirevistas retrospectivas: autépsia psicolégiea de Blanca Suzana Guevara Werlang, Ménica Medeiros Kother Macedo Nelson Asnis. Por meio deste capitulo os autores entram no campo do inédito: a entrevista em que o outro efetivamente ‘esté ausente, nfo do lugar, mas, sim, Ja Vida, Na seriedade que norteia trabalho dstes autores, encontramos na pesquisa que rsalizam a maneia cientica dest procedimen vistas remospetivas. a instramentovibilia a compreenso € de organizaraguilo que €lembrado quanto & vida do objeto de estado". A complexidade desta “entrevista” exige do cnirevstador um teinamento uma formago especial, além de indispensivelqualiicagao e enpeciéncia clinica. E estar “Sobre” quem escotheu sar david so hipStesesaraveseadas pelos eftosassustaores do at, nado por Maria Licia Tellet Nunes levanos arefltir sabre a entrevista como metodo atativo a0 pesquisador no qual hubiidade de conduzir uma conversapao Se faz necessra autora aborda de forma clara ediatica aentevista semi éstruturada como proceimento de coleta de dados assim como, discorre sobre a andlise de contedd como método de analise das entrevista, © capitulo encerra com considera es éticas em relagio A entrevista no contexto da pesquis, Jacqueline Poersch Moreira, respaldaca na sua experén- cia em Psicologia Escolar aprsenta, de forma cuidadosa, um Toler relevant pura a entrevista elizada na escola. Ops célogo, no contexto da escola, crcula nos diverses lugares € possives entrevistados. Neste intercimbio de attudes ret ram a tembtica das entevisas: a "queixa", A intervencto & transformar a “queixa” em uma inengio de trabalho ‘entrevista insiuclonat,pensada por Dulce Helena Aguila Baldo, sugere que hi peculiaridades neste contexto obser. ‘ago da instiuigo, © diagntstico instcional ea assessor individual efou em grupos =e, portato, exigem que 0 pscSloge estabelega um conto explicit eclar. A ago Jo profisionl deve Faciitar que os impeimentos, as demandes es expect tivas aparegam e mobilizem mudanga a ene Angela C. B. Pratini Seger, em Entrevista clinica no con- texto hospitalar: revisoes e reflexes, afirma que a interven 0 terapéutica, bascada na psicoterapia breve focal. alende 0 paciente, considerando seu momento atual de crise, seu funcio- ‘namento eg6ico e, em especial, os recursos defensivos que pos- sui para enfrentar este momento. ‘A entrevista na empresa visa obler informagies « respeito das pessoas que esto se candidatando « uma oportunidade de ltabalho, Para conduzi-la de forma estruturada, € preciso conhe ter os tequisitos da funedo e da organizacdo da empresa e, tam- bém, avaliar as condigbes do candidato escreve Fabricia Ra mos, em Entrevista na empresa: entrevista de seleg Assim fui percorrendo cada capitulo de (Conjtextos de Enrrevista. Penso que os diversos leitores desde alunos de graduagiio, que podem encontrar em suas paginas subsidios Para pensar as intervengdes que cada entrevista potenciatiza, até 0s profissionais, na especificidade de suas priticas, en- contrario sintonia nas reflexes dos autores. A leitura do livro é um encontro com interlocutores que fazem da eseuta um exereicio ético Eurema Gallo de Moraes? SUMARIO APRESENTAGAO .. PREFACIO, Parte 1. 