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(Quarta-felra 22 o€ Fverairo de 1933 DIARIO so mals de dass ppios ip casu dase rginas | I Série —Némero 43 D0 GOVERNO PREGO DESTE NUMERO— 1850 Pagan Fs SUPLEMENTO SUMARIO Presidéncia Ministerio Decreto n.* 22:244 — Promalga 0 Projecto de Cons Mtica da Reptbliea Portuguesa. ngdo Po- PRESIDENCIA DO MINISTERIO Dooreto ns 22:24 Usando da faculdade quo me confere o n.* 2.° do ar- tigo 2.° do decreto n.* 12:740, de 26 de Novembro de 1926, por forga do disposto no artigo 1.° do decroto 2° 155881, de'9 de Abrh de 1938, sob proposta, dos nistros de’ todas as Reparticdes : hei por bom decretar, para valer como lei, 0 seguinte: Axtigo nico. Em camprimento do disposto no artigo 2.° do decreto n.° 22:229, do 21 de Fevereiro, 6 publi- ado 0 Projecto de Constituigto Politica da Replica Portoguesa, quo sord sujeito a plobiscito nacional ¢ baixa assinado pelo Presidente do Ministério © por todos os Ministros. Determina-se portanto a todas as autoridades a quem © conhecimento ¢ execugto do presente decreto com {Orga do lei pertoncer o cumpram ¢ fagam eumprir © guardar tam inteiramente como néle sé contém. Os Ministros de todas as Repartigdes o fagam impri- mir, publicar e gorrer. Dado nos Pagos do Governo de Ropiblica, om 22 do. Fovereiro do 1989-— Awrosi0 Oscar DE Facoso Canwoxa— Anténto de Oliveira Sa- lazar— Albino Soares Pinto dos Reis Jinior— Manuel Rodrigues Jiinior— Daniel Rodrigues de Sousa — Anibal de Mesquita Guimardia— César de Sousa Menter do Amaral ¢ Abranches— Duarte Pacheco—Armindo Ro- Arigues Monteiro— Gustavo Cordeiro Ramos—Sebastiao Garoia Ramires. Constitaigéa Politica da Repiblica Portuguesa PARTE I Das. ene Da Nagto Portuguesa Artigo 1.° O territorio de Portugal é 0 que actual- mente The pertence © compreonde: * Na Europa: o Continonte © Arquipélagos da Ma- deira © dos Agores; : * Na Africa Ocidental: Arquipélago de Cabo Verde, Gainé, 8. ‘Tomé @ Principe o suas depondéncias, 8. Joto Baptiste dp Ajadl, Cabin o Angola; #'Na Africa Oriental: Mogambiquos Na Asia: Estado da fndia, Macau © Timor 0 res- pectivas dopendéncias.. § tinico. A Nago nto renuncia aos direitos que tena ‘on possa vir a ter sobre qualquer outro territ6rio, Art, 2° Nenhuma pareela do territério nacionel pode sor adguirida por Govérno ou extidado de direito piblico do pais ostrangeiro, salvo para instalagto de represen tagio diplométiea ot consular, se existir reciprocidade om favor do Estado Portugues. Art. 3.° Constituom a Naglo todos os cidadtos porta- ‘gueses residentos dentro ou fora do. son territéri, os quais sto considerados dependentes do Estado e das is portugaesas, salvas as rogras aplicéveis de direito internacional. § nico. Os estrangeiros que se encontrom ou residam om Portugal estio também sujoitos a0 Hstado o bs leis portuguesas, sem prejuizo do proceituado pelo direito Internacional. Art. 4.° A Nagdo Portoguosa constitue um Estado indopendente, cuja soberania s6 reconhece como limites, nna ordom interna, a moral o direito; e, na internacio- nal, o8 que dorivom das convoagden 08 tratados livre mente celebrados ou do dirsito consuetudinirio livre- mente aceito, eumprindo-the cooperar com outros Esta- dos na proparagto © adopglo do solughes que intoressem, {paz ontre os povos © ao progresso da humanidade. 228 ‘co. Portugal preconiza a arbitragem, como meio do dirimir os litigios internacionais. ‘Art. 5.° O Estado portugues 6 uma Replica unitéria @ corporativa, baseada na igualdade dos cidadios perante a lei, no livre acesso do todas as classes aos beneficios da civilizagto ¢ na interferénoia de todos os elementos, geiruarais da Nao na vide administrative os fitara a8 § tinico. A igualdado peranto a lef envolve o direito de sor provido nos cargos piblicos, conforme a eapaci- dade ou sorvigos prostados, @ a negacdo de qualquer privilégio do nascimento, nobreza, titalo nobilidrquico, sexo, on condigio social, salvas, quanto & mulher, as di forengas rosultantes da sua natureza © do bem da fam{- a, ¢, quanto aos encargos ou vantagens dos, cidadaos, as impostas pole diversidade das circunstiacias ou pela naturoze das cousa Art. 6.° Tncumbe a0 Estado: 1° Promover # unidado moral e estabelecer a ordem jorfdica da Nagto, definindo e fazendo respeitar os di- eitos e garantias resultantos da natureza ou da lei, em favor dos individuos, das familias, das antarquias locais fe das corporagdes morais ¢ econdmicas; 2° Coordenar, impulsionar e dirigir todas as activi- dades sociais, fazendo provalocer oma juste harmonia de dentro ds legitima subordinagto dos ps culares a0 geral; © Zelar pela melhoria de condigbes das classes s0- is desfavorecidas, obstando a que aquelas des- gam abaixo do minimo de existéncia humanamente sufi ciente. TiTULO Dos cidadaos Art. 7.° A lei civil determina como so adquire e como so porde & qualidade de cidadto portogues. Esto goza -dos direitos © garantias consignados na. Coustitaiglo, salvas, quanto aos naturslizados, as restrigdes estabele- cides oa lei. § nico. Dos mesmos direitos © garantias gozam os estrangoiros residentes em Portugal, so a lei nfo deter- minar 0 contrério. Exceptuam-se os direitos politicos © 08 direitos piblicos que so traduzam num encargo pard © Estado, observando-se porém, quanto aos ltimos, reciprocidade de vantagens concedidas aos sibditos por- ‘tugaeses por ontros Est ‘Art. 8° Constitom direitos garantias individuais dos cidadaos portuguesos: 1° O direito & vida e integridade pessoal ; 2° O diroito do bom nome repatacto 8. A liberdade 0 @ inviolabilidade do crengas o priti- cas religiosas, nfo podendo ninguém por causa delas ser perseguido, privado de um direito, ou isento de qual quor obrigagdo ou dever civico Ninguém serS obrigado, a responder acérea da religifo que professa, @ nio ser fam inquérito estatistico ordenado por lef; 4" A lIberdade de expreesto do penssineato sob qual yuor forma; "5° A liberdado de ensino; 6.