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7 ASPECTOS DA DINAMICA POPULACIONAL DA SERRA, SCOMBEROMORUS BRASILIENSIS (TELEOSTEI, SCOMBRIDAE), NO ESTADO DO MARANHAO, BRASIL Anderson Pereira Gongalves! Elgine Christine dos Santos Dourado? ‘Antonio Carlos Leal de Castro! Rogério Gerson Corréa de Faria Tavares? RESUMO \Neste trabalho, foi realizada a avaliagao de estoque de Scomberomorus brasiliensis. Os dados utilizados silo provenientes de informagdes obtidas do desembarque no municipio da Raposa, referentes aos anos de 1998 a 2000. O comprimento € peso médios dos individuos do estoque analisado foi 64,2 cm € 0.85 g, respectivamente. 0 coeficiente de alomeitia foi distinto entre os sexos, indicando alometria positiva nos rmachos e negativa nas femeas. © IGS médio indicou dois periodos distintos de variagdo: um de maio a rovemibro, com baixos valores, indicando periodo de descanso e recuperago das génadas e outro de Janciro a abril, com valores elevados,devido & fase reprodutiva. Os pardmetros de crescimento da equagao ‘de von Bertalanfly, calculados para este periodo, foram: Loo = 136 me K= 0,29. Asmortalidades natural ‘epor pesca estimadas foram d¢ 0,53 ano''e 0,43 ano”, respectivamente, sendo a taxa de explotagio de 0,43 ‘ano’!. Os pardmetros de crescimento (Loo € K), obtidos através da leitura de anéis de crescimento em ot6litos, foram inferiores aos obtdos através das dstribuigoes de freqtiéneia de comprimento, o que pode ser comum entre espécies de peixes, Entretanto, neste estudo, cerca de 0,01%dos individuos amostrados tinhao comprimento superior ao comprimento assint6tico caleulado. Palayras-chave: Scomberomorus brasiliensis, avaliagio de estoque, estrutura populacional ABSTRACT Populational dynamics aspects of serra, Scomberomorus brasiliensis (Teleostei, Scombridae), from Maranhio state, Brazil. In this paper, the stock assessment of the Brazilian mackerel, Seomberomorus brasiliensis was carried cout through the analysis of data derived from sampling of caich landed at Raposa county, Maranhiio State, Brazil in the years 1998 to 2000. The methodology was mainly based on data treatment by means of the FISAT research tools dealing with age structure, growth and mortality. The length and weight average values for the stock were 64.2 em and 0.85 kg, The allometry index varied between sexes, indicating a positive value for males and a negative one for females. The gonad-somatic index showed two clear-cut variation phases: one in May, with low values, meaning a resting and recovering period ofthe gonads, and the other from January to April, with high values supposed to be related to the reproductive activity. The von Bertalanfly growth parameters wercestimated asL_ = 136 cme K=0,29.yr' while the natural and fishing mortality parameters were 0.53.yr' and 0.43.ye"°wherefrom aexploitation rate was obtained as (0.45.yr!. the growth estimated derived from age rings identified in otoliths were lower than those derived from length frequency analysis, what is thought to be a common traitamong fish species. However, inthis study, abaut 0.01 %of the sampled individuals had a bigger size than the maximum asymptotic length. Key-words: Scomberomorus brasiliensis, stock assessment, population structure 'Departamento de Ooeanografia © Linnolagis, UFMA. Av. dos Pomugueses, sin, Camps Universiti do Bacanga ~ 65080-040, Sao Luis - MA. E-mail: andinpg@yahoo.com.br, alec@ufma.br *Pis-Gradeago em Eeologiade Ambietes Agios Cotineias~ Universidade Estadual de Maringa (PEAIUEM). Av Colombo, 579, #7020500, MaringhPRE-maleestourado@yaoo.com br > Centra Teenolico do Maran (CETECMA), Ru Portugal sn, Praia Grande, Sto Luis MA, Email so_ger@yahoo com BOLETIM DO LABORATORIO DE HIDROBIOLOGIA, 16:37-46 . 