9 A Entrevista Clinics: um espaco Monica Mrnetos Kori Macro Lesa Keser Camasco Paxre 2 - (Con)rexto PsicaNatfrico * Por via de pore, uma incervengo psicanalitica? Dinas Hsin Avescuta na canis a Pricandlise da escua ‘Monca Mies Kev Mazo Groton Nw: be Bato xcio SA implicacto do lugar do analiss no destino do proceso nalitico : eu Val Gara Gos Nena anes acto ‘A Singulridade da Pricanalise Infini dome Auras Panre 3 - (Cox)rexro Cocnimvo- ComporraMeNTaL Aentrevista morivacional: impo a dependentes quimicos Tnas DL Anon Katy Casooso Past Entrevista em Psicorerapia Cog Ricatoo Want Nem Macxion Procouoro Pare 4 - (Con)rexto Humanista- FeNOMENOLOGICO-EXISTENCIAL .. A Entrevista Humanista-fenomenol Joocs Cast Vero.a Mata icin Cin Pate 5 - (Con)rexro FAMILIAR SisréMico # A Farnlla em cerapia [Naoin Hitan Saver ne Sova A circularidade sistémica na escuta clinica “Teneznata Recs Pane 6 ~ (CON)TEXTOS DE AVALIACAO ssssnee Entrevista de Triagem: espaco de acalhimento, escuta ajuda cerapEUt@ nn Nious Mascuss Psicodiagndstico: recurso de compreensio Lani Kissa Cannusco Juuusa Rasci Portis Parte. 7 - (Con)rextos Esrecias.. Enwevistas Retrospcctivas: Autépsia Picoldgica Buasea Sess Guoala Wane Monica Mepenos Korie Mc Nasow Ass Enxrevista como Instrumento de Pesquisa Mee Lica Tuist Nonis * Panre 8 - (Cox)rextos ve Insttrurcoes Enirevieana Escola hexane Posy cana A Eomevsa Ineticucona DuceHnpu Acuna BAe Eeurviaa cliica no contest hospital eis erefexie. : inause B Poin Entrevista na empress: Entrevista de selepto ins Re Sone: 05(As) AUTORES(AS) .. PREFACIO Nosso pont de prt para elaborar (Contexts de Ente Mita ~ olharesciversos sobre ainteropdo humana foram 18 tivéacis de compartir, como professoss, oma dscpina Iinistada no curso de graduasao da Faculdade de Psicologia da PUCRS. A discplina de Fundamentos de Técnica de Ete ‘ina permisu-nos cir, em um espag desta de aula, poss Bide de claborar um programa dindmico estal para watar dbo tema Entrevista ros das professors, cad uma com sa rma de lunes, sms om um deseo commode promees teas ere Univer Sidade ¢ os conextos extamres os quis 0 psislogo est inse- Fido. Este deseo foi ampliandose e passou a contmpl, ta Pe, a vonade de reproduce fom de wextos a ca stages duc vivenciamas durune os semeses, com os alunos ¢ tes legs, de moro que estas iualmente pudessem aleanarexpo- G08 mas amps do que o da sala de aula. Acretamos sera Universidad, porexcléncia, um hgar de rodocto eaquisigio de coniecimento. fundamental qu ese emecimenioproduzio estabela sempre ontos de conexi0 com f eaidade soil na qual a Universidade seiner. Tal conex30 tad ua fecunddade no apenas quando os conhecimentos ci Cala deforma a transfraren 9 ealiade, mas também dee trrsformarem ¢ crate avs sinteses. O process de pend pemestintimament vinculado aessa ida de movimento tans- forma. Na sala deal, os pups de mest eaprendi no 0 Figidamente determinados. Acreditamos que, mis troces jestjeivasinerenes relapdo de ensnc-aprendizagem, 0p pis podem se allemare promover gas em ambos os pati- Fane do proceso. Uina das dimensoes do peso de forma {40 de pocologos diz respeito Bs reflexdes sobre o exerciio da profissio. O contato com 0 profssional possibilita ao aluno a pro- Ximidade com situagdes para as quais ainda Bo esti habilitado, as que estio no ceme de seu projeto de vida académica, Escutar relatos de vivéncias, nas quais se evidencia a importéncia de um «embasamento tebrico¢ técnico qualificado, promove ainda maior conscientizago de nossa responsabilidade diante da profs que cescolhemes. essa forma, durante © decorrer dos semestestivemos 0 pr 2er de, juntamente com os alunos, partithar de ricos depoimentos Drofissionas sobre diferentes possbilidades de intervengaio do pi c6logo. Percorremos os contextos da clinica privada nos enfoques Psicanalitico, humanista-existencal, cognitivo-comportamental e sistémico. Adentramos insttuigdes como hospitas,escolas e em- presas. No aceite de nossos convites, psicSlogos e psiquiatras, Pertencentes ou nio ao corpo docente da Faculdade, dispuseram- se aestabclecerinteredmbios e contar suas experigncias