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Pa tes, 6 * ov mee. be Ce ee, 9S _ OBRAS COMPLETAS — Ber END O.c10! OP A RA if EDIGAO ESPECIAL _ OBRA POETICA VOLUME 1 1993 Bruno de Menez Daraense, talvez 0s paraenses pouco si mente nio se apercebam di Responsavel pela tra saibam de sua obra ¢ certa- € sua importancia historica e literéria. nsPosicao mais fiel da vivencia do ne- Co, da realidade, assuntos que inte. ratio, mas sobretudo ao socidlogo, ibitos e costumes, ao etndgrafo do "ro no Brasil, do fato folclori Tessam no $6 a0 critica liter Maestro de refinada sensi- reflete uma profunda parti e muito sinho a terra, seus amigos, alertanto, oesia Viva, rude, sensual @ ¢ ritual, marcada Relos’ (| dos de seus versus emanam “Ne "| id “* Maribondo num déxa Por cimaé por baxol/ por todo luge. Batngue absorven complexo da negridio, religiosidade e | Srotismo, revelando ©" negro. brasileiro em sua integridade | COsnica, atcha : Ket Seus Doemas & sentir tats das aliteragoes.¢ onoma- topéias 0 Fetuinbar; o rafar de tambores, & Sentir que 0 africano ‘ainda nos feamPanha, vive no seie da familia brasileira, namen. ade do Toss Povo, em muito ®Spectos de nossas relagées | Seclals,infiltrandosse ae tal modo que longe de se apagar, mais & mais Cresce, pois medida que os anos Péssam, aumenta o ni. inero de adeptos de SHAS Crencas, cult diversdes, algumas de | ne stitictonal, Por isso irreprimiveis, z se ins Comemora 7 centenatio de sey nascimento, ~ Por esse ane ee Se Estado da Cultura/Secult insty 1 me quere © Bruno de Menezes, Prestando uma. ‘Ao publion “© respeito de todos, em todos os do Rg completas de. Bruno de Menezes, » Estadual t através da Secult — M © apoio cades na eo es Le Tesponsiye] Pela indicagao de ioDoce (cvnea ndo 0 Para, e gh Companhia Va. reskatandy a hott V8 do aporte Ninanceire — nag aye odo Se ests color Daraennge ‘bras do Passado, porém 8 conliegar oe "AO 0 alennoe de todos 0 connece, ee, noe moreso bra poéticn, foleloan $5 Movimentos Politiogs « eeRetet) aopaldetra do de alerta foto importing CT due se ous ado strayed Ensaio Heard H atores reese Handy as age ct ai Amazem doe hats de ghl™Rem do Cy €Scritor pobre, OBRAS COMPLETAS DE BRUNO DE MENEZES Volume 1 OBRA POETICA LENDO O PARA, 14 SERIE LENDO 0 PARA 14 - OBRAS COMPLETAS DE BRUN = Volume 1 — Obra Pogtica — Volume 2 — Folclore — Volume 3 — Ficgao (0 DE MENEZES Nameros anteriores da série 1—oBRas LITERARIAS DE BENTO DE FIGUEIREDO TENREIRO ARANHA 2 — ARUANDA & BANHO DE CHEIRO __ Eneida de Moraes 3— HORTENCIA _ Marques de Carvalho 4— DE BELEM A sa OBRAS COMPLETAS DE AO JOAO DO ARAGUAIA — Ignacio B. de Moura 5 — CRONICA DOS PADRES DA BRUNO DE MENEZES COMPANHIA DE JESUS NO ESTADO Do MARANHAO — Joao Felipe Bettendorff 8 — PANELA DE BARRO — Jacques Flores im LITERATURA PARAENS| E — J. Eustachio de Azevedo 5 — HISTORIA DE Uy PESCADOR. at Volume 1 SCENAS Da VIDA po ‘uiz Dolzani Juvenal Tavares ICA MISERICORDIA PARAENSE _ Arthur Vianna OBRA POET 2 — REGIOES aMa76) ‘AS — ESTUDOS CHOROGRaPHICos Dos ESTADOs po GRAM PARA & AMAZONAS _ Bardo de Marajs 13— DO Macepo COSTA (BISPO Do PARA) — Do, Almeida Lustosa ™m Anténio de SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA ; Av. Gentil Bittencourt, 650 Caixa Postal 1044 _ Fax:(091) 223-479) _ Fone; 241.2393 CEP 66095.349 — Belem — parg DISTRIBUICAG NA CIONAL, Ep: Pedidos pelo ICOES cEyup sretaria de Estado da Cultura Seer Belém - Para Teembolso Postal para 1993 Trav. Rui Barbosa, 739 °° Fone: (091) 225.0355 (PABX) Caixa Postal 1.804 _ Telex; 2852 F. CEP 66053-269 * 241-3184 — Belém _ Para Governo do Estado do Para mnador: Jader Fontenelle Barbalho Secretaria de Estado da Cultura Secretério: Guilherme M. de La Penha Secretéria Adjunta: Regina Chaves Zumero Consclho Estadual de Cultura (Orgao Consultivo da Colegio) Presidente: José da Silveira Neto Cover Apoio Cultural Academia Paraense de anceiro Vale do Rio Doce Dados Internacionais de Catalo; ga¢%0 na Publica (Camara Brasileira do cio (CIP) Liwo, SP, Brasil) Menezes, Bruno de, 1 1893-1993, ras coinpletas de Bruno de Meng lem: Secretaria Estad, Mt 993, e2es | Bruno Menezes, — Be- le Cultura: * — (Lendo o Pars), 14), conselho Estadual de Cultura, Conteiido: v, 1. Obras poéticas —V¥-2. Folclore, — y, 3, Ficgio. — pe Esortores braslerag — Paré 2. Literatura brasileira — Pard Hitbt & cates 1 oe IL. Série, 93-0903. CDD-869.9098114 Indi 1. Para: Escritores iL 2. Paré: ices para eatdlogo sistematico; Literatura brasileir, %: Historia e critica 869,9098115 rasileira: Historia e eritiea 869,90981156 © Direitos de eépia Copyright 1 familia Bruno iteratura by 993 por / by SECULT - Espdlio de Menezes Bruno de Me- blicagdo das obras comple as ia a Poa Série Lendo o Pa i an nezes, vetaria de Es sais aa te da produgio lit tado, através oe he aando a ignificativas integradas inn parnense, reeditando obras significativa re raéria paraense, ! a contexto literério region: . us di- rizada em set : do literéria paraense Sa as geragdes mais A produ ser divulgada, sdbretace pensamento e da siclos d vardter soci: versos ciclo: hecem o carate: d 108. ‘ sconhec “ ngos dos anos. Jovens que.dete cultura nacional ao long rangéncia abrangénci: i ultu- Governo do Estado, a Se eneeacene me es nilh com todos os paraenses in a raem compartilher' tom en ae t vs Cost ee Saco fazer da literatur aun ed ee soci is, como a prostitui # ne eee ee ees humanas e o drama da mig) frimento e miséria ocasido de Menezes, por icado a Bruno de bras, niio se ho- . ledicado a itar suas obras, Neste ne ef nascimento, ao editar sxis diarenante tea seu centendario aquele que melhor e ma iste ne Amméelbe, menageia aE ta negro e o que ele vi iblemas sociais de seu we e foi - do aos prol i mitiu 0 qu do, integrado imentos sin- acdo, i movimer mas o homem ea engajado, que foi, que visavam & Re- i y rogramas tempore de soperativistas e em progral + ie 00) dicalistas, c¢ Fin . iteratura, forma Agraria s um idealista vase a literat nas io era ape! des, de trabalho. Brune nie um homem de agoes, remod era sobremo! Esta Publicagao nao Poderia ser realizada sem o substan- cial e constante apoio da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Sempre sensivel As Nossas ProgramacGes culturais, a quem em nome do povo do Paré, agradecemos, Agradecemos, ainda, ao Conse quem cabe a ing Iho Estadual de Cultura a teacao dos trabalh Os a serem reeditados, do mesmo modo que a Academia Paraense de Letras por todas restad as homenagens P as a este grande €scritor; e ainda a toda 3 equipe editorial que com zelo e carin nho cuidou desta primo- Tosa publicacao, Em especial 4 familia de Bruno de Menezes a0 coletar Originais, escritos inéditos e que ao abrir mao para i monstrou, acima do amor €S que usufruirio da Opera ste poeta singular, Que todos Os de nossa terra mergulhem em seus escritos © absorvam as Mensagens ne}, q Y neles contidos, numa permuta ami- Save] leitor-autor ue resultard no enriquecimento de um e na Tevelacio de Outro, \ le Barbalho APRESENTAGAO osta, imento de Bento Bruno de Hones Hie a no : "fee! ‘ista paraense e legitimo fone Soe poeta ie fecionies pera que foi pela =e reacts Poston de arte Moderna, de 1922, movimento que deo, mar ene pce da e forte ee ae i ae Sees a nbs da segunda geragdo o Mo a a te nod > Meiezes foi 0 nosso antece a ml ras dra rspitade —_- ee Maria mais admira faiiesprou ( Mar iene aves Decorre, Se, ee ee vidncla “a Bruno de Menezes no so, a importanci raense. ética simbolista, de do, primeiramente, pela postics simboli de to- Bruno educado, ee chose”, dela jamais ae liber ee “Ta musique eetarin prebarada pers ae fainted e, assim, do e por ela rps ie te novos ritmos e nov cs Batuque, verde: negra, novas harmon 6s versos sugestivos ea pea eared poder transpe-los'p ara a construgao de u dernismo” carac- deira | Sescoberts do desse modo, um ‘bat ‘40 maior e mais € regional, realizane Foi esta a sua avai de Bruno jdse teristicamente — se, A model ; sie valiosa para a poesia ee aramente, num ae havia anunciado ; Ge Nova, datado de 1920, or co, no seu poem: tra o seguinte verso: centend- e, em marco deste ano de 1993, o C omemora-se, “Eu quero uma Arte original’ Eu i ém de 1920, us sonetos mais antigos, os dapoesia, a 4 aa de “novo”, de uma rer j u seu de: Jd revela o bolista. Rey, tare teorias tem seu gos nceito puramente sim- ‘4 quanto ao modo de poe- feréncia estétical Cada qual de estesia”, oleranci: Poéticas; “Discutir pre to superior oy banal Consideramos, hoje, em relagio 4 Poesia de sua época, do [odernismo Paraense, que a Contribuigao de Bruno de Mene- Zes foi verdadeiramente revoluciondtia e criadora. Acrescente- se, também, haver inaugurado ele, com Maria Dagmar e Can- unga, anovelaeo romance Tealistas, engajados em uma preo- Cupacao social @ ha constatactio das injustigas sofridas duramente Pelas classes nao Privilegiadas, obra de fj i ‘icgdo que encontraria, Mais ae = tre n6s, em Dale ndir um brilhante e ta- nuador, rde, en lentoso contir uisador das $ lembrar, ainda, o Bruno €studioso e dedicado pes- o}8S NOssas, a sug Valiosa Contribuigao para o es- Tuno, homem de agdo, em sua uta no Movimento Cooperativista Bruno de M i re, fo ee SneZeS se foi um dos nossos maiores escrito- lace a e acima de tudo, um homem bom e integro. pen sty paler elogio, Hesse momento em que co- > COMovi Teamente, sey Centenario de nascimento. © baste F. Paulo Mendes 10 RAFICAS S NOTAS BIOG aE BRUNO DE MENEZES Bruno de Mene- ome de Bento faerd de 1893. ee adotou o pseudénimo de zes Costa. Pai Bruno de Menezes. bres, o mestre pedreiro Dio- imogénito de pais pobres, 0 Conceigao Me- i rimogénito ia Balbina da ae - nee i Menezes e Maria Bot ine 0 curso primario, nieloy a “ das do lar, apenas pode nezes, de pren é Verissimo. No entdo Grupo Escolar José V dernador, tendo como is. ca r d ‘ i aprendiz de encadern + mestre de ino ainda foi aprendiz a viria a se Menino ai oficio To Teixeira, que companheir Nessa ofici- r paraense. i mi ra populay ‘ indo, assim, ila e da cultui i s, sentindo, violao e grande canted com livros literdrio: na Bruno tomou i jue 0 acom- ela leitura, q' Habit incansdvel au- ejo do saber, 0 cea an 7 oa a existéncia, tornand indie, ar do pelos livros. 7 i i lo pe! ; / nae dblico estadual, servindo, in a anos depois, na Secretari 4 as, a. 21 de margo 0 bairro do Jurunas, N asceu em Belém, ni i funciondrio p' Conseguiu ser tao ta CO: cialmente, no Tesourt aioe sua paixio pela a de de spelt oan Diretor do Departamen Perativista, vin m 1955. osentou er Cooperativismo, cargo em que se ap egando um 1923, a revista Belém ae a a foi dire- Fundou, a intelectuais. Esse peri a sine ners 8rupo de jover eta setenta anos, p' "a se constituiu o 6r- erie aa mab de 1923. Belém Nova te poética advin- eo de ee ote Estado, da nova ea Paulo, e, através 840 propagador, ni Aoderna de 22, em ea iataan Kis: ome nojosa, a pemane de een de Joaquim Inoj ‘la, conforme aul lu é Para toriador do Modernismo do Norte e no Nordeste, Belém do foi a terceira capi ital a aderir ao Modernismo no Brasil (“A Pro- vincia do Para”, 23/28 de maio de 1937 Se 0 periodo de 1923/1929, foi doada pe ano do falecimento de Bruno, & Acade! onde é sempre consultada, ela vitiva do poeta, no ‘mia Paraense de Letras, Publicou as Seguintes obras: Poesia — Crucifix (1920), Bailado Lunar (1924), Poesia (1931) Batuque (1931), Lua Sonambula (1953), Poema para For- taleza (1957) ¢ Onze Sonetos (Prémio Cidade de Sio Jorge dos Mhéus — Bahia 1960). Folclore — Boi Bumba — nedito da Praia Auto Popular (1958) e Sao Be- — folelore do Ver-0-Peso (1959), ‘gem do “Cuia Pi res — 1937) (novela — do Para” Estudo Literario — Amar Sobre 0 livro de Jacques Flo Ficgao; Maria Dagmar mance — Prémig “Estado tinga” (estudo 1950) © Candunga (ro- — 1954), Possui, ainda, dezenas de poesias €sparsas e outros nume- $ trabalhos sobre folclore Paraense ¢ Cooperativismo, pu- blicados em Jornais @ Tevistas, Toso: De seu casam, nezes nasceram se! ria de Belém, St, Maria Lenora, ento com te filhos: 8 prof? Francisca Santos de Me- leo Brun Geraldo Claudio, Maria Ruth, Ma- 0, José Haroldo, farilia Terezinha Faleceu subitamente €m Manaus, de inf; to do mi cardio, a2 de julho de 1963, aos dade como Setenta anos de idade. Bruno de Me- 12 icipando, co- Seen ence cares aie i stival Folclérico que ali m Curso de mo jurado, do VII Fe Ao mesmo tempo dava fiismiosno a presentando o a eum Curdarde Ghoti he oe da Amazonia, hoje a0 ia Amazonense foi velado na sede da ee cane att a ao a a Belém no dia 3 — Hee Malo, aie 1} , : oe Paraense de ren jazigo da familia, no i do sepulta: do 0 féretro no dia 4, seni Cemitério de Santa Izabel. i Menezes Dados fomecides pela famflia Bruno de 13 BRUNO, A POESIA tessitura poética de Bruno de Menezes foi preparada com os fios que compuseram a vida de Bento Bruno de Menezes Costa. O poeta € 0 homem (de quem, em 1993, se celebra 0 centendrio) sao, na verdade, 0 trago unitério que aproxima a vida e a arte, formando, enfim, uma ligagéo huma- na, j4 percebida por Acyr Castro, ao citar um comentdrio de Flaubert sobre Bovary: “Era a sua raga como era sua criagao estética”. E mais: 0 poeta que buscava a liberdade da palavra e da forma, essa, por assim dizer, carcereira da expressdéo mais auténoma, habitava a alma de um homem cuja existéncia foi uma bandeira desfraldada em favor e no sentido mais amplo de uma consciéncia individual (e social) livre. O poeta, que se apresenta timidamente, em 1920, com um livro de poemas chamado Crucifixo, “um opisculo mistico-lirico- simbolista”, segundo Sebastiao Piani Godinho, podia nao ter cla- ramente delineado o préximo passo. Mas sabia, sim, ele sabia, que o operdario que havia composto aqueles versos nao poderia continuar a preencher uma expresso que, antes de tudo, era intrinsicamente sua, nas formas de um passadismo ainda vivo € cujas perspectivas de que virasse fumaga praticamente ine- xistiam. A inquietacdo pela maneira nova de poder dizer j4 era anunciada, Nao em livro, é verdade, porque Crucifixo esté preso ao seu momento e, em especial, & sua terra, que no ouvira fa- lar, até entdo, no sopro de mudangas que viria pela frente. A presenga de Segal, Anita e Brecheret, apenas para tomar em- prestado as artes plisticas uma referéncia de renovagao, nao era sequer imaginada. O que estaria por vir, entao, seria delf- rio. Caso de hospicio. Mas Bruno de Menezes sabia que como estava nao poderia ficar. E perto dele, Eneida. E perto dos dois 15 Abguar Bastos, hoje, com 90 anos, com detalhes a chegada de uma n va, como pedia 0 poeta num poe: de 22), publicado em um jornal Nova — dé ao leitor a mesma i que algumas pecas de Auguste se libertar do marmore de on lucido e feliz, a testemunhar ‘ova estética. De uma arte no- ma de 1920 (dois anos antes de Belém. O soneto — Arte mpressdo de sonho e viagem Rodin parece terem, querendo de brotaram. E sem poder. “ARTE NOVA” “Eu quero um’Arte original... Dai esta insatisfacio na minha Musa! Ansias de ineditismo que eu nao vi © 0 vulgo material inda nao usa! Ea idéia 6 ignota... A Perfeicdo em si, tem segredos de morte e alma reclusa... Sendo a gloria espinhosa, — eu me feri... Justo €, pois, que este sonho arda e relusal... Toda a vohipia estética do Poeta que eu sou, — Para a Po, esia que em mim sinto, Provém desse Q 'uerer em linha retal U y i vro, ae e a ie Fe haveria de aparecer, em li i NOS depois do lan . em acompanhave, woe ‘samento de Crucifixo. Qu = Tnais, os oe! i vez no deva ter estranhado = dae Cue Bublicava, tal i pela via da reno na verdade, 16 melhor, perderam seu ca- waier aa of sae eine cocbn curtains pelo poeta no zn: ane m eee necessdrio reconvocé-las. O que se peo, a res é ue, senhor de sua poesia, Bruno po " ser eceabees dense e fazer o que bem quisesse. Essa a ig io aoa Doane deixava e que o “Poeta da Lua” ap ara antes que o mestre a ensinasse. a2 vacao, Se a piesia de Bailado Lunar Sabena ee ima antologia shi oninda por Bruno nas ney locaria de vez'a. nave = Mario de Andrade e Manuel Bandei ra doParé. B verde 8 Belém e presenteado a cidade com i 7 haven ae rahi a “nortista gostosa”. Mas o as ph da Hinds ‘ er com eles? Talvez tudo ee adores de Menezes tinha a “ ¢ que era néo chegaria aos inov cin nada. O homem ae a Sra talvez nem fosse preciso, j 7 32 pogsia brasileira cet ants deles e, com a mee aus Bailado Lunar api eel firmado 0 espirito moderno. - ert chamou de Poesia, oer aqueles versos de Cruci ee five Poesia ainda otal va Bailado Lunar e um livro ans oe sch omesino ae oe Brasileiros, dedicado a ieee a nv pleto, intibulade ee considerado como a primeira seu poeta qu 5 Batuque. A tecimento na histé- foi um acon! oo A publicagao Se ati do livro, seas: gn tia da literatura ne e a obra jé mereceu, as quais a do Pard, no as seis edigdes 2 lancada pelo governo do Es! Saae ‘Zo oportunamente da Cultura, com apoio da Compan be arivesiaa' Secreta dizia o romancista Dalcidio Jurandl " on Hip Doce, een hist6ria do Umarizal, ae drei ae a= retrato oe e das velhas docas. O subirvic eo por se Cees inas esto dancando e cantando. transmite a reiro, om suas nee forga nativa € 0 poeta nos 1 a id zoe fem ee on Je viu, gozou e viveu’ ‘nesta je) Eee Be pain atriapenliels histone = amine atravessa seh antene na poesia da AmazOnia. © P' 17 eli raed um igarapé de maré cheia... Batuque faz parte € como a i - gelim, 0 Ver-o-Peso” Sé, a tacacazeira, a lembranga de An Em Batuque, ta. O livro de 31 e Mangericos”, Bruno de Menezes se completa como poe" 2 ooh novos poemas: “Sao Jodo do Folclore riquecida de musi ‘ae Preta” e “Cavaleiro Jorge”. A obra € en” usicalidade, de recursos estilisticos novos que trariam paraa li ca, tio vos em ‘a do Norte o cheiro e os sabores de Afri- ratura, Presentes na Belém que maternou sua lite- Saido das ofici ratura da Aaa, inas de H. Barra, Batuque introduz na lite- com tanto respeit ao tema da negritude nunca antes tratado odores, a visualid, ee com tanto amor. Os ritmos da raga, seus Misturarem 4 ee que permitem os poemas tao plasticos 5° ica do amor, da mulher, da paixao e da pro- em primeiro plano a Conjunto uniforme em que o que avulta lar na vida de Belém. Povo. O que ha de genuinamente pop” da rua cresce em bes © que tem jeito, halito e forma de gent que nao faz uma ae na poesia de Bruno de Menezes» do para a letra de ae transposicao do que vai no chao bati- Poética, essa “Caixa d a. Essa alquimia é realizada pela palavt@ land Barthes, “todas a Pandorra de onde saem” segundo Ro- > Virtuali ; > | Qual Bruno era mestre alidades da linguagem”. A palavr® a re Poética, ainda como deme no sentido paundiano, faz # © inumana, Institui un discs St™S Barthes, “uma fala texrive uzes, cheio de auséy ‘scurso cheio de buracos e cheio dé visio n Neias e de si ue . em permanéncia de ince supernutritivos, sem pre A poéti ngho”. ica de Bru que, € a poéti ne de Menezes. : = ica da musica, eg » experimentada em Batu etern . &: 20 tempo de um Simboli fio que ligaria 0 moderno, © mi mente esqueci ‘quecido. A musicalidade ‘© passado, mas nunca tola™ pauta musical uma composigao que ele ouvira numa manifes- tacao folclérica. Ele cantarolava a melodia, porque gravador na época nao havia. E fazia um esforgo enorme para nao perder o ritmo”, conta a professora Maria de Belém Menezes, filha de Bruno. Da mesma forma como hé esculturas que aspiram a ser pinturas, e quadros que estao implorando para serem pegas es- cultéricas, hé poemas que suplicam por uma alma musical. As- sim eram os de Batuque. E esse clamor pela miisica € percebido pelo leitor que, envolvido no estado pottico criado pelo autor (essa seria sua fungao, segundo Valéry), percebe e se deixa em- balar pelo ritmo de cangao, pelo batuque compassado, pelas si- nestesias de cheiro e gosto e forma que exalam dos versos de um poeta cuja obra, afirma a professora Maria Annunciada Ra- mos Chaves, “vale por um tratado de sociologia”. O “homem poético” que foi Bruno de Menezes era, diz Mikel Dufrenne, “conciliador e calmo, gracioso, 0 que reen- contra em si a prépria forma da liberdade natural e da espon- taneidade, pelo que governa a natureza obedecendo-lhe, e se integra no mundo de modo mais harmonioso que violento”. Es- sas caracteristicas esto vivamente expostas em sua obra. O li- rico Bruno era, como assinala Fausto Cunha, a propésito do lirico que Mario Quintana também é, “irmao inteiro dessa familia que se faz compreender em qualquer tempo e em qualquer lingua”. Fascinado pela lua, foi no Lua Sonambula, de 1953, e em Poe- ma para Fortaleza, de 1954, que ele revelou essa comunhao com o mundo e com o homem, essa preocupagao fundamental com o ser-em-si, integrado 4 paisagem onde vivesse. Sem jamais haver se afastado por completo da forma so- neto — tao presente em Lua Sondmbula — 0 poeta aceita, em 1960, um desafio tao grande quanto o que enfrentou, quase qua- renta anos antes, ao introduzir 0 Modernismo no Para. Ele, que fora o senhor dos versos livres e brancos; ele, que sentira 0 prazer de ser livre poética e humanamente, gozando dessa “maravi- lhosa liberdade dos filhos de Deus”, de que fala 0 apéstolo Paulo, 19 r « saa aa ace bem martelado”, nascido do fim para 0 C0- patallaiae eae como crescem os edificios: de baixo Letras de théus, on a © concurso literdrio da Academia de lherme de Alsielae e oferecia onze “chaves de ouro”, de Gui- sem sonetos, Parti > Para que os poetas, a partir delas, edificas- e quem foi o erga cole do certame poetas de todo o Brasil maria de volta Tes locado? Ele, 0 “velho” Bruno, que cha- miados. Mas antes de : r metro para seus Onze Sonetos pre” & poesia de Crucifixo, z ae a atitude sam. possfvel metorne grande poeta, d » © preciso que se veja a habilidade de um » de um verdadeiro artifice da palavra, de um escri- tradicdo e modemi ae da literatura no Pard e que soube unir ™ente, consagra 9 ait a obra homogénea e que, definitiva- um exercicio de Senio de um artista que péde fazer da vida Poesia. E da poesia, um exercfcio de vida. (Bas Get, Bee Joao Carlos Pereira 20 SUMARIO Apresentag&O ...cns.nmnnmnnnnnnn ea eae Breves notas biograficas de Bruno de Menezes . VOLUME 1 — OBRA POETICA Bruno, a poesia... Livros Publicados Crucifixo . e Bailado Lunar .. Poesia . Batuque . Lua Sonémbula .... Poema para Fortaleza Onze Sonetos Poesias Esparsas ..... VOLUME 2 — FOLCLORE Bruno de Menezes, era 0 folelore ..... _ 15 Livros Publicados Boi Bumbi .......--- : 25 Sao Benedito da Praia 129 Trabalhos Esparsos Guard do Lago Encantado ... 235 ‘Aulas no Curso de Guias Turfsticos do Senac Mitos da Regiao Amazénica ...... Aspectos Folcléricos do Para enn Curso de Folclore Junino na APD. ... Folclore Junino: Quadrilha Brasileira 21 Estudo Literério A Margem do Cuia Pitinga 873 Produgées Varias 419 Um Comentador da Natureza oo. ee Ismael Neri, Artista que Honrou Amazonia 428 A Amazonia nao é Assunto Literéri Necessidade d © Educagio Cooperativista na Amasouia a Carlos Howart, 0 Arquimedes da Cooperagao vs 44) Municipalismo ¢ Cooperativismo .._ Sec VOLUME 3 _ FICGAO Bruno, Simbolo da intel}. igéncia paraense wecmpemomecs UD Livros Publicados 3 Maria Dagmar (Novela) 5 " = Candunga (Romance) rs 3 22 LIVROS PUBLICADOS ® i + Alma,.... —Ardes, sangras, pregada 4 tua cruz... —Bilac — Poesias —(Inania Verba). (han fervide é accendrawo culto 9 Crucifixo 6 um symbolo... Jesus, © Soffrimento na Paixiéo humana. -- Para os Poetas, no mundo, ha sempre & Cruz do Ideal, da Perfeigio, -- Samaritana. Christo e 0 Calvario sto eternos ... Lue € Cruzeiro do Sul, a Alma espartana. sonho, Idealismo, distendido 4 flux 86 do Sagrado Coragio promana. E 4. 1a quanto tempo que a Tragedia ¢ & mesma ! Todo Poeta 6 0 Homem-Deus, -- incomprehendido, ~~ A espiritialidade é pobre lesma. des oe SUS! morto na Cruz em que foi fixo.. - ~ Si este symbolo é @ Dor de um bem perdido. Sel que eu e tu somos um Crucifixo. 31 IDEAL IDADE =——_ Todas as nossas passionaes paixdes incomprehendidas, ou correspondidas, Zalvanisath-se ©M Nossos coracdes Por toda a vida ©m que ge vive a Vid: 86 0 Poeta sabe amar sempre qMeridas, quando sio doridas, 0 homem vulgar Alma sem vida éa que naio Vive Para o idealista existem @ ~ Creattiras fidag entre S mais infidas cousas 4 parte, duy: Pondo na vida ‘na illusio da Vida ay a Vida! as sensagdes éum ser sem cmogdes. Xcepedes : idas, 32 razGes, smo de Llisdes Eu. que vivo am Idealismo dé indefinidas. quasi definidas, altagdes iritue OTL ON Sow um noivo espiritual. ce de amar na vida muito alem da, Vida oes i eS EXPALUsO Quem ama a vealidade @ as od] falls vavelhecidas, ix sentidas, Por demais sentida _— as perfeigaes Hao aspira as serenas per de andar na vida dentro de ontra Vida. ~~ Meu Crucifixo © poes. em que ancias Lume | des onheecidas, sO por mim sentidas “ snwiwe Certa mulher. Um sonhador. ’eTta oy Consas da Vida! i . i 7H Hossa Griz. em vi 33 —— 0 SYMBOLO DA FE MISSAQ BEMDICTA MISSAQ BEMDICTA 1] Il _ mete o> Berber f¢ Bouma Cruz salvadora A inissao da mulher sobre a tera é oy hoa. s¢ prender og Coragdes, catechis a Alma beija. Dentro da humana fe auras Almas, tudo olvida e perdoa este Anjo tutelar, de : a y nae S¥inholisagio consolado “no aml espalmas. Dos Por um filho, si © nie, : Isperanga, tres symbolos -- Fe, Caridade, Esper: (antes nuites incalmas ! A abi eerieeg {fs Aasiv’ homesta’e fio] 4 Un-- sora e wana Cr tun Coragao, uma Ancora ¢ bengéa! / ~A Caridade e © Be Minha Alma, beija palmas ® Lenho em que Jesus Speranga. -- ha es _ adh fee ‘ com wy Muto a uiM ser feminil me munca amaldicda, Cheio de Fé, morteu Para nos Compensar das 1 erias do mundo, © Supremo Cre, Wwuzadas 6 . sia das Cruz Pela Cruz!” Beis a andacia « ‘ador deu-nos Eva e Maria. levando, a toda parte, como Idealism e Crener a Hosso mal profundo. inabalavel, Sema mulher, este Orbe ing Hla, que & Alma de Ad sete dives soffrey por “era o chaos. © dominio das gentes. em 17. sanonisadas. Joanna d’Are e Izabel, cano: AQ trouxe ¢ Sonho e a Poosia. &MOr de Ja. sus! mes a nos vela 9 bavilhao da cruz vermelha ne B 34 i Minha te Fe! das luzas nds. O inquebrantavel baluarte dos crentes, Um dos liames que prende a alma dos maus, este amor, certa mul posando a Cruz humana que eu, esteja onde estiver, trarei aos hombri ; pois, se esta me faltasse. or emeu Sonho... minha Cruz humana, em ti os olhos ponho! 36 her . $ am ruinas y escombro' A CRUZ DAS CRUZES... —— Hoje \V reio. ais claro. cre os Meus olhos veem mais ¢l 4 on-Creado. Opino pela Fe do Homen-C iritual esteio espiritual es ~ Em torno a Cruz ha wn espir de amor. » sonho e@ ay renuneia e perdao, de som e. ix . : a evocado, ™ Crucitixe @me um poema e Que Gey, eu ancelo. lobrigue o meu onde quer que o lobrig ador. ‘alvario encanta ~ Ten pescogo & um Calvario e atas. ; ‘ ro lhe Slttma uma eruzinha de ou } queiras inha... KE queir linda joia é esta eruzinha.. a suspense : ica § Wavela sempre assim, nu : freiras. ase das fret o rosario dos monges ed Kol erdao: uu dou p' i A tudo e agas. pea * que ew ve} Que xo! racao - ” de teu corag * "Cruz Vermelha” de tev : ch as minhas > Siem ti morro, as mi 37 IDEAL PERFEIVO ee um ser perfeito, Aspiragio mais va! Sonhar 0 Ideal que Se eshocou mum gesto © fugir Para a sombra av se romanha, y. Assim, se hoje a Prister @ minha irma, ~eccultando este &Mor nao manifesto - seja ey Mais ¢ ste, @ tu, linda @ louga, no Sonho espirit ual qne te Protesto. * &sta angustia ¢ 48 Minhas Scismag dolorosas como um Bem, vesce... ° We eu PERS CAte. s Sivesse. CRUCIFIXO ASTRAL... VI + Claro de estrellas. eo de Inn Ofetgltbdilas Via-lactea en cardume aur aa a . asteroides Nebulosas, satellites, aste feericos sas finito Ia pyroteehimia do Infin accesa em luz electrica ... 9 Orn, Ss ss feericos iro do Sul abre os bragos f ro do Sula bsireteatmietisa t e as Oo argenteos que. pel lesa. stherea he Sombras da noite, olho a eth fii ito! “Mi inisterioso rite ! B, : Penge em ti, ta ‘Medando em tua port © meu olhar, . jurity Ormes, de certo! E's como a J (Masi morta. de voar, 39 E Ka © Cruzeiro do Sul, alto, eu, erendo que vestindo em ma brilhando. . , és tu, E We estas 14 formando a Crug, de luz “Mm (ue espero Ser Noite 6 0 Golgoth a. cima, Ku sou um Chy tod Rima, eso Cruzeiro, © Madeiro, “Somos 0 y stral Crucifix 40 Amor de es} Sere Pon No OS INTANGIVEL Vil diritual idealidade bo sel sentir. eu. exclusivamente, se verdade ‘ ivel! Mas 6 bem ve Pareco inerivel! } el illudir! e desilluc x x SSO Ine 6 ne nao poss que assim falsidade. sem falsida' Minha e en ser teu, sem eur, » consegu na chimera & que pude ¢ e Sonho! Ke Bum requinte de Son iz tlorir, . niz. (lo he s Sentidos Mm paixio dos Sent a nds. junto at ® € que esista o mundo ju irituaes -- espil Mates fossemos do Alto, we ss. ites paradisiacos e lde K 5 fieis. dos f tismo crivi-te um Idolo GO de Alina e coragac a os pes: ej s » enlaga ij > que te € b “10 & serpente qu 4 ta amisade ituaes. nos meus Rit SAUDADE VIL Saudade!-- cinco chagas, sete dores, Via-crucis dos meus quando eu morrer. Um suspiro de alivio., . Als interiores qe 0 peito solt; ‘\ para se conter, Olhar vasio, ++ Longas scismas., (ne colhemos ao sol se en| Vel . Flores anguecer, ., 4s braneas... May glaneo... Di bores Na ancia de Algue Me qne nado podemos ver. Saudade! Preece . side unca mais! Mo. Olhos Sem phosphorescencias. Saudade! Morte lent, que a gente e “mas tao he, : 40 tel-a en si, suffoea os ais, agonisa de wn M al que ge abengda! 42 PAISAGEM TRISTE PAISAGEM TRISTE ee Sa—a————_ IX Manha, sem sol, Tenho og pés eas mios fri Ar velade ++. c@0 er) tedios © hypovondrias. lu, ditrna @ clarao de embaciady pharol. Ten pair, Minha terra, NAO és mais flor dos tropicos? Este dia ine aterra! y . a, recorda. “usta Samaumeira esfolhada, recorda, s: > : europeus . Nesta paisagem triste, invernos Ihos eyelopicos . [gar galhos ¢) ~ De que, arvore, te serve, a Para o Azul, para Deus. 5 da? Slo ambiente a nevoa borda A? Nem a vid Azas ~-tudo morto, Porque nag trill Passaram mudas, ho je, Sou Jesus o| E invoce a Luz, 1 Quando nao sinto o Soffro mais! embora eu se] ‘rural no seu estrépido, + guzlas , intigas. AS. Meu canario lépido. as Taparigas, horando no Horto! neu fanatismo alacre! sol, sou lyrico-romantico .. ++ Quero og dias de ouro e lacre, ‘ ano! ; ; ¢ ja uM cysne entoando o ultimo canti 44 OLHOS MORTICOS OLHOS MORTICOS Cs ; dos . moribun ‘ !-- dois cysnes teus olhos!--d le «feo. J4 prestes a more Ee aos Vejo-os a flor dos lagos tae 7 ire boiar. que trazes nas olheiras, 4 ay cantar dam... vao canta . nada ijbundos. noribu © ultimo canto exul dos ™ L ‘ s enviat ese 8 jeixa-O8 Descerra os cilios..- Det err: ceos pr ‘undos. ade éos prof an jro adeus aos © p a resi: 4 ry natur “US olbos sao assim po : jdedies, volicos. I tesa. Jas,com trist® ‘| and - mortigos, melam pill *cismando entre as pup ado, macers a B, Olhos assim, num rosto 0. a 868, idedes rrend do. Sao dois cysnes moe abandona de um pargne -funte-astedas Mo wlan wd CANCAU DOLENTE SSLLLOLENTE XI ranslumia tincta chamma que tran Plater de e rdes ermas. oxo Valles em tarde Wn pos: Ht Stios, Ave-May a Noite envia... 