* A inviolabilidade do domictlio ¢ o sigilo da corre pondéncia, nos ternos que a lei determinar; 72 A liberdade de escolha de profissto ou género de trabalho, inddstria ou comércio, salvas as restrigies le- gais roqueridas pelo bem. comum ¢ os exclusivos que 66 © Estado © 8 corpos administrativos poderio coneoder nos termos da lei, por motivo de reconbecida utilidade pablicas 8° No ser privado da liberdade possoal nem preso sem culpa formals, slvon os catos provats noe 688 eas “dade moral dos cidaddos, I SERIE — NOMERO 48 9 Nao ser sentonciado criminalmento sendo em vir- tado do lei anterior quo declare punfveis 0 acto on omis- sos 10. Haver instrugZo contraditéria, dando-se aos ar- glides, antes © depois da formagto da culpa, as noces- ‘garantias do dofess; ‘Nao haver penas corporais perpétuas, nem a do salvo, quanto # esta, 0 caso de beligerancis com angeitO, © para ser aplicada no teatro da guerra; Nato haver confisco de bens, nem transmissto do qualquer pons da pessoa do delinguentos 18.° Nao haver pristo por falta de pagamento de custas on selos 14° A liberdado do rotnito © associagto; 15.° 0 direlto de propriedade © a sua transmiseXo om vida ou por morte, nas condigbes determinadas pela loi civil '18.° Nao pagar impostos que n80 tenham sido estabe- loco de hnrmonia com # Consitargto; 112 0 direito de roparagéo do toda a lesto efectiva conforme dispuser a lei, podendo esta, quanto a lesdes, de ordem moral, prescrever quo a reparagtio seja po- cunisrias 182° O direito do representaglo ou petiglo, de recla- magio ou queixa, peranto os Grgaos da soberania ou quaisquer autoridades, em defesa dos seus direitos ou do interésse geral 19.° O direito do resistir quaisquer ordens que frinjam as garantias individuais, se nfo estiverom logal- mento suspensas, o de repelir pola forga a agressto par- ticular, quando ‘nfo soja possivel recorrer & autoridade iblica 5 P30 Haver, revisto das sentongas eriminais, asso- gurando-se o dircito de indemnizagao de perdas © danos jola Fazenda Nacional, ao réa on seus herdeiros, me- Tiante processo que a lei regularé. § 1! A ospecificagto destos direitos © garantias nfo exclue quaisquer outros constantes da Constitaigso ou das leis, eatendendo-se que os cidadios doverdo sempre fazer uso déles som ofensa dos direitos do tereeiros, em lest dos intresss da sociedad on dos priaipos da moral. {§ 2. Leis especiais regulardo o exereicio da liberdade de expresso do pensamento, de ensino, de retinito de associagto, devendo, quanto & primeira, impedir preven- tiva ou repressivamente a perversio da opinido piblica ns sua fongio de forga social, © salvaguardar & integri- em ficaré assegorado 0 di- reito do fazer inserir gratuitamente a reetificacao on de- fosa na publicacio periédica em que forem injariados ou infamados, som projaizo de qualquer outra responsa- Dilidade on procedimento determinado na 1 § 3. E autorizads a pristo, sém culpa formada, om flagrante delito © nos seguintes crimes consumados, frustrados oa tentados: contra a seguranga do Estado; falsifieagto de moeda, notas de Banco 6 titulos de di- vida pibliea; homicidio voluntério; furto doméstico ou roubo; furte, burla oa abuso de confianga, praticados por um reineidento; falencis frandaleata; fogo posto; fabrieo, detengo ou amprégo do bombas explosivas outros engenhos semelhantes. '§ 4° Fora dos casos indicados no pardgrafo anteco- dente, a pristo em cadria piblica ou deteagto em domi- cllio privado ou estabelecimento de alionados 56 poderd, ser lovada a efeito mediante ordem por escrito da auto- ridade competente, o ndo seré mantida oferecendo o in- criminado caugo idénea ou térmo do residéncia, quando a lef 0 consentir. Poderd contra 0 abuso de poder usar-se da providen- cia excepeional do Habeas Corpus, nas condigdes deter- minadas em lei especial. ‘Art. 9.° A qualquer empregado do Estado, dos cor- 22 Did FEVEREIRO DE 1933 229 pos © corporagdes administrativas on do companhias que ¢om um ow outros tenham contrato, é garantido 0 di roito a0 lugar durante o tempo em que for obrigado a prestar servico militar. Art, 10.° E vedado aos 6rgios da Soberania, conjunta ‘on soparadamente, susponder a Constitatglo, ou restrin- gir 09 direitos nela consignados, salvos os casos na ‘mesnia provistos ‘riTvLo mt Da familia Art. 11° O Estado assegura a constituigho 0 defesa a famflia, como fonte do conservagto 0 desenvolvimento ‘da raga, como baso priméria da educagio, da disciplina @ harmonia social, © como fundamento do toda a ordem politica pela sua agregagto © representaglo na freguesia © no munielpio. Art, 127A constituteto da familia assenta: 1.° No casamento 0 filiacto legitimas 2° Na igualdade de direitos © deveres dos dois cOnja- es, quanto & sustentagdo © educago dos flhos legit 3. Na obrigatoriodade do registo do casamento 0 do naseimento dos filhos. § 1° A lei civil estatue as normas relativas as p ‘s0as @ bens dos e0njages, ao pétrio poder o seu supri- mento, aos direitos do sucesso na linha recta ou colate- Tal @ ao direito de alimentos. §-2.