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O PAPEL DA ESCOLA NA DESCONSTRUÇÃO DO RACISMO,


PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO: a Fomentação Profissional dos Educadores
da Escola Estadual de Ensino Fundamental Presidente Castelo Branco.

ÁREA DO CONHECIMENTO: EDUCAÇÃO PARA RELAÇÕES ÉTNICO-


RACIAIS
LINHA DE PESQUISA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Fabiane Lucimar da Cunha Gonçalves¹


Veronica Silva Wanzeler²
Helena do S. C. da Rocha³

RESUMO

O artigo vislumbra uma reflexão sobre o papel da escola e da formação do educador na


desconstrução do racismo, preconceito e discriminação na Escola Estadual de Ensino
Fundamental Presidente Castelo Branco, já que atualmente o grande desafio dos
profissionais da Educação, perpassa pela aquisição de práticas educacionais que
possibilitem um conhecimento com fundamentações teóricas capazes de proporcionar
ao educador uma percepção do meio e dos sistemas sociais, políticos e econômicos.
Conclui-se que o preconceito racial é um problema que fomenta a exclusão social,
ocasionando divergências no âmbito educacional, o que torna importante que os
profissionais da Educação discutam pelo menos o bojo da Lei 10.639/ 2003, para desta
forma analisar a questão racial.

Palavras-Chave: Educador; Lei; Preconceito; Discriminação; Racismo

1 INTRODUÇÃO

O interesse em refletir acerca do papel da Escola Estadual de Ensino


Fundamental Presidente Castelo Branco na desconstrução do racismo, preconceito e
discriminação, ocorreu devido à percepção que ao longo da História do Brasil, o negro
vem sendo estigmatizado. Isso aconteceu e, ainda acontece devido à fomentação
historiográfica ter sido construída perante o eurocentrismo.

____________________________________________
¹ Licenciada Plena em História – Universidade Estadual Vale do Acaraú; Concluinte do Curso de Especialização em
Educação para as Relações Étnico Raciais – IFPA; fabi.cunha2009@hotmail.com.

² Licenciada Plena em Pedagogia – Universidade Estadual Vale do Acaraú; Concluinte do Curso de Especialização
em Educação para as Relações Étnico Raciais – IFPA; wanzelerveronica@yahoo.com.br.

³ Orientadora do Artigo; Professora de Educação Especial do IFPA; Mestra em Teoria e Pesquisa do Comportamento
– Psicologia Experimental – UFPA; Doutoranda em Teoria e Pesquisa do Comportamento – Psicologia Experimental
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– UFPA; Coordenadora do Curso de Especialização em Educação para Relações Étnico Raciais – IFPA;
helenacefetpa@yahoo.com.br .

Percebe-se, que o negro sempre labutou e continua lutando pela sua equidade.
E, dentre várias lutas, conseguiu levantar sua bandeira a partir da Lei 10.639/03, onde
entrevê que o negro não deve ser visto somente como peça de trabalho, ou seja, a partir
do tráfico negreiro, mas sim mostrar para o educando que este negro tem uma cultura,
uma História a ser estudada, e foram os construtores do país chamado Brasil.
Vale ressaltar, que os educadores que se encontram no exercício de sua
profissão sentem dificuldades perante certas situações de preconceito, isso se deve ao
processo de assimilação de uma ideologia superior, imposta no âmbito escolar, já que
quando eram educados, foram ensinados a perceber a vida do negro a partir da sua
vinda ao Brasil para argamassar a economia de seus senhores mediante um trabalho
duro e árduo.
Analisar a desconstrução do racismo, preconceito e discriminação e a
fomentação profissional dos Educadores da Escola Estadual de Ensino Fundamental
Presidente Castelo Branco, teve como a finalidade detectar a práxis dos educadores no
que diz respeito a situação de preconceito existente no âmbito escolar, bem como
identificar o aporte teórico dos educadores acerca do bojo da Lei 10.639/03.
Percebe-se que, ao enfrentar tal questão, os educadores se deparam com um
grande desafio que decorre da necessidade de se desfazer os equívocos que deturparam
as culturas de origem africana nas áreas onde se desenvolveram relações de trabalho
escravo. O desafio decorre, ainda, da urgência de se analisar os esquemas de violência
que perpassam as relações entre os diferentes grupos da sociedade brasileira, de se
estudar e de se vivenciar as culturas africanas e afro-descendentes como realidades
dialéticas, dispostas no jogo social, permeadas por contradições e em constante processo
de reinterpretação de si mesmas.
É notório, que dentro da escola constantemente, ocorrem casos de
discriminação, onde na maioria das vezes, os educadores tentam camuflar a prática do
preconceito dizendo: “o que é isso meu filho? respeite o seu colega, ele é igual a você!”
Esta é uma prática que acaba deixando o aluno sem autoestima, pois o professor deveria
conversar com os alunos e mostrar que fenotipicamente eles são sim diferentes, mas que
o seu colega atingido preconceituosamente, tem uma História, uma identidade deixada
por seus descendentes que o engrandecem enquanto seres humanos que somos.
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Neste ensaio teórico estudaremos os contextos das questões étnicos raciais,


bem como alguns conceitos sobre racismo, etnocentrismo, discriminação e preconceito,
enfatizando que o diferente deve ser tratado com diferença dentro da igualdade. A
formação dos professores mediante o bojo da Lei 10.639/03 e a análise da pesquisa
aplicada na Escola Estadual de Ensino Fundamental Presidente Castelo Branco. Deste
modo, ao final do estudo observaremos algumas vitórias que a sociedade negra
conquistou, adquirindo assim um corpo social capaz de transformar e estruturar diversos
fatos históricos que impulsionaram rumo à equidade social.

2 RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

O objetivo deste tópico é oferecer uma contribuição ao debate sobre o tema das
desigualdades raciais no trato com a Educação e que, nos últimos anos, tem havido um
efetivo esforço crescente dos movimentos sociais, autoridades e escolas para contribuir
com reflexões sobre a questão racial/educacional.
A leitura sobre as relações étnico-raciais perpassa por uma análise de como o
sistema educacional fomentou sua práxis profissional ao relacionar-se com seus
educandos tidos como afro-descendentes. Como embasamento para pesquisa
procuramos enriquecer este trabalho com os aportes teóricos de Ellis Cashmore
“Dicionário relações étnicas e raciais” (2000); Gilberto Freyre em sua obra “Casa
Grande e Senzala” (1942); José Carlos de Paula Carvalho em seu artigo “Etnocentrismo
inconsciente, imaginário e preconceito no universo das organizações educativas”
(1997); Kabengele Munanga no livro “Usos e Sentidos” (1988); Oracy Nogueira no
artigo “Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem” (2006); O Conde de
Gobineau na obra, “Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas” (1855), bem
como a assimilação das aulas do Curso de Especialização em Educação para Relações
Étnico-Raciais – IFPA (2009).
Para compreender a Educação Brasileira, devem-se levar em conta as relações
étnicas raciais que argamassaram esta nação, e que a construção capitalista desenvolvida
neste território deve ser pontuada na escravidão a priori da população indígena e,
posteriormente da população negra, gerando concepções e práticas racista que duram até
nossa atualidade.
A matriz cultural brasileira recebeu força européia dominante, com intuito de
silenciar as matrizes indígenas e africanas. Assim o português constrói um paradigma
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educacional que acaba consolidando a formação educacional brasileira numa


