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NT ee Projetar ¢ apresentar solugbes diferenciadas ¢ 0 principal desafio deste livro de Miriam Gurgel. $20 discutidos, nesta publicacéo, de forma minuciosa, fatores subjetivos € objetivos que envolvem 0 desenvolvimento de um projeto nessa drea. Ao lado da necessidade profissional de conhecer fatores objetives, como normas técnicas, medidas ergondmicas, pontos de elétrica, detalhes arquitetdnicos, etc., ha que se considerar o fato de que esses elementos s6 adquirem sentido se vinculados utilizagao do espago, do ambiente ¢ de todos os detalhes referentes as atividades que nele sero realizadas, bem como as preferéncias ¢ aos interesses de quem o utiliza. projeto de design de interiores envolve, de acordo com a autora, um profundo estudo sobre o perfil do cliente, abrangendo nao somente seus gostos, particularidades, necessidades ¢ caracteristicas, como também as caracterfsticas, necessidades ¢ possibilidades do espaco fisico em questao. A partir dessa anilise, é possivel definir ¢ desenvolver 0 cardter, a atmosfera e 0 estilo da composicao, permitindo o uso da originalidade em harmonia com as informacées levantadas. © uso de materiais, padronagens ¢ texturas, a criatividade ¢ os critérios na escolha dos elementos compositivos, o aproyeitamento de algumas caracteristicas arquitetonicas do local e a adaptagdo de outras, a influéncia da iluminagao e da cor nos ambientes, os princ{pios do design ¢ a inspiragzo nos movimentos artfsticos, entre outros fatores, sio tratados em detalhes pela autora, que forma, com seus livros anteriores ~ Projetando espacos: guia de arquitetura de interiores para dreas residenciais € Projetando espagos: guia de arquitetura de interiores para dreas comerciais —, uma trilogia fundamental para a8 estudos € 0 desenvolvimento de projetos na érea. E, também, de sua autoria, Organizando espagos: guia de decoracio e reforma de residéncias, CARIMBADA| Projetando espacgos: design de interiores ‘OBRA ATUALIZADA CONFORME ‘O NOVO ACORDO ORTOGRAFICO DALINGUA PORTUGUESA. Dados Internacionais de Catalogacao na Publicacio (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Gurgel, Miriam Projetando espacos : design de interiores / — 4 ed, —Sio Paulo ; Editora Senac Sio Paulo, 2011. im Gurgel Bibliografia, ISBN 978-85-7359-917-6 1.Decorago deinteriores 2. Design I. Titulo. I, Titulo: Design de interiores. 07-6070, cpD-747 indice para catdlogo sistemético: 1. Decoragio € estilo : Design de interiores : Artes decorativas 747 @ Miriam Gurgel (2 } ETEM/ Projetando espagos: design de interiores 4° edicGo Editora Senac Sao Paulo — Sao Paulo — 2011 ADMINISTRAGAO REGIONAL DO SENAC NO ESTADO DE SAO PAULO Presidente do Conselho Regional: Abram Szajman Diretor do Departamento Regional: Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitario e de Desenvolvimento: Luiz Carlos Dourado EDITORA SENAC SAO PAULO Conselho Editorial: Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos Santana Gerente/Publisher: Jeane Passos Santana (jpassos@sp.senac.br) Coordenagao Editorial: Marcia Cavalheito Rodrigues de Almeida (mcavalhe@sp senac.br) Thais Carvalho Lisboa (thais.clisboa@sp.senac.br) Comercial: Jeane Passos Santana (jpassos@sp.senac.br) Administrativo: Luis Américo Tousi Botelho (Iuis.tbotelho@sp.senac.br) Ecdigo de Texto: Luciana Garcia Preparagao de Texto: Tereza Gouveia Revisto de Texto: lvone P. B. Groenitz, Luiza Elena Luchini, Maria de Fatima A. M. 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O projeto no papel, 209 Referéncias bibliograficas, 219 Indice geral, 221 Nota do editor CEDETENA Se A formacdo profissional na area de design de interiores necessita de domi- nio técnico ¢ criatividade na organizacao de um projeto. Esse é 0 principal objetivo de Projetando espagos: design de interiores, de Miriam Gurgel. Para tanto, é necessario que 0 projeto contemple as diferentes necessidades internas de cada espaco, criando ambientes onde forma e funcao, isto é, estética e funcio- nalidade, convivam, de maneira que atendam as expectativas de cada individuo. Nesta publicacao que se vincula a uma drea em que o Senac Sao Paulo tra- dicionalmente desenvolve a¢ao educacional — design de interiores —, os leitores ~ profissionais e estudantes — encontrarao um roteiro seguro, essencialmente pratico, que parte de conceitos objetivos para a formulacao de consideragdes técnicas e culturais, tendo em vista a elaboragao de um bom projeto. Aos meus amores Matt, Tata, Dedi e Yara e } CeDeTENs/ CEDETEM, A Posso dizer que escrever este livro tornou-se uma jornada maravilhosa, uma verdadeira viagem no tempo. Relembrei a época de estagidria no escritério de Sig Bergamin, nos anos 1980, com o estilo clean a todo vapor... Tempos da exaltagao yuppie! Meus anos de parceria com 0 arquiteto e amigo Marcos Costa, no nosso escritério. em Sao Paulo, onde aprendemos tanto durante os seis anos que trabalhamos juntos. O encontro com os Irmaos Campana em Milao, quando apenas come- avam sua espléndida jornada internacional. O langamento da primeira cadei- ra criada pelo arquiteto e “colega de faculdade” Arthur Mattos Casas, também no inicio de uma brilhante carreira, Minhas aulas sobre design italiano em Milao, nos anos 1990, quando se discutia 0 que seria realmente “identidade” num projeto de interiores. Foram bons tempos e ainda continuam sendo, jé que estao vivos na meméria! Introdugdo Quando nos referimos ao design de interiores, nosso pensamento remete- -se imediatamente aos espacos que nos circundam, residenciais ou comerciais. Estamos agora concentrados em um universo diferente do da Arquitetura, mas ao mesmo tempo complementar a ela. Um universo nao menos complexo. O modo como nos comportamos em um local é determinado basicamente por dois comandos visuais: inconsciente, que da referéncias e “dicas” de como nosso comportamento seria conveniente no espago; e inconsciente, nosso background, nossa histéria, o modo como fomos educados. Assim, € nitida a responsabilidade do design de interiores como um ele- mento a mais nas relagdes humanas. Este livro mostra fundamentos e conceitos imprescindiveis num projeto de interiores de forma clara e objetiva. As fotos e as ilustragdes nao identificam moda ou tendéncias; o objetivo é abordar conceitos e ferramentas de projeto que ajudem arquitetos, designers, estudantes ou qualquer pessoa interessada em design e decoracao. Alguns autores classificam 0 processo criativo como “inconsciente”. Eu, no entanto, acredito num componente altamente consciente nesse processo, ou seja,a utilizacao responsavel e direcionada dos elementos e princfpios do design na busca de uma solugao que atenda as expectativas concretas e emocionais tio particulares a cada individuo. A pesquisa é a maior aliada de um projeto criativo e interessante, Sem ela, o resultado é previsivel e limitado ao que conhecemos. Somente a pesquisa abre as portas ao novo. 14. Prjeani pao design dinero O vazio, a auséncia, também é parte essencial do projeto. Como se comeca um projeto de interiores? Quais as etapas envolvidas nesse processo? Para que haja um projeto, sao necessdrios um “cliente” e um espa¢o existen- te ou a ser construfdo. PRIMEIRA ETAPA: DEFINIR O BRIEFING OU PERFIL DO CLIENTE Go existe “o que” se nao houver “para quem” Todo projeto deve partir da criagao de um briefing, ou seja, o perfil do cliente, uma lista de instrugdes, com todas as especifica¢ées relativas a quem se destina(m) 0(s) espago(s) em questo e a necessdria inter-relagao espacial entre ele(s). Para se fazer o briefing, € fundamental o levantamento das caracteristicas de cada um dos individuos aos quais se destina o projeto, como particularida- des, temperamento, anseios, hobbies, expectativas e prioridades. As caracteris- ticas no desempenho das atividades relacionadas aos ambientes do projeto devem ser minuciosamente investigadas, para que se providenciem os equipa- mentos necessarios. Projetando ovspago Para projetar 0 closet, por exemplo, é fundamental saber como o cliente guarda suas roupas e a quantidade de pares de sapatos e bolsas que tem, Fazer um levantamento dos equipamentos que devem ser previstos no escritério ou home office e suas respectivas dimensdes serd imprescindivel na hora de pro- jetar. Priorize as necessidades de cada pessoa, de modo a garantir que futuros ajustes no projeto, se necessdrios, sigam corretamente a expectativa do cliente. E fundamental saber o que o cliente deseja em cada um dos ambientes, por exemplo dimenses minimas, iluminagao, mobilidrio, estimulos visuais » etc, Entender cada um dos envolvidos, a finalidade dos ambientes e as caracteristicas existentes no espaco fisico destinado a cada fi- nalidade é o ponto-chave e o primeiro Passo num bom projeto de design de interiores. Por exemplo, no briefing de um projeto de interiores destinado a uma fa- milia, deve-se incluir: membros da familia, sexo, idade, hobbies, * anseios, escolaridade; necessidades pessoais e conjuntas e prioridades; necessidades