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Considerando o exposto no segundo pargrafo da Analtica do Belo, seria possvel dizer, em

Kant, de uma total indiferena em relao representao ou existncia ela mesma de


uma dada coisa ou objeto? E em termos de afeco, o que implica do ponto de vista do
comprazimento no contato com o objeto?

Para Kant, o prazer ligado apreciao de um determinado objeto envolve, necessria e


simultaneamente, a utilizao de duas faculdades: a da apetio e a da determinao. Cremos,
segundo nossa leitura, que naquilo que respeita faculdade da apetio, Kant quer nos
mostrar que a apreciao e o ajuizamento acerca da beleza de um objeto ou fenmeno
apreendido por nossos sentidos, envolve necessariamente uma determinao do que aquele
objeto ou fenmeno ao qual estamos expostos.

Ao falar de apetio, entendemos que Kant no necessariamente estaria


falando s de uma via positiva de utilizao de nossa capacidade judicante. Um objeto
ou fenmeno pode, perfeitamente, apetecer-nos em graus tais de comprazimento,
que acerca dele determinemos o juzo de que estamos diante de um objeto/fenmeno
belo. Entretanto, o contrrio tambm possvel, de modo que assim podemos
perfeitamente ser to pouco impactados no contato com o objeto/fenmeno, a ponto
de que nosso ajuizamento resultaria no fato de que os mesmos nos causam total
desprazer ou at mesmo repulsa. Contudo seria impossvel alcanar um grau nulo de
apetio ou afetao que nos facultasse dizer-nos totalmente indiferentes a um dado
objeto ou fenmeno. Mesmo que no travemos contato direto com um objeto ou
fenmeno, ainda sim somos capazes de exercer nossas faculdades judicantes,
especulando com base em outras observaes e experincias, se aquilo porventura
poderia ou no agradar-nos. Perceba-se, portanto que neste caso, prevalece a
existncia de uma polaridade que nos permite dizer que gostamos ou no gostamos de
um dado objeto/fenmeno, mas nunca que somos indiferentes a ele. Para Kant, no
h como no se afetar pelos elementos da realidade externa. Neste sentido, estamos o
tempo todo exercendo em exerccio judicativo em relao realidade. Somos juzes do
mundo.

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