comunidade multirracial e pluriétnica. Segundo Rocha (2007, p.23), multirracial é um
termo abrangente, sugerindo pluralidade de heranças por várias gerações. “Na realidade
brasileira, podem ser encontrados indivíduos negros, asiáticos, brancos, indígenas. A
maior parte da população, sem dúvida, resulta de mestiçagens várias de todos os grupos
entre si, em maior ou menor grau”.
Apesar de considerarmos que o Brasil vive uma diversidade cultural, é notório
que a escola ainda não se sente preparada para lidar com certas situações de racismo que
segundo a acepção do “Dicionário Aurélio”, é “a doutrina que sustenta a superioridade
de certas raças” (2004, p. 616). Enquanto sistema de pensamento, o racismo teve as
suas primeiras teorizações no século passado, na França. O Conde de Gobineau foi o
principal teórico das teorias racistas. Sua obra, “Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças
Humanas” (1855), lançou as bases da teoria arianista, que considera a raça branca como
a única pura e superior às demais, tomada como fundamento filosófico pelos nazistas,
adeptos do pan-germanismo.
Tal ideologia de superioridade desmonta a tese lançada no século XX, com o
lançamento de “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre que suscita um
significativo debate acerca do provável relacionamento do escravo com seus senhores.
Freyre (1999) traz à tona a idéia de que no Brasil, houve um sistema patriarcal
argamassado por uma economia agrária, onde a harmonia social fomentava-se a partir
do cruzamento dos indivíduos envolvidos no processo de formação da civilização
brasileira. Outra relação de brandura entre senhor e escravo pode ser constatada na
miscigenação entre raça e cultura.
Ora, se realmente houve uma vicissitude entre indivíduos porque a ciência
tenta montar explicações científicas de imputar no negro todos os males existentes na
construção da sociedade. Dentre alguns estereótipos apontados ao negro, refere-se à
mancha moral e física pré-conceituando este ser como sendo: impuro, pecaminoso,
corrupto.
Munanga (1988, p. 14-15), concerne:
Em cima dessa imagem, tenta-se mostrar todos os males do negro por um
caminho: a Ciência. O fato de ser o branco foi assumido como condição
humana normativa e o de ser negro necessitava de uma explicação científica.
Uma primeira tentativa foi a de pensar o negro como um branco degenerado,
caso de doença ou de desvio à norma.
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A assimilação de superioridade nos é imposta, e muitas das vezes não nos


sentimos preparados para enfrentar e desmistificar situações de preconceito,
simplesmente por que não damos importância à formação continuada, haja vista que ao
terminarmos a graduação nos intitulamos donos do “saber”, e diga-se de passagem, que
para muitos educadores, basta apenas dominar o seu conteúdo e esquecem que a
Educação é um processo que transforma o indivíduo incutindo neste ser, valores sócio
culturais capazes de mudar o mundo, cabendo ao profissional da Educação estar
antenado com as modificações que perpassam na sociedade.
Nogueira (2006, p. 293), compreende que no Brasil a relação racial vislumbra
dois pólos: enquanto o preconceito de marca determina uma preterição, o de origem é
uma exclusão “incondicional dos membros do grupo atingindo, em relação a situações
ou recursos pelos quais venham a competir com os membros do grupo discriminador”.
Na escola é comum presenciarmos o preconceito, quer seja de educando com
educando, trocando intrigas como, por exemplo: “só sendo preto”, “o preto, quando não
suja na entrada, suja na saída”, “serviço mal feito é serviço de preto”. Ou ainda:
‘preguiçoso’, ‘neguinho’, ‘pretinho’, ‘tição’, ‘negão’, ‘crioulo’, ‘macaco’, ‘urubu do
ver-o-peso’, ‘café’, ‘mussum’, ‘chocolate’, etc. Frases que apontam o quanto no âmbito
educacional escutam-se frases preconceituosas. Porém, o pior é depararmos com
professores oralizando o “mito da burrice”, ao dizer que seu aluno é incapaz de absorver
conhecimentos, e começam por pré-conceituar o educando de “preguiçoso”, “este
menino não quer nada com nada”, ou “aquele escurinho tem uma enorme dificuldade de
aprendizado”. Nota que o educador não tem uma sensibilidade em investigar no que
consiste a dificuldade do aluno e acaba por estereotipar a inteligência de seu aluno,
fazendo certos tipos de preconceito.
No Brasil, é notório observar que o indivíduo absorve para os outros conceitos
que foram impregnados em sua memória e acabam por alijar a identidade de uma
determinada etnia.
Etimologicamente, preconceito, vem do latim prae, antes, e conceptu, conceito
“este termo pode ser definido como conjunto de crenças e valores aprendidos, que
levam um indivíduo ou grupo a nutrir opiniões a favor ou contra os membros de
determinados grupos, antes de uma efetiva experiência com estes”.
(CASHMORE, 2000, p. 438)
Segundo Nogueira (2006, p. 296);
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No Brasil, a intensidade do preconceito varia em proporção direta aos traços


negróides, e tal preconceito não é incompatível com os mais fortes laços de
amizade ou com manifestações incontestáveis de solidariedade e simpatia. Os
traços negróides, especialmente numa pessoa por quem se tem amizade,
simpatia ou deferência, causam pesar, do mesmo modo por que o causaria um
“defeito” físico. (...)