7 crepes que a Noi . Violaccos eve | te tardes Cay oA. ethan Oecasos, * Angelus? Folhas « ta tr Hh las seismas de um Po Hora las seismy triste, -. melancholia. a linas onfermas as s es alin le ama as dolontes a ahindo ng vlamédas. inda existe. . si elle inda e Sem que ellas saibam si elle ledas, sscuiay . las Cousas, flestiosa, ess Soman cas Cousas, fe dr : ros « Nocturne “neantandg Jardins Noc pinzad (2 door de ein : s. yn de, pos soturno: aM PreeEs Helag ermidas.. ., DNa Fina sentinnas gti, ies. tarde encinza..- Torre longinqua,que a te MOS ae aa an, Cee Sag Ades indetinidas. onvia a» Macun env “Nedo dolente, UG Magn ristonhos, Delicia AmMarza de Nostalgia i repusculandy NUNS olhos calmos, Adeus que 9] a . ; sextasidiy yoo ? dentro da angustia que ae Wer iri Luz tit Vira Sujo te puviria Ae doce de Velando 0 ec AT 46 AVE, MAIO XII da Virge Mez dos lyrios Seraphicos, — provindos do valle da Alma, para as Cathedraes. Pudesse eu ir, ao luar, entre banhar meus olhos: -. {We s&0 soes infindos. -- ‘agdes, Piedosas dos m ~eMentarios de luz, as ma nas or: issaes, 08 bemvindos . Ousa d 4njo mystico.. , No men Ser ha Por isso, em Maio. Minha Alma, do Coragio 8 eu Sinto-me de luz: ~Filha de Maria, agrado de Jesus, é Irma 48 NA PRAIA DO CRUZEIRO ——— XII Sol suiguineo. Sobre-tarde. ictus velas latinas. ‘Ao puente andam velas Igneo, © horisonte, arde. Tu foste veranea HF; na Villa do Pinheiro © eu fui te visitar. Para veres 0 mar, sa do Crumitos idi rala Convieste em residir na pra tinas. ds ma' 7 s luares e Uma paizagem linda aos lu uma paizag Obra de anachoretas dos tempos coloniaes ; dina lenda, 6 0 Cruzeiro. Pétreo, bragos abertos, como quem espera anistosos abragos, — elle @ alguma das tuas si de chimera, algo Sentimentaes, “© Cryeiro, — [R 49 GENUFLEXO —=—_—_. Devem Sosar teus olhos! ~ Este recanto ahi éum Sanatorio Para os que soffrem saudades oando ent os (In Memoriam ) tio eseach, : M * : . e abrol , IV 2 [as-* 5 . varias te quadros marinhog +++ Muitas nuvens... vari Luares @ Noites bellas, n reso ss ee leado de Alma e corpo, eu Delicias aS Oigas! heticu esta prece. a ~Sacerdote propheticu este 5 ~- Ouves Cousistorig 7 fenece SIs 7 rrio que fe » en ser. Tum lyrio das ondas tramando as tempestades . Fo men Ser, qua Marulhantes redoigas ! reso | yenero e@ presc lobra-se & Imagem euehyanerore:| Serenatag em hareo ; ou, pela Praia, © Vento Wando suaia, mece. + © Saudade me enternec Enfim) ‘ations, who lea. Bei, que as leis encharistica soe a) reso i 2 rel, eu Espirito, e desp 808m os tens Sentidog “reio no teu Espirit todos, todos, PSSE.. . 7 * sterna mess & materia que @ Vidase eter bem Servidos, Na Minha er o?, Choras, me ouvindo a prece? + © Cruzeiro és ta mesma, -- descanga. Cruz de pedra, ‘dtawiturase x ; : uminur “Seraphim dos missaes e ill talvez, Ol calix de travos . , r as as. en¢a estds no altar das pu I o sentimento, Voltaras?,. 2 serena este meu coragdo, amento, a angustia e a magua do men pensamen de Supplicio, ~ esta lembranga ! é. ~ Nossa Senhora da Consolagio. ~- Centurides da Saudade, em mim, pregai os cravo® 51 50 DOMINGO DE RAMOS SS Inexperto e fanatico, entre ramos © palmas verde. deste men a Jerusalem, Llealismo entrei por bem f Ye] 3. Sobre o Onagre dy affecto, que arreiamo: Era domingo, Ku ria, N are ndo palmas, ~“ Nos te sandamos! Minha tunica PSVoaga, © entro a Pregar 6 40 sei qnem, bate di sem recamos Amor, como ninguem Foi um dia de gloria! Como tantos Me tenho tide en N vida. se (ead gloria Passa @ 6 Mm prever, Wo que ey disse depois , Ku Proprio levo Vina e ++ Quanto soffri! a Cruz, & + por te ver, Xpirar rucificady ex nT, 52 zi 8. S olhos vertem pranto A ETERNA CRUZ VXI Tdealidade. ~~ Um amor sem audacia. vehendido. Meu coragio de poeta, incomp Santa Rita de Cassia €m espiritualidade, meu nome no olvido. Certa mulher... — Uma Cruz, como todas 86em ser Souhadoren, 08 aquatlinse © em que, nés, Son! ‘ Ima eo Christo é sempre o Idealiata--a A 0 Amor, um mal-rmequer que se esfolha, umas bédas; sinc depois, o santo Lenbo em qu amor do Poeta, é assim: sigan clans Bs Tenuncia e consente o mallog) Por salvar seu Ideal, me infronbo—- este biblico amor em que edriv; nho nb rides, 0 8Y E os Phariseus, os centu Perdéa, 53 0 DIVINO SUDARIO XVI Sim, sou eu o “Homem”! i 80. Eu que em ti vejoa Cruz, o meu Proce: lebeus, a = 8, OS pl dda! Minha mae, as mulheres, -- Que ninguem ge condéa! “Sete vezeg” tropego, e Caio, e@me consomem, * eu juedas”’, nao sabem quantas “sete : = tat 0: Venho caindo dés que os 0 ‘ ryseu. 8&0 para mim querido phary Pilatos, lava as Maos, Antes ser SUppliciado, |. 5 ne o meu 86 0 Mundo espiritual, sabe qu Minha Cruz, abresog brago, aus... icia para um Deu Julgamento @ delicia p Ss, me reeebe ! rineu, Golgotha, sé mais longe! Cy ad “deus ! aos ju — volte = . é minha a Cruz; deixa, que é minh inhos into esp Si Yenho suando sangue, . ° ndo passe? inbos... 0 ©oroando-ine y-- Veronica, utros carinl ff jo:-- ha 0 Pilogo ideal sudarioss eal © meu rosto 0 Onho spiritual, i ito seu pel - cixa que minha mae abra ° de raga, dog, ® Sobre 0 Coragao, cheia . ¥ 4a Mulher, © Madeiry adorado ilho de Day ‘Iho Kleito. Stave a cabeca de seu Filho Tuejficace. 55 i. CRUCIFICADO!,, See XVIII Abriste os bragos-Cruz humana -- no Calvario do meu ser, «os - ja Paixio de um Deus, -- uma “semana”! Dizem « tres horas de agon Crucificado e& vim morrer.., tw aponidar. quando eu nasci a agoniza! Jogam até a minha tunica, que me despiram 8 Da “Maria” Si todas mies fossem ‘‘ Ma & mi v altar. ainha estava num al em pydor, : feiras” Ku nio sei quantas ‘‘sextas-feir ixdo. teve, e ha de ter, esta paix Meu corpo cxangue, Aaaaeado . arpideiras Ha annos, tristedyy carpide inco chagas, vae ter fim. cissio. Jevam meu Sarpo; em "Prog . * a & quem prega Ideias, Morre assim, 8i, como Ret, nao tive um throno, trouxe um Tdeal ds multiddes, _ Crug: "™ Crucifixo, as mios em ¢ Digs, num som, 5 5a qu Quando en dormir o ultimo somno, comprel{e ' BD oy f és a Cruz. / feu SoufChristog e tu és a Cru nder-me-hao 8 coragées. e “ . noe iso 88 Bi ey Morri!-- nfio é precis 57 36 h CONSUMMATUM me “Tudo esta consummado !* E assim penando, vejoo meu Sonho em ‘uneral, ~ Quiz salvar este POVO miser, ‘ando que € a minha Tde, alidade espiritual, + & Morte 6 emocional ~Poeta e R seam da Cruz, -. Preferindo-g 8° sepulchro, Si ella ¢ fatal, inda a hei amando. Crucifixo! E's um Symbolo ty Christo ey Sou, Pista ‘i, morrem sonhand ya ordem ipalmente 1 evisio, principal ler ios erros di Ha varios el il corrigenda. i facil co ‘As, de ducgdes ; erros, alias i roduc numerica das pi MXX. Belem, Dezembro, MC OO AUCTOR A APPARECER : ‘ «Farandula das Horas» ( a ” gr «De alma nos labios»... (chro- ae fat fo # i . aA Nicas e¢ Phantasias) é j . 7 Y jh Bailado Lunar eo t : versos de. 70 xe pruno de Menezes Bruno de Menezes “4° : pard--folem—MCMXXIN' = _ Vv ' “y Z f} d ie, } d a } A 1 1! rly ve A yr AF \2 Capa i ° apa illustrada pel desenhista Luiz Silva -uiz Silv: A Apollinario Moreira — todo Arte e Coragio — DEDICO Sa SS ( Desenho de Andreline Cotta) A arte evoluit com a Moda, Ves- tr a ideta de toilettes ieves, esvoa~ cantes, € requinte de hom taylor. 2990 Soberbo um verso perieito Tao simples um verso simples. 9990 0 artista que faz estylo soffre o suppliefo de Stsypho. 099 Cabotinismo E quem nfo piira a escntar as phrases, « rie dos yestos dus vamelots Wo que expressiin. Sug verse de dizer tado, abertamente. ooo A copia 6 unatareza morte... 090 Diseutir preferencias _estheti- Cada qual tem em si um cas ‘jor ou banal de esthe~ gosto supe sha. 999 Inda ba quem ame t 1830.. 90 Obra de pseudos loucos, 2 Poe- sia terminou, eseandatosamente, en- luuquevendo de wma vez. a00 «Builade Lunas... Ultimo sue- cesso do dancing da Lua... a ———————————— | Baitado Lunar ——— Wa we . res. Aluaé a bailarina ‘memorial dos ar Entre Cortinas da Felanha € céog ney aLua Offerta 4 ite os henuphares 9S seus Jardins feit ™ Sas °S de aromas branco A Lua ansa, “rguendo Os COM tres &strellas Scintillan oentos Ss bracos ee. do sobre os flanc a, leVantina, uma silhueta longa, SSBuia, cy Stal, eg, ada em mil ramos, Que se ar, le a, long: 12. € go fina ¢ s¢ curva e se ob toda Coberta de Arabescog recamos, Ha um “Soloy de Obo¢g yankee... num azz-band» yan = orto EaLua,o SOrPo ery “0, dobra.se em gestom na histerja chores Phica do Rythmo... ~ Se Ss rto 3 abso! ilado Prank bailando um _ Cesar Fran . al de A Lua vae isica sensual : mu cheio da mbra. a Malo vosos da J s langoroso sos la compas ¢ dos co shibe... se exh oa Lua s Ico irreal onde a éo ¢ o paleo O céo do P s de missangas 2 tepal # que rot [one ‘bis cl Wilde toe: a on — su apa ae w Cle va - uments c ee a Luaa No seena 10. «+ rythm :nho ry estra » longo & bog nut slo» de ob tre © «solo» Morre o « lyrio ande ly m grande lyr ste de um gr ellas ena, éa haste cio das estr eadac fina, € em m VFO. Lua, anu cadencia, bailado empy sue baloica, > iter desse ' ASSO ho compi mbra... (az em so r se eslaz mar oluar se do mat ndas Para as ba estrellas... as es' ragos de jou nos bra¢ 0 esmai A Lua de B Desillusaio Fizeste um barco de Papel, ™ cordel ©. poe fumaca, , ry le alee, Sra ¢ apraz 50 barquinhy, 7 Orlas Uf S€ afasta “S vom un ulhao m unho Mra 0 alto ro impelle, 9 arrasta © ld Naufraea teu bate] Cortaste 6 fio... Aj do barquinho de papel... a relied alah Oy VG GP, 7 Me: Ges3 7 Boy i ict Iinprevidenct srtaem flor... Bella roseira aberta ¢ mao co a B iender um pou 7 rae sas sem par. para colher rosas os et x0 a seducc wor ee tae S inVvas nee mn Ni esto audace, d af oe ira desfolhar. . - vaes a roscira des tas mil, gottas 2, em gotta sanguc, a feu sang) ee ul Mas o teus pinga ea de fil dos dedos sspinhe. vara Vorinte o es vigor, sas, sem Mquanto as ro pha emaquar : Comegam todas a im é a dor Assim éad a ue vem do a q Chi Sp: Deslum bramento aN as joj Nao olhes tanto Ingen Ua ¢ tr €ssa riqueza, ina cfega men 4S na vitrina, ,. 76 Chapeleirinhas nansos : i olhos m Chapeleirinhas pobretais dos ilidosas * dee Gos habilidosas E dessas m descangos 5 r0sas, 2 trabalharem sem olorindo as dando vida 4s plumas, ¢ ultra elegantes » apéos uette. que sahem = Ma mulher «coq ‘4 menina levia brezinhas. rez ‘ras: pol Trabalham tanto as ince Tabalham ancam a ntes, Sangram os i asamp cane a ia, a luz andor ilette>. Uz do dia, g inertes de a douma «toi 8zendo voar azas im chapéo lin a r com U A Completar co legantes eres el Basia Chapeleirinhas | As mulheres oa iam que S€ isto soubessem nem q BE u bre «midinette». ma minha pobre « ma heroina a 7 Gut eB SS teen Passaste. ate Linda sombrinha, entro do Parque luminoso teu vulto vinha esplendoroso, wz oy ssperlo. Num chafariz onde um tritao nadava espert um Ivtio de agua se ¢sfolhava, erystallino. Eras ty mesny na. E, qe eras ty Stou bem certy Vesta, da em mil vidrilhos aque luminoso. . . ™M desfo] hos, agua seccoy, Foi-se 9 teu y, ios0: ulto esplendorosé Chora uma fonte Bottejando NOS meus alhos. 78 Alta noite... Motre a luz do «abat-jour>. i como i ss1m Esperei-te ¢ no vieste, as! e : , viras. . nao vens, como a Palyse ° Tenho os olhos a arde re ansias “4s minhas mios, das mi assomo . dos meus ais. a Jar-se este arom De que serve evol ve est 892 2 setralho, do leito qu i! a dér que me toma, ¢: O. Jo te causa d unge, ¢ na . s * angustia que me p egasses. i e chegas . fo vieste. r que Esperei-te ¢ nio ‘ ‘ansiat por 4 Aguardei tua vinda, lo. ’ i morrendo, “abat-jour» foi morn express Minha sombra tomou 4 © um cypreste. i morrendo «abat-jour» foi m Na solidao, ae hegass' Beu a ansiar por quec 79 Suarella do Japio. Pottanto... ¢¢ bem melhor dizer-te.tudo) : > © offego, @ fico mudo, Me espinhando o coragio. QRH —— a Ba-ta-clan ——- 5 A fool & SS eae. CBic Mais SOTPO que vestido, Sedas, cremes, Pellicas. Riso garoto qual se em pic-nic, COM suas ca Tes tenr: aS € macissas a festa 9 fruct © appetecido, *OX-trota, qu fosse d. Tan gueia, Ando anda € lanea olhg S fulminantes aos “inturinhasy, em um; aS pernas delirantes. ; Quando anda. temem-lhe 9S sciog Quando Sorve conta his © cinemato Chic Era Venus Ast no ultime bail da Assembléa, arthéa, € chic Sc Agee Fibhnando A | ) fae e cinema! O figurinha de ci Passaste, son €m ondas de a oe entina- 7 Gea eee stos de haste, Os bracos nus, em ge na hon. i uena 2 bocca rubra ¢ tio ped que nunca vi Mais pequenina. » Becertil. «+ Meu jarro ideal de Bec E Thar. . - . z 9 teu o slp, louta.é a O minha eens Sou Boabdil!. ; ere acar, Queres um 4 «imag alcat Dou-te um oe sion! dou-te a Avenida do ! risonha PME BRD Visao aderea, . , Loura e Magra, ™M tanto de felina, Outro de ophidica, ™ perfil de est Como dizem tanto £480 é que Sorria, andava em Passos leves com um chapéo le “Otgandy,, talhado em Tosa branca, De onde Vinha? Nao sej, Eu apenas a olhej UNS tres minutos breves, 84 S— Rigi = nea, sa bra ma TO; chapéo fosse u Se bem que o seu , vi © vestido com que a vi, Shic, em verdade, bebe @valhe um ar de ibe... We inda vestisse bibe. i ig Eela que vinha a pi ° odie ~Vitrina humana au S om 0 vestido que a ae Wulguei que ella fica Jeis da “Pendurada contra a da moda exhibe — AVAL’ Ha pas agra, e Loura ¢ magi’ Fechej 0s olhos. .. 85 Sithueta viva Leve silhueta de mulher, Seu corpo é todo em arabescos, cm linhas finas ¢ angulosas, Usa perfumes “Chanteclairy, tem uns bandos, louros & crespos, ¢ unhas em Sarras. ., tenebrosas, eximia em “pi *8808-de raposan.. , ala OS vestid 5 mais collantes Sa sua bocea?, unta a cbatton: -- Ea ultima rosa » sangr entejantes que em meus delitios fetichistas Vivo a pensar, , + Se hei de colher, . , xo) po LEER eer Barre di t rno u le inve Numa tarde Chove, Tarde de Ee coil A rua é triste ¢ as ne sao | Nos jardins os choup 0 Sto um trago niodern cu dessas silhuctas que © enta. a chorar e a sorri ° @alma sente mais 6cz Os talheres olhos fecha, rj is © alguem lhe disse ichinelo m querer... e terciopelo ‘4 espadua, uma bocca, We beijou num jardim, e, aS mulheres, 90 II Uma taca vasia... 1 € cinzas. ste melancholia nZas... mM arta feira d idras acidas. Sen ee eae de cidras ente a bocca a Calombine e Dlequine ttocam beijos ae 9 peito o bandoli id &S maos brancas OL" ierrot canta 14 fora. as, : acho branco. i indos !... Adcus, sorrisos lindos! Xtinguiu-se ochamp ene a1 ie otto esornna a © ultimo folio re: eoscu penn > num bance do num P i rorada- 7 Metaes elasinamn 3 fz canons d Omantico ¢ infclz abandons isttot gumpite ee 7 ates 4 ephistopheles ni ee a pass “of ene Vac € vem € ES snort “ Colombina desperia= 7 € cilios longos con a Lua, as. abrem as port: ssada apres pente nua azas 1 d.. «x vegomita 9 ultimo folido res 0 ! raca ! da pra¢ gtona “ insipidez mone’ torna a OL A primeira en trevista Por de sol outomnal propicio a confidencias.. -E ella chegou. Seus Pp arrulhavany nq areia d ‘Trémula ¢ Pallida, No olhar toda vehemencias de chrysallida, que tem antennas de yell ASSO$ assustados a alaméda, udo ¢ avas de séda. As Suas Maos Nevavam : O seu Sanoue Corria em nervo 0 9S seus o| OS 8arcos £9 Seu cabello linha nuancas de SO degélo Nillavam Ouro, flavo, Elle, cntao, Perturbou-se. Possuiu-se da em Indo encontral-a, € apenas enlacoy Odo da Primeira entrevista 4 NOs seus bracos, E tremia-lhe a fal 4; erathe —commocio de en, turva a vista; CONirar-se Cc om o €sperado. algaem... Uma fonte cantava embalando s ‘argacos, go seas ma¥s. E ambos deram-se a Em rom: sco idyllio, m re canto. sym ree ca de a lo parque, em buse tam-se pelo parque, ¢ > exilio do em ermos de ex “de poetico encanto. in ag gapelbiayal Nam I cy snes Ago verde os cy -o audaz, UCD @ ja um jr relle 8 ace E ella ja menos tint ¢ sere Slharamese nos olhos em que se "8 ternura do instante ymavam- iram estingultat » ac eS horas $ , as ho! alr Depois, pelo nile lps ardatrit © A J A dob ‘ sper surgiu.. N fora Ue : ) 2 Ale = - ir! COMO ea E tinham de partir! n izct eq oer me idvllio | hn peito N Se Podessera Hitt sobre Be qualguct ~ gourd ra oISto elle aconcheg' elhe Tsse 6 ouvide Oro, Ther disse ao of de um a de mulhi Ah! talvez fosse o seu, aalmad at de um bem come sul cite om falass ecell ‘We aquelle homem f Ja estremece alla toda “=O cate ¢ que ellz certo ¢ q i ar ardaria 0 Tua’ aot 5! Nav “1am dizer-se adeus! 