espaciais para cada familiar; mimero de pessoas que utilizardo os espacos coletivos e suas particularidades. O perfil do cliente pode ser definido com varias com versas, entrevista, refle- x0, observacio e, sem diivida, uma visita ao local acompanhado do cliente. Eaconselhdvel consultar 0 diente apés a elaboracéio do briefing. Verificar os pontos do projeto antes de cobicé-lo pode economi- zar tempo. Projetando espacas design de interiores EXPENSES | — Bava /enmeenoa | FIG. 1 — Anotacées feitas durante entrevista foram utilizadas na redagdo do briefing. SEGUNDA ETAPA: ESTUDAR O LOCAL A anilise do ambiente forneceré as diretrizes e a orientacao da setorizacao, do projeto. Dimensdes, materiais existentes, elementos arquitetonicos impor- tantes, pontos elétricos, etc. devem ser corretamente analisados, ou podem, ainda, ser fotografados para referéncia futura ou comparacao posterior do re- sultado final com o previamente existente. Projetando o espago | No caso de um espaco existente, é possivel que haja plantas com dimensées e estrutura. Mesmo com uma planta em mos, é sempre bom conferir in loco todas as informagées referentes ao local, para se verificarem alteragGes ja reali- zadas: dimensoes (altura, largura e profundidade dos elementos presentes); + localizacao de portas e janelas; + revestimentos existentes (material, cor, tamanho, acabamento, etc.); * pontos de luz e de elétrica (em alguns casos, 0 “local exato” de cada um deles); correta localizagao dos pontos de 4gua e esgoto (se for 0 caso); detalhes arquiteténicos (pilares, nichos, vigas, etc.). FIG. 2- Exemplo de informacoes coletadas in /oco. Projetando espagos: design de interiores E importante também complementar 0 registro com fotos, pois, como sa- bemos, uma foto pode valer mais do que muitas anotagoes. Quando 0 projeto se destina a um espago em construcao ou a ser construido, as plantas serao as tinicas referencias. Entrara em cena a capacidade do designer de visualizar um espaco ainda inexistente. Os recursos gréficos como computacao, perspectiva ou maquete podem aju- dar bastante nessa visualizagao. Quando o design de interiores é desenvolvido separadamente do projeto de arquitetura, podem ocorrer alguns pequenos problemas que seriam de facil solucao caso fossem desenvolvidos em conjunto ou em paralelo. O processo de criagGo comeca realmente apés a definigGo de “O que”, “Para quem” e “Onde”. As solugdes serdo infinitas, por- tanto a existéncia de um briefing nos fornecerd diretrizes, nos manteré nos trilhos e organizaré o projeto. TERCEIRA ETAPA: JUNTAR OS DADOS Esta etapa é também crucial. As informacoes coletadas devem ser agora or- ganizadas e, principalmente, priorizadas. Na maioria dos casos, seré necesséria uma pesquisa mais direcionada. Di- mensio ideal do televisor para determinado tamanho de home theater, siste- mas de som existentes no mercado e caracteristicas técnicas de sistema computadorizado de automagao residencial requisitados pelo cliente, etc. Para que o processo criativo se inicie, uma a uma das lacunas importantes devem ser preenchidas. QUARTA ETAPA: DESIGN OU O PROCESSO CRIATIVO Muitas vezes nos assustamos com a dimensao e a complexibilidade de um projeto. Bruno Munari, em seu livro Das coisas nascem coisas, aborda de forma simples e didatica 0 processo criativo e a necessidade da subdivisdo de um Projetando o espago grande projeto em subprojetos, e assim sucessivamente, até alcancarmos um universo menos assustador e mais compreensivel. FIG. 3-0 processo de criagdo 6 complexo e deve ser desmembrado em pequenos subprojetos. Esse é o segredo de um resultado funcional, interessante e que atenda a todas as necessidades do cliente. Projetando esparos: design de interores CEDETENY Design nao é desenho, mas o desenho faz parte do design. O design relacio- nado a artes, podemos dizer, é um processo criativo que utiliza espago, forma, linhas, texturas, padronagens, bem como luz e cor para solucionar problemas e atingir metas especificas. Nesse processo criativo, devemos considerar principios basicos como equi- Iibrio, ritmo, harmonia, unidade, escala e proporsao, contraste, énfase e varie- dade. O resultado projetual final sera fortemente influenciado por sua funcao, pelos materiais utilizados com suas caracteristicas proprias, pela tecnologia disponivel e, ainda, por um fator novo: a preocupagao com a ecologia ¢ a sustentabilidade. A tecnologia é a responsdvel pela cria¢ao, aplicagao e utiliza- Gao de diferentes materiais e processos construtivos, possibilitando solucdes diferentes e até mesmo inusitadas. Considero como primeiro passo para um bom design nossa capacidade de alterar paradigmas, conceitos e preconceitos, mantendo a mente aberta a solu- goes desconhecidas e inovadoras. O primeiro exercicio que fago com meus alunos de design ¢ pedir-Ihes que desenhem um croqui de uma mesa para refeigdes. Posso dizer que 90% deles desenham uma mesa com quatro pernas ¢ alta, Na realidade o que eles dese- “Design?” e seus sis elementos nham é uma ideia preconcebida de mesa, segundo suas culturas e experiéncias particulares. A questao é que uma mesa para refeigdes pode ter inumeras interpretacdes, dependendo do usudrio. Por exemplo, se nosso cliente imaginério fosse japo- nés, ele poderia dizer que uma mesa alta seria totalmente inadequada. Portanto, lembre-se: Design nGo é sobre “sua” ideia ou “seu” conceito preestabelecido sobre ass coisas. Design é sobre necessidades e solugGes criativas e apropriadas para elas. 1. ESPACO. Se nao formos capazes de levantar corretamente as diferentes necessidades de cada ambiente, familia, individuo como ser tinico e complexo, profissao e, por fim, atividade que sera realizada no espaco a ser criado, nao chegaremos nem perto de um bom projeto. Accoleta de informagoes fisicas e emocionais relevantes a um projeto é, sem duivida, uma das partes mais importantes. Ela nos ajudard a alcangar nossos objetivos de maneira organizada, poupando tempo e mantendo 0 projeto na diregao certa. Costumo dizer que pequenos espacos e grandes ambientes sao dois extre- mos dificeis de lidar. © ambiente pequeno requer bastante flexibilidade na solucao projetual. Podemos dizer que muitas vezes temos de agir como verdadeiros magicos para adaptar um espaco muito restrito a todas as atividades materiais que ali de- vem ser organizados. Um espago muito grande corre o risco de se tornar impessoal. Uso sempre como exemplo areas de espera de aeroportos ou showrooms de lojas. Se no tomarmos cuidado, 0 projeto podera se assemelhar a esses ambientes, numa total falta de tracos pessoais. Entretanto, se esse for o objetivo do projeto, nada mais correto seguir esse exemplo! 26 Projo pao design dentro FIG. 4 — Espacos amplos necessitam de especial atencao para que ‘ndo fiquem impessoais ou com atmosfera de loja de méveis. “Design” eseusseselementos Podemos utilizar nossa criatividade para alterar a sensagao espacial de um ambiente, bem como para estimular determinada reacao. Nada deve ser por acaso quando nos referimos a design. O designer de interiores deve utilizar conscientemente as ferra- mentas disponiveis para atingir um objetivo claro e especifico. 2. FORMA E CONTORNO A forma dos objetos, das paredes, do espaco e seu contorno estao interliga- dos. Enquanto a forma pode ser bidimensional ou tridimensional, 0 contorno sempre sera “chapado’, ou seja, bidimensional. FIG. 5 ~A representagio em “planta” deste projeto mostra o contorno dos méveis e objetos. A perspectiva, entretanto, mostra a forma. 28 Prieta acs sign dimers A forma e/ou contorno retos, angulares ou curvos adicionarao ao ambiente as mesmas caracteristicas que linhas retas, obliquas e curvas proporcionariam, jd que sero formadas por elas. 3. LINHAS Nossos olhos inconscientemente seguirdo a orientagdo das linhas de um ambiente. O modo € 0 tipo de linha num projeto adicio- narao diferentes caracteristicas a ele. pilar e pedestal predominam, “austeridade” ao jardim interno. FIG. 6 Linhas verticais criadas pelas janelas, acrescentando “Design” seus seis elementos A linha reta, por exemplo, é mais direta e masculina. A horizontal ajuda a relaxar, a conferir uma caracteristica mais calma e tranquila. A vertical pode alongar e sofisticar o clima da composigio. A linha quebrada esta relacionada a um efeito menos estavel e mais intranquilo. Esta ligada ao movimento, conferindo uma caracteristica mais dinamica ao ambiente. Deve, entretanto, ser utilizada com ressalvas, ja que pode adicionar um componente inquietante a composicao. A curva proporciona maior suavidade e feminilidade onde for aplicada. FIG. 7 — A linha horizontal criada pela prateleira procurou™ pela linha inclinada do teto. Bordas arredondadas nas Pranchas e complementos também ‘abaixar”’ o pé-direito alto criado arredondados buscam quebrar a masculinidade'e rigidez das linhas retas. Projetando espacos design de interores 4, TEXTURAS E PADRONAGENS Mais do que servir como complemento para o “estilo” do ambiente, as tex- turas e padronagens possuem