Grupos de Encontros - Carl Rogers 2002 PDF

También podría gustarte

Está en la página 1de 105
Grupos de Encontro Carl AR. Rogers Martins Fontes A pessoa em mudanga Os “grupos de encontra” constitvem talver o acontecimenta de mols rapide expansdo @ a mais poderose invancde social dos timos 100 anos. Pianairo da desenvolvimento des “grupos de encontre”, Carl Rogers traca a histéria da movimente, narranda em seguide a sual longa experiéncia de porticipagce nesses grupos; com numerasos exemplos que ojudam o lettor a compreender a fundamental importancia deste métode de peicoterapia coletive. 1 rico Aen thot horn fifo Phd ern GRUPOS DE ENCONTRO Titulo original; CARL ROGERS ON ENCOUNTER GROUPS. Copyright © by Carl Rogers, 1970 Copyright © 1978, Livvaria Martins Fontes Editora Lida., Sao Paulo, pare a presente edigao 8 edigio Jitnho de 2002 ‘Tradugao JOAQUIM L, PROENCA Revisio grafica Ligéa Sitea ligne Rodrigues de Abrew Producao grafica Geratdo Alves Paginacaio/Fotolitos Studio 3 Desenvolvimento Editorial Dados Internacionais de Catalogagio na Publicagio (CIP) a Brasiteira do Livro, SP, Brasil) Rogers, Carl R., 1902-1987, Grupos de encontro / Carl R, Rogers : tradugo Joaquim L Proengs. ~ 8 ed, ~ Sao Paulo : Martins Fontes, 2002, — (Psicologia ‘¢ pedagogia) ‘Titulo original: Carl Rogers on encounter grouns ISBN 85-336-1 588-4 1, Psicoterapia de grupo 2. Relagdes interpessaais 1. Titulo, TL Série 2.03 cop-188.2 Indices para catalogo sistema 1 Relugeainerpstous: Psicologia aplleada 1582 Todas os direitos desta edigio para o Brasil reservados a Livraria Martins Fontes Editora Ltda. Rua Consetheiro Ramatho, 3301340 01325-000 Sao Paulo SP Brasil Tel, (11) 32413677 Fax (11) 31056867 e-niail: info@martingfontes.com.br. luip:liwww.martinsfontes.com br Indice sfiwio IX 1, Origem e objetivos do movimento de grupos Origem 3 Modalidades e formas diferentes 5 Linhas comuns 7 O processo de grupo 10 Por que a rapida difusio? 17 Medo criado pelomovimento 13 Conclusdo 16 2. O processo do grupo de encontra 17 Fracassos, desvantagens, riscos 43 ] Conclusdo 49 3, Posso ser facilitador num grupo? 51 Contexto filos6fico e atitudes 52 Fungao da criagdo de ambiente 55 A aceitagado do grupo 57 Aceitagao do individuo 59 Compreensio empatica 60 Atuando segundo aquilo que sinto. 67 Conlrontagao e feedback 64 Expressdo dos meus préprios problemas 65 Evitar o planejamento e os “exercicios” 66 Evitar os comentarios interpretativos ou do processo 67 A potencialidade terapéutica do grupo 68 Movimento e contato fisico 69 Um ponto de vista de trés geragdes 69 Algumas falhas de que estou consciente 75 Um problema especial 76 Comportamento que creio nao facilitar o andamento deum grupo 77 Conclusdo 80 4. A mudanga depois dos grupos de encontro: nas pessoas, nas relagées, nas organizagoes 81 A mudanga individual 82 A mudanga na relagao 83 A mudanga na organizagao 84 Bases para estas conclusées empiricas 85 Um exemplo de mudanga individual 87 Exemplos de mudanga nas relagdes 92 Um exemplo de mudanga nas organizagdes 94 5. A pessoa em mudanga: como é expertenciado o processo 10T Ogrupo—e Ellen 107 As mudangas interiores 103 Amie bicho-papio 105 Ellen pensa na separagao 105 Coragem para falar—e escolher 107 Perturbagao 108 As profundidades 110 Declaracao de independéncia [12 O prego da independéncia 113 Medo da independéncia 115 Consegue afrontar o problema e sente-se grata 116 Outro golpe 118 Valera a pena o sofrimento do crescimento? 119 Alguns pensamentos como conclusio 1/9 Seis anos mais tarde 12] ConclusGo 124 6. A pessoa isolada e as suas experiéncias num grupo deencontro 125 A solidao interior 128 “O que eu realmente sou nao se pode amar” 131 Arriscando-se a ser 0 proprio eu interior 133 Conclusdo 136 N O que sabemos através da investigagdo 137 O processo do grupo de encontro 142 Resultados 146 Um estudo fenomenologico das conseqtiéncias 147 Comentarios 151 Consideragdes globais 151 O meu comentario 156 Conclusaio 157 8. Campos de aplicagao 159 Industria 159 Igrejas 162 Governo 162 Relagées raciais 163 Tens6es internacionais 164 Familias 165 O fosso entre geragdes 166 Instituigdes de educagdo 166 Projeto de transigao 170 9. Construindo capacidades facilitadoras 175 O programa de La Jolla 175 Filosofia e politica 176 Selegio 178 Preficio Elementos do programa 179 Relagées no regresso (Back-Home Relationships) 1 84 Conclusdo 184 10. Qual o futuro? 