O preconceito no Brasil segregaciona um determinado grupo, isso é acarretado


por uma ideologia que prega a supremacia de um povo, de uma raça, ou mesmo de uma
cultura sobre outras, expressando-se de diversas maneiras: em nível cultural, religioso,
biológico. Na concepção de valores, e em nível institucional, legalizado. Nogueira
aponta que no Brasil acontece uma forma velada de preconceito, no intuito de
vislumbrar um igualitarismo racial, onde acaba por assumir um “caráter de atentado
contra um valor social que conta com o consenso de quase toda a sociedade brasileira,
sendo por isso evitada”. (id., p. 298)
Portanto, o preconceito racial está interligado com o modo ser de cada
indivíduo, manifestando nas relações interpessoais aceitação dos padrões de
comportamentos dos indivíduos participantes do ethos brasileiro, assim, torna-se mais
fácil para o não branco acomodar o comportamento negro usando expressões como
“pardo”, “moreno” e “preto”, tal adjetivos demonstram como acontecem o
escamoteamento do preconceito racial no Brasil.
O ambiente escolar é um local que agrupa diversos seres humanos com as mais
variadas divergências. Emergindo assim um grave problema: Já que somos
considerados racionais, atribuímos a nossa personalidade um tom de verdade. E quando
vislumbramos o outro como diferente ao nosso comportamento, criamos obstáculos e
discriminamos este ser, achando que ele se torna uma ameaça a nossa integridade. Tal
situação tem como suporte no etnocentrismo. Ou, ainda poderia se dizer que
etnocentrismo é: “visão de mundo que considera o grupo a que o indivíduo pertence o
centro de tudo. Elegendo como o mais correto e como padrão cultural a ser seguido por
todos, Considera os outros, de algumas formas diferentes, como inferiores”. (ROCHA
2007, p. 19)
Carvalho (1997, p. 181-182) explana sobre o etnocentrismo educacional:
A Educação e as organizações educativas são instrumentos culturais desse
colonialismo cognitivo: é o etnocentrismo pedagógico e o correlato psico-
cultural do “furor pedagógico”, uma gestão escolar autoritária e impositiva
para nivelar as diferenças das culturas grupais por meio do planejamento. O
etnocentrismo consiste na dimensão ético-política da mesma problemática
cuja dimensão psico-antropológica envolve a Sombra ou o Inconsciente.
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É comum a comunidade escolar envolver-se com práticas discriminatórias,


segregando os diferentes da sociedade, com ofensas verbais e físicas. O etnocentrismo
suscitou a partir de estereótipos denominados ao outro como: “preto, selvagem,
fascistas, bagunceiros, olha o baleia, lá vem o boiola”, denominações perigosas que
dentro da Educação necessita ser exterminado com a máxima urgência. Portanto, é certo
que o negro sofreu e ainda sofre diversas discriminações no contexto escolar, onde ficou
evidente a partir dos estudos feitos nas disciplinas Interdição do Negro no contexto da
Legislação Educacional I e II, no Curso de Especialização para Relações Étnico-Raciais
no IFPA, no período do primeiro semestre de 2009.
Em uma primeira visão, vislumbrou-se que o negro ao longo de sua História
vem sendo subordinado, numa luta constante contra o preconceito e a discriminação. E
uma de suas maiores bandeiras em busca da equidade de seus descendentes é a quebra
de paradigma de sua “interdição” no âmbito escolar. Segundo o Dicionário Aurélio,
“interdição” significa: “privação legal do gozo ou exercício de certos direitos a bem da
coletividade, ou seja, o negro foi excluído da escolarização em detrimento a uma
ideologia “superior” imposta aos modos eurocêntricos”. (2004, p. 426)
Segundo as Diretrizes Curriculares (2005), o Brasil ao longo da sua História,
estabeleceu um modelo de desenvolvimento excludente, impedindo que milhões de
brasileiros tivessem acesso à escola ou nela permanecessem. É o que pode ser constado
no Decreto de nº 1.331 de 17 de fevereiro de 1854, onde estabelecia que nas escolas
públicas do país não seriam admitidos escravos, e a previsão de instrução para adultos
negros dependia da disponibilidade de professores. Já no Decreto de nº 7.031 – A, de 6
de setembro de 1878, estabelecia que os negros só podiam estudar no período noturno e
diversas estratégicas foram montadas no sentido de impedir o acesso pleno dessa
população aos bancos escolares.
É através da Educação que a herança social de um povo é legada às gerações
futuras e inscrita na História. Privados da escola tradicional, proibida e combatida para
os filhos de negros, a única possibilidade era o aprendizado do colonizador. Ora, a
maior parte das crianças está nas ruas. E aquela que tem a oportunidade de ser acolhida
não se salva: a memória que lhe inculcam não é de seu povo; a História que lhe ensinam
é outra; os ancestrais africanos são substituídos por gauleses e francos de cabelos loiros
e olhos azuis; os livros estudados lhe falam de um mundo totalmente estranho, da neve
e do inverno que nunca viu, da História e da Geografia das metrópoles; o mestre e a
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escola representam um universo muito diferente daquele que sempre a circundou.


(MUNANGA, 1988).
Assim, em busca de transformação, tenta-se escamotear com uma
historiografia que camufla a verdadeira situação educacional dos afro-descendentes, e
estes arregaçam as mangas e procuram construir uma História na práxis educacional,
suscitando, a partir de 1970, relevantes estudos sobre relações raciais nas escolas
brasileiras.

3 PEQUENO HISTÓRICO SEGUNDO AS DIRETRIZES CURRICULARES


NACIONAIS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO
BRASILEIRA E AFRICANA

Nesta discussão, temos como objetivo perpassar por um contexto histórico no


que se refere às Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de História e Cultura
Afro Brasileira e Africana. Iremos analisar as resoluções, bem como os pareceres, a fim
de vislumbramos o bojo da Lei 10.639/03.
O Ministério da Educação tem uma linha de construção do processo
democrático de acesso à Educação com garantia de oportunidades para todos, mas sabe-
se que diante dos chamados direitos há as falhas de deveres e o pertencimento étnico
racial tem peso muito alto, haja vista, que para os negros a interdição sempre foi uma
praxe.
Em 9 de janeiro de 2003, suscita no bojo da Educação brasileira as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino da
História e da Cultura Afro-brasileira e Africana. Onde seu parecer regulamenta a
alteração trazida à Lei 9394/1996 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pela Lei
10.639/2003 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana na Educação Básica. Assim como cumprir o estabelecido na
Constituição Federal nos seus Art. 5, I, Art. 210, Art. 206, I, § 1° do Art. 242, Art. 215 e
Art. 216, bem como nos Art. 26ª e 79B na Lei 9394/1996, que asseguram o direito à
igualdade de condições de vida e de cidadania, assim como garantem igual direito às
Histórias e culturas que compõem a nação brasileira, além do direito de acesso às
diferentes fontes da cultura nacional a todos brasileiros.
A obrigatoriedade da inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
nos currículos da Educação Básica trata-se de uma decisão política, com fortes
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repercussões pedagógicas, inclusive na formação de professores. Com esta medida,