propriedades e caracteristicas fundamentais num projeto. Texturas Lisas ou brilhantes refletirao mais o som ¢ 0 calor,ao mesmo tempo que sio de ficil manutengao. As cores dos materiais parecerdo mais intensas, ¢ os objetos | eas superficies onde forem aplicadas parecerdo mais proximos do observador. As texturas brilhantes, caso sejam utilizadas em demasia, podem deixar um ambiente muito estimulante e, consequentemente, irritante e nem um pouco relaxante. Texturas ruisticas, 4speras ou opacas absorvero mais o som ¢ 0 calor inci- dente e terao uma manutengao um pouco mais dificil. As cores das superficies serao mais suaves, e os objetos e superficies parecerao mais distantes. Usadas em demasia podem deixar um ambiente “pesado”. E aconselhivel sempre procurar balancear a composigao, quer por meio de cores e de ilumi- nagao, quer por qualquer outro elemento do design. Est@o presentes em cada um dos materiais selecionados para um projeto, o que faz da escolha correta uma tarefa complexa que vai muito além do “gosto” ou “modismo”. Algumas texturas estao diretamente vinculadas a determinado estilo, época ou mesmo a uma sensagao especifica. Podemos dizer que algumas sao mais contemporaneas ou com um “appeal” mais moderno, como 0 ago, 0 vidro e 0 brilho. Jé 0 cristal, o veludo ou a seda podem nos remeter a uma época histori- ca. Superficies risticas como terracota, pedras, caiagao ou ferro, no entanto, poderao nos lembrar campo e fazenda. Portanto, 0 tipo de textura a ser utilizado ser o que melhor aten- der as caracteristicas das atividades que seréo desenvolvidas em cada ambiente, bem como ao estilo escolhido para o ambiente. 31 “Design” e seus seis elementos FOTO 1 — Exemplo de texturas. Padronagem bidimensional ‘Trata-se de um componente visual do projeto, portanto ligada diretamente as sensacoes. Pode ser linear, floral, tematica, geométrica, etc., porém sempre sera impressa, estampada ou pintada sobre uma superficie. FOTO 2 ~ Alguns tipos de padronagens encontradas em diferentes materiais aplicados num projeto de design de interiores. Projetando espags: design deinteriores A escolha da padronagem podera variar segundo 0 tamanho do ambiente, do mével ou do complemento onde seré aplicada. Padronagens pequenas afastam as superficies; as grandes aproximam a su- perficie do observador. Um piso de mosaico de vidro podera compor melhor um ambiente peque- no, como um lavabo, ampliando o espaco destinado a ele. Jé grandes azulejos ficardo mais bem proporcionados em amplos ambientes. Um tecido com estampa grande teré mais chance de sucesso se aplicado num sofa do que no acento de uma cadeira. Cuidado para nao extrapolar na variedade de padronagens num. mesmo ambiente, pois 0 resultado podera ser inquietante ou até mesmo irritante. O oposto também poderé ser problemati- co, com um resultado previsivel e sem graca. Padronagens e texturas se complementam. FIG. 8 — Aplicagao de padronagem na cortina, na parede ou na cortina e parede altera completamente o resultado da composicao. 5. LUZ Para mim, a iluminagao é um dos mais interessantes elementos de um pro- jeto, pois, como as cores, pode atuar na emo¢ao, na psique, no humor, no esta- do de espirito, Pode alterar a atmosfera de um ambiente pelo simples toque no interruptor. O importante num projeto de iluminagao é que ele seja funcional, “Design seus sis elementos pratico, criativo e flexivel. Deve ajudar o designer a proporcionar flexibilidade a0s espacos, ou seja, por meio de diferentes comandos (computadorizados ou nao) deve ser possivel, por exemplo, a um ambiente transformar-se de sala aconchegante e intimista a area ideal para recepgoes. Lembre-se de que ndo podemos pensar “luz” e “cor” separada- mente, pois elas interagem sempre. A incidéncia de luz modifi- caré uma tonalidade, assim como diferentes cores refletirdo tam- bém a luz incidente sobre elas de modo distinto. Tenha em mente que os projetos sempre terao dois tipos de percep¢ao: uma diurna, onde quase tudo pode ser “visto” sob luz natural; e uma noturna, onde os ambientes se transformam cada vez que uma kimpada € acesa. Modismos surgem e desaparecem, e podemos segui-los ou ignoré-los. No caso da iluminagao, nao ¢ diferente. Minha sugestao ¢ sempre a mesma: siga os modismos que achar interessantes, mas nunca abra mao de uma iluminagao eficaz para tarefas essenciais do dia a dia. Neste livro, tratarei da iluminagao mais como “criadora de cenarios” e me- nos da parte técnica, amplamente discutida em meus dois primeiros livros. Aluznum projeto de interiores deve ser considerada como num teatro, num show, onde gera sensacées ao simples comande do interruptor e como componente indispensdvel 4 funcionalidade de um ambiente. Luz natural Num mundo em que os problemas relacionados a energia sao cada vez maiores, a utilizacao de luz natural é um importante fator a ser considerado ¢ explorado. Utilizé-la ao maximo num projeto tornou-se “politicamente corre- to” num mundo globalizado. A luz natural apresenta particularidades, e o designer de interiores deve estar atento a elas para usé-las a seu favor. 54 Projetndo spac design de interiors Durante a manha, a luz do sol é mais amarelada, portanto vai alterar a cor das superficies, adicionando uma porcentagem extra de cor amarela onde incidir. Ao entardecer, a mesma luz do sol se torna mais alaranjada, mais avermelhada, alterando também a cor das superficies ¢ dos revestimentos. Para permitir que a luz entre nos ambientes ¢ nao provoque reflexos, as superficies onde haja incidéncia direta da luz devem ser menos brilhantes, ou seja, mais opacas. Materiais e revestimentos em tons claros serao mais propensos a refletir a luz do dia e aquecerao menos, caso 0 sol incida diretamente sobre cles. Fundamental num projeto, a entrada da luz natural é evitada propositalmente em alguns shopping centers, para que os con- sumidores percam a nocgao de tempo! Luz artificial A busca por novas fontes luminosas vem se constituindo em uma das im- portantes pesquisas num projeto de interiores. Isto ocorre dada a necessidade de encontrarmos solug6es energéticas mais vidveis e sustentaveis. O consumo energético passou a ser uma preocupacao global fundamental e particularmente indispensavel num projeto de interiores. Se nao pesquisamos, nao sabemos 0 que temos a nossa disposigao, quais as novidades que permitem que um proje- to possa se diferenciar de outros. ‘As lampadas incandescentes passarao a fazer parte de um passado em que nao havia preocupagio com consumo energético. Serao, num futuro nao mui- to distante, totalmente substituidas por lampadas menores € cada vez mais efi- cientes. ‘As lumindrias também estado evoluindo de forma expressiva, 0 que acentua ainda mais nossa necessidade de pesquisa e atualizagao. E € constante o cresci- mento do espago conquistado pelas limpadas LED, que poderao, cada vez mais, ser utilizadas nos projetos. “Design eseusseiselementos 35 Como ferramenta de projet, a luz pode ser utilizada para aumentar a fun- cionalidade de um ambiente ou, ainda, manipular as emog6es. ‘Um projeto correto, atual, deveré ser também flexivel. Na iluminagao, a fle- xibilidade sera expressa pelas diferentes atmosferas que poderemos criar, utili- zando diferentes fontes luminosas. Portanto, quando trato de “iluminagao’, refiro-me a: + tipo de luz (natural ou artificial); + tipo de iluminagao (geral, de efeito, de tarefa ou decorativa)s + tipo de lampada (incandescente, halogena, fluorescente, LED, vapor de merctirio, etc.); + tipo de facho luminoso (direto, indireto, difuso); + tipo de luminéria ou fontes luminosas (pendentes, plafons, abajures, spots, ete.); + estilo da luminaria (classica, art nouveau, contemporanea, moderna, etc.). FIG. 9 ~ Planta e perspectiva mostram a iluminac& i lant cao de um home office. Ventilador central e iluminacdo de efeito com comandos em paralelo, abajur, arandela e iluminaga0 de tarefa sobre a mesa de trabalho com acionamentos independentes. 