° E garantida aos filhos legitimos a plenitude dos direitos exigidos pola ordem e solider da familia, reco- mhecendo-se aos ilegitimos porfilhaveis, mosmo os nas- cituros, direitos conveniontes & sua sitaagto, em espo- ‘cial o'de alimentos, mediante investigagio actrea das ‘Pessoas a quem incamba a obrigagto de os prostar. Art. 13.° Em ordem a defesa da familia pertenco 20 Estado © autarquias locais 1. Favorecer a constitntelo do Iaros independentes ¢ ‘$m eondigbos do sulabridade, o a institatgto do casal do mili 2.° Proteger a maternidado; 8.* Regalar os impostos do harmonia com os encargos Jogos da fama’ © promover a adoppfo do salirio. 4.° Facilitar aos pais 0 cumprimento do dover do ia truir @ eduear os filhos, cooperando com éles por meio de estabelecimentos oficiais de ensino e correccio, ou favorecondo institaigbes particalares que se destinem 20 mesmo fim ; 5° Tomar todas as providéncias no sentido de evitar 4 corrapedo dos costumes. ‘TiTULO IV Das corporagtes morais e econémicas Art, 14.° Tneambe a0 Estado reconhocer as corpora ‘ges morais on econémicas ¢ as associagtes on organiza- ‘ges siodicais, e promover e auxiliar a sua formagto. Art. 15." As corporagies, associugdos on organizacdes ‘4 que se refere o artigo anterior, visurdo principalmente objectives -efontificos, Iiterdrios, artisticos on do educa so fisica; de assisténcia, bensficéncia ou caridade; de aperfeigoamonto técaico ot solidariedade de intertsses, © serio reguladas, na sua constituigio e exercicio das suas fungBes, por normas especi Art, 16.? Podem fazer parto das referidas corporagies, associagtes ox organizagdes, nos termos quo a-lei detor- inary 05 estrangeiros domiciliados em Portagal; é-lhe porém, vedado intervir no exerefcio dos direitos politicos as mesmas atribufdos. ‘TITULO V Da familia, das corporagdes e das autanquias como elementos politicos Art..17 Pertence privativamente as familias 0 di- reito do elegor as juntas de freguosia. § tinico. Bsto direito 6 oxereido pelo respective chefe. Art. 18° Nas corporaghes morais o econdmicaé esta- lo orgaaicamente ropresentados todos os elementos da Nagio, eompotindoihes tomar parte na slegto das ct maras’ municipais ¢ dos conselbos de provincia e na constitaigdo da Camara Corporativa. Art, 19.° Na organizagto politica do Estado concorrem as juntas de freguesia para a eleigho das cimaras mani- cipais e estas para a dos consolhos de provincia. Na Ca- nara Conporativa haverd representagto de avtargias ‘TITULO VI Da opinido publica Art, 20.° A opinido piblica 6 elemento fondamental da politica © administracio do Pafs, incumbindo ao Es- tado defendé-ta de todos os factores que a desorientem contra a verdado, a justiga, a bos administragto e o bom comum. Art. 21.° A imprense exerce uma fongio de cardcter péblico, por virtade da qual nfo podord recaser, em assuntos de interésso nacional, a insergo de notas oficio- sas do dimensdes comans qué Ihe sejam enviadss pelo Governo. T{TULO VIL Da ordem politica, administrativa e civil Art, 22.* Os funcionsrios ptiblicos esto ao servigo da colectividade © no do qualquer partido ox organizagio do interésses particulares, ineumbindo-Ihes scatar 0 fazer respeitar a autoridade do Estado. ‘Art, 23.* Estilo sujeitos & disciptina proserita no ar- tigo anterior os empregados das autarquias locais © cor- poragies administrativas © bem assim-os que trabalham fem emprésas quo explorom sorvigos de interésso pi- Dlico. Art, 24° A susponsiio concertada de servigos piblicos ‘on de interésse colectivo importaré a demissto dos de- Tingtientes, além de outras responsabitidades quo a lei preserever. Art. 25. Nao & permitido acumalar, sslvo nas condi- ‘gbes provistas na lei, emprogos do Estado ou das antar- quis locais, oa daquole o desta § 2.° O regime das incompatibilidades, quer de cars piblicos, quer déstes com o exercicio de otras pro! ses, soré dofiaido om let especial. ° Serko dificultadas, como contrérias & economia @ moral pablicas, as scamulagies de Ingares em emprd- sas privadas. Art. 26.° ‘Todos os cidadtios sto obrigados a prostar 0 Estado ¢ as antarquias locais cooperagto e servigos em harmonie com as lois, @ a crntribuir, eonforme 08 sens haveres, para os encargos ptblicos. Art. 2 stad concederd stngtes honorifics on recompensas aos cidadtos quo se notabilizarem pol seus méritos pessoais, ou pelos seus feitos efvicos on mi- Iitares, 6 ainda aos estrangeiros por convenitacias inter- nacionais, estabelecendo a lei as ordens, condecoragies, medalhas ou diplomas a isso destinados. Art, 28° O registo do estado civil dos cidadios 6 da, competéncia do Estado. 230 I SERIE — NOMERO 43 TirvLo vir Da ordem econémica e social Art. 29.° A organizagto econdmica da Nagio doverd realizar 0 méximo do producto © riquoza socialmento Stil, @ estabelecor ama vide coleetiva do que resultem poderio para o Estado ¢ justiga outro os cidadsos. Art, 30.