reconhece-se que, além de garantir vagas para negros nos bancos escolares, é preciso
valorizar devidamente a História e cultura de seu povo, buscando reparar danos, que se
repetem há cinco séculos, à sua identidade e seus direitos. A relevância do estudo de
temas decorrentes da História e cultura afro-brasileira e africana não se restringe à
população negra ao contrário, diz respeito a todos brasileiros, uma vez que devem
educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma sociedade multicultural e
pluriétnica, capazes de construir uma nação democrática. (BRASIL, 2005, p.17 )
É importante analisar que as Diretrizes Curriculares pretendem vislumbrar ao
corpo discente e docente da escola que o negro foi sim inserido na sociedade brasileira a
partir do tráfico negreiro, mas que este indivíduo trouxe na sua bagagem uma
diversidade cultural, racial, social e econômica. Nesta perspectiva, cabe às escolas
incluir no contexto dos estudos e atividades que proporciona diariamente, as
contribuições históricas culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos,
além das de raiz africana e européia. É importante ter clareza que o Art. 26A acrescido à
Lei 9394/1996 provoca bem mais do que a inclusão desses novos conteúdos, exige que
se repensem relações étnico raciais, sociais, pedagógicas, procedimentos de ensino,
condições oferecidas para aprendizagem, objetivos táticos e explícitos da Educação
oferecida pelas escolas.
Deste modo, cabe às escolas públicas e privadas escamotearem com os
caminhos eurocêntricos de ensinarem os educandos no que se refere à verdadeira
contribuição dos negros na construção da nação brasileira. Sem dúvida, assumir estas
responsabilidades implica compromisso com o entorno sociocultural da escola, da
comunidade onde esta se encontra e a que serve, assim sendo os sistemas de ensino
devem conduzir ações que proporcionem aos professores cursos de formação que lhes
permitam aprofundar seus níveis de estudos fomentando suas competências e
habilidades diante de suas práxis.
Esta luta é uma conquista não só dos afro-descendentes, mas de toda a
sociedade civil e, em especial do Movimento Negro, que ao longo do século XX,
apontam para a necessidade de diretrizes que orientem a formulação de projetos
empenhados na valorização da História e Cultura dos afrobrasileiros e dos africanos,
assim como comprometidos com a Educação para Relações Étnico- Raciais positivas, a
que tais conteúdos devem conduzir. (2005, p. 9)
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A partir da leitura das Diretrizes Curriculares, observa-se que, para a


promulgação da Lei 10.639/03, o Movimento Negro, mesmo com várias lutas para a
conquista da equidade dos afro-descendentes, só foi possível levantar uma bandeira de
justiça a partir do seminário “Racismo, Xenofobia e Intolerância” no Hotel Bahia
Othon, Salvador em 20 de novembro de 2000, onde pautaram a seguinte discussão:
“Educação democrática como política de reversão da Educação racista”, a qual teve
como defesonra, Jeruse Romão. Dentre as propostas de Romão (2000, p. 14-15), o que
se pode constatar, como contempladas nas Diretrizes Curriculares são:

Considerando que o Movimento Negro tem sido aquele setor que através de
suas ações tem possibilitado a democratização e acesso de negros/as ao
sistema de ensino;
Propomos
Que o Ministério da Educação apóie as iniciativas deste movimento, consulte
seus militantes e pesquisadores e invista, conforme suas indicações, em
políticas que objetivem o fortalecimento dos afro-brasileiros de
desigualdades produzidas na pela Educação.
Considerando ser direito do cidadão ser atendido com respeito e ética por
profissionais capacitados para a compreensão de sua natureza e demandas
específicas. Considerando que cabe ao Estado aferir sobre as condições e
capacidades dos profissionais da Educação.
Propomos
Que sejam obrigatórios nos cursos para magistérios e profissionais da
Educação a inclusão de conteúdos que tratem da História e lesgislação
voltados para os afro-brasileiros;
Considerando que os recursos pedagógicos tais como; livros jogos, mapas,
etc. São adquiridos pelo Ministério da Educação, o que torna crianças e
adolescentes consumidores passivos destes produtos/recursos; considerando
que alguns destes recursos registram e corporificam preconceitos, racismo,
constrangimento – como é o caso de pesquisas e denuncias sobre o livro
didático.
Propomos
Que o Ministério adquira estes itens e outros, com vista a contemplar e
respeitar a natureza cultural de gênero e ética daqueles que fazem parte da
escola, observando, inclusive, as determinações da Constituição Federal, do
Código de defesa da criança e do adolescente e da lei do consumidor.

Em vista disso, foi feita consulta sobre as questões objeto deste parecer, por
meio de questionário encaminhado a grupos do Movimento Negro, a militantes
individualmente, aos Conselhos Estaduais e municipais de Educação, a professores que
vem desenvolvendo trabalhos que abordam a questão racial, a pais e alunos, enfim a
cidadãos empenhados com a construção de uma sociedade justa, independentemente de
seu pertencimento racial. Encaminharam-se em torno de mil questionários e o
responderam individualmente ou em grupo 250 mulheres e homens, entre crianças e
adultos, com diferentes níveis de escolarização. Suas respostas mostraram a importância
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de se tratarem problemas, dificuldades, dúvidas, antes mesmo de o parecer traçar


orientações, indicações, normas.
O Parecer procura oferecer uma resposta, entre outras, na área da Educação, à
demanda da população afro-descendente, no sentido de políticas de reparações, e de
reconhecimento e valorização de sua História, cultura, identidade. Trata, ele, de política
curricular, fundada em dimensões históricas, sociais, antropológicas oriundas da
realidade brasileira, e busca combater o racismo e as discriminações que atingem
particularmente os negros. Nesta perspectiva, propõe a divulgação e produção de
conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos
orgulhosos de seu pertencimento étnico racial descendente de africanos, povos
indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos e de outros povos tradicionais para
interagirem na construção de uma nação democrática, em que todos, igualmente,
tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada com direito a usufruir
cidadania ativa.

4 A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS EDUCADORES A PARTIR DA


IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639/03

Com o advento da Lei 10.639/03, as instituições públicas e privadas sentiram


necessidade de fomentar aos seus funcionários práticas pedagógicas que qualificassem
os profissionais da Educação, neste sentido, tem-se como objetivo analisar os avanços
que a formação profissional vem galgando rumo a um aperfeiçoamento das relações
étnico-raciais.
Os avanços que a Educação Brasileira vem conquistando nas décadas mais
recentes são inegáveis. Considerando as condições de acesso, pode se verificar que as
conquistas ainda estão restritas à implementação de leis sem se atentar para seu
cumprimento nas posturas e práticas e que devem ser corrigidas a partir do corpo
docente e de toda a comunidade escolar.
A Lei e seus aportes encaminham duas questões correlacionadas. Por um lado,
elege a África como uma das matrizes das instituições nacionais, retirando da Europa o
lugar de matriz única de nossa cultura. Por outro lado, diz respeito ao agente mais
importante do processo educacional – o professor. (COELHO, p. 307-308)
Neste contexto, Coelho, em seu artigo “Igualdade e diferença na escola: um
desafio à formação de professores” aponta as diretrizes curriculares ao eleger a África
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como centro de estudos, no intuito de que o sistema educacional coíba a reprodução do


preconceito e da discriminação. Mas a grande preocupação nesse sentido é que os
professores não foram formados para analisarem a questão étnico-racial de forma a se
desprenderem dos hábitos eurocêntricos.
Para Rocha (2008, p. 57),
Esse redimensionamento da perspectiva causou, evidentemente, uma enorme
inquietação no meio educacional, uma vez que a Lei obriga a introdução de
novos conteúdos e uma nova perspectiva. A prática docente e a formação
inicial e continuada de professores e, por conseguinte, o currículo exige
revisão de modo a adequarem-se às demandas legais e à satisfação da
orientação pela inclusão – tônica da política educacional brasileira dos
últimos anos.