187 Algumas possibilidades 187 Implicagdes para o individuo 197 Significado para a nossa cultura 193 O desafio 4 ciéncia 195 Valores filosoficos 197 Conclusdo 198 Durante mais de trinta ¢ cinco anos, o aconselhamento individual e a psicoterapia foram o nucleo principal da minha vida profissional. Mas, desde ha aproximadamente trinta e cin- co anos, tenho experimentado, também, a forca das mudangas em atitudes e comportamentos que podem ser conseguidos num grupo. Desde entao, isto se constituiu um interesse para mim. Contudo, s6 nos ultimos sete ou oito anos se tornou num dos dois nucleos principais do meu trabalho — sendo 0 outro a necessidade crucial de maior liberdade nas nossas instituic¢des de educagao. Durante este ultimo periodo, escrevi artigos e fiz confe- rancias sobre as varias facetas do movimento crescente dos grupos de encontro. Fazem-me constantemente pergumtas So- bre o que acontece nos grupos, qual a minha maneira de traba- lhar, as implicagdes da totalidade do movimento. Assim, deci- di reunir para publicagao as conferéncias e artigos que fiz, juntamente com material novo escrito para este livro, na espe- ranga de que estimulem uma analise atenta e uma clarificagao das controvérsias relativas a esta inacreditavel corrente em expansao. Como todos os meus livros recentes, este ¢, claramente, um documento pessoal, Nao pretende ser uma analise didatica = Grupos de encontro do assunto, nem um profundo exame psicoldgico ou sociolé- gico dos grupos de encontro, Nao se entrega nem sequer a muita especulacdo sobre 0 futuro dos grupos de encontro, os quais, penso eu, sao uma for¢a suficientemente poderosa para dese- nharem as suas proprias ramificagdes futuras. Este livro foi escrito a partir da experiéncia viva pessoal, e aqueles cujas vidas se descrevem e cujas afirmagées se citam sao pessoas vi- vas e lutadoras. Espero que ele consiga transmitir a minha per- cepgao de uma das mais apaixonantes pesquisas do nosso tempo: a experiéncia intensiva de grupo. E espero que thes yenha a ajudar a familiarizar-se com o que é um grupo de encontro e o que ele pode significar. 1. Origem e objetivos do movimento de grupos O titulo pode parecer estranho. E evidente que houve e hayerd sempre grupos, enquanto o homem sobreviver neste planeta. Mas estou empregando a palavra num sentido particu- lar, o da experiéneia de grupo planejada e intensiva. E, em minha opinido, a invengao social do século que mais rapida- mente se difunde, e provavelmente a mais forte — uma inven- ) que tem varios nomes. Entre os mais freqiientes, -group (“grupo-T”), “grupo de encontro” e “treino de sensibilidade”', Por vezes tais grupos sao conhecidos como laboratérios de relagdes humanas, ou workshops de lideranga, educagdo ou aconselhamento”. Quando se trata de dependentes da droga, 0 grupo é freqiientemente designado por synanon, derivado da organizagao Synanon e dos métodos por ela utilizados. |. Conserva-se a expressio inglesa 7-group, usada correntemente em varias linguas, equivalente ao portugués grupo-T. Traduziu-se sensitivity trai- ning por treino de sensibilidade. (N. do T.) 2. Workshop & uma modalidade de grupo intensivo em que 0 objetivo ¢ geralmente expresso no titulo. Por exemplo: Body awareness and sense of being — weekend workshop. A tradugao literal de workshop seria oficina, mas as conotagdes dessa palavra nao parecem aconselha-lo, pelo que indiferente- mente mantemos a palavra inglesa ou a traduzimos genericamente por “grupo”. (N. do T.) ____ Grupos de encontro Um elemento que torna este fendmeno digno de estudo psicologico é o fato de ter crescido completamente 4 margem do establishment, do oficial. A maioria das universidades ain- da olha para ele com menosprezo. Até ha dois ou trés anos, as fundagdes e agéncias governamentais nao estavam dispostas a subsidiar programas de investigagao neste campo; as profis- sdes oficializadas de psicologia clinica e psiquiatria mantive- ram-se a parte, enquanto a facgao politica da direita esta con- vencida de que ele representa uma firme conspiragaéo comu- nista. Conhe¢o muito poucos movimentos que expressem tao claramente a necessidade e desejo das pessoas, mais do que os das instituigdes. Apesar das press6es contrarias, o movimento brotou e cresceu até infiltrar-se em todo 0 pais e em quase to- das as organizagdes modernas. Como é€ ébvio, ele tem implicagées sociais importantes. Uma parte do objetivo deste capitulo sera examinar algumas das razdes do seu crescimento surpreendentemente rapido e espontaneo, Estes grupos intensivos tém funcionado em intimeras situa- ges diversas. Tém sido realizados nas industrias, universida- des, instituicgées religiosas, nas agéncias governamentais, insti- tuigdes educacionais e penitencidrias. Uma espantosa quantida- de de individuos participou nesta experiéncia de grupo, Tém-se realizado grupos para presidentes de grandes corporagées ¢ grupos para jovens delingiientes e pré-delingiientes. Ha gru- pos compostos de estudantes e professores de universidades, de “conselheiros’’ e psicoterapeutas; de estudantes com dificul- dades escolares, casais, familias, incluindo pais e filhos; de dro- gados identificados, criminosos em cumprimento de penas; de enfermeiras, educadores, professores, diretores escolares, ge- rentes industriais, embaixadores do Departamento de Estado, e mesmo membros do servigo de impostos! A rea geografica atingida por este movimento em rapida expansado estende-se desde Bethel, Maine, até San Diego, na California, e desde Seattle até Palm Beach. Grupos intensivos Origem ¢ objetivos do movimento de grupos =: foram também conduzidos em outros paises, incluindo a In- glaterra, a Franga, a Holanda, a Australia e o Japao. Origem Anteriormente a 1947, Kurt Lewin, um famoso psicélogo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, trabalhando com a sua equipe e com estudantes, desenvolveu a idéia de que 0 treino das capacidades em relagdes humanas era um importante mas esque- cido tipo de educagao na sociedade moderna. O primeiro, entao chamado F-group (T significando training, treino) foi realizado em Bethel, Maine, em 1947, pouco depois da morte de Lewin. Aque- les que trabalharam com ele continuaram a desenvolver os trai- ning groups, Os grupos de treino, nao so enquanto estiveram no MIT*, mas também, mais tarde, na Universidade de Michigan. Os grupos de verao em Bethel tornaram-se famosos. Formou-se uma organizagao, os National Training Laboratories, com escri- torios em Washington, e que desde entao e durante mais de duas décadas se tem constantemente desenvolvido. A primeira ten- tativa dos grupos NTL foi no campo industrial, atingindo admi- nistradores e diretores. Esta orientag4o foi a primeira a desen- volver-se porque a industria podia suportar as despesas desta experiéncia de grupo para o seu pessoal dirigente. j Inicialmente, os grupos adotaram como nome a designa- cio de/Fgroup. Eram grupos de treino das capacidades das relagd¢s-humanas, nos quais se ensinayam os individuos a obser- var a natureza das suas interagdes reciprocas e do processo de grupo. A partir daqui, sentia-se, eles seriam mais capazes de compreender a sua propria maneira de funcionar num grupo e no trabalho, bem como o impacto que teriam sobre os outros, © tornar-se-iam mais competentes para lidar com situagdes interpessoais dificeis. * Massachusetts Institute of Technology.

También podría gustarte