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9 ~~ c eo C g 3 = Movimenta retilines 2.1. introdugao No capitulo anterior, estivemos tratando de assuntos introdutérios, necessérios a0 desenvolvimento de nosso curso. Neste capitulo, comega- remos 0 curso de Fisica propriamente dito € daremos os primeiros passos parao estudo da Mecinica, iniciando-o com a Cinemitica. (© QUE SE ESTUDA NA CINEMATICA Quando estudamos Cinemtica, procuramos descrever os movimen- tos sem nos preocuparmos com suas causas. Por exemplo: analisando 0 ‘movimento de um carro, diremos que ele esti se movendo em uma estrada reta, que sua velocidade é de 60 km/h, que, em seguida, ela passa para 80 km/h, que ele descreve uma curva etc., mas no procuraremos explicar ‘as causas de cada um destes fatos. Isto seré feito a partir do cay quando estudaremos as leis de Newton. © QUE E UMA PARTICULA E comum, ao estudarmos o movimento de um corpo qualquer, traté- lo como se ele fosse uma particula. Dizemos que um corpo é uma particula quando suas dimensdes sio muito pequenas em comparacio com as de- mais dimensdes que participam do fenémeno. Por exemplo: se um auto- mével, de 3,0 m de comprimento, se desloca de 15 m, ele nio poderé ser considerado como uma particula, mas, se este mesmo automével viajar de uma cidade a outra, distanciadas de, digamos, 200 km, o comprimento do automével é desprezivel em relagio a esta distancia e, assim, neste caso, 0 automével poderé ser tratado como uma particula (fig. 2-1). Quando um corpo pode ser tratado como uma particula, o estudo de seu movimento simplifica-se bastante. Por este motivo, sempre que nos referirmos 20 movimento de um objeto qualquer (salvo se for dito 0 con- twirio), estaremos tratando-o como se fosse uma particula. A A A © MOVIMENTO £ RELATIVO = zs eS Suponha que um aviio, voando = horizontalmente, solte uma bomba (fig. 2-2). Se vocé observar a queda da bomba de dentro do aviao, voce vera que ela cai ao longo de uma reta vertical. Entretanto, se vocé estivesse parado so- bre a superficie da Terra (em B), obser- vando a queda da bomba, vocé veria que ela, a0 cais, descreve uma trajetéria cur- va, como mostra a fig. 2-2. No primeiro caso, dizemos que o movimento da bom- ba estava sendo observado com o refé- $80 despreziveis em com- paracao com as demals ddimensbes do problema. ac. rencial no avido e, no segundo caso, com 0 referencial na Terra. Este exemplo nos mostra que ‘0 movimento de um corpo, visto por um observador, depende do referencial no qual o observador esta situado. Em seu cotidiano, vocé encontra virios outros exemplos desta dependéncia do movimento em relagio ao referencial. Examinemos 0 caso da fig. 2-3: 0 observador B, sentado em um trem de ferro (que se movimenta sobre os trilhos) e 0 obser- vador A, parado sobre a Terra, observam uma lémpada presa 20 teto do vagio. Para 0 observador 4, a limpada e o observador B esto em movimento, juntamente com o trem. Entretanto, sob © ponto de vista do observador B, a lampada e o trem encon- tram-se em repouso, enquanto o observador A esti se des- locando em sentido contrério a0 do movimento do trem sobre a ‘Terra. Em outras palavras, B se movimenta para a direita em relagio ao observador A, e A se movimenta para a esquerda em relagao ao obseroador B. Outro exemplo importante da dependéncia do movimento pacitiem Rictscao sk, emrelagio ao referencial é 0 case deve tee que a Tem gira em torno do Sol. Serveder 8, mas em movie Isto é verdade se o referencial estiver no Sol, isto €, se 0 observador se imaginar ‘mento em relas8o a0 0b- situado no Sol, vendo a Terra se movimentar. Entretanto, para um observador enter na Terra (referencial na Terra), 0 Sol é que gira em torno dela. Assim, tanto faz dizer que a Terra gira em torno do Sol, ou que o Sol gira em torno da Terra, desde que se indique corretamente qual o referencial de observagio. O astronomo Copérnico (séc. XVI) o fisico Galileu (sé. XVII) tinham uma visio clara destas idéias, mas a maioria de seus contemporineos nio chegava a compreendé-las e, por isto mesmo, Galilen foi vitima de perseguigdes, forcado a comparecer perante 0 Tribunal da Inquisigio e obrigado a afirmar que a Terra no poderia estar girando em tomo do Sol. Quase sempre nossos estudos de movimentos sio feitos supondo o referencial na Terra (0 observador parado na superficie da Terra), Toda vez que cestivermos usando outro referencial, isto seré dito explicitamente. y c @xelCicios de fiXAgao exel-Cicics de i Antes de passar ao estudo da préxima seco, responda as questdes seguintes, consultando 0 texto sempre que julgar necessario. 1. Adisténcia da Terra ao Sol & cerca de 10* vezes maior do que o diémetro da Terra. Ao estudarmos 0 movimento da ‘Terra em tomo do Sol, vocé acha que podemos traté-la como uma particula? 2. Um satiite artificial, de 40 m de raio, esté girando em tomo da Terra a uma altura de 500 km. Sabe-se que 0 raio da Terra vale cerca de 6 000 km. No estudo deste movimento: 2) A Terra poderé ser considerada uma particula? b) Eo satelite? Movimente retilines ——— 7 3. Dois carros A e 8 deslocam-se em uma estrada plana e reta, ambos no mesmo sentido. O carro A desenvolve 660 kewh e 0 carro B, um pouco mais frente, desenvolve também 60 krvh. 2) A distincia entre A @ B esté variando? ) Para um observador em A, 0 carto B esté parado ou em movimento? ‘4, Uma pessoa, na janela de um énibus em movimento, solta uma pedra, que cai em diregao 20 solo. a) Para esta pessoa, qual é a trajetria que a pedra descreve ao cair? ') Para uma pessoa parada sobre o solo, em frente & janela, coro seria a trajetéria da pedra (faga um desenho)? ©) Procure verficar suas respostas, reproduzindo experimentalmente a stuagao desorita neste exercci. 2.2. Movimento retilineo uniforme DISTANCIA, VELOCIDADE E TEMPO Quando um corpo se desloca com velocidade constante, a0 longo de uma trajetéria retilinea, dizemos que 0 seu movimento € retilineo uni (@ palavra “uniforme” indica que o valor da veloci- dade permanece constante) ‘Como exemplo, suponhamos um automével movendo-se em uma estrada plana e reta, com seu velocimetro indicando sempre uma velocidade de 60 km/h. Como vocé sabe, isto significa que em 1,0 ho carro percorrera 60 km Este avldo se desloce a0 em 2,0 ho carro percorrers 120 km fangs de sens trojeettio em 3,0 ho carro percorrera 180 km ete. Observe que, para obter os resultados mencionados, voc@ intuiti- vamente foi acrescentando 60 km a cada acréscimo de 1,0 h no tempo de percurso. Vocé poderia, entio, chegar aos mesmos valores da distancia percorrida multiplicando a velocidade pelo tempo gasto no percurso. Portanto, representando por da distancia percorrida vavelocidade (constante) 1 0 tempo gasto para percorrer a distancia d podemos escrever Evidentemente, esta equacZo se aplica mesmo no caso de a traje- t6ria nio ser retilinea, como na fig. 2-4, mas nfo se esqueca de Fig.2-4:Pord o movimen- que ela é vélida somente quando o valor da velocidade perma- eee Shae necer constante. ia 6 curve, Fig.S: Exe gréfico nos mos- ‘ra que o valor da velocdade permaneceu constante di runte.o movimento. Fig2-:Poro.o exemple |. GRAFICO VELOCIDADE x TEMPO (v x *) Considere que 0 automével representado no alto da fig. 2-5 esteja se deslocando em movimento uniforme, com uma velocidade v= 60 km/h e que esta velocidade seja mantida durante um tempo t= 5,0h, Para construir 0 gréfico da velocidade deste carro em fungio do tempo (grifico 2 x r, que se Ié “v versus ¢”), devemos tracar dois eixos perpendiculares para representar estas grandezas (como voce jf deve saber do seu curso de Matemitica). Na fig. 2 ~ no eixo horizontal representamos diversos valores do tempo f; ~ no eixo vertical representamos os valores da velocidade v corres- pondentes a cada valor do tempo r. Quando comegamos a contar o tempo (¢=0), 0 carro jf possuia a velocidade v = 60 km/h. O ponto d da fig. 2-5 mostra este fato, pois nos eixos das velocidades (eixo vertical) a distincia 40 representa um valor de 60 km/h. Apés decorrido um tempo t = 1,0h, carro continua com uma velocidade v = 60 km/h e isso é indicado pelo ponto B do grafico, cuja altura acima do eixo horizontal é a mesma do ponto A. 30m No instante 1 = 2,0 h, a velocidade do carro seré representada pelo ponto Cdo grafico, ainda na mesma altura acima do eixo dos tempos. Evidentemente, nos instantes seguintes os pontos D, E e F, que representam a velocidade em cada instante considerado, estariam também situados sobre a reta horizontal que passa pelos pontos A, Be C (veja fig. 2-5). Suponhamos que este carro tenha se movimentado durante 5,0 h, percorrendo, pportanto, uma distancia d = 300 km. Se calcularmos a iirea sob o grifico, mostrado na fig. 2-5, obteremos 60 x 5 = 300, isto ,o valor da distancia percorrida Aprendemos, assim, que no movimento uniforme © grafico v x # é uma reta paralela ao eixo dos tempos © que a drea sob este grifico nos fornece o valor da distancia percorrida, Exemplo 1 Um eutomével move-se em uma estrada, de tl modo que o grafico vx t sea como 0 a ng. 2-6. : ee 2) Desereva © movimento do automével. 