Está en la página 1de 11
O ENSINO DOS INSTRUMENTOS BASICOS DE ENFERMAGEM * Wanda de Aguiar Horta ** Yoriko Hara, ** Nara Sena de Paula I — INTRODUCAO Consideramos que as funcdes basicas do enfermeiro sejam: a determinagio do diagnéstico de enfermagem, a elaboracao e execu- co do plano de cuidados, a lideranga da equipe de enfermagem e a colaboracéo com outros profissionais para atendimento das neces- sidades globais do paciente. ‘Tendo em vista estas funcdes, as escolas de enfermagem se preo- cupam em ineluir, nos seus curriculos, atividades que promovam a aquisicio de conhecimentos e 0 desenvolvimento das habilidades necessarias ao desempenho eficiente dessas funcdes e de outras ati- vidades profissionais correlatas. No ensino de Fundamentos de Enfermagem alguns desses co- nhecimentos e dessas habilidades sao considerados instrumentos bé- sicos indispensaveis ao desenvolvimento profissional do estudante, So éles: comunicacio, planejamento, avaliagio, método cientitico ou de problema, observacao, trabalho em equipe, destreza manual © criatividade. Néste trabalho temos por objetivo relatar como é feito o en- sino dos instrumentos bisicos aos estudantes do primeiro ano da Escola de Enfermagem da Universidade de Sio Paulo, Como nossa experiéneia com 0 ensino dos instrumentos basics de enfermagem data de poucos anos nao contamos ainda com dados que nos possibilitem tratamento estatistico dos fatos aqui apresen- tados, pelo que nos limitamos a descrevé-los. * — Professéra de Fundamentos de Enfermagem da Escola de Enfermagem da USP. ** Instrutoras de Fundamentos de Enfermagem da Escola de Enfermagem da USP. 160 REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM Il — DEFINICOES Para melhor compreensio do que pretendemos expor, daremos a seguir defini¢des que consideramos fundamentais e das quais de- corre 0 conceito proposto de instrumentos basicos de enfermagem.’ Com apoio em definicio pedagégica, instrumento ¢ objeto uti- lizado como meio de aleancar um fim e instrumental pedagdgico, € 0 conjunto de nogées e habitos indispensaveis ao estudo das di- ferentes matérias de ensino e para a pratica dos exereicios educa- tivos (3). Apoiadas nestas duas definicdes as quais juntamos 0 vocabulo bisico para tornar mais evidente que o que propomos estudar e o que julgamos ser a base no ensino da enfermagem profissional, concluimes que instrumentos basicos na enfermagem sao 0 conjunto de conhecimentos e habilidades fundamentais para o exercicio de todas as atividades profissionais. III — 0 ENSINO DOS INSTRUMENTOS BASICOS DE ENFERMAGEM EM FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM Durante os nossos anos de experiéncias no ensino de Funda- mentos de Enfermagem, sentimos que nao era suficiente e nao satisfazia aos estudantes, nem a nés, a énfase dada ao desenvolvi- mento da habilidade técnica. Ano apés ano fomos sentindo que precisivamos desenvolver outras habilidades que eram tio ou mais significativas que a jd mencionada. Lentamente fomos tomando consciéncia desta necessidade procurando entio, pouco a pouco, de- finir aquelas que achavamos de fundamental importancia para o enfermeiro. Em 1965 incluimos experimentalmente em nosso pro- grama o ensino dos instrumetos basicos acima citados; e os intro- duzimos oficialmente em 1967, 20 mesmo temno em que definiamos de maneira precisa os nossos objetivos. Na metodologia formal e informal de ensino, no que se refere aos instrumentos basicos, seguimos uma wnica orientacdo: parti- mos de uma filosofia por nds elaborada e discutida no que diz respeito & educacdo e a enfermagem, isto é, a idéia fundamental de que o estudante é um individuo com potencialidades a serem identificadas, conscientizadas, orientadas e desenvolvidas; que sua formacio profissional se inicia adquirindo conhecimentos, habili- dades e pelo desenvolvimento de atitudes especificas. * Quando, daqui em diante nos referirmos a instrumentos basicos, trata-se de instrumentos bisicos de enfermagem. REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM 161 © ensino formal é programado para a primeira semana do curso, chamada “Semana de orientacdo”, e é desenvolvido sob a forma de aulas tedricas dinamizadas com a participagao dos alunos. Os assuntos abordados em 8 horas de aula para a introdugao aos instrumentos bisicos sao: 0 método cientifico, orientagéo 20 planejamento, & comunicacio, ao trabalho de equipe, & bibliografia, ao ensino e