° O Estado regalard as relagBes da economia nacional com dos outrus paises em obediencia xo prin- cipio de uma adequada conperagto, sem prejuizo das ‘vantagens comorciais a obter vspecialmente do alguns ou da defosa indispensivel contra ameagas on ataques externc Art. 81° O Estado tom o direito © a obrigagip de coordénar e regular superiormente a vida econdmica © social com os objectivos soguintes: © Estabelocer 0 equilibrio da popolacto, das profs- ses, dos empregos, do capital © do trabalho; 3 Defender a economia nacional das exploragdes agticolas, indastriais ¢ comerciais de cardcter parasité- 1o on incompatives com os intoreass superiores da vida amana; 3. Conseguir 0 menor prego © 0 maior salério com. pativeis com a jusia remanoragio dos outros factores da rodugio, pelo aperfeigoamento da técnica, dos servigos @ do crédito; 42 Desenvolvsr povoasto dos trritorios naionat, rroteger os omigrantes e disciplinar a emigragio. PYArE 82° O Estado favorecerd a8 actividades econb- micas particulares que, em relativa igualdade de custo, forem mais rendosas, sem prejuizo do beneficio social atribuido © da protecgto devida as pequenas inddstrias doméstic ‘Art. 88° O Estado s6 podo intorvir directamento na geréncia das actividades econdmicas particulares quando Raja do financié-les e para conseguir beneficios sociais superiores aos que seriam obtidos som a sna intervengio. § finico, Ficam igualmento sujeitas & condicio provista na tltima parte deste artigo as exploragdes de fim luera- tivo do Kstado, ainda que trabalhem em regime de livre coneorrénci Art. 84.°'O Estado promoveré a.formago 0 desoa- volvimento da economia nacional corporativa, visando a quo os seus elementos nto tendam a estabelecer entro si concorréncia desregrada ¢ contréria aos justos objocti- os da sovidade o delee proprioe, mas a colaborar mt- tuamente como membros da mesma colectividade. ‘Art. 85.° A propriedade, o capital ¢ o trabalho dosem- penham uma fangto social, em regime do cooperagio econdmica e solidariedade, podendo a lei determiaar as condigdes do seu emprégo on exploracio conformes com a finalidade colectiva. Art. 36.° O trabalho, quer simples quor qualificado on téenieo, pode ser associado 4 omprése pela maneira que as circunstincias aconselbarom. Art. 37.° As corporagdes econdmicas reconbecidas pelo Estado podem calebrar contratos colectivos de trabalho, sendo nulos os que forem celebrados sem a sua inter- vongio.. ‘Art. 38. Os litigios que se rofiram as relagdes colec- tivas do trabalho sto da competéneia do tribunais espe- Ant 80.1 Nas rolages econdmicas entre o capital o 0 trabalho nto & permitida a susfensio do actividade por qualquer das partes com o fim de fazor vingar os res- peetivos interésses. ‘Art. 40.° B direito © obrigagto do Estado a dofesa da moral, da salubridade da alimentagdo e da higiene pa Dlica. Art, 41.° O Estado promove e favoreco as institutgdes de solidariedado, previdencia, cooperagao © mutualidade. ‘T{TULO 1X" Da educagdo, ensino e cultura nacional Art. 42.° A educagio © instruglo slo obrigatérias © pertencem & familia e sos estabelecimentos offciais ov articulares em cooperagto com € ‘Art. 43° O Estado mantord oficialments escol mérias, complementares, médias © superiores e ins de alta cultura, § 1° O ensino primério elomentar é obrigatério, po- dendo fazer-se no lar doméstico, em escolas particulates ‘on om escolas ofc $22 As artes o as ciencias sero fomentadas o pro- tegidas no seu desenvolvimento, ensiao e propaganda, desde que sejam respeitadas s Constitatgho, @ hierarquia, ea acglo coordenadora do Estado. § 3. O ensino ministrado pelo Bstado 6 independento de qualquer culto religioso, no 0 devendo porém hos lizar, © visa, além do revigoramento fisico ¢ do aperfel- goamento das faculdades inteleetuais. & formagio do ca- Féeter, do valor profissional e de todas as virtades efvi- eas ¢ morais. $4." Nao depende de autorizagio o onsino religioso nas escolas particulares. Art, 44.° E livre 0 estabelecimonto de culares paralelas as do Estado, ficando sujeitas a fisca- lizagko déste ¢ podendo ser por éle subsidiadas, on off- cializadas para o efeito do coneedorem diplomas quando ‘08 seus programas ¢ categoria do respectivo pessoal do- cente nfo forem inferiores aos dos estabelecimentos of -olas partic ‘TITULO X Das relagdes do Estado com a Igreja Catélica e demais cultos Art. 45." E livro o calty pablico on particular de to- das as religibes, podendo as mosmas organizar-s6 livro- mento de harmonia com as normas da sua hierarquia 6 disciplina, constituindo por essa forma associagdes ou organizaghes a que o Estado reconhece existéncia eivil 6 personalidade jurfdica. § dnico. Exceptuam-se os actos de cnlto incompati- ‘vols com a vida o integridade fisica da pessoa humana ¢ com os bons costumes. . Art. 46,° Som prejutzo do preceituado pels concor- datas na osfera do Padroado, o Kstado mantém o regime do separacto em relagto & Tgreja Catblica ea qualquer outra religido ou culto praticados dentro do territbrio por- tugats, ¢ as relagdes diplomatieas eutre a Santa $8 6 Portagal, com reciproca reprosentacio. Art. 47° Neahum templo, edificio, dependéacia. on objecto do culto afecto a uma religiso poder ser desti- nado pelo Estado,a outro fim. ‘Art, 48° Os cemitérios piblicos tm carfeter secular, podendo os ministros de qualquer religito praticar néles livromeate os respectivos rito TITULO XI Do dominio piblico e Art. 49.° Pertencem a0 dominio piblico do-Estado: 1.2 Os jazigos minerais, as nascontes de éguas minsro- -modicinais © outras riquezes naturals oxistentes no sub-sol05 As dguas maritimas, com os seus leitos; Os legos, lagoas 0 cursos do Agua navegdveis ou is, com’ os respectivos leitos on alveos, © bem agsim os que, por docroto especial, forem revoaheidos de utilidade pabliea como aproveitaveis para produgto do do Estado 22 DE FEVEREIRO DE 1933 231 do enorgia eléctrice, nactonsl oa regional, ou para irri- gaghos 4.° As valas abertas pelo Estado; .° As camadas aéredis superiores.ao territorio, para além dos Kimites que a lei fixar em benoficio do prop trio do solos 6.