93 —2 Sp Sue ssado A hora da Saudade e do Passa Velho Parque fechado... Dentro dos halos nupei a Noite assoma. Ea hora da Saudade edo Passado, na ganshigurag ean do cvocativo alarde do Sol, da Lu *,fulvinea © polychroma, aes da tarde Vém as estrell Pentear as seu freme... S eny Sie que alem se perde. 2Mo um beijo extreme lacdo 4 Lua. buar 2a s que cinge ag anta um repy ch, c guido ¢ ¢ frio, em Ob) E ao Milagre do os petreos” fauno pentindo que flue e alma do Parque esquect as, velhas ruinas, aroma que iangues as, Varias >N0 Jardim de Es as Sombr “a procissa 40 das bie no velho p arque thetas, +a procissao dy as funerg arias, eorinas SMAOs, sem j joias peregrin vatar do destine dos poctas 0 velho p aTque Scisma avy luar, fechado 94 ad. «+ A mulher espere er... mull . Toda vida a esperar rot melt Se uer = Um dia ella bateu ¢ en a mal-me-q Crriu. Deu-me a esfolhar ul mprehender. qu re Be coracao por col © cra o seu c e , conte ‘ ara rf. E iici as MOS: P Jo que &u The beijei as m c tud a ania infrene do amor aa ver 7 gl nce, ju ery. S ae de romat neq Ma me pee ideal de «ben pétala idea | iro! ‘jmcl anga jor pr sper ® fiquei na illusio do am 1 Quanta ¢sI quei na i ' Antheu! “iro ! "tanto sonho de jsion€ e pr © ser della senhor mprehendid T : a bonanga.- lido pert bem ff ° ince Ah} tortura do affect ella Veio e passou ar 4 “Mulher que se ¢s} agu ‘um ——ee Terminou-se a impresséo deste li- vro, em 31 de Marco de 1924, nas officinas graphicas do Instituto Lauro Sodré, sendo seu Director 0 sr. Ray- mundo Machado, chefe technico o sr. Benevenuto Ribeiro ¢ mestre e contra mestre das officinas graphicas, os srs« Ildefonso Si lua e Severino Costa Belem ~—Paré—MCMXXIV. SS a eee Do auctor: CRUCIFIXO (Poema) Primeiros versos 2+ edicao, a imprimir ee ee DED DE x K y v n Py ik w qh ADEE DDS SK $EUDID Cac: BRUNO DE MENEZES — reatizn neste livro om, ais difficil trabalho Que incumbiria ao: yy Do 8 criticos de sua yee’ 22 Perauirieao sincere, oo ana- lyse profunda ¢ ry nt vez, 'e Stas modalidades enteral: Poesia reveladone ce ine tmarntevel © penosa esearnie para dnd linalidade “estheticg ineontun- le LEGS que a alma deb chase Sobre estas pan’ . Chelo "dessa. poesia! brasi eee Soh fartathant. 3 © de alegria, p; gas Vi i g z &. S ? Seu Dec: SSCS < Be PDDEK EERIE leza; y, vin te ese Dios, ‘edinpiie ot damentos e856 Dios, contemplacién, de en ios ; Pidees @ la Obra (ao atte, age) ser te ive 2808 ding ois, que este livro é um Altas’ a’! Bela! DE CAMPog RIBEIRO Teal de sua senate aR AUCTOR lade desconcertante, tar yy No estranho ae DE ALMA NOS LABIOS FLOROE DO ESPIRIT ( Apreciagée A zaste6) (Chronicas ¢ Phan’ | s oO jas g litteretl NocTwU BLIAS vi RNOS ANNA Se do luar, a ila: uarella o jardim de P Luas de roto, 60 fulgido sagted Que encerra a hostia da lua e enc! a Vento, no arvoredo, em. SOM que § ignonari0. nee Poema de insomnia ntoa o antiP a ombra anda Chopin. -- } Smorza, a solugar, oP alma do estradivaril- chovem folhas, que 20 luar sao 1agt" thindo, gottejando: gs vio mte, a louvar Beatriz, Uma tranha camelia voz, no silencio, © uma ex am > 1 as Horas, que orrendo... Canta alguem--* Sao re am as duvidas de Hamlet @ °° aelirios de Ophelia. 103 Il Criva a Tosacea azul do vitral luarescido iz 9 Doento e escuro Claustro em Scintillas de luz. ora, o luar amortalha o Parque adormecido &Vocacdo Subtil que o Silencio traduz. S, longe, a asa do som conduz inn? -- Ea musicn Co gemido..- JO de minha Dor eTgue ag maos a Jesus, Supplicando POr mim 9 meu Eden perdido... No eéo azulescente brithao elmo de Ree all Cada estrella em ma em nivea carcerula,— Odorge ®0luarnoazul desnesttiy fulgor 6 uma agrima em perola- Lampejo alto e fugaz que dag Ww deslisa corta o °spago.. Ba ultima este t estrella, 6 pew ue uy BSE: & paixio de Abelardo a8 angiinge, de Heloise. 104 i080 ig terios' éo mys m ce Lys- N tes sem lua e de Wr ae gin0s0 Nessas noites a arde o olhar lu © velludo da ae miei baixa Syio inteliz. Teens ae eee de wm ‘ tristeza OUSO » a e em rep SE. ra 6 et Lady Maahbeth pes de Somb’ 8 seus olhos a eethoven Chora. nio em 5 ‘88 torturas do inistros. jos sinistr Iteios 08 ouro em pumores ibe sistros. Trissam asas de Ato andam sas yous @ floresta go Rel Lear, P © adeuses dul e anemona... d rpo argos, a. geu C0} ros ama esdemona. A lua embur ee urde Mstrangula 0 Coragdo de de Othe © o phantasma 105 Iv A’ silen amMplidao detinam ban ling erther, meu oet da Muminuy, oes ae da noite merencorea 1 dos menestreis. ja cirmio »Scisma, 4 luz transitor’ Tal dos tun, nares paineis. ae ©cordar Se amoreg infieis, ne ‘0 le saudade 0 fundo da memoria. zi clos gecuuma esq 8 seus sonhos revel Poros Sons q Ystal da har TMonia incorporea ! Abre dentr, © em nosg, Ima um luar de Baltimoré..- orente, ertas & musa ®spiritual dg De: Sbor rde : Valnoree Transtigurag meu onsoladora! 80 mortuario ney rd ale covas desertas surge aos olhos q Visio de Lense 106 NOITE DE A INSOMNI 105, de somn aciesas o cio. no ar, om mentado enlelo | OITE... -Pelluclae ya 0 o adorns ti afelinam da le Jeio. e idos jobre, au Fluem, flebeis, Hore do Anto N 0s poemas, sang’ tono io en! iu. 7 de fri io vel los is, triton ou al idos ais, m ir, po * qiila, om tim nao ti, fa, a tossity 2 o 6 ne Ceaario, 0 poe abre dentro da noite morta ta 0 1 agouren es nervos! a ave oque ssombro, La matraqueia e ras? ae cho e ai matraq to ! espant al a. me Que arrepio mor itnortalha T Certo @ um fr ortae! 'vOS, acer jos ™ tivos bs is!» deliri om nea ma e nee «Nu! Noite de Rendes a7ucs, pira e diz: orvos duen de, de Tasna o corvo 107 EVANGELH® MANUEE LoBAaT® Faze o bem pelo Bem. Vence, Aeoted® impeto de colera ou uaa ‘os homens de alma P ando vencidos de desesperang® $5 assim sentiras quanto jllumioa 8 Gis certesa & seguranga ing a Te a Bondade aperteigoa e ensing luctar pelo Idéal que nao se alcanga D ae inio e gloria. Ver num valor redominio | sneer na vida Pate gvagoes © palmas © passa de volupia transitoria: -- Mag / faze o bem, no anselh d J Pel has de immortalizar memoria ia saudade e gratidae das almas* ill DEVE haver dentro ia si n6s outro ew que ngs ote © Nos ergue no ser uma forca e um eralere, Faz da morte um gozer quando a 16 bru Cré que a Materia é Dé ar. © @ alma fluido a vag —T nie TA © azuT vag Das trevas find mnia ma, nos infuma ar. i wm contra o mal de poesia! » Sobre ngs sventuras sem is! 08 @ causa 9 vie luctas de horrore erd qu Coragdeg yi sin dum lodagal, Pontifica Satan Desseg Céog interiores ?.. Tremenda ? rolamos, Victimas g Provacdg | 0 inferno ea » DOF fim, i i , Conscientes em saber desge Sutro lig Oo TLLuSA Da SuUBIDA ras as gar yal Firms ao cimo Porta: Escal be, e 80} e. ardente © otal imo. La 28 roe Heo ja desan! ‘A no alto eure subir, eu, que rras ame mo as ri : err er rao Icantil! I prooura 2 Sobe |. galga o nda ne 1 eno! Darte e pas arpeor ‘a pe ® sobe! En re s0 °om furia e fora limo. treva’ a pe 1 Rom! pida, e: ul! ! e ascends. da PUrova! Forma os Dae a os © Alea as ur: = ui a 4! ansi arbaro e rude na ira, jJheit ordill a rcp! abrangend oe poeira ice, in a 2 eon * Yolar do alto 13 © me aprofundo ‘a genes, ancestral de Creio mey onde provim, Cer do fim Cur ; estranho mundo. De out estre], 8, de Sutros céog oriundo, Mortas Vivendo em mim, S0ffro Angustia dog Seres de onde vim, ~ © duvido'¢ vacillo ¢ Me confundo. Tate E 6 do int 0 torvelinhg deste horror, que Ascender; em |i ‘@ humana ‘1 luz, Noutras €spheras, a, Perteigag Dara 9 1 Plendor ! lia oO SoLtrroaul DE UM oO PROSELYT eio i ao m Fui a ens. Tey ara 0S howyminta cei “AuIZ o pom prole, 7 que a Cc i! tama ge com vias erg ei. ipmiios, par irmace am iu. como jolita i oO” me veronhei- Amando-os eosmopol 0 est entreso) fe um dur outro Pata que “Spe rit Trop! entro do p vos 8 PO jnar 208 FX sina usa, a de $tttin st improficua @ oa hos 2 Lucta imp consciens son & perfeita 7 jos : fim © emancipado a pe! mbe sa, er © pau eu 8 sem Ideal m sintam, ° uncio! O oragdeh . plebe mi Cc ae que fem estar iro © verdadeir 15 I Ss M A Go Ss tinos © sonto em tres almas. .. Tres desi | Voltados para 4a luz edempcional. Reis lagos Tansforma, S em beduinos, Seguindo stro brenatural, E p Ndariag Noites, areial Viu ag Oombyas dos Tegiog Peregrinos, olhos tito, Estrella do Natai, Conduzing tres Mbolog divinos, «Ouro, ~disse 9 primeiro, «Insengo, -disse 9 Segundo, “Myrrha, Ator»,— disse © terceir Baixar, UMinogo Buia. . 10 olhar a, Lu: ° mundo, © a Dor brilhon ‘08 olhos de Maria, lig terran, ae, oe edi sobre a ria humane que a aera, ise! Cc jor en e. OSSA mis: a do m lim: 5 rtes: teu é su na incer ue 0 sa F Procura feaugalho des: busca o vi erra, ens noma re os rime, ia, que entre, © eters e. a, ime. Ha tua Hgsencia, 0 pore Be oppriv toda aot com eo pel “anos a cre ue o DOS * eterna dér q' zal déa- Suprema cera io da sup 0 So 9 o yisionario da maiz J Inda virds jeliz infeli "emir o povo da i am. pés sangrar eus sper ! em que udaram ! Otha que ao valle ao m e io 4 tua ‘10 “ontintia o Calvar' tur s, as ls os juizes ¢ p EZ A pos s |] NO 98 GABRIEL poDRIGUE® DE sOUSA B®onzzos, vozeiam carrilhées, dobrando Ne além, ao louge, 0 Angelus plangente. Wee mos violaceas alongando em Sombras do occaso # uz morrente. E a voz do bronze, em canto-chao, ondeando, Dig De Profundis do meu sol poente --- istante sino donde estas chorando que gemes, unges, planges, commovente ? Na tarde em cinza expiram sons exangues. Cumpanarios na bruma, 08 céos ferindo, lamam, preces a0 longe, e@ ansias langues. do sinoa sino, Ss, carpindo, eu destino ! Plamam! e dobram fun r mginquamente funebre ‘ezas de monge pelo ™ 121 SCHUMANN ‘OAM d. . como Stradivarin sm. sas longag, Nrzandos somnambulos Solta o vent - Silencio... Interior 02 © Dos alamog vaos g [ penumbra emidos noctam- [ bulos. brane: 88 e langues, convales- [centes, A acusti Zumbin jee. 2° ambi zine ee em ndevente longe, em busi » Zimbra nag ce woam asas ¢ sios, resoa. -- Tdas a ‘alia 2 vos agonicos, que o som ma- [ goa. - Fre WF reme 0 violino, em ansi sias O arco, ac vans de ondas har- ; , accordes ferj ondas hal tinge... Sonha gderindo, bandoli [ monicas. ‘umann com fat ais agonicos loucas Legen- das Symphonicas- Sonha e scisma. Agonisam surdinas.. agorimas, is jotas esmorecentes vincam, vole ° olatisam. a de phantasmas errantes que Do at S° ina! Delira Schumann. Lamenta- se en Dee Le asso e languido, cinge 45 Bnep! [grimas Sci ina..- de uma arcada rascante. sonorissima, fin . Todas as cordas E esvoagam, fogem trinolos [zinem a ss tremulas mos de Notas, num vivo arranco, 2 [ Schumann. -—Campanulas de crystal, finos timpanos, tinem... um louco, anda -..E o vento zune! La fora anda (Schumann, alinos que 4 alma das tagas ouvindo os sons bY |tinem... O INVERNO E UMA LAGRIMA ARPEM arvores sob © céo pluvio e sombrio. ; - Cc Inverno... Chuva ¢ spleen. Vento que gel@ © Produz na epiderme um nervose arrepio. -- Os meus Nervos enfer; Sao eae mam... las chorando 08 vidros da janella. Na penumbra, o interior, & tuz branda que o en rabrandtisa, [luva, : qunabesca, raga 08 sudarios dog Phantasm: ermam na minha torva inspiraggo posses, U° Pobres das folhas desvalidas Sob a chuva.. Soffro e me transfiguro, a juro. Sinto o meu ser Bento que WVeS conju irmio de tua dor, yargo ° No tedio de que jmario n0 a 6 wo Jacrime or, chuv' 20s. do a encor No inverno, quan srios mer ho a luz 40s ene Nos olhos ten! Oo .: bello. | , avelbeee meu cabe ea dor Fumo e scisme « ompoalh ° tho, em a [me¢o, A platina do Wetorior, € jilusorios. - - ? invern' il o im mats serralbos & evocagéo de degélo onnes. Alma: em nevoas, Me grimnas per en! escorre em aU! 125 Asas langues, molhadas, Derdidas no horizonte, . a lithurgica paz das vesperaes miragens, 840 meus olhos, sdo Minhas Palpebras cansadas.- ! ne! Crepuscutos de invernos © Angelus sole De unhas FX0-Violaceag Detaladas, minhas Taos am » de Convalescentes, sao duag freiras tristes, mal dormidas, ~duas irmag de Caridade desveladas. Enfermeiras do azul, Minhas Mos, Urifantes, v40 pelos eé0s de inverno & curar as ferida: do huriano Coracdo doloridg do Poente . © @ ungir estrellas que Sd0 soeg agonisantes. pe as aqua- [ticas -- um salgueiro rodopiam- i mphoni: os batrachios, sy! Coaxam, longe, de erde ip squeleto vere onto, rane marelete de do anto leio «Ao Tamer. de Asto, Abragado & alma teiro, pon is longo ina e 60 ee assetjoniam.. ‘ uw a sjdas, 0 beduino Tata au aiga = transidas 20 Velho mos' ir amo - de am ©m que as horas e. erfum -plina: « teu PI ane ia! é calor WO core areira. Humana magnolis erno inzas da “4 fora eae nas ©nho meu © iras ! as gottell va a cangio d ; chu Rota o banjo da 127 ENCANTAMENTO A HOoORMINO pINHBIRO AO tear que esfolha camelias anda antejoila as espumas aligdas 3 yoz solugando adas 4 que néo vem. E fiecg es que ao luar sao plumas. os pa eves, Vd0 juncando como sos subtis de alguem um jardim de camelizs. Vv elada em gazes ceruleas, yarandulas oe visio anda eit hia. endo triste cantig@ alma exul do pandolim ? E afonte, a cangao antiga, camandulas, PE vae, em aun soam notas sem tim, m rolar de aguas ceruleas. 131 Camelig argentea, — ilhos alvineos, edas Platina, spelha og lag Ysterio @ langor, 4 luz dessa ua argentea_ Sob alamedas Ogiveas rosas Dallidag 8 Oam, 08 lyriog fingem flabellos, Caudas de Davoes p, US Verses soam, louros Cabellog faz longo ade diz, chorando, »— Ni A DANSA DA SOMBRA- 1a, jal carceru O a azul, lyrial ENDO a 2 bra, SEE da som Flor de perola. iras, eircum@l bra, alas, pairas, cireu OS. ‘Tremalas, boat verdo espir TevOas, Noi, tragal phalena = leve, e enta Fumo em volutas, | hum pias figue-zagueia ® ‘lor de nev aes, e val Ss, Vens o reias, E sobes, vere er Fluctuas, errands 28 Se no em ¢ a malabaristicos P longo, ico @ de Lys, igeioe Talhe de 1; és serpe *Gongo aa ritual, do Co 133 Elfo em farandulas fugazes, Com og bra 1S S, Sol de Stambal, €Vocas Viboras Vorazes, Ondilas tragica, lasciva, 98 seiog hittos, loura, “+ &Squiva, Silhueta sguia, ePunhalante, Cyprestes, alamos ™yrtos, tinges aos Ventos Scillante, Ancas q Bulosag Causas Nevroses veneno; Fremindo M Véos, °strantta, °phidiea, plasmas nalci0s-Sinnoses. torcicolan, do em ni vem tluidies ina, Gestos elastic a a lembras pelli¢ © morphina... . volatels, Iphides uebradi¢: Formas de sy! ° teis. vibra ta das ondas U0 tas na ansia oes adris. ni dao-te aos igens, Orige! Tens as insanias das ‘ens isas, qhlcraphormisa: ; 44s vertigen there?, 4, e 1 és VO, as, ma ! or1sas, ple Visio de oe te ov Piberia ages a steppes Jarvejas 1 io 1a mbra! Bm va a sO) E's Flor da obelins Moat oe ee ita, scovll {68 TOF ns, icta... ver-te ese V afflicta . N&o posso uda, vace mbra bailas cecal da Da dans: 135 [ cturno, &smaltang alame e Tosaes, na voz da f d elancolia . uma So, . erpassa pela vida, diz Poem: ©Mocionges. Eé volupia &Scutal-og, ee Ella sabe ‘Ontar, Mansame e, as balladas a >» 2 poesia, noe Cbes-vassaloe que cada um temos em nds, Sombra que andag & Vida: meu Jardim Nowturng €splenda a0 crescente do Islai ” luminosa §, as! bre flammulas turcas! ombra eDvolta halos de invisa luz, que da terra ao Cé0 ascende!... 