aprendizagem. © ensino informal segue-se a esta introducio teérica. reali- zado pela integragio dos instrumentos basicos em tédas as disci- plinas que estdo sob a orientacdo direta ou coordenacio de Fun- damentos de Enfermagem. Realizamos esta integracio aplicando as nocées jd adquiridas as seguintes atividades didaticas: a) ensino em campo clinico; b) métodos ativos de ensino (simpésio, seminario, relatério oral, discussao de grupo, visitas, dramatizacio, observacées, es- tudo dirigido, ete; ¢) trabalhos; a) provas de aproveitamento; ©) avaliacao pelos alunos (de cursos, de estudo dirigido e de suas apresentagées nos métodos ativos); 1) atividades extracurriculares, como levantamentos de recur- Ses comunitérios, programacao da semana de enfermagem, cursos, visitas a instituicdes, ete. Atribuimos ao ensino dos instrumentos basicos tal importancia que éstes foram ineluidos e integrados no sistema de avaliacao final para efeito de promocao. Abordaremos a seguir, especificamente, cada um daqueles co- nhecimentos ou habilidades que julgamos compor os denominados instrumentos basicos na enfermagem, dando o seu conceito e a me- todologia de ensino utilizada. COMUNICACAO Ato ou efeito de comunicar, fazer saber, tornar comum, parti- cipar. A mensagem transmitida pela fonte deve ser compreendida pelo recebedor, A interacao enfermeiro-paciente é constituida essencialmente de comunicacao. © ensino formal se inicia como parte integrante dos assuntos abordados na semana de orientacao. 162 REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM As aulas teéricas que fundamentam a comunicacao ficam a cargo da disciplina de Enfermagem de Satide Pitblica, quando sao enfocadas diversas técnicas de comunicacéo como entrevista, pales- tra, demonstracdes, ete, Estes conhecimentos sio aplicados nas entrevistas especificas para contacto com a equipe de enfermagem e de satide, entrevista com pacientes para histérico de enfermagem, com clientes em vi- sitas domiciliares e no atendimento em centros de saude. © ensino da comunicacio também é feito e aplicado em salas de aula na apresentacio em relatorios, simpésios, seminarios, dra- matizagdes e discussio em grupo em que se observa a dinamica de grupo; e informalmente, toda e qualquer comunicacio do aluno, seja com colegas, pacientes, professdres, ou equipe de trabalho é observada, analisada e aproveitada para ensino. Acompanha-se ainda o desenvolvimento da aprendizagem do aluno, em térmos de comunicacio, através da avaliacdo diaria de sua atuagao no campo clinico. PLANEJAMENTO ¥ a acdo de planejar e também o instrumento (ou plano) obtido. Planejar é elaborar um programa de acao. (7), O planejamento é um proceso intelectual, isto 6, a determinagdo consciente do curso de acdo, a tomada de decisdes com base em objetivos, fatos e esti- mativas submetidas 4 anilise. (4). © atendimento de enfermagem em qualidade e quantidade s6 € adequado quando resultante de um planejamento eficiente. Durante a semana de orientacdo damos aos alunos nocdes sobre planejamento, como um dos principios de administracao. So destacados sua importancia, as caracteristicas de um plano e © objetivo a ser alcancado, Antes do inicio da pratica no hospital damos uma aula sébre plano de trabalho, como elaboré-lo e como definir seus objetivos, destacando a sua importancia. Antes do estagio hé aula sdbre plano de cufdados de enfermagem desenvolvendo-se, entio todos os aspectos do planejamento de cuidados, © ensino informal é feito pela orientacao dos alunos nas di- versas disciplinas. Todos os professéres realeam a necessidade de planejar estudos ¢ outras atividades. Os alunos fazem planos para confeccao de material audio-visual, para apresentacio de simpo- sios, seminérios, dramatizacdes e, 0 que é importante, os executam e avaliam. REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM 163 Durante téda a pritica no hospital apresentam planos de tra- balho que sao discutides e avaliados diariamente. No estagio, além do plano de trabalho, o aluno faz e executa o plano de cuidados. Nas folhas de supervisao do trabalho pratico e no boletim de estagio ha itens para avaliagio do plano de trabalho e dos habi- tos de planejamento, AVALIACAO B apreciacdo, medida. Na educacdo, é a verificacio do rendi- mento da aprendizagem em sua extensao e profundidade, tendo em vista os objetivos propostos. E um processo integrante do desenvoi- vimento da aprendizagem., Basicamente, a