36 Projeund poco design de nteriones Acorreta escolha e a combinagdo desses aspectos da iluminagéo podera resultar no sucesso ou no fracasso do projeto. Iluminando diferentes ambientes Para cada tipo de espaco, devem ser propostas solucoes diferentes de ilumi- nacao, pois para cada tarefa ou atividade desenvolvida no espaco uma solugao sera mais apropriada. Ha sempre uma novidade no que se refere a lmpadas e luminarias. A pes- quisa nessa area seré imprescindivel, ja que é impossivel manter uma lista atu- alizada das criacdes dessa industria. Visite os sites http://www.gelampadas.com.br, http://www.br.osram.info e http://www.luz.philips.com, para saber dos novos langamentos. Sugestao para uso residencial Plafons sao excelentes para proporcionar iluminagao geral difusa. Podem praticamente “desaparecer” no ambiente, se utilizados quase que na mesma cor da pintura do teto. Sao bem-vindos em qualquer ambiente e podem rece- ber diferentes tipos de lampadas. Nao sao recomendados como tinica fonte de iluminagdo em ambientes com paredes em tons escuros, pois essas cores nao refletirao adequadamente a luz. Pendentes sao uma op¢ao mais “aparente” do que os plafons. Poderao tam- bém “quase” desaparecer se forem da mesma cor da pintura do teto ou ainda podem ser transformados em centros de interesse, caso sejam de um modelo FIG. 11 — Lustres pendentes em alguns dos intimeros modelos existentes no mercado. Cada um deles produz uma forma diferente de facho luminoso. particular. Nesse caso, procure evitar concorréncia entre o lustre e outras pecas no mesmo ambiente. Por exemplo, numa sala de jantar, um lustre expressivo nao deve concorrer com uma mesa de jantar e cadeiras também expressivas. Caso isso acontesa, o ambiente poder tornar-se “carregado” ou mesmo “con- gestionado”. Os pendentes propiciam diferentes tipos de foco luminoso dependendo do modelo escolhido. Com foco voltado para 0 teto, sao excelentes quando o ambiente tem pare- des escuras e teto claro. Utilizar 0 teto como um grande refletor é a maneira mais correta de aumentar a quantidade de luz nesse ambiente. Essa solucio também é aconselhével para aumentar “ilusoriamente” a altura de um ambiente muito baixo. ‘Ambientes com pé-direito muito alto podem receber muito bem um pen- dente com foco de luz direcionada para baixo. O teto permanecera sempre mais escuro diminuindo ilusoriamente a altura do pé-direito e aconchegando um pouco mais o ambiente. Pendentes com luz difusa sao excelentes fontes de luz geral, pois utilizarao nao s6 as paredes, mas também todo 0 teto como refletor. Spots externos nao sao tao populares como foram nos anos 1980, entretan- to, so uma solugao mais econdmica quando é preciso adicionar mais fontes oe num ambiente com um tnico ponto de luz. Podem ser encontrados e™ intimeros es cores e solugdes. A luz gerada sera dirigida, de modo a crit sempre diferenca entre luz e sombra. Podem ajudar na ambientagao 0" 2 > Projetando espasos: design de interiores tematizagao de determinado ambiente. Sao de certa forma mais “masculinos’, em vista de a maioria de suas linhas serem retas, e podem acentuar uma carac- terfstica mais comercial do que residencial no ambiente. Spots embutidos no teto também vao gerar uma iluminagao de certa forma “direcionada’, com alguns pontos de dreas escuras. Lampadas tipo “spot” acen- tuarao 0 efeito criado pelo foco luminoso. Protegao de vidro fosco pode ser adicionada para suavizar 0 foco ¢ evitar reflexos de luz nos olhos. Podem ser encontrados para lampadas incandescentes ou fluorescentes. Spots especiais para lampadas halégenas sao excelentes na criagao de pon- tos de interesse. Podem ser fixos ou regulaveis, para curta ou longa distancia do objeto a ser iluminado ou ainda para criar diferentes efeitos luminosos. Lampadas dicroicas (halégenas) sdo as recomendaveis para quadros, ba- nheiros ou qualquer outra situagao onde seja indispensavel a auséncia do calor gerado pela lampada halégena. Existem também minispots e ainda spots para LED, ou seja, pequenas lim- padas. Neste caso, a iluminagdo poderd ser mais de efeito “decorativo” do que realmente “Iuminoso”. Escolha bem a luminaria. Utilize esses aparelhos para criar interesse e dinamismo no projeto de ilu- minacao, uma atmosfera mais dramatica alternando “luz” e “escuro” ou ainda uma atmosfera mais romantica e intimista. Sao excelentes para eliminar 0 efeito de um lon; regulaveis direcionados para as paredes. Maior concentragao de do corredor ampliar4 ilusoriamente sua largura go corredor. Utilize spots luz nas laterais FIG. 12 ~ Spots externas com tritho suspenso ou fixo ao teto € alumas op¢des de spots embutidos.. “Design eseus sis elementos Arandelas sao aconchegantes e uma op¢o bem charmosa para dormité- tios, entradas, escadas ou corredores. Sua luminosidade talvez nao seja sufici- ente como iluminagao geral. E excelente como iluminacao de apoio. Diferentes materiais proporcionarao diferentes solugdes. FIG. 13 — Sao intimeros os modelos de arandelas. Dependendo do design e do material sero diferentes os fachos luminosos produzidos e, consequentemente, o efeito. Lampadas de pé sdo uma solugao econémica para ambientes que precisam de muita luz esporadicamente. Podemos encontrar essa lumindria com capaci- dade para lampadas halégenas de 500W. Como a luz gerada ¢ brilhante, o efei- to é muito bom e eficaz, porém gerard muito calor e consumira muita energia. Alguns modelos apresentam dimmer, o que possibilita variacao na intensi- dade da luz. Ficil instalagao, flexibilidade de movimento entre ambientes, uso de dife- rentes tipos de limpadas, imimeros modelos e varias possibilidades de utiliza- 40 sao apenas algumas das caracteristicas desse tipo de fonte de iluminacao. FIG. 14 — Luminarias de pé sao verséteis e sd encontradas nao sb em diferentes estilos, ‘mas também para diferentes tipos de lampadas. AQ. Projetand esago: desig de interiones A sanca de iluminagio € uma opgao para locais que necessitem ocasional- mente de bastante luz, como um living para grandes recepg6es, um home office onde se recebem clientes ou mesmo ambientes que requeiram uma atmosfera mais acolhedora. FIG. 15— A sanca, no exemplo em gesso, é utilizada como luz geral de acesso a um apartamento e compte o hall associada a arandelas em vidro fosco, FIG, 16 ~Tipos de sanca com efeitos de luz diferentes. Qualquer que seia a opgao escolhida € indispensdvel considerar os espacos necessdrios para a manuten¢ao da lumindria. “Design” esses elementos 4). Lampadas incandescentes (j4 em desuso) podem gerar sombras; kimpadas fluorescentes tém a capacidade de criar um ambiente mais “vivo” e vibrante; lampadas LED podem ajudar numa atmosfera mais intimista. Lampadas néon também podem ser utilizadas num efeito mais decorativo do que luminoso. Abajures e lampadas de mesa sao 6timos recursos para uma atmosfera mais aconchegante. Apagados, so reconhecidos pelo valor estético, ou seja, farao sem divida parte dos complementos de um ambiente. Quando acesos, acres- centam uma nova dimenso a composigao. Muitas luminarias de mesa sdo verdadeiros objetos de arte quando apaga- dos, podendo nao ser totalmente eficientes quando acesos. Algumas lumina- rias utilizam limpadas haldgenas pelo tamanho e qualidade da luz emitida. Entretanto, essas lampadas geram uma enorme quantidade de calor, tornan- do insuportavel uma proximidade fisica. Portanto, analise as qualidades nao s6 estéticas mas também praticas de cada peca. Lembre-se, também, de testar a eficiéncia das lampadas e das luminérias, ja que sao imimeras aquelas que utilizam LED. FIG. 17 ~ Um mesmo abajur ifere foco luminoso e Pode gerar diferentes ti i ipos de foco luminoso e, Consequentemente, diferentes atmosferas dependendo do tipo de lampada escolhida. 42. Prsjetande ep desgn dnterions Luz como ferramenta de projeto Direcionando 0 foco luminoso para criar diferentes resultados: + utilize iluminacao de foco direcionado para criar pontos de interesse, con- ferir dinamismo a composigao e criar opgdes mais aconchegantes; + foco direcionado sobre uma superficie texturizada cria contraste entre dreas escuras e claras, dramatizando o resultado; + procure utilizar um interruptor para a iluminagao geral e outro(s) para ade efeito. Dessa forma, cria-se uma opgao a mais de atmosfera para o mesmo ambiente; + quanto maior a quantidade de luz num ambiente e mais difusa, mais infor- mal tenderé a ser a atmosfera criada. Criando atmosferas ¢ alterando a forma dos ambientes: + a iluminacao pode ser um grande aliado para a alteracao * te e, consequentemente, do modo como 0 “jluséria” das dimensdes de um ambien’ percebemos; + transforme um espaco grande e de p' gante utilizando iluminagao direcionada para 0 pisos + ambientes de pé-direito baixo podem ser visualmente alterados com a utili- zagao do teto como um grande refletor. Direcione 0 foco luminoso para ele. .é-direito alto num ambiente aconche- FIG, 18 — Espagos podem ser modificados “visualmente” com & correta fonte de luz. No exemplo, 0 pé-direito alto pode ser " reduzido”’ com a utilizagao de fontes de luz a. utilizagao de sanca de iluminagao pendentes e direcionadas para o piso. No caso posto, perimetral ao ambiente ‘amplia a nogao de altura. pesign” eseusseis elementos 4.5 aa Exemplos de iluminagao de alguns ambientes: FIG. 20 ~ Hall de entrada. 44 Projetando espacos: design de interiores fe ser “disfargada’” com a utilizacao redes laterais. 0 spot ao fundo nao luz projetada clareia a parte FIG. 21 - A profundidade do corredor pod! de uma jluminagao direcionada para as pal permite que o efeito seja mais drastico, ja que a mais longa do corredor alongando a visao. “Desig” e seus sis elementos FIG. 23 ~ Exemplo de estudo para iluminagao de area social. 