Com a inserção da Lei 10.639/03, fica claro que os profissionais da Educação


devem se desprender de algumas práticas pedagógicas ensinadas em sua graduação.
Pois quando os professores encontram-se sentados nos bancos acadêmicos, estes são
ensinados a repassarem aos seus educandos, apenas conteúdos relacionados a sua
licenciatura.
Segundo Coelho (2008, p. 113),
A licenciatura, no Brasil, conhece um tipo de formação peculiar: a formação
é dividida em dois conjuntos de conhecimentos: o conhecimento específico
da área escolhida pelo licenciado e o conhecimento próprio do fazer docente.
Via de regra, esse princípio se materializa nos currículos dos cursos de
licenciatura: a maior parte deles concentra-se no aprendizado da área
específica – seja ela Artes, Letras, Biologia, História ou Matemática –
oferecido pelo próprio curso; a formação docente, porém, ocupa parte
reduzida do currículo ( as ampliações recentemente introduzidas ocorreram à
revelia dos cursos de licenciatura introduzidas que foram pelo Ministério da
Educação) e é ministrada, tradicionalmente, pelos cursos de pedagogias.

Para a autora, o profissional da Educação ao concentrar seu arcabouço teórico


somente no que discerne a sua licenciatura, acaba por segregar a prática pedagógica, ou
seja, quando um professor adentra numa sala de aula e depara-se com os problemas
sócio econômicos dos educandos, este acaba por discriminar ou mesmo preconceituar o
comportamento do seu aluno. Isso ocorre simplesmente por que o profissional foi
preparado apenas para ser professor e não um verdadeiro educador.
Outro ponto relevante, é que no bojo da Lei nº 10.639/03, reza que a temática
deve ser abordada nas disciplinas afins: Artes, Literatura, História. O que devemos
observar é que, em primeiro lugar, não fazem parte do quadro de docentes apenas os
professores das disciplinas afins, mas sim, todos os docentes, e em segundo lugar,
dentro da escola existem outros tipos de educadores como, por exemplo: diretor;
coordenador, orientador escolar, psicólogo, secretária, enfim todo pessoal de apoio.
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Sendo importante que a escola em seus projetos de qualificação profissional,


proporcione aos seus funcionários cursos de qualificação no que tange às relações
interpessoais entre as divergências encontradas no âmbito escolar, como o fim do
preconceito racial.
A escola necessita fomentar programas que vislumbrem para a comunidade
escolar conhecer as diferenças, promovendo deste modo a equidade de oportunidades
para todos, perpassando por uma oferta de qualidade escolar, onde neste sentido,
fortalecerá os educadores a procederem de forma positiva diante de situações problema,
pondo ao seu poder caminhos pedagógicos que coloquem, educadores e educandos,
frente a frente para ultrapassarem os supostos desafios da aprendizagem.

4.1 Despreparo do professor para atuar no bojo das questões étnico-raciais

Na escola observamos muitos casos de racismo, de preconceitos e


discriminação, onde muitas vezes o profissional não consegue minimizar o problema
por falta de experiência, de qualificação e, até mesmo, por incapacidade em lidar com a
diversidade, pois ele fica perdido, sem saber como reagir em momentos em que exigem
a sua intervenção para que o problema não se torne uma agressão mais séria. “Essa falta
de preparo que, devemos considerar com reflexo do nosso mito de democracia racial
compromete, sem dúvida o objetivo fundamental de nossa missão, no processo de
formação dos futuros cidadãos responsáveis de amanhã”. (MUNANGA 2008, p. 11)
Sabemos que muitos professores não têm a oportunidade de fazer um curso de
qualificação voltado para relação étnico-racial, por esse motivo os mesmos deixam a
desejar quando se trata da temática em questão, e muitas vezes, por falta de preparo ou
por preconceitos introjetados, alguns professores não sabem se aproveitar das situações
flagrantes de discriminação racial na escola. Há momentos pedagógicos privilegiados
para discutir a diversidade e conscientizar alunos sobre sua importância e riqueza, onde
o objetivo de todos é dar sua contribuição e ajudar nesse processo transformador tão
necessário e urgente.
Segundo Rocha (2008, p. 58)
Considerando a Escola como o espaço na qual estereótipos, preconceitos e
práticas discriminatórias são desconstruídas. Ela reúne instrumentos
pedagógico que viabilizam esse propósito a partir da reflexão dos
profissionais que a compõem. Docentes e técnicos podem “pôr abaixo”
grande parte dos entraves interpostos às populações afro-descendentes que
as impedem de viver plenamente a cidadania . A apresentação positiva da
14

História e da cultura dessas populações e uma das estratégias a serem


colocadas em pratica de modo efetivo e consecutivo.

Sabemos que é difícil, mas nunca impossível, construir subsídio de peso para
ajudar os professores a desencadear um processo de superação do racismo na Escola.
Por isso é que nos programamos a procurar meios de realizar ações afirmativas no
combate ao racismo, a discriminação e ao preconceito que vitimizam a comunidade
escolar negra. Para tanto, é preciso formar grupos de trabalho para propor ações
destinadas à valorização da comunidade escolar negra, indicando pistas de como os
professores e alunos podem, em conjunto, desenvolver mecanismos pedagógicos
eficazes para a superação das desigualdades, para a elevação da auto-estima dos alunos
para o reconhecimento da diversidade com fator aglutinador dos diferentes.
Para Munanga (2008, p. 17),
Não existem leis no mundo que sejam capazes de erradicar as atitudes
preconceituosas e que existem nas cabeças das pessoas (....). No entanto,
cremos que a Educação e capaz de dar tanto ao jovens quanto aos adultos a
possibilidade de questionar e de desconstruir os mitos de superioridade e de
inferioridade entre grupos humanos que foram socializados (...) não temos
duvidas que a transformação de nossas cabeças de professores e uma tarefa
preliminar importantíssima. Essa transformação fará de nos os verdadeiros
educadores, capazes de contribuir no processo de construção de
individualidades históricas e culturais das populações que formam a matriz
plural do povo e da sociedade brasileira .

A questão do preconceito racial no Brasil, todos sabem, passa por certo


escamoteamento social. Mas, de alguns anos para cá, as entidades representativas das
minorias éticas têm feito um trabalho sistemático de denúncia contra os valores de
superioridade e inferioridade racial disseminados em nossa cultura dos tempos
coloniais. Uma das formas mais perversas de exclusão social em todo o mundo, o
preconceito racial produz também o grave estrago da exclusão educacional, por isso é
importante que haja uma cumplicidade entre os atores buscando promover as formas
inclusivas do ensino como parte decisiva das estratégias de gestão compartilhada na
escola.