° As linbas férreas do interésse piblico de qualquer as estradas ¢ caminhos piblicos; 7.2 As zonas territoriais reservadas para a defesa mi- Quaisquer outros bens sujeitos por lei a0 regime do dominio piblico. § 1.° Os poderes do Estado sobro os bens do dominio piblico e 0 uso destes por parte dos cidadaos slo regu- lados pela lei @ pelas convengdes interuacionais celebra- das por Portugal, ficando sempre ressalvados para 0 Estado os sous direitos antoriores e para os particulares ‘on direitos adquiridos, podendo estes porém ser objecto o expropriagto determinada pelo interésse ptblico © mediante juste indemnizagto. § 2.° Das riquezas indicadas no p.° 1° sto exprossa- mente exceptuadas as rochas ¢ terras comans os ma- teriais valgarmento empregados nas constragios. § 3° O Estado procoderé & dolimitagto dos terronos que, constituindo propriodade particular, eonfinem com Bons do, dominio public ‘Art. 50.° A administragto dos bens que esto no do- minio privdo do Estado pertenco no Continents e Iihas ‘Adjacontes a0 Ministério das Finangas, salvo os casos de expressa atribuigio qualquer outro. ‘Art. 51.° Ndo podem ser alienados quaisquer bens ou direitos do Estado quo interessom ao sou prestigio ou superiores convenitneias nacionais. “Art. 62.° Esto sob a protecgo do Estado os monu- mentos artisticos, historicos ¢ naturais, @ os objectos ar- tisticos oficialmente reconhecidos como tais, sendo prot- ida a sua alfonagto om favor do estrangeiro TITULO XL Da defesa nacional Art, 58.° O Estado assogura a existéacia 6 0 prestigio das instituigdes militares de terra © mar exigidas pelas supremas necessidades de defesa da integridade nacio- nal e da manutengto da ordem 0 da paz pablica. § nico. A organizagdo militar 6 una para todo o ter- ritério. Art, 54° O servico militar & geral e obrigatério. A lei determina a forma do ser prestado. ‘Art. 55." A lei regularé a organizacto geral da Nagto para o tempo de guerra, em obediéneia ao principio da haglo armada. Art. 36.° O Estado promove, protege © eaxilia insti- ‘uigdes civis que tenham por fim adesirar ¢ disciplinar a mocidade em ordem a prepari-la para o cumprimento dos seus deveres militares © patris ‘Art, 57.° Nenbum cidadio pode emprégo do Estado on das autarqui hoavar camprido os deveres a que emtivor sjeito pela lei militar. ‘Art. 58.° O Estado garante proteecio ¢ pensdes Aque- Jos que se inotilizarem no servigo militar om defosa da Patria ou da ordem, ¢ bem assim & familia dos que néle perderem a vida. TITULO XII Dad administragdes de intorésse colectivo Art, 59. Sto considerndas do intordsse coloctivo © sojeitas a regimes espociais do administraglo, concurs0, superintendeneia ou fisealizagio do Estado, conforme as da defesa nacional @ todas as emprésas ‘quo visem ao aproveitamento o exploragto das cousas que fazem parte do dominio piblico do Bstado. Art. 60.° Obedecerdo regras uniformes, tem pre- jnizo, om pontos secundarios, das especialidades neces- imouto ou transformagso das comuni- terrestres, flaviais, maritimas © aéreas, qualquer quo seja a sua natureza on fins; ‘A construgo das obras de aproveitamento de Aguas on carves minerais para produgto de energia, eléctrica, © bem assim a construgso de rédes para o ‘transporte, ebastecimento om distribuigdo da mesma, © ainda as obras gerais de hidréclica agricola; B.A exploraglo dos sorvigos piblicos relativos as mesinas comunicagbes, obras e rede ‘Art. 61." O Estado promoverd a realizagio dos me- Thoramentos pUblicos mencionados no artigo anterior, designadamente o desenvolvimento da marinha mercante nacioual, tendo sobretudo em vista as ligagdes com os, dominios ultramarinos ¢ os paises onde form numero- 808,08 portagueses. Art, 62.° As tarifas de exploragio do servigos pibli- cos eoncedidos ostio sujeitas A rogulamentagio e fiscali- zagio do Estado. TITULO XIV ‘Das financas do Estado Art, 63.° 0 Orgamento Geral do Estado para 0 Con- tineate o Iihas Adjacontes 6 unitério, compreendendo totulidado das receitas e despesas piblieas, mesmo as dos servigos auténomos, de que podem ser publicados, & parte desonvolvimentos especiais. § Gnico. Cada colénia organizaré o seu orgamento fem obedinela aos principios cousignados nesto artigo. Art. 64.°O Orcamento Geral do Estado é anualmente organizado @ posto em execugto pelo Govérno, em con- formidade com. as disposigdes legais em vigor e em os- pecial com a lei de avtorizagio prevista no a. 4.° do artigo 91." Art, 65.” As despesas correspondentes # obrigagdes legais ou contratuais do Estado ou permanentes por sua natureza ou fins, compreendidos os encargos do juro © amortizagdo da divida piblica, devem ser tomadas como dase da fixagdo dos impostos ¢ outros rendimentos do Estado. ‘Art, 66.° 0 orgamento devo consignar os reenrsos in- dispensiveis para cobrir as desposas tota Art. 67.9 Nio pode recorrer-so a empréstimos sonto para aplicagdes extraordindrias em fomento econdmico, aumento indispensdvel do patriménio nacional ou necos sidades imperiosas de defesa o salvagio piblica. § iinico, Podem todavia obter-s0, por meio de divida Gutuante, os suprimentos necessirios, em representagio, de recoitas da geréncia corrente, no fim da qual deve estar feta w quidagio ou o Tesourohabiitadoo fezéle pelas suas eaixas. Art, 68.° O Estado nfo pode demiauir, em detsimento dos portadoros dos titalos, 0 capital ou o juro da divide publica fandada, podendo porém ‘converté-ia, nos termos de direlto. ‘Art. 69.