avaliacdo se divide em auto-avaliagao e avalia- cdo propriamente dita (dos outros). Para poder bem avaliar é necessario, inicialmente, que o indi- viduo possa se auto-avaliar objetivamente. Na enfermagem, trabalhamos com séres humanos e é exigido de seu profissional 0 uso constante do poder de avaliacdo. A avaliacio objetiva e construtiva é um processo dificil, prin- cipalmente no que diz respeito a auto-avaliagao. © ensino formal da avaliac&o é feito inicialmente através da prelecdo dinamizada sdbre método cientifico e planejamento, em que so salientadas sua necessidade e importancia em qualquer empreendimento. Apés éstes conhecimentos, segue-se 0 ensino informal, Este se desenvolve durante todo o programa, através do seguimento dos alunos nas suas atividades escolares e em campo clinico, Assim, a avaliacdo 6 ensinada através de: — auto-avaliacdo e avaliacdo sobre o trabalho dos colegas nas apresentagées dos métodcs ativos de ensino, principalmente apés as discusses de grupo com aplicagio da dinamica de grupo; — auto-avaliaciio e avaliacio de grupo nas atividades em campo clinico: diariamente, apés 0 estagio; —— avaliac&o de grupo. Em cascs de problemas da classe, como de relacionamento, atitude, ete. Para téda avaliacio sAo observados critérios estabelecidos se- gundo os objetivos do programa. Estes sio apresentados anterior- mente aos estudantes para tornar mais facil e objetiva a avaliagdo, Independentemente da avaliacio dos estudantes, os docentes também os avaliam e procuram se auto-avaliar constantemente, seguindo também critérios comuns pré-estabelecidos. 164 REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM Apés o término de cada disciplina é feita geralmente a avalia- cdo sobre a mesma em relacio a0 contetido, método diditico e ati- vidades discentes. METODO CIENTIFICO OU DE RESOLUCAO DE PROBLEMA £ 0 método légico que utiliza o método cientifico e, segundo Frota Pessoa, consta das seguinstes fases: — observacio; — identifacio do problema; — defini¢do e isolamento do problema; — emissio de hipéteses ou teorias; —comprovacio das hipéteses por experimentaciio, raciocinio logico ou pesquisa bibliogratica; — anilise e conclusées; — generalizacio. No desenvolvimento dessas fases sio utilizados os processos de raciocinio indutivo-dedutivo e analitico-sintético. Para solucionar problemas de enfermagem, 0 método de resolu- cao de problemas pode e deve ser utilizado. © ensino formal é feito através de aula tedriea na semana de orientagao, em que sio fornecides os fundamentos do método. Se- gue-se a aplicacio désses conhecimentos nas situacdes priticas curriculares, tais como: algumas provas de aproveitamento, situa- gées reais no hospital, experiéncias de laboratério, solucio de certos problemas que surgem entre os alunos, identificagio dos problemas do paciente para determinacdo do diagnéstico de enfermagem e execucio do plano de cuidados. © professor aproveita as situacdes novas que se apresentam para induzir o aluno a utilizar 0 método de problema, acompanhar seu raciocinio e analisar suas concludes. A evolucio do desenvolvimento do aluno no uso do método cien- tifico é acompanhada principalmente pela avaliacko subsequente dos planos de cuidados. OBSERVACAO £ a acio ou efeito de observar, isto é, olhar com atencio para examinar com minucia; atencdo que se da a certas coisas. Florence Nightingale assim se exprimiu sdbre a observacao; “sem © costume de observar de maneira rapida e atilada, nés, enferme:- ras, seremos initeis, mesmo com téda nossa abnegacio” (8), REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM 165 A observacéo é 0 primeiro passo para execucdo de todos os cuidados de enfermagem. © ensino formal da observacao ¢ realizado em duas etapas. A primeira durante a semana de orientagao, em que 0 assunto é abor- dado em aula sébre o método cientifico, dando-se énfase a obser- va¢ao como o primeiro passo déste método, a sua importancia na enfermagem e no estudo em geral. Na segunda etapa, ja na metade do curso, quando abordamos as unidades do programa de Funda- mentos, “Observacio de Sinais e Sintomas” e “Observacao siste- matizada”. Nessas aulas insistimos na importancia da observacio para a enfermagem, a responsabilidade do enfermeiro, 0 que, como, porque observar; anotacio e registro das observacées, a utilizagio da inspecio, palpacdo e ausculta na observacao sistematizada. De maneira informal, a observacao é desenvolvida