4.2 O papel da escola na desconstrução do preconceito

A escola tem o papel de formar o aluno para o exercício de cidadania, do


trabalho e continuar aprendendo ao longo da vida. Esta é a orientação da Lei de
Diretrizes de Bases e das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino no Brasil.
Ampliar a cidadania é um dos objetivos principais que devem orientar o trabalho
15

pedagógico, e por causa disso, a escola tem que buscar o desenvolvimento de


competência e habilidades que permitam compreender a sociedade que vivemos. Mas
esta sociedade deve ser entendida como uma produção “dinâmica” dos seres humanos,
um processo permanente de construção e reconstrução. O entendimento deste
desenvolvimento da cidadania também significa a capacitação para saber avaliar o
sentido do mundo em que se vive, os processos sociais e o papel de cada um nesses
processos.
Para Coelho (2008, p. 103),
Ainda que a perspectiva e os procedimentos do professor possam ser
considerados tradicionais, e inegável existência de certa coerência entre o
conceito adotado de cidadania e a prática pedagógica. Uma vez que seu
conceito informa uma concepção de cidadão ativo, capaz de situar-se diante
de dificuldade, de formar opiniões próprias, de ler o mundo, de distinguir o
“verdadeiro e o aparente”, sua prática pedagógica não se encaminha para a
transmissão de regras e para o condicionamento de comportamento, mais
para a construção de competências e a habilidade que permitam ler o mundo
e interpretá-lo.

Portanto o papel da escola é buscar meios através de bibliografia sobre as


questões étnicas e raciais, eleger o tema para discussão em grupo de estudos e fomentar
a criação de cursos para que os professores, técnicos, alunos, ou melhor, a comunidade
escolar como um todo, possa se aprofundar nas causas e conseqüências da dispersão dos
africanos pelo mundo e abordar a História da África antes da escravidão. Enfocando as
contribuições dos afro-descendentes para o desenvolvimento da humanidade. A questão
racial é assunto de todos e deve ser conduzida para a reeducação das relações entre
descendentes de africanos, de europeus e de outros povos. Só assim haverá o
reconhecimento da existência, da necessidade de valorização e do respeito ao
afrodescendente e a sua cultura dentro da escola.
Para Rocha (2008, p.57),
Ao introduzir os conteúdos relativos à cultura afro brasileira e à historia da
África, a Lei 10.638/03 desloca a perspectiva adotada, ate em tão, mas
representação sobre o Brasil e sobre a sua formação, transformado em
conteúdo didático. Tradicionalmente, o ensino brasileiro adota a formação
brasileira como um desdobramento lógico e conseqüente da historia européia,
ou seja, após rápida referencia às sociedades antigas, como a egípcia e a
mesopotâmica, os alunos aram levados a ver a sociedade ocidental, desde a
conformação do mundo Greco-romano, na Europa como a matriz cultural
brasileira.

Entendemos que a Lei 10639/03 determina que a História da África seja tratada
em perspectiva positiva, e que possa fazer parte dos conteúdos assim como o
16

conhecimento da contribuição dos egípcios para o desenvolvimento da humanidade. As


marca da cultura de raiz africana devem ser ressaltadas particularmente em Arte,
Literatura e História do Brasil. E mais, os professores precisam valorizar a identidade
negra e serem capacitados para desconstruir o mito da democracia racial constituída
dentro do âmbito escolar.

5 A PERCEPÇÃO DOS EDUCADORES NA DESCONSTRUÇÃO DO


RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Presidente Castelo Branco, cujo


objetivo é possibilitar uma reflexão mais ampla sobre o verdadeiro exercício de
cidadania, permitindo a interação de todos os envolvidos no contexto escolar para a
desconstrução do racismo, preconceito e discriminação.
A escola e de pequeno porte pertence à Secretaria de Educação (SEDUC), no
bairro de Val de Cans, no Conjunto Marex, Rua São Paulo s/n, no município de Belém
no Estado do Pará. A escola foi fundada no dia 23 de Março de 1961, possui dois níveis
de ensino: Ensino Fundamental de 1ª a 8 série e a Educação de Jovens e Adultos (EJA),
1ª a 4ª etapa, que funciona em dois turnos: Manhã e Tarde. Possui no total de 14 salas
de aula, funcionando no turno da manhã e da tarde, sendo que os totais de turmas
existentes na escola são de 28 turmas, com o número de aproximadamente 780 alunos.
As dependências administrativa e de apoio pedagógico estão assim distribuídas: sala de
direção, secretaria, cozinha, refeitório, área coberta e área livre. O estado de
conservação das referidas dependências é razoável.
O procedimento deste estudo foi realizado através de revisão bibliográfica e
pesquisa de campo, no qual se obteve uma abordagem qualitativa, com ênfase
etnográfica, onde, a partir de uma entrevista direcionada observou-se informações
acerca da temática pesquisada. Assim, abrangeu-se a fomentação profissional dos
professores, no intuito de desvendar a atuação dos funcionários no processo das relações
inter pessoais entre educando/educando e educando/ educador.
Outro passo, a ser dado, foi a pesquisa explicativa onde se analisaram os fatos
estudados e através do método experimental fossem interpretadas as causas que levaram
a comunidade escolar a se comportar de maneira passiva perante certas situações, pois é
explicito que a escola é um local no qual os educandos adentram para adquirirem
17

saberes, por meio dos quais o ser humano compartilha conhecimento, símbolos e
valores, porém, infelizmente tentasse buscar há mais de cinco séculos um lugar na
sociedade para os afro-descendentes, uma vez que merecem serem vistos como
construtores de uma nação.
Tais questões serão levantadas a partir de uma entrevista direcionada, onde as
informações sobre a temática serão feitas mediante uma interação do pesquisador e
pesquisado, de maneira que o pesquisador irá instigar o pesquisado para assim
apreender do entrevistado todo o arcabouço teórico que este possui.
Baseado na nossa experiência como profissional, na entrevista dirigida ao
segmento professores, as perguntas fizeram referência às questões pertinentes à temática
étnico-racial, em que se pretendeu observar principalmente as práticas educativas
voltadas para a superação de discriminações e preconceitos no ambiente educacional.
Quanto à amostragem, a pesquisa, envolveu os professores, que somam um
contingente de vinte cinco (25), dos quais foi retirado um amostragem de (10%), ou
seja, aproximadamente cinco (5) professores, a fim de se obter informações relevantes a
sua formação profissional (graduação e curso de qualificação – formação continuada)
que diz respeito às discussões em torno das relações étnico raciais. Partindo-se desse
princípio, com a apreensão dos dados, as respostas foram analisadas e classificadas,
dispostas em tabulações (tabelas) e relacionadas com as referências adotadas.

5.1 A construção do preconceito racial no âmbito escolar

A construção do preconceito racial no âmbito escolar é uma constante, desde a


inserção do negro em solo brasileiro, fato muito notório quando observa-se a
interdição do negro na construção do conhecimento intelectual no início do Brasil
Colônia. A escola passou a absorver a população afrodescendente, mas continuou a
segregá-la apontando e estereotipando os alunos negros.
Neste sentido, na escola, o preconceito é uma realidade enfrentada
cotidianamente. Fato constatado por P1 (Professora licenciada Plena em Educação
Básica), quando afirma: “Os alunos continuam xingando, a escola continua excluindo:
A lei pouco poder tem nos estigmas sociais”.
Nogueira (2006, p. 292), aponta o seguinte sobre o preconceito:
Considera-se como preconceito racial uma disposição (ou atitude)
desfavorável culturalmente condicionada em relação aos membros de uma
população, aos quais se tem como estigmatizados, seja devido à aparência,
18

seja devido a toda ou parte da ascendência étnica que se lhe atribui ou


reconhece.