0 gréfico nos mostra que 0 movimento fol observado durante um tempo total de 4,0 n. Quando foi iniclada a contagem do tempo (instante inicial t = 0), 0 auto- ‘mével jé estava se movendo com uma velocidade de 30 km/h. Ele manteve esta velocidade durante 1,0 h. No instante t=1,0h, 0 motorista apertou o acele- rador e sua velocidade aumentou brus- camente para 90 km/h. Na realidade, uma mudanga instanténea na velocida- de, como neste caso, ndo 6 possivel, Entretanto, se a mudanga for muito répi- a, a situagao real diferiré muito pouco daquela mostrada no gréfico e esta dl- ferenga nao precisaré ser consideradé 39 Movimento rei A pantr deste instante, o gréfico nos diz que o carro manteve sua velocidade de 90 km/h du- ‘ante 2,0 h, isto 6, até 0 instante t = 3,0 N, Neste instante, 0 motorista calcou o frelo e a velocidade calu rapidamente para 60 km/h, mantendo-se constante durante 1,0 h (até 0 instanve t = 4,0h). ) Qual fol a dist€ncia percorrida pelo automével durante o tempo em que foi observado? E evidente que 0 movimento do automével néo & uniforme, pols 0 valor de sua velocidede so- fre variagées durante o percurso. Portanto, a equagdo d = vt néo poderia ser usada para calcularmos d. Entretanto, 0 movimento pode ser dividido em partes, em cada uma das {quais a velocidade nao variou e onde a equacao d = vt se aplica. Assim, de t = 0 até {= 1,0 h, quando a velocidade se manteve constante e igual a 30 kmyh, teriamos uma dis- tdncla percorrida d, dada por 6-20! x3,0n endo 6 = 304 De modo andlogo, encontramos a distancia d, perconida enve t=1,0he t=3,0hea disténcia d, percorida entre t = 3,0he t= 4,0 = 904 x2,0h donde dy d= 60" x1,0n donde dy = 60 en Ccada uma destas alsténclas percorridas corresponde a uma certa érea sob 0 gréfico vxt © estéo todas indicadas na fig. 2-6, A disténcia total procurada seré dada por a d+d+d, ud = 270km sta afstancia comesponde, na fig. 2-6, & rea total sob o grfico, desde t = 0 até = 40h, Portanto, vooé jd comegou @ encontrar movimentos nos quais a equagdo d = vt néo pode ser ‘aplicada diretamente, mas verfcou que a érea sob o gréfico vt, mesmo neste movimento ‘mais complicado, continua a nos fomecer a disténcia percorida pelo mével Exemplos de tojetéries curilineas: ) Vrtas da Terra, a5 estrlasdeserevem troetérascreulares no cu, que foram repitrader por umo cimara fotografia cuje objetiva fol Imontide aberta durante um certo tempo. b)A trajetéria de uma bola langade abliquamente no espaco (préximo 2 Terre) é ume curva denominada perabole. i i 8 e i i Estudantes usondo compu- tador no laboratérie para ‘analizar 0 movimento de lum corpo, © QUE SIGNIFICA UMA VELOCIDADE NEGATIVA Quando um corpo se desloca em uma trajet6ria, costumamos con- vencionar um dos sentidos do movimento como sendo positivo; o outro sentido, entio, seré considerado negativo. Assim, para um automével que se move ao longo de uma estrada, podemos considerar como positivo 0 sentido no qual o carro afasta-se do inicio da estrada (sentido de eresci- mento da indieagio dos marcos quilométricos). Se o automével estiver se aproximando do comego da estrada, dizemos que ele esti se movendo no sentido negativo. No primeiro caso, a velocidade do carro seria conside- rada positiva e, no segundo, ela seria negativa, Portanto, quando dizemos que a velocidade de um carro é de ~ 60 km/h, devemos entender que ele esti se movendo a 60 km/h, no sentido convencionado como negativo, ATENCAO PARA AS UNIDADES Se a velocidade de um corpo vale v = 30 km/h e vocé deseja calcular a distincia que ele percorreu durante um tempo t = 3,0 h, jé sabemos que: 4 = ot = 30487 13,04 = 90 Observe que a unidade de tempo simplifica-se ao realizarmos a multiplicacao. co resultado é expresso corretamente em km, que é uma unidade de distancia, Mas, se o valor da velocidade for, por exemplo, v = 60 m/min (0 corpo percorre 60 mem cada minuto) e o tempo decorrido for t = 15 s, a operagio no poderia ser realizada, pois terfamos = 60 x155 d= e vemos que, a0 contririo do caso anterior, nao é possivel simplificar as unidades de tempo. Estamos nos deparando, pela primeira vez, com um problema que muitas vezes teremos de enfrentar, tanto na vida pritica quanto durante 0 nosso curso: operar com unidades diferentes, usadas para medidas de uma mesma grandeza. CChamamos sua atengio para que observe as unidades, antes de efetuar qualquer operagio e, ocorrendo o fato citado, vocé deverd reduzir uma unidade a outra. Assim, para calcular a distancia percorrida, vocé deveré expressar o intervalo dé tempo de 15 s em minutos, ou expressar a velocidade de 60 m/min em m/s. Na primeira hipétese, basta lembrar que I min = 60 s, logo 15 s = 0,25 min, donde 60 Tg 025 mi = 15 m Na segunda opgio, veja como vocé deverd proceder: d=u m m_19m 2607 S005 LO isto é, a velocidade de 60 m/min corresponde a 1,0 m/s. Desta maneira, a 0 x15, ee Evidentemente, os dois célculos efetuados sio equivalentes e nos levam a0 mesmo valor da distincia percorrida. Sm Movimento retilines: —_ GRAFICO DISTANCIA x TEMPO (d t) Consideremos um automével deslocando-se em uma estrada reta com uma velocidade constante ¥ = 20 mV/s, Usando a relagio d = v-t, podemos calcular a distancia d que ele percorre para diversos valores do tempo ¢ decorrido a partir do instante £ = 0 (inicio da contagem do tempo). Obtemos a seguinte tabela: [Tempo (5) o 1 2 3 4 5 [Distancia (m) o 2 ©40 ©=—60 S000 Observe, pela tabela, que, quando o valor do tempo ¢é duplicado (por exemplo, de 1, = 1s para t = 25), 0 valor da distancia d tam- bém duplica (de d, = 20m para d, = 40m). Do mesmo modo, quando ¢ € triplicado, d também é multiplicado por 3 e, assim, suces- sivamente. Quando isto ocorre com duas grandezas quaisquer, isto é, 20 multiplicarmos uma delas por um certo mémero a outra fica mul- tiplicada por este mesmo ntimero, dizemos que estas grandezas variam de modo diretamente proporcional (uma grandeza é direta- mente proporcional & outra). Portanto, no exemplo que estamos analisando, a distancia d é diretamente proporcional ao tempo f isto ‘corre sempre que o movimento € uniforme. Entdo, temos: Em qualquer movimento uniforme (v = constante) a distancia d percorrida por um objeto é diretamente proporcional ao tempo t decorrido neste percurso. Este fato é representado matematicamente pela relacio d« t, onde o simbolo « significa “é proporcional a”. ‘Com os valores da tabela podemos tracar o gréfico d xt para este movi- mento, obtendo o resultado mostrado na fig. 2-7-a. Observe que: ~ 0 primeiro ponto marcado no grifico a origem O dos dois eixos, porque, quando t = 0, temos também d = 0. ~o segundo ponto marcado (ponto A) indica que até o instante t, = havia percorrido uma distincia d, = 20 m. s ocarro, ~0 terceiro ponto marcado (ponto B) indica que até o instante ¢, havia percorrido uma distincia d, = 40 m etc. s o-carro Unindo os pontos marcados, vemos que eles estio situados sobre uma reta. Pode-se mostrar que isto ocorre sempre que a velocidade do movimento & cons- tante. Destacamos entio: Em qualquer movimento uniforme, grifico distancia x tempo & wma reta que passa pela origem dos eixos. Sempre que uma grandeza Y for diretamente proporcional a uma grandeza X,0 grifico ¥ x X seré uma reta passando pela origem. 