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‘Temas @ problemas elementares Copyright © 2006, 2005, Elon Lagos Lima Direitos reservados pela Sociedade Brasileira de Matematica. Colegio do Professor de Matomatien Djniro Guedes de Figuezodo Roberto Imbuzeiro Oliveira (Baitor-Chefe) Jos® Alberto Cuminato Sivia Regina Costa Lopes Capa ‘An Lula Passos Vidsira cob projeto de Sérgio Vaz Sociedade Brasileira de Matemética Presidente: Hilério Alencar ‘View-Presidente: Marcelo Miranda Viana da Silva Pimeiro Secretério: Maria Aparecida Soares Russ Segundo Secretrio: Ronaldo Alves Garcia ‘Tesoureira: Nancy Garcia IsteIbulgo e vendas: Sociedade Brasileira de Matemética Brtrada Dona Castorina, 110 ~ Jardim Botanico 22460-820, Rio de Jairo ~ RJ Telefones: (21) 2529-5073 / 2520-5005 http://wwew.sbm.org br ISBN: 975-85-85818-20.6 FICHA CATALOGRAFICA PREPARADA PELA SEGAO DE TRATAMENTO DA INFORMACAO DA BIBLIOTECA PROFESSOR. ACHILLE BASSI ~ ICMC/USP ‘Lina, Elon Lage Lect Tenae e problemas elepentares / Elon Lages Lina, Paulo conan Pinto Carvalho, Eduardo Wagner, hugusto César Worgado, - 12.8. Rio de Janeiro: SBM, 2006: 256 p. (Colegio do Professor de Katenstica; 20) 158M 978-86-85018-20-6 4. Proporesonalidade. 2. Porcentages. 3. Equagées do to, grt. 4. Equagies do 20. grau. 4. Toorenn do Picdgoras, I. Carvalho, Paulo Cezar Pinto. IZ. Vagne tuerdo. IIL. Morgado, Auguste César. IV. Titulo. Temas e Problemas Elementares Elon Lages Lima Paulo Cezar Pinto Carvalho Eduardo Wagner Augusto César Morgado DE MATEMATICA (COLEGKO DO PROFESSOR DE MATEMATICA @ seu COLEGAO DO PROFESSOR DE MATEMATICA, © Logaritmos - B. L. Lima ‘© Andlise Combinatéra ¢ Probabilidade com as slugies dos exercicios~ A. C. Morgado, JLB. Pitombeira, P. CP. Carvalho e P. Femandez ‘© Madida ¢ Forma em Geometria (Comprimento, Arca, Volume Semolhanga) E.L, Lima © Mou Profesor de Matemética ¢ outras Histrias - BL. Lima 1 Coordensclas no Plano com as solugdes dos exerciclas -B. . Lima com a eolaboragio deP.C.P. Carvalho ‘© Trigonometria, Niimeros Complexos - M, P. do Carmo, A. C. Morgado, B. Wagner, Notas Histéricas de J. B. Pitombeira ‘© Coordenadas no Espago~ E. L. Lima ‘+ Progressées ¢ Matemética Finanosira- A. C. Morgado, E. Wagner @ S. C. Zani ‘© Construgdes Geométricas - B. Wagner com a eolaboragio de J. P. Q. Carneiro ‘© Introdugio & Geometria Fapacial-P. C. P. Carvalho Geometrin Buclidiana Plana - J. 1. M. Barboss Isometriag- BL. Lime A Matemdties do Bnsino Médio Vol.1- B. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner & ‘A.C. Morgado © A Matem: ‘A.C. Morgado. ‘© A Matemétiea do Bnsino Médio Vol.8- B. L, Lima, P. C. P. Carvalho, B. Wagner © ‘A.C. Morgado ‘© Matemética ¢ Ensino- . L. Lima © Temas ¢ Problemas -B. L. Lima, P.C. P. Carvalho, B. Wagner @ A. C. Morgado © Eplsédios da Histéria Antiga da Matemética - A. Aaboo do Ensino Médio Vol.2- B. L. Lima, P. ©. P. Carvalho, E. Wagner © Examo de Textos: Anise de livros de Matemética -E. L. Lima ‘Temas Problemas Blementares -B. 1. Lima, P.C. P. Carvalho, B. Wagner 6 A. C. Morgado © A Matemdtica do Ensino Médio: SolugGes Exerefeios-B. L Lima, P.C.P. Carvalho, 1B. Wagner € A. C. Morgado 1 Construgéee Geométricas: Bxercicos ¢ Solugées- 8. Lima Netto COLEGA0 INICIAGAO CIENTIFICA 1 Nimeros Iraclonais ¢ Transcendentes - DG. de Figueiredo ‘© Primalidade em Tempo Polinomial - Uma Introducio ao Algoritmo AKS - 8. C. Continho Sumario Apresentagio Prefiicio 1. Proporcionalidade e Porcentagem 1.1 Grandezas proporcionais 1.2 Divisio em partes proporcionais 1.3. Grandeza proporcional a vérias outras 1.4 Grandezas inversamente proporcionais 15 Grandeeas direta ou inversamente proporcionals a varias outras 1.6 Porcentagem LT Exercicios 2 EquagGes do Primeiro Grau 21 Problema 2.2 Equagdes do primeiro grau 8 Provenindo dificuldades futuras 24 Inequagoes . 2.5 Sistemas de duas equagées com dus inedgnitas . 2.6 Exereicios . g XI 10 B IT 19 2 SReSRERB 3 Equagées do Segundo Grau 3.1 Os dois tipos faceis 3.2 Fatorando o trindmio. .. . . . 3.3 Completando o quadrado . . 3.4 Inequagdo do segundo grau. (O sinal do trindmio) 3.5 Méximos © minimos 3.6 Equagies do segundo grau disfargadas 3.7 Grificos 38 Exercicios © Teorema de Pitagoras 4.1 Quem foi Pitagoras 4.2. Antes de Pitégoras 4.3 O emnciado do Teorema de Pitégoras . - 44 A reciproca do Teorema de Pitégoras 4.5 Ternos pitagéricos 46 Generalizando o Teorema de Pitgoras 4.7 Exemplos e aplicagies 0... 48. 0 Teorema de Pitigoras no espaco « 4.9 Exercicios Aveas 5.1 A unidade de area. 5.2. Uma experitncia concreta 5.3 Novamente a rea do retangulo 5.4 Area do paralelogramo 5.5 Area do triangulo . . . 5.6 Azea do trapézio 5.7 Um comentario sobre o que fizemos 5.8 Propriedades importantes 5.9 Area do circulo . 5.30 Um pequsno comentério hietérico 5.11 A rea do cfreulo . . 5.12 Areas de setores 5.13 Apendice SUMARIO 33, 33. 35 au 44 46 48, 49 56, 61 a @ auaser B 81 81 82 86 87 88 89 80 100 101 102 104 SUMARIO vu 5.14 Exercicios 6 Raxdes Trigonométricas 61 62 63 64 Um exemplo concreto . . Definigées . . . ‘Mais exemplos Exercicios . . T M6étodos de Contagem ma 72 73 14 Exemplos Bstrategis Mais exemplos Exercicios 8 Probabilidade 8 82 83 84 Um jogo de azar. . Exemplos Probabilidades via @ Lei dos Grandes Nameros Exereicios 9 Nogées de Estatistica 91 92 93 94 95 96 Introdugéo. . . « ‘Tipos de varidveis ‘Varidveis qualitativas .. . ‘Varidveis numériens Medidas resumo Exercicios - Soluges dos Exercicios Proporcionalidade e Porcentagem . Equagoes do Primeiro Grau ‘Equages do Segundo Grau . 49 106 113 13 15 ur wi 123 123 128 129 11 135, 135 136 138 139 143 43 4s. 158 17 163 175 176 185 194 200 210 229 Probabilidade . . . ‘NogGes de Estatistica . Apresentagso ‘Um dia apés ser empossado como presidente da SBM, procurei o professor Elon ‘Lages Lima com a intengo de desafi-lo a escrover um novo livro que se adicionasse ‘408 muitos que jé produzira, téo conhecidos ¢ to largamente utilizados pelos ‘alunos da graduagio e pés-graduagio brasileiras. Qual ndo foi minha surpresa ‘quando cle, antecipando-se ao men pedido, comegou a me apresentar um livro que ‘cabara de escrever em parceria com Paulo Cezar Pinto Carvalho, Eduardo Wagner © Augusto César Morgado. Discorria sobre os temas e a apresentacéo de t6picos do livro com um grande entusiasmo, 0 que me comoveu, E eu me deixei arrastar pelos caminhos da matemética clementar, trilhados por mim tantas e tantas vezes, ‘mas aos quais ele imprimia uma roupagem nova, iluminando cada curva da estrada ‘com a clareza do seu raciocinio e a beleza de sua exposigdo. Senti-me novamente 6 ahuno, nos bancos escolares do Instituto de Matematica da UFC, quando tive 0 Blon por men professor, e, atentamente, o acompanhei em uma aula sobre o livro. Fiquei fascinado pela forma como os autores apresentaram a nogao de pro- porgio © de como ensinaram a resolver equagSes do primeiro e segundo graus. Deliciei-me com o esmero que os guiou no capitulo sobre métodos de contagem © ‘sua aplicagiio ao estudo das probabilidades, assunto usualmente considerado dificil pelos alunos e professores. Fiquel feliz de encontrar um capitulo sobre estatistica, ‘toma que, pela sua utilidade, deveria constar do curriculo do ensino basico. Talvez pela minha particular proferéncia pela geometria, acompanhei, com grande prazer, Ix x Apresentagio ‘sua introdugiio ao coneeito de area, e sua apresentacdo do Teorema de Pitdgoras. Por timo concordei plenamente com os autores no que diz respeito ao tamanho do capitulo sobre trigonometria. Quando ele chegow ao final, eu estava convencido de que encontrara o que bus- cara naquela visita - um excelente livro para ser publicado pela SBM. Um livro de qualidade destinado aos profescores do ensino bésico. Um livro que, mantendo-se fiel ao nivel no qual pretende ser aplicado, fosse também desafiador e instigante. ‘Um livro em que os professores, mesmo os mais experientes, encontrassem no- vidades e pontos de vista que nunca exploraram, e em que os novigos achassem ‘caminhos através dos quais pudessem guiar com seguranga os seus alunos. Como sempre fez, no final de suas aulas, quando fui seu aluno, ele me deixou ‘um desafio - escrever esta apresentacao. Fortaleza, outubro de 2005 Joo Lucas Marques Barbosa Presidente da Sociedade Brasileira de Matematica Prefacio Os autores deste livro vem, desde 1991, realizando atividades didéticas voltadas para o aperfeigoamento do Ensino Médio de Matematica em nosso pais. Para isso ‘tm contado com 0 prestigioso ¢ continundo apoio do IMPA, além do sucessivo respaldo de instituigdes como VITAE, CAPES, PAPERJ e, mais recentemente, RNP e o Instituto do Milenio. A’colaboracio da SBM se faz pela publicagio Aistribuigéo dos diversos livros que resultaram desce trabalho, os quais tém tido repetidas reedigées. A partir de 2002, a parceria do IMPA com a RNP (Rede Nacional de Pesquisas) permitiu o uso da Internet para que nossos tradicionais cursos de janeiro e julho fossem assistidos simultaneamente pelos professores de diversos estados, Part tem sido essencial a participacdo de nossos colegas, professores das uni locais, que colaboram com seu entusiasmo, sua competéncia e seu idealismo na realizagao dos trabalhos em grupo, discusses ¢ esclarecimentos, que formam parte indispensivel do projeto. Atendendo as sugestdes vindas de varios lugares do pais, os cursos de julho de 2003 e janeiro de 2004 abordaram temas que normalmente estao no currfeulo do Ensino Fundamental (8° e 9° anos) ou que, em nosso julgamento, deveriam fazer parte dele, Este ¢ o contetido do presente livro. Ao publicé-lo, esperamos que os professores se apossem das idéias aqui contidas e as usem em suas aulas, junto com of problemas, cujas solugbes estio todas aqui. rsidades xI Preficio Os videos de aulas e eventos do Programa de Aperfeigoamento dos Professores de Matemética do Ensino Médio podem ser assistidos no site http: //strato. visgraf.impa.br/videos/. O download ¢ livre. Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2005 Elon Lages Lima Paulo Cezar Pinto Carvalho Eduardo Wagner Augusto César Morgado capituLo 1 Proporcionalidade e Porcentagem 1.1 Grandezas proporcionais ‘Uma firma de engenharia asfaltou uma estrada de 36km em 14 dias. Quantos dias seriam necessérios para a mesma firma asfaltar uma estrada de Salm’? ‘Tres métodos so geralmente usados para resolver este problema: 1. Método direto. (Aplicével apenas quando os dados so mimeros pequenos ou “féceis”?) Como 54 ¢ igual a uma vez e meia 36, para asfltar 54km sero necessérios 21 dias, pois 21 ¢ igual a uma vez e meia 14 2. Redug&o @ unidade. (Aplicével em geral.) Quantos dias serio necesstrios para asfaltar uma estrada de lem? Se 36km requerem 14 dias, 1km requer 14/36 dias. Entdo Slam requererdo 64 x (14/36) = 21 dias. Bsquematicamente: 8. Proporgio. Seja x o nimero de dias que se deseja saber. Entio 86km estiio para 5dkm assim como 14 dias esto para x. Ou seja: Logo x 4 x 1d) +36 = 21. 2 Proporcionalidade e Porcentagem km 36 ——— +36 ¢ a «54 ( ‘54 ——— Para resolver um problema do tipo acima, seja qual for o método que se adote, 6 necessétio fazer uso do fato de que 0 namero de dias necessétios para uma firma asfaltar uma estrada 6 proporcional ao comprimento dessa estrada. (Admitindo que a largura da mesma 6 fixada.) Examinemos 0 conceito de proporcionalidade. Sejam 2 e y dois tipos de grandezas. Diz-se que y € proporcional a quando: 12 As grandezas 2 ¢ y acham-se de tal modo relacionadas que a cada valor de 2 corresponde um valor bem doterminado de y. Diz-se entao que existe uma cotrespondéncia x ++ y € que y € funcio de 2. Quando escrevermos « +9 y estaremos querendo dizer que y € 0 valor que corresponde a 2. 2 Quanto maior for 2, maior sera y. Em simbolos: se z+ ye a” ++ y! entdo 2 <2’ implicay eyo. Observacdo importante: Para verificar, em cada situagio dada, a valides da. terceira condigéo acima, basta considerar o caso em que c€ inteiro, (Esta afirmagio 60 conteédo do chamado Teorema Fundamental da Proporcionalidade.) Por exemplo: se uma estrada de comprimento x necessita y dias para ser asfaltada, ‘entiio uma estrada de comprimento 22 (ou Sz, ou 17) nocessita 2y dias (ou 5y, on 17y). Exemplo 1: Aplicando « reais na caderneta de poupanga no dia 1° de julho, receberei y reais no dia 1° de agosto, A correspondéncia x ++ y € uma proporci- onalidade, Com efeito, quanto maior for a aplicagéo mais receberei. Além disso, 11 Grandezas proporcionais se aplicar 2x, isto equivaleré a fazer dois depésitos de 2 reais, portanto receberei v+y=2y. Analogamente, aplicar nr equivale a fazer n depésitos de x reais, portanto ne ++ ny. Exemplo 2: Na figura 1, temos duas retas paralelas r,s © uma reta ¢ que nio & paralela ar (nem a 3). t Figura A cada mimero positivo 2 fagamos corresponder 0 nimero y que mede a érea do paralelogramo que tem um Indo de comprimento 2 sobre a reta r, e um lado paralelo a f, A correspondéncia 2 ++ y @ uma proporcionalidade. A figura ilustra 0 fato de que 2r ++ 2y e indica por que na + ny. Quando se tem uma proporcionalidade +> y, escreve-se y = f(x) para signi ficar que y 6 0 valor que corresponde a 2. Por exemplo: no problema da estrada temos 14 = /(36) e 21 = f(54), Deda uma proporcionalidade x ++ y, © uimero k, que indica 0 valor de y correspondente a 2 = 1, chama-se o fator de proporcionalidade. Simbolicamente: 1+. Entio, em virtude do item 3° da definigio, para cada c, ao valor ¢ €-1 corresponde c+, Ou entio, usando a letra x em vez de c, temos x +) kz, Resumindo: quando x ++ y € uma proporcionalidade, existe um nimero &, chamado o fator de proporcionalidade, tal que y = ka para todo Exemplo 3: No problema da estrada, a proporcionalidade (comprimento da e- trada) ++ (dias necessirios para asfalté-la) tem fator de proporcionalidade 14/36 = 0,388, No Exemplo 1, o fator de proporcionalidade k 6 a quantia que en receberia no dia 1° de agosto se aplicasse 1 real na poupanga no dia 1! de julho, Proporcionalidade ¢ Porcentagetn Gostiuma-se escrever, neste caso, k = 1 +4, onde o nfimero i é chamado o juro. No Bxemplo 2, 0 fator de proporcionalidade vem a ser a area de um paralelogramo jo lado que esté sobre a reta r mede 1 (¢ tem outro lado paralelo a t). Ni nso, 0 fator de proporcionalidade é k = distancia entre as retas re s. Assim, para cada z > 0 tem-se y=k-. Vemos, em particular, que a reta t nao influi absolu- tamente no modo como y depende de zr. Com efeito, a area de um paralelogramo 60 produto da base pela altura, logo a posigao da reta t 6 irrelevante. Assim, dizer que a grandeza y 6 proporcional a grandeza x equivale a afirmar que existe um nimero k (o fator de proporcionalidade) tal que y =k. ‘Um tipo de processo matemético, ao mesmo tempo ‘itil e milenar, é a chamada regra de trés, Na regra de trés tem-se uma proporcionalidade «++ y, consideram- se valores especificos 2! + y/, 2” + y/’ da mesma, supde-se que sio conhecidos trés dos niimeros 2/,',2””,y"" e pede-se 0 quarto desses niimeros. Sabendo que y/ = k= ¢ y"'=k-2", vem &y = Hy. Esta proporgio nos permite obter um dos mimeros z/,y',2",1/’ quando os outros trés so conhe- cidos. Por exemplo, se conhecemos 2" e y podemos caleular y' = 2!” sem conhecer 0 fator de proporcionalidade k, usando a proporgéo won! Por sua vez, 0 método de reduglo A unidade consiste em determinar primeiro (6 fator ke em seguida calcular y”" = h-2" Exemplo 4: Suponhamos que eu aplique 6.000 reais na caderneta de poupanca ¢, no mesmo dia, meu amigo Marcio aplique 9.000 reais. Se no fim de um més meu ssldo for de 6.048 reais, qual seré o saldo de Marcio? Aplicagio Saldo apés 1 més 6.000 —_______ a) 7 +6.000 a fe 008 fo «9.000 S x 9,000 9.000 ————. 