TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMARCA DE SÃO PAULO

FORO CENTRAL CÍVEL
1ª VARA DE REGISTROS PÚBLICOS
PRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900

DECISÃO

Processo nº: 100.10.012242-5 - Dúvida

Requerente: 8º Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil Pessoa
Jurídica da Comarca de São Paulo
[Tipo Completo da ]
Parte Passiva Principal]:

Se impresso, para conferência acesse o site http://esaj.tj.sp.gov.br/esaj, informe o processo 100.10.012242-5 e o código 2S0000001RLGM.
VISTOS.

Trata-se de DÚVIDA suscitada pela 8º Oficial de Registro de Títulos

e Documentos Civil e de Pessoa Jurídica da Comarca de São Paulo, Capital,
relativamente à interessada Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais
da Justiça do Trabalho da 2ª Região. O Oficial recusou o ingresso da Ata de
Assembléia Geral Extraordinária por considerar que já existe Associação com
denominação similar(Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais da
Justiça do Trabalho da 2ª Região), caracterizando evidente similitude a que se
referem as Normas de Serviço da Egrégia Corregedoria Geral de Justiça.

Este documento foi assinado digitalmente por MARIA ISABEL ROMERO RODRIGUES HENRIQUES.
A interessada apresentou impugnação.

A Representante do Ministério Público opinou pela manutenção do

óbice, acolhendo-se a dúvida apresentada (fl2. 117/118).

DECIDO.

O óbice levantado pelo Oficial deve ser afastado.

Não há dúvidas de que há semelhança nas denominações das duas

Associações em discussão Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais
da Justiça do Trabalho da 2ª Região (AOJUSTRA) e a Associação dos Oficiais de
Justiça Avaliadores Federais no Estado de São Paulo (ASSOJAF-SP).

No entanto, a argumentação desenvolvida pela interessada traz

esclarecimentos importantes sobre a questão debatida, tornando mais razoáveis os
motivos ali expostos, notadamente pelo fato de que no Estado de São Paulo há dois
Tribunais Regionais do Trabalho (2ª Região e 15ª Região) e que a 15ª Região
também já possui uma Associação constituída.

E, no caso em exame, em se tratando de Associação Civil, a mera

semelhança do nome, com o de outra sociedade já registrada, não pode ser motivo

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impediente para o registro de seus atos constitutivos.

As Normas de Serviço da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça, no

Capítulo XVIII, seção I, item 3, apenas torna defeso o registro, na mesma comarca,
quando sociedades, associações ou fundações tenham a mesma denominação. E,
vale dizer, denominação semelhante não pode ser tida como mesma denominação,
como consta daquela norma referida.

Importante que os nomes tenham algo que os diferencie. Isso já será

bastante. Não há falar no caso em ser impossível distinguir as duas Associações em
exame. Há visível diferença entre as duas denominações. Uma envolve os Oficiais
Federais Avaliadores do Estado de São Paulo e a outra envolve os Oficiais Federais

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Avaliadores da Justiça do Trabalho da 2ª Região.

Ainda que os fins de ambas fossem semelhantes, ou mesmo

idênticos, nada se anteporia ao registro. Salienta-se que a Constituição da República
Federativa do Brasil, no artigo 5º, consagra o princípio da "plena liberdade de
associação para fins lícitos ...", o que vedaria qualquer limitação que se pudesse
pretender.

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE a dúvida para afastar o

óbice relativo à denominação da Associação, de interesse da Associação dos Oficiais
de Justiça Avaliadores Federais da Justiça do Trabalho da 2ª Região (AOJUSTRA).

Este documento foi assinado digitalmente por MARIA ISABEL ROMERO RODRIGUES HENRIQUES.
Após o trânsito em julgado, cumpra-se o disposto no art. 203 da Lei
de Registros Públicos.

Após, nada mais sendo requerido, ao ARQUIVO.

P.R.I.C.

São Paulo, 24 de maio de 2.010.

MARIA ISABEL ROMERO RODRIGUES HENRIQUES

Juíza de Direito

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