136 va ansia numa am, Fi ha o Jardim. Cho ori, son! ae Serenatas na ee ai luar Vrios poland? Pedem beijos ado. enluar: dorme, fim ago m Silencio... oon bitro as tuar. tecenao'a ronda evo iscina a pis tro d en! ondes. ao comas I ma pre plu sol rina, re es ? uma Um repucho & do oe pe voana? penne a vig ese e u ye: ent bras, s som rosa 5 vap' 1 Ao Iuar ten! o! la, im Noeturn opa aia brilhos 46 ole! arabescos de da nos P ossa, alma 13 dolentes ias ” i zando arial alameda. so 6, nas alfombra ns, 137 * ee Sombra que a 8 a vi sa, nda ida! Rosa branca do tua voz va n © morrendo em sile: t o nte abandoi Esta bra: Nocturno DCO, florente, © meu Jardim ; ‘4 bi loci 138 CRESCENTE DE AGOSTO RANCA, os gestos collean 's lubricos, aaron pelle macerada de arcotisantes, 6 Sree as cordas aos violdes noctambulos dentro do noite enluarade. Quantos amantes de ballada Seomancetens, trellas fs estre. ; eraboaizadan: 2° sob aére C08 3 as 808 desses jardins forentes a Radiosa Fiér do Azul! alvo corpo, sem VES: | Whessas messes do 109 ; eee cé0s ar azul.-+ ene tries de Ouro de um pom A linha e o rithmo de tu! ae &@ musica de teus gestor eiastica ao a impressao da ailarin’ esionista. do sonho de um pintor * “nm 139 Bp S E Ss I A E's to a Serpe, 2erv' penteiam oS © attitudes a le felinos. as cu: TVvas by e r US Ophia; uscas de ophidicos i um Chiitoreioee .- E ha cionista, as dua, 0 de bri 8 pon ‘ilhar tas finas aero de todo eUs | s os destino: eios! s Roum perfumes de serralhos, que envolvem co! [o teu corpo Juarescente, mo se a alma das flores andasse & peijar-te ‘as formas, ios, de requintamentos ol- em espasmos, em deliqui [phativos- 0 2 luar 6 o teu rajah, que tem DO turbante um tio ae - [crescente egua gudo, tio fino, em poatas curvas, perfurantes, guaes as presas de marfim do elephante da rai- {nha de Sabat . -- Rajah de unhas de perola & olhos de jampejos ° [vivos, luar humedece com poses maceradas oS tuas [iormas, e . r poneaette nos teus oles dois rutilos diamantes Tancados & joalneria dy seu turbante de rajah! luz quando fitam as ¢S- E os teus olhos chorait [trellas, Porque ficas apenas yestida de perfumes que en- [tontecem, quando os beijos do lah yao, num zumbir de [abeihas, Morrer na tua bocca como lyrios que morressel ... M41 pOoOEBETAS BUSTACHIO DE AZEVEDO (AUGUSTO pos ANJOS) E’ o meu sangue mais vivo, este, que corre Ruben a chimica infernal de meu destino. me retorta, onde referve e morre dessorado cyclo hemoglobino. 8 esate mais circule, es irs quido sanguineo, que abi di me-ei mais breve, 8¢™ 4 ¢ me desforre este meu fado que € meu assassino- E agoniso a viver.- © derradeiro es mais tristonhos bani ‘os meus instantes ? oardo na hora final da minha prova. -- Na hora final, em que vird 0 coveiro, exhumar o esqueleto dos mens sonhos, Para me sepultar 04 mesma cova! 145 (PEREIRA DA SILVA ) Batuam 0 Na so) Dane, rumor y mbra mj farang beb reiludoso dens Horas. ., Sinto lando aog yt taga US Passos. 1S musicaes ae Coryntho mpassos, Viva: z 6 Unindo o¢ Pond a. ag 8 corp,’ *, hut Orag gp otPOSs a relaca, estolham puce™, 20 calor do eggs bragos incto,” ” aromal ne SPa , al ree; COS, cinto. ’ Fico em medi A mens anntitagao © ex er Ophelia Somnambutese’ vagos Te a foo’ ,compunge lor dog ipunge lagos. Sorri indo, , em oo a0 meu Cro, as —Ficam olhar, qué 2°) Horas 4 86 minhag 4y/U2 fogem, fri 8 Horag gs, °tios ange, le agoni Be nia | 146 (ANTO NOBRE) STA por pouco tempo, assim 0 creio, E at poente outonal fim de meu fado. ha i, coragaia! como suppuras, cheio, a tumba de meu peito, ‘embalsamado. ae! Quanto peccado ntro do seid .-- meu ser, cansado, do outono E assi i m a vida, m teu filho deve ter de than olhos, Senbor, lo me diz que estou Chey ando os passaportes, combalido, Sigo ao porto final, 4 fria clausura, Para expiacio da culpa em que hei vivido. do esmagador, tragica amargura, Da culpa, do pecca provacoes de dor. de ser na vida, em ‘istonho Hamleto, em 147 em meio... MADRIGAL DO CAVALLEIRO DA MORTE (ANTHERO DE QUENTAL ) D° 7 Sepulchro de chimeras, cle Tia do Além, da Noite Fria, — ena! 0? regia infanta que 4 bocea t i frisione toe ue ainda esperas? a Terra Santa, A enxada 6 @ lanca do Coveiro. Sou D. Quixote, Amo og Perigos, 6 estranha Dama Peregrina , de olhos que sio mocho rvo e um escudo Um CON : Uravei no EE eo, eom. asas funebr' de, EPS. io B V a2 m Vés esta plume —luctuosa Hor 3a oe decnpuenn s estino, deambulando som oe seat gy acal 5 meu ser mace Sagragdo: rot eu plectro- e meu f sa de. terra obscure. a Princesa, Mu: é «Vala Commun pe aoin. lyra, strel, esta yt, | do menestre ouve da se inspira, ©’ Dona Mone vor toro e 0 Sceptre! que em ea solio © 1 para eu be 149 DERRADEIRA SONATA (ALFONSUS DE GUIMARAENS) Cove... Folhas afflictas dansan tontas, O’ tarde enferma! 0 Poente sangri Quem me abre OS bragos? — Velhos monges ! caem. a, & cinza oS [longes- Chove... Contas de bronze se desfiam, caem. 2 Santos-oleos diluidos NOS espacos... Que vento agreste enj Noite... ra © meu quarto! — Alguen me chama?... Insomnia... Um suor gelado.., 9 ar me escasseia e tenho [séde. Quem bate 4 porta? E’ um duende errante ou algum phantasma? Insomnia... —E’ o meu delirio! parede .-- spectro na io? Sonho... 1 B aquelle ofe to marty?’ Que febre, em soffreu Q’ pesadelo! ho... os minha alma. nto. voa e Vel a Aurora... -se. Ha Be iO: ‘0 agitado? A sombra esr acest mon S assim ta O meu cabella ve Meu P Nao sinto as Tudo deserto!.-- | E e jnha cova:.-- “ste meu leito é a mil 151 so SONETOS DE WERTHER A eyrRer@ PpROENGA®A B= que fujo de ti, Mas tua imagem — vive nas minhas horas de scismar. E assim neste supplicio, sem coragem, temo que um dia chegue 4 te encontrar. Presinto-te sem ver-te. 2 evito olhar teu vulto, — sombra de fatal mirages. Fica tao ‘alto teu florido altar que, no teu culto, sou incense © aragem..- O alguem que te ama e quer, sabe, em segredo, que o mysterio do amor @ 2 comprehengao mutua das almas, sem receio Ou medo. her que se ama é tudo. aberto em minha mao, go e mudo! Ler na alma da mul — E ao ver-te um livro ante 9 teu vulto, fico ce 155 Il Tu és de outro “ eu pertengo-te. Esperemos. ldealmente ég minha 2 eu sou teu. Sonhei que assim juravamos.. -. Sonhemos ! pois foi em Sonhos que este amor nasceu. Pelos lagos de um intimo hymeneo, gS BOSsos coragdes breve esposemos. Sera sublime ° amor que assim viveu, quando Souberem como nés vivemos, Um outro te ama, e adivinhar nag sabe teu coragao, ‘que um dia ey decitrei, © ver na tua alma alu 2 que nella cabe... Mas, disseste que espere e ie acredite | E eu vivo a te esperar -:€Omo eu sonhei: ~ que um outro te ame e@ qi ue eu jamais te evite. 156 11} ; speranca, Infinita paciencia, alta, eo splendor. a, a luz em T© , bonang: a offuscar faule alfectar culm, hor: oy tormenta, de queri se ante os andor, i eu te levo era B ou ernie) Il Os. y-te amor, se cansa. Tens teu culto..- , sob a luz de eae é de Meu pronubo deat) jamats numa lealdade que ! arinha, onda ry junar, «do alan de dor lu Neste insofiride no esplend i e que estua fio de vivo da aspiragae er bem eas e se quer utro, ideal a hei de andar, Assim, és de ot tanto, ae ver ninguem. Mas eu te ante... sem) or-te- louco por Vv 157 Iv Meu coracado, se agonisando vive, amor puro te Sonhei um mundo de DOr meu destino s6 cil cula e fel, E minha a culpa, que este amor revel, de espinhos floreos Meu peito crive. Amo 4 virtude, no ©U sonhe fiel. dés que og teus Sem Temissio, pop Um dever, te evito. De alma ferida, nu Supremo adeus, fujo, soffrendo, deste amor bendito. Tu ficar glorificadg © pura! — Perdida estrella, Para og olhos meus, sempre distante, a refalgir na altura... 158 ; ida a im na vi suicidio € 17 Osean tugir. a Lento Ssuleidio a procurar rey sottrida, ‘a bem-ama ver, — magud ra pedir. querer amr oo menos, pode: ue um ” ira florir ir ida? ! Quem vira mbida? Versos ¢ carta | OTe sce perseguir. 2 inspiracdo ompre me het aneida? se dua 7 ee sombra inatting assim co e ; elirio, ‘ . ja, de Dolorosa reauncit, ansi 3, abe em n6s, ao cabe tyrio... ue DAO, marty Sonho de mors 6 yoso e nao ore Quando morr na viagem eterna V! Ta & ¢ 0% Jevo pare inna ¥ 4 berdoa ! oe adeus de tae imagem! @ teu nome olkos moertos © nos meus 159 1. xAVIER DE CARVALHO oO meu drama de amor é um mysterio na vida, um segredo em minha alma occulto emquanto eu viva. Amor que é quasi um crime, ansia louca e furtiva, aixdo prohibida. de escbnder, della propria, esta p E padego este mal, ai de mim!... Compassiva, que ella nunca adivinhe a dor desta ferida. | Se a seu lado estou 86, falo em VOZ commovida, sem ouvir, nem dizer, uma phrase expressiva. mosa assill, quiz que a en- [contrasse. a passar, fugace, Jheia 4 minha dor. E Deus, que a fez fori er, vejo- Cumprindo o seu dev anto e a surda aos ais de meu ¢ _ E ha de dizer, com Nao me entende, de certo.. [enlevo, ao ler,—tao cheios della!—estes versos que. es- [crevo: ~—«Feliz desta mulher que inspira tanto amor!» 163 Il O homen ti m tinh: Eterno th @ um segredo ¢ 0 pocta o seu mys y ema! - Labios mines Um sonho e espiri [terio. volupia espiritu: dor, maguas piritual paixdo. itual sentida em a0 coragao, so ethereo... Eoh omem e oO Poeta, num s6 corpo e sangue no amér que 6 jj . zu Pw é incendio na alma e [irmao, i mal neontram Fre- ue nd Scat de one que n&o tem cura» eer ontrar 9 ... Ea suprema seu rein [expiacé 0 em ter: expiagao, ras de outro im- [perio. .- Bem que q & sorte @’ E ella, sendo a aoe de meu mal se avizinha! avizinha: 4 esper: ‘anga de qu um le pa bem quiz. 0 ideal de ser minha. ser minha. E um beijo mudo, Um segredo e yum «sim», sem vida, o amor . O vulea Se nts. es 0 de minha alma em fum rr ecoet | [eam site Ill Antes de eu ser vuleao fui: geleira polar ! A neblina er Transiez-se a nevoa em UO. + ueu chamma..- m que sinto queimar E eu ardi neste incendio, er i se inflamma! tudo que existe em mim que pelo amor _Pois é lava quem ama te carbonizar. anorama. 1 sem. par! Ardo em fogo interior -- e o proprio coracéo sen! Fui paisagem glacial. .- Hoje sou P das terras tropicaes; cheias de um s° Ao calor da paixdo tenho ® alma comburida. .. Desiago-me em espiraes de fumo abrasador, | Tolo em nuvem BO espago, ardo em 1uz, pela vida. seucia de meu [ser! F’ o sonho de uma vida... E’ este yuledo de horror, que crepita, 208 pés della, a fumagar, a arder... Espalho em cinza, 40 yento, a ¢s 165 Iv Fique e: ™ morta que o meu fj Cratera este vuledo vi i : ula Viva, extinte oracdo prestige, Violenta Sepultal-o em Ste amor!... E’ me UE E meu peito e Janel maior intento Este «si empre e: iM», ‘m 7 —duas ae oem promessay Bette juramento. mas penando o me affeigaéo sem porvir, mesmo soffrimento. Em volut: ‘a8, NO az, Ser chamma, alteree 28 © sonho, disperso. ao é vento, é ascender para Desea a lagri ¢ rim Desya as e fique’e lympha ao seio d. ! ™m segredo uma escarange © mais tua! fs teu [Pois espera!» «Eu sou de outro. . 166 VISAO MYSTICA seu corpo de sol tem lyrios e agucenas Oo florindo. sob o luar, todo em Jinhas esgalgas. Loura e heraldica. Vel-a ¢ evocat sons de avenas em céos primaveris. Lembra Ophelia entre as algas. Dois archanjos de luz, de asas niveas, seren’s: Tezam no seu olhar. E as suas meee, Hdaleesy 8a i te o adeus, io camelias de sonho, an facenas & Torre de Marfim que, sonhador, nao galgas. Nossos olhos floriem de estellarios e rosas se ella passa, esplendente, em gragas de alvorada, —um poema de pelleza em formas parmoniosas! Visio mystica! A orar, reeebe & hostia eas es i _, Scisma..: E, branca, im- Sonha com a Virgem. [maculada, é o meu Lyrio de quando ajoelha, 2° templo, VTMaio! 167 REMEMBRANCA AO pyacauvbs FLORES villa inspira 08 poetas. O luar de agosto minha i desses Sorrisos fran- [cos Ha qualquer cousa em 8 ntre illusdes secretas- villa toda em perola, antos brancos, madreperola- da creaiurs que se ama e tendo do luar, ella é uma e lo o seu casario envolto em m © arvoredo, a florir, fulgindo em Villa do amor, 4 beira mar, recorta & imita a silhueta de luz, numa taca de prata, de um recanto de §' @ mansao bemdita. E 6 tambem, sob @ lua, antiga iluminura fe paisagem lunar. - Ei ruges, de Rodenbach — @ Cidade Dogura. cio, romantismo doce meu. esperava Julieta, ‘a amante nao fosse. la» encantada, do [Oriente, mulher-borboleta, m sew olhar dolente. Els vive, em silen lo parque onde Ro na angustia e 00 temor de que E’ romantica... F ontrou 2 onde um poeta ene! udade © que Ihe trouxe & $4 171 A’ lua chei Na longgeel® ella apai ginqgu: apaixona hur . aie ag nlt® AMplIAGO das pratas noe at Bigant vido jul que ama o som 5a [Ihos. eee Ver ale pede que o mar nao me o [ronde: © 0 gesto de avi : longe a prece mM adeus, » due outro a50 corresponds. por qu luar, preferem’s oivos Bente d>, clla evoca o motivo feigdo an Vive 0’ aneonuo ° pe apeposarem lois hamorados yon om wagando 4 Saudade, leis tresloueant as Saeed le. edaue. Villa do son Ssonho! him rocanto arouiey Plenitunio el) E’ 42 08 olhos seng, Onde um pout enthesoura i . exilio florida Staes de noes ae rib Es, a0 08 alvos jasming (tue esa eiicesa loura..- eveca O seu alguem’ que sio5 a amado artista, » hum seismar phy aitG ‘bra, hantasista. 172 S6 eu sei, como, & luar, ell adora a serenata, 0S ‘yersos, € toda um coragéo que pulsa ¢ | Pede o canto amoroso € 0 madrigal serene, sa sente o alacre rogar de uma asa de andorinha e tam gestos de meigo aceno. sobre as frondes, qu i deslumbra! u amo! Como tudo em ti ; nto a Mansao de meu ate ' ue esta em minha alma, em luarcots que ‘estés dentro es a de tal forma se impressiona luar, fico menos tristonho. .. a, € melhor que Verona! Villa que e Tu symbolisas ta £ a minha Mus que, se te vejo, a0 —Pinheiro, 4 luz da lu 173 UBERE S sei Propulso; S Dus, ager, Dées ao ee de vidane envas erectos, em febre! tare ue oO Site calor 20 fn de fauno; 4 Oorgia o instincts expott oxgotte [e quebre!, Para, jue desnud 4 carne ‘ando estue mo da ea a bdelaea na eae os cay telleza celebre, Virginal tiene que Tom secretos, 8 beijos di po a alquebre $ dilectos. = No cor ‘PO em fi tremei loraga no lecaitn hastil no Se @ volupia 0 estertor ane em eee em rosas, ani io lascivo, Sias amorosas. Seios nus! z 8s! Sois o A, Dols aes) a0 labio ode olhos qu ocea nascitura os wee. eee e humidos, 0s fartos velo nee e vivo, umidos! 