9.072 0 fator de proporcionalidade 6 1,008 = 1+; logo o juro foi de 0,008 por més. 1.1 Grandezas proporcionais 5 E costume escrever o juro como uma fragéo de denominador 100, Segundo esse costume, ele assume a forma bfbrida 0,008 = 28 ¢ diz-se que o juro foi de 0,8 por cento a0 mes. © mesmo problema, resolvido por proporgées: 6.000 _ 6.0488 6.048 x 9.000 9.000 ~~ “OMe = 509 Observagio: Ao procurar resolver um problema por regra de trés € necessétio certifiear-se primeiro que de fato se tem uma proporcionalidade 2 ++ y. Nio basta, que valhia a regra “quanto maior for 2, maior seré y?. Por exemplo, se fixarmos 0 capital inicil ¢ aplicado numa poupanca e fizermos variar o tempo, 0 montante acumulado apés decorrido 0 tempo t 6 uma funcio de t e, obviamente, cresce com +, Mas néo é proporcional a t. Exemplo 5: Um canavial tem a forma de um quadrado com 60m de lado ¢ um lavrador consegue ceifé-lo em 4 dias. Em quantos dias o mesmo lavrador ceifaria tum canavial quadrado com 100m de lado? Neste caso, a corresponeléncia 072, (medida do lado) + (niimero de dias) 1no é uma proporcionalidade. Na verdade o nimero de dias necessérios para a ceifn € proporcional a érea de plantagéo. No caso, as éreas so 3.600m? ¢ 10.000m?. A regra de trés se resolve assim: rea da plantagio dias para ceifi-ta 3.600m? —____ 4 dias + 3.600 C 2 1 Im? ———— 1 qi x 10.000 C aad 2 100 6 Proporeionalidade e Porcentagem Exemplo 6: Marcos nao é um especialista em corrida, mas esté em excelente forma fisica. Num teste, ele consegui correr 100 metros em 12 segundos. Que distancia ele percorreria em 18 segundos? E em 2 minutos? Neste caso, nfo 6 correto admitir que tempo +> distancia seja uma proporcio- nalidade pois nenhum coredor pode manter o mesmo ritmo indefinidamente. Mas, evando em conta a informagéo de que Marcos esta “em excelente forma fisica’, é razodvel admitir que essa proporcionalidade se mantenha por algum tempo apés 68 12 segundos iniciais e que ele consiga percorrer 150 metros etn 18 segundes. Qhianto A distancia a percorrer em 2 minutos, nada se pode dizer com precisio. 0 exemplo acima ilustra o fato de que a proporcionalidade pode ocorrer dentro de um certo intervalo mas nfo valer fora dele. Um caso tipico € a Lei de Hooke, segundo a qual o comprimento de uma mola é proporcional a intensidade da forca {que se aplica sobre ela. Se a forga for muito pequena nao conseguira mover a mola 6, 8¢ for muito grande, cada acréscimo de sua intensidade provocaré acréscimos: enda vex menores no comprimento da mola, terminando por rompé-ta Muitas vezes 6 itil representar graficamente o fato de que a grandeza y 6 proporcional & grandeza 2. Toms-se no plano um sistema de eixos perpendiculares. No eixo horizontal, marcam-se os valores de a ¢ no eixo vertical as valores de y. Quando y € proporcional a 2, tem-se y = kx e os pares (2, kx) esto sobre a neta que passa pela intersecio das eixos ¢ tem inclinago k. Aqui, “inclinagdo k” significa 0 seguinte: se tomarmos sobre essa reta um ponto P da abelssa a © 0 ponto @ de abcissa «+ 1, entio o segmento PQ é a hipotenusa de um tridngulo retfingulo que tex um eateto horizontal de media I ¢ uin cateto vertical medindo k. Qualquer que seja a abcissa x que se tome, o valor de k 60 mesmo. Isto caracteriza ‘a0 mesmo tempo a. proporcionalidade ¢ 0 into de que as pontos P = (x,y), para 08 quais a ordenada y é proporcional a abcissa 2, estio sobre uma reta. 1.2 Divisao em partes proporcionais Um pequeno edificio tem 3 andares, Os dois tltimos andares tém 2 apartamentos cada un: 201 ¢ 301 coma 80m, ¢ 202, 302 com 100m?. O primeiro andar tem 86 1 apartamento, 101, com 286m. O gasto mensal com a administragio do cedificio 6 de 4.000 reais. Qual dove ser a cota de condomfnio de cada um dos 5 apartamentos? 1.2 Divisio em partes proporcionais fr Figura 2 Este é um problema do tipo chamado divisdo em partes proporcionais. Sua solugio se baseia mma definigo ¢ numa propriedade das grandezas proporcionais. Vejamo-las. A definigio 6 a seguinte: dadas duas seqiiencias (a3, 02,---n) © (b1sBas--+sn)s iz-se que 08 niimeros b1,...,4n so proporcionais aos miimeros a1,... dq quando & a La a a as Se chamarmos de fo valor comum dessas n razies, isto significa que b: = kat, by = ha2,...,5 = kay. Ou ainda, isto quer dizer que os pontos do plano dados pelas coordenadas P, = (a1, 3), Ps = (a2sba),..-,Pa = (Qnsby) acham-se todos sobre a reta y = ke. Assim, por exemplo, (6,9,12, 18) sio proporcionais a (4,6,8,12). A ordem dos elementos nas seatiéncias proporcionais ¢ fundamental. A propriedade das grancezas proporcionais acima mencionada é a seguinte: Seja z+ y uma proporcionalidade. Se 2-411, 22-12,-..4Ea¥¥n entio 23 + Babe tan byte +t Com eftito, tondo-se yx = kaa, va = hera,...5th) = hity, segue-se que yi + y+ $n = ey + hig to + bg = h(a +--+ 2) Noutras palavras, se 2.28 5 Proporcionalidade ¢ Porcentager Figura 3: Os nimeros (b,,b2,3) so proporcionais aos nimeros (a), a3,,43 ). entiio mtwte tte Me nytmtoFa, Zn" Dividir um nimero @ em partes proporcionais a a;,a3,...,4n significa encon- trar 21,272,.-.,2u, proporcionais a a1,...,dy € tais que zy + +++ tn =a. Ora, se devemos ter 21 = kay, 22 = hag, = ht entio aaa tagte ttn = Ray tart + an), logo ——*__ e daf resulta que atta, aay 0 Sata 8 ae ban abe Fae No problema que abre esta segio, a quota do condominio que cada proprietario pagaré deve ser proporcional a area do seu apartamento. Assim, devemos dividir fa despesa de 4.000 reais em partes proporcionais a 80, 100, 80, 100 ¢ 286, que correspondem aos apartamentos 201, 202, 301, 302 e 101. Obtemos entio as cotas a 1.3 Divisio em partes proporcionsig a on 5400) 2000? — 495,40 para cs aptos 201 ¢ 3, 80+ 100 + 80 + 1004 286” 646 {OA O00 0) parce gta 0502 ¢ Oven: Ens silence menor Ben ina, mo me tn andar atid di cen cng de te i re prt conse Astana dan ste pre ecm pee poporce tats mrons-son aon nemo tenterban ter igais meee; ds pres esos ptr cpr le edu yn; Aa porexempn per ire newee ce pres proper $20 ps dividimos 24 por 15(= 445 +6) encontrando 8/5, e depois tomamos 4 x 5x $=8 06x $= 9,6. Estas sio as partes procuradas. Bxemplo : (Rega de sceinde) Tes puma erga un mg o- tu com capa exec, Noa de mano, here ue ,Quasts desse Iucro cabe a cada um dos sécios? Tloc dedi Lom te popordonb cee. Anpares qu cabo sadam aL al. __ab atates' Gtets atate Exemplo 8: (Regra de sociedade composta.) No exemplo acima, suponhamos que os s6cios trabalharam no neg6cio durante tempos diferentes, digamos fy, t2 © ts. Como deve ser feita a di Sejam 21, 72,273 a8 partes do Iucro que cada sécio recebeu. Digamos que ty, ta t2 sejam dias. Entéo, por cada dia de trabalho no negécio os s6cios Iucraram respectivamente #2, # e #4 reais. Esses Incros didrios devem ser proporcionais ‘05 capitais c1, 2 ¢ ¢3, aplicados por cada um. Portanto #1 = k-e1, 3 =h- en € BE = kecg, ou seja, ay = eet, 22 = h-enta, € 23 = h-ests, com 21 +2425 Assim, a resposta & divida o luero L em partes proporcionais a citz, cata e ests Observacdo 1: Ao contrério do que afirmam alguns livros didaticos, a resposta aacima néo significa que as partes x1,.r2 es em que L foi dividido sto proporcionais| a0 mesmo tempo a cr, C2505 © & ti; tts Observagio 2: Nio esquecer a observagio sobre formulas, conceitos e memérin, feita anteriormente. iso? 10 Proporcionalidade e Porcentagem 1.3 Grandeza proporcional a varias outras Na figura 4, temos duas semi-retas, 0A e OB. Sobre clas, nesta ordem, tomamos os segmentos OX, de comprimento 2, e OY, de comprimento y, os quais determinam ‘um paralelogramo, cuja érea indicaremos com w. Assim, w é fungio de z e y, 0 que representamos assim: w = f(c, 9). B ok santas spre cl ne eases joey Figura 4 ‘A figura indica que se mantivermos ¥ fixo ¢ tomarmos OX" de comprimento 22, obteremos um paralelogramo cuja dea é 2u. Ou ainda: f(2r, y) =2- f(x,y) ‘A mesina observagio mostra que se m 6 qualquer mimero natural, entao f(t, y) n+ f(2,y). Isto significa que, mantendo y fixo, a drea w = f(t) & proporcional a2, De modo analogo se v8 que f(x,ny) =m: {(z,y), ou seja: mantendo x fixo, a rea w= f(2,y) proporcional a y. Conforme mencionamos no §1, 0 Teorema Fundamental da Proporcionalidade assegura que f(cx,y) = ¢- f(x,y) e f(#,dy) = d- f(x,y) quaisquer que sejam os riimeros c,d, inteiros ou nfo. Segue-se entiio que w= fey) =f@ Ly I) =2- fy 1) =2y-f(1) =k ay, onde k= f(1,1) “ ‘Assim, fixadas as semi-retas OA e OB e tomando sobre elas, nesta ordem, segmentos OX ¢ OY de comprimentos x e y respectivamente, a area do paralelo- ‘gramo que tem OX © OY como Indos adjacentes 6 proporcional ao produto zy, 0 1.3 Grandeza proporcional a varias outras u fator de proporcionalidade ¢ a dea do paralelogramo de lades iguais a 1 construido sobre essas semi-retas. (Aqueles que tém alguma nogio de Trigonometria notario que k = sena, onde a € 0 angulo AOB.) Analogamente, se tomarmos trés semi-retas néo-colineares OA, OB e OC (com ‘a mesma origem) e tomarmos sobre elas, nesta ordem, os segments OX,OY © OZ, de comprimentos +,y © respectivamente, eles serio as arestas de um paralelepipedo cujo volume indicaremos com V = V(z,y,2) pois ele é fungio das trés varidveis x,y 2. A figura 4 mostra que se mantivermos y € 2 fixos e dobrarmos 2, 0 volume dobra: V(22,y,2) = 2+ V(#,y,2). Mais geralmente, para qualquer ndmero natural n tem-se V(nz,y,2) =n-V(z,y,2). Da mesma forma se verifica que V(x,ny,2) = n+ V(z,y,2) © V(a,ysnz) = n+ V(2,y,2,)- Seguese dai que V(c2,y,2) = €- V (2,42), V(aseu,z) = e+ V(2,y,2) © V(z,ysc2) = c+ V(a,¥,2) ‘mesmo que o mimero ¢ nao seja inteio. Figura ee eral Eee Podemos ento escrever: V=V(e,u.2) = V(e- 1,2) =2-V (lus) =2y- V1 2-1) = ayz-V(1,1,1) = k- xyz, ‘onde k = V(1,1,1) 60 volume do paralelepipedo que tem arestas de comprimento 1, trés das quais, com origem O, estilo sobre as semi-retas OA,OB e OC. ‘A partir dos exemplos acima, somos conduzidos a seguinte definigao. Por simplicidade, consideramos apenas 3-variveis mas 6 claro que tudo o que dissermos valeré para um néimero qualquer delas. Consideremos uma grandeza cujo valor w depende dos valores x,y,z de trés outras. Escrevemos entéo w = f(z,y,2). Diremos que w € proporcional a 2,y ez quando, mantendo fixos dois quaisquer desses valores, w for proporcional & varidvel restante, Quando este é 0 caso, tem-se w= f(e,¥s2) = Se 1,2) =2- fw) = ay: f(1,1,2) = aye f0,1,1), portanto w= k- yz, onde o fator de proporcionalidade € & = f(1,1,1). Conclusiio: w 6 proporcional a 2,y © = quando 6 proporcional ao produto zy2, ou seja, quando w = k ays, sendo k o valor de w que corresponde a z= 1, y= 1 ez=1 Exomplo 9: Trabalhando 8 horas por dia, 3 trabslhadores constroem um muro de 40m de comprimento em 12 dins. Se o mimero de horas de trabalho difrio for re- dduzido para 6 ¢ 0 nimero de trabalhadores aumentado para 5, qual o comprimento de um muro de mesma altura que eles construirio em 15 dias? © comprimento Z do muro 6 uma fungio L = L(h,t,d) do nimero h de horas de trabalho didrias, do nihnezo t de trabalhaores e do niimero d de dins de trabalho. B razodvel admitir que, em condiges normais, L 6 proporeional a eada uma dessas trés variéveis. Assim, L = k- hid. Sabemos que, quando valem h Be = 12, temos L = 40. Portanto, 40 = k-8 x 3 x 12, ou seja, 40 = 288k, logo = 40/288. (Acabamos de fazer uma coletiva redugio & unidade.) Segue-se que, para h=6,t=5ed= 15, tem-se 40 Lem jag XOX 5 x 15 = 625m, 14 Grandezas inversamente proporcionsis 13 Observacao: Sabemos que L ¢ proporcional ao produto htd, e que L = 40 quando hid = 8 x3 x12= 288. Queremos saber quanto vale L quando htd = 6% 5% 15 = 450. Isto nos leva a uma regra de trés simples, para a qual podemos empregar 0 algoritmo jé usado antes. Sob o ponto de vista metodolégico, cremos ser mais conveniente reduair, desta mancira, os problemas de regra de trés composta a problemas de regra de trés simples. © Exemplo 9 exibe uma regra de 3 composta direta. A seguir veremos pro- blemas em que as grandezas so tanto direta quanto inversamente proporcionais a outras. hed L 238 —_______ 40 + 288 + 288 1 ——____ 586 x 450 * 450 450 2,5 1.4. Grandezas inversamente proporcionais Se 3 tomeiras conseguem encher um tanque em 2 horas, quanto tempo demoraré ‘para esse tanque encher quando wma das torneiras néo for aberta Neste problema temos eorrespondéncia ++ y, onde x 6 0 nimero de torneiras ey 60 tempo necessério para as « torneiras encherem o tanque. Aqui observamos que quanto maior for x menor seré y. Além disso, 6 natural perceber que, do- brando o nimero de torneiras, o tanque serd enchido na metade do tempo. Maix geralmente, se multi © tempo necessério para encher o tanque ficara dividido por n. Estas condigdes caracterizam a proporcionalidade inversa, que definiremos agora, Sejam x,y dois tipos de grandezas. Diz-se que y ¢ inversamente proporcional az quando icarmos 0 nimero de torneiras por um néimero natural n, 18 As grandezas ze y estiio. relacionadas de tal modo que a u _ Propareionalidade e Poreentager cada valor de x corresponde um valor bem determinado dey. Escreve-se entiio 2 ++ y diz-se que y € funcao de 2, Costuma-se também escrever y = f(x) 2 Quanto maior for x menor seré y. Simbolicamente: se c++ yea! ++ y! entdo # <2’ implica y/ < y. Ou ainda: se y = f(z) ey! = f(z"), tem-se a implicagio 2 Ly Na notagio funcional: f(ex) = 1f(2) Observacio: Para assegurar que o item 8 da definigao acima 6 valido, basta considerar 0 caso em que ¢ 6 um némero inteiro, Ou seja, se a correspondéncia g++ y, ou y = f(z) cumprir as condigdes expressas nos itens 1° ¢ 2° e, além disso, for verdade que f(nz) = 1 - f(x) quando n for inteiro, entao valeré f (er) = 4 (z), seja c inteiro ou nfo. No exemplo das torneiras, é claro que 86 tem sentido onsiderar n inteiro pois nio € plausivel considerar 3 de uma tomeira, nom V2 tomeiras. Mas no Exemplo 9, a seguir, & claro que se pode falar em ez, para qualquer nimero real z > 0. Exemplo 10: Viajando de carro, a uma velocidade média de GOkm por hora, consigo ir da cidade A para Bem 2 horas ¢ 40 minutos. Qual deve ser a minha velocidade média para que eu percorra a mesma rota em 2 horas? ‘Aqui temos uma correspondéncia tempo gasto ++ velocidade emprogada. B claro que quanto maior for 0 tempo disponfvel, menor seré a velocidade neces- séria, B também claro que dobrando (ou triplieando, etc.) 0 tempo disponfvel, sor necessiria apenas a metade (ou um tergo, ete.) da velocidade empregada. Noutros termos, se escrevermos » = f(t) para indicar a relagio tempo +> velocidade, teremos f(n-t) =2- f(t). Portanto, a velocidade média no percurso de A para B 6 inversamente proporcional ao tempo gasto na viagem. Novamerte aqui, a propriedade f(nz) = 1/(z) para n inteiro assegura que Slee) = 14(2) para qualquer , em vietude do Teorema Fundamental da Pro- porcionalidade. Esta observagio tem muito signifieado pratico pois a verifiagso da igualdade f(z) = 4 f(z) nio costuma apresentar dificuldade, enquanto que 1.4 Grandezas inversamente proporeionais 5 igualdades do tipo #(v2) = J5f(2), por exemplo, simplesmente nfo podem ser constatadas em situagies concretas. 