2003 38 GONGALVES ETAL. INTRODUCAO, A avaliagdo dos potenciais de captura susten- taveis dos recursos pesqueiros, explorados comer- cialmiente, requer qué sejam conhecidas as suas distribuigdes espaciais e temporais, biomassa, composig&o por tamanho e mortalidade (Barbieri et al., 2000). Tais informagbes, associadas aos da- dos de captura, esforgo e tamanho das capturas, constituem-se em instrumentos indispensiveis na deteccio dos efeitos biol6gicos das atividades pes- queiras, revertendo possiveis tendéncias de dimi nuigtio de biomassa e na composi¢ao das espécies capturadas. Para se determinar o poten um recurso pesqueiro, torna-se necessério um amplo programa de investigacdo que privilegie es- tudos de dinamica de populagdes e avaliacao de sustentavel de estoque. Dentre 0s recursos pesqueiros explorados na regido maranhense, destaca-se a serra (Scom- beromorus brasiliensis Collette, Russo & Zavala- Camin) que apresenta um enorme potencial pes- queiro em virtude da sua abundancia e ocorréncia em todo 0 periodo do ano. Embora a importincia desse recurso seja facilmente comprovada pelo volume diario de captura, verifica-se a limitagto de registros cientificos sobre a espécie, principal- mente no que se refere as suas caracteristicas bio- logicas e & dinémica populacional, aspectos essen- ciais para o acompanhamento e manejo de espéci es sujeitas & exploragao pesqueira (Lima, 2000). Dessa forma, o presente trabalho pretende {gerar informagdes que contribuam para 0 manejo € conservagdo do estoque da serra, permitindo a sustentabilidade da pesca e fornecendo subsidios A industria pesqueira regional. MATERIALEMETODOS Descrigdo da area de estudo A plataforma continental ao largo da costa Norte do Brasil, do Cabo Orange ao Delta do Rio Pamaiba, abrange uma érea de aproximadamente 295.000 Km?. E a mais larga do Brasil, expandin- do-se de leste para oeste, com 100 km nas proxi midades do Rio Pamaiba, e atingindo um maximo de 330 km em frente do Golfio Amazénico, De uma maneira geral, caracteriza-se por sua largura e superficie plana. Entretanto, a maior par- te da metade interna da plataforma, situada entre 0 Rio Pamaiba e o Rio Pard, apresenta-se ondulada, formando cristas de areia grossa e quartzoza, que atingem 10 m de amplitude, As caracteristicas oceanogrificas € geomor- foldgicas da costa Norte sdo marcadas pela pre~ senga da foz do Rio Amazonas, e rica drenagem por um grande niimero de outros rios que formam importantes estudrios, com riquissima cobertura de exuberantes manguezais, conferindo a essa re- gio um cardter ‘inico, A area é caracterizada pela presenca de falsas rias, por amplitudes de marés, que estio entre as maiores do mundo, o que deter- mina velocidades de até 7,5 nds na Baia de Sio Marcos (Maranhao) e, sobretudo por uma platafor- ma continental das mais extensas no pais. ‘A costa do Maranhio possui extensio de 640 km. A plataforma continental é larga, com aguas rasas sob descarga de um grande mimero de rios. A. costa pode ser dividida em duas partes, a oeste € leste da Bafa de Tubardo. A costa oeste desta Bafa tem divisa com o Estado do Pard sendo profunda- mente recortada. Esse sistema € denominado “Zona de Reentrancias Maranhenses”. A segunda area se BOLETIM DO LABORATORIO DE HIDROBIOLOGIA, 16:37-46. 