174 OLHOS DE ESPHINGE e esphinge, eloquentes e exta [ticos, umas olheiras mudas, e odios fanaticos, e jormas desnudas. Nos teus olhos entre halo e a viuvez de rezam fetiches maus ritos d morrem cirios de nevoa ant Fulge estranho cres¢ sobre monjas orando em silencios hyeraticos. Arde a febre em que 4 sonhador passional desses olhos humbraticos. ma acenando! Triste esphinge que tens leno’ na ali ardem soes de saudades, Nos teus olhos de bruma § vivem nevoentos veos de lagrimas, sangrando. epe em vdo que me constringe, amor! Ha mortaes claridades, egado desses olhos de es- [phinge. Rondam asas de cr" dormem cinzas de dentro da extrema-un INDIFEFR RENT Eg ‘UI p: ara ot no-radi eu ami Alma r2dioso or de all a es} ma, flori oa eee jpieniior da youd em lyrios, , Porque eu ca, innocents juventude! amava a belles martyrios ae a virtude- Para atastar de at rd e brilhas: Ses esti i tanto e denen err ino infausto e rude , al ‘@ 208 limi mar, numa explosne Stimites empyreos 8 7 ee a oe 0 de incontides delivic pude elirios. ROMANTICOS _ Choramos PAcUEL as tuas lagrimas: as mios unidas, @ implorarmos paz. E fomos nesse ins que a um sol de outono Arrependidos, tristes, Nossos olhos & 6 essa com qu Guardaste dentro d2 eu soffri por te ver — dois coragdes m pr e outra ver Amar... Soffrer--- Choraste ao Jer-me, fiz estes teus versos. e eu com lagt ‘imas tante, Vel Os beijos vi numa 17 alm: transtig' feridos de Jhos ramos, reflorescem mais. que bem faz a alma transbordames: chorar, quando 2 ness anto, — 4 yoraZ nos abragamos ! a o mew queixume, urada, ciume--+ a yao dispersos. - ‘oz, maguada, BEIlJoOs ESQUECIDOS névo, ao mesmo ninho, @ Carne soltoy loucos rugidos, e€ duas boceas, no maior carinho, deram beijos m ortaes, logo esquecidos ? Por que, depois que os elos j4 partidos mostram a redemp, outro caminho, Tetornar nov; . arrependidos, 5 08 beijos de hontem, hoje amargo vinho ? renuneia de um goso 6 gloria altiva. Ruja no peito a Msania dog desejos, viva um silencio de Saudade esquiva, Que v homem, a quem o amor alegra e inferna, se procura 0 calor de anti; ij . 808 beijos, Sente a desilluséo, maior ¢ eterna ! 178 L PASTORA c ella, que mm ar eee noites de que | 2 weno ei ue innocente | a ean! i com q de nuvens Ue Par a os eu tig a tua luz 0M aoe pe nate a4 “de Rei Mag lum sonho de ofestial Bo canto Ce ja. Jesus nascera 2 nee azul roger) dos anjos O00 aR prilhe eal Tinha oa do bergo M Wea contents eS soa de um sonho de Re ei Mago e de pastor. Oblata : Quanto 6 ‘sua ‘estrella sobm C60, todo pucite e di Nive ay sobrens.? todo e dia, Tive a sorte do prenatal 2 er aria: nasci para . r a missa n S40 de um sonho de Rei Mago 0 Ideay © de pastor! 180 SCISMAS DE D JoAO GUITARRAS, luares, duellos, yinho e fumo. c Sorrisos, terno olhar, labios gelados. orpos sangrando 0s seios machucados, tudo, num desengano, ora resume. Juras, que eram renuncias & peccados tedio inda perfumo, saudades, de que 0 lagrimas, seduc¢oes, gosei tudo, entre beijo viver sem rumo, 5 saciados. ndei com minha ta¢a ue se ama @ Passa, e desejo--- Quantas vezes bri a belleza, a mulher 4 ondo neste louver alma E hoje que uma outra edade em sombras yejo, fTgo a taga, e descubro em. cada imagem ogo-fatuo, illus&0, sopho, miragem!..- Isl DESBRAVADORES DA TERRA VIRGEM Rio Amazonas de Orellana e aventureiros! Aguas carreando ouro 4 i i f cobiga allucinada. oO phantasmagoriag! ae visionismo de uma terra toda impubere! Briéba e André do Os servos do Sent, Toledo, jc enhor sem o Que missio de r stola e sem ciborio..- Cnuneia em catechezes aven- [turas endo rios, Uas de ribeiros, subindo, dese cortando ag Pedro Teixeira! Belem ingenua viu-the o Porte i Peet marcial, Cameta disse-Ihe adeus, aa e a Favilla e a Rodrigues, batendo cuias pintadas, jogando nagua curumins.. 182 i jas, ictorias-ree! el, icdo desvirginou vier jmmensurav a expedi¢te ous olhos sobre aorests, Cee ris ridente da iris, as parasitas de are -phantasiados apagaios e@ ara k guards revolucionary onios, borboletas, peixes aatas, “op olam té em mal epee ae 08; eurupiras D otos m ! ricO « indigenas! _. Aguaric ijeres 0 im tn O'Pers ie cninchon, oon alvigareira. eru ni © sonho de ir levar @ 0 Presepes o forte oun! Depois tornar @ verrtieda ede A ne janellas na companhia d¢ e cravos ir & Madrid de alegre sél sa, . i onan s dois Feliz viagem aventurelra eo ‘no abrage do toe eliz viaf r a em que um luso Pp 183 Pedro Teixeira! Minha terra acalantou-se nos t Que ternura entre os dois! O sangue luso e 9 “amor caboclo, . Pee. que Camacho, talvez, nem soubesse irmanar.- eus bracos ! Tu, que desbravaste esta Amazonia, ha, cheia da seiva tropical de um corpo de cunha, dominaste ssa _ambicao, de uns olhos Trios na volupia da conquista..- E foi, maravithado, a palmilhar a selva inhospita, venecendo em igarités Temoinhos e Saghoeires, ouvindo o hymno orchestral dog passaros e da flora, que a tua alma succumbiu, toda em assombros ¢ revoltas, ' luctando por vencer a Natureza esmagadora IS4 SOBRE ° BAITLADO LUNAR «Vé-se depois, jf lidos 0s v ersos esvoagahtes, que 0 nosso leves, deste florao exquesito, i ja esthetica, e cre dernissima egrel: officia na mo rithmo e da forma tech- que a renovagao do essos metricos, define per- nica, dentro dos proc feitamente 2 corrente act lizar a verdadeira arte. tual para alcangar e ‘AR, porem, individuali- Emi BAILADO. LUN ARs poeta, do que qual zou-se mais propriamea' quer escola ou seita. vei perfeitamente alli, sozinho, ermo,o poet da. velha, poetic. rebelde as formas croncretas cindependencia que ‘A_mesm preceitos technicos, ‘communs, He us precofma e serena «perforin gulizar os termos exoticos, como P euinetica e seria as VUlE® dos homens. Eo poeta das vagas © fugitiv: es. ‘Todas as sombras © todas &s vida banal se transforma sia, em motivos de emo de Bruno de Menezes ¢ res, mas € mples orgie, tal ide, & harmonioso» ERNAND! 187 0 relega dos ara Verna cl ara dar forme iridades das cousas © as sensibili- aititades dit im, dentro de sua esthe- io e de sentimento. aarte dus mbem o que € sim — Republica “Bruno de Mencecs, mais |i de Me 5 malta pou do Panne amiss & Hole ° hoie eta . hole escotho para sua onan Bal eseamipozaue ten ng omogao. Uin SMbeta 70 jilosae eine lento eta nov! se importa simplicidade, (reader @ é de ume spresentistas ma lhe chamem poets assim ndo elhece», sfuturistas. Tom “passadisiar, i lento; no AUSTRO c OSTA—A Pilheria —Keeite. Bruns dengan’ paraenae”, 4¢ Mer NAR, forme ven esis [é consagrado poet sta iv ublicar a nista de valor," 4° apace BaluADG LU J xpressio- _ BAILAD oe inconteste yo, YUNA oe ane igontesie de talento e rae; Pols. pola aff estro de } Pela Victori ‘a alfirmagiio ulgidas seintilianches. jas.» CLOVIS DE GUSMAO tado do Pard. 188 «Bruno de Menezes, mocidade envelhecida espiritualmente. attinge, agora, No AILADO LUNAR, a feigao doutrinaria do ensador, acor- dou, dentro de si, 0 ultimo dos tres deuses, que todo o artista carrega comsigo. Da leitura ficou-me, no espirito, alguma © isa de dansa de perfumes quintessenciados, de im- perturbavel voo de elphos. de rumor longinguo, prece ou Jamento, musica divina ou tumulto apagado de jestas dionysiacas ..- He facto, vultua, alli, um pronunciado dese- ego material, um prurido de fauno tornado em Pedographo, um que de ‘architecto de Babel trans- iteil athedraes, um ve! tigio remoto de ‘conviva de Balthasar ow H gabalo transmudado om ‘nanipulador de hostias. Bruno de Menezes, innegualavelmente, um talento de radi.sas Miirmagées, € um dos me- Hiores poetas da actual geracio brasileira, for Ihondo. prestigiosamentey, ° lado de Olegario Mariano, Hermes Fontes, Francisco Galvao, Aus- tro Costa, ete. Keporla, na sua arte, 0 georgico enterneci- mento de um pastor ndoiescente, ScUs Versos. molhados pela neblina de uma serena piedade § Pema esiranho sabor de pio azimo, lyrica, tem § p uma leve, iugitiva yesonancia de mnunilde frauta pastorily PAULO DE OLIVEIRA A Provincia do Purd 189 _ «Na poesi, lientar poesia b Hontar. tum nome moms tue & preciso, sa eloriasa, Melina ug DOr uma aifirma- artista ilo menue Bruns de Menezes, “im Doeta emogine 2 BAL ALC Hm ol 1 vO; 6s ers0S stn leo sag ao denrarnango-se Re Halo semboliste, pela cy ore iia dé. jul creadara de met, belt ianeira jul- oH ease COMO ser taancira rebeldemente nista, e assim ¢. Muito justamonte Porém, WS Dua ee”? designe, a hip eee bem fete pela origi Careers £29 dite ios, @ dum lyrismo Fy Bruno de rente d = q m lyrismo pe Seon teclinion e228, € um eeu SOMMID sis ngue: 9 guinea moderna. "Os delicy hamento rigoroso a. eetyio. ae s escolasm. PRANCISI NCISCO A (De am GeO Mundo Litterario ‘80 Sobre a litteratura paraense ) B 4 «Belein j jatelle eputellectual eo f i mhece da nova 2 Mer "o mais. perleito 2 a gerank 1ezes, oO mai teil nfo aceite ie theodore de Banville ati com periei¢io artis- an a © vulgar que d f pamnaniaalsia to a moderna : ; ae A verve scien- ve-Torma, % imitagéo culos d LUCILO pr 7 FENDER -.O Imparcial 190 «Seja como for, 0 seu livro & vasado em moldes originaes, ¢ todo elle fora da craveira tommumm dos versejadores nucionses. do mesmo, ja o disse que snovas» @ ouTia- Quanto 4 leitura mm folego», nelle havia encontrady cousas sas, e que me fizeram lel-o todo, de ul JOSE CARVALHO 4 Provincia do Pare ae ‘* . FRANCISCO A. LOAYZA «... Levarei, entretanto, 0 meu «antiguaris- mo», ao ponto de degradar 0 BAILADO LUNAR, 191 enexos ez28? Na Drimores ae nie sth 3 A escrupulosy Coq eeeme Heth aieta oe 2 em cerebro a ncata, estas. bi pee titas irridiaes (into, nelpenande | ebriador yarns & hh , Felrangeado pris dor dos olpos. heeget, Bt, OF ee naticos das mathe A Folan do Nuvte Fi agora, do seu elicioso, "Eston eee LADO LIN AR, revenco qualquer - frau iva $0 estorgo raRhIbG--S. Luiz Maranhac sho de wma carta) «Como wr toque clangoroso di ue, Giosa sneaha, de sol, viesss desperiar 05 s da famentave! ma- os arraiucs litterarl i que se etorpecem & mafor parie do 193 Menezes, apreciado belletrista, que tempo, BAT eee a L 1 de surgir 4 da ayo LUNAR, reir & luz inspirados Benno qeegnte rere 6 uo men ope Vibra Menezes, Poots de versos A otha ntes . Poeta , t Bi ar . sem sombri a dog mais dirige Ag de Myrithante conirelr Bel de lisonja, 0 oy brilhante conlreir elem Nove. is apresentou-se ‘com 0 seu NOVO livro BAILADO LUNA#, onde, ¢! suggestivos yersos de feigao , cuzeestiva, ole- las roupa- sas Fai ie! 8: fas mulheres wliravnsigt Tes msparentes das nos- ncerrand iti do istinet cofre, pelo estto fecun i ja é sobejamente conhec! apreciado eio int de destructa, 'a-chies, jue a ellectual, on teste sympathia e ad- Naa - Brung arte esmei m, tileza dae ene: Tada, fidulea de tnmo< n,n. leza de Julio Dante” lalga de rithmos : . mysteriog Way me yeZes nobres, em 0 nosso 1 nes mysterios de Gonventas” enuella, ub em Sidamente, de inconles o een de Memes oc Wonton ee miragaor. seul talents Menezes, escrow 0 Independente as escalag 4, 18,2 8, escrevendo 9 oar. spenden 8 di col, que nena 5 : a posetol, que ha pereorrida todas : De CAM onal». rido todas ats POS RIBEIRO «E’ um livre de versos gonoros € modernos, cheios de arte, de esthesia, de idéas novas, ves- tidas em rimas perfeitas, ‘emocao lyrica € SeD- 4 Provt Provincia do Pard 195 194 eee SOBRE CRucIFIXxO timento ¢ pase, 2eslundo, & lasticisinda eny ici ee ’ sibilidade ere forma aleve liveo de poets. ide pela nat o ideal, a sen ureza», ga tavra do poets y que seja um livre te Estado de Pard : . ! 9 CRUCIFIXO, poem. em verso Bruno de Menezes, 70 isso deixar estréa, nem por Is rd de alcancar g2ran- ieee o seu auctor bastante apre tido exilo, viste ciada em nesse meio intellectual. «Bran is fi, 0 dis mals fidalgos e i luete de vers. Menezes, 8 Nene, Encaes, UM dos uss otivos, ace ade de publics us Tee ALADO LUNAR Folha do Norte 0 Imperecial ae yes é um temperamento digno «Bruno de Mene t rimeiro livro 6 um attestade ultas que nde . bitey, We, 240 eabem 68, fol, talver, “Iu Bruno de de eetudo. 0 seu P : 9 “talvera po unico (eu es- de esMosihesia e do quaato romette 0 joven a) que bem con ee eneien Je sua denpase, ena arte eomega & SSF admi- nea de Pete enenaen pot muito justameate. , O80 Litter, Ende Sadio : See ae, 2 aa eae z Dal aPatlita, Do ce 7 i Jogo dé HispurattDetccer dbpaeett Oa outros Lendo as paginas 40 CRUCIFIXO fiea-se, aqui Sparate, cbanear parecem) servem, ¢ ald’ entevago com a clareZ &. rithmo de wn JON, PANO Ge sublos ee alli. mie muito demonsira de sentimento @ eX- be NATEAS Ba py = pressiio.” Una crip APTISTA ; JAYME DALTAVILLA- fornal do Recife 0 se vir Te a nove esthelient 197 196 ——=—= AMAZONAS IN MEMORIAM DE FRANCISCA SANTOS DE MENEZES FALECIDA EM 23.12.83 APRESENTACAO Jornalista, folclorista, pesquisador, escritor, a unctonario piiblico, académico, Bruno de Menezes foi, cain de tudo, o mais auténtico poeta popular do Para. ‘a a sua maior gloria, esta a marca indelével que o conservara vivo, para sempre, na literatura paraense. Amava a vida em seus miultiplos aspectos e amava a poesia como forma de expressé-la, lirica e espontanea- 3 e dela fez 0 cend- mente. Conhecia Belém como pouco rio de quase toda a sua ‘obra, cuja parte mais bela e mais vibrante é a de inspiragao icana, que assimilou diretamente, nos subiurbios da capital guajarina, no Umarizal, na Cremagao, na Pedreira, no Jurunas, nos terreiros de macumba, nas rodas ‘populares do Ver-o- Peso e do cais do porto. . Dat,a importancia deste livro na produgao intelectual de Bruno. Viva, rude & sensual, mas, ao mesmo tempo, ritual e mistica, a poesia de “Batuque”, foge a todo convencio- com seus ritmos afro-brasileiros, 0 nalismo e retrata, em tragos fortes e liricos, a perma- néncia da cultura africana no homem amaz6nico. Por isso, “Présence Africaine” — revista editada em Paris — em seu numero de abril — maio — 1960, saudou 0 apa- Tecimento de “Batuque” como “yma colegao de imagens vivamente coloridas, estuantes de sabor popular”, porém impregnadas de “uma atmosfera sagrada e mtstica”, nao encontradica, habitualmente, na poesia negra latino-americana. Apesar dos “temas € cendrios profanos”, sofre influéncia de uma inspiracao religiosa, revelando o negro brasileiro em sua integri- dade césmica, trabalhado pela acdo ancestral que the modela a.danca € 0 canto. Com sua forca nativa, seus motivos graciosos ou selvagens, sua rica seiva afro- brasileira, que o trago de Raimundo Viana interpretow to bem, vale por um indo tratado de sociologia. a-se, pois, plenamente o interesse Te- 1 que este punhado de us ional e internaciona erta € a necessidade de té-lo sempre a méo de quantos queiram deletred-lo. Sua 5% Edigao, promovida em 1966 pela Prefeitura Municipal de Belém, para comemorar O 350° ‘aniversério da cidade de 209 Francisco Caldeira Castelo Branco, esgotou-se rapida- mente, sendo impossivel, portanto, quer aos descenden- tes de Bruno de Menezes, quer as instituigdes culturais paraenses, atender a solicitagées recebidas frequente- mente, nGo s6 de varios pontos do Pais como do estran- geiro. Rejubila-se, pois, 0 Conselho Estadual de Cultura em Teeditd-lo, a pedido da Professora Francisca ‘Santos de Menezes, vitiva do saudoso escritor. Lamenta, entretanto, que a extraordindria mulher, cuja compre- ensao, generosidade e abnegacao tanto contribuiram para que 0 poeta pudesse construir a sua grande obr a nao mais esteja conosco para receber, entre suas MA0S energicas, que a enfermidade tornara frageis e trému- las, este volume com o qual tanto sonhara. A sua memoria dedica o Conselho, com afeto, admiragao & Saudade, esta 62 edicéo de “Batuque”, na certeza de que 0 canto pagdo, sublimado pela fé que a enriquecia, al- cancara as alturas misteriosas onde ela se encontra, na mais original oferenda partida da terra rumo ao céu- Belém, Fevereiro, 1984 MARIA ANNUNCIADA CHAVES Presidente do Conselho Estadual de Cultura do Para I> Osvaldo Orleo Raul Bopp Forge de Lima “Ascenso Ferrelra Wladimir Emanuel Abguar Bastos BATUQUE POEMAS (1) _"Néga qui tu tem? —Maribondo Sinhé! —Néga qui tu tem? —Maribondo Sinha!” CANTIGA DE BATUQUE — (motivo) R UFA o batuque na cadéncia alucinante ba na onda que banza. — do jongo do sam| Desnalgamentos bamboleios sapateios, cirandeios, cabindas cantando Jundiis das cubatas. Patichouli cipé-catinga priprioca, baunilha pau-rosa orisa jasmin. Gaforinhas riscadas abertas ao meio, crioulas mulatas gente pixaim... qi) —"Néea qui tu-tem? _Mesreande Stabe! nied aan vel tam? ndo Sinha —Maribo Sudorancias bunduns mesclam-se intoxicantes no fartum dos suarentos corpos lisos lustrosos. Ventres empinam-se nO arréjo da umbigada, as palmas batem 0 compasso da toada. minha ro¢ga tava na mordeu!...” o me (2) —"E maribond (Ver » misica 08 pag. 20) 215 BRUNO DE MENEZES © princesa Izabel ! Patrocinio! Nabuco ! Visconde do Rio Branco ! Euzebio de Queiroz ! E o batuque batendo € a cantiga cantando lembram na noite morna a tragedia da raca! Mae Preta deu sangue branco a muito “Sinhé moo” (3) —"Maribonda no meu corpo —Maribondo Sinha! Roupas de Tenda a lua lava no terreiro, um cheiro forte de Tesinas mandingueiras vem da floresta € entra nos Corpos em requebros. —"“Néga qui tu ) —Maribondo sin —Maribondo —Néga tem hal num déxa trabalha!,..» —“Maribondo no meu corpo! (3) —Maribondo Sinha» —E por cima © por baxo! —E por todg lugar Para éste poema foram criados motivos musica is pelo compositor Paraense Gentil Puger. pute © betwau io na codéncl olucinonte BATUQUE POEMAS ALMA e Ritmo da Raca A luz morde a pele de sombra e os cabelos lustrosos quebrados da cér sem razio. E os seios pitingas, o ventre em rebojo, as ancas que vao num Temanso rolando no tombo do banjo. A luz tatuou a nudez de baunilha do corpo que cheira a resinas selvagens. Botou-lhe entre os beigos de polpa mangabas um quarto de lua mordido sorrindo. No rosto crioulo dois sdis de jarina brilhando nos olhos. -+-E 0 sumo bab Oso espumoso, meloso, da fruta leitosa Tachada de béa! A carne transpira, , é 0 cheiro “malino” O banjo faz solo no — lundis choradin! - Eo almiscar da raca que sai da mulata. fim do banzeiro : hos batuques Mnaxixes. E os bragos se agitam, se a‘ligem batendo, as coxas se apertam se alargam se rocam os pés criam asas voando pousando. BRUNO DE MENEZES da Loandedé Congo ique Aagole Mote eee Hoo sangue zumo lag. tentagao do Po palango dos quartos, dedos fremindo, da cadéncia. As mios vao palpando i. Subindo pra nuca com aa Tolando o compasso no usanta Barbar, carimb6 polinoso; sem nome ” @ os “‘sinhd”. Nao & candomblé nao é Nem banzo banzado bom ente — bailado benguela ae ators que agora machuca as “S eléxo de tudo Rodando ela faz 0 m arnes macias. - - No tal peneirado das ¢ 5 . cheiroso, Todinha canela em pa no 80], e folha seca de fumo enrone aa angalt vende a 40 deve ter gostosuras de ™° depois de dansar..- a la rer E 0 branco sentindo we Ea no ie tando a maréta BENE ae teimos aguent a e nao pode mas ‘ba africana. -- wae no rebélo da bam le di A luz morde a pe! lustrosos quebrados 32 Também se fartou nos bicos dos peitos BATUQUE POEMAS E 0 banjo endoidece tinindo nas cordas a retezados. a corpo viscoso se estorce nas pontas los pés maxixeiros. nos lembra A luz vai sumindo... Eo banjo a, da Jzaura a filhos do engenho, da escrav 40 dungo no dengo que & dom desta raca cotuba no samba. -..E fica rolando no espace escurinho cneiro aromoso, 0 sumo baboso, a fruta leitosa rachada de boa!.-- ai i uns Puget dew imterpretacae musical a lf! echos déste poema O compositor Gentil tre “A tux more © pole de 20, tiie 221 BRUNO DE MENEZES PAI JOAO Pai Joo sonolento e bambo na pachorra da idade cisma no tempo de ontem, De olhos vendo o passado reeorda 0 veterano 3 Vida brasileira que éle viu e gosou e viveu ! Mie Maria contou que o pai déle era escravo... Moleque sa gica € teso, destro e afoito num rélo, Pai Joao te ve fama da capoeira e navalhista. ~— fita!... Era o pé comendo, quando a banda marcial saia a rua, Com tanto soldado de calea encarnada E rabo-de-arraia, cabecada na Policia, Zadrex, desordens, furdungo no cortigo © 0 ronco e o retu; “Tuveng Suvenas Arrebate esta faca Juvenas mbo do zonz0 som molengo do carimbé : mo 6! poh soe tere f BATUQUE POEMAS Arrebate esta faca Juvenai” De amores... uma anagua de renda engomada, um cabegao pulando nos bicos duns peitos, . umas sandalias brancas bem na pontinha dum pe. E 0 rebolo bolinante dos quartos rolicos da Chica Cheirosa.-- E a guerra do Paraguaia! Recrutamento ! Gurjao! Osério! Duque de Caxias ! Itororé ! Tuiuti! Laguna ! E nao sabia nem 0 que era monarquia ! Agora, sonolento e bambo, tendo em capuchos a trunfa, Pai Joao ao recordar a vida brasileira, que éle viu e g0sou e viveu, diz do Brasil de ontem : AH! MEU TEMPO!. . BRUNO DE MENEZES MAE PRETA cantigas, No acalanto africano de guitarras nos suspiros gementes das veiu o doce langor de nossa voz, ue. so sang! @ quentura carinhosa de nos: iniscencia E’s Mae Preta uma velha remini S, das cubatas, das senzala: sean escravos com ventres fecundos pa 2 prancos ? Mae do Brasil ? Mae dos nossos tua. r no sem Bs, Mae Preta, um céu notte trélas mas todo chicoteado de cruzi, Teu leite que desenhou j 80, escorreu num jato gr05 sao Tiago: formando a estrada de yilismo. o serv! ‘orraste i sf ais de sas, pedras precio je esmagar thos d0S a ‘da Marau! imperador Tu, que nas Ger: tatuando-te com que deste festas 4 Tu, que criaste 0s embalaste os que aa os bastardos do Prim e até futuros Inco ores, Sony de Santos, BATUQUE POEMAS Quem mais teu leite amamentou, Mie Preta?... Luiz Gama? Patrocinio ? Marcilio Dia~? A tua seiva maravilhosa sempre transfundiu o ardor ¢i © arrojo maximo! {vico, 0 talento vivo, a, teria brotado 0 luar? mentaste 0 genio poético hao a gloria de Goncalves Dias ? Souza? Dos teus seios, Mae Preti Foste ti que na Bahia ali de Castro Alves ? No Maran Terias ungido a dér de Cruz € reta ! Foste e ainda és tudo no Brasil, Mae P: Gostosa, contando a historia do Saci, ninando muruct-ti-tt para os teus bisnetos de hoje. - + Continuas a ser a mesma virgem de Loanda, cantando e sapateando no batuque, correndo o frasco na macumba, quando chega Ogum, no seu cavalo d varando pelos quilombos . le vento, Quanto Sinhé e Sinha-Moga chupou teu sangue, Mae preta?!-- steira do Divino, pimenta e com dendé. da noite, és a fe’ uitutes com readora coT to do Brasil Agora, como ontem, a Maria Tereza dos 4! Es, finalmente, a proc que desde o nascimen te fizeste “Mae de leite”.-- “Continues @ ser 9 centendo « ‘sipeteate $ meme vitsom de do ne Reem” 42 Loanda 227 B RUNO DE MENEZES Abers6a-nos, pois, aquéles que nao onhara ns pois, aq q » pois, ue nao se enver; gonhara (i que sugam 10s com avide aaa. que n os honramos com o teu amor ! TUA BENCAO, MAE PRETA! enneneens BATUQUE POEMAS MARUJADA Fragatas, marujos pintados de entrudo, gageiro subindo no mastro de proa, piloto crioulo cantando a manobra na cadencia da onda, ao rumor da maréta. um brigue lendario... A «Nau Catarineta”. -- Um cruzador do Império. -- —"Seu imediato! comandante! —Pronto seu ferro que Tarande suspendé hora 48 partida! siiw tatuadas gigando. E as fragatas em coro : suspendem o ferro mesmo sustem a forca da amarra. (1) “Alerts marinhéro vamo o terre tevanti as hora *40 chegada do “Tupi? si arritira E o rufo batuca na qufa-lufa 4 yela estrebuxa a0 vento [que bufa.. Navio pirata. - - Veleiro corsario em ™mar alto... sé vem mestico Barca onde Ver a masica na DAB- 30) 229 BRUNO DE MENEZES Regamboleios de fragatas no arrastao da marujada meia-lua em ronda longa escorregando no conves. Pintados de entrudo t Oficiais e a marinhagem ! Revolta tumulto a bo rdo... O imediato posto a ferros. Os trovées os Telampagos 0 vento, © mar brabo e a invocacio a Virgem Mae dos Navegantes (2) “Sinhora do Mar Rainba das Ondas livrai-nos da morte Nas ondas do mar E a cerracio... Vid a a de bordo numa sala que palpita de e Mocado e a Marezia faz tremer. A embarcacao joga sem Tumo... Pintados de eatrudo! Rodelas de carmin. ,, brancuras de alvaiade. O comandante de esp; - adim dragon is g6 apito . tinha a melhor fr: sonas goed & ay agata! Mas na hora em que n: cessada a tempestade, a bandeira subia garbosa no Mastro, éles pensavam que cra certo e davam vivas ao Brasil ! a adrica, POEMAS BATUQUE MASTRO do Divino mpina “Lavadera da camP a) Lavaderal” Lava roupa sé ! era! Lavad jivino — (MOTIVO) sabiao Di Cangao dos Romeiros do ‘ vadia O mastro vem vindo na ginga da velha toada. elados Vem vindo rolando nos ot es da tropa devota de tantos fe ‘a, undo da terra, ido de folhas- al bandeirinha m Sol. -- O mastro ja veiu do ft assim todo verde venti Depois Ihe puzeram a 7 onde surge o Divino pintado arnado . ano encal As outras bandeiras de P ro votive 6 sti nao sobem no topo do a Scpieing.«- Porque 14 na ponta sé fic arco-iris de artificio, m , tes de papel, = festejos da Coréa. No arraial decorative = todo de bandeirolas & “ ee da um ar de tradi¢ao Ver a musica na pay. 34) BATUQUE POEMAS Fo mastro vem, chega na ginga vem na onda vem no som da caixa funda no soturno baticum : jnhas os mordomos Chegam os juizes as madri guetes, Chispam pincham fo} num papouco festivo ao mastro do Divino! A tia Ana das Palhas que foi do tempo dos cabanos, ornamentada de chitao e joias de ouro portugués 6 a dona do Santo que paga 4 promessa- E por vontade do Divino, no Dia da Ascensio 0 mastro vai se Jevantando, carregado de frutos € verdes folharadas, a apontando para o céu que 4 Pomba Branca vat subindo. As tiradeiras véra tirar aS Jadainhas africanas que o povo bastardo resmung? contrito + (9) “Mee pivino olhai pot a6 Meu meu Divine sinhé” 233 BRUNO DE MENEZES O mastro plantado depois vai murchando, perdendo a folhagem caindo seus frutos. Mas alegra o arraial, que tem palmas verdes, assai mungunza caruri, tacaca, tem sortes brinquedos comidas leildes... Dou-lhe dou-lhe duas dou-lhe uma tréy — E seu o “segrédo das mogas donzelas”. . A tia Ana das Pal has quer musica e baile no dia em que o m; ‘astro vai ser derrubado. A fita encarnada que foi toda benta e est: a i ‘eve voando cair direitinha Na cab ca do novo juiz do outro ano soltando foguetes cantando toadas dos sambas do engenho. .. (3) “Mew Canarinno amarelg la casa Comigo fu com ela os E 0 c6co brabo no terreir, © Poeirento malhando bolindo mexen do o mocambo. ae POEMAS BATUQUE -. Ea tia Ana das aaah toons 6 faz ue benze pée cartas f eas flees acendendo trés velas : feat sob a5 2885, pede 4 Pombinha Branca que to... jos do seu San d for ao céu vér 0S festejos quando a dona 235 BRUNO DE MENEZES SAO JOAO do Folclore e Mangericos... Junho! Més joanino do Santo Antonio de Lisbéa, do Joao Batista precursor, do velho Sao Pedro chaveiro do céu. Tua alegria é feita de fogueiras crepitantes, de crespas rodinhas estreladas, de foguetinhos Pipocantes, de bojudos baldes multicores, de toda essa alegria luminosa e aparente. Teus cordées de bumbis, de bichos folieiros com cagadores e pagés de compadrescos e afilhadismos vém dos terreiros da Casa Grande, quando 0 escravo deixava 0 eito e aparecia a “divertir og Senhores lusitanos. Ah! como 0 folclore Tevive na tua quadra as nossas ingénuas crengas avoengas ! — 08 patacdes de cobre que dormiam no braseiro para os “cortes” de izipta e Suspensao de espinhela; os cortinados de cama e igrejas de claras de ovo nos copos serenados das €sperancas de noivado; BATUQUE POEMAS a lamina da faca virgem cravada na inocente bananeira sem culpa; © espélho de agua dormida na bacia dos destinos, até os cantaros de ir fonte partidos pelo Santo as mfos das saloias ramalhudas. Os “mangericos” as Suitarradas os “ferrinhos”... Tuas bebidas meio-indio africanas : — 0 alud a tiborna a gengibirra, u- a “caninha imaculada” com o rosario do engenho esP' [mando..- Os mungunzas, as can; vu gicas bolindo, Os mingaus bem do Norte, com Jeite de céco castanha e fuba. —“Cabéco ria! Sinha —Abre a —Ja abri direta: Portéra cabéco! diretoi E a caboclada ginga e Pula na frente do “Boi de Fama” ! que foi batizada pelo Padre Anchieta, BRUNO DE MENEZES Sao Joao das capelinhas, dos panhos ee rescendendo a raizes raladas e teres ae dos cheiros cheirosos que se grudam € vao passando pra dentro. Sao Jodo dos terreiros Laneian com mafuds nos currais ere Sao Jodo do tempo do “Pé-de-bola’, palhas de assai. do maranhense Go- [lemada, do meu padrinho Miguel Arcanjo. ém dos meninos ricos Sao Jodo dos moleques vadios ae na rua — j4 nascidos bachareis — He Sah: atrés das “bichas”, dos “espa”! —"Sio Joao Oe ie ior co : {ties _—sio Fe ae madre poa noite —...Meu i ee 16 meu Pr “Minha mad anos da Jaqueita, s me viciavam. inze Ah! Sao Joao dos meus quin as mulata’ Quando fui chefe de maloca € 0 Joao do meu Sa mesmo [passado ?! a is 0 +». Por que nao és mals 239 AS BATUQUE POEM CHORINHO “FIO amorosa Pensativa Sensitiva oh! vé...» Trecho de chula — (Motivo) Alta noite... 0 siléncio parou Para ouvir 0 chorinho que os crioulos tocavam amando as estrél; Ao som do viol horas inteiras acorda a rua a las falando com a lua. ao da flauta e cavaquinho aquele chorinho dormecida. Das musicas chulas as notas subindo conduzem trés almas demais brasileiras serenatando- E vio por ésse mundo que se chama Saudade © comeca e termina numa esquina de rua. “F186 amorosa Pensativa S€nsitiva oh! ve.» E os dedos raspando nag cordas gementes, os beicos soprando na boca da flauta, BRUNO DE MENEZES . inha, comovem a Lua que fica eee ei ouvindo e sentindo o chorinho P' “FI6 amorosa pensativa sensitiva | oh! vé..- é que toca em é& qu Uma janela curiosa vem ia . Sob o luar, mesmo que um “Fé amorosa pensativa-- a, angerona, E uma crioula trescalando ei tian neado, tamisa de renda cabelo cee madrugada fecha a janela que se abriu um cavaquinho. -- Por uma flauta um violao € ; mr nie ar Henrique, © yr Valdemar 1 496 0 | musicalo P anf N.B. — Este poema estd musi ‘em disco OF Pretactio de Gastio Formenti, 24) AS BATUQUE POEM “TOIA VEREQUETE” “A voz de Ambrosina em “estado de santo” virou masculina. O corpo tomou jeitdo de homem mesmo. Pediu um charuto dos puro Bahia depois acendeu Soprando a fumaga. Seus olhos brilharam. Ai o “terreiro” num gira girando entrou na tirada cantada do “ Era a “obrigacdo” de Mie Aj falando quimbundo na lingu Ponto”. mbrosina a de Mina. “Toi& Verequéte!™ “Toié Verequéte!™ O santo dos Pretos 0 Sao Benedito tomou logo conta de Mae Ambrosina fez do corpo dela o que éle queria, Entao todo “filho de santo” E pai Verequéte falou co:no da terra africana que o bra; escutou. um principe Mco assaltou. BRUNO DE MENEZES Ele tinha sofrido chicote no a mais tarde foi amo criando mel e nunca odiava sabia sofrer. sinh Até nem comia pra dar seu a a quem éle via com fome demais. éte!” ja Verequéte | “Toid ste! crt verequéte! i ngae, : E todos vieram pedir sua 7 a ad beijando o rosario de cov.« eet que a muitos foi dadz por fen” a “mae do terreiro’ - yhorar, Até que uma “feita” se pos a © fala, pedindo perdao tremendo 1D got sagrado. Porque nao cumprira com a mao santa Entao “Verequéte” Ihe pee a mutamba. sébre a carapinha cheiran were!” ia Vered “Toid ae Ambrosina uados te os forgudos me “eomip malhavam no “1é” no “TU de imagem, foi se retirando num Pa pedt”. até que sumiu no fim 243 ‘© corpo tomow icitéo de homem o, BATUQUE POEMAS CACHACA a mse - © negro arrancado ao torrao congole! i arios, Tocaste urucungo nos brigues corserie® dansaste de tanga batuques ¢ jongos a forca de péia fingindo alegria ! | Foste quem plantou parti na terra da America, que o engenho ainda hoje ™ das de cana astiga. rangendo. Surrado vendido mas tendo na alma seu santo Orixa. do Con lo Sem nunca esqueceres 4 selva os verdes coqueiros os teus hae fizeste 0 agticar 0 mel a cacha¢ que esquenta o teu sangue, que te dA coragem. 