0 problema das torneiras se enquadra no presente contexto: o tempo necessério para encher 0 tanque é inversamente proporcional ao nimero de tornciras abertas. Se 2+ y 6 uma proporcionalidade inversa ¢ k & 0 valor de y que corresponde ou seja, se 1 ++ k, entiéo o valor de y que corresponde az = 2-16 Na notacéo funcional: se y = f(r), com y inversamente proporcional a 2, ento k F(a) = fe => - f= Fk aie Em suma: quando y ¢ inversamente proporcional a 2, existe uma constante k (0 fator de proporcionalidade) tal que y = k/-r. Equivalentemente: xy =k. 1 seja, numa proporcionalidade inversa, o produto de x pelo valor y que Ihe corresponde 6 constante (nfo depende de 2). A igualdade y= k/ar = (1/1) significa que y é inversamente proporcional az 46, € somente se, y é (diretamente) proporcional a 1/z. ‘Como no caso da proporcionalidade (direta), temos também regra de txéé in- versa. Nela é dada uma grandeza y inversamente proporcional a uma grandeza # 6 sio considerados valores particulares 2/ ¢ 2” de 2, aos quais correspondem respectivamente os valores y/ ¢ y!" de y. Tem-se portanto vow logo = A regra de trés inversa consiste em supor conhecidos trés dos valores 2',2",y/,y",a partir dos se calcula 0 quarto eles. usando a © problema das tomeiras e 0 Exemplo 10 sio casos tipicos de regra de tres 16 No caso das torneiras: Namero de torneiras Horas Resposta: Duns torneiras demorardo 3 horas para encher o tanque. No easo do Exemplo 10: ‘Tempo Velocidade 160 minutos —__— 60km/h 160 C » x 160 1 minuto. ———— 9.600km/h «120 C =120 120 minutos —_——. 80km/h ‘Resposta: Para ir de A até B em 2 horas, a velocidade média deve ser de 80km/h. Se y 6 inversamente proporcional a x, isto 6, y = k/z, a relagdo entre xe y pode ser representada graficamente pela curva (chamada uma hipérbole) formada pelos pontos P = (2, h/2), x >0. 15 Grandezas direta ou inversamente proporcionais « virias outras Ww y, 1.5 Grandezas direta ou inversamente proporcio- nais a varias outras A lei da atragéo universal, de Newton, diz que “a maléria atrai a matéria na reaio direta das massas ¢ na razio inversa do quadrado da distancia’. Assim, se dois corpos com maasas m; € ma acham-se situados a uma distancia d um do outro, ento, de acordo com Newton, eles se atraem segundo ums forca cuja intensidade J 6 (disetamente) proporcional a m; e mz ¢ inversamente proporeional a d?, Isto significa, como veremos agora, que f = f(m1,ma,d) = k- my -ma/d?, onde a constante k depende do sistema de unidades utilizado, Mais geralmente, seja w = f(¢,y,2,1,0) uma grandeza diretamente propor- ional as grandezas 2,y,2 ¢ inversamente proporcional a ue v. Isto quer dizer que Fle-2,y,2,u,0) =e- f(x,y, 2,40) Flayzc-mu) =AF(e,y.24,0), valendo relagées anslogas para y ¢ z no lugar de x ¢ v no lugar de u. Como se tem J(@y,2;0,0) = fle-1yy-1,z-1,u-1,0-1), segue-se dat que P(e ys uv) = aye FLL Ayu Lud) = = £(1,1,1, 1,1). 18 Proporcionalidade ¢ Porcent Logo Fy 240) onde k= f(1,1,1,1,1) 6 0 fator de proporcionalidade. Resumindo: se w = f(«,y,2,10) & diretamente proporcional a 2,y, ¢ inver- samente proporcional 4 tu, entéo w 6 diretamente proporcional a “j;. Esta ob- servagéo permite redtuzir os chamados problemas de regra de trés compost mista f problemas de regra de trés simples e direta (08 quais sfo realmente de regra de trés, nio regra de quatro, cinco ou seis). Exemplo 11: Com 5 teares funcionando 6 horas por dia, uma tecelagem fabrica 11800m de tecido com 1,20m de largura em 4 dias. Se um dos teares néio puder fun- cionar ¢ a largura do tecido for de 0,80m, em quanto tempo a tecelagem fabricaré 200m do mesmo tecido, com as miquinas funcionando 8 horas por dia? Neste problema, 0 tempo procurado T ¢ uma _fungio T =T(th,m,0) do nimero ¢ de teares, do nfimero h de horas diérias em que cles sio utilizades, do néimero m de metros de tecidos ¢ da largura € da peca. Ve-se sem dificuldade que T é inversamente proporcional a t ¢ h ¢ diretamente proporcional am ¢ &. Portanto T =k ‘Medindo o tempo T’ em dias, temos enti 1800 x 1,2 ou seja, T2k=4 edat k= 1/16. Conseqiientemente 7 je) 4x8 = dias ‘Como os teares trabalham & horas por dia, 7/9 de um dia de trabalho sao (7/9) 8 = 56/9 horas, isto é, 6 horas e 13 minutos, aproximadamente, Portanto, a res- posta 6 2 dias 6 horas e 13 minutos. Na prética, isto é essencialmente equivalente 08 dis, Observagio: Hé diversos processos mnem6nicos para resolver problemas de tegra de trés composta. ‘Todos cles tendem a ser esquecides. A formula w = KE (ou suas anlogas) apresenta a vantagem de que seus componentes desempenhasm papéis naturais: 2, y, no numerador porque 1 Ihes é diretamente proporcional; 1u,v no denominador porque w ¢ inversamente proporcional seus valores. Achar 0 valor de k 6 a esséncia do método de reducio & unidade. 1.6 Porcentagem ae 19 Isto pode ser feito usando o algoritmo que j4 empregamos antes (sem que k aparega explicitamente). No caso do problema do Exemplo 10, sabemos que T'é proporcional a mé/th © que T = 4 quando m = 1.800, £ = 1,2,t=5eh =6. Nostra pala abonon que T= 4 quando mf/th = 2, Quran caoss 7 quando m = 2.000, £= 0,8, t= 4e h=8, ou seja, quando mé/th = 50. A re de trés fica assim: : 7 ml/th T — +722 +7 (— 1g x 50 x 50 30. —————._ 25 9 1.6 Porcentagem ‘Uma poreentagem & ums fagio de denominador 100. Assim, “cinco por cento” escreve-se 5% e significa “cinco centésimos”, isto 6, 5% = fs. Sempre que se diz “cinco por cento” esté-se pensando-em 5% de uma determinada grandeza. Isto significa um vigésimo dessa grandeza, pois 73; = 3. ‘Nem toda porcentagom pode ser simplificnda assim: 37% séo #2, efim O wo de porcentagens été tio arraigndo na linguagem do da-wdia que ¢ muito convenient ter em mente os significados de algumas dela 100% = tudo a metade 25% = a quarta parte 20% = um quinto Proporcionalidade e Porcentagem 1% = um centésimo. COutras porcentagens dio uma idéia aproximada. Assim, por exemple: 60% = pouco mais da metade 40% = pouco menos da metade 30% = quase um tergo Auitas wenesnéo faa sentido falar em porcentagens supesiores 100% Por ‘exemplo: nao tem cabimento pleitear 120% de abatimento no prego de um objeto. ‘Mas o mesmo objeto pode ter seu prego: ‘aumentado em 200%. Em casos assim, ae arr na midi, com alguna freqSnci, 0 segunt tipo de ero: um aaa ge algun tempo ats cstv 140 reais, & hoje vendo por 420 reais a ig 0, ¢comum lee ou ouvir que o prego dese artigo safe wm aumento de 300%. Isto é incorreto. # verdade que cle custa 3 vezes mais, porém ‘o aumento foi de 420 — 140 = 280 = 2 x 140 reais, portanto de 200%. 0 sfmbolo % resultou de sucessivas abreviagées e deformagies da ‘expresso spor cent, nada por comerciantes veneiano ¢ EROS. Nar rcblemae de poreetagem So tx os cements fundamental 0 valor lone, e tana de poroetagem © porcentagem do valor sic, Ox problemas ciples consist em, dads dois dsss lementos, cleularo treo. santo 12, Um funcionio,cuo sldio mensal € de 825 rai, reedbe um unto de 24 por cento, Qual ¢ seu novo sls? Souucho: 24% de 625 = MHz24 = 19,8 825+ 19,8 = 84,8 Resposta: Seu novo salério seré de 844,80 reais. ‘(mesmo cfleulo pode ser feito com uma nica smultiplicagio. O salério original era 100% somado com 2.4% dé 102,476 1,024. O novo salério 6 1024% do original, ou seja, vale 895 x 1,024 = 844, 80 reais. LL Poreontagem a Exemplo 13: 0 litro da gasolina sofren, a partir de hoje, um aumento de 15% ¢ passou a-custar 2,599 reais. (O progo do combustivel & nbustivel sempre cotado em milésimos de real). Quanto custava ontem? a Souci: Se um litro de gasolina custava ontem z reais, hoje custa + 15% 2=2+}52 = Hix. Portanto WgE= 599, donde 1152 = 259,9 o dat 2 = 209 = Gat = — Sify 2,26. ResposrA: Ontem,o litro de gasolina custasa 2,26 reais, Exemplo 14: Numa classe de 25 ah a ” classe de 25 alunos, 16 so homens. Qual a porcentagem mulheres nessa classe? halen cnn SoLuGAO: Ha 9 mulheres, as quais representam 2% dos 25 alunos. Portanto 2 por conto de 25 so 9, ou seja gig x 25=9. Dai x = 22 = 36, REsPosTA: 36% dos alunos sao mulheres (portanto 64% sio homens). Exemplo 15: Uma mercadoria sofreu um aumento de 25% em seu prego, Um clionte exigiu do vendedor um desconto sobre o novo prego, a fim de pagar por ela © mesmo que antes. Qual é 0 desconto que cle deve pedi? Ff Sooo: etn viet, prota gn © date 0 dado dr de 25%, Mas um momento de reflexio mostra que o desconto de 25% sobre 0 prog aumentado¢ maior do que s 25% do preg cig, oj, € maior do que 6 numento que tinha sido dado, Feito este comentito, passemos & solugéo Se o proco original era p, o pre 5 era p, 0 prego apés 0 aumento ¢ 1,25p. Com 0 desconto de 2% o prego final fica sendo 1, 25p — ify - 1, 25) a 252 ~ gg «1, 25p, 0 qual deve ser igual ao progo inicial p. Assim, _ se a 1,25 - = .1,25p = »25P ~ ag 1250 =p. Cancelando o fator p, obtemos 1,25- 23 pan 100 125 1,252 = 100 1,252 = 25 2=20 Rxsrosta: O desconto que fax 0 progo voltar ao original 6 de 20% 2 Proporcionalidade e Porcentagem, 1.7. Exercicios 1) Uma lata de leite em pé, pesando 400g, custa R$5,20. O mesino leite, na embalagem de 900g, custa RS11,20. Qual das duas opgies ¢ a mais vanta- josa? 2) Um barco com 7 pessoas, a deriva no mar, tem suprimento de agua suficiente para 28 dias. Ap6s 3 dias, o barco recolhe 2 néufragos. Se o consumo didrio de Agua por pessoa se mantiver 0 mesmo, em quantos dias acabaré a reserva? 3) Dois tanques, em forma de blocs retangulares, tém 0 mesmo volume. O primeiro tem 1,2m de profundidade ¢ sua tampa mede 18m, O segundo tem 2m de profundidade, Qual dever ser medida da tampa para cobri-lo? 4) Para encher o primeiro dos tanques acima, abriu-se uma torneira. Apés 15 ‘minutos a altura da égua era de Sem. Supondo constante a vazio da torneira, em quanto tempo o tanque estaria cheio? Uma torneira com'a mesma vazio sendo colocada no segundo tanque, qual seria a altura da Agua despejada ‘apés 15 minutos? Em quanto tempo este outro tanque estaria cheio? 5) Regina, que estava acima do peso normal, fez uma dicta e perden 3kg em 2 rmeses. Continuando a mesma dieta, quantos quilos ela perderé em 3 meses? Bem | ano? 6) Um objeto soltado do alto de um edificio leva 5 segundos para atingir 0 solo. Quanto tempo levaria esse objeto para cair de um prédio 3 vezes mais alto? 7) Cada vez que a temperatura varia 1 grau centigrado, ela varia 1,8 graus Fahrenheit. Sabendo que 0°C = 32°F, quantos graus F correspondem a 30°C? 8) Um fazendeiro, na safa passada, usou 12 camponeses para cortar sua plantar fo de cana de 120 hectares. ‘Trabalhando 6 horas por dia, os trabalhadores concluiram o servigo mima semana. Este ano, 0 fazendeiro plantou 180 hec- tares e dispde de 14 cortadores de cana, dispostos a trabalhar 8 horas por dia, durante 6 dias. Quantos hectares de cana esses trabalhadores conseguirio cortar? 17 Bxeretcios 23 9) Se 0 mesmo fazendeiro do problema anterior quisesse cortar todos 0s seus 180 hectares de cana num s6 dia, com os cortadores trabalhando 5 horas por dia, quantas pessoas ele precisaria contratar? 10) Empregando 3 equipes, consegue-se constrnir Skm de estrada em 7 dias, trabalhando 8 horas por dia. Usando 4 equipes, durante 10 dias, mas trabae Ihando apenas 6 horas por dia, quantos quildmetros de estrada so constr dos? 11) Estimando que uma camada de tinta tem meio milimetro de espessura © sabendo que 1 litro dessa tinta foi suficiente para pintar (com uma s6 demo) a superficie de um cubo, pergunta-se quanto mede a aresta desse cubo. 12) Divida o niimero 35 em partes proporcionais a 4, 10 ¢ 14, Em seguida, divida ‘© mesmo nimero em partes proporcionais a 6, 15 ¢ 21. Explique por que os resultados so iguais. 13) Divida o nimero 25 em partes proporcionais a 2 ¢ 3. Em seguida, divida 0 ‘mesmo niimero em partes inversamente proporcionais a 2 e 3. Compare os resultados. Que principio geral pode-se inferir? fato vale para 3 ou mais nimeros? 14) Num salto com 100 pessoas, 99% siio homens. Quantos homens devem sair para quo fiquem 98% de homens? 15) Um tanque contém 800 litros de combustivel, dos quais 24% sfio de Aleool e 76% de gasolina. Quantos litros de gasolina devem ser despejados no tanque fim de que 0 combustivel resultante tenha apenas 20% de dleool? (Admite- se que a capacidade do tanque é de 1.000 litros.) 16) A Agua do mar contém 2,5% do seu peso em sal, Quantes quilogramas de gua do mar sio necessérios para obter 800g de sal? 17) Numa liquidagéo, uma calga jeans sofreu um desconto de 12% e, no més seguinte, outro desconto de 15%. 8) Qual foi o desconto percentual total? ) Teria sido melhor se o desconto de 15% viesse primeira e o deseonto de 12% depois? 4 __Proporcionalidade e Porcentagem 18) Num més, seu salério teve um aumento de 6% e, no més seguinte, um an- mento de 10%. a) Qual o aumento percentual do seu salirio apés esses dois meses? ) ‘Teria sido melhor ou pior mudar a ordem (mas nao 0s valores percen- tunis) dos aumentos? 19) Complete a tabela abaixo, referente ao aumento de pregos dos artigos a, b, ode f rage antigo 7a fias | 170 | 36 95,50 [17.15 Porcentagem do wamento [12% | 6% [7.5% | 2.8% | 10% [2.5% ‘Aumento em reals Now preso 20) Por um trabalho extra que fez para seu empregador, André recebeu 2.320 reais liquidos, ap6s 0 desconto de 27,5% de Imposto de Renda, Qual foi sua remuneragio (bruta) pelo trabalho? 21) No problema anterior, quanto André deveria ter cobrado por seu trabalho a fiza de receber (Iiquides) 3.000 reais apés a dedugsio do Imposto de Renda? 22) Num salio com 100 pessoas, 99% so homens. Quantas mulheres devem entrar para que 30% dos presentes sejam homens? caPiTULo 2 Equagées do Primeiro Grau 2.1 Problema Durante a discusséo da reforma do sistema previdenciério, na década de 1990, aventou-se a hipdtese de ser adotada a chamada “formula 95". Segundo ela, o trabalhadores teriam direito & aposentadoria quando a soma do néimero de anos trabalhados com a idade do trabalhador fosse igual a 95. Com que idade poderia aposentar-se uma pessoa que tivesse comocado a trabalhar com 23 anos? Seja @ a idade procurada. © nimero de anos trabalhados foi sr — 23. Devemos ter x — 23 +x = 95, ou soja, 2r— 23 = 95. Esta equagio (igualdade que envolve alguma grandeza desconhecida) nos permitiré a determinagao do valor de Para resolver a equagio, somamos 23 aos dois membros, obtendo 2x — 23 +23 = 95 +23, ou seja, 27 = 118, Essa igualdade 6 equivalente a igualdade original, poi no somente 2x — 23 = 95 acarreta, como mostramos, 2 = 118, mas também 2r = 118 nearreta 2x ~ 23 Finalmente, se 2 = 118, entiio basta d ® = 59, Kio igualdade 6 equivalonte A igualdade anterior, pois no somente 26 Equagées do Primeiro Grau Qe = 118 acarreta, como mostramos, x = 59, mas também x = 59 acarreta 2x = 118. ‘A resposta 6, portanto, x ~ 59. 