° Nao podem ser objecto do consolidacio for- gada os débitos por dopésitos efectuados nas caizas do Estado ou nos estabelocimentos de erédito quo Ihe per- tenga, "Art, 70. A lel fixa os prinefpios gerais relatives: 1 os impostor; 2.° As taxas a cobrar-nos servigos pablicos; 3 A administraglo o exploragao dos bens e empré- sus do Estado. 232 .° Bm matéria de impostos a lei detorminaré: @ incidéncia, a taxa, as isengdes a que haja lugar, a8 re clainagdes © recursos admitidos em favor do contri- Dduinte. § 2° A cobranga de impostos estabelecidos por tempo indoterminado on por perfodo certo que ultrapasse uma geréncia depende de antorizagio da Assemblea Nacio- hal. PARTE II Da organizagio politica do Estado T{TULO 1 De Soberania Art. 71° A soberania reside om a Nagto o tem por érgios 0 Chefo do Estado, a Assemblea Nacional, 0 Governo © os Tribunais. TITULO IL Do Ghefe do Estado capfroLo 1 Da cleigto do Presidente da Republica ¢ s prerrogativas Art. 72.° O Chefe do Estado 6 0 Presidente da Rept: bliea éleito pela Nagao. § L? O Prosidento 6 eleito por sete anos. 2.2 A eleigho realiza-se no domingo mais préximo do 60.° dia antorfor ao térmo de cada periodo presiden- ial, por sufrdgio directo dos cidadaos eleitores. € "0 apuramento final dos voto & feito polo S promo Tribunal de Justiga quo proclamara Presidente 0 ‘eidadto mais votado. ‘Art. 73 $6 pode sor eleito Presidente da Repibliea © cidadio portugués maior de trinta e cinco anos, no pleno gdz0 dos seus dircitos civis © politicos, que teubs fido sompre a nacionalidade portuguesa. § Gnico. Soo olcito for membro da Assemblea Nacio- nal perderé o mandato. ‘Art. T4.* Sto inelegiveis para o cargo do Presidente de Repiblica os parontes até o 6.° grau dos reis de Por- tugal. ‘Art. 75.° O Prosidento eleito assume as suas fungdes no dia em que expira o mandato do anterior e toma posse porante a Assemblea Nacional, usando a seguinte formula de eompromisso: Aos membros desta Camara 6 aplicdvol 0 di posto no artigo 89.° © seus pardgrafos. ‘Art. 103° Compete & Camara Corporativa relatar 0 dar parecer por escrito sobre todas as propostas ou pro jectos de lei quo forem preseatos & Assernblea Nacional, ‘antes do sor nesta iniciada a discusszo. g 1." O parecer seré dado dontro de trinta dias, ou no prazo que a Assomblea fixar, so 0 rospectivo projecto de lei for polo Govorno considerado urgente. {§2.° Deoorridos os prazos a que se rofere 0 pard~ grafo anterior. sem quo 0 parocor tonba sido dado, pode a Aseomblea Nacional iniciar imediatamonto a discussto dos rospectivos projectos do lei. ‘Art, 104° A Camara Corporativa funciona durante 0 poriodo das sessBes da Assamblea Nacional o por secgbes especializadas, podendo contado reinir-se duas ou mais, secgdes on todas elas, se a matéria om estudo assim 0 reclamar. gL Na disustto dns propostan ou prajctos dole podem tomar parte o Ministro ou Ministros competentes, fa seus. represontantes © o mombro da Assemblea Na- cional que déles hoaver tido iva. § 2° As sossbes da Camara Corporativa nfo sio pé- blice ‘Art. 105° A Camara Corporativa 6 aplicdvel o pro- ceituado nos artigos 86.° ¢ 101.*, alfnoas a) ¢ 2), sendo também reconhecida as respectivas secgdes a fuculdade conferida no artigo 96.° aos mombros da Assemblea Na- cional. ‘TITULO IV Do Govérno Art. 106.° 0 Goverao & constituldo pelo Presidente do Consolho, que poderé gorir os negécios de um on mais Ministétios, © pelos Miaistros. § 1." O Presidente do Conselho nomeado.e demitido ivremente pelo Presidente da Repiblica. Os Ministros ¢ os Sab-Seeretirios do Estado, qnando os haja, sio no- fasedos pelo. Presidonto da epabliea, ob proposta do President do Conselho, © as snas nomeagles por este 22 DE FEVEREIRO DE 1933 referendadas, bem como as exoneragbes dos Ministros cossantes. § 2.° As fangdos dos Sub-Secrethrios de Estado ¢ ‘sam com a exonerago dos respectivos Ministros. ‘Art. 107.° O Presidente do Conselho rosponde pe- ranto 0 Presidente da Repablice pela politica geral do Governo © coordena © dirigo a sctividade de todos os Ministros, que perants ele respondem politicamente pelos ‘sous actos. t. 108. Compete a0 Governo : 1.* Roforondar os actos do Fresidente da Repiblica; 29 Eleborar deeretos-leis no uso de autorizaghes le- ‘islativas on nos casos do urgéncia e necessidade pti- blica 8.° Elaborar os deeretos, regulamentos para a boa execugio das lei ‘4° Soperintender 10 c blica, fazendo oxecntar as leis 0 resolugies da Assem- lea Nacional, fiscalizando superiormente 08 actos dos corpos © corporaghes administrativas © praticando todos of actos respeitantes & nomeagio, transferéncia, exond- regio, reforma, aposontagto, demissto on reintegraglo do funcionalismo civil ou militar, com ressalva para os interossados do recurso aos tribonais competentes. § 1 Os actos do Prosidento da Reptiblica e do Go- ‘verno que envolvam aumento ou deminnigho de receitas on despesas s8o sempre refsrendados polo Ministo das ‘inangas. § 2° As antorizacdos logislativas, exceptuadas es quo, por forga dos seus proprios termos, importarem uso con- finnado, ndo podem ser aproveitadas mais de uma Podo no entanto o Govérno utilizé-las parcelarmente até as osgotar. § 8.2 Quando 0 Govérno fizer uso da faculdade éons- tante da Gltima parte do n.