2003, DINAMICA POPULACIONAL DO SERRA estende da Bafa de Tubario até a desembocadura do Rio Parnaiba. Aia costa é regular, pouco drena~ da, com aguas de caracteristicas ocednicas, com alta transparéncia, Essa costa apresenta-se similar costa do Nordeste no que diz respeito aos aspee- tos oceanogrificos (Figura 1) Omunicipio da Raposa, situado na regiao no- roeste da Ilha de Sao Luis, a 30 km da capital, re~ presenta a mais importante comunidade pesqueira do Estado do Maranhto em termos do volume da produgao de pescado, SAO LUIS ILHA DE SAO LUIS Figura 1. Mapa de localizaca0 do Municipio da Raposa, Estado do Maranhio, BOLETIM DO LABORATORIO DE HIDROBIOLOGIA, 16:45-54. 2003 40 GONCALVES ETAL, Coleta eanilise dos dados Os dados utilizados neste trabalho so prove- nientes de informagies obtidas por amostragem ¢ controle dos desembarque da serra no municipio da Raposa, durante os anos de 1998 a 2000, sendo aqueles referentes & estrutura de comprimento ape- nas para os anos de 1999 e 2000, 0s peixes foram capturados com auxilio de redes de emalhar, acondicionados em sacos plasti- ‘cos ¢ conservados em gelo até a chegada ao labo- ratério, onde foram determinadas as caracteristi- cas biométricas de cada exemplar. Os dados de comprimento total, captura ¢ esforgo de pesca fo- ram obtidos nos desembarques diftios da pesca comercial no municipio da Raposa. A relagao peso-comprimento foi obtida de acordo com 0 método estabelecido por Santos (1978). Para a determinagao do periodo repro- dutivo, estabeleceu-se a curva de maturagio, base- ando-se nos valores médios do indice gonados- somético (IGS), calculados para cada individuo macho e fémea (estégios-IIe III), e nos caracteres morfol6gicos das gonadas Os pardmetros de crescimento da equacio de von Bertalanfiy (crescimento assintstico - L,, ¢ taxa de crescimento - K) foram estimados com base na distribuigdo de frequléncia de comprimento, uti- lizando a rotina ELEFAN I (Gayanilo et al., 1989) do pacote computacional FISAT (Gayanilo et al., 1996), © método de Bhattacharya (Sparre et al., 1991) foi aplicado as distribuigdes de freqiléncia de comprimento mensais utilizando rotina MPA. Posteriormente, através de uma série temporal de distribuigdes, foram estimados os parametros de crescimento e construidas as curvas de crescimento das coortes. Para estimar anualmente o comprimen- to assint6tico (Ligg) € a relago ZIK,, utilizou-se, 0 método de Wetherall (1986), modificado por Pauly (1986). As taxas de mortalidade total (Z), natural (M) e or pesca (F) foram estimadas através da curva de captura, baseadas em dados de composigdo em com- primento ¢ das formulas empiricas das equagdes de Beverton & Holt (1956) e Ssentengo & Larkin (1973). Emboraa amostra seja relativamente pequena, analisou-se também o estado de explotagio do esto- que, uma vezque o mesmo pode servir de pardmetro, contribuindo para estudos futuros englobando ou- ‘tas frotas, De acordo com Sparre & Vanema(1992), ataxa de explotagiio éa fragdo das mortes causadas pela pesca, sendo representada pela equagao E = F/ Zi RESULTADOS E DISCUSSAO ‘A composigdo por comprimento ¢ peso mos~ tram que o estoque da serra variou de 