46 Projetando esac design de interiors @ 6.COR Qual é a cor da moda? Considero esta frase com muitas ressalvas, jé que as cores apresentam influén- cias psicolégicas sobre nés. Aplicar uma cor ou determinado esquema de cores por estar na moda, sem que seja benéfico para as atividades e as pessoas que usarao 0 espago, parece- -me ineficiente e insensato. Lembro-me de quando as cozinhas vermelhas “entraram na moda”, Uma cozinha dessa cor nao é indicada para uma familia com problemas de peso, jé que muito vermelho num ambiente estimula o apetite e aumenta a velocidade com que se come. Recordo-me quando meu colega de escritério pediu para que eu relocasse uma gravura que estava na parede. Adoro a gravura pela caracteristica vibrante das cores utilizadas. Entretanto, exatamente essa caracteristica incomodava meu colega, cujo temperamento era mais calmo e tranquilo do que o meu. Acredito ter sido esse meu primeiro exemplo “concreto” do quanto a influéncia p gica das cores é diferente de pessoa para pessoa. Portanto, entender as cores e suas caracteristicas é sem duivida, fundamen- sicolé- tal para o sucesso de um projeto de interiores. Usar as cores a favor dos usuarios, e nao contra eles, deve ser 0 alvo de qualquer projeto de interiores. A influéncia psicolégica das cores e esquem: ploradas nos meus dois primeiros livros.' Assim, meu enfoque agora serd maior na utilizacao de cores para alteragdes de ambientes e a criagao de atmosfera e as foi também largamente ex- carater. Colorindo os ambientes E importante conhecer a caracteristica das cores ¢ utiliz4-las com sabedoria Para que sejam uma forte aliada num projeto de interiores. para dreas residenciais (Sao Paulo: Edi- a Projetando espagos: guia de arquitetura de interiores : 1 dearquitetura de interiores para dreas {ora Senac Sao Paulo, 2002) e Projetando espagos: guia Comerciais (Sao Paulo: Editora Senac Sao Paulo, 2005). “Design” eseusseis elementos — 4) CEDETEM Lembre-se: as cores podem e devem ser exploradas nao s6 nas paredes mas também nos méveis, complementos ou objetos de decoragdo. Tenha em mente o que deseja criar ou alterare entao escolha adequadamente as cores e os tons a serem aplicados. FIG. 24 — A utilizagao de cores frias ou quentes altera visualmente as caracteristicas dos ambientes, FIG. 25 — Tons mais densos fazem as superficies parecerem menores. 48 Projetandoespagos: design de interiones FIG. 26 — As tonalidades parecem diferentes segundo a cor de fundo da composigao. FIG. 27 — A cor foi utilizada para alterar a forma do ambiente. “Design” eseusseis elementos, — FOTO 4 — Diferentes tipos de madeiras e suas diferentes cores. Atuarao na intensidade de uma cor as caracteristicas que envolvem a super- ficie onde for aplicada, como textura, quantidade de luz incidente, tipo de aca bamento, ete. FIG. 28 - i i ie moe Cromatico com as cores primarias (vermelho, azul e amarelo) im a (violeta, verde e laranja). Aqui, como se utilizou 0 azul cobalto, Ovioleta resultante € mais “amarronzado” do que deveria ser. 5 : 50 Prjtandoexpags desig de inter FIG, 29 — As cores e suas andlogas estdo representadas nesse circulo cromatico desmembrado em uma tnica linha. FIG. 30 — Uma cor e alguns de seus tons. Criamos uma tonalidade de uma mesma cor quando adicionamos a ela branco, preto ou cinza. Um esquema de cores quentes sera ideal para residéncias em local de clima frio ou mesmo ambientes de face norte, ou seja, com pouca insolacao. FIG. 32 — Exemplo de algumas cores frias (Mostruario Coral ~ Dulux Language of Colors). a FIG. 33 — As cores complementares, ou seja, cores opostas no circulo cromatico (amarelojvioleta, verde/vermelho e laranja/azul), foram misturadas entre si, criando diferentes matizes. A alguns desses matizes, ou cores, foi adicionado branco, criando diferentes tons do matiz original. As cores Azul Esté ligado a lealdade, ao respeito e & responsabilidade. Esverdeados aliviam o estresse e a tensao, podendo ser aplicados em locais de trabalho. Presentes em salas de reuniao, ajudarao a acalmar a comunicag? € a fala entre as pessoas. Sao repousantes, relaxantes e exdticos e podem S* também ligeiramente estimulantes. ‘Tons escuros e acinzentados podem induzir & introspecgao e, este tiltim> tristeza. a 52. Prjetande pars design dentro Azul em tons pastel acalma e aumenta visualmente os ambientes, como a maioria desses tons, pois refletem grande quantidade de luz. E ideal em dormi- torios e ambientes para relaxar. Cuidado para nao utilizar em demasia, pois poder estimular a indiferenga nas pessoas. FOTO 5 — Azuis em diferentes materiais. Violeta e roxo Estao ligados a sensibilidade, a intui¢ao, além de ajudarem no desenvolvimento da percepsa0. Violeta estimulard o lado artfstico das pessoas. Em matizes fortes eee deprimir. Tons escuros e fortes podem ajudar a criar uma atmosfera de refiigio a espiritualidade e a sofisticagao, € introspeccao. Procure evitar violetas claros em ambiente: 5 onde se desenvolverao tarefas dindmicas, pois desencorajam o trabalho fisico, podendo até gerar desinteresse Pelo mundo em que vivemos. “Design” seus sis elementos Lavanda € delicada e tranquila, Pode ajudar a elevar a autoestima, entio, por que nao utiliz4-la em closets ¢ salas de vestir? Em dormit6rios refresca tranquiliza. Vermelho Nao é a cor ideal para ambientes onde as pessoas permanecerao por longo periodo de tempo. Além de estimulante, esté ligado a agressividade. Pode tornar um ambiente opressivo, estressante e irritante, além de diminuir visualmente suas dimensoes. Faz com que as pessoas se sintam poderosas. Pode também ajudar a fazer com que percam a nogao de tempo. Em salas de reuniao atuaré no plano racional das pessoas, mas cuidado: pode aumentar a agressividade entre elas. Cuidado, pois os vermelhos sao estimulantes de apetite, mais do que laran- jas e amarelos. Tons fortes de vermelho em ambientes pequenos podem torné-lo claustrofébico. ‘Tons de rosa sao femininos e podem estimular o afeto nas pessoas. Os tons mais quentes evitam a apatia e podem ser utilizados em objetos para aquecer um ambiente frio. Rosa e péssego ajudam na comunicagao entre as pessoas, Magenta vai encorajar a introspec¢ao e pode ajudar a induzir mudangas. £ viva e dramitica. Cerejas acinzentados sao elegantes e quentes. Laranja Ligado intelectualidade, ao aconchego, a0 movimento e A acao. £ antidepressivo. Use com cuidado os tons escuros, pois estado também ligados a sensacao de desamparo e inseguranga. Terracota, canela, caramelo e mel sao quentes e energéticos, mas pode™ diminuir o tamanho dos ambientes. Péssego, damasco e laranja sao delicados e aumentam a sensagao de be -estar, Projetando espacas: design ce interiones Em salas de estudo ou trabalho ajudam a acelerar 0 raciocinio. Utilize em livings ou salas de tevé, pois os laranjas sao otimistas e elevam 0 espirito. Estimulam a socializacio, criatividade e o divertimento. Amarelo Cor da infancia, alegria e riqueza estimula criatividade ¢ intelecto. Ajuda a digestao ¢ a comunicagao entre as pessoas, bem como a prevenir a depressao, pois “levanta” o espirito. Variantes de creme, por exemplo, podem ser utilizados em qualquer am- biente. Utilizado em demasia pode deixar as pessoas egocéntricas. Ambientes pequenos ¢ escuros ganham luz.com 0 amarelo, masse utilizado com muito branco pode gerar inseguranga. Nao é muito ideal em quartos de dormir, pois ajuda a estimular o funciona- mento do cérebro. Os mais vibrantes pode muita insolagao, como os de face sul. Amarelos ligeiramente alaranjado Ouro, bronze e mostarda sao cores qu .m ser utilizados em ambientes que nao recebem s so sofisticados. entes, ativas, ricas, sofisticadas e ele- gantes. Esta tiltima, no entanto, pode estimular 0 pessimismo € a negatividade nas pessoas. Verde E equilibrio, harmonia, honestidade, estabilidade, co ‘ossos olhos nao precisam de nenhu nfiabilidade, caridade, compaixao e esperanca. Nc m esforgo para se adaptar a essa cor, por isso € relaxante. Considerada uma cor que “baixa a tensao arterial”, é confortante e anties- tresse, estimulando o siléncio e relaxamento- Ambientes onde sao tomadas grandes decisoes verde em sua composi¢ao, pois acentua 0 equilfbrio en ymaticas tendem a ser “estaticas”. 5 em salas de relaxamento, es atividades dinamicas. podem certamente utilizar 0 Jo favorece as discuss6es. Composigées monocro! Tons pastel podem ser utilizado: Teunido. Evite, entretanto, em dreas para pera, estudo e “Design” e seus ses elementos Tons escuros podem exprimir forca e estabilidade. Pistache, verde-maca ¢ lima esto ligados a frescura, a pureza, a limpeza ea brisa. Preto Sébrio, masculino, impessoal e sofisticado. Em exagero, tende a deprimir. Absorve a luz diminuindo 0 tamanho dos objetos. Branco Binocéncia, fé, pureza, claridade, alegria e higiene. Um ambiente todo branco pode deprimir, se remeter a ideia de hospital do passado. Hoje os hospitais também fazem uso da influéncia psicolégica das cores para ajudar pacientes e familiares. O branco pode criar uma atmosfera impessoal, hostil e monétona. Use com variagao de texturas nas superficies. Aumenta a vida dos matizes escolhidos, bem como 0 tamanho dos objetos e dos ambientes. Cinza Para alguns autores esté ligada a sabedoria e a idade. Para outros, ao medo, a negatividade, ao estresse e a fadiga. Tons claros sao menos tristes. Funcionam muito bem quando utilizados numa composi¢ao ao lado de cores quentes. Esquemas de cores Na realidade nao precisariamos de uma cartela ou referéncias para escolhet cores. Todas as manhas nos vestimos ¢ criamos, assim, diferentes esquemas 4° cores. Por que entao devemos seguir algumas regras? Porque, como ja citado, #8 Cowes atuam nao s6 na mente, mas também no espaco, podendo alterar vist mente suas dimensoes, _Conhecer cada cor, suas propriedades e caracteristicas € 0 tinico modo & utiliza-las como “ferramenta” de Projeto. O que vem a ser, entao, um esquema de cores? 