° 2°, apresontaré num dos cinco primeiros dias do sesso da Assomblea Nacional a proposta para a ratificacio dos decretos-leis que houver ublicado. Recusando-se a Assemble Nacional » conceder a ra- tiffeagio pedida, deixar4 o docreto-lei de vigorar desde ‘0 dia em que sair no Didrio do Govérno 0 aviso a tal respeito expedido pelo presidente da Assembles. ‘A satifeepio pode ver eoncodida com emencas. Nesto caso sord 0 deeroto, som projaizo da sua viggneia, trans- formado em proposta de lei. § 4." A nomengio dos governadores das colénias 6 feita em Conselho de Ministros. $5. Todos os actos que revistam forma de decreto dover ser \dos pelo Presidente da Repiblice, sem Art. 109. Os Ministros no podem acumalar 0 exer- cicio de outra fangto piblice ox de qualquer emprego articular. peg 1.’ Aplicam-se aos Ministros as domais protbigoes @ preseitos do artigo 90.° § 2. Os membros da Assomblea Nacional ou da Ca mara Corporativa que aceitarem 0 cargo de Ministro nko perdem o mandsto, mas ndo poderdo tomar assento na respectiva Camara. ‘Art. 110.° O Conseiho do Ministros reiine-se quando ‘0 Sou Presidente ou o Chefe do Estado o julguem indis- jensivel. Quando o mesmo Presidente ou o Chefe do atado assim o entenderom, a retnito seré sob a presi- dencia deste, © s0-lo-4 obrigatdriamente quando o Chefo do Estado tenha de usar das atribuigdes que Ihe sto conferidas pelos n.°* 2.%, 3°, 4%, 5.%, 6.° 0 82 do ar- tigo 81.° ‘Art. 111° O Govérno 6 da exclusiva confianga do Prosidento da Repiblica o a sua conservagio no Poder alo dopondo do destino quo tiverem ax suas proportas de lei ou de quaisquer votagdes da Assembles Nacional. ‘Art. 112° Presidente do Conselho enviaré eo pre- 235 sidento da Assombles Nacional as propostas de lei que "A mesma hajam de ser submotidas, bem como as ex- plicagdes pedidas ao Governo ou que éste julgne con- venientes. Art. 113° Cada Ministro 6 responsdvel politica, civil © criminalmente pelos actos que legalizar ou pratiear. Os Ministros sto jolgados nos tribunais ordinérios pelos actos que importem responsabilidade civil ou criminal. finico. Se algom Ministro for processado criminal- ‘mento, ehogaio o processo até a pronincia, inclusive, © Sapremo Tribunal de Justiga, em seseto plena 6 com a aatisteoeia do Procarador Geral da. Ropiblicn, docidicg se 0 Ministro deve ser imodiatamento jalgado, ficando em tal caso suspenso, on se 0 julgamenio deve realizar 10 depois do terminadas as stias Tangles. Art. 114." Sto crimes do rosponsabilidado op actos dos Ministros © Sub-Seerotdrios de Estado o dos agentes do Governo que atentarem: 1.2 Contra a existencia politica da Nagao; .° Contra a Constitulgtio eo regime politico estabelecido; 8.° Contra o livro exereieio dos érgtos da Soberania 4.° Contra 0 g6z0 0 0 exercicio dos direitos politicos 6 individuals ; 5.° Contra @ seguranga interna 6.° Contra a probidade da adm : 72° Contra a guarda e omprégo eoustitucional dos di- nheiros péblivoss 8.° Contra as leis da contabilidade pébtica. § tinico. A condenacto por qualquer déstes erimes en- yolve a perda do cargo © a incapacidade para exereer Sungbes piblicas. ‘TITULO V ‘Dos Tribunais Art, 115° A fanglo judicial 6 exercida por tribunais ordindrios 0 espociais. Sto tribonais ordindrios: 1. O Supremo Tribunal do Justiga; 2° Os tribunais de 2.* instAacia, nos distritos jadiciais, do Continente © Tihas Adjacentes © das Col6nias; 8. Os tribuasis judiciais do 1.* insttncia, nas comar- cas de todo o territrio nacional §.1.° A lei pode admitir juizes manicipais de compe- teacia limitaday em julgados comproendidos nas comaroas. {§ 2° So mantidos os juizos do paz. Art. 116.° Nao 6 permitida » criagdo de tribunais os- ecisis com competéneia exclusiva para jalgemonto de forminada ou doterminadas categorias do crimes, ex- opto sondo estes fiscais, sociais ou contra a segaranga do Estado. ‘Art. 117. O Estado 6 represontado junto dos Triba- ais Polo Procarador Geral da Repiblica; . 2. Polo Procurador da Ropablica junto do cada Re- ago; 'B Polo delegado do Procurador da Repibliea junto de cada tribunal do 1.* instaneia; 4.° Pelos representantes logalimente desigaados junto dos ‘tribune 8 dos tribunais ordintrios so vita: icios @ inamoviveis, fizando a loi os termos em que s6 faz a sua nomeacho, promocilo, demissio, suspensio, transferéncia © colocagto fora do quadro, ¢ nto podem sesitar do Governo outras fungdes remoneradas, sem prejuizo da sua requisiglo para comissdes permanentos ou temporérias. ‘Art. 119.° Os jaizos sto irresponsiveis nos seus jalga- mentos, rossalvadas as excepgdes que a lei consigaar. ‘Art.'120.° As audiGncias dos Tribanais so pablieas, excepto nos casos especiais indicados na lei ¢ sempre jue publicidade for eontraria & ordem, aos interdsses Ae estado on aot bons costumes. 236 Art. 121.° Na exeeugto dos seus despachos o sentei- 4ga8 os Tribunais t2m direito & coadjuvagto das outras Antoridades, quaado dole carecere ‘Art. 122° Nos foitos submetidos @ julgamento nfo podem os Tribunais aplicar leis, decretos oa quaisquer ‘outros diplomas quo iafrinjam o disposto nosta Consti- tuigio ou ofendam os principios nela consignados. § 1° A constitucionalidado da regra de direito, no que rospeita & comprténcia da eatidade de que dimana oa & forma do elaboragio, 86 poderd ser apreciada pela Assom- loa Nacional e por sus isiciativa ou do Govémno, deter minando a mesma Assembles os efeitos da inconstitucto- nalidade, sem ofensa porém das situagbes criadas pelos ‘casos julgados. § 22 A excepgio constante do ‘abrange apenas 08 diplomas emanados soberania. ‘Art. 138.