2.2 Equagées do primeiro grau Uma equagio do primeiro grau é uma equagao redutfvel a forma az +6 = 0, na qual ae b sio constantes, a #0, ¢ # 6 a inebgnita. Sua resolugéo ¢ ar +b=0 4 ar=—ber=-§ Na primeira passagem, somou-se (=>) e subtraiu-se (<=) aos dois membros —b; na segunda, dividiram-se (=) e multiplicaram-se (¢) os dois membros por a. 2.3 Prevenindo dificuldades futuras Uma atitude nao recomendvel ao ensinar equagdes do primeiro gran € @ meca- nizagio excessiva dos procedimentos, fazendo com que o alto se esqueca do que realmente esta fazendo. A seguir, a resolugdo de uma equagio do primeito grat, acomparhada das “explieagies" de cada passagem. Equagéo: 2r +6 6 (passamos 0 6 para o segundo membro, mudando 0 seu sinal.) ~3 (passamos 0 2 para baixo.) “Boxplicagies” desse tipo sio causa de erros freqiientes como os descritos a seguir a) se &r = 6, entao «= 6~ 3; b) se r+5=10, entio x= 1 E sempre melhor dizer explicitamente, a cada passagem, 0 que realmente esté senido feito: Equagio: 2 +6 Solugio: 22 = ~6 (somamos —6 a ambos 08 membros.) 2 = 3 = —8 (dividimos ambos os membros por 2.) 2.4 Inequagées ‘As incquagdes (desigualddades que envolvem alguma grandeza desconhecida) apre- jramente diferentes das propriedndes das equagSes, como sentam propriedades li 2.5 Inequagies or 6 0 caso das propriedades ii ¢ iti a seguir. Propriedades: 4) Podemos somar a mesma quantidade aos dois membros de uma inequagéo. ‘Tustificativa: a b—a 6 positivo + (b+e)~ (atc) é positive o ate 0,4 cb — ea é ositivo ¢ oa < ob, iii) Podemos multiplicar os dois membros de uma inequagéo por uma mesma quan- tidade negativa, desde que, ao mesmo tempo, troquemos o sinal de < pelo de > vice-versa. ‘Iustificativa: Se © < 0,0 cb Exemplo 1: Resolver 8x +1 —3, Exemplo 3: Resolva o sistema de inequagdes (ou seja, determine as solugdes ‘multéneas das inequagSes) de-1 AAs solugbes simulténeas formam 0 conjunto intersegao dos conjuntos de solu- ‘gBes das duas inequagées, ou seja, formam 0 conjunto dos reais compreendidos entre —1e 4, Resposta: <1 ett Qr-1>2-3 4c 43> 2045 Qet1>a47 o)-4<2e-1<4 d)i<1-30<7 55) Representemos por max(a;) 0 maior dos mimeros a e by isto 6 max(a;é) se a> b, emax(a;b) = 6, se a 5 ©) min(z +8;1-2z) <4 4) min(x +3;1- 22) >5 66) Determine os valores de a e b para os quais a equagio ax -+1= +b: a) possui uma tinica soluglo; 1) nao possui solugio; ©) 6 satisfeita por qualquer valor de 2. 7) Um estudante em férias observou que durante d dias: i) choveu 7 vezes, de manha ou de tarde; ii) houve 5 manhas sem chuva hhouve 6 tardes sem chuva. Caleule d, 8) Pneus novos, quando usados nas rodas dianteiras, duran 40,000 lan e, quando usados nas rodas trasciras, duram_ 60.000 km. Com um jogo de 4 pneus novos, ¢ fazendo um rodizio adequado entre eles, qual o niimero méximo de quilémetros ‘que um carro pode percorrer? 9) Qual seria a resposta do problema anterior se houvesse 5 pneus novos? 10) Eu tenho o dobro da idade que tu tinhas quando eu tinha a idade que tu tens. Quando tiveres a idade que eu tenho, juntos teremos 135 anos. Qual 6 a minha ‘dade? 11) Bareas fazem a travessia Rio-Niter6i em 20 minutos e aerobarcos, em 15 mi- tos. A que horas o aerobarco que sai do Rio as 10h dmin aleanga a barea que do Rio as 10h? 6 Bimeweicdon oreo 12) Barcas fazem a travessia Rio-Niter6i em 20 minutos e aerobareos, em 15 mic rnutos. A que horas 0 aerobarco que sait do Rio as 10h 6min se encontra com a bbarca que saiu de Niter6i ais 10h? 13) Em um teste de 25 questies, cada acerto vale 4 pontos ¢ cada erro vale ~1 onto. Daniel respondeu todas as questdes e marcou 65 pontos. Quantas questes acertou? 14) Dus velas de mesmo comprimento so acesas simultaneamente. A primeira queima completamente em 4 horas e a segunda, em 3 horas. Depois de acesas, em quanto tempo uma delas teré o triplo do comprimento da outra? 15) Um garoto brinca na escada rolante que sobe do primeiro ao segundo piso de um centro comercial, Quando sobe caminhando, ele conta dez degraus ¢ demora 20s para chegar ao topo. Quando desce correndo, conta cingiienta degraus e demora ‘30s para chegar ao pé da escada, Quantos sao os degraus visiveis da escada rolante? 16) Um pai deixou uma heranca para seus filhos A, B e C, mas determinou que, Aistribuda a heranca: 4) A desse uma parte do que recebera a Be a C, de modo que os legados de Be dobrassem; fi) depois disso, B desse uma parte do que recebera a Ae a C, de modo que os legados de A e C dobrassem; iil) inalmente, C fizesse o mesmo, de modo que os legados de A e B dobrassem. Cumpridas as determinagées do pai, os filhos verificaram que cada um ficara com 160 mil reais. Qual fora o legado original de cada um? 17) Um bar vende suco e refresco de tangerina. Amos so preparados misturando tum concentrado com agua, na razio de 1 para 3, no caso do suco, e de 1 para 6, n0 caso do refresco. Para preparar 7 litros de refreseo, a que volume de suco devemos adicionar égua? 18) Dois barcos partem simultaneamente de margens opostas de um rio de margens paralelas. Navegam perpendicularmente is margens, com velocidades constantes, ¢ cruzam-se em um ponto situado a 70m da margem mais préxima, Completada a travessia, cada barco péra por 10min ¢ regressa. No regresso, eles se eruzam em. ‘um ponto situado a 400m da outra margem, Determine a largura do rio. 19) Ae B sio duas estagoes consecutivas em uma ferrovia, distantes entre si 3km, De 3 em 3 minutos parte um trem de A para Be de 8 em 3 minutos parte um trem de B para A. Os trens viajam com velocidades constantes e iguais. Um pedestre 32 Equagdes do Primeiro Graut inicia uma caminhada de A para B, ao Indo da via, no exato instante em que um trem esté partindo de A para B e outro trem esta chegando a A vindo de B. O pedestre chega a B no exato instante em que um trem chega a B, vindo de A, e outro trem parte de B para A. No seu trajeto, 0 pedestre encontrou 25 trens enn sentido contrario ao seu e 19 trens no mesmo sentido que o seu, af j6incluidos 05 4 trens citados anteriormente. Determine a velocidade dos trens ¢ a velocidade do pedestre. 20) Benedito chega todo dia & estagio do metro as 17h. Neste exato instante, sua mulher, que dirige com velocidad constante e vem de easa, chega A estacio, apanha-o e leva-o para casa. Um belo dia, Benedito chegou a estacio as 16h e, em vex de esperar pela mulher até as 17h, resolven ir andando para easa. No caminho, encontrou sua mulher ¢ foram de carro para casa, Id chegando vinte ‘minutos mais cedo do que de costume. Alguns dias mais tarde, Benedito chegou 4 estagio do metré as 16h30min e, novamente, em vez de esperar pela mulher, resolveu ir andando para casa. Encontrow-a no caminho e foram de carro para casa. Quanto tempo mais endo do que de costume chegou Benedito? capituLo 3 Equacées do Segundo Grau 3.1 Os dois tipos faceis ‘Um terreno de forma quadrada foi reduzido, da maneira indicada na figura 1, para dar lugar a uma calcada com 3m de largura. No final, sua érea passou a ser de 625m?. Qual era a medida do Indo do quadrado original? nl 625m? 33 Ey Equagées do Segundo Grau Seja 2 @ medida do lado do quadrado original. Apés a redugio, 0 lado do quadrado menor mede «6. Portanto (26)? = 625, edal 2—6 = + V625 = 425, 6425. Assim, os mimeros 7 que cumprem a condigio (x — 6)? = 625 Be x) = 6~25 = 19. Como ~19 nfo é a medida do lado de uum quadrado, a resposta 6 x = 31 ‘A equagéio (2 — 6)? = 625, que acabamos de resolver, encontrando dois valo- res (31 e —19) para a incdgnita 2, é um exemplo de equagio do segundo grau, Apresentada desta forma, é fécil achar suas solugSes. Mas, se desenvolvermos 0 quadrado, a mesma equagiio se escreveré como x? — 12x +36 = 625, ou, equiva- lentemente, 2? — 122 — 589 = 0. So nos depararmos com uma equagao como esta, ‘que também é uma equagao do segundo grau, como poderemos resolvé-la? Se tivermos alguma experiéncia com fatoragio, veremos que 2? — 12 — 589 = (c—31)(x +19). [Adivinhagio? Nem tanto, $6 existem (a menos de sinais) dois modos de decompor 589 como produto de dois fatores: 589 x L ¢ 19 x 31. Por sorte, 19 ~ 31 = -12, logo 2? — 12x ~ 589 = (a"— 31}(x-+19), Por conseguinte, a equagio proposta equivale a (r—31)(2+19) = 0. Ora, 0 produto de dois fatores s6 se anula quando (pelo menos) um desses fatores é zero. Assim, x” —12z~589 = 0 se, e somente se, x ~31=0 on x +19 =0, ou seja, = 31 ou x = 19, Basicamente, 08 mateméticos s6 sabem resolver dois tipos de equagio do se- gundo grau, a saber 1) Equagées do tipo (Ax + B)? = T1) Equagées do tipo (Ax + B)(A'x +B!) = +vi6 = +4, Bou 30 =—5, ‘Um exemplo de equagio do tipo 16 (32+1)? = 16. Entiio 3+1 donde 3 = 4 ~ 1, logo 3z = 4 — 1 ou Br = ~4—1, isto 6, 3c portanto as raizes da equagio dada so 21 = 1.¢ 2 = ~5/3. E claro que uma equagiio do tipo (Ar + B)? = C, com C <0, niio possui solugéo real pois 0 quadrado de um nimero real nfo pode ser negativo. Se C = 0, (Az +B)? =0> Ae +B =0- 2 =—B/A (uma s6 raiz). Um exemplo de equagio do tipo II 6 (2 +1)(8 2) = 0. Entio deve-se ter 224-1 =00u 32~2= 0, isto 6, x = -1/2 ou x = 2/3, As raizes da equacio dada sho 21 = -1/2 6.25 = 2/8. Par ire 3.2 Fatorando o trindmio 35 3.2 Fatorando o trinémio Eo que fazem os matemsticos quando se deparam com uma equagio do segundo gran que no se enquadra em nenhum dos dois tipos acima? Desistem? Nao. Substituem a equagéo dada por outra que Ihe seja equivalente (isto 6, possua as ‘mesmas raizes) ¢ seja do tipo I ou do tipo Il. Bsclaregamos. Comecemos observando que se az? + bx + € um trindmio do segundo grau centdo a 0, portanto a equagao do segundo gran az + br +e=0 é equivalente a2?+r+£=0. Assim, sempre que for conveniente, podemos supor que a ‘exmagio do segundo gran tem a forma 2? + px +9 =0, onde p=b/ae q= c/a ‘Como se faz para escrever a equacdo 2? + pr +q = 0 sob a forma (2:— a(x 8) = 0? Resposta: fatorando o trindmio 2? + px +q. Como (x — a)(x— 8) = 2? —(a+8)r-+a¥, para fatorar 0 trindmio 2? + per + q, devemos achar niimeros 4,8 tais que a +8 = —p caf = q. Em casos escolhidos a dedo, isto é facil de fazer. Por exemplo, 2? (© —2)(2 ~3) porque 2+3=502-3=6, Ha casos em que a fatoragio 6 obvia. Isto ocorre notadamente quando se tem uma equagao dos tipos chamados incompletos: 2? + pr = 0 e a? — q = 0. Byidentemente 2? + pr = 2(x +p), logo tem-se 2? + px = 0 se, ¢ somente se, = =0ouz=—p. A equagio incompleta 2 —q = 0 nio possui solugio quando q 6 negative. Mas se q > 0 entio q = r?, onder 6 a raiz quadrada de g, logo podemos escrever 2? —q = 27-1? = (x—r)(x+r) ea fatoragio esti feita: as ratzes de 2 —9=0siore~ ‘Mas nem sempre ¢ to fécil fatorar 0 trindmio 2? + px +g. ‘Tentemos, por ‘exemple, achar a ¢ 8 tais que 2? —2—1 = (x~a)(2—B). Devemos ter a+ @:8 = -1, B claro que a e nao podem ser nrimeros inteiros. Na verdade, neste caso eles s80 « = (1+ V5)/2 © 8 = (1 — ¥5)/2. Nao € pritico procurar resolver wequagio 2? + pr +q=0 fatorando o primeiro membro, salvo em casos simples, ‘mesmo quando p e q sio inteiros. Mas nfo custa tentar: ao nos depararmos com uma equagio como 2? — 3r-+2 = 0, vemos logo que 2? ~ 32-+2 = (x—1)(x-2) pois 1+2=3e1-2= Vimos aca que, para efetuar a fatoracéo 2? + px +9 = (e ~ a)(z~f), dovemos encontrar nfimeros @ ¢ f tais que a+ 9 = —pe a8 = 4. O problema de achar dois nimeros conhecendo a sua soma e 0 seu produto 6 muito antigo. De fato, ele foi resolvido pelos babilonios hé cerca de 4 mil anos. Tabletes cuneiformes ‘encontrados em escavagées arqueoldgicas sugerem que a solugéo desse problema Logo, suas ralzes so 1 ¢ 2. a Equagies do Segundo Grau {oi encontrada da maneira como mostraremas a seguir. Inicialmente faremos uma ligeira mudanga de notacio. Sio dados dois mémeros s€p (soma e produto) ¢ procuram-se ntimeros a, tais que a+ = s ¢ a-f =p. Nio conhecemos ainda a ¢ § mas sun média aritmética (a + §)/2 = s/2€ conhecida ¢ & equidistante de a e f, isto 6, se admitirmos que a < 8 entio 5/2 —a = 8 ~ s/2= (8 —a)/2. Chamemos de d esta diferenga comuna, Entéo, 0 problema de encontrar os dois nfimeros a € # reduz-se a procurar 0 tinico mimero d. De fato, se conhecermos d, teremos a= (3/2) — de 8 = (8/2) +4. a «4.5 Ss s/2 Figura? Ora, sabemos que Logo b=54d Estas silo as rafzes da equagdo do segundo grau x?~sx-+p = 0. Com elas podemos efetuar a fatoragio 22 — sx + p= (2—a)(z— 8). Observemos porém que o problema de achar nimeros reais a8, cuja soma 8 = a+ fe cujo produto p = af so dados, as vezes no possui solugio. Por exemplo, néo existem niimeros reais a, 8 tais que a+f = 2¢ a-f = 5. Com efeito, como o produto desses néimeras & positivo, eles devem ter © mesmo sinal. Sendo a soma 2 positiva, ambos so positives e menores do que 2. Entio seu produto seria ‘menor do que 4; nunca igual a 5. Examinando as formulas 3.2 Fatorando 0 trindmio Ed ue fornecem os niimeros a < tais que a+ = 8 ¢ aif = p, vemos que o problema de encontrar dois nimeros couhecendo sua soma e seu produto tem solucdo se, € somente se, s*— 4p > 0, jé que esta exprestiio ocorre sob o sinal de raiz quadrada, ‘No exemplo acima, com s = 2.e p = 5, temos s?— 4p =4~20 = -16 <0, por isso nao existem nimeros reais a, 8 tais que a+ 8 =2.¢ a8 Noutro caso, que mencionamos antes, a equagio «? — x — 1 = 0 corresponde <1. Aplicando as formulas, 14+ v5 2 Jogo a?—2—1 = (2 — 1598) (x - 498), como haviamos afirmado anteriormente As formulas que nos dao os nimeros @, 8 tais que a-+ 8 — se af = pconduzem imediatamente a solugao da equacao geral do segundo grau ax* + be +¢ = 0 (com a#0). De fato, podemos eserever a achar nimeros a, 8 tais que +f =1ea:8 ‘ebtemos or the vema(er+ bee 8) = 02? — ax +p) onde s = ~b/aep = c/a. Vemos que az*-+hr-+e= Ose, esomente se, 2?—se-+p = 0. Logo as raizes da equacio ax” + br +¢ = 0 so os nimeros a8 cuja soma 6 a+ = 5 = -b/a6 eujo produto 6 a8 = p = c/a. Aplicando as formulas a= (o— Via ap) (20 8 = (++ Ve =H} 2, a sbsitugso ¢ = Pac p= c/a nos dio imediatamente —b~ VP =tae Vi Tae ° 2a eee Estas formulas tradicionais poem em destaque o nimero A = b?—dac, chamado © discriminante da equagio az? + br + = 0. Do seu sinal depende a existéncia de raizes reais. Quando A > 0, a equago dada possui duas ratzes reais disti Quando A < 0, a equacdo nao possui raiz real. E, se A = 0, temse a= fea equagio possui uma s6 raiz, igual a ~b/2a, chamada uma raiz dupa. Como exemplos, consideremos as equagbes 92° — 21e-+ 10 = 0, 2? +2-+ =00 4z?—122 +9 = 0. Os discriminantes destas equagdes sio respectivamente A = 81, = -3¢ A =0, Portanto a primeira admite as rafzes a = (21 ~ VBI) /18 = 2/3 B= (21+ VBl) /18 = 5/3, a segunda niio possi raiz real e a terceira tem a raz dupla ~b/2u= 12/8= 3/2 38 guages do Segundo Grau Eserevendo s = —b/a ¢ p= ¢/a, para indicar a soma e o produto das ratzes da equagao ax? + be + ‘rts we? thepena(strtes’) aot —atn Se as raizes da equagio dada forem a e §, temos a? —sx-+p = (x—a)(z—B), portanto az? + be += ale —a)(x~ 8) Esta expresso chama-se a forma fatorada do trindmio az® + be +c. Assim, considerando os exemplos acima, podemos escrever 5 2 5 ox? 212 +10=9(2-5) (2-5 © dx? 122+ 9= A(e~ 3/2). Jé.2?-+2+1 néo pode ser decomposto como produto de fatores do primeiro grau (reais) pois se tivéssemos x?4-2-+1 = (Ar-+B)(A’r+B’) a equagéo 2? +241 =0 admitiria as ratzes reais a = —B/A e 8 = —BY/A! 'A seguir, apresentaremos problemas que envolvem equagées do segundo grau. Problema 1. Meu vizinho, com 20m de cerca, construiu um cereado retangular de 32m? de rea, utilizando seu muro como um dos lados. Quanto medem os lados dese retangulo? 