56 Projeanio para designe inerions sao combinacoes de cores existentes na natureza ou “preestabelecidas” por algumas regras basicas. Essas combinagoes, quando utilizadas numa composi- ao, funcionam bem. Lembre-se de que o sucesso de um esquema néo esta apenas nas cores escolhidas. Sao da mesma forma importantes a quan- tidade de cada cor, as texturas das superficies onde foram apli- cadas, a iluminagdo natural e artificial existente e a fungao do ambiente. Quando todos esses fatores estéio harmonicamente combinados 6 que podemos dizer que o esquema de cores foi bem escolhido. yr fonte de esquemas de cores. ma foto. FOTO 6~ A natureza é a maio! No exemplo, um esquema inspirado nu “Design ess sis elementos FOTO 7 — Estudo para esquema de cor de living, Os esquemas podem ser também clasificados em harménicos € contrastantes: + Harménicos: neste €squema, as cores nao competem entre si. A énfase maior Serd sempre a composiao como um todo. Variedade de texturas nao dever! afetar o resultado final. Esquema tranquilo, * Contrastantes: 40 basicamente 0 “foco” da decoracao. Contraste entre tons ‘ou cores fortes e suaves é incorporado para ser destaque na composic® Esquema de cores mais dinamico, Esquema acromdtico Pode utilizar branco, preto ou qualquer tonalidade de considerados “cores” ; . Jo si0 inza, ja que nao ne i ; amica€ Utilize variedade de texturas Para criar uma composigao mais dinamic interessante. Projetando espagos: design de interores FIG. 34 — Acromatico. Esquema neutro Utiliza cores e tons da natureza como areia, corda, algod a“acromatico”, Prefiro a definigao Jao, canela, etc. Al- guns profissionais consideram esse esquem: “neutro”. FIG. 35 ~ Neutro. “Design?” eseus seis elementos FOTO 8 — Exemplo de diferentes texturas que podem ser utilizadas num esquema neutro, Esquema monocromdtico Composicao feita pela aplicagao de uma tinica cor e/ou suas tonalidades, bem como branco, preto ou cinza. Caso seja adotada apenas uma cor, reco- menda-se a variedade nas texturas. Na op¢ao de diferentes tons, a utilizagao de tons fortes e suaves ajuda a dar movimento e criar interesse na composicao. FIG. 36 ~ Monocromatico. Esquema andlogo Cores andlogas com ou sem a Presenca de branco, preto ou cinza faze™ parte do esquema de cores, 60) Projetndo paca design de interiors -— Recomenda-se 0 contraste entre cores fortes e suaves para maior dinamismo, dependendo, élégico, da atmosfera que deve ser criada no ambiente em questo. FIG. 37 - Andlogo. Esquema complementar 0 circulo cromatico como vermelho/verde, preto ou cinza. ul/laranja ou Cores opostas n azul/laranj ainda violeta/amarelo com ou sem branco, FIG. 38 — Complementar. spas eseusseiscloments 6) FOTOS 9.¢ 10 ~ Esquema complementar inspirado numa Arvore e suas flores Esquema triddico Utiliza as cores primérias em qualquer de suas tonalidades com ou sem a adigao de branco, preto ou cinza. "| — Esquema triddico ou de cores primérias. FOTO 1 Os elementos do design estarcio sempre inter-relacionados. Um atua sobre o outro, interferindo no resultado final. Cada elemento néio pode nem deve ser pensado: separadamente, mas sim em conjunto. Um projeto é 0 resultado de uma com que atuardo consciente e inconscienteme! ambientes em questao. plexa andllise de fatores nite nos usudirios dos Desig’ e seus ses elementos OS SETE PRINCIPIOS DO DESIGN 1. Equilibrio re Ise FIG. 39 ~ 0 equilfbrio simétrico no primeiro caso e assimétrico no segundo Seu eixo marcado em relagao a uma parede determinada (no caso do aparador) © um ambiente como um todo (living). tém FIG. 40 ~ Exemplo de equilibrio simétri ico aplicado num lavabo. Esse equilibrio é formal € “6bvio"’. Mais estatico, atrai 0 foca de atenc3o para o centro da composicao. 64. Prjed pa din de titers Wear Po led FIG. 41 - eee 4 ae de mével para o mesmo lavabo anterior, agora adotando uma solugso ndmica. O equilbrioassimétrico faz com que percebamos 2 composigao como um todo, ou seja, o foco esté na composigao e néo no centro dela. 4 que se baseia na forma curva, ‘ébvia, pois enfatiza seu ponto central. aso as cadeiras da sala de jantar, aun 42 ~ Equilibrio radial e mais feminino, leixar a composigao um pouco mondtona & A.utilizaca lizagdo de elementos compositivos variados, "0 © ajuda num resultado mais dindmico e criativo. speign’ seus seis clement 2. Harmonia : 4 smentos FIG. 43 — Nessa pequena sala, a harmonia ial esta presente na utilizagdo de . ea. compositivos que mantém algumas caracteristicas comuns, como contornos, linhas 3. Unidade e variedade + A ope. my )S pro- Arepeticao de diferentes caracteristicas comunsa diferentes elementos P Porcionard unidade com variedade compositiva, 4. Ritmo Cria dinamismo na composicao, Pontos de um mesmo ambiente ou composicao. s . i nites ao fazer a ligacao visual entre difere! 4 3 ” para ainda serve como “pano de fundo” P Projetando espacos design de interiors FIG. 45 — Nesta biblioteca, o ritmo esta presente nas dvisbes das estantes ena mesa central 5. Escala e proporgao Esses dois principios podem gerar um pouco de confusao quanto ao signi- ficado. Em design de interiores podemos utilizar basicamente dois tipos de escala. Quando as medidas dos objetos sao comparadas em relacao ao homem, utilizamos a escala humana. Se a referéncia adotada sao outros objetos num mesmo ambiente, chamamos de escala visual. Aescala humana utiliza “ergonometria” para determinar altu- tas, disténcias e outras dimensées dos objetos. A escala visual e intuitiva é a que percebemos quando entra- mos num ambiente. Ocorrem alguns casos, mais especificamente relacionados a elementos em que tomamos como referéncia a escala da construgao em si. Como exemplo, arquitetonicos, notamos essa postura quando visitamos palacios ou igrejas com pé-direito altissimo e grandes molduras nas janelas ¢ por- tas. Flas impoem formalidade e senso de “poder”. Os detalhes decorativos acres- muito antigas, centados ao espaco sao sempre diretamente relacionados com o espaco fisico & nao com o homem que o utilizaré. No caso das catedrais, a arquitetura utiliza a escala do “universo’ » Para que o homem se sinta “inferior” e protegido. FIG. 46 ~ A mesa e as cadeiras séo perfeitas para a escala da crianga, nao do adulto. Projetando espagos: design de interiores Proporcao é sempre “relativa”. O tamanho do sofé deve ser proporcional ao do ambiente. O tamanho das almofadas ao do sofa, e o da estampa da almofa- da ao seu tamanho. Da mesma forma, as cadeiras devem ser proporcionais as mesas, 0s tapetes — Ens/ Sere ao espaco ou méveis, e assim por diante. iil porcionada se fosse de dimensdes menores. FIG. 47 — A lumindria estaria mais bem prot 6. Contraste ntes enfoques no contraste. FIG, 48 - Uma mesma sala de jantar e difere “sign” seus sis elementos 7. Enfase e centros de interesse Um bom projeto apresentara centros de interesse suficientes para atrair a aten¢ao e acrescentar movimento a composi¢ao. O exagero no numero de pon- tos enfatizados poderd, entretanto, criar um ambiente “nervoso” e agitado, ja que os olhos tendem a observar o que nos chama a atengao. Hé o perigo de se olhar para tudo ao mesmo tempo, sem realmente “ver” nada. FIG. 49 — 0 equilibrio simétrico facilmente cria um centro de interesse ao enfatizar o centro da composiao (figura da esquerda). Ja o equilibrio assimétrico mantém a composicao como o centro de interesse (figura da direita). Projetando espagos: design de interiores CARATER O cardter de um ambiente seré criado a partir da compilacdo de diferentes elementos, como: forma de distribuigéio dos mé- veis, tipo de ampadas e iluminagao, materiais e suas texturas, complementos decorativos, etc. Linhas e o carter e/ou atmosfera de um ambiente entos do design, quando aplicados corretamente, podem aju- Alguns elem: dar na elaboragao de determinado carter. O resultado compositivo final sera sempre a som: que podem suavizar ou enfatizar um ponto do projeto. Ao projetar um ambiente que deve ser informal, por exemplo, lizar uma caracteristica formal, desde que seja “neutralizada” por outras carac- teristicas informais do ambiente. atria de diferentes fatores pode-se uti- Definindao carter aatmosfra 0 estilo da compesicio FIG. 50 ~ Linhas horizontais s4o relaxantes, masculinas e formais. Projetando espagos: design de ineriones FIG, 52 —A utilizagao de linhas inclinadas nesta planta ajuda na criagao de uma atmosfera informal e dinamica, embora masculina. ‘ada, criando linhas quebradas. FIG. 53 — Exemplo dos degraus de