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  • Sociologia Do Crime - Philippe Robert - Capítulo 4

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    A Criminalização Secundária a Repressão Penal

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    sociologia do crime - philippe robert - Capítulo 4

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    Scoot. Cena sociedade organizada. Nisso wwdo,tratam-se de migalhas de violencia de baixa intensidade que florescem numa es- pécie de cultura da provocacio; contudo, elas suscitam re- agbes muito vivas de inseguranea IV A criminalizagdo secundaria: a repressao penal ‘A contribuigao mals significaiva dos teoricos da ro- tulagem (vide eapitul II) teria consistido em distinguir a repressia da trnsgressto: aquela nao é uma simples con- seqaenicia desta, € necessrlo acrescentar um processo de declaragto (do autor como delinguente) e que o mesmo seja hem-sucedido, Nem os autores em questo, nem os ‘ena, tampouco as razdes sto necessariamente as mes- sas ~o esquema segundo 0 qual «transgresso seria 0 stf= ‘mulus da respostaconsistente na pena parece demasiado sin- elo. A Sociologia do Crime nao pode, entio, contentarse ‘cm explicara passagemt ao ato; importa que ela explique a eventual sangdo mediante uma pena, Sob a expressio “re- pressto penal” ~ di-se amiém criminalizagto secundria cencontra-se,em verdad, um processo com- plexo que se expoe a pesquisa, [Nao se pode falar de repressio penal sem tratar ig mente da prevencio do crime. Os dois formam um casal indissociavel: os programas de prevencio constituem tanto ‘ne ltemativa quanto um complementoa repressto;a pro ria repressio, alls, pretende perseguir um objetivo de pre- vvencio (da reincideneta) Durante 05 ulkimos decenios do sé. XX, esse capitulo 1h Sociologia clo Crime atrai os investimentoscientifcos mais importantes, por vezes, os mais eratvos (para um blanco europeu, veja-se van Outrive e Robert {1999)) 'sso seria percebido, inicialmente, em se tratando do de- bate sobre a medida da delingiéncis, Numa primeira abor. dager, essa questo pareciaconcerniratransgressto, prin- ipalmente; mas o que esava verdadeiramente em cause era Possbilidade de as contaens da atvidae repressiva a es {austeas policiais,judiciaise penitenciias ‘bem plas media transpresio, Em seguida, di mostra do massivo iumento de volume de pesquisas ope "racionais sobre o funcionamento da criminalizagto secun- aria. Finalmente, uma perspective menos liga apl- "asdes priticas imediats permitra a desrigd da dinimica dos atores sociais em tomo da estrutura penal Da medigao da delingiiéncia & construgao do crime Adescobertade que. repressao nao decorre diretamen. ‘eda transgressto de que ela supe, porém, osuicesso dum Acoma sounds: epi pas procedimento de declaraca0, conferiy, a partir dos anos 1960, novo vigor a um dos debates mais antigos do est- Ado do crime: deve-se wabalhar sobre quais dados? Quais Fontes devem ser mobilizadas para a medicio da delin- squencia? Durante longo tempo, a medigto do crime no propi- iow a construcao de grandes bases de dados quantitativos, cla limitou-se a tomar emprestados os cles empeeendi- «dos por diversas instirucdes penais em vista de suas neces- sldades funcionats, Essa situagao decorte provavelmente do fato de que esas instituicdes sd0 preexstentes ao desenvol- imento dum estudo sistematico da delingnéncis, A partir dos anos 1960, uma serie de conelusaes este ‘as ~ da nota “emometodolégica” publicada nos Estados Unidos por John Kitsuse e Aaron Cicourel (1963) a0 tra- balhos publicados por Keith Botiomley (1973) no Reino Unido ou por Philippe Robert (1977) na Franga ~ ressal- taram que se devia examinar capaci adminiseativos para medie a%y de registro dum evento dependem da propensio das ‘mas (ou de testemunhas) de informilo aos services ofciais (reporting ow encaminhamenta), da prioidade com que es- ses tentam desvends-los eda facilidade ow dificuldade des- ‘st imiciativa em fungi da maior ou menor visibilidade do autor dou de seu ato)... Todas esas sto consideragdes va raveis segundo o caso. Parecia cada vez menos stislat- tio limitarse apenas is esttistcas oficial para a medigto da detinguencia, [ statistics evtminais © medida do crime Nosce. XVI, quando sua no erpao gertnsfon,o neo nm exatsicadesigaavafelatorios com as lication qe sintetiva a stuaao do Estado pra infrmactodo pine Pe. Progressivamente, orem adquirivo seni de colcao de alos ede meres, ue petencla niilmente outa neo ism artimetca social ogni, ese, dspace da lings tn spe ona hobs ao Estomac liberal mascido na Revolugao Francesa fl acaba por wena ees do censo sacl (ata hrs ger da eta ts, vse Clean [178A patiede 17, eur pea na rang das Conts Ges da Admins da Jes ist ‘ngemonia dis cons admins jus da dlnguenca No {im daquele secu, com o desenvolvimento do ex stems tico do cre, ese Se content desea ont disponivel x qua verso tempo de instars como media adcuvel da uinaldade Deseo Ineo, enitanto, houreiterrogaaes