Entende-se que o preconceito entre os alunos é uma atitude que estigmatiza


aquela parcela da população tida como afro descendente e a sociedade direciona a
escola como forma de escamotear com estes estereótipos.

5.2 A inserção da Lei 10.639/03 nos conteúdos programáticos

A Lei 10.639 vislumbra como aporte para os profissionais da Educação, onde


se tem como finalidade debelar, ou mesmo diminuir, manifestações do preconceito e
racismo. Porém, a problemática perpassa na formação dos professores, haja vista, que a
Lei 10.639 já está vigorando desde 2003, e ainda existem professores que a
desconhecem, conforme P2 (Professora Licenciada em Filosofia) concerne:
“Desconheço, não tenho informações sobre a referida lei”.
Percebe-se, que o profissional da Educação ainda não emergiu em sua prática
cotidiana o hábito de se informar acerca das mudanças que acontecem na sociedade e
principalmente em seu mundo de trabalho, pois as discussões sobre a implementação da
Lei 10.639, como já foi abordado neste texto já suscitaram no cenário social a partir de
temáticas desenvolvidas no Movimento Negro, bem como em congressos, seminários
como o tema fomentado por Jeruse Romão em 2000, onde levantou bandeiras para a
implementação da Lei que tem como um de seus propósitos desenvolver uma formação
aos educadores do Brasil.
Segundo Rocha (2008, p. 61),
Agindo diretamente na formação docente, busca-se capacitar o professor
tanto para o tratamento conceitual da questão, de modo a não reproduzir
visões preconceituosas como se fossem, quanto para o enfrentamento das
situações de discriminação, comuns no ambiente escolar. A formação
docente ofertada, nesse sentido, encara a questão da diversidade e seus
desdobramentos expressos na Lei como questões pedagógicas.

Ao adentrar no âmbito escolar, é notório observar que os professores quando


trata-se de lidar com relações étnico raciais, estes não demonstram um mínimo de
traquejo em certas situações de maneira, que continuam a transformar uma política
dominante, e rejeitam uma determinada população de exercer seus direitos
educacionais.
19

5.3 A formação dos profissionais da educação numa ação segregadora do preconceito

A Educação para as relações raciais, na atualidade, vem desenvolvendo cursos,


mini cursos, seminários, palestras, especialização, enfim, a temática procura fomentar
discussões entre os profissionais da Educação. E desde a implementação da Lei
10.639/03, suscitaram manifestações de diversos profissionais com o objetivo de
compreenderem de fato o que prescreve a Lei 10.639 e de que forma esta lei deve ser
implementada no universo escolar para enriquecer o fazer pedagógico.
Ao longo das últimas cinco décadas, a Educação Brasileira passou por
inflexões significativas: viu a sua estrutura modificada, três vezes; conheceu
uma estupenda ampliação do número de alunos; implementou uma política de
expansão do quadro de docentes; e protagonizou uma cisão profunda, entre
ensino privado e ensino público. (COELHO 2006, p. 303)

Porém, fica evidente que os professores não conhecem a Lei 10.639/03 bem
como, ainda não encontram-se capacitados para proporcionar aos educandos práticas
anti racistas, haja vista, que não conhecem ou não habilitam-se para participarem de
cursos de capacitação profissional, conforme P3 (Professora Licenciada em Educação
Básica) afirmou “que não é oferecido nenhum curso com finalidade de debelar a ação
segregadora do preconceito e das discriminações.”
Coelho (2008, p. 109) assevera que:
A prática pedagógica compreende duas dimensões: o conhecimento
acadêmico (relativo tanto à área do conhecimento no qual o docente é
especialista quanto às questões relacionadas ao processo de ensino e
aprendizagem) e a experiência profissional, vista aqui como aspecto
constituinte da condição de professor.

E é visando, transformar o fazer pedagógico que se torna necessário que os


profissionais da Educação devem conhecer a epistemologia das relações étnica raciais,
no intuito de ajudar a corrigir inúmeras injustiças das quais o povo negro tem sido
vítima ao longo do tempo dentro do âmbito escolar. Pois só a partir deste conhecimento
e de suas práxis pedagógicas é que os profissionais poderão ensinar aos educandos
negros e não negros a valorizar os seres humanos, bem como de respeitar a diversidade
cultural dos povos brasileiro.

5.4 A escola na fomentação de ações tecnológicas para debelar danos que o racismo e
preconceito causam aos alunos
20

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações


Étnico Raciais (2005, p.24), as ações educativas de combate ao Racismo e a
Discriminação tem como finalidade organizar centros de documentação, bibliotecas,
miniotecas, museus, exposições em que se divulguem valores, pensamentos, jeitos de
ser e viver dos diferentes grupos étnico raciais brasileiros, particularmente dos afro
descendentes.
A partir de então, as escolas devem preparar um estrutura tecnológica que
ofereça aos professores subsídio, para que assim possam proporcionar aos educandos
atividades que tenha como objetivo escamotear com uma das práticas mais perversas no
âmbito escolar que é o preconceito constante com os afro descendentes. P4 (Professora
de Ensino religioso) explana: “Particularmente na escola em que trabalho não há
nenhum meio tecnológico que possa ser usado nesse sentido”.
Torna-se um dever dos profissionais da Educação, assumirem um compromisso
de posicionar-se em relação as práticas de preconceito dentro do ambiente escolar, mas
para isso é de suma importância que a escola juntamente com o professor aponte
atividades que suscite na assimilação do educando uma visão de equidade social, a
partir de exibição dos materiais áudio visual, tal como: filmes, documentários, músicas,
onde proporcione aos educandos juntamente com os educadores uma análise com o
propósito de vislumbrar aos alunos uma História outra versão da História dos afro-
descendentes a qual não foi constituída.