uma esc: Jaxantes e masculinas. Elas sdo informais, nem um pouco re efinindoo carder aatmasfera 0 estilo da composite lidade e suavidade, além de movimento. Formal Equilibrio simétrico é uma composigao mais ébvia. a Cores s6brias como bordé, azul-marinho, violeta, roxo, vermelhos ¢ Pr Linhas predominantemente retas e verticais, ‘Texturas mais clissicas e acabamentos nobres. Tluminagao mais direcionada e elaborada, Informal Equilfbrio assimétrico com maior flexibilidade compositiva. Linhas inclinadas presentes na composigao, Texturas rtisticas podem ser utilizadas, Acabamentos mais aconchegantes ¢ menos brilhantes. Ambientes claros com iluminacao geral difusa, Sofisticado Tons de violeta, vermelho: b ama" s-azulados ou cereja acinzentado, além dos telos alaranjados, mostarda, ouro ou bronze, Projetando espace: design de interones ‘ , Ci EDET ‘Texturas nobres. DETEN Acabamentos brilhantes. Materiais como vidro, cristal, espelho, marmore, granito, cour, etc. Tuminagao elaborada. Exético Cores como terracota, canela, caramelo e mel ou azuis-esverdeados. Enfase nos complementos do ambiente. Masculino Tons de azul, verde e preto. Linha predominantemente reta. Feminino Tons pastel de vermelho ¢ laranja. Linha predominantemente curva. ATMOSFERA Refiro-me ao impacto visual ¢ ao comando inconsciente que 0 ambiente transmitird aos seus ocupantes. Esse comando poder ser: “Comporte-se” ou “Relaxe’, “Fale baixo” ou “Nao importa o barulho que vamos fazer’, etc. ‘As cores transmitem vibracdes e energia que nos afetam dire a estaré relacionada a uma gama de cores. tamente, por- tanto cada atmosfers Tranquilidade, relaxamento e calma use de tons claros a médios. Para criar uma atmosfera calma, ito estimulante em determi- Branco puro refletiré muita luz € pode ser mui nadas situagdes. Opte por “off-whites” ou cremes. ‘Tons pastel de azul ou verde, amuis-esverdeados ¢ lavanda sao as cores reco- mendadas, Em esquemas monocromaticos, podem funcionar ainda melhor na ctiagdo desta atmosfera. jo cromatico) Esquema de cor que utilize cores andlogas (vizinhas no circul também é uma étima opgao, jé que as cores vao interagit. efinindo o canter atmasfera eo esto da composi Linhas predominantemente horizontais e curvas. Iuminagao mais intimista e suave. Luminosa Conseguimos uma atmosfera luminosa com a utilizacao de branco, cores “off-white” ou ainda esquemas neutros. Como em qualquer composicao sem muitos contrastes de tons, é aconse Ihdvel utilizar variedade nas texturas, quer das paredes, complementos, quet dos pisos, adicionando assim maior riqueza ao projeto. Texturas brilhantes ajudarao na reflexao da luminosidade no ambiente Luz geral difusa também ajuda a criar essa atmosfera. Espacosa As cores frias em tons claros sao as mais indicadas quando queremos am pliar os espacos. ‘Tons claros de verde, esmeralda e azul e até mesmo o lavanda sao as cores que podem ajudar a afastar as superficies do observador. Caso o ambiente fique muito “frio”, embora espacoso, acrescente alg detalhes de cores quentes em tons pastel, Opte por padronagens pequenas, ja que aumentam a sensacao espacial um ambiente. Superficies opacas ajudarao menos do que as satinadas ou aveludadas, Po® absorverdo mais luz e escurecerao as cores aplicadas. Aconchegante 2 ae te jas AS cores quentes sio, sem dtivida, mais aconchegantes do que as frias. : » Fi “pibmimam as superficies do observador. Portanto, devem ser utilizadas & ambientes grandes. Texturas mais rtisticas e Porosas também sao melhor opgao do que #sb" Ihantes. Tuminacao mais intimista funcion: Equilibrio simétrico pode funcion: este tiltimo nao deva ser excluido cor ard muito bem, : , T ar melhor do que o assimétrico, em” MO possibilidade. Projetando espagas: design de interiores Linhas curvas também funcionam, jé que sao femininas. Complementos decorativos podem ajudar bastante na finalizagao deste ambiente. Dindmica e estimulante Essa atmosfera esta ligada a movimento e estimulo visual, portanto, cores como amarelo, vermelho e laranja sao bem-vindas. Azul royal ou ainda um yerde-bandeira também podem funcionar, pois 0s tons vivos sao as melhores escolhas. Linhas curvas, quebradas ou angulares devem prevalecer na composicio. Distribuicao assimétrica também seré mais favordvel. Cuidado para nao “superestimular” a atmosfera. Podem-se criar diferentes atmosferas a partir de diversas com- binagées. Por exemplo, um ambiente informal, masculino, ex6- tico e tranquilo. O mais apropriado para essa proposta seria uti- lizar no projeto uma distribuigGo assimétrica com predominancia de linhas retas horizontais e cores como canela e caramelo, mis- turadas com tons de verde ou azul. ESTILO Para escolher um estilo, deve-se primeiramente entender o que ele repre- senta. Definigdes, segundo 0 Diciondrio Houaiss da Lingua Portuguesa 7 conjunto de tendéncias, gostos, modos de comportamento caracteristi- cos de um individuo ou grupo Ex.: 8 modo pessoal, singular de realizar ou executar algo (falando-se de figuras importantes no ambito do esporte, do cinema, da danga, etc.) Disponivel em http://www.houaiss.uol.com.br. Definindoo carder, atmos ca esi da compose Ex.: 0 e, de Almod6var 9 Rubrica: artes plasticas, arquitetura, musica, literatura. conjunto de tendéncias e caracteristicas formais, conteudisticas, estéticas, etc. que identificam ou distinguem uma obra, ou um artista, escritor, et, ou determinado periodo ou movimento Ex.: <0 e. contrapontistico de Bach> 10 conjunto de tragos que identificam determinada manifestagdo cultural Ex.:0 e. hippie 11 conjunto de caracterfsticas formais que distinguem e qualificam um objeto segundo 0 modo e a época em que foi produzido Ex.: mobilidrio em e. colonial De todasas defini¢oes e explicacdes que tenho visto, a que mais me agradou pela simplicidade e facil compreensao foi a aplicada a estilos arquitetonicos. No livro A Pictorial Guide to Identifying Australian Architecture,’ os autores Richard Applerly, Robert Irving e Peter Reynolds explicam que “os estilos arquitetonicos sao importantes porque nos ajudam a visualizar os diversos tr pos de pessoas que quiseram, projetaram, pagaram, construiram e usara™ edificagoes e, mais ainda, ajudam a compreender a sociedade em que essas Pe soas viveram”* Considero como estilo, numa definigao bem simplificada, a manifestagi0 visual de uma sociedade que vive ou viveu em determinado momento histor co. Nele, se expressam a economia e a tecnologia que guiam a sociedade bem como seus usos e costumes. Um exemplo seria 0 estilo vitorian cuja sociedade mostrava seu poder econdmico na mobilia e no requinte decoracao interna das residéncias, questa, a Ligada ao perfodo da Revolugao Industri! (revolugao tecnolégica) e a consequente facil publicacao de livros, a mes™ sociedade“bem-sucedida” exibia seus intimeros livros, lidos ou nao, em bili” tecas parti i oe enormes. Surgiram nessa época os moveis feitos sob e™” menda, com varias estantes exibindo a“sabedoria” Richard Applerly etal A Pictorial Gu & Robertson, 1994), p15, jovial Guide to Identifying Australian Architecture (Sydney: "8" ‘Tradugao livre da autora, Projetandoespags: design de intriores Na realidade, esse simbolo de poder que as residéncias representam ainda hoje para diferentes sociedades € uma expressio do capitalismo em que vive- mos e, portanto, do consumismo que nos envolve. Se estilo esta ligado a um momento econdmico, tecnoldgico ¢ histérico es- pecificos de uma sociedade ea seus usos e costumes, podemos dizer que s6 sera possivel entender o que acontece “hoje” em termos de design de interiores, se analisarmos quem somos e como vivemos. Fazemos parte de uma sociedade em constante mudanca, evolucao. Lembro- me de que, quando eu estudava no antigo segundo grau, meu pai comprou varias enciclopédias. Precisivamos, entao, de varias estantes para formar uma “minibiblioteca”. Hoje, um simples CD comporta até mais de uma enciclopédia inteira, fazendo com que as estantes do passado sejam completamente “obsoletas’. O computador PC nasceu ha mais ou menos vinte anos, por volta de 1986. Esse “fenomeno tecnolégico” viria a alterar a vida de diferentes sociedades em muito mais aspectos do que se esperava. ‘A rapidez com que se acessa a informagao e sua quantidade mudaram e yvém mudando os usos e costumes. Alguns autores classificam como estilos somente aquel acredito que também podemos iden- OVO, seu es ligados a grandes acontecimentos histéricos. Eu, entretanto, tificar um estilo pelas caracteristicas especificas relacionadas a um pe pais, seus costumes, sua crenga e a natureza que 0 envolve. Lidar com o design de interiores é estar em contato com design, artes pldsticas, elementos arquiteténicos, decoracao e, como ja com uma sociedade vinculada a determina- se disse a principio, do tempo, com uma economia e politica especificas e anselos particulares a ela. Escolhendo corretamente Alguns pontos sao importantes quando consideramos deter! ©u“toupa” para vestir um ambiente. Por exemplo: ‘minado estilo efiindo o carter a atmosfera