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Criacionismo vs Evolucionismo

Afinal, a vida e o nosso planeta são resultados de uma série de


acontecimentos ao acaso, ou são o resultado de uma criação divina? Esse é um
debate que parece eterno, principalmente aqui nas terras americanas.
Os criacionistas defendem a posição de que um ser superior foi o
responsável pela nossa origem, enquanto que o evolucionismo, que segue os
preceitos de Charles Darwin, afirmando que a vida surgiu a partir da seleção
natural. Diferente do evolucionismo, o criacionismo está ligado à fé, sendo uma
posição aceita e defendida por muitos evangélicos americanos.
Os criacionistas defendem, por exemplo, o ensino do criacionismo nas
aulas de ciência, como uma outra possível explicação ao surgimento da vida,
juntamente com a teoria da evolução.
E existe até o museu do criacionismo. Fica no estado americano de
Kentucky e se chama “Creation Museum”. O museu, que tenta provar que a
ciência está errada quanto a evolução e seleção natural, já foi visitado por
milhares de pessoas.
Ao entrar no museu, os visitantes se deparam com a imagem de uma
criança alimentando um esquilo, e dois dinossauros por perto, observando. E
começa aí a confusão de informações, segundo um grupo de paleontólogos que
visitaram o museu em junho de 2009.
Para os criacionistas do museu, o planeta e o universo têm apenas 6.000
anos (e não bilhões de anos, como os cientistas supõem), e foi criado em seis
dias por Deus. Na interpretação criacionista, um dilúvio varreu o planeta, só se
salvando as criaturas da arca de Noé. E por falar nisso, havia 50 dinossauros na
arca. Eles se salvaram, mas mais tarde, foram extintos. O museu não explica o
porquê.
Ainda na visão criacionista, o dilúvio e a extinção dos dinossauros (com
exceção dos 50 dinossauros mencionados acima) aconteceram no mesmo ano.
Eles dão a data: 2.348 a.C.
Para os paleontólogos que visitaram o museu, as informações não só
estão equivocadas, como também podem trazer confusão, principalmente para
as crianças. A preocupação, segundo alguns críticos do criacionismo, é que a
rejeição da evolução e seleção natural pode levar as crianças a uma
desvantagem na educação científica, por exemplo, com a falta de habilidades
para o desenvolvimento do pensamento crítico.
Críticas à parte, o criacionismo e o evolucionismo podem ser vistos como
duas maneiras de entender como o ser humano e o universo foram criados.
Só uma coisa parece não se encaixar. Se os criacionistas estão tão
preocupados em comprovar sua posição, por exemplo com a criação de um
museu, como fica a questão da fé? Se a crença pode ser comprovada com
fatos, datas, e ciência, a fé passa a ser desnecessária, absoleta, perde o
sentido. Na ânsia de provar que estão certos, os criacionistas podem estar
buscando sua própria derrota. Talvez melhor seria continuar lutando com suas
próprias armas, e não com as armas do outro time!

Denise M. Osborne é araxaense, doutoranda pela Universidade do Arizona


(USA) em aquisição de segunda língua, e professora de português pela
mesma universidade. dmdcame@yahoo.com

Artigo originalmente publicado pelo Jornal Clarim (Minas Gerais, Brasil):

Osborne, D. (2010, June 9). Criacionismo vs Evolucionismo. Clarim, Ano 15, n.


723, p. A2.

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