nas ciéncias basicas, tendo como roteiro os manuais de estudo dirigido ou de laboratério. © aluno deve observar pecas, laminas, desenhar o que viu, fazer pequenas experiéncias, descrever as observacdes e resultados das experiéncias realizadas, além de responder a questionarios e exer- cicios sdbre o assunto estudado. Nas disciplinas de enfermagem, 0 aluno recebe orientacao oral ou escrita para observacao de visitas a servicos de saneamento, a instituigdes de satide e a aspectos de comunicagao interpessoal, do comportamento do paciente diante de determinadas situagdes como, por exemplo, sua admissio ao hospital. Durante tode o ensino pratico e estagio o estudante é induzido a observar sinais e sintomas, comportamento do paciente e ambien- te; faz 0 histérico de enfermagem de seus pacientes acompanhado da observacio sistematizada. Nas félhas de avaliagdo do trabalho pratico ha sempre itens relacionados @ observacdo do paciente, ao ambiente, etc., permitia- do que o aluno se autoavalie e que seja orientado pelo professor, TRABALHO EM EQUIPE Atividade sineronizada e coordenada, sem atritos, desenvolvida por um grupo estreitamente unido. Hoje nao se concebe mais um profissional que trabalha isola- damente. Na complexidade da estrutura social moderna, um indi- viduo depende do outro no desempenho de suas tarefas que geral- mente sao especializadas. O ensino do trabalho em equipe é feito através de uma prelecio na semana de orlentacdo e, posteriormente, os estudantes passam a trabalhar e estudar em grupo. 166 REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM © ensino informal e pratico consta de: — participagdo em métodos ativos de ensino em que é sempre analisada a dinamica de grupo; —confeceao de material audio-visual; —ensino em campo clinico: apés a primeira fase do estagio que se destina principalmente a desenvolver a comunicacio e destreza, os grupos de estudantes passam a ser respon- sdveis por uma tarefa. Recebem uma enfermaria com varios pacientes, escolhem um coordenador, distribuem as tarefas, planejam e executam o trabalho e fazem a sua avaliacao. Apés a avaliacao do aluno, é realizada a avaliacdo do professor que a integra no boletim final. DESTREZA MANUAL # a capacidade que o individuo tem de executar trabalhos manuais. # indispensavel na enfermagem um bom desenvolvimento da habilidade manual como um instrumento de trabalho e nao como um fim. Ha ainda necessidade da hibilidade manual nos laboratorios de Bioquimica, Fisiologia, Nutricio Microbiologia, Anatomia e Parasi- tologia, na execucao de técnicas basicas de enfermagem e no mancjo do material estéril, contaminado e limpo, bem como dos aparelhos e instrumentos utilizades na enfermagem. © desenvolvimento da destreza manual se faz através do en- sino das técnicas que exijam tal habilidade, Bste aprendizado co- mega nos laboratorios das ciéncias basicas. Os cuidados de enfer- magem que exigem habilidade manual sao ensinados consideran- do-se 0 aumento gradativo de sua complexidade. O ensino das téc~ nicas que exigem maior coordenacao motora é ministrado em varias etapas para facilitar a aprendizagem. A determinacao do mimero de experiéneias para o desenvolvi- mento da habilidade manual de cada aluno depende de sua capaci- dade individual e resulta da observacao do professor e auto-avalia- ¢&o do estudante. Apés cada experiéneia ¢ feita avaliacdo, tanto pelo aluno como pelo professor, que se baseiam em critérios comuns pré-estabelecidos nas félhas de supervisio. CRIATIVIDADE # a capacidade que tem o individuo de criar, utilizando-se dos seus recursos de imaginagao e do espitito criador, A criativida‘ie REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM 167 6 uma necessidade humana e todos os séres humanos a sentem em maior ou menor escala. Sendo a enfermagem uma ciéncia aplicada, exige-se de seu profissional a utilizagio de recursos de imaginaciio e criatividade na aplicacéo dos principios cientificos para a assisténcia de en- fermagem. Por enquanto, 0 ensino désse instrumento basico tem sido so informal, e o realizamos da seguinte maneira: elaboragdo de téc- nicas de enfermagem pelos alunos que recebem como tnico subsi- dio os principios cientificos implicitos; pela dramatizagao de pri- meiros socorros, sendo o “script” e as situagdes de exclusiva criagio dos alunos; modélo de apresentacio do plano de cuidados, deixado a cargo da imaginacao e criatividade de cada