eo estilo da compescio 1. adequacao ao clima. Avalie 0 clima do local e analise se as caracteristicas estéticas que pretende utilizar sao coerentes com ele, principalmente em relacdo aos materiais envolvidos na criagao do ambiente; 2. utilizagéo dos espacos. Fator importantissimo, j4 que a distribuicao inter- na, materiais utilizados, iluminacao, etc. devem estar de acordo com as ta- refas e as atividades desenvolvidas em cada espa¢os 3. apelo visual. A imagem ou mensagem que 0 estilo escolhido vai passar as pessoas € a desejada? Por exemplo, um escritdrio ligado a tecnologia estaria coerentemente “vestido” com méveis artesanais de madeira? Avalie a imagem final e certifique-se de que ela é coerente com a mensagem que deseja emitir; 4. elementos arquiteténicos a serem considerados. Vigas aparentes ou pare- des de pedra, por exemplo, podem nao ser uma boa op¢ao para pessoas com problemas alérgicos, j4 que a manutengao pode ser mais complexa; 5. custo-beneficio. Outro fator importante, pois a correta administragao do custo de uma obra e os beneficios nao somente estéticos que obtemos s0 sem dtivida motivo de sucesso no projeto; 6. acessérios. Um estilo pode pedir intimeros acessérios, j4 outro sua total auséncia. Esses elementos conferem personalidade aos ambientes, caracte- ristica diretamente ligada ao perfil dos ocupantes e utilizadores do espace: A moda e os tempos Nem sempre a moda ¢ leal conosco. © que est na moda hoje pode m0 estar amanha, o que ditam as tendéncias pode nao ser adaptado a um espagove assim por diante... Deixo esse aspecto do design de interiores sob “a responsabilidade” de meus leitores, que cada um de nés carrega dentro de si diferentes valores, conceit estéticos e sonhos. Eu, particularmente, acredito que a moda ser economicamente mais be™ administrada em pequenos detalhes da composicdo, tard a subs tituigao de pecas‘ P o que possibi fora de moda’; sem muito comprometimento financeit©- Trocar um abajur pode ser bem mais econdmico do que um conjunto € “ois! (se bem que as vezes um abajur“da moda’ pode custar uma fortuns!) Projetando espagos: design de interiores Este livro, como mencionei a principio, procura elucidar os con- ceitos bésicos aplicados num projeto de interiores, que poder ser “vestido” em qualquer estilo. No capitulo 4, faco um relato simples e direto sobre os principais movi- mentos, influéncias ¢ estilos que foram importantes a partir do século XIX. Existem, entretanto, alguns “estilos” que nao estao diretamente ligados a mudangas, fatos hist6ricos ou grandes conceitos tedricos, mas sim a cultura de diferentes paises. Por exemplo: + French Country (Provencal) Esquemas de cores ensolarados com amarelos ¢ azuis, rosas e/ou verme- lhos. Utiliza nas paredes “off-white” ou tons bem fracos de ocre, mel ou apricot. Na maioria das vezes, piso de lajotas e méveis solidos em madeira ou com patina branca. + Estilo Toscano Estilo encontrado nas residéncias da regiao central da Italia, que usa pare- des internas num tom réseo desbotado, ocre ou creme. O hall de entrada pode ser as vezes decorados com “frescos”, Pisos em terracota, tijolos, cera- ”, pedra local, recebem moyeis elegantes, sdlidos, mica ou em “pietra serena’ yr uma fina camada de tinta. grandes e formais em madeira ou cobertos po! Utiliza como acessérios vasos de alabastro e ceramica a a pecas ceramicas e queimadas em forno para fi majolica (técnica de pintura aplicad. ixagao). + Estilo Santa Fé Originario da cidade de mesmo no! poeira existente nessa regido dos Estados Uni paredes espessas internamente recobertas por pedras palidos de terra ou mesmo branco, procuram amenizar 0 calor. Shutters de madeira utilizados na parte externa das janelas protegem do sol intenso e da poeira. Pisos em terracota, tijolos ou pedra recebem méveis em madeira escura (influéncia espanhola) ou madeira clara (lov Os acessérios sao inspirados nas principais influéncias dest nos € os Mexicanos, Como tapetes col 1m argila ou ainda candelabros. me, esse estilo esta ligado ao calor ea idos, proxima ao México. As ou “caiadas”, em tons cal). e estilo, ou seja, 0 indios nativos norte-americal Cs tivos graficos em cores fortes, pegas ¢ Definindoo carter atmos estilo da composi Estilo Etnico-eclético Eumestilo que mistura elementos culturais de outros paises a pecas funcionais, Inclui acess6rios que reverenciam outras culturas, mesclados a pegas basicas, Os tapetes, na maioria dos casos, sao pegas origin, ¢ artesanais provenien- tes do México, India, Oriente, Africa, etc. As paredes podem receber masca- Tas, pratos, ou qualquer outro tipo de colegao, como cestos. Podemos en- contrar, entre os méveis utilizados, pe¢as de bambu, palha ou qualquer outro material natural. Estilo Barroco Mineiro Surgido em meados do século XVIII, ou seja, na época da extracao de dia- mantes, esse estilo tao brasileiro nos remete as casas de fazenda, a Minas Gerais, a parte rustica de nossa cultura. Méveis em madeira macica, de vi- sual as vezes pesado porém muito gracioso, sob piso na maioria das vezes em pedra ou lajota. E ristico, agradavel, simples, com telhas coloniais, vigas aparentes e pilares robustos, Projetando espagos: design deinteriores im e desaparece- des de Procurarei mostrar que muitos estilos surgirat ram na tentativa de suprir quer os desejos e as necessidar uma sociedade em constante mudanga, quer a demanda por novidade, ou simplesmente de garantir o consumo numa socie- dade. Um estilo nunca termina, de imediato, quando come¢a outro. A aceitagao nde de uma série de fatores e pode levar tempo. de um novo padrao estético depe e até mesmo +o design de interiores de hoje, Para que possamos entender reve passeio pelos importan- apreciar certas pegas com “design”, faremos um tes movimentos e/ou estilos surgidos desde meados do século XIX. cla historia de uma maneira simples € gens tam- Procurei fazer essa viagem Pp pratica, ei de vital importancia. Escolhi ima mente conhecidas pela maioria do facil identificar 0 estilo ao qual estou me excluindo dados que nao acredit bém simples e muitas delas facil s leitores. Acredito que dessa forma seja mai referindo, Umm pouco de historia INFLUENCIAS DO PASSADO Come¢o a histéria da evolugao do design e do mobilidrio num marco his- térico de absoluta relevancia para o design, ou seja, a Revolucao Industrial ocorrida na Inglaterra. Essa revolugao, tao importante por diferentes aspectos socioeconémicos e culturais, foi importantissima para o design, por ter favore- cido o seu nascimento. Com a possibilidade de tecidos, ceramicas e produtos industrializados, ocorreu a substituigao natural dos até entao produtos artesanais e, com ela, a necessidade de “designers” para criar e desenvolver 0s novos produtos. A producao “em massa”, a partir de finais do século XIX e comeg¢o do século XX, causa também uma mudanga no publico consumidor. Com mais dinheiro, a classe média, entao em crescimento, passa a consumir mais. O que se conhecia, até entao, eram “estilos” mais classicos e tradicionais utilizados por uma parcela pequena da populagao. Entre eles podemos citar Adam e Biedermeier, com suas linhas simples e s6brias, poucos detalhes e bas- tante funcionais, FIG. 55 — Projetando espacos design de interiores Mais pessoas consumindo, mais tempo para gastar e mais dinheiro dispo- nivel fez do século XX 0 século do inicio do “consumismo”, Surge também no final do século XIX e come¢o do século XX, na Inglaterra eposteriormente nos Estados Unidos, um movimento chamado Arts and Crafts como reagio a industrializagao. Arts and Crafts (final do século XIX e inicio do século XX) Contra a industrializagio como meio de “criagao repetitiva’, mas favoravel a.ela como mecanismo para eliminar o tédio gerado pelas tarefas repetitivas. Liderado por William Morris e C. R. Ashbee, pedia a volta ao modo artesanal de produgao, acreditando que os objetos produzidos seriam acessiveis. O prego das pecas produzidas provou-se inadequado para o consumo da maioria da populacao. Esse movimento é considerado a semente do movimento moderno, gragas asua simplicidade, desconexao histérica e uso honesto de materiais. Uma das caracteristicas basicas foi a assimetria das linhas utilizadas, crian- do um movimento dinamico quando aplicadas em méveis, papel de parede ou mesmo trabalhos feitos em metal. Esse movimento teve, entre seus seguidores, o arquiteto californiano Frank Loyd Wright, para o qual nao havia diferenga entre arquitetura sua decoracao. id Crafts. FIG. 56 ~ Mesa e cadeira de balango do movimento Arts an Um pouco de histéria Algumas caracteristicas: + méveisem madeira geralmente local, de linhas simples e bem proporcionadas; + pés retos e com pouco entalhe nas extremidades; + dobradigas em ferro “bruto” ou cobre martelado; * na maioria das vezes, os ambientes apresentam painéis de madeira aplica- dos as paredes, que devem ser pintadas em cores sélidas; + decoracao sem “desordem”; * pisos de madeira, e geralmente apenas um tapete grande por ambiente. OS MOVIMENTOS E ESTILOS MODERNOS