15,5 a 113 em (Lt = 64,2 em) e de 0,18 a 2,12 Ke (We = 0,85 kg), Séndo que os individuos apresentaram maio- res comprimentos em 1999 (Figura 2), De acordo com a relagdo peso-comprimento de S. brasiliensis, analisada separadamente para machos ¢ fémeas, observou-se uma dispersiio dos valores em forma de fungio potencial (W, = L?), cujas expresses dos valores logaritmizados foram: In W, =-6,32 + 3,38 In L,e In W, =~ 5,26 +2,99 In L,, respectivamente (Figura 3). Assim, o coefici- ente de alometria, 0 qual esta relactonado a forma de crescimento dos individuos, foi distinto entre 05 sexos, indicando alometria positiva nos machos, e negativa nas fémeas. Diferencas alomeéiricas tam- bém foram evidenciadas em outros estudos com esta mesma espécie (Nomura & Costa, 1968; Lima, 2000; Silva, 2002). Segundo Araijo & Vicentini (2001), valores inferiores ou superiores a 3,0 in- dicam individuos que, ao longo do crescimento, tornam-se mais “longilineos” © grupo de dados utilizado neste estudo, o coefici- ente de alometria, calculado para as relagoes logaritmicas entre W, ¢L,, foi de 0,94 paramachos e “tedondos”. Para BOLETIM DO LABORATORIO DE HIDROBIOLOGIA, 16:37-46. 2003 ee - Cet eee se acon. el DINAMICA POPULACIONAL DO SERRA aL 3500 3000 Frequéncia absoluta 2500 _ 2000 | 1500. +000 | 500 | i wall AL | [ill i Min bote. nn, 1600 1400 1200 | 1000 800 600 400 200 li Frequéncia abs oluta Figura 2. Frequéncia de comprimento da serra, Scomberomorus brasiliensis, nos desembarques comerciais no muniefpio da Raposa, nos anos de 1999 (a) e 2000 (b). de 0,92 para fémeas. No segundo periodo, existem indicios evidentes para A variago dos valores médios de IGS indi- considerar a ocorréncia da fase reprodutiva, visto cou dois periodos distintos: um compreendido en- que 0s valores de IGS apresentaram-se mais eleva- tre maio e novembro, ¢ outro de janeiro aabril (Fi- dos, constatando evolugto e amadurecimento das gura 4). No primeiro, ha um decréscimo nos valo- _gOnadas, que tiveram inicio ao final de dezembro, res de IGS, que provavelmente esti relacionado a __prolongando-se até o més de maio. organizagio, recuperacio das gonadas e a reposi- Os resultados obtidos a partir da anilise das go das reservas energéticas, consumidas durante _distribuigdes de frequéncia de comprimento (Fi- © processo de maturaco nos meses precedentes. _gura 5), através da rotina ELEFAN mostraram um BOLETIM DO LABORATORIO DE HIDROBIOLOGIA, 16:45-54. 2003 42 GONGALVES ETAL. a 4 is 5 a 3 2a 4s, rs 2 26 + 299% 2, siveen Rea 034 24 20h : 26 25 27 HOB S29 26 25 27 3 28 2 29 comprimento comprimento Figura 3. Relagio peso-comprimento, para os dados logaritmizados, de S. brasiliensis para (a) fémeas e (b) machos. 8 3 Mesos novi99 jarvoo marf00 | Figura 4, Valores médios mensais do indice gonadossomético (IGS), de individuos machose fémeas de Scomberonorus. brasiliensis, no periodo de novembro de 1998 a mareo de 2000. ‘melhor ajuste para Rn (“goodness of fit index”), quan- do se atribuia valores diferentes de zero aos pardmetros Ce W,, sendo o Rn um critério de iden- tificagdo da curva de crescimento que melhor se ajusta aos dados de frequéncia de comprimento (Figura 6). Entretanto, pOde-se observar que 0 va- lor do comprimento assintético (L,,= 136 em) foi um pouco maior em relago 20 comprimento maximo dos individuos capturados, para K = 0,29 ano", Nas anélises, 0 valor de C foi de 0,9 