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Princípios da Política Nacional dos Direitos Humanos de

Crianças e Adolescentes no Brasil


Aprovado na 183ª Assembléia realizada em 14 e 15 de abril de 2010

1. Universalidade dos direitos com equidade e justiça social

Todos os seres humanos são portadores da mesma condição de


humanidade; sua igualdade é a base da universalidade dos direitos.
Associar à noção de universalidade as de equidade e justiça social significa
reconhecer que a universalização de direitos em um contexto de
desigualdades sociais e regionais implica foco especial nos grupos mais
vulneráveis.

2. Igualdade e direito à diversidade

Todo ser humano tem direito a ser respeitado e valorizado, sem sofrer
discriminação de qualquer espécie. Associar a igualdade ao direito à
diversidade significa reconhecer e afirmar a diversidade cultural, religiosa,
de gênero e orientação sexual, físico-individual, étnico-racial e de
nacionalidade, entre outras.

3. Proteção integral para a criança e o adolescente

A proteção integral compreende o conjunto de direitos assegurados


exclusivamente a crianças e adolescentes, em função de sua condição
peculiar de pessoas em desenvolvimento. São direitos específicos que, no
seu conjunto, visam assegurar-lhes plenas condições para o seu
desenvolvimento integral.

4. Prioridade absoluta para a criança e o adolescente

A garantia de prioridade absoluta assegurada a crianças e adolescentes


implica a sua primazia em receber socorro, proteção e cuidados; a sua
precedência no atendimento e a sua preferência na formulação e execução
de políticas e na destinação de recursos públicos.

5. Reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de


direitos

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O reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos
significa compreendê-los como detentores de todos os direitos da pessoa
humana, embora o exercício de alguns seja postergado. A titularidade
desses direitos é plenamente compatível com a proteção integral, esta sim
devida apenas a eles.

Princípios organizativos

1. Descentralização político-administrativa

A Constituição Federal de 1988 elevou os municípios à condição de entes


federados e estabeleceu novo pacto federativo, com base na
descentralização político-administrativa e na co-responsabilidade entre as
três esferas de governo para a gestão e o financiamento das ações.

2. Participação e controle social


A participação popular organizada na formulação e no controle das políticas
públicas de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente está prevista na Constituição Federal e no Estatuto da Criança
e do Adolescente; seus espaços preferenciais de expressão são os
conselhos dos direitos e as conferências.

3. Intersetorialidade e trabalho em rede

A organização das políticas públicas por setores ou públicos impõe a


adoção da ótica intersetorial e de trabalho em rede para compreensão e
atuação sobre os problemas, o que está previsto no ECA ao estabelecer que
a política de atendimento aos direitos de crianças e adolescentes se dará
por meio de um conjunto articulado de ações governamentais e não
governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

Eixos e Diretrizes da Política Nacional dos Direitos Humanos


de Crianças e Adolescentes no Brasil

(Aprovados na 185ª Assembléia Ordinária do Conanda realizada em 09 e


10 de junho de 2010)

EIXO 1 – PROMOÇÃO DOS DIREITOS DE CRIANÇAS E


ADOLESCENTES

Diretriz 01 - Promoção da cultura do respeito e da proteção aos


direitos humanos de crianças e adolescentes no âmbito da família da
sociedade e do estado.

Diretriz 02 - Universalização do acesso a políticas públicas de


qualidade que garantam os direitos humanos de crianças,
adolescentes e suas famílias e contemplem a superação das

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desigualdades, com promoção da equidade e afirmação da
diversidade.

EIXO 2 - PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS

Diretriz 03 - Proteção especial a crianças e adolescentes com seus


direitos ameaçados ou violados.

Diretriz 04 – Fortalecimento e aprimoramento dos mecanismos de


denúncia, notificação de violações e exigibilidade dos direitos de
crianças e adolescentes.

Diretriz 05 – Universalização e fortalecimento dos conselhos


tutelares, objetivando a sua atuação qualificada.

Diretriz 06 – Universalização do acesso de crianças, adolescentes,


suas famílias e representantes legais aos sistemas de justiça e
segurança pblica, em igualdade de condições garantida a atuação
ágil, qualificada e comprometida com a efetivação dos seus direitos.

EIXO 3 - PARTICIPAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Diretriz 07 – Fomento de estratégias e mecanismos que facilitem a


expressão livre de crianças e adolescentes sobre os assuntos a eles
relacionados e sua participação organizada, inclusive nos processos
de formulação, deliberação, monitoramento e avaliação das políticas
públicas, considerada a condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.

EIXO 4 – CONTROLE SOCIAL DA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS

Diretriz 08 - Fortalecimento da participação social nos processos de


formulação, monitoramento e controle das políticas públicas de
direitos humanos da criança e do adolescente.

Diretriz 09 - Universalização e fortalecimento dos conselhos de


direitos da criança e adolescente para assegurar seu caráter paritario,
deliberativo e controlador, garantindo a natureza vinculante de suas
decisões.

EIXO 5 – GESTÃO DA POLÍTICA NACIONAL DOS DIREITOS


HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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Diretriz 10 – Fomento e aprimoramento de estratégias de gestão da
Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes
fundamentadas nos princípios da descentralização, intersetorialidade,
participação, continuidade e co-responsabilidade dos três níveis de
governo.

Diretriz 11 – Efetivação da prioridade absoluta no ciclo e na


execução orçamentária das três esferas de governo para a política
nacional dos direitos humanos de crianças e adolescentes, garantindo
que não haja cortes orçamentários.

Diretriz 12 – Qualificação de profissionais que atuam na rede de


promoção, proteção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes
com especial atenção para a formação continuada de conselheiras e
conselheiros dos direitos e tutelares.

Diretriz 13 – Desenvolvimento de um sistema nacional articulado de


informação e implementação de metodologias de monitoramento e
avaliação da Política Nacional de Direitos Humanos de Crianças e
adolescentes, inclusive do orçamento.

Diretriz 14 – Produção de conhecimentos sobre a infância e a


adolescência aplicada aos processos de formulação das políticas de
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente.

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