5.5 A valorização da cultura afrobrasileira no contexto escolar

Nota-se que quando se trata de abordar a cultura afrobrasileira, no contexto


escolar, esta tende a ser analisada de forma a silenciar ou até mesmo omitir a História
dos afro-descendentes. É certo que a condição dos negros dentro da escola é vista em
dois momentos: primeiro, no dia 13 de maio e segundo, no dia 20 de novembro.
A inserção dos Programa Curriculares Nacionais (PCN´s) possibilitaram uma
reflexão ampla sobre o verdadeiro exercício de cidadania, permitindo que as escolas
realizassem projetos educativos, onde fosse possível respeitar as diversidades culturais
no país, proporcionando aos jovens um conhecimento social elaborado e reconhecido
como primordial na fomentação dos jovens. Pois a partir do momento, que os currículos
abordam discussões como pluralidade cultural, abre um caminho para o educando
21

perceber de que forma foi construído o patrimônio étnico cultural, vislumbrando o valor
social de cada etnia na sociedade brasileira.
Mas, a partir da Lei 10.639/03, os professores necessitam fortificar sua
formação profissional, onde os educadores terão confiança em abordarem em suas aulas
temas que evidencie a valorização dos atores sócio históricos (negros e índios) no
contexto de sua sala de aula, haja vista, que P5 (Professora da Educação Básica e
Especialista em Educação Especial) concerne: “que os professores pontuam sobre a
História do negro na sala em dois momentos, que se restringem em 13 de maio e 20 de
novembro”.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o Ensino de História e cultura Afro Brasileira e africana. (2005, p. 21),
aponta:
Datas significativas para cada região e localidade serão devidamente
assinaladas. O 13 de maio, Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, será
tratado como o dia de denúncia das repercussões das políticas de eliminação
física e simbólica da população afro brasileira no pós-abolição, e de
divulgação dos significados da lei Áurea para os negros. No dia 20 de
novembro será celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, (...).
Entre outras datas de significado histórico e político deverá ser assinalado o
21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação
Racial.

Considerando a escola como um local de formação de ideologias, fica notório


que, a Lei 10.639 / 03 aponta datas significativas para a discussão da temática, mas cabe
aos envolvidos no processo de formação intelectual (professores) fomentarem sobre o
assunto do afro descendência com a finalidade de combater com o preconceito no
âmbito escolar.

5.6 As Experiências Profissionais dos Educadores da Escola Estadual de Ensino


Fundamental Presidente Castelo Branco

A cultura africana foi enraizada em nosso território, contribuindo para a


formação da sociedade brasileira. Vale ressaltar que o aluno necessita conhecer melhor
sua origem, precisa saber, que o negro quando foi inserido no Brasil, foi com intuito de
prestar seu serviço na agricultura, e que paulatinamente foi fomentado sua influência
cultural para aqueles que aqui já se encontravam, como é o caso do índio, e do europeu.
Por isso, será de suma importância estudar a História cultural do negro com os
22

educando, possibilitando que estes assimilem que a cultura africana é recheada de


aperitivos.
Porém, ao tabular a pesquisa dos profissionais da Educação da Escola Estadual
de Ensino Fundamental Presidente Castelo Branco, fica evidente que a fomentação de
práticas relacionadas à relação étnico racial é realizada somente em alguns momentos
dentro do âmbito escolar, e ainda com a mínima participação dos educadores e
educandos. No que concerne a questão, foi indagado aos professores sobre suas
experiências em que observe-se a conotação especial em relação às africanidades, e a
resposta foi:

P1: Nas programações que são realizadas na escola, com a participação de


poucos;
P2: Não respondeu;
P3: Esportes/lazer, dança da capoeira, preservação da cultura através da
música (batuques, boi-bumbá, samba, etc);
P4: Para falar a verdade, neste pouco período de trabalho (1 ano); não
percebo nenhuma atenção especial em relação às africanidades, percebo sim
um descaso e até um desinteresse por parte dos docentes da escola em que
trabalho;
P5: Para ser sincera, vejo falar sobre os negros em dois momentos dentro da
escola, que se restringem em 13 de maio e 20 de novembro.

Neste contexto, os professores não procuram mudar o ponto etnocêntrico, e


muito menos pontuam a diversidade étnico racial da sociedade brasileira. A comunidade
escolar, ainda procura amparo no que diz respeito ao combate às desigualdades, e
manifestações preconceituosas. Assim, entende-se que a escola é de fato um local onde
deva ser disseminado questões discriminadoras, e logo, o profissional da Educação
torna-se uma peça fundamental na desconstrução desta discriminação social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que, mesmo em 2009, a Lei 10.639/03 completou seis anos e as


Diretrizes curriculares de 2005 quatro anos, ainda existe um grande distanciamento
entre Educação e Diversidade e com isso enfatizamos o descaso da escola pelo
reconhecimento das diversidades raciais e culturais nela inserida, que historicamente
integram a formação do país, com tarefas indispensável na formação para o exercício da
cidadania.
A diversidade de raízes da nossa formação cultural não pode ser
desconsiderada, sob pena de se priorizar apenas a visão do mundo de um daquele
23

seguimento, à exclusão de todos os outros. Para chamarmos a atenção da importância de


desconstrução do racismo, preconceito e discriminação na Escola Presidente Castelo
Branco, usamos como base principal que seja feita uma revisão urgente em
profundidade das práticas pedagógicas da Escola, a partir do currículo, só assim este
espaço escolar poderá proporcionar discussões verticalizadas a respeito das diferenças
presente, favorecendo o reconhecimento e a valorização da contribuição africana, dando
maior visibilidade aos seus conteúdos até negado pela cultura dominante. Esse tipo de
ação promoverá um conhecimento de si e do outro em prol da reconstrução das relações
raciais desgastada pelas diferenças ou divergências étnica.
Para Coelho (2008, p.123)
rever a formação, portanto, é imperativo. mas atuar nas escolas, de forma a
incluir o planejamento como parte da atividade do professor é fundamental
para que, em curto prazo, possamos superar as diferenças dos sistemas de
ensino, tanto público quanto privado.

A escola não tem levado em conta o saber diferenciado que o aluno pode trazer
da vivência com a família ou seu meio social de origem. Assim, ela desconhece a
origem étnica dos alunos e a formação cultural de sua clientela. Mais ainda, a
hegemonia desse modelo excludente tem conseqüência que se estende por todo o
sistema educacional. Implementar o planejamento capaz de responde às especificidades
aponta todas e, ao mesmo tempo, escapar das armadilha que nelas se encerram, exigiria
que os professores recebessem uma formação que os capacitassem a lidar com as
questões educativas.
Logo, cabe aos educadores da Escola Presidente Castelo Branco fomentar
práticas educativas que suscite na comunidade escolar um conhecimento teórico acerca
da cultura africana na sociedade brasileira. Vale ressaltar que o aluno necessita
conhecer melhor sua origem precisa saber, que o negro, quando foi inserido no território
brasileiro, foi com intuito de prestar seu serviço na agricultura, e que paulatinamente foi
fomentada sua influência cultural para aqueles que aqui já se encontravam como é o
caso do índio, do europeu e dos imigrantes. Por isso, será de suma importância estudar a
História cultural do negro com os educando, possibilitando que estes assimilem que a
cultura africana é recheada de aperitivos.
A prática educativa poderá acontecer por meio do estudo desta cultura africana
que foi introduzida no Brasil. O primeiro ponto é mostrar o elemento africano como
formador da cultura brasileira, o segundo ponto é analisar que esta cultura foi produto
24

do processo de transformação de tradições e que ainda vive em constantes


modificações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de História e cultura Afro
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25

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