20-2 Figura3 Seja x a medida comum dos lados do retangulo que tocam o muro. O outro Indo mede entio 20-2. Como a rea 6 32m, devemos ter 2(20~ 222) = 32, logo 20: — 2? = 32, ou seja, 22% ~ 20r +32 = 0. Simplifieando: 2? - 102 +16 = 0. Sem necessidade de formula, vemos que as ratzes desta equagio do segundo grau 3.2 Fatorando o trinomio = sii a= 2 € 9 =8, pois estes so os mimeros caja soma é 10 e cujo produto 6 16. Assim, 0 cercado do meu vizinho pode ser do tipo 2mx16m (se usarmos a raiz c= 2) ou entéo Smx4m (tomando a rain § = 8). Néo se pode dar resposta mais precisa Problema 2. Fiquei pensando... Seré que meu vizinho nao poderia, ainda usando ‘© muro como um dos lados, fazer umm cereado retangular com 32m? de fea, porém usando uma cerca menor? ‘Vejamos: seja ¢ o comprimento da cerca. Com a mesma notagio usada acima, temos x(c— 22) = 32, logo 22 — er +32 = 0. O diseriminante desta equagio € A= c? — 256, A fim de que cla posiua (pelo menos una) raiz real, devemos ter 4.20, ou seja, c? > 256, portanto © > 16. Assim, o menor tamanho de cerca que ‘encerra uma érea retangular de 32m?, usando o muro como um dos lados, & 16x. ‘Tomando Jogo admite a raiz dupla x = 4. Assim, o meu vizinho, construindo um cercado ‘ipo dmx8m, utilizando o muro como um dos lados, teria ainda 32m? de dea mas gastaria apenas 16m de cerca, ¢ nio 20m como o fez Atencio, Quando escrevemos que 0 cercado é do tipo 4mxfm estamos admitindo (implicitamente) que 4m éa medida do lado que toca no muro. Este tipo de cercado usa apenas 16m de cerca. J4 0 retdngulo do tipo 8mx4m, embora seja congruente ‘0 anterior, usa apenas 4m de muro, logo requer uma cerca maior. Problema 3. Comprei algumas garrafas de um bom vinho por 540 reais. Por ter obtido um desconto de 15 reais no prego de eada garrafa, consegui comprar 3 garrafns a mais do que previra originalmente. Quantas garrafas de vinho comprei? Inicialmente, o preco de cada garrafa era p e eu compratia 2 garrafas, pagando © total pr = 540 reais. Tendo obtido o desconto, o prego da garrafa passou a ser P15 e, com isto, consegui comprar x +3 garrafas pelo mesmo valor total. Logo (p=15)(2+3) = 540. Levando em conta que p = 540/z, temos (2 — 15) (2+3) = 4340. Efetuando o produto e simplificando, chegamos & equagio = 16, a equacdo 2x*—cr+32 = 0 reescreve-se como 2?—8r-+16 = 0, 2 +30 ~108= ‘eujas raizes siio a = ~12.¢ 8 = 9. Como o prego nao pode ser negative, concluimos que x= 9. Assim, comprei x +3 = 12 garrafas de vinho por 540 reais, logo cada, garrafa me custou 45 reais. Observagéo. Quando, na equagio ax? + br +e = 0, temse ae ¢ com sinais contrérios (comumente a = 1 e ¢ < 0), entito ~dac > 0, logo o discriminate 40 Bquagdes do Segundo Gran A = B? —4ac no pode ser negative. Portanto, uma equagio desse tipo tem sempre duas ratzes reais, de sinais opostos pois seu produto é ¢/a, logo <0, Problema 4. Generalizando o problema com o qual iniciamos nossa exposiglo, tomemos tm quadrado de lado x, do qual recortamos um bordo de langura uniforme ‘a, restando um quadrado menor, cuja érea é 6, Calcular 2. Figura 4 ‘Temos (x — 2a)? = I, portanto x — 2a = 4b ¢ = 2a b. Naquela ocasiiio, ‘tinhamos 2a = 6 ¢ b = 25, de modo que as possibilidades para x eram 1 = 6-25 “19 (logo deseartada porque o lado de um quadrado nao pode ter medida negativa) £25 =31, que 6 a resposta correta. ‘a= 3, como antes, mas que a area do quadrado em ‘Suponhamos agora que seja r a interior seja.6? = 4, logo b = 2. Entio sonnos conduzidos & equagio (26)? = 4, cu ‘8 e xy —4, ambas positivas. Estamos acostumados a descartar ho méximo, a aceitar duas ra(zes positivas como satisfntorias, js ras so 21 raizes negativas ou, és como no Problema 1 acim. Mas ¢ caro qu, na presente situago,somente wine i fa raiz ¢1 — 4 nio serve porque nio das duuas raizes positivas serve. De fato, 1 posivel recortar um bordo (uma calcada} de largura 3 de um quadrado de lado 4 ‘Observagio. Ao resolvermos um problema, expressando matematicamente as vices que a incognita deve satisfazer, somos condusidos n uma equagio. Cal lando ns raines dessa equagio, vemos que uma delas ¢ o nitmero que procuramos 3.3 Completando © quadrado a e outras“niio servem”. Serio esses valores supértiuos e descartaveis uma deficiéncia do método matemético? Certamente nfo. Se examinarmos detalhadamente nossa seqiiéncia de raciocinios, que vio do emmeiado do problema a equagio, veremos que se trata de uma cadeia de implicagies, algumas das quais nio sio reverstvets. Elas podem resumir-se assim: “se x € 0 mimero que procuramos entio x 6 raiz da equacio tal”, Se a equagio tem muitas raizes, isto quer dizer que x & uma delas. Mas nada nos autoriza a concluir que qualquer dessas ratzes @ uma solucdo do problema. Pode até mesmo ocorrer que @ equuacio nao possua raives. Neste caso, 0 niimero 2 que procuramos 6 um elemento do conjunto vazio, isto 6, nosso problema nao possi solugio, Isto € 0 que acontece no problema seguinte: Problema 5. Quero fazer um cercado retangular com 22m? de érea, O material que possuo dé para exguer 18m de cerca. Que medidas devein ter os Indos do men retangulo? Se 6a medida de um lado de um retngulo de perfmetro 18, o outro lado mede 92, Como a drea mede 22m?, devemos ter (9-2) = 22, ou seja a? ~9r-+22 discriminante desta equagio € A = 81 —4 x 22 = —7, logo ela no possui raizes reais, Noutras palavras, 0 conjunto dos nimeros reais x tais que 2? —92-+22=0 6 vazio, Assim, o problema nfo tem solugdo. Sua resposta é: nao existe um retfingulo com Area 22 ¢ perimetro 18, (Na verdade, esta resposta jé niio é a solugdo?) 3.3. Completando o quadrado Dissemos anteriormente que, para resolver uma equagio do segundo grau, procura- se reduzi-la a um de dois tipos bésicos: quadrado de um binomio igual a uma constante (Tipo I) ou produto de dois binémios igual a zero (Tipo TI). Até agora, tratamos essencialmente do Tipo II. Mostraremos, a seguir, como modificar a equa- io a fim de reduz-la ao Tipo I. Para isso, empregaremos a técnica de completar © quadrado, Sabemos que (a +6)? = a? + 2ab+ 6%. Portanto, a? + 2ab = (a +b)? — 07, Completar 0 quadrado é escrever uma expressio do tipo x? + 2hr sob a forma 2" + 2hr = (a +b)? — b?. Em geral, 0 fator 2 nao aparece explicitamente. Entao faatmo-lo npntvoer: 22 + ba = 22+ 2-4 +, portanto 2? + be = (2 + $)* — (4)?, s Equagées do Segundo Grau : oy? _# ote (ort) 2 ‘Vejamos alguns exemplos de completamento do quadrado: a? + 6x =a? 42-32 = (+3)? — 3? = (2 +3)" ou seja: 2\ 4 -a(e02)'-4 Dada a equagio do segundo gran ar?+-br-+e = 0, vamos usar a técnica de com- pletar 0 quadrado para reduzila a uma equagio do Tipo 1 ‘Temos, sucessivamente: aa? 24 s\4tem 2+ B) tortena(e+2e) exal(x+ 5 ae b («+3) ~Prena(ore Portanto, a equacio a2? + br +e =0 equivale a b)? _ Pdac b)? _ B—4ac a(s+3) ie («+3) a ‘Temos agora uma equagio do Tipo I, equivalente & equagio do segundo grau a2? +br +e =0. Se 0 discriminante A = ¥ ~ dae for negativo, a equagio no sae 3.4 Completando © quadrado 43 tem raizes reais. Se for A = 0 entéo (x + 3)* = 0, logo a equagio possui a raiz Gupla 2 = ~¥/2a, Finalmente, se A > 0 temos suessivamente 2 (+2) B~ toc » erty vO ate ta 2a ere ¢ a equagio dada possui as ratzes reais distintas b+ Va dae 2a, a A identidade otetepena(erh) + cima estabelecda, mostra que, quando a> 0, 0 menor valor do trindmio iz) ar’ + be +06 obtido quando x = —b/2a. Quando a < 0, « +b/2a @ 0 valor de © para o qual (xr) 6 maximo. Por isso, é costume escrever —b/2a = m. Notemos ainda, na identidade acima, que a parcela (4ac~ #)/4a no segundo membro é 0 valor de ax? + bx + ¢ quando 2 = —b/2a, ou seja, 6 igual a (—b/2a) = v(m). Escreve-se k = ¢o(m) = (4ac—6?)/4a, Entéo, a identidade acima assume o aspecto aa? + br +e=a(z—m)? +h, ‘com m = ~/2a ¢ k = (m) = (4ac— b2)/4a. Esta 6 a chamada forma canonica do trindmio y(2) = a2? + be +. 30? + dr — 5 entdo m = -4/6 = -2/3.e k= [4-3 Por exemplo, se (zr) (9) "6 = wtede—sn (043) a0 6a forma candnica do trindmio (2). Ela deixa claro que o menor valor assumido por g(r) divse quando «= —2/3, ¢ € igual a 38/3. 44 Equagies do Segundo Grau 3.4 Inequagiio do segundo grau. (O sinal do triné- mio) Resolver uma. inequagio como 2s? ~ 10x +12 < 0 significa determinar o conjunto dos valores de z para os quais 0 trinOmio 2x? —10z-+ 12 assume valores negativos. Para responder esta questo, comegamos com a forma fatorada do trinémio. Como ‘as rafees da equago 2a” ~ 10x + 12 = 0 sio 3 e 2, temos 2x? — 102 + 12 = 2(2— 2)(a ~3). Como 0 fator 2 6 positivo, o trindmio assume valores negativos quando 0 produto (x —2)(« — 3) for negativo, isto 6, quando os fatores x ~ 2 ¢ e — 3 tiverem sinais ‘opostos. Isto ocorre quando 2 est A direita de 2 e & esquerda de 3, ou seja, quando 2.< x <3, Portanto, 0 conjunto das solugdes da inequagio 2x? — 10r +12 < 06 o intervalo aberto (2,3). Se a inequagao fosse 2x* — 10x + 12 > 0, estarfamos procurando os mfimeros x tais que (x — 2)(t — 3) > 0, isto 6, tais que os fatores x ~ 2 e « — 3 tenham o mesmo sinal: 1 —2e a ~3 sho ambos positives quando « > 3. x-2>0 x-3<0 oe 2 x 3 Figura 5 2~2ex~3 so ambos negativos quando « < 2. x<2 x3 2 3 Figura 6 Se tivermos uma inequagio como ~12z?+20kr =i < 0, onde 0 coeficiente de 2? transformi-la em 122? —20r-+3 > 0, multiplicando-a por —1 ‘6 negativo, pode 3.4 Inequagio do segundo grau. (0 sinal do trinémio) 45 Endo, o coeficiente de x? ¢ positivo, recaindo assim no caso anterior. Resolvendo: ast ane +3= 122-3) (2-9) Mr +3> 0 se, esomente se,z< fou z> 1 3 ey ae + 2 1 3 6 2 oy Evidentemente, podemos deparar-nos com uma inequacio como 2?—62-+9 > 0, onde o discriminante A = 6? — 4-1-9 = 36 — 36 = 0, logo ~b/2a = 3 6 a tiica raiz (dupla) da equagéo 2? — 6r+9 =0. Assim, 2? —62+9= (x3)? >0 para todo a # 3. Se a inequacio fosse x? ~ 6x +9 < 0, entio 0 conjunto das solugdes seria vazio pois o quadrado (x — 8)? nao pode ser negativo para valor algum de 2. Finalmente, pode ooorrer que o discriminante seja negativo, como no caso da inequagio 22? —3r-+5 <0, Neste caso, o trindmio 22? ~ 34 +5 nfo admite forma fatorada. Para estudar o sinal da expressiio 22? — 32 + 5, observamos que, na notagio acima adotada, temos 68 | y_dacn# 40-9 _ 31 da 4 da | Peed 1 Jogo a forma candnica, 2 1)? 3 221 3245=2(2-5) +2 aevs~2(2-}) +9 mostra que o trinmio 22 — 32 +5 assume apenas valores positivos (maiores do ‘que ou iguais a 42), seja qual for o valor que se atribua a x. Portanto, n inequacio 22* — 32+5 <0 niio possui solucao. Ao contrério, todo Br +5 >0. nimero real ¢ ¢ solugio da inequagio 22 46 Equagies do Segundo Grau (Os argumentos acima usados valem em geral e nos permitem enunciar os seguin- tes fatos acerca do sinal do trindmio g(x) = az* + be +c, para o qual escrevemos A= — doc: 1) Se A >0¢ sea <8 sio as raises da equagio az* + br +c = 0 entdo 0 trinémio ax? + bx +e tem 0 mesmo sinal de a quando x esté fora do intervalo (a, 8] ¢ sinal contnirio ao sinal de a quando x esté no interior desse intervalo. Noutrus palavras, plz) > 0 sex . By(z)a<0se acr 0, o trinémio p(x) = ax” +bx +c assume seu valor minimo, igual ak, quando z =m = —b/2a. Se, porém, a < 0, entéio, no mesmo ponto m, o valor k= y(m) é 0 mAximo entre todos os valores (xr), x € R. Fata observasio permite resolver alguns problemas interessantes, nos quais se procurar minimizar ou maximizar uma grandeza que se exprime matematicamente como um trinémio do segundo gran. Vejamos exemplos. Problema 6. Supondo s constante, qual 6 0 maior valor do produto p= 2(s—2) quando & varia entre todos os niimeros reais? fotunndo a multiplicagio, temos p = se incompleta” a? + ax 6 obtido quando x = 4/2. Kntio s~ 2 © maior valor possfel do produto 2(s~ 2). 2, O valor maximo do “trindmio 4/20 p= (9/2) € 3.6 Méximos e minimos a Podemos emunciar este resultado dizendo que “se a soma 2+ = 6 é constante entio 0 produto 2 y méximo quando 2 = y.” Em particular, considerando x e y como lados de um retangulo, podemos afir- iar que entre todos os retangulos cujo perimetro 22+ 2y € dado, aquele de maior fren 6 0 quadrado. Portanto, entre todas as mesas retangulares que permitem 0 mesino namero de cadeiras em volta, a quadrada é a que ocupa a maior érea em sua sala ‘Se x e y sio ntimeros positives quaisquer, eles podem ser considerados como lados de um retangulo R, que tem perimetro igual ao do quadrado Q cujo lado mede (z+ y)/2. Enttio area de R < érea de Q, ou seja, zy < (*$4)". Dai 42 > ay. Noutras palavras: a média aritmética de dois nimeros positivos 6 sempre maior do que a média geométrica desses nimeros, exceto quando eles so iguais, pois 6 claro que (x + y)/2= ey quando Observacao. A desigualdade entre as médias aritmética © geométrica 6 valida para n mimeros positives, porém sua demonstragio 6 mais longa. (Vide “Meu Professor de Matematica”) Problema 7. Se x 6 y so niimeros positives eujo produto zy = p é constante, qual 6 0 menor valor da soma x+y? (Ou seja: de todos os retingulos com a ‘mesina érea, qual 6 0 de menor perimetro?) ‘Temos y = p/x de modo que o problema consiste em determinar 0 menor valor possivel para a soma 2+, com x >0. Bsta soma ¢ 0 dobro da média aritmética centre x e p/x. Como z+ = p, a mésdin geomtrica entre esses dois niimeros € VB, logo vale «+ p/z > 2/9 para todo 2 > 0, valendo a igualdade apenas quando 2 = p/2, ou seja, quando x = yp, donde y = p/x = /p também. Assim, se dois mimeros positives tém produto constante, sua soma é minima quando eles so iguais. Problemas. No retingulo ABCD, cujos lados AB e AD medem respectivamente 10cm e 2em, 0 ponto P se desloca de A para B com velocidade de lem/s ¢ 0 onto @ vai de B para C com o dobro dessa velocidade, Eles partem no mestio instante, Em quanto tempo o triangulo PBQ tera area méxima? Decorrdos t segundos, o ponto P percorreu t centimetros e o ponto Q percorreu 2t centimetros. Nessa ocasifo, a érea do tritngulo PBQ é igual a 3(10—1)2t = 108 ~ # contémotros quadrados. Ela 6 méxima quando t = 5 segundos, do Segundo Grau ee eee 4 D P B o— ¢ Figura 8 3.6 Equacées do segundo grau disfargadas [Alguunas equagies no parecem ser do segundo grau mas podem ser transformadas de modo a sé-lo, Vojamos trés exemplos. Baquagéo fracionéria: 3; + 325 =1 Bliminando denominadores: 22~4+32+3 Raizes: 4) =3+ Vie 22 =3— VT. Equagio irracional: x1 = viz 15. (Pica subentendido que so se considerann valores de z para os qual sea 32 + 15 > 0, ou seja, « > —5.) Elevando ambos os membros ao quadrado: 2 6r—-1=0. 22, on sej (=P = 30415 2? 2p+1=3r+15 a? —5e-14=0 raizes: 1 = Te 2 = ~2, ‘Ambas as raizes sio > —5. Entretanto, substituindo « por #1 € por 32 na equagio dada, obtemos respectivamente =737-1=V3x7+ 16, ov 6 = ¥36. CERTO =29 2-1 = V3-(-2) +15, ou -3= v5. ERRADO ‘Logo, a tinica raiz da equagio x ~1= y3e+15 67. O motivo da exclusio de —2 como rai da equagio dada 6 que a—1 = /3e +15 BI Gries implica (# ~ 1)? = 3¢ +15 mas a reefproca ndo 6 verdadeira: (w ~ 1)? = 30 +15 implica que 2 —1 = Y3z+18 ou 12 = YSE+15. Em outros palavras, toda ‘aia x da equagéo 2-1 = y/Se+ 16 6 também raiz de (2—1)? = 32-+15 mas esta segunda equagio pode ter (e tem) outra raiz ‘Ao tratar de equagies iracionais é da maior importancia ter em mente que, quando A > 0, 0 simbolo VA significa 0 némero positivo C tal que C? = A. Embora vaha também a igualdade (~C)? = A no so escreve ~C = VA quando > 0. Nem se diz. que ~C ¢ uma das raizes quadradas de A. A maneira correta de expressur-se 6 C = VA e -C = —VA (—C € “menos raiz de A”). ‘Assim, por extmplo, a oquacio «/(e-+ 1)? = 2-41, quando oo elevam ambos oe membros ao quadrado, transforma-se enn (+1)? = (x-+ 1)? € temrse a impressio de que ela ¢ satisfeita por todos os ntimeros reais x. Mas, na verdade, deve-se ter £4120, ou seja, ¢ > 1, portanto as solucoes da equagao Ye + IF = 2+1 ‘80 todos os niimeros reais > —1. Equacao biquadrada: B uma equagto do tipo az*+bz?