estudante, sendo os modélos apresentados corrigidos posteriormente, buscando-se possi- vels aperfeicoamentos; responsabilidade na manutencio do mural da sala de aula e a pesquisa de solucées possiveis para a resolugio dos problemas de pacientes. IV — APRECIACAO SOBRE 0 RESULTADO DO ENSINO DOS INSTRUMENTOS BASICOS Embora nossa observacao nao tenha sido baseada em dados estatisticos, pudemos notar que, aps a introdugio do ensino siste~ tematizado dos instrumentos basicos, em Fundamentos de Enferma- gem, houve uma diferenca marcante no comportamento dos alunos, em relagao aos anos anteriores. No que diz respeito & observacao, verificamos que a identifica cao dos problemas dos pacientes tornou-se mais facil e répida e, quanto ao planejamento, éste contribuiu na distribuicéo racioual do tempo e na organizacao do trabalho, © método de problema tem auxiliado no desenvolvimento da objetividade e, juntamente com a criatividade, tém possibilitado 9 atuacdo eficiente do estudante nas situacdes imprevistas e na solucio dos problemas dos pacientes. © desenvolvimento da comunicacdo permitiu melhor interre- lac&o aluno-paciente-equipe, facilitando a coleta de dados, identifi- cagio de problemas e execugdo dos cuidados de enfermagem. A vivéncia do trabalho em grupo tem ajudado a desenvolver 9 espirito de equipe, melhorar o relacionamento interpessoal e desen- volver responsabilidade. © uso sistematico da avaliacdo permitiu uma aprendizagem mais objetiva, mais eficiente em tempo e qualidade e mais racional tor- nando os alunos mais ponderados e conscientes de sua atuacdo. 168 REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM desenvolvimento da habilidade manual tem melhorado subs- tancialmente, com a integracio de todos os instrumentos basicos seu enfoque nos principios cientificos aplicdveis em cada cuidado. A influéncia benéfica dos instrumentos basicos no desenvolvi- mento integral dos estudantes decorre da interdependéencia entre éles, um reforeando 0 efeito do outro, disto resultando: a) observacdes mais objetivas, mais significativas e em maior niimero; identificacio de problemas com menos dificuldades € maior rapidez; b) histéricos de enfermagem mais completos; elaboragao e exe- cugao de bons planos de cuidados basicos; habilidade ma- nual mais aprimorada; ¢) trabalho em equipe harmonioso e com maior rendimento; d) avaliagées construtivas e objetivas; e) iniclativa e criatividade na solucao de problemas. V — CONCLUSOES E RECOMENDAGOES Tendo em vista as observagdes descritas, podemos chegar as seguintes conclusées: — 0 ensino dos instrumentos basicos em Fundamentos de En- fermagem € necessario em vista da influéncia positiva que exerce sdbre o desenvolvimento integral do estudante e sua formacao profissional. — 0 ensino dos instrumentos basicos é passivel de realizacao pois nao exige recursos materiais e humanos especializados, — © ensino dos instrumentos basicos, por ser essencialmente informal e pratico, permite a sua aplicacio imediata e-9 individualizacdo da aprendizagem, — © ensino dos instrumentos basicos deve ser integrado em tédas as situacées didaticas. Julgamos pois, poder recomendar: — Que as escolas de enfermagem estimulem os docentes a in- cluir em seus programas o ensino dos instrumentos basicos. — Que os docentes adotem ésse sistema de ensino, iniciando-o em Fundamentos de Enfermagem. — Que sejam realizadas pesquisas no sentido de: a) testar a validade dos instrumentos basicos aqui apre- sentados; b) identificar novos instrumentos basicos, 6 o ‘8) REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM 169 BIBLIOGRAFIA EEUSP e OPAS. — Seminario nacional sobre curriculo do curso de graduacio em Enfermagem, 1968. FROTA-PESSOA, Oswaldo, — Manual de Bibliografia, 2." ed. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1960. HOZ, Victor Garcia e Col. — Dicionario de Pedagogia, Barcelona, Labor, V. 2, 1964. KOONTZ, Harold ¢ O'DONNEL, Cyril. — Principios de Administracao. Sfio Paulo, Pioneira, V. 1, 1964 LIMA, Lauro de Oliveira. — A escola secundéria moderna. 14° ed, Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1965, MATOS, Luiz Alves. — Sumario de didatica geral, 3° od, Rio de Janeiro, Aurora, 1960. MOITINHO, Alvaro Porto. — Ciéncia da Administracdo. 5.4 ed., Sio Paulo, Atlas, 1963. NIGHTINGALE Florence. — Notes on nursing: What it is and What it is not, (Fac simile of 1859 ed.) Philadelphia, Lippincott, 1946.

También podría gustarte