1 23 4 8 te Fig.2-7a:Gréfico d x «pare ‘um movimento uniforme. a a2 er INCLINAGAO DO GRAFICO No grifico d x da fig. 2-7-a, tomemos dois pontos quaisquer, como 4 ¢ D, por exemplo, Esses pontos do grafico correspondem a dois pontos diferentes da trajet6ria do carro, separados pela disténcia que ele percorreu em um certo intervalo de tempo. Para os pontos A e D considerados, é facil ver que temos (ob- servando 0s eixos): ~ intervalo de tempo = 45-15 =35 ~ distincia percorrida = 80 m - 20 m = 60 m Em Matemética, a variagao de uma grandeza qualquer ¢ representada pelo simbolo da grandeza, precedido da letra grega A (delta). Assim, Ar representa a variagio no tempo f e Ad representa uma variagio na distancia percorrida d. Logo, na situagio que estamos analisando, teremos: ‘At = 3s (intervalo de tempo entre 1 se 4s) ‘Ad = 60 m (distincia percorrida naquele intervalo) ‘Observe os valores de Ar e Ad indicados na fig. 2-7-2 ‘Uma grandeza muito importante no estudo dos grificos € a sua inclinagio. Para o caso do grafico d x r temos, por definigzo: Caleulemos, entio, a inclinagio do gréfico da fig. 2-7-a. Temos: Ad _ 60m inclinagio= 44 = 62™ gy inclinagio=20:m/s Hinagio = = ou inclinags Como vemos, este valor coincide com o valor da velocidade do automével (v=20 m/s). Este resultado poderia ser previsto porque, quando calculamos 2 inclinagdo do gréfico, estamos obtendo o quociente entre a distincia percorrida por um mével e o tempo gasto para percorrer esta distincia, Esse quociente repre- senta exatamente o valor da velocidade no movimento uniforme. Entio, temos: ‘A inclinagao do grafico dx t para um movimento uniforme nos fornece o valor da velocidade desse movimento, isto é, Exemplo 2 Um carro, em movimento uniforme, percore: em 4,0 h—60 km em 2,0h—420 km ol 10 20 30 40 tm em 3,0hh—180 km Fig.2-Tb: Paro o exemplo2 em 4,0h—240 km 8) Construa o grafico d x t para este carro. Escolhendo uma escala apropriada e marcando os pontos correspondentes aos pares de valo- res de te d, obtemos uma reta passando pela origem (fig. 2-7-0), como jé era esperado. ) A partir do gréfico, calcule a velocidade do carro. ‘Como jé foi dito, a velocidade é dada pela inclinagéo do grafico d x t, isto é ea at Esealhendo dots pontos quaisquer da fig. 2-7-b, como, por exemplo, os pontos A e B, ternos: At =3,0h-1,0h=20h ‘Ad = 180 km ~ 60 km = 120 km Eno y= Bd _ 120 km donde v= 60 kwh ‘Apantr dos dados fomecidos, vocé J4 poderia ter previsto este resultado. © QUE £ POSIGAO DE UM MOVEL E SUA TRAJETORIA Voce ja deve ter observado que nas estradas existem placas, denominadas “marcos quilométricos”, indicando a distincia da posigo dessa placa até o comego da estrada (quilémetro zero). Suponhamos, entio, que um automével ‘esteja, no instante fy = 0, passando em frente A placa do “quilémetro 30”, como mostra a fig. 2-8-a. Dizemos que a pasigao do carro em relagio ao comego da estrada & dy = 30 km (representando a posigio pela letra d). Evidentemente isto nio significa que a distancia percorrida pelo carro tenha sido de 30 km, pois ele pode nao ter iniciado a sua viagem no quilémetro zero. Suponha, ainda, que o carro prossiga em sua viagem (sempre no mesmo sentido) e, no instante 1, = Lh, se encontre em frente 2 placa do “quilometro 80” (fig. 2-8-a). Agora a posigo do carro € d, = 80 km (em relacio ao comeco da estrada). Vocé pode concluir facilmente que, no intervalo de tempo At = 1h (de f, = 0 até r, = 1h), o carro percorreu uma distincia Ad = 50 km (da posigio d, = 30 km & posigio 4, = 80 km). Destacamos, entio: Para se determinar a posicao de um corpo em uma dada trajetéria, basta que se forneca o valor da sua distancia, medida sobre a trajet6ria, a um ponto dela tomado como referéncia (origem). t=0 : > —_ — im I sokm Fig.2-Ba:A posigdo do carronno instante = 04d = 30km e,mo instante t = Ih,é d = 80 km. MMMMas at GRAFICO POSICAO « TEMPO Suponhamos que o automével da fig. 2-8-a tenha sido observado durante ‘um tempo total igual a +h (de ty = 0 até t, = 4h) € que o grafico da fig. 2-8-b represente a sua posigio em fungao do tempo (grafico d xt). Analisando o grifico, vemos que: ~no instante 1, = 0, 0 carro se encontrava na posigdo d, = 30 km e,a partir deste ponto, desenvolveu um movimento uniforme (0 grifico dx t um segmento de reta), afastando-se desta posicio (o valor de d aumenta) até atingir a posigio d, = 80 km no instante £, = 1 h. Obser- ve que esta descricio do movimento corresponde aos dados da fig. 2-8-a «que ja haviamos analisado. Evidentemente, a velocidade do carro, neste trecho, & dada pela inclinagao do grifico e seu valor é v = 50 km/h. ~de 1, = Ih até +, = 3h, a posigéo do carro no se alterou, perma- necendo constante no valor d, = 80 km. Isto indica, entio, que 0 carro permaneceu parado no “quilometro 80” durante um intervalo de tempo Ar = 3h-1h = 2h, Portanto, nesse segundo intervalo, 1 Gréffco posio wenpo pare temas = 0, que corresponde A inclinagdo nula do grafico dx tim automével em uma extra. (Gegmento de reta horizontal). — no terceiro intervalo, de t, = 3h até 1, = +h, o valor ded, que representa a posigio do automével, diminui com o decorrer do tempo. Isto significa que 0 carro esti voltando sobre a sua trajetéria, dirigindo-se para a origem, chegando a ela (d, = 0) em 1, = 4h. O carro percorreu, ento, uma distineia Ad = 80 km em um tempo At = 1h, isto é, 0 valor absoluto (ou médulo) de sua velocidade, neste movimento de retorno, foi » = 80 km/h. of 3 2 3 4 tH Lacks exelllcios de fIXag%o Excl-Cicive cet Antes de passar ao estudo da préxima sec¢ao, responda as questdes seguintes, consultando 0 texto sempre que julgar necessario. 5. Uma pessoa ihe informa que um corpo esta em ©) 0 tempo que a luz gasta para vir do Sol 8 Terra ‘movimento retiineo uniforme. (d=1,5 x10 m)sabendo-se que sua velocida- a) O que esta indicado pelo termo “retiineo"? ‘de é constante e vale v = 3,0 x 10° ms. ) E pelo termo “uniforme"? 6. Quando um corpo est em movimento uniforme, ‘com velocidade v, qual 6 a expresso matematica que nos permite calcular a distancia d que ele per- 8. a) Desenhe 0 gréfico v xt para um carro que ‘se movimenta com velocidade constante v=50 km/h, durante um tempo t = 3,0 n. a ) O que representa a rea sob 0 grico que voc’ Hee eee at ‘desentou? Qual 0 seu valor? 7. Usando a expresséo solcitada no exercicio anterior, calcule: 9. Supontia que 0 caro do exerccio anterior tenha se 2) A distincia percorida por um cao que se mov deslocado de uma cidade A pare outa cidade B, rmenta com velocdade constante v = 54 km/h, send 0 sentido de A para B considerado positive. Se dlrante um tempo t = 0,50 n. © carro retorar de 8 para A, também com velo- ) A velocidade, suposta constante, de um nade- cidade conetante, gastro sinda 3,0 fino percursa: dor (tecordista mundial) que percore uma dis- 2) Como vocé deveria expressar sua velocidade tancia d= 100m, em nado livre, em um neste retomo? tempo t = 50s. ) Desenhe o grafico v x t para este caso. Movimento retilines 10. Deseja-se calcular a distancia que um carro, com —$— ©) Qual a velocidade deserwo'vida pelo carro nesta | veloidade constante = 72 kh, pereorte em primeira hore de viegem? uum tempo t = 208. «) Em que posigdo e durante quanto tempo o carro | 2) Qual a provincia que se deve tomar antes de permanecey parado? substiur estes valores om d= vt? ) Qual posigo do carro no fim de 4,0 h de 2) Sabendo-se que 3,6 knvh = 1 mvs, expresse viagem? 72 kovh em ms. 1) Qual a velocidade do carro na viagem de volta? ©) Feito isto, calcule a distancia procurada. | 11. Na expresséo d = ve, que é vélida para um movi mento uniforme, d e ¢ variam enquanto v perma- rece constante, 2) Senco assim, quel € 0 tpo de eiagéo entre d er? ) Mostre, com um desenho, como € 0 gréfco Oxt. €) O que representa a inclinagao deste gético? 12. 0 grafico deste exercicio representa a posi¢go de um carro, contada a partir do marco zero da estra da, em fungéo do tempo. 8) Qual era a posigéo do carro no inicio da viagem (=o ) Qual aposigo do caro no instante t dm) Oh? Exereiio 12. 2.3. Velocidade instantAnea e velocidade média VELOCIDADE INSTANTANEA Quando o valor da velocidade de um corpo nao se mantém constante, dize- mos que este corpo est em mavimento variado. Isto ocorre, por exemplo, com um automével cujo ponteiro do velocimetro indica valores diferentes a cada instante. O valor indicado no velocimetro, em um dado instante, é a velocidade instantiinea do automével naquele momento. ‘Vejamos uma maneira de calcular esta velocidade instantinea. Consideremos um automével, em movimento variado, que passa pelo ponto A (fig. 2-9), no instante t, com uma velocidade instan- tinea 2 (leitura do velocimetro neste instante). Depois de decorrido ‘um intervalo de tempo A¥, o carro estar em B, tendo percorrido uma distincia Ad. Se o movimento fosse uniforme, ao calcular o quociente ‘AdfAst, obterfamos a velocidade do carro. Entretanto, sendo o movi- ‘mento variado, verificamos que o valor de Ad/At geralmente nio coincide com a indicagio do velocimetro no instante t. Verificamos, porém, que, se o ponto B fosse tomado bem préximo de A, de maneira que 0 Fig2-9: A velocidade ins- intervalo de tempo At se tornasse muito pequeno, teriamos um quociente Ad/Ar fo"rénen em § é gage por muito préximo da indicagao do velocimetro em A, isto 6, muito préximo do valor menor At posive. v da velocidade instantanea. O valor de Ad/At estaria tanto mais préximo de 7 quanto menor fosse o intervalo de tempo As. Portanto, em um movimento variado, a velocidade instantanea é dada por v = Ad/At, sendo At o menor possivel. Fig.2-10: No grofico d = « @ Inclinagao da tangente nos fornece o valor da velo~ dade instontaned. A figura mostra como varia, com 0 tempo, a velocidade de uma pessoa em uma corrida de 100 m resor,per- corridos em 13 s. Observe o Indicacao de que o veloc dode média da pessoa fol de 7,7 mis, sto 6, 0 ela £0 deslocasse sempre com ferta velocidade, percorre- fia of 100 m no mesmo tempo de 13 DETERMINAGAO GRAFICA DA VELOCIDADE INSTANTANEA Consideremos o grifico da fig. 2-10, que representa a distancia percorrida por um automével em fungio do tempo. Vocé deve observar que 0 movimento deste carro é variado pois, se fosse uniforme, 0 grifico d X t seria retilineo. E possivel, a partir deste gréfico, obter a velocidade instantinea do automével em um instante qualquer, f,. Para isto, devemos tragar a tangente 20 grifico no ponto da curva correspondente aquele instante (ponto P, na fig. 2-10). A inclinagio desta tangente fornece o valor da velocidade no instante considerado. Do mesmo modo, para obter a velocidade em outro instante, t, devemos determinar a inclinagio da tangente & curva no ponto P,, Observe que, no caso do movimento representado na fig. 2-10, a inclinagao da tangente em P, é maior do que em P, e, portanto, a velocidad instantinea em t, é maior do que em t,. Coneluindo, a inclinagio da tangente no grifico dx t nos fornece o valor da velocidade instantanea. VELOCIDADE MEDIA Se um auromével, em uma viagem, percorre uma distancia de 560 km em 8,0 h, vocé e, provavelmente, muitas outras pessoas diriam: “o automével desenvol- veu, em média, 70 km/h”. Este resultado, que foi obtido di indo-se a distancia percorrida (560 km) pelo tempo de viagem (8,0 h), € o que denominamos velocidade ‘édia e representamos por v,. Temos, entio, por definicio velcidae (s) distancia total percorrida oul tempo gasto no percurso tempo () Movimente retilines = a Observe que, durante o movimento, a velocidade do carro pode ter softido variagdes. No exemplo citado, seu valor pode ter sido, as vezes, maior e, outras vezes, menor do que 70 km/h, Entretanto, se a velocidade fosse mantida, durante todo o percurso, igual a 70 km/h, o carro teria percorrido aquela mesma distin- cia naquele mesmo tempo. Exemplo 1 Um automével percore uma distancia de 150 km deservohendo, nos primeiros 120 km, uma velocidade média de 80 krryh e, nos 30 km restantes, uma velocidade média de 60 kann. «) Qual fi o tempo total de viagem? Conhecendo-se a alstincia percorrida e a velocidade médfa, a relagéo v, = dt nos fome- ce t = dq. Entdo, na primeira parte do percurso, o tempo gasto fol 320 4 80 ou | =2,5h Na segunda parte do percurso, teremos ov =} = O,5h Assim, 0 tempo total de viagem fo! ta45h+05n oot } Qual fo a velocidade mécia do automdvel no percurso total? Sendo de 150 km a distancia total percorida e 2,0 h o tempo total de viagem, a velocidade imédfa, neste percurso, teré sido 20h Vn eeu 7S Km/h. DETERMINAGAO GRAFICA DA DISTANCIA PERCORRIDA Quando 0 movimento de um corpo € uniforme, a distancia que ele percorre é dada por d = vt ou pela {rea sob o grafico vxt . Entretanto, se o movimento for variado, a relagio d = vt nfo pode mais ser aplica- da, mas a distincia percorrida poderé, ainda, ser obti- da pela rea sob 0 grifico vx; isto é a drea sob 0 grafico v x t nos fornece a distincia percorrida em qualquer movimento. Na fig. 2-11, por exemplo, que apresenta o grifico vx de um movimento variado, a area assinalada nos Ber isa ta bors fornece o valor da distancia que 0 corpo percorre, desde Tiecss pucstee coro. o instante f, até o instante f,. ‘quer movimento. Ma an Fig.2-12:Pore o exemple 2. Exemplo 2 Um automével, em frente a um sinal de trafego, logo que a luz verde se acendeu, arrancou com uma velocidade variando de acordo ‘com 0 gréfico da fig. 2-12. Depo's de decorridos 10 s, qual a distancia (que 0 carro percorreu? Como 0 movimento & variado (a velocidade variou de v=0 a v = 20 m/s em 10 s), a disténcia percorrida deverd ser calculada através da area sob 0 gréfico v xt. Na fig. 2-12, esta drea é a do triéngulo mostrado, cuja base corresponde ao tempo de 10 s e cuja altura corresponde a velocidade de 20 m/s. Entéo, como para um triéngulo temos area = (base x altura) /2, vird: 10x20 2 ou og exelCicios de fiXAGAO Oxo Civs Antes de passar ao estudo da préxima sec¢ao, responda as questdes seguintes, consultando 0 texto sempre que julgar necessario. 13. 14, 15, Um automével destoca-se em linha reta. Classi- fique o movimento deste automével supondo que: a) 0 ponteiro do velocimetro indica sempre o mesmo valor. b) A posigo do ponteiro do velocimetro varia de Um instante para outro. Uma pessoa, observando 0 movimento do carro da fig. 2-9, verifica, apés 0 carro passar pelo pponto A, que: decorrido At = 0,10 s, a disténcia percorrida foi ‘Ad = 0,50 m decorrido At = 5,05, a distancia percorrida fol ‘Ad = 60m 2) Calcule o quociente Ad/At para cada cbservacdo. ) A velocidade instanténea do carro, em A, deve estar mais préxima de 5,0 mvs ou de 12 nvs? [No movimento uniforme vimos que o gréfico d x t 6 uma reta passando pela origem e sua inclinagso ros forece © valor da velocidade. 2) No movimento variado, o grafico d x t ainda é uma reta? ) Neste movimento, como se calcula, usando 0 gréfico d xt, 0 valor da velocidade em um dado instante? ©) Na fig. 2-10, a inclinagao da tangente ao grafico 6 maior em P, ou em P,? E 0 valor da veloci- dade, é maior no instante t, ou em £,? 16. Um corpo cai verticalmente de uma altura de 80 m ‘@ gasta 4,0 s para chegar ao solo. Qual é a veloci- ‘dade mécia do corpo neste movimento? 417. a) Como se calcula, usando 0 gfico v x t, a cis- tancia percorrida por um corpo, em movimento variado, desde um instante t, até um instante t,? ) A figura deste exercicio mostra o gréfico v x t ‘para o movimento de um automével. Este movi- mento € uniforme? ©) Calcule a distancia que 0 automével percorreu desde (= Oatét = 4,05. ° 10-20-8040) Exereclo 17. Movimenta retilines = 2.4. Movimento retilineo uniformemente variado © QUE E ACELERACAO Consideremos um automével, cujo velocimetro esteja indicando, em um certo instante, uma velocidade de 30 km/h. Se, 1 s ap6s, a indicagio do velocimetro passar para 35 km/h, podemos dizer que a velocidade do carro variou de 5 km/h em 1s. Em outras palavras, dizemos que este carro recebeu uma aceleracao. O conceito de aceleragio esté sempre relacionado com uma mudanga na velocidade. Para definirmos matematicamente aceleragdo, suponhamos um corpo em movimento retilineo, como na fig. 213. Representemos por 2, 0 valor de sua velocidade no instante f,. Se 0 movimento do corpo for variado, no instante qualquer t, sua velocidade tera um valor v,, diferente de v,, isto é, durante 0 intervalo de tempo At = t, ~ t,, a velocidade sofreu uma variagio Av = v, ~ O valor da aceleragio do corpo é dado por variagio da velocidade intervalo de tempo decorrido Av isto é at COMENTARIOS Para facilitar 0 estudlo do movimento variado, vamos considerar a velocidade sempre com valor positivo, isto, vamos considerar 0 sentido no qual o corpo esti se movendo como sendo o sentido positivo. Desta maneira, ¢fécil concluir que: 12) Seo valor da velocidade estiver aumentando com o tempo, teremos v, > 2 (av > O)e, entio, a aceleracio do movimento seré positiva. Neste caso zemos que o movimento € aceerado, Se o valor da velocidade estiver diminuindo com o decorrer do tempo, tere- mos v, < x,(Av <0) €, entio, a aceleragio do movimento seri megativa Neste caso dizemos que o movimento € retardado.* Exemplo 1 Na fig. 2-13, suponhamos que v, =10 mse que, apés 12 s (At =12.s), a veloci- dade seja v, = 70 m/s. Qual foi a aceleragéo do corpo? Usando @ equacéo de definicéo, temos ‘Av _ TO nvs=20 mvs _ 60 mvs at 12s 2s "No capitulo seguint, 20 analisarmos os concetos de vetorveloidadee veoracderapo,veremos que 0 fat de um movimento relineo ser acelerado ou retardado pode ser expresso de uma maneira geal, e mais propriada, do seguinte modo: ‘Umm movimento seri acelerado quando a velocidade e a aceleragdotverem o mesmo sentido e serd eta dado quando elas iverem sentidos opostos. 7 Fig2-13: Quando a velo- cidade de um corpo varia, dizemor que 0 corpo postu ‘aceleracao. 8 Este resultado significa que a velocidade do corpo aumentou de 5,0 ns em cada 1 s. €cos- tume expressar as unidades da seguinte maneira: ou a =5,0% Este movimento, no qual a velocidade cresce com 0 tempo, é, como vimos, denominado ‘movimento acelerado. ‘Se a velocidade diminuir com 0 tempo, jé aissemos que o movimento é retardado. Por exem- blo: se v, = 36 rvs, e, apds 5,0 s a velocidade passar para v= 6,0 m/s, a aceleragéo do movimento seré Isto significa que a velocidade esté diminuindo de 6,0 m/s em cada ts. Observe que, no movimento acelerado, o valor da aceleragao & positivo e, no movimento retardado, a aceleragao é negative, como jé havia sido destacado (lembre-se de que esta- ‘mos considerando a velocidade sempre positiva). MOVIMENTO RETILINEO COM ACELERAGAO CONSTANTE Suponha que estejamos observando o velocfmetro de um carro em movi- mento retilineo, em intervalos de tempo sucessivos de I s, e que obtivemos os seguintes resultad observagio 30 enh } 2observacio (I sapésa!2) 35 km/h 3tobservacdo(I'sapésa2) 50 km/h # observasio(I'sapésa34) 52 km/h Podemos notar que a variagao da velocidade em cada 1 s nao é constante e, portanto, nao é constante a aceleracio do carro. . Entretanto, em outra observagio do velocimetro, poderiamos obter os valo- res seguintes: era Se ye stan Hoteragio(isaiea) inn fn Baber airs 2 3 observacio (| s apés a 2) 40 km/h ayes 4 observagio (I's apésa3) 45 kmh Neste caso, a variagio da velocidade em cada 1 s 6 constante, isto €, a acele- ago do movimento € constante. Um movimento como este, no qual’a acelerago constante, é denominado movimento retilineo uniformemente variado. Até o final desta secgio estaremos estudando apenas movimentos deste tipo. Movimenta retitines rT CALCULO DA VELOCIDADE Consideremos um corpo em movimento yy uniformemente variado, com uma velocidade 1) —= no instante em que vamos iniciar a contar 0 tem- po, isto é, no instante t = 0(fig. 2-14-2). A velo- cidade v, € denominada velocidade inicial. Sendo 010 movimento uniformemente variado, 0 corpo pos sui uma aceleragio constante, ou seja, a variagio de sua velocidade em cada 1 s € numericamente igual ao valor de a. Assim, a velocidade v do corpo variard do seguinte modo: emr=0 avelocidade é x emt=ls avelocidade € v4 + a-1 emt=2s avelocidade € v +a-2 emt=35 avelocidade é vy +4-3 , depois de ¢ segundos, a velocidade seré vy + at- Fig.2-14-2: A volocidade Inicil v, € equela que © ‘corpo postul no instante t=0. Portanto, a velocidade %, depois de decorrido um tempo t qualquer, é dada por DS Uybat Observe que o valor da velocidade, no instante r, é2 soma da velocidade ini- CALCULO DA DISTANCIA PERCORRIDA A distancia d percorrida pelo corpo desde o instante inicial até o instante ¢ (fig. 2-14-a), poderd ser obtida através da érea sob o grafico ¥ Xt, como aprendemos na seccio 2.3. O grifico 7X t que corresponde 4 equagio v= y+ até retilineo (veja a fig. 2-14-b), mas no passa pela origem, pois quando t = 0 temos v = 2). Em Mate- mitica, usa-se dizer que v varia linearmente com t. Neste caso, v nao é diretamente proporcional a t, pois o gréfico 2x nao passa pela origem (duplicando o valor de t, 0 valor de v nao é duplicado etc.). A fig.2-14-b mostra 0 grifico ¥ xt para o caso em que a velocidade cresce com © tempo (se a aceleracio for negativa, o grifico xt con- tinua a ser retilineo, apresentando um aspecto semelhante aquele do exercicio 17 da secgio anterior). Como vemos na figura, a area sob o grifico é a soma das éreas de: uum retingulo de lados 2, € ¢— érea = a4 1xat ‘um triangulo de base te altura at rea. zs com o produto at, que representa a variagio da velocidade durante 0 tempo t. volocidade ° t tempo Fig.2-14-b: No movimento Uuniformemente acelerado, 2 velocidade oumenta line tempo. Lia sae 2 formente com 0 decorrer do Portanto, a distancia d percorrida pelo corpo, que é numericamente igual & rea total sob o grafico, sera dada por cae Observe que esta relagio entre as variaveis d et do tipo y = Ax' + By +C (trindmio do 2% grau, que vocé estudou em seu curso de Matemitica), no qual -ycorresponde ad xcorresponde at © A=(1/2)a, B=%, C20 VELOCIDADE EM FUNGAO DA DISTANCIA {J4 vimos que, conhecendo a velocidade v, ¢ a aceleragio a no movimento uniformemente variado, as expresses venta ¢ d=vgtt har ros permitem calcular a velocidade e a distincia pereorrida, em fungio do tempo t. ode acontecer que tenhamos necessidade de calcular a velocidade do corpo apés ter percorrido uma certa distancia, sem que seja conhecido o tempo t do movi- ‘mento. Isto pode ser feito facilmente, tirando o valor de tna primeira equacio pity a t ¢ levando este valor na segunda equagio: ‘Com esta expressio podemos caleular a velocidade » em fungio da distineia d (em conhecer o tempo t). COMENTARIOS 1) No estudo do movimento uniformemente acelerado, poder ocorrer que a velocidade no instante # = 0, isto é, sua velocidade inicial, seja nula (v, =0). Quando isto ocorre, dizemos que 0 corpo partiu do repouso. Para este caso, as equagdes do movimento tornam-se naturalmente mais simples: veda d= = ad 2) Arelagio d = 1/2 at” nos mostra que a distincia d varia proporcionalmente com o quadrado do tempo t (d « 1). Isto significa que: — duplicando t,o valor ded é meultiplcado por 4 ~ triplicando t,o valor de d émultiplicado por 9 Movimento retitines ae —— a € assim sucessivamente. Observe que, entio, d ndo € diretamente 4 ‘proporcional at (como jé dissemos, tem-se d x t*). O grafico dx ¢, para este caso, nao € retilineo, tendo 0 aspecto mostrado na fig. 2-15 (esta curva, como jé deve ser do seu conhes mento, é denominada pardbola). 3) Ja vimos que 0 movimento uniformemente variado pode ser ace~ Terado ow retardado. As equacdes ies venta deuteyar ¢ ° t too Fig.215: Esto curva, de- vat dad reine prdbol ope: Sento. relogdad ~ evidentemente sio vilidas para os dois casos. Entretanto, no se deve esquecer 4que, no movimento retardado, a aceleraglo & negativa e isto deve ser levado em conta quando as equagées citadas forem usadas (lembre-se de que estamos con- siderando a velocidade sempre positiva). Exemplo 2 Um autom6vel possui uma velocidade de 10 rvs no instante em que o motorsta pisa no acelerador. Isto comunica ao carro uma aceleragéo constante, que faz com que sua velo- dade aumente para 20 m/s em 5,0 s. Considere t = 0 no instante em que o motorsta pis ro acelerador. 2) Qual a acelerago do automével? No instante t = 0, temos vp = 10 m/s e, no instante t = 5,0, temos v = 20 m/s. En- tio, levando estes valores na equacdo V = Vo + at, temos 20 =10+ax5,0 donde = a=2.0 ‘Como a unidade de disténcia usada fol 1 me a de tempo foi 1 s, € claro que a= 2,0 més? ) Supondo que o carro fol mantido com esta aceleragao até o instante t = 10s, qual a valocidade atingjda neste instante? Usando novamente a equagdo v = Vo + at, teremos: v=10+2,0%10 donde v=30ms «6 Qual distancia percorrida pelo carro desde o inicio da aceleragdo até o instante t = 10 s? ta po io tap oc oon(2 8 alc d=t0xs042x20%10' inde d= 200m 10) No instante t = 10s, © motorista pisa no freio, retardando 0 automével com uma aceleracdo constante de 6,0 mys". Qual a distancia que o carro percorre, desde este instante, até parar? ara esta questéo, o instante inicial seré aquele no qual a velocidade era de 30 ms, Isto ¢, Yq = 30 mvs. Como a velocidade diminul com 0 passar do tempo, a aceleracéo & negative: =. es de th 6,0 m/s. Jé que no conhecemos 0 tempo que o carro gasta para parar, vamos empregar a relagao v = vj +2ad. Como estamos procurando o valor da disténcia d que © caro percore até para, teremos v 30° +2 (-6)¢ Sc @xel’€icios de fixagao « 0. Assim donde d= 75m vel-CLeies de it Antes de passar ao estudo da préxima secgao, responda as questées seguintes, consultando 0 texto sempre que julgar necessario. 18. Um automével, deslocando-se em linha reta, tem. sua velocidade variando com o tempo de acordo com a tabela deste exercico. '2) Em quais intervalos de tempo 0 movimento do ‘carro possui aceleragéo? b) Em que intervalo a aceleragao do carro é nula? (©) Em que interalo a aceleragao do caro ¢ negative?’ 6) Em que intervalo 0 movimento uniformemente acelerado? To) v (mis) 0 10 10 2 20 14 30 16 40. 6 50 16 60 15 70 18 80 20 Exercico 18 119. Na tabela do exercicio anterior, considere o interva~ lode tempo de t= Oat =3,0s. £2) Qual o valor de Av neste intervalo? 'b) Usando sua resposta & questao anterior, calcule a acaleragao do carro neste intervalo. ©) Bxpresse, em palavras (como foi feito no exem- plo 1), 0 que significa o resultado que voce tencontrou em (b). 20. Um corpo em movimento retilineo uniformemente ‘acelerado possui, no instante t = 0, uma veloci- dade inicial_ vo = 5,0 mvs e sua aceleracso 6 a= 1,5 m/s? 21. 22. 23, a) Caleule 0 aumento da velocidade do corpo no interalo de zero a 8,0 s. ) Calcule @ velocidade do corpo no instante t=8,0s. .) Deserihe 0 gréfico v xt para o intervalo de ‘tempo considered. 1) O que representa a inciinagao deste grético? Como vimos, a formula d = vst + (1/2) at? fol ob- tida calculando-se a area sob o grafico v xt. £2) Copie em seu cademo a fig. 2-14- e assinale @ parte da érea ob 0 gfico que coresponde & par cla vt. Faga 0 mesmo para a parcela (1/2) at’ ) Use a formula citada para caleular a disténcia que 0 corpo do exerccio anterior percorreu no intonalo de 2er0 8 8,0 8 2} Um corpo em movimento uniformemente vata do, com velocidade inicial v, ¢ aceleragéo a, percorre uma disténcia d. Qual a equagdo que ‘os permite calcular a velocidade no fim do percurso em fungao destes dados? (Observe ‘que 0 tempo tno 6 um dado do problema.) + ) Um carro esta se movendo com uma velocidade de 12 mvs. Em um certo instante (¢=0) 0 ‘motorist pis no feo, fazendo com que o carro ‘adquira um movimento uniformemente retarda- do, com uma aceleragao cujo valor numérico 6 4,0 mis. Calcule a velocidade deste automével ‘ap6s percorrer uma distancia de 40 m a partir do inicio da freada. Um corpo, partindo do repouso, deslaca-se em I- nha reta com aceleragdo constante, sendo d a ais- ‘ancia que ele percore em um tempo t. 2) Indique @ maneira correta de expressar a rel (Go entre d ef; “d € diretamente proporcional a 7; "d € proporcional ao quadrado de t*; *d € inversamente proporcional at. 'b) Faga um desenho mostrando 0 aspecto do gré- fico d xt. Como se denomina esta curva? 2.5. Queda livre QUEDA DOs CoRPOS Entre os diversos movimentos que ocorrem na natureza, houve sempre interesse no estudo do movimento de queda dos corpos préximos & superficie da Terra. Quando abandonamos um objeto (uma pedra, por exemplo) de uma certa altura, podemos verificar que, a0 cair, sua velocidade cresce, isto &, 0 seu movimento é acelerado. Se langarmos 0 objeto para cima, sua velocidade diminui gradualmente até se anular no ponto ais alto, isto €, 0 movimento de subida é retardado (fig. 2-16). As caracteristicas destes movimentos de subida e descida foram objeto de estudo desde tempos bastante remotos. ARISTOTELES E A QUEDA DOS CORPOS O grande fildsofo Aristételes, aproximadamente 300 anos antes de Cristo, acreditava que, abandonando corpos leves € pesados de uma mesma altura, seus tempos de queda nio seriam iguais: os corpos mais pesados alcangariam o solo antes dos mais leves. A crenca nesta afirmagio perdurou durante quase dois mil anos, sem que se tivesse procurado verificar a sua veracidade através de medidas cuidadosas. Isto ocorreu em virtude da grande influéncia do pensamento aristotélico em virias dreas do conhecimento. Um estudo mais minucioso do movimento de queda dos corpos s6 veio a ser realizado pelo grande fisico Galileu Galilei, no século XVI. GALILEU E A QUEDA DOS CORPOS Fig2-16: Desprezondo os efeitos do resis= téncla do ar, quando um corpo ca, sua ve- locidade oumenta continuamente. Se cle for arremessado para cima, sua velocidede sdiminui,anulando-se ne ponto mais alto. Galileu é considerado 0 introdutor do métedo experimental na Fisica, acreditando que qualquer afirmativa relacionada com um fenémeno deveria estar fundamentada em experiéncias e em observagdes cuidadosas. Este método de «studo dos fendmenos da natureza nao era adotado até entio e, por isso mesmo, virias conelusdes de Galileu entraram em choque com os ensinamentos de Aristoteles. Estudando a queda dos corpos através de experiéncias e medidas precisas, Galileu chegou & conclusio de que, abandonados de uma mesma altura, um corpo leve € um corpo pesado caem simultaneamente, atingindo 0 chao no mesmo instante. contrariamente ao que pensava Aristteles. Galilew Golitei (1564-1642) Veja 0 Tépico Especial no final deste capitulo. Contam que Galilew subi a0 alto da torre de Pisa ¢, para demonstrar experi- mentalmente sua afirmativa, abandonow varias esferas de pesos diferentes, que atingi- ram ochiosimultaneamente (fig. 2-17). Apesarda evidén- cia das experiéncias realiza- das por Galileu, muitos dos seguidores do pensamento aristotélico nao se deixaram convencer, sendo Galilewal- vo de persegui¢des por pre~ gar idéias consideradasrevo- lucionérias. Fig.2-17:A femose torre incinada dde Pisa, cuja altura 6 de, oproxi- ‘madamente, 45 m. Conto-se que, do alto dessa torre, Galileu real- 120u sua célebre experiéncia sobre ‘0 queda dos corpos. (QUEDA LIVRE Como vocé ja deve ter visto muitas vezes, ao deixarmos cair uma pedra € ‘uma pena, a pedra cai mais depressa, como afirmava Aristoteles. Entretanto, podemos mostrar que isto se dé porque o ar exerce um efeito retardador na queda de qualquer objeto e que este efeito exerce maior influéncia sobre 0 ‘movimento da pena do que sobre 0 movimento da pedra. De fato, se deixarmos caira pedra ea pena dentro de um tubo, do qual se retirou o ar (foi feito vicuo no Mavimente ratilince tubo), verificamos que os dois objetos caem simultaneamente, como afirmava Galileu (fig. 2-18). Entio, a afirmativa de Galileu s6 seria vslida para os corpos em queda no vicuo. Observamos, entretanto, que a resistencia do ar s6 retarda sensivelmente certos corpos, como uma pena, um pedaco de algodio ou uma folha de papel, senddo desprezivel para outros, mais pesados, como uma pedra, uma esfera de metal ou até mesmo um pedago de madeira. Entio, para estes tiltimos, a queda no ar ocorre, praticamente, como S¢ 0s corpos estivessem eaindo no vacuo; isto é, aban- donados de uma mesma altura, no ar, estes corpos caem sitnul- taneamente, como afirmava Galilew © movimento de queda dos corpos no vicuo ou no ar, quan~ doa resisténcia do ar é desprezivel, é denominado queda livre. A ACELERAGAO DA GRAVIDADE ‘onforme jé foi dito, o movimento de queda livre é acele- rado. Com suas experiéncias, Galileu conseguiu verificar que 0 movimento é tniformensente acelerado, isto €, durante a queda 0 corpo cai com aceleragio constante. Esta aceleragio, denominada aeleragio da gravidade, é representada normalmente por ge, pelo que ja vimos, pademos concluir que o seu valor 0 mesmo para todos os corpos em queda livre. A determinagio do valor de g pode ser feita de varias maneiras. Por exemplo, usando téenicas modernas, podemos obter uma fo- tografia como a da fig. 2-19. Esta foto mostra as posigbes sucessivas de duas esferas, de pesos diferentes, em queda livre. Vemos claramente que estas esferas abandonadas no mesmo ins- tante caem simultaneamente, como previra Galileu. Como as posigdes sucessivas foram fotografadas em intervalos de tempo iguais, é possivel verificar, através da foto, que a aceleracio é constante. Uma anilise cuidadosa de foros como esta nos permite obter o valor da aceleracio da gravidade, o qual resulta ser, aproximadamente, g=9,8m/s" 0 é, quando um corpo esté em queda livre, sua velocidade aumenta de 9,8 m/s em cada 1's Fig.2-19:Esto fotografia mostra ox posi- ‘Ber sucessivas de duas exferas, de pezot ‘diferentes, em quede livre. Observe que las caem simultaneamente,come previ- raGalllew T= com a mesma acelera¢ao. 24 93 Fig.2-20: Quando um corpo cal em quede livre, tua velocidade aumento de 9,8 misem cada I's. } Jaoro queda livre sao vélides os ‘equagdes que estabelecemos para 0 movimento uniferme- ‘mente variado, sendo (fig. 2-20). Se 0 corpo for langado verticalmente para cima, sua velocidade diminui de 9,8 m/s em cada 1 s. AS EQUAGOES DA QUEDA LIVRE Sendo o movimento de queda livre uniformemente acelerado, é evidente que podemos aplicar a ele as equagdes estudadas na secgio anterior para este tipo de movimento. Assim, supondo que um corpo seja langado para baixo com uma velocidade inicial v, (fig. 2-21), apés cair durante um tempo fe ter percorrido uma distincia d, sio validas as equagdes 1g wtat, d= tt 5at e vist Qed sendo @ = g. Estas mesmas equagdes podem ser empregadas para o movimento de subida, bastando lembrar que, neste caso, o movimento é uniformemente retardado (a aceleracio sera negativa pois convencionamos considerar a veloci- dade sempre como positiva).. Exemplo Um compo ¢ langaco verticalmente para cima com uma valocidade inicial vp = 30 mis. Considere g = 10 mis? e despreze a resisténcia do ar 2) Qual seré a velocidade do corpo 2,0 s apés 0 langamento? fo + at e, como 0 movimento ¢ retardado, temos A velocidade seré dada por v a=-10 mst. Entéo v=30-10%20 ou v= 40 mvs ) Quanto tempo o corpo gasta para atingir 0 ponto mais alto de sua trajetoria? ‘No ponto mais alt, temos v = 0 €, entdo, a equagdo V = vp + at nos femece 0=30-10t — donde 3,08 ©) Qual a altura méxima alcangada pelo corpo? A distancia peroorrida & dada por d = vst + (1/2) at®. Como para atingir 0 ‘Ponto mais alto 0 tempo gasto é t = 3,0 s, teremos, para a altura méxima, d= 30x3,0-2x10x3,0 oy d= 45m 0) Qual a velocidade com que 0 corpo retoma ao ponto de langamento? ‘0 descer, 0 corpo parte do repouso no ponto mais alto e val pereorer a mesma distncia que percorreu 2o subir Entéo, na equagao v? = vj + 2ad, temos vo = 0, d= 45me 10 m/s*, Logo vi = 2% 10x45 donde v= 30 ms. Como vocé pode perceber, 0 corpo retorma ao ponto de partida com a ‘mesma velocidade com que fo langado. £) Quanto tempo 0 corpo gasta para descer? Este tempo poderd ser obtido da equacao v = vp + at, onde ¥p = 0 (0 corpo parte do repouso no ponto mais alto), v = 30 mvs (contomme btivemos na questéo anterior) e @ = 10 mvs. Teremos 30 =10¢ donde t=308 Observe, pols, que quando um corpo é langado para cima o tempo de descida& igual ao tempo de subida. Movimento retilinea. cho @xell€icios de fiKagae ExelCicice Ge tt Antes de passar ao estudo da préxima secsao, responda as questdes seguintes, consultando 0 texto sempre que julgar necessario. 24. Um lio pesado e uma folha de papel so aban- ‘donados, simultaneamente, de uma mesma altura 1) Se a queda for no ar, qual deles chega primeiro 20 solo? b) Ese queda for no vécuo? ©) Por que as duas experiéncias apresentam resul- tados diferentes? 25. a) Um corpo 6 abandonado de uma certa altura e cal verticalmente. Em que condigdes podemos Considerar que este corpo esté em queda livre? ) Qual 6 0 tipo de movimento de um corpo que est caindo em queda livre? 26. Dols corpos, sendo um deles mais pesado do que o outro, estao em queda livte nas proximidades da 2) Qual 6 0 valor da aceleragéo de queda para 0 corpo mais pesado? E para o corpo mais eve? 'b) Como é denominada © como se representa esta ‘aceleracéo de queda dos corpos? 27. a) Quando um corpo esta caindo em queda live, © ‘que acontece com o valor de sua velocidade em ‘cada segundo? 'b) E se 0 corpo for langado verticalmente para cima? 28, Um corpo ¢ abandonado (isto é, parte do repouso) do alto de um edificio e gasta 3,0 s para chegar ao ‘solo. Considere a resisténcia do ar desprezivel © g = 10 ms‘, 8) Qual é a altura do edificio? —_ so ‘superficie da Terra, ) Qual 6a velocidade com que o corpo atinge o solo? um tépico especial para vocé aprender um pouco mais 2.6. Galilew Galilei ue? COM GALILEU ‘1580 DEU GALILEU: DA MEDICINA PARA A FISICA. grande fisico e astrOnomo italiano, Galileu Galilei, nasceu em Pisa no ano de 1564, filho de uma familia pobre da nobreza de Florenga. O jovem Galileu, 20s 17 anos, foi encaminhado por seu pai para o estudo de Medicina, por ser uma profissio lucrativa. En- tretanto, a carreira médica nio foi muito atraente para Galileu e seu espirito irrequieto fez. com que ele se interessasse por outros tipos de problemas. Conta-se que, certa ver, observando despreocupadamente as oscilagées de um lustre da Catedral de Pisa, interessou-se em medir 0 tempo de cada oscilagio, com, coma contagem do nimero de batidas de seu préprio pulso (naquela época nfo haviam ainda sido inven- tados 0s rel6gios e crondmetros). Verificou, com surpresa, que embora as osci- lagées se tornassem cada vez menores, 0 tempo de cada oscilagio permanecia sempre o mesmo. Repetindo a experiéncia em sua casa, usando um péndulo (uma pedra atada & extremidade de um fio) este resultado foi confirmado, verifi- cando ainda que o tempo de uma oscilacdo dependia do comprimento do fio. Estas descobertas levaram Galileu @ propor 0 uso de um péndulo de com- primento padrio para a medida da pulsagao de pacientes, O uso deste aparelho tornou-se muito popular entre os médicos da época. Fig.2-22: Golilew verificou experimentalmente que 0 movimento de um corpo, ddescende em um plano ine clinedo, ¢ unifermemente ‘occlerado, Para se ter uma ‘dela das dificuldades en- {rentadas por Golleu, bas- ta lembror que ele media “relogio isto é, deter ‘minava @. quantidade de gua que excoava de um recipiente, enquanto 0 cor- po descia'o plano, Fig2-23; conclusBes sobre a queda lire, observando 0 movi= mento de um péndul. ndulos da figu= ra eém o mesmo compri- Esta foia iltima contribuiggo de Galileu para a Medicina, pois o estudodopénduloedeoutrosdispo- sitivos mecinicos alteraram com- pletamente sua orientagio profis- sional. Apés alguma discussio com seu pai, ele modificou seus planos académicos ¢ comecou a estudar Matematica e Ciéncias. © PENDULO EA QUEDA LIVRE Em suas experiéncias com 0 péndulo, Galileu descobriu um ou- ‘to fato importante: 0 tempo de ‘uma oscilagio nao depende do peso do corpo suspenso na extremidade do fio, isto &, 0 tempo de oscilagio é 0 ‘mesmo tanto para um corpo leve quanto para um corpo pesado, Esta descoberta levou Galileu a fazer o seguinte raciocinio: uma pedra leve e uma pedra pesada, oscilando na extremidade de um fio, gastam o mesmo tempo para “cair”, isto é, para se deslocar da posigio mais alta até a posigo mais baixa da trajetoria (fig. 2-23). Entio, como ‘© movimento pendular ¢ a queda livre sio ambos provocados pela ‘mesma causa (gravidade), se essas duas pedras forem abandonadas li- vremente de uma certa altura, elas deverio também cair simultanea- ‘mente, gastando ambas o mesmo tempo para chegar 2o solo. Esta con- clusio era contréria aos ensinamentos de Arist6teles (como vimos neste capitulo) e, para comprovi-la, conta-se que Galileu teria realizado a fa- ‘mosa experincia da torre de Pisa (veja a secgio 2.5). Alguns historiadores duvidam que Galileu tenha realmente realizado estaexperiéncia, masnioba divida deque ele efetivamente realizou virias experiéncias, observando ob- jetos diferentes em queda e péndulos em oscilaglo, talvez em sua prépria residéncia. Em outras palavras, Galileu funda- ‘mentava suas conclusbes em experiéncias e observagdes cui- dadosas, aliadasaum raciocinio l6gico. Este modo de proceder constituia base do método experimental, introduzido por ele noestudo dos fenémenosnaturais, sendoporisto considerado precursor da grande revolugio verificada na Fisicaapartirdo século XVII. do diferentes. Procura-se DESCOBERTAS NA ASTRONOMIA ustrar que, pertindo jun tor de uma mesma altura, eles oscilam juntos, isto & — me e os dois péndulos tém 0 ‘mesmo perfodo, indepen- dentemente de suas mas- para 49s (procure realizar esta’ série ‘Além de seus trabalhos no eampo da Mecinica, Galilew deu também enor- contribuicao para o desenvolvimento da Astronomia. Em virtude de sua sgrande habilidade experimental, ele conseguiu construir o primeiro telesc6pio uso em observagdes astronémicas. Com este instrumento, realizou uma de descobertas, quase todas contrariando as crencas filos6ficas e religiosas experiéncio). dda época, as quais eram baseadas nos ensinamentos de Aristételes. Movimenta retiliince: Entre estas escobertas de Galileu podemos destacar: = percebeu que a superficie da Lua é rugosa e irregular e nio lisa e perfeita- mente esférica como se acreditava; = descobriu quatro satélites girando ao redor de Jpiter, contrariando a idéia aristotélica de que todos os astros deviam girar em tomo da Terra, Alguns filésofos da época recusavam-se a olhar através do telesc6pio, para nao serem obrigados a se curvar diante da realidade, chegando a afirmar que aquelas observagoes eram irreais e nfo passavam de truques criados por Galileu; ~ verificou que o planeta Vénus apresenta fases (como as da Lua) e esta observagio levou-o @ coneluir que Vénus gira em torno do Sol, como afirmava o astrénomo Copérnico em sua teoria heliocéntrica (fig. 2-24). Fig 2-24:As foses deVénus, vistas daTerra,enquanto gira em tomo do Sol. A partir destas descobertas, Galileu passou a defender ea divulgar a teoria de que a Terra, assim como as demas planetas, se move em tomo do Sol. Estas idgias foram apresentadas em sua obra Didlogos sobre Grandes Sistemas do Mundo publicada em 1632. GALILEU E A INQUISIGAO ‘As conseqiiéncias do grande tumulto produzido ps civagagSotdene Wao tee Ne ene eaten ec a nada pela Igreja, Galileu foi taxado de herético, preso esubmetido a julgamento pela Inquisig¢fo em 1633. Para evitar que fosse condenado & morte (queimado vivo) Galileu se viu teil renegar suas idéias através de uma “confissio”, lida perante o Santo Conselho da lgreja, Ainda assim, ele foi cond permanecer confinado em sua de se afastar daquele local, até o fim cego e muito doente, a prodigiosa atividade mental de Galle permaneceu inalterada e, em 1638, era publicada sua Ea intitulada Duas Novas Ciéncias, na qual ele langava as ba Mecinica, Ties anos mais tarde, ainda em atividade, suge cientistas da época varias idéia Galileu, completamente cego, a8 de janeiro de 1642. Capa de obra Didlegoe Sobre os Dois Grondes Sist ‘mes do Mundo, na qual Golllew defendia e teoria helioeéntrica, exelCicios de fiXagao © cletes & iL Antes de passar ao estudo da préxima secgao, responda as questdes seguintes, consultando © texto Sempre que julgar necessario. 29. a) Quais as duas cidades italianas,citadas no texto desta secca0, muito relacionadas com a vida e ‘a obra de Galileu? b) Procure localzar estas cidades em um mapa da Ita, 30. a) Qual foi a descoberta feita por Galileu sobre 0 ‘movimento de um péndulo, obsenvando as ‘oscilagdes de um lustre na Catedral de Pisa? ») Realizando experiéncias, Galileu descobriu um fator que influenciava no tempo de oscilagéo de ‘um péndulo. Qual é este fator? ‘31. a) Qual era 0 “cronémetro” usado por Galileu para ‘medi o tempo de oscilacdo de um péndulo? b) Com que objetivo Galileu sugeriu 0 uso do péndulo na Medicina? ‘32, a) Suponha que Galileu, na experiéneia represen- tada na fig, 2-23, tenha inicialmente usado uma esfera de 50 gramas de massa e observado que ‘0 tempo de oscilagdo desse péndulo era de 1,5 s. ‘Supsttuindo a esfera por outra, de massa igual a 4100 gramas (mantendo 0 fio com o mesmo ‘comprimento), 0 tempo de oscilago deste Novo ‘éndulo seria maior, menor ou igual a 1,5 s? reVisao by Observagées como aquelas fetas na experiéncia dda questdo (a) levaram Galileu a uma impor- tante concluséo sabre a queda lie dos corpos. (Qual fol esta conclusso? 33, Calcule 0 tempo aproximado que 0s corpos aban- ‘donados por Galleu, do alto da Torre de Pisa, gas- ‘aram para chegar ao solo. A altura dessa torre & ‘cerca de 45m. 34, A fig, 2-24 mostra Venus em diversas posigées: ‘em seu giro a0 redor do Sol. Sabendo-se que 0 ‘sentido desse movimento, na figura, 6 ant-horério (contrario a0 dos ponteiros de um reldgio), diga ‘em qual das posigées, A, 8, C ou D, uma pessoa ra Terra observa: 2) Vénus cheia. ) Vénus nova. ©) Venus minguante.. 6) Venus crescente. 35, Faca uma pesquisa sobre as teorias de Galleu que fentraram em choque com idéias estabelecidas ‘como dogmas na época e que 0 levaram a ser ‘condenado pelo Tribunal da Inquisig&o. As questdes seguintes foram formuladas para que vocé faca uma revisio dos pontos mais importantes abordados neste capitulo. Ao respondé-las, volte ao texto sempre que tiver dividas. 1. Em que condigdes podemos considerar um corpo ‘como uma particula? Dé exemplos. 2. a) O movimento de um corpo depende do refe- rencial no qual ele é observado. Cite exemplos ‘que ilustrem esta afirmacao. ) Descreva uma situagdo na qual um corpo se fencontra em repouso para um observador, mas ‘em movimento em relagéo a outro observador. ©) Quando dizemos que a Terra gira go redor do Sol, onde estamos supondo que esté situado o referencial? quando dizemos que 0 Sol gira ‘em tomo da Terra? 3. Um corpo esté se deslocando em movimento uniforme, 4. a) D8 um exempio mostrando que a distant 2) 0 que podemos dizer sobre 0 valor de sua velo- cidade v? ) Como 60 grafico v x t? ) Qual 6 a expresséo que relaciona a disténcia percorrida,d, @ velocidade ve o tempo de movi- mento t? €) Como 60 grafico d x t? ©) O que representa a inclinagéo deste grico? per. ‘corrida por um carro e a sua posi¢do em uma ‘estrada Go conceitos diferentes. ) 0 que vocé entende quando alguém ihe diz que ‘a velocidade de um carro 6 negativa?

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