-+= 0. Ela se resolve m xy, que a transforma em ay? + by += 0. Por exemplo, soja x +2? —6 =0. Pondo y= 2°, tomos y? + y— 6 = 0, enjas ralzes sio y, = ~3.¢ yp = 2. Evidentemente, nao se pode ter 3 = 2%, logo as raizes reais da equagéo dada sio os nimeros x tais que 2? = 2, isto & 21 = v2e @_ = —Vv2. Noutro exemplo, temos a equacio x ~ 51? +6 = 0. Pondo y = 23, ela se reduz a y? — 5y +6 =0, cujas raizes sto yx = 2€ ya = 3. As rates da equagio original sio os niimeros 2 tais que 2? = 2 ou 2? = 8, Isto 6, so os quatro némeros a = V3, 22 = —V3, 23 = V9 e x4 = - V5. B claro que se « € raiz de uma equagio biquadrada entio —r também é. 12 claro também que se c <0 entio a equagéo biquadrada ax* + br? +¢=0 possui ‘exatamente duas raizes reais. >" 3.7 Graficos ‘Como vamos estar falando de funcdes f:R > R dos tipos f(x) = az*, f(a ar? + br © f(x) = a2? + be +c (sempre com a # 01), chamé-las-emos de funcdes quadriticas, em vex do “trindmios do segundo gra”. 20 Equagées do Segundo Grau Quando se introduz no plano II um sistema de eixos perpendiculares, as pontos P desce plano passam a ser representados por suas coordenadas x,y, que sio nimeros reais. Escreve-se P = (2,y) ou P(e,y), onde x 6 a abcissa ey 6 8 ordenada de P. Tem-se x > 0 ou x <0 conforme P esteja a direita ou 8 esquerda do eixo vertical. Analogamente, tem-se y > 0 ou y <0 conforme P esteja acima ou abaixo do eixo horizontal Figura 9 gnéfico de uma fungao f: R > R 6 0 conjunto dos pontos P(z, f(z)) que tem abcissa x ¢ ordenada f(x), para todo « € R. © grético da funcio afim, f(x) = ax +6, € uma reta nio-vertical (isto 6, nio paralela ao eixo OY) que corta 0 eixo OY no ponto de coordenadas (0,6) ¢ passa pelo ponto de eoordenadas (1,4), 8.7 Griicos 5 Figura 11 ( grafico da fungio quadrética mais simples, f: R -> R, definida por f(r) = 2, uma curva chamada pardéola. Para distingui-la, chamé-la-emos de pandbola bdsica. Bla tem a forma mostrada na figura 12. Figura 12 Se a > 0, entio o gréfico da fungéo quadrética f(z) = az? tem a forma fapresentada na figura 13, Bssa curva ainda se chama uma pardbola. Ela dé a impressio de menos aberta ou mais aberta do que a parabola bésica, conforme se tenhaa>1ou01a=l 0 0 e € 0 ponto mais alto | ponto de coordenadas (0,0), crigem do sistema de coordenadas, 6 0 ponto | (de maior ordenada) se a <0. Ble se chama 0 wértice da parabola y Se f: RR 6 uma fungio e m €R 6 uma constante positiva, entio o grélico da fungio ++ f(e—m) se obtém do grafico de f transladando-o horizontalmente Por exemplo, se f(2) = coszr, entdio f(2—§) = cos(2—) = cos($—z) = sens. Portanto, o grafico de y — sens se obtém daquele de y = cos. por uma translacéo horizontal de 7/2 unidades para a direita. 7 Figura 16 : ‘Assim, o gréfico da fungio quadrética f(x) = a-(z—m)? é ainda uma parabola, | obtida do grafico de y = ax* por uma translagao horizontal de m unidades. Seu vértice (ponto mais baixo ou mais alto, conforme a > 0 ou a < 0) 60 ponto (m,0) do cixo OX. a Eiquagdes do Segundo Grau Dada uma constante k, o grafico da fungio y= f(z) +k se obtém a partir do sréfico de y = f(c) deslocando-o verticalmente de k unidades, para cima ou para baixo, conforme seja k > 0 ou k <0. ‘ ¥, ye aten)? 0 a Figura 17 Portanto, o grifico da fungio quadrética f(2) = a(2—m)?-+k é uma pardbola, obtida a partir do grifico de y = ax® deslocando-o de m unidades na horizontal ¢ kk unidades na vertical, de modo que seu vértice ¢ o ponto de coordenadas (m, ). Ora, qualquer fungio quadrética f(2) = ax? + br + ¢ pode ser escrita sob a forma candnica f(2) = a(2—m)? +k, logo 0 gréfico de toda fungio quadraticn ¢ uma parabola, Por exemplo, o gréfico de f(z) = x?—6+5 6 uma parébola com a concavidade voltada para cima, com vértice no ponto (3,—4). ‘Tem-se m= 3, k=—4. As raires da equagio 2? — 62 +5 =0 sio 1e 5. Logo, o grifico de f(z) = 2? — 62 +5 corta © eixo horizontal OX nos pontos de abcissas 1 ¢ 5. Note que m = 3 6a média aritmética entre 1 5. sto ¢ geral: como m = —b/2a e a soma das raizes da equagio ax? + be -+e=0 & -B/a, sempre que esta equagio admite duas raizes distintas a ¢ fo vértice da pardbola que ¢ 0 gréfico de y = az? + be +¢ tem abeissa m = —b/20 = 4(a+ 8), logo 0 ponto (m,0) 6 equidistante dos pontes (a,0) e (8,0). Bstes so 3.8 Bxereictos 3 y= alam)? He year (08 pontos em que a parabola corta 0 eixo horizontal OX. Se a equagio ax?-+br-e = 0 nfo admite ratzes reais, entio o gréfico da fun¢io = az? + be +c nao corta 0 eixo OX. B, finalmente, quando a equagio acima Possuii uma raiz dupla, a pardbola-grafico tangencia o eixo horizontal no ponto de abcissa ~/2a. Em todos os casos, a parabola y = ax? + br + corta o eixo vertical OY no onto de ordenada c. 3.8 Exercicios 1. Mostre que toda equacio do Tipo I, com ¢ > 0, pode ser escrita como uma equagio do Tipo I. 2. Duas lampadas, Ae B, uma das quais é 4 vezes mais luminosa que a outra, distam 15 metros entre si, Achar o ponto da reta AB que 6 iluminado igual- ‘mente por ambas. (A luminosidade num ponto é diretamente proporcional & intensidade da fonte e inversamente proporcional ao quadrado da distancia, esse ponto a mesma fonte.) 3, Determine, conforme os valores atribufdos a m, quantas so as rafzes da equagio 2” ~ 62+-m—1=0. Equagies do Segundo Grau Figura 19 4, Resolva as equagies: aa? +e-1 3x? +100 +8 5 = +5, eI zt? 5. Determine o(8) valor(es) de m de modo que a equagio Ba (mtie+1=0 (@) tenha uma raiz real dupla; (}) no possua raiz real. 6, Para quais valores de m en as equagdes 2? ~ mz +m—n=0e 32?— (m+ 6)z-+1—n=0 tem as mesinas raizes? 7. Resolva a equagio 2° — 822 + 12x = 8. Quais so os pontos da reta y = 2x +3 cuja ordenada ¢ quadrado da abeissa? 3.8 Exercicios a art bx te BP. ac =0 x Figura 20 9, Resolver a equacio 2+ 2VE—a = 4, 10. Resolva as equagées Vet =VPFR—8 Vir—b=2-3. LL, Sejam f(x) = az? + br +ce g(x) = a's? +¥r+e, Se existe or tal que f(a) = g(a) = f(8) = 9(8) = 0, prove que f-8 12, Determine os valores de x para os quais se 32 > 4543, Idem para £53 lee le e > b = ‘A demonstragéo que usa semethanga Exta talver seja a demonstragio mais freqiiente. [A partir do um triangulo ABC, retingulo em A, tragamos a altura AH e verifica- tos que 0s triingulos AHB e AHC sao semelhantes ao trisngulo ABC. 4 Da semelhanga dos triangulos AHC e ABC temos U = am e da semelhanga dos trimgulos AHB e ABC temos c? = an. Somando essas duas relagdes membro a ‘membro, encontramos: Pee man =a(m+n)=a-a Esta demonstragio ¢ a mais freqiiente hoje nas escolas porque permite, com wm ‘inieo © pequeno esforgo, no s6 demonstrar 0 Teorema de Pitagoras de forma bastante simples, como também encontrar as relagies importantes do triangulo retangulo. Além das duas que deram origem & demonstragio do teorema, obtemos ‘a relagio be = ah, que também se interpreta com o coneeito de area, ¢ h? = mn, acs 1 seas eee cas eee que revela 0 importante fato de que a altura ¢ média geométrica entre as projegdes dos eatetos sobre a hipotennsa A demonstragio de Perigal Henry Perigal, um livreiro de Londres, publicou em 1873 a demonstraglo que se pode apreciar na figura abaixo. Trata-se da forma mais evidente de mostrar que a soma das éreas dos quadrades construidos sobre os eatetos proenchem o quadrado construido sobre a hipotenusa, Perigal corta o quadrado construfdo sobre © maior cateto por duas retas passando pelo seu centro, uma paralela & hipotenusa do tridngulo ¢ outra perpendicular, dividindo esse quadrado em quatro partes congruentes. Essas quatro partes, mais 0 quadrado construfdo sobre o menor eateto, preenchem completamente 0 quadrado construido sobre a hipotenusa. A figura 6 linda, mas devemos provar que a regifio que fica no interior do quadrado 8 0 Teorema de Pitdgoras 445 Terospitagirioe ® smaior 6 reatmentn congrumis com a quadraio mors Hota eo exerci Ldn c ‘nossa lista. I Cs al ® [ 4.4 A recfproca do Teorema de Pitagoras | A pergunta agora é: se a, be ¢sio reais positives com a? = 8? +c? seré.o tridngulo pacer = B de lados a, b, e ¢ retangulo? Intuitivamente, pensamos que sim. Mas, devemos demonstrar isto. Consideremos entao um triéngulo ABC com AB = c, BC =ae CA=b. 12 caso: A < 90° Imaginemos que b < c. Assim, 0 ponto D, projegao de C sobre AB, cai no interior do lado AB. Sejam AD =e CD =h. G . G 4a De a Como o triangulo ADC é retangulo, temos 6° = h? + 2? Como o triangulo BDC ¢ retfngulo, temos: a=W 4 (c— 2)? -2940 Qn ta? a? = 4 —2er ou seja, a? < B84 2 2° caso: A> 90 Agora, 0 ponto D ea fora do lado AB. Os mesos célculos que fizemos no caso anterior nos levam a a’ ou seja, a? > b +c, P+ ct + er, ‘Demonstramos entio que em um tridngulo ABC, de lados a, b ¢ ¢, A=W aa =P +e A< Wa a WP a >P 4 4.5 Ternos pitagéricos 0 triangulo de lados 1, 3 ¢ V0 6 retangulo? Sim, pois (VT0)? = a? +3, Durante toda a historia antiga e mesmo até hoje, temos curiosidade em encontrar ‘tridngulos retangulos cujos lados so medidos por niimeros inteiros. ‘Todos nés sabemos que 0 triangulo de lados 3, 4 ¢ 5 6 retangulo, mas voe® sabia que 0 triangulo de lados 372, 925 ¢ 997 6 retangulo? Possivelmente nao, Este ¢ inclusive © tritngulo retangulo de maior perimetro que tem laos menores que 1000. Nossa curiosidade nos leva a seguinte pergunta: “Como encontrar tringulos retangulos cujos lados tenham medidas inteiras?” Definigio: Sendo a, be inteiros positivos com a > b e a > e dizemos que (b,e,2) 6 um terno pitagorico se a? = 62 + <2 Assim, (3,4,5) e (5,12, 18) sio exemplos de ternos pitagéricos. Um temo pitagérico (6,c,a) 6 chamado primitivo, quando b e ¢ so primos entre i, ou seja, quando mde(,¢) = 1. Assim, (8, 4,5) 6 um terno pitaggrico primitive, ‘Naturalmente, qualquer terno da forma (3k, 4k, 5k) com k inteiro e maior que 1 6 ‘também pitagorico mas nao primitivo. n 0 Teorema de Pitsgoras ‘Uma formula que gera ternos pitagéricos Sendo m e m inteiros positivos com m.> nm, considere: 2 bam’ m+n mi, c=2mn, a ‘Veja que (b,c,a) € um terno pitagérico pois: P+e )? + (2mn)® = mt nf + tn? = (m? + n?? = ‘Assim, para qualquer escolha de nimeros inteiros m-¢ n, 0 terno (b,c;4) & pitags- rico, Por exemplo, para m = 7 en = 4 encontramos 0 terno pitagérico (33,56, 65). Observe que, se nesta formula voce atribuir para m ¢ n valores ambos pares ou ambos fmpares, voct encontraré um terno pitag6rico nfo primitive pois todos os termos do terno serio pares. Se a sua escolha de m en conduair a valores do be que sejam primos entre si, voc® encontraré um terno pitagérico primitive. Esta formula é atributda a Plato (séc4, a.C.) mas existem outras que voce vers nos exercicios. 4.6 Generalizando o Teorema de Pitagoras (0 Teorema de Pitagoras afirma que a érea do quadrado construido sobre a hipote- ‘usa de um triangulo retangulo 6 igual a soma das éreas dos quadrados construfdos sobre os catetos. Imaginemos, agora, figuras semelhantes quaisquer construidas s0- bre os lados de um triangulo retangulo. Sejam entéo A, B e C as Seas de figuras semelhantes construidas sobre a hipo- tenusa a e sobre os eatetos 6 e c de um triangulo retangulo como mostra a figura cima Sabemos que a razio entre as Areas de figuras semelhantes ¢ igual ao quadrado da razio de semelhanca. Entio, WA Bey “in Portanto, 46 Generaizndo o Teorema de Pitégoras Pela propriedade das proporgdes, como a? = b* +c, coneluimos que A= B+ C. Isto quer dizer que, se figuras semelhantes sio construidas sobre as Iados de um tridngulo retangulo, @ drea da figura construtda sobre a hipotenusa é igual a soma das dreas das figuras construidas sobre os catetos. Esta 6 a primeira generalizagio do Teorema de Pitagoras, ‘Uma Altima demonstragio ‘Vamos mostrar agora uma diltima e curiosa demonstragao do ‘Teorema de Pitégo- ras, usando o fato de que as éreas de figuras semelhantes so proporcionais aos quadrados de elementos homélogos, como acabamos de ver. A figura a seguir mostra um tridngulo retdingulo de rea A e um retdngulo cir- cunscrito tendo por base a hipotenusa do tritngulo. s trifingulos sombreados que esto sobre os catetos tem éreas Be C’, siio ambos 2 © Teorema de Pitagoras semelhantes ao tridngulo retngulo maior. Portanto, A_B_C 4-- Mas a area A do triangulo maior é a metade da drea do retangulo circunscrito. Logo, 6 jgual & soma dos dois trifngulos menores. Pela propriedade das proporgdes, se A=B+C, entdo a? = 0 +2. 4.7 Exemplos ¢ aplicagdes Exemplo 1 Determine o raio da circunferéncia circunscrita a um tridngulo isosceles de base 8 e altura 10. Solugao: Observe a figura a seguir, onde BC = "No" Seja O 0 centro da circunferéncia circunserita ao tridngulo ABC. Como devemos ter OB = OC, o ponto O esta na mediatriz de BC, ou seja, a altura AM. Como também devemos ter OA = OB = R, 0 trigngulo retangulo MOB resolve 0 nosso problema. Re ? + (10- RY? o que dé R=5,8. Exemplo 2 - O Problema de Hipécrates var te: 4.7 Exemplos ¢ aplicagdes B A figura a seguir mostra um tridngulo retfingulo e trés semicircunferéncias tendo 0s lados como difmetros. Mostre que a soma das éreas das duas “Iiimulas” é igual firea do trifngulo, Solugao: Sejam: T a érea do tridngulo, P e Q as areas das linulas e Ue V as areas das ‘outras duns regides. Como a frea do semicirculo construido sobre a hipotemusa é igual a soma das reas dos semicitculos construidos sobre os catetos, temos T+U+V = P+U+Q+V, ou seja, T= P-+Q, como queriamos demonstrar. Exemplo 3 - A distancia entre dois pontos na Geometria analitica. Em um sistema de coordenadas com eixos perpendiculares, qual éa distancia entre (08 pontos A= (¢1,41) € B = (2,12)? Solugao: Construindo o trifingulo ACB com catetos paralelos aos eixos, temos AC 2|€ CB =|y—ys|. Aplicando 0 Teorema de Pitégoras, a distancia entre Ae B é (A,B) = (@2 = 21)? + (2 — n)?. um © Teorema de Pitdigoras Exemplo 4 - A condiglo de perpendicularismo Em um sistema de coordenadas de origem O, so dados os pontos A= (21,11) © B = (x2,y2). Se os segmentos OA e OB sio perpendiculares, que relacéo existe entre as coordenadas dos pontos Ae B? Solugao: O Teorema de Pitégoras no triangulo OAB diz que: (dA, BYP = [a(0, AYP + [a(0, BYP. Portanto, (ea — a1)? + (va)? = (21 — 0 + (04 = 0)? + (a2 — OF + (2 OF. Desenvolvendo e simplfieando, encontramos a bela relagio 202+ nye = 0. 