cm, apre- sentando, portanto um reduzido crescimento do comprimento. Comparando os resultados obtidos no presente trabalho com pardmetros de erescimento da serra estimados em diferentes regides (Tabela 1), obti- dos pelo método direto, geradas pela equagao de ‘Von Bertalanfly, percebemos que ha uma diferen- ga no K de 0,14 anor e de até 51,4 cm no compri- mento assintético (L,). Os pardmetros de crescimento L,,,€ K para os diferentes trabalhos apresentam variagbes que podem ser explicadas por fatores ambientais, ta- xas de explorago e métodos de estuclo de cresci- mento diferentes ou mesmo estoques na ampla érea BOLETIM DO LABORATORIO DE HIDROBIOLOGIA, 16:37-46. 2003 DINAMICA POPULACIONAL DO SERRA. Comprimento (em) Figura 5. Distribuigdes de freqdéncia de comprimento, utilizadas na rotina ELEFAN para 05 anos de 1999 ¢ 2000. Loo 104 Comprimento (em) ve una o & $8 & 3s & © & cerasmn i = a = 6 Idade (anos) Figura 6. Curva de crescimento ajustada aos dados de fregiéneia de comprimento de Scomberomorus brasiliensis nos anos de 1999 ¢ 2000, através da equagao de von Bertalanfly, utilizada na rotina ELEPAN. de distribuicao da espécie, uma vez que nao existem evidéncias de unidade de estoque dessa espécie (Nobrega, 2002) (0 “Winterpoint” (W,) designa 0 perfodo do ano (expresso como fragao de um ano) em que 0 crescimento é mais lento, podendo variar de 0 a 1 Na anélise, 0 W, encontrado foi de 0,98 corres- pondente ao més de dezembro, perfodo em que S brasiliensis apresenta crescimento lento, coinci- dindo com o inicio da desova. ‘Ométodo de Wetherall (1986), modificado por Pauly (1986), que proporciona uma primeira estima- tiva de L.,, quando pouco se conhece sobre o cres- cimento da espécie que se deseja estudar, serviu como mais uma estimativa de confimmagio da rotina anterior, sendo de 136,62 em o seu comprimento assint6tico, Este métodotambém permitiu analisar a relagiIo Z/K, cujo valor foi de 6,4 Para se estimar a taxa de mortalidade total, 0 método utilizado necessita que os parametros de crescimento sejam conhecidos, pois se nao forem condizentes coma realidade, as estimativas de mor- BOLETIM DO LABORATORIO DE HIDROBIOLOGIA, 16:45-54. 2003 44 Tahela 1. Pardmetros de crescimento da serra, de acordo com o sexo, estimados em diferentes regides do Brasil. Regio Sexo La(cm) K (ano)" Autor Ceara Macho 830 0,20 Nomura, (1967) Cearé Fémea 940 0,20 Nomura, (1967) Trinidade Macho 710 0,26 Sturm, (1978) Trinidade Fémes 830 0,23 ‘Sturm, (1978) Trinidade Ambos 938 0,17 Iulien-Flus, (1988) Norte do Brasil Macho 782 0,19 Nébrega, (2002) Norte do Brasil Fémea 1141 0,11 Nébrega, (2002) Norte do Brasil Ambos 963 0,15 Nobrega, (2002) Costa Setentrional Ambos 946 0,16 © Nobrega, (2002) Costa Leste NE Ambos 846 0,18 —— Nébrega, (2002) Costa Setentrional NE Macho 745 0,22 Nébrega, (2002) Costa Setentrional NE Fémea 1244 0,10 Nébrega, (2002) Costa Leste NE Macho 904 0,12 Nébrega, (2002) Costa Leste NE Féemea 921 0,16 Nobrega, (2002) Litoral Ocidental MA Macho 983 0,14 Lima, (2004) Litoral Ocidental MA Fémmea 993 0,15 Lima, (2004) Litoral Ocidental MA__Ambos 993 0.15 Lima, (2004) talidade natural e por pesca estardo sujeitas a erros. essa forma, optou-se em usar valores jé conheci- dos da literatura (L.,, = 114,04 mm e K=0,29 ano") (Sparre & Vanema, 1998). ‘As equagdes de Beverton & Holt e Ssentengo & Larkin necessitam, além dos paramettos de cres- cimento (L,,¢ K), do