80, Cachaga é tua vida, tua festa teu mundo, fis satide remedio até valentia- Coleira de ferro, . “bacalhau” palmatoria, aaah, ti nada sentias tomando 42 “P 245 BRUNO DE MENEZES “Martin Pescador” 6 teu camarada Porque bebe “gole” sem nunca tombar. O teu Pai de Santo, tua “mae de terreiro”, o teu “encantado” o teu « curador” 86 fazém “trabalho” cuspindo a “chamada”... Cachaga é teu céu onde tem assento Ogum Omuli Ochossis Oxum, Toda tua crenca de alma sofrida tu sentes no Peito louvando a “caninha” , “Tambores de Mina” Batuques Macumba, Sio teu “assistido” te faz seu “cavalo”, retorces og membros Telinchas fungando, escarvas o chao mastigas cigarrog sem nada sentir, Porque a “branquinha” teu corpo fechou. Cachaga nascida do élho da cana, que faz com que o Negro ne que pée nas mios dele cuic na hora dos ranchos dos sa; ™ pense em morrer, ‘a8 © surdos mbas e chéros, SA TOGUE POEMAS Que sai do alambi: ; wi j ; J4 pronta pra tudo, fe cheirando a restilo que a gente quizer. Si nao fésse o negro ““ - ‘cachaca ” como € que virias do se ca marvada”, ‘m fim do mundo ? 86 tu é que animas 86 tu das consolo aos que nio te negam Que fazes os olhos fic: as bocas cantarem toa na dansa dos pretos qualquer putirum, ‘arem tristonhos, das monétonas cheirando a suor Que fa; - wine mages ficarem mais ageis dandansee iL eo empurrando cattinho 80 pra b6ca das fornalhas Senhora de En i genho liberta o teu negro Senhora Cachaca que sofre 0 feitico que Tu lhe puseste de gostar de til... BRUNO DE MENEZES LOUVACAO do Cavaleiro Jorge Sao Jorge foi principe da Ca- padocia. No ano 303, tempo de Meocleciuno, morren mart jo, A igreia catdlica festeja-o ‘io dia 23 de abril. Na corrente tos xangos & 0 grande Ogum também invacado como o Cav Ieiro Jorge, havendo muitos dos ens devoros, que o louvain, re- Sindo tadainhas, com canticas ters ¢ musica de atabagues Este poema tem sido cantado por ocasiao dessas celebragdes em muitas Jadainhas. Cavaleiro Jorge que martir morreu tem langa ¢ espada com que combateu NTO Guerreiro valente montou seu cavalo matou o dragae fez dele vassalo. Ver a musica ua pak 49) 249 BRUNO DE MENEZES Meu principe lindo defensor da fé em frente da morte ficaste de pé. O Genio do Mal s6 ti dominaste porque meu Sao Jorge com crenca lutaste. O teu capacete de prata lavrada a tua couraga é arma sagrada. Levando no peito a Janga a luzir meu corpo é fechado quem vem me ferir? Teu nome na boca rezando contigo SS n&o temo Sao Jorge vencer-me o inimigo- SENCAO es Meu Sao Jorge milagros0 grande Santo protetor que lutaste com ° tinhoso pela graca do Senhor - 251 BATUQUE POEMAS No seu cavalo valente levando a lanca na mao Sao Jorge foi num Tepente que dominou o dragao. Sao Jorge sendo um soldado lutou em favor da cruz Pelo sangue derramado do nosso Pai que é Jesus. Sao Jorge hoje esta no céu tem na lua seu altar coberto com branco véo quando € noite de Ivar. Sao Jorge Nos dé seu manto Nos othe por Vosso bem Sio Jorge querido Santo Para sempre ¢ sempre Amen! 252 BRUNO DE MENEZES ORACAO da Cabra Preta No silencio fatigado da rua de arrabalde, como uma sombra mastigando obi, Mestre Desiderio ‘No meio do caminho . Noite de Sexta-feira soturna avancando. Mestre Desiderio sduieto absorto * escuta do Primeiro canto do galo indi ite Sey desejo € se embrulhar com a mulata indiferen We Ngo sabe si éle tem caruana e mocé. Mestre Desiderio vai cruzar o rastro dela Porque Viu a garupa carnuda _ i “tPo talhado 4 Cheirosa inguém. lata rgulhosa que nao gosta de ningu i a meianoite. alo Solfeja n, a Néle o caminho por onde a mulata passa dg Volta tarde de cesta no brago °oinha dos patrées. 10 frio do poleiro. 253 BATUQUE POEMAS Mestre Desiderio cheio de fé e confianca comega a rezar no rastrq da criatura : “Minha Santa Catarina Vou embaixo daquele enforcado Vou tirar um pedago de corda Pra prender a cabra preta Pra tirar trés litros de leite Pra fazer trés queijos Pra dividir em quatro pedacos — Um pedago pra Caifaz Um pedaco pra Satanaz Um pedaco pra Ferrabraz Um pedaco pra Sua Infancia (Sua Infancia é a mulata). Turumbamba no campo Trineo fecha trinco abre Cachorro preto ladra Gato preto mia Pato preto aparece Cobra preta anda Galo preto ja cantou — Assim como trinco fecha E trir ‘0 abre Quero que o coracdo Dessa disgracada (é a mulata) Nio tenha mais sosségo Enquanto ela nao for minha Que efa fique cheia de coceira Pra nao gozar nem ser feliz Com outro homem que nao seja eu” bh 255 BRUNO DE MENEZES Com fé e “atuado” Mestre Desiderio chama por trés vezes Ave-Maria Santa Barbara Sio Longuinho Sao Cosme Sao Damiao. Depois vai embora fumando liamba. 4 sombra mastj a hora da Meia-noite, continua a cruzar o rastro da mulher NO meio do caminho por onde ela passa. --- E agora quando ela volta da eozinha dos ricos Mestre Desiderio fumando descansado, est4 A espera do quentinho dela COMO se fOsse Sua compantiira Para ambos Bozarem o fastio do amor... 256 POEMAS BATUQUE LIAMBA j a havia sono ? Quem descobriu que no teu fumo Na maloca na senzala na trabalheira do eito, ice now pottedines idling, indastes ir? como agora nos guinda taz-docinll quem teria ensinado que o teu fumo “Jinha” do pagé..- Um cigarro da tua herva chama a “linha’ Amoleces 0 corpo cansado do negro que deitou moido © te fuma e sonha longe eico mole babando. .. © coitado do africano, @ caboclada sujeita, na €ntorpecéncia da tua fumaca 80 queriam mais acordar. .. Liamba 1 €U fumo foi fuga do cativeiro, trazendg nsas, atabaques rufando ay Magia guerreira do reino de Liamba t Na tontura 8ostosa na quebreira vadia qui © sentem os teus “defumados”, 257 BRUNO DE MENEZES estaria toda a “fOrca” dos Santos Pretores que vieram da outra pb; anda do mar ? Liamba ! Liamba ! Da Sempre 0 te embriaga o teu homem Pobre, Porque quando éle te fuma € com vontade de sonhar. .. ‘U sonho bom, 258 0 eham garro do tua hare’ Um elgorte ce aha do pals. EMAS BATUQUE Po GENTE da ESTIVA O navio esta aj ancorado no cais. Comeu do Mar grosso jogou no Oceano 4 carga que trouxe botou nos Zalpoes. O inglez nem Se apressa, Porque 0 que entra nos seus armazens, 86 sai fei to preso pagando carceragem. .. No cais o Servico na sua bruteza € ver como em faina qualquer formigueiro com a gente da estiva empurrand 9 carrinho Fazendo lingadas de sacos e fardos, trazendo caixotes barricas Pranchées, que o braco de ferro dos altos guindastes arreia de cima aos fundos POrdes. 260 BRUNO DE MENEZES A gente da estiva na lida afanosa d: . udas . Parece escuras formigas tronc O ventre de ferro de dia de noite Vai sempre se enchendo daquilo que é vida. E a gente da estiva 0 voltar a casa, faminta esfalfada nem come daquilo _ qe Ihe andou nas maos calejadas e humildes. jo de carga. Repleta o navio o seu béjo 4 Vozes de adeus Sorrisos felizes 0s. “mbrangas e beijos afagos abrag A campa retine. rtida. Voz da sirene previne a pal A Sente da estiva, Camisa suada &stmago urcho, como . tizesse trabalho forcado, Fecolhe 9 carrinho Pra outras lingadas ‘ Sem ter 9 direito até de fumar ! 261 “Troxendo catsotes, Porticas, pranchaes, .,” BATUQUE POEMAS BRUXINHA BAIANA (Para as minhas filhas Marilia e Lenéra) Tenho um; ‘a bruxinha de carne de pano due usa ¢, ‘abelo feito de retroz. ce que foi noutro tempo mucama, Porque nés fazemos ©om a pobre bruxinha ° due nao Se Taz com todo 0 cristo. 2 Mais engracado an la parece ter alma ter vida. em orPO de Pano ten Cettos instantes ™ toda 8 expressiio dos nosso movimentos . ~ eta 7° ME eu penso: O01 Nao mucama, Si ficg <4 RAO grita nao olha pra gente 1 fic, e a tins E nea roupa € um traje a baiana. i atitamos ° seu cabecio de chita florida BRUNO DE MENEZES que a Carmen Miranda se visse a bruxinha iria com ela também baiucar. Nem mesmo boneca sabemos chamé-la. Nao tem qual quer nome de “estréla” de fama no céu do cinema. E a nossa “bruxinha” sem outro apelido, que até os meus manos em louca peteca Vezes transformam se querem brincar. Andando aos boléus aos trancos da Sorte, quem sabe se a n nao éa mucama que 0 fado 9 destino jogaram no mundo Para andar assim te ssa bruxinha, coitada, POEMAS BATUQUE Escola dos Sapos gio dos Sapos. iodo letivo 5 alunos sair. i les Do charco a beira fica 0 coe As aulas sao noturnas 7 oie eee ee Ja aquatica funciona: a escola : rae i do chove e 2 € Perera boo geal nee ralhos as maes bi aa Aos grulhos q ‘ i ra a escola. correm com a saparia infantil Pa mised “Bstudante os egougos. é e ao temp nen O metodo é a ieee corae rags — ligdes bem ein professor de mat nt Um velho sapo —_ ie al que vive amando re Pergunta em rouca — a taboada aos 2studan! em cOro: E éles respondem como wu s+ 8 a +8 é sonhador, ++. enquanto 0 pee estrélas de olhos perdidos 04 265 POEMAS BATUQUE Igreja BRUNO DE MENEZES de Anabalde Tuge em meio 0 siléncio alheio 4 a ildes . os casebres humil espia de longe ila © 208 seus disefputos - A torre & branea e esp as de domingo. Wando acorda os devotos nas manhas “sta errado! sta a indo. erradgi™ A torre nao tem sino grande toca eis. A igreja que 6 simples tem uns Santos pe siete daDeGE Seus devotos créem mesmo que a hostia ainkos S sinos da torre sao tras alegres fee "Deu bata... We falam a Iingua do povo do bairro. DEU RATA...» 0s Bem tomo a “Paria adulta vaia os sapinhos madra¢ 5 lomingo, Quando termina a missa nas mianhe _ de chale, RS eee © We as mocas de branco as vey da igreja, °S homens em ar de festa vao saindo no outro domingo, °8 tras Sinozinhos dizendo que vole ° logo fazendo convites a todos : “Domingo tem domingo tem domingo tem tem tem! ; m Vie qvises vem quem quiger yen quem quizer v vem vem!" : 266 » ane (Ver a musica na pag. 62) 268 BATUQUE POEMAS ADEUS, Analia...! Na vilazinha do interior, ; Setembro trazia ladainhas prometidas Para as festividades catélicas do més. Novenérios, tercos, coroinhas, altares fingindo trono para Nossa Senhora, Que se via, toda inteira, onita como um brinco, Vestida de mantos novos pelas tintas do santeiro. As mogas tiravam rezas Santinhas, como a Santa. E a Virgem Mae das Dores, Com as frias espadas dos Sete Pecados, fundas, no coracao, Suvia tudo e abengoava pelo seu Divino Filho : “Virgem Maria, doce alegriay amar te ques © até morrer!” Vera mua na pag. 64) 269 BRUNO DE MENEZES E as cantoras se benziam, simples, ingenuas, crentes, quando vinha a ronda dos beijos na fita que descia da cintura da Imagem. Setembro! Os foguetes subiam ! © Mie das Déres, que Tezadeira bonita ! No altar singelo, depois da Jadainha, aceso em velas estrelares, com fléres de toda casta, até mesmo de Papel, como um simbol alva toalha de Tenda é colocada, para a Santa n: 0 olhar as dansas profanas. . o de pudor, Setembro ! Que voz de Tezadeira ! Tudo que ela cantava Nossa Senhora ouvia! Os instrumentos € os Misicos, Se afinam, se conve; tocam « Tsam, bem Pacholas, choros” dengosos que despertam desejos nos dansantes. Unem-se os Pares, Juntinhos, € as almas, quase Medrosas, sentem que a Pro} tetora pode ser também Madrinha Um samba agita os Nervos, € na musica, quase amorosa, ha um pedidi io e uma Tesposta : 270 POEMAS BATUQUE —"Me diz tev e Quando me. teu not 1 tira reza noutro més? Nos i Ti : ; Na festa de Cristo Rei Me chamo Analia. la ada ! Setembro! Vem raiando a madrug' Que pena a dansa findar! eir0, E entao, no seu romance zo ale a despedida dele é promes: © saudade de partir : not — “Adeus, Analia!... Até OITEMB POEMAS BATUQUE BRUNO DE MENEZES CHEIRO de Mulata FARTURA “Versos para minha frér* (De um poeta crioulo) ; lo chao. Tanta fruta madura tanta fruta pel O que tu poe ; Tanta terra plantada no teu corpo t Pejada que éle chéra até no vento? a nascer... de fruto que ainda est4 par: Tu no é rosa nem crayo nem jasmin irosa Tanta fartura de fruta cheir nem ubiganti,... que o preto plantou béa de comer... O que tu é € a Frozing que tem tudo mao!... 5 stende a e a gente até nem Z is ue -+. E 6 por isso qi que tem as otra mulhé. Tudinho nao, Péde sé que as tra tenha demais Mas pra ta teu chéro bio s6 tu mesmo 6tra no tem!, oF 273 979 BATUQUE e a Critica Literaria O africanismo de Bruno de Menezes (ESTUDO DE NASCIMENTO MORAIS) do final do seu livro “Poesia”, PUA Cade route, 1931, a parte final, “Batuque”, cclerdnea de poemas afro- Brineipin ce 'A ésses poemas ajuntou outros igéneros, € publicou, a0 Mpetbio deste ano, um livre untou outcom. aguele mesmo Nome, B runo de Menezes retirou escrito no alto da enn @ tere a ees cujo nome nao esta Uns ie 66 pode sero nome do livro- ‘motivo” para principiar : Pag, —Néga qui ti tem? —Maribondo Sinhd- —Néga qui tii tem? —Maribondo Sinhd. Com eca o descritiva do batuque : “Rufa 0 batuque na cadéncia alucinante do jongo do samba na onda ane banza. Desnalgamentos bamboleios sapateios cirandeios, cabinadas cantando lundiis de cubatas”- Dr da danga macabra. © artista cura’ uma onomatopea, ave Nos PONka Meanie da vista do batuane. conEruno de Menezes ‘sente a alma dO africanismo, € copiou ° des- mcertante do ambiente, do ‘estranho cendrio do festival dos negros : © poeta sujeita a métrica ao rime “Patichouli cipé-catinga prepioce ymin. baunilha pao-rosa orisa Gaforinhas riscadas cabertas, ao meio» crioulas mulatas gente pixaim . 277 yariedade vimenta-se 9 aduno, vé-se a vari ssclada- Nos Bestos, nas maneiras ¢ nos gostos’ da gente me: rita © poeta entra com o “motivo”, e muda q métrica que aa adaptada ao descrifivo, g com: oO Drimeiro, 9 terceiro e o quarto verso sig deneonanatinos. “0 segund um esconchavo, Diz de 12 silabas, sem sé- lubricidade mai ° hexametro. O hexametro é 10s torcicolos mais a vagarosos, mais langorosos, is Sentida. E 0 “motivo apresenta uma variagao ; “Eu na minha roca maribondo me mordese 4 fe ‘Maribondo” define o Momento em que os prurtios sae ie Tinta” 8 sentidos.. "sao, ™ Primeiras ferroadae dn Insenctiel, Ie into. Na apurade linguagem poética's alvodada da carne ae bem € 0 primeira delin’ Produzido pelo impulse animal, que tém ° melo € 0 estado psicolggr de uma raga. (Eu tava na minha roca ‘maribondo me mordeu® © poeta explica com feli Hcldade a atuacio do meio + jRoupas de renda g lua lava no terreiro, Um cheiro forte da resinas mandigueiras vern da floresta e eng "4 NOs corpos em requebros! E 0 “motivo” continia : —“Néga qui th tem? —Maribondo Sinha. —Maribondo num dexa — Néga trabatha 278 i tragédia da imagem, a a rece, a vauengrandeces. 0. cfet Vendo o batuque, ei ae a dor que "aca, 0 sofrimento que a 5 Le ue a subtinonn Bie anteteo ito sinhd mogo. ito sinhd ta deu sangue branco a mi “Mae preta E sempre o batuque: ‘Maribondo no meu corpo. Maribondo Sinhé! mae E por cima é por, E por todo lugé ! incos nal as era i © quase fe estranha, © quire ‘i africana, a deat, Se aegats colonizador ¢ 8 Mia costa Oa ake, "como mulher sto 2 ge vi nge = Suriosos de conhecer a ig He tudo, uma = coisas que longe O “esclavagismo” he 4 gente pensar e zes faz Bruno de Menezes iguésa. Que do portuguese . da colonizagao porte wsrontos” 0 speit : Muito se tem escrito a resp’ fas, eram w Fal- apitanie sy oe capitanias. js donatérios das cre ade das ee ae a oF Portuguéses fidalgos, romover @ P) © Por isso nao puderam pi 5 sscente iro. E acres iRe-lhes 0 necessdrio : dinkeiro. rrido para ueses. ter concol eas i tho dos peretinhas deviam ter concerri le. ‘Mdios destruiam o traba bém as Pe is estavamn a o nem & pe Gatd certo. Mas tambem a in avarn ea sem merecimen= © desleixo dos portuguéses.. AS J) gustavar fcado alidade dos coloniza ap 3 native Nesuap ese i Drapes ior. Imaginese Oram um estore 10 sexual, no inferior. Imagine pe a yg eos nur plane eas remo, natureza feerica que Ihes lade a chegada das pe aqueles tem Pe ctur Gll@"sponham-se ment * emocao a i e sintam matas virgens estranha. ; e sensagao de novi era 279

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