° Para prevengto © repressio dos crimes haverd penas © medidas de segaranca que ero por fim 1 dofesa da sociedade o tanto quanto possivel a readap- tagdo social do delinguonte. TITULO VI Das circunscrighes politicas ¢ administrativas ‘e das autarquias locais Art, 124° 0 territ6rio do Continento divido-se em conealhos, que so formam de freguosias se ogrupam ‘em disiritos © provincias, estabclecendo a lef os limites de todas as circanscrigbes. § 1° Os concelhos de Lishoa’ e Porto subdividem-se cm bairros ¢ estes om frogacsias. § 2° A divisto do territorio das lhas Adjacentes © a respoctiva organizagio administrative sero reguladas ‘om lei ej ‘Art, 195.° Os corpos administrativos sto as c&maras mu- nicipais, as juntas de froguesia 0.03 conselhos de provincia. ‘Art. 126° Leis especiais regulardo a organizacto, fancionamento © compet8acia dos corpos administratives, ficando a vida administrative das antarquias locais sn: Jeita A inspecgsio de agentes do Govérno, o podendo as Yoliboragbes daqueles ser submetidas a referendum, ‘Art, 197.° Para execugto das suas deliberagies © demais fins especificados nas leis, os corpos administra tivos tém o presidente ou comissdes delegadas nos termos das mosmas Io ‘Art. 198.° As deliberagios dos corpos administrativos 86 podem ser modificadas ou anuladas nos casos e pela forma provistos nas leis administrativas. ‘Art. 129.° Os corpos administrativos 18m eutonomia Binanceira, nos termos que « lei determinar, sendo porém as cAmaras municipais obrigadas a distribuir pelas fre- ‘guesias, com destino « melhoramentos rarais, a parte das roceitas fixada na lei. Art. 180.° Os rogimos tributirios das autarquias locais serto estabelocidos por forma que nfo seja prejudicada ‘ organizagdo fiseal ou & vida husuoeira do Zetado, nom arigrafo anterior jos orgtos da dificaltada a cireulagto dos produtos e mereadorias entre ighes do Pais. Os corpos administrativos s6 podem sor los nos casos @ nos termios estabelocidos nas leis istrativas, dovendo as novas eleigdes realizar-se gm privo nto superior noventn dat, contados da data da dissolugto. Os corpos dissolvidos sero substituidos por comissBes administrativas de nomeagio do Gov8rno, femquanto nfo tomarom posse os novamente eleitos. ‘TITULO vit Do Império Colonial Portugués Art. 132.° Sio consideradas matéria constitucional as Aisposigoes do Acto Colonial, devendo o Govérao pu- I SERIE — NOMERO 43 Dlieé-lo novamente com as alteragdes exigidas pela pre- seats Constituigao, Disposigdes complementares 4) Revsto constituional Art. 133.° A Constitutgto seré rovista de dex om doz ‘anos, tendo para ésso efeito poderes constituintes a Assomblea Nacional eujo mandato abranger a época de revisto. § 1.” A rovisdo pode sor antocipada do cinco anos, s¢ for aprovada por dois tergos dos membros da Assembles Nacional, 0, neste caso, contar-se-é da data da revisto ‘antecipada 6 novo perfodo de dez anos. §2.° Nao podem ser admitidas eomo objecto do a beragio propostas ou projectos de revisto constitacional quo nfo definam procisamente as alteragies projectadas. Art. 184.° Indopendentomente do preceituado n0 a tigo anterior, pode o Chefe do Estado, quando o bem pliblico imperiosamente 0 exigir, depois de ouvido 0 Con- selbo do Estado © om decroto assinado por todos os Mi nistros, determinar que a Assomblea Nacional a cleger assuma poderes constituintes @ reveja a Constituigdo em ontos indicados no mesmo diploma. 2) Disposghis os Art. 185° Para oxeeugio do § tnico do artigo 53. ser adoptado am regime do transigio, com as restrigbes temporarias julgadas indispensdveis Art. 136.° Emquanto néo estiver concinida a organi- zagio das corporagdas morais © econdmicas, serfo adop- tadas formas transitérias de dar cumprimento ao espf- ito de representagto organica, estabelecido no titulo v de Parte T. ‘Art. 187.° O actual Prosidonte da Repablica 6 roconhe- cido por esta Constituigdo, durando 0 seu mandato sete anos, contados da data em que tomou posse da Presidencia, ‘Art. 138.° A primeira Assemble Nacional teré pode- 108 constituintes. ‘Art. 139.° As leis © decretos com forga de lei que fo- yam ou vierem a ser publicados até a primeira retnido da Assomblea Nacional continuam em vigor e fieam va- Tendo como leis no que explicita ow implicitamente nio saja contrdrio aos principios consigaados nesta Consti- tlgio. ‘Art. 140.° As leis © decretos-leis referidos no artigo anterior podem, porém, ser revogados por decretos rega- Inmentares em’ tido que se refira a organizacto interna dos servigos © nfo altere a situagdo juridiea dos perti- culares on 0 estatuto dos fancionérios. § tinico. As restrigdes constantes déste artigo nfo abrangom as lois © decretos-leis que preceituem 0 que néles constitu matéria logislativa, nem o que osté ox- ceptuado por fOrga do § 1.° do artigo 70.°e do artigo 93.° ‘Art, 141° Emquanto nao forem publicadas as lei cesséries A execugdo do preceituado no titulo vida Parte II, a administragio local continuars regulada pola legisla- ‘glo vigeato, inclusive no quo so refero A nomeagto o de missto do comissBes administrativas das autarquias locais, Art. 142.° Esta Constituigio entraré em vigor depois de aprovada em plebiscito nacional ¢ logo que o apura- mento definitive déste soja publicado n0 Diario do Go- verno. Pagos do Governo da Replica, 22 de Fevereiro de 1938.— Antinio de Okweira Salazar — Albino Soares Pinto dos Reis Jinior — Manuel Rodrigues Jinior — Da- ‘tel Rodrigues de Sousa— Anibal de Mesquita Guima- ris — Clar de Sousa Mendes do Amaral ¢ Abranches Duarte Pachkeco— Armindo Rodrigues Monteiro — Gus- tavo Cordeiro Ramos— Sebastian Garcia Ramires, fale transitérias Turnansa Niciowat ox Lisson

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