comprimento em que 100% dos individuos estio vulnerdveis & arte de pesca (L), obtido através da curva de probabilidade de captura, € do comprimento médio dos individuos maiores que L’ (Lm). Assim, optou-se em usar tais| equagbes, baseadas nos valores de L (L,..) € n0 comprimento médio dos individuos maiores que L’, para estimar as taxas anuais de mortalidade to- tal (Figura 7). Os comprimentos em que 25%, 50% ¢ 75% dos individuos de S. brasiliensis estéo vulneraveis a arte de pesca, obtidos através da curva de proba- bilidade de captura foram 49,5 cm, 54,8 em ¢ 60, lem, respectivamente, A mortalidade natural (M) éum parémetro ex- tremamente dificil de ser medido diretamente, sendo negligenciado por ser considerada constante em todas as idades exploradas, como ocorre em muitos modelos de avaliagao pesqueira. Variagdes neste pardmetro ocorrem coma idade, durante os estigios de ovo, larva e pés-larva, sendo estas mudangas muito marcantes quando comparadas aquelas que ocorrem durante as idades pos-recrutas ou compa- radas a diferengas que ocorrem entre sexos, reas de coleta, estagées, anos, coortes ou estoques dentro de uma mesma espécie, Além disso, pode mudar com a densidade populacional, suprimento alimentar, abundineia de predadores, temperatura da agua, presstio de pesca, tamanho, doencas e parasitismo: (Vetter, 1988). (Os métodos para a estimacao da mortalidade natural, em populagtes de peixes, incluem andli- ses de dados de captura comerciais ou de progi mas de amostragem, especialmente conduzidos, para avaliag4o de estoque, correlagdes com outros parimetros do ciclo de vida e estimativa da mortali- BOLETIM DO LABORATORIO DE HIDROBIOLOGIA, 16:37-46. 2003 DINAMICA POPULACIONAL DO SERRA Probabilidade de captura SrKRePUaAYeOR 24.25 29.25 34.25 39.25 44.25 49.2 Classe de comprimento (em) Figura 7. Probabilidade de captura e valores dos comprimentos de selego Ly Lyy Ly. para Scomberomorus brasiliensis, nos anos de 1999 e 2000, dade devido a predagao. De acordo com a equagio de Pauly (1983) ¢ utilizando a temperatura de 26,5°C, a mortalidade natural estimada foi de 0,53 ano". Por diferenca entre 0s valores de mortalidade total (Z = 0,96 ano ')e natural (M = 0,53 ano*), a taxa de mortalidade por pesca foi estimada em 0,43 ano” (Figura 9) Pauly (1983) considera um estoque em equi- Iibrio quando 0,5. Valores superiores ou infe- riores a 0,5 indicam, respectivamente, sobre- explotagdo © sub-explotagto do estoque. Para 0 grupo de dados analisado neste trabalho, a taxa de explotagtio do estoque de S. brasiliensis foi de 0,45 “ \ | ‘ oa gestae Figura 8, Curva de 448A baseada em dados de eom- posigio de comprimentos e de formula empiric das eaquagbesde Boveton& Hol (1956 e Ssentengo & Larkin, de Scomberomorus brasiliensis nosanosde 1999 ¢ 2000 ano”, revelando uma sub-explotacio. Ressalta-se, no entanto, que essa caracterizagiio deve ser feita com cautela, em razao da quantidade de dados dis- pontvel Agradecimentos Ao Programa REVIZEE, na pessoa da Prof* Dra. Flavia Lucena. Ao PIBIC, pela concessao das bolsas e a Marcelo Henrique L. Silva, pela confecgdo dos grficos, REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ARAUIO, F. G. & VICENTINI, R. N. 2001. Relagio ppeso-comprimento da corvina Micropogonias furnieri (Desmarest) (Pisces, Sciaenidae) na Baia de Sepetiba, Rio de Janeiro, Revta. Bras. 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