sobre a pete neni dessa confrtvel indolent chegaram a concen todo julzvodas as stuaces susctives de qualifaran penal? Manifestamentena0, por rzdes molipis. Com se comemtar tent com dads que se itm ecenseat os tases submet os asta decsio a daqulescomkecios dos unin encat. regis dese fornecieato (ministre pablico pole) ow ta ‘exccugto de stasdelses (prises)? Por muito fmpo. nos nos ‘ontentamos de spor que a conta dsponieis“epresenatam sufiietemente bem conju do caso inlusos squeles qu por uma ast ou outta, havam escapada a jai, 0 ques eh Ima porvezes de cif mega, No iaimo, conse aia ‘mente uma preferenela pelos dadossitados mais a montane pesiel do process ssiacons,considerando que ene xs Aerator: armpit lam mas primes do dlto equ adissipaci sera, onan, ‘menor. Os rpintos polis peleencalmente aos estos Ais termanatam etornando, segundo oconselhe de Thorsten Salln, 4 medi de delingaenia por execleneia Em 1964 ele opts com seu diepulo Marvin Wollang,em Themeerement 9] deliquncy, a melhora da eatstiea pial pela ponders ‘dceada reget, tomando-seem conan ravine camera dos aus: dots farts podam reeber pesos dleremes de aeordo com sus modaldes. Esse esforgon io foram sficentes para dri as dvds sobre a adeqaasio dos cOmptosinstitctonas a medigso da d= Tngaencla, rocuou-se enti ermos de compara ene os = ston ado-penis dos mention crenos. Assn, coronary ls contagens polls dos homledios a esate das casas ‘le mene de qu puna servi ities de kon pases ‘dsemolvids enue,» ewalo pods apeado apenas aus, ‘numero hata de cass, onde ea posvel abuse de outroe ‘dos (0s pesquisadores ao fim deciram-se a prodizir dados ‘mediante a realizagao de pesquisa, a0 invés de depender apenas das estatistcasinstitucionas. Recorrendo a pesquisas da populagao em geral, houve 0 afastamento ds influencias insticucionais que pesam sobre as contagens da auvidade polieial, dos tibunais ou das pri- bes, Todavia, sda dado tem seus proprios limites. Como medida da aividade repressiva, a estatistiea oficial nao ¢ por conseguinte, a melhor medida da criminalidade, O es- tudo da delingiéncia auto-reportada, muito eficiente em relacto a delingaencia juvenil ou a0 consumo de cannabis, 6 dificilmente utiizivel para a delingaeneia econdmica ¢ secking a me financelra ou para o crime onganizado. Quanto & pesquist da vitimacto, ess no conver 8s infragoes sem viima di- eta ow aquelas onde a vita é climinada, como no homici- dio eonsumado, nem aquelas que supoemt uma partcipagao ‘ou uma cumpliidade da vtima, tampoueo ques cua pes- qulsa perane « paplagso em geal soja impossibiitad por sua definigio demasiado complexa, Ela pode ser, ao reves, daptada is volencias no- moras, 08 fartasearrombamen 1s, aos danos causados ao patrimonio de pariculares. En- tendeu-s,progresivamente, quea melhor postra para medi a delingaéneia consist em confrontat © maior miimero de ‘dados, operando-se uma forma de “triangulagio". Assim fazendo, emerge a diversidade de atores que con- cortein a uma eventual criminalizagio secundaria, Cada dado consttui o resultado duma operacio de designacio dum ator diferent: na pesquisa da delingdenciaauto-rela tada,o autor atribul tm earater delingdente a certos com= portamentos seus; na pesquisa da vitimacio, a vitima desig nna como delits algumas de suas desventuras; na estatstica| policial, © poicialacredita que certos fatos levados a seu ‘comhecimento, ox mesmo descobertos por sua propria ini ‘ativa, possam constitur infragdes, as quais ele deve sub- meter aa juz. Este € 0 nico ator investido do poder cons- titucional de decidir se uma situagio concreta corres: onde as prescrigdes abstratas da le penal, mastodosarqueles -Acimestone ound psn pen! «que contribuem para apresentarIhe 6 aso ~ profssionais ‘ou legos ~ procedem a jlgamentos provisoris do tipo ™parece-me que isso ¢ um delito" Pesquisas € medicao da delingaencia Duns providence form fentaa sucersvamete: prime ramente, ntermgaci de amostas de populaeo para se co ‘hee uc hala cometido cea nas depos Inverse, Tadagacto de quem bavi sido wumado pels mesma. ‘primera dlas~ Self Reported Delinquency Surveys ~ fo ‘nangurada depois da Segunda Guerra Mua nas pesquisa. se dings joven Apis et else ela oman se de ws Courente para sbondagem dos comportamentosdeevantes ma venti Em adi els mate fo desalted do ‘Consume de substincaeprovbidas ‘0 outro grande metodo de pesquisa da delingaenci ~ 8 Vitmisation Surveys, om pesguias de vitimasdo~ foram ia _Eredas no cars dev anes 1980, mediante expergncas eas dis por uma comissio presdencl de pesquisa sobe oem, onbecila por Katzenback (Presidents Commission om Law forcement and Adinsration of usc, 1967). Logo aps, su ‘nce fol extrordinar, Newhima fora de pesquisa sobre 0 ‘rime mobilizes deforma dadovra antes expecta, recat= Sos enenbwoidade metodalgia. ela primeira vez, cena do {rime construta bases de dadesautonomas em grande escala “Tnnada roti nos Estados Unidos, desde os aos 1970, una

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