profissio- ‘ais relativas & temitica da referida disciplina. Nosso crtério de cescolha dos nomes dos profissionais convidades para a discipina €, agora também como autores desse livia, sempre Foo da com petGncia e'do dominio em sua érea de conhecimento e ato. Te- ‘mos muita gratido a esses profissionzis pela pareriasestabelecidas «pela possbilidade em compartir suas experiéncias, Foram, enti, criando-se ricas e criativ situagdes de inte: cambios que tiverum como palco as salas de aula em nossa Facul: dade, Através de olhares diversos sobre a uilizagio da entrevista ‘como instrumento imprescindivel da peitica do psicSlogo, surgiu a idéia de um registro em forma de livto. Aqui esté, entdo, (Conjtextos de Entrevista: olhares diver: Sas sobre a imteracdo humana, um convite a percorrer os fecun- dos caminhos da diversidade presente nas possibilidades de nos- sa aluacio profissional Movtcs Mepearos Kore Maceno Lema Kessett CARRASCO ; ; Parte 1 A ENTREVISTA CLENICA: UM ESPACO DE INTERSUBJETIVIDADE, Monica Meotinos Koren Maceo Leawea Kessets Cansasco A entrevista é um importante ¢ fundamental recurso que 0 psicSlogo utiliza em seu trabalho. E muito comum associarmos ‘entrevista & clinica psicolégica, porém, do mesmo modo que ‘io 6 um instrumento exclusiva do trabalho do psicdlogo, a entrevista também no limita sua aplicabilidade a uma drea de ‘tag deste profissional, Ela se fuz presente como recurso na ‘escola, no hospital, nas empresas, no campo jurfdico, no cam _po.esportivo, além da propria clinica, onde também poders ser sada de diferentes formas. Assim, consideramos importante e fecundo abrir um espa g0 de reflexao sobre a entrevista como “técnica de conversa {920” que tem como objetivo fundamental possibilitar a0 psic6- Togo buscar informagSes ou dados a respeito de seu cliente, piiciente, aluno, candidato, insttuigdo, ete. Pensamos que. de modo geral, 6 necessirio enfatizar a adequagio de estudar a tenizevista e no somente priorizar sua aplicabilidade nos diver- 50s campos da Psicologia. ‘A amplitude da definigdo e da aplicabilidade da entrevista ¢ evidenciada também fora do émbito da Psicologia. Por exem: plo, no campo da comunicaglo, Medina (1995) considera que 2 feirevista 6 uma forma de se aleangar o inter-relacionamento hhumano, uma vez. que & uma técnica de interagao. Na comuni- ‘eagdo tem uma interpenetracdo informativa que rompe com iso- Jamentos individuais, grupais e sociais, pois distribui democr ticamente a informacao. {Consent le nos be ene heed Na proposta de explicitar a ampliagiio do mbito da entre- vista como uma pritica humana, Garrett (1981) destaca que todas as pessoas, de uma maneira ou outra, sZ0 enwvolvidas na entrevista na medida em que ora entrevistam, ora so entrevis- tados. Em qualquer uma destas situagSes estario presentes as- Pectos objetivos e subjetivos. A autora tem como ponto bisico de sua teorizacdo a énfase no uso da técnica para a arte de en twevistar,sendo essa a arte de ouvir, perguntar e conversar. Con- sidera que Arte requer habilidade e apt sendo o treinamento uma pau essencial que ni tudo 0 cuidado que ele precisa ter com sua qualificagio e sens- bilidade no uso do recurso técnico. Uma caracteristica enfatizada por autores como Bohoslavsky (1977), Ribeiro (1986), Bleger (1976) e Vallejo- ‘Négera (2001) é que em qualquer tipo de entrevista haveré uma, demanda de algo a quem se supde que possa corresponder a ‘la. Esta demanda pode ser por uma informagao sabre algo ocor- rido, uma simples opinigo sobre uma situagio qualquer ou a solicitagdo de uma ajuda especializada diante da constatagio

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