4.8 O Teorema de Pitagoras no espaco 6 4.8 O Teorema de Pit4goras no espago Teorema de Pitégoras se estende naturalmente ao espago de trés dimensdes quando imaginamos um bloco retangular (paralelepfpedo retangulo) e sua dingo- nal, Na figura acima, vemos um bloco retangular, tendo na base um retangulo de medidas a e 6, altura c e diagonal de comprimento d. A base tem diagonal de comprimento #, que 6 hipotenusa de um tridngulo re- tangulo de catetos a e 6. Logo, 2? = a? + 8. No plano vertical que contém a dingonal, vemos um outro triangulo retangulo com hipotenusa d, ¢ catetos 2 ¢ ©, Logo, d? = x? +c? e, com uma simples substituigio, temos Path +e Exemplo 5 0 ponto P esté no interior de um triedro tri-retangulo de arestas OX, OY e OZ. Se POX = POY = 60°, quanto mede o angulo POZ? Solucio: ‘Veja a figura a seguir. Tragando por P planos paralelos aos planos OXY, OY Z © OXZ, formamos um bloco retangular cuja diagonal ¢ OP. Sejam OA = a, OB =b,0C =ceOP=d. ‘Vamos resolver 0 problema geral. Suponhamos que POX POZ =+. Que relagio existe entre esses trés angulos? Observe bem a figura. A face do paralelepipedo que contém P ¢ A (a face da frente) € perpendicular a OX. Logo, o tridngulo AOP ¢ retangulo em A e, portanto, a, POY = fe cosa = §) A face do paralelepipedo que contém P e B (a face lateral direita) é perpendicular a OY. Logo, o triangulo BOP 6 rethngulo em B e, conseqiientemente, cos 3 6 © Teorema de Pitdigoras ‘A face que contém P e C (a face de cima) 6 perpendicular a OZ. Logo, o triingulo COP é retangulo em C e cos = §- Como a? +b? +2 = a2, temos, dividindo tudo por ¢, ee 2 eRe ou seja, cos? a+ cos? f+ cos" Esta 6 a relagao entre os trés angulos. 2 2 1 ‘No caso particular que a = 8 = 60°, temos (3) + (3) + cos? y = 1, 0 que da 3 wor oun 1-8 ee eee Para terminar, considere novamente um triedro tri-retangulo de vértice O, cortado por um plano qualquer, formando o tetraedro OABC com OA = a, OB = be OC = c, como mostra a figura a seguir. 48 O ‘Teorema de Pitégoras no espago 7 Sejam: area de ABC = S, rea de OAB = S}, frea de OBC = Sp ¢ area de OCA = Ss, ‘Vamos demonstrar que o quadrado da area de ABC 6 gual a soma dos quadrados das freas dos outros trés triangules. Inicialmente, observando a figura acima, tragamos um plano que contém OZ e & perpendicular a AB. Esse plano cortou AB em HT e, conseqiientemente, tanto OH quanto CH séo perpendiculares a AB. Fagamos OH = xe CH =h. A seguir, lembre que, em umn tridngulo retdingulo, o produto dos eatetos 6 igual ao produto da hipotemusa pela altura a ela relativa. Portanto, no triangulo retangulo OAB ,a-b=AB-z. AAs reas dos quatro tridngulos so: AB ab 7 Portanto, (50)? + (9 = (89)? j [ase P +e? +H) = j[An? +2 AB] AB? 1H? F #. 2 e+e) © Toorema de Pitégoras Provamos entio que S? = S}-+53-+3, que ¢ mais ume generalizagio do Teorema de Pitagoras. Mas isto se estende ainda mais. Na verdade, se uma figura plana qualquer 6 projetada om txés planos perpendiculares dois a dois, 0 quadrado da drea dessa figura 6 igual @ soma dos quadrados das éreas das trés projodées. 4.9 Exercicios 1) Mostre que, na decomposicao de Perigal, 0 quadrado que fica no meio do quadrado construido sobre a hipotemusa é igual ao quadrado construfdo sobre © menor cateto. 2) Determine todos os tridngulos retaingulos cujos lados so inteiros e esto em ‘progresséo aritmética. 3) Se be c sio 08 catetos de um triangulo retangulo de hipotenusa « e altura 1h, mostre que b+e mC OR, Sendo R 0 ralo da cin io, as rasies By o Fp Ro raio da circunferéncia, as raxdes $% © Fa, quando n cresce, vio se sproximando, uma por uun lado e outra pelo outro, de, ou sea, de x. Veja, seguir, estas aproximagSes para alguns valores de n. Baer 32130 315067 314609 Saaz Bae 3167 @ Eg # 1 a Repare, no quadro acima, que os valores das duas eolunas vio se aproximando. Porém, para poligonos de 384 lados, 56 conseguimos certeza nas trés primeiras decimais. O niimero 7 é um nimero irracional aproximadamente igual a 3,1416. © uso da letra grega 7 para representar a razio entre o comprimento da circunferéncia o seu diametro devese a Buler, que a adotou em 1737, Mas esta razlo sempre fascinou matemiticos e curiosos em toda a histéria. a0 Areas, 5.10 Um pequeno comentario histérico 'A razao entre 0 comprimento da circunferéncia e seu diametro aparece em diversos textos antigos. Nao de forma explicita mas, em cada caso, & fécil caleular qual seria 0 valor dessa razio. ‘Voce sabia que um valor para r aparece na Biblia? Difteil acreditar, mas ele esté Is, No Velho Testamento (que nio se sabe bem quando foi escrito), no pri- ieito livro de Reis, aparece a descrigéo com detalhes da construgéo do Templo de Salomao. Em certo momento, quando se fala da fundigio de cobre para confecgéo de diversos objetos, tanto estruturais quanto de decoracio, lemos o seguinte: Reis-7.23 - Fez mais o mar de fundigéo, de 10 cdvados de uma borda a outra, redondo ao redor, de 5 cOvados de altura e wm corddo de 30 cbvados o cingia ao redor. Qual € a conclusio? Na Biblia esta. x = 3. ‘Valores melhores para x aparecem em textos mais antigos. Do antigo Bxito conhecemos 0 papiro de Ahmes (1650 aC), guardado hoje no Museu Britanico, que contém muitos problemas de natureza prética. Em um deles, ha a seguinte afirmagio: A Gren de um campo circular de didmetro 9 € a mesma que a de um quadrado de lado 8. ‘sto dé x = 33, que é um valor muito bom para a época. Em outras referéncias do Egito antigo, encontra-se ainda o valor 4(8)* que 6 um pouco melhor do que o anterior, como o leitor pode verifcar. Ainda nesta épocn, os babilonios adotavam o valor 32, que, de certa forma, & comparével com 0 dos egipcios, Estes erravam por excesso © aqueles por falta Durante o tercciro século a.C., a matemética grega desenvolvia-se intensa- mente. Nesta época, Arquimedes consegue a aproximagao 342 0 para cada ¢, além disso, p: +----+py = 1. Uma vez estabelecidos os valores para as proba- bilidades de cada resultado possivel, podemos definir a probabilidade de qualquer evento A (ou seja, de qualquer subconjunto de ©) como a soma das probabilidades dos resultados em A. Mas como encontrar os valores das probabilidades p,? No caso geral, estes valores so obtidos de forma experimental. Mas hé certos casos em que é razodvel supor ue todos os resultados so igualmente provaveis e que, portanto, a probabilidade de cada um deles 6 igual a 1/n. Por exemplo, ao lancar um dado perfeitamente ci- bico nfo hé nenhuma raaio para esperar que uma face aparea com mais freqiéncia que qualquer das outras. Logo, a probabilidade associnda a cada face 6 jgual a 1/6. “Modelos probabilisticos que tém esta caracteristica so chamados de equiproudvets € esto freqiientemente associados a jogos de azar. Nos modelos probabilisticos equiprovaveis, a probabilidade associada a um evento A com p elementos ¢ igual ap-1=2. Muitas vezes se exprime este fato dizendo que a probabitidade de wm evento € igual a razdo entre 0 niimero de casos favoréveis ao evento e 0 niimero de casos possiveis. 8.2 Exemplos Exemplo 1. Qual é a probabilidade de se obter um resultado maior que 4 ao se langar um dado honesto? Solugdo: O espago amostral ¢ 9 = {1,2,3,4,5,6}, com todos os resultados tendo probabilidade 1/6. Desejamos calcular a probabilidade do evento A= {5,6}, que 6 dada por P(A) =2x } = 4 Exemplo 2. Ao langar um dado duas vezes, qual é a probabilidade de se obter 8.2 Bxomplos 137 soma 5? Solugao: O espaco amostral ¢ formado por todos os pares de resultados possiveis Como em cada langamento ha 6 possibilidades, 0 nimero de casos possiveis 6 6 x 6 = 86, todos com a mesma probabilidade de ocorréncia. Destes, aqueles em que a soma 6 5 so (1,4), (2,3), (3,2) e (4,1). Logo, 0 nimero de casos favoraveis| ‘ao evento é 4 e sua probabilidade ¢ 4/36 = 1/9. Exemplo 3. Em uma urna hé 5 bolas vermelhas e 4 pretas, todas de mesmo tamanho e feitas do mesmo material. Retiramos duas bolas sucessivamente da uma, sem repé-las. Qual é a probabilidade de que sejam retiradas duas bolas vermelhas? Solugao: Precisamos, antes de mais nada, encontrar um espaco amostral apropria- do para descrever os resultados dos experimentos. Como tudo 0 que observamos 6.4 cor de cada bola retirada (as bolas de mesma cor sio indistinguiveis entre si), poderiamos ser tentados a escolher 0 espago amostral {vv, vp, pv, pp}, formado pe- los pares de cores observadas. Esta escolha no esté errada, mas nfo é conveniente para a solugéo do problema. O que ocorre € que o modelo probabilistico baseado neste espago amostral no € equiprovivel (¢ dbvio, por exemplo, que duas bolas vermelhas saiamn com mais freqiiéncia que duas bolas pretas, j4 que hé mais bolas vermelhas). Para obter um espago equiprovavel, devemos considerar individual mente as 9 bolas presentes na urna. Ou seja, o espaco amostral 6 0 conjunto de todos os pares de bolas distintas, que tem 9 x 8 = 72 elementos, Como todas as bolas so iguais (exceto pela cor), todos estes pares t0m a mesma probabilidade de sair. Para calcular o nimero destes pares em que ambas as bolas so vermelhas, devemos observar que a primeira bola vermelha pode ser escolhida de 5 modos, enquanto a segunda pode ser qualquer uma das 4 restantes. Logo, o niimero de casos favoréveis é igual a 5 x 4 = 20. Portanto, a probabilidade de que sejam retiradas duas bolas vermelhas ¢ igual a 20/72 = 5/18. Exemplo 4. Pedro e Joio combinaram de langar uma moeda 4 vezes. Pedro apostou que, nestes 4 langamentos, néo apareceriam 2 caras soguidas; Joo aceitou @ aposta. Quem tem maior chance de ganhar a aposta? Solugéo: O espaco amostral apropriado ¢ formado por todas as seqiiéncias po- ssiveis de resultados. Como em cada Iangamento sai cara (C) ou coroa (K), hit 2 possibilidades; logo, o nimero total de possibilidades é igual a 2x 2x 2x 2 16. Todas estas seqiiéncias tém a mesma probabilidade de ocorréncia, jé que o 138 Probsbilidade resultado de um langamento nfo afota os demais e ha 2 mesma chance de sair cara ou coroa, Vamos verificar quais destas seqiiéncias levam a vitéria de Pedro. = Se 86 sairem coroas (KKK), & claro que Pedro vence. = Se 96 sair uma cara (CKKK, KCKK,KKCK,KKKO), Pedro também vvenee. = Com duas caras, Pedro vence nos casos KOKC, CKOK e CKKC. ~ Quando saem trés ou mais caras, Pedro perde. Logo, o nimero de seqiiéncias favordveis a Pedro é igual a 8 e sua probabilidade de vitéria 6 igual a 8/16 = 1/2. Portanto, Pedro e Jodo tém a mesma chance de vitoria Exemplo 5. Qual é a forma justa de dividir 0s R$ 20,00 apostados no problema dos pontos? Solugio: 0 jogador I tem 5 vitoria, faltando apenas uma para vencer 0 jogo. © Jogador IT tem apenas 3 vit6rias, necessitando de mais 3 para vencer. Portanto, para que 17 venga, elo tem que vencer trés partidas seguidas. Ha 2x2x2=8 possibilidades para os resultados destas partidas e apenas um destes 6 favordvel & vitéria de I7. Logo, IT vence com probabilidade 1/8, enquanto a probabilidade de vit6ria de I 6 7/8. Logo, I deve ficar com RS 17,50 e IT com RS 2,60. ‘Uma possivel objegéo quanto solugio acima 6 0 fato de construirmos nosso espaco amostral com base nas trés partidas restantes, quando o jogo pode, na verdade, terminar om uma, duas ou trés partidas. Fizemos isto para obter um espago amostral para o qual o modelo ¢ equiprovavel. Note que usar este espago amostral 6 equivalente a supor que, mesmo que I tenha vencido na primeira ou segunda partida, cles continuam a disputar, como “amistosos’, as partidas seguintes. 6 claro que isto niio modifica, em nada, as chances de vitbria de cada jogador. 8.3 Probabilidades via a Lei dos Grandes Niimeros ‘Vimos acima que a idéia intuitiva de probabilidade de um evento esta ligada & freqtiéncia observada deste evento quando 0 experimento é realizado um grande mimero de vezes. Esta relagio pode sor estabelecida de modo preciso, através de ‘umn teorema conhecido como a Lei dos Grandes Nameros. Embora, por vezes, ela 84 Beercicios 139 niio seja muito bem entendida (veja, por exemplo, o exercicio 7), a Lei dos Grandes Némeros 6 umn instrumento fundamental para estabelecer uma via de mio dupla entro modelos probabilisicos tebticos e os experimentos aleatérios. Consideremos, novamente, o exemplo 5. Uma forma de se ter uma ideia da resposta, do problema seria utilizar uma simulagio da situagéo pretendida. Esta simulagio @ repetida um grande nimero de veaes ¢, através da freqiiéncia de vitbrias de cada jogador, estimariamos sua probabilidade de vitéria, A simulagao pode ser feita manualmente, usando uma moeda (6 uma atividade apropriada para sale de aula: cada aluno repete o experimento algumas poucas vezes e, reunindo todos os resultados, temas uma quantidade razodvel de repetigoes). I posstvel, também, fazer a simuilaglo com auxflio de um computador, através da geragio de niimeros aleatérios. A tabela abaixo mostra o resultado obtido simulando 100 realizagSes do jogo. Tganha na primeira partida | 52 vezes Tganha na segunda partida | 20 vezes T ganha na teresira partida | 13 vezes| TI ganha (na terceira partida) | 15 vezes 0s resultados obtidos mostram, ao mesmo tempo, 0 poder e a limitagéo do método de simulagio. Por um lado, permite estimar que IT tem uma chance de vitéria ‘muito menor do que a de I. Na sinmulagéo que fizemos, IT ganhou em apenas 15% das vezes (0 que esté razoavelmente préximo da probabilidade exata, que é 1/ 0,125). Por outro lado, 0 valor obtido na simulagio é sempre uma aproximacio, cujo erro diminui com 0 niimero de repetigies. 8.4 Exercicios 1) Dois dados sio langados e observa-se a soma de suas faces. a) Quais so os possiveis resultados para esta soma? b) Estes resultados sio equiproviveis? Caso contrario, que resultado & mais provavel? Com que probabilidade? E o menos provivel? 2) Suponha que 16 selegées, entre as quais Brasil ¢ Argentina, vio participar eo um tomeio, Serio formados quatro grupos de quatro selegées, através de 140 Probabilidade sorteio. Qual é a probabilidade de que Brasil ¢ Argentina fiquem no mesmo grupo? 3) Um casal decidiu que vai ter 4 filhos. O que ¢ mais provavel: que tenham dois casais on trés filhos de um sexo @ um de outro? 4) Laura e ‘Telma retiram um bilhete cada de uma urna em que hé 100 bilhetes numerados de 1 a 100. Qual é a probabilidade de que o mimero retirado por Laura seja maior do que o de Tela? E se clas, depois de consultarem 0 imero, devolvem o bilhete A urna? 5) Duas pecas de um dominé comum so sorteadas. Qual é a probabilidade de que tenham um niimero em eomum’? 6) Ana, Joana e Carolina apostam em um jogo de cara-e-coroa. Ana vence na primeira vez que sairem duas caras seguidas; Joana vence na primeira vyez que sairem duas coroas seguidas; Carolina vence quando sair uma cara seguida de uma coroa. Qual é a probabilidade que cada uma tem de vencer? 7) O trecho a seguir foi obtido em um site de Internet que se propoe a aumentar fas chances de vitéria no jogo da Sena (que consiste em sortear 6 dentre 60 dezenas). “Quando afirmamos, por exemplo, que as dezenas atrasadas sio importantes, & porque jé observamos, em nossos estudos, que todas as deze- nas siio sorteadas a cada quarenta testes, portanto, seria «til vocé acompa- nhar ¢ apostar em dezenas atrasadas; voce estaria assim aumentando muito suas chances.” Vocé concorda que apostar em uma dezena atrasada aumenta as chances de vitéria na Sena? 8) Suponhamos que voce possa escolher entre dois jogos para apostar na Sena. (© primeiro aposta nas dezenas 1-3~5~—7~—9~11 € 0 segundo nas dezenas 8— 17-81 — 45 — 49 — 55. Qual voo® acha que tem maiores chances de ser vitorioso? 9) (O Problema do Bode) Este problema foi proposto em um programa de radio nos Estados Unidos e causou um enorme debate na Internet. Em um programa de prémios, o candidato tem diante de si trés portas. Atrés do uma destas portas, hé um grande prémio; atrés das demais, hé um bode. 0 candidato escolhe inicialmente uma das portas. O apresentador (que sabe 84 Exereteios aan ‘qual & porta que contém o prémio) abre uma das portas nao indicadas pelo candidato, mostrando necessariamente um bode. A seguir ele pergunta se candidato mantém sua escolha ou deseja trocar de porta. O candidato deve trocar ou nao? (Uma forma de vooé guiar sua intuigao consiste em simular © problema.).. 10) A China tem um sério problema de controle de populagao. Varias politicas foram propostas (¢ algumas colocadas em prética) visando proibir as famslias de terem mais de um filho. Algumas destas politicas, no entanto, tiveram conseqiiéncias trégicas. Por exemplo, muitas familias de camponeses aban- donaram suas filhas recém-nascidas, para terem uma outra chance de ter um filho do sexo masculino, Por essa razo, leis menos restritivas foram conside- radas. Uma das leis propostas foi a de que as familias teriam o direito a um segundo (¢ dltimo) filho, caso o primeiro fosse do sexo feminino. Deseja-se saber que conseqiiéncias isto traria para a composigao da populagao, a longo prazo, Haveria uma maior proporgio de mulheres? De homens? a) Com auxio de uma moeda, simule a prole de um conjunto de 10 familias Gogue a moeda; se obtiver cara, é¢ um menino, ¢ a familia para por af se der coroa, 6 uma menina; jogue a moeda mais uma. ve © voja 80 0 segundo flho 6 menino on menina). 'b) Retina os resultados obtidos pelos integrantes do grupo e produza esta- tisticas mostrando o mimero médio de criangas por familia, a proporcao de meninos ¢ meninas na populagio ¢ a proporcio de familias que tém um filho homem. © que estes resultados sugerem? ©) Qual @ a probabilidade de que uma familia tenha um filho do sexo rmasculino? Qual 0 mimero médio de filhos por familia? Dentre todas as criangas nascidas, qual 6 a proporcéo de meninos e meninas? uaz capituLo 9 Nogées de Estatistica 9.1 Introdugao No mundo atual, lidamos com uma enorme quantidade de informagio, seja de forma bruta (por exemplo, a lista completa dos municfpios do Brasil com suas populagdes), seja de modo resumido, através de graficos, tabelas ou medidas es- tatisticas. Para que os jovens egressos do sistema educacional possam operar nos dois sentidos deste processo (gerando ow interpretando informagées), ¢ importante que Nogées de Estatistica sejam incluidas no curriculo dos Ensinos Fundamental © Médio. s t6picos abordados deveriam fornecer respostas As seguintes perguntas: '* Como organizar dados em tabelas e gréficos? Que tipos de representagio ‘iio mais recomendados para os diversos tipos de dados? * Como resumir, de forma sensata, a informacao contida em um conjunto de dados através de estatistieas apropriadas? ‘* O que se pode concluir a respeito de um ou mais conjuntos de dados a partir de graficos e estatisticas relativas a estes dados? 3. aa Nog da tates, ‘© Que inferéncias podem ser feitas a respeito de uma populagio a partir de dados relativos a uma amostra desta populagio? Nas segies a seguir, abordaremos os trés primeiros temas, que esto no dominio da, ‘chamada Estatistica Descritiva, O diltimo tema, que constitui o objeto de estudo da Estatistica Inferencial, esté intimamente associado A Teoria da Probabilidade « seré abordado em outra oportunidade, A maior parte dos exemplos que abordaremos aqui utilizaré dois conjuntos de dads obtidos no programa SBM/FAPERJ de Melhoria do Ensino de Matemética, realizado no IMPA. O primeiro descreve os resultados de uma pesquisa de opiniio {eita com os professores participantes do programa, realizada em maio de 2003. As perguntas feitas nesta pesquisa que serdo utilizadas em nossos exemnplos so rmostradas na figura a seguir. Algumas das perguntas foram feitas especificamente para ajudar na geragdo de exemplos (como as que se referem a altura € ao peso dos participantes). Os resultados completos da pesquisa esto na Tabela 1. O segundo conjunto de dados, mostrado na Tabela 2, 6 formado pelas notas obtidas pelos professores em dois cursos oferecidas no programa. se Om Clr ade: anor ‘Altus Pe: rade vit CT sate) Clessasera) C1 pivorintayvivot) ‘Tababacaree pitta? sin Oni ‘Toba nase privat? COsim CO Ni (Quai shoes tom stulments? De que pane de Mateitica mais os? Diigeors C1 comet CI rungses CI action CI sem pert ndemora? C1 zonasat Ozona Nore Ozone dete Couto mucin ‘Ten computer’ Osim Onio De modo ger, qué conus do programa prs seu arnt pes? Citi gande —__rcrande C0. Raivet_ Cl rouca ‘A pesquisa aplicada aos professores A Tabela 1 contém a integra das informagées colhidas junto aos professores. Isto no significa, porém, que os fatos que elas traduzem estejam claros. Hé uma série de perguntas que poderfamos querer formular a respeito dos dados cujas respostas sio dificeis de serem dadas através do simples exame da tabela. Alguns exemplos de perguntas sao: 941 Introdugio us '* Que grande tema da Matematica ¢ o preferido dos professores? '* Até que ponto o programa de aperfeicoamento de professores é considerado ‘itil pelos préprios professores? © Que percentual dos professores tem computador? Este percentual depende do sexo? Respostas a perguntas deste tipo sio obtidas mais facilmente através de rresumos apropriados dos dados da tabela. Estes resumos podem ser de trés tipos: ‘+ Reorganizagées dos dados, de modo a agregar informagao ou reordené-los de modo mais logico. ‘© Representagdes gratficas da informagio, © Utilizagio de medidas (ou estatisticas) que fornegam resumos relevantes dos daclos. 146 Nogies de Pstatisticn Ba tnwodugso er BG eee ame Mae, Aur Powe, Peat, Alnor Pret attc, eats Me Nee oe Mo. 8 cones thee Sy Moe cacce: Seo ip eres 20mm Sn om Sate a Neo) Oace Seton Gee oa te in. Gaia hee 0 M ee Ske. a Same a a Mee Selah twee aoe ee Swe Cale se. NAS Ae em Ni, Me ea ee Sen 102 feet. E.Omt Se Sse coe # Meet seneel eke St Mcrae es a a ee SOR ee samt nto aceon 2b Ge. 2a Sater. ain Mae aceon 2 Oot Sm Ome oe Eaten. am Me a gia 2 Neyo Mat ee fe Sacon So meee Soom be. Gove, es MSoign so A 7 Me oe ean ee ee oe woe seers Nip gem on vom a on =m satya Ne sin a ‘am a eee ne on ee. a a) on moa je amet a Ne Sn Ae a see om hee Me a tee Nee = pers esterase Me. on 2s 0 Coates Mess Sn oe o_saeren. aie 8 ‘Se Meena woe 17 tes Me ‘an Gone. om {S. Deca sm Nan En Mane Pork a eames Nea eG. eos Ta omen Ne om. ee hares. ee ae ae Se Meer. og a Socom a St Somme Ne be SM coms ws a Sn Mowe oe re Sn come 148 Nogées de Kstatistica 9.2. Tipos de varidveis primeizo passo na diregio de um melhor entendimento dos dados 6 compreender ‘a sua natureza. Cada tinha da tabela corresponde & um individuo (ou uma ob- servacio), enquanto cada coluna corresponde a uma varidvel observada para cada individuo, Dependendo da intengio da tomada de dados, a lista de observagies pode ter dois significados distintos, que levam a tipos diferentes de anélise. No primeiro caso, os dados representam a totalidade dos individuos de uma popula fo € nossos esforgos esto concentrados em descrever melhor esta populagéo (a parte da Bstatistica que se ocupa desta tarefa 6 chamada de Estatistica Deseri- tiva). Este ¢ 0 aspecto que estaremos estudando aqui. No segundo caso, os dados representam apenas uma amostra da populagio. As técnicas descritivas continuam, sendo ‘iteis para entender a amostra, mas outras ferramentas sio necessérias para fazer inferéncias a respeito da populacio e sao estudadas pela chamada Estatistica Inferencial. Um exemplo tfpico do uso de amostras para fazer inferéncias sobre a populagio inteira ocorre nas pesquisas eleitorais Em nosso caso, as diversas linhas da Tabela 1 fornecem os dados para toda a pop lagao de professores participantes do curso e nosso intuito 6 descrever melhor esta popuilacio. Olhemos agora para as colunas, que correspondem a variéveis. B fun- damental observar que nem todas estas varives, que representam as respostas as perguntasformuladas na pesquisa, sio de mesmo tipo. A diferenca mais fandamen- tal 6a de que algumas perguntas pedem uma resposta numérica (on quantitativa), enquanto outras pedem uma resposta categérica (ou qualitativa). Neste segundo caso, oentrevistado deve escolher uma dentre as alternativasoferecidas. Em nossa pesquisa, a8 variéves idade, peso e nimero de alunos sio exemplos de variéveis numéricas. J4 a8 varidveis sexo, vinculagio ao sistema piblico/privado e as que cexpressamn o gosto sobre as partes da Matemitica e as opiniges sobre os cursos sio exemplos de variéveis qualitativas. Nos dados da Tabela 2, as notas obtidias nos ‘Técnicas diferentes so utilizadas para descrever o comportamento de variaveis numéricas ¢ de variéveis categéricas. Nas sedes a seguir, estudaremos estas t6e- 93 Variveis qualitativas 19 9.3 Varidveis qualitativas A informagéo mais fundamental sobre uma variével qualitativa € a freqiencia com que as diversas classes ocorrem nas observagSes. A tabela abaixo mostra as froqiéncias absolutas ¢ relativas (sto 6, a fragéo do total) de ocorréncia de cada classe das varidveis J, que descreve a preferéncia pelas grandes dreas da Matemé- tica, A anélise da tabela permite tirar conclusées a respeito do comportamento 4a populagio. Por exemple, fica claro que a parte da Matemstica preferida pela aioria dos professores € a Geometria, que reine 20% da populagéo. Um percen- tual ainda maior, no entanto, declarou nio ter preferéncia por nenhuma grande area, Preferéncias por éreas da Matematica ] Freqitcia | Freqitncis ‘Absolut Relativa Aigeors | 10 26% [Aviométienl 1 3% Ranges [2 % [Geometria| tr 29% Uma melhor idéia da distribuicio de freqtiéncias ¢ dada por representagdes geficas, As representagoes mais comuns so os gréficos de barras (horizontais ou verticais) ¢ 08 de setores (ou pizza). Para os dados da tabela, 08 gréficos correspondentes sio dados na figura abaixo. ‘ira Aetmicn Funes Gratin em pe Preferdncias pelas dreas da Matematica As duas representagées sio corretas, mas hé algumas diferencas entre gréficos de 150 Nogies de Estatfstica setores e de barras, que fazem com que um dos tipos possa ser 0 mais indicado, dependendo da situagio ¢ do que se pretenda ressaltar. Note que gréficos de setores sio bons para mostrar a fragio do total correspondente a cada categoria, Jé os gréficos de barras permitem facilmente comparar a freqiiéncia das diversas ‘categoria. Um outro aspecto a ser considerado diz respeito A ordem em que as diversas classes sio apresentadas, especialmente nos gréficos de barras. Para isto, convém observar que existem dois tipos de variéveis categ6ricas: noménais ¢ ordinais, ‘Varidveis categéricas nominais so aquelas onde nao hé nenhuma ordem natural nas categorias reptesentadas por ela. Este 6 0 caso da variével do exemplo anterior. Quando hé uma ordem natural das categorias, a varisvel 6 dita ordinal. Isto ocorre, por exemplo, com a variavel L, que se refere a opinio dos participantes a respeito do impacto do programa em seu aprimoramento pessoal. As classes de L admitem ‘uma ordem natural (Muito Grande, Grande, Razodvel, Pequena), correspondendo a avaliagies progressivamente menos favoréveis da utilidade do curso. A variavel L 6, portanto, uma varidvel categoriea ordinal. ‘Voltando as representagdes grificas, as categorias de uma variével nominal po- dem ser colocadas em uma ordem qualquer. Em muitos casos, ¢ mais interessante colocé-las em ordem de freqiiéneia. Na figura abaixo, refazemos os gréficos an- teriores, utilizando esta ordenagéo. Note que estas representagées informam, de imediato, as reas de Matemética em ordem de sua preferéncia pelos professores participantes. Preferdncias pelas reas da Matematica, ordenadas por freqiéncla Para variéveis ordinais 6 importante respeitar, nas representagies, a ordenagio natural das categorias. Para estas variiveis, especialmente quando hé um niimero relativamente grande de classes, a representagao por barras ¢ mais informativa que 9.3 Varidvets qualitativas 151 © grifico de setores, permitindo ver o padrio de variagio das freqiiéncias medida, ‘que as classes so percorridas. Exemplo: Considere os dados (ficticios) da tabela abaixo, que mostra os resulta- dos de uma pesquisa de opinio a respeito do desempenho de um governante, Os _rificos de setor e de barras a seguir representam os mesmos dados. Resposta | regina Pessino aaa a a | agar aes ‘Bom = 7 me = fare (9 lRuim ? lesiar lasom — ee moire Ambas as representagoes sio aceitéveis, mas a representagio por colunas & muito mais rica, neste caso. Ela permite, por exemplo, observar que o politico em ques- tiio desperta opinides extremadas: em lugar de a maior parte das opinides se localizarem na categoria central “Regulas”, a concentragao maior de opinides esta, nas categorias mais extremas. Na representagao por setores ¢ dificil observar este comportamento. Até este momento, consideramos representagées em que uma ‘nica variével ca- tegérica 6 estudada de cada vez. Em muitos casos @ importante estudar 0 com- portamento simultineo de duas ou mais varidveis. Por exemplo, podemos estar interessadios em saber quo difundido 6 0 uso de computador entre 0s professo- res e, além disso, se hé alguma diferenga entre professores e professoras. Assim, desejamos considerar 0 comportamento conjunto das varidveis Ae K. primeiro passo ¢ fazer uma tabulagéo cruzada das duas varidveis, como abaixo. 9.4 Vasidveis numérieas 153 12 Nogies de Estatisticn “Homens | Mulheres | Totais Témcompatedor | ir | 15 | 32 | Nao ttm computador | 3 nina] saa Totals Ea Como estamos interessados em saber se ha diferenga nas proporgies de informa- tizados de acordo com o sexo, calculamos as freqiléncias relativas para homens € mulheres, que nos revela que a proporgao de informatizados é ligeiramente maior entre os homens. “Homens | Mulieres ‘Tem computador | 85% | 83% Niio tem computador | 15% [17% “Totais 100% [| 100% Graficamente, os fatos acima poderiam ser representados de varios modos diferen- tes. Dois destes mods estio ilustrados a seguir. A primeira representaao usa as freqiiéncias absolutas, enquanto a segunda compara as freqiiéncias relativas. B preciso ter cuidado ao analisar esta ‘ltima representagao. 1 comum que os alunos (e alguns autores de livros didticos...) se esquecam de que os gréficos indicam proporgdes © no quantidades absolutas ¢, com isso, tirem conchusées equivocadas (veja 0 exereicio 2, retirado do Proviio de Matemética de 2000). SSS 25 20 Homens Mutneres ] | Fe 9.4 Varidveis numéricas ‘Vamos agora considerar varidveis numéricas, como as notas obtidas pelos alunos na Tabela 2 Organizando os dados Costuma ser dtil, antes de mais nada, colocar as observagées em ordem (crescente ou decrescente). Isto permite, de imediato, peroeber alguns padrdes ¢ facilita 0 chlculo de algumas estatisticas, como veremos adiante. Uma outra forma de or- ganizagio consiste em utilizar um diagrama de ramos ¢ folhas. Neste tipo de diagrama, os dados sio organizados em intervalos, normalmente de mesmo com- primento. As observagdes em cada intervalo so listadas em uma linha. Em geral, se aproveita o sistema de mumeragio decimal para se ter uma representacéo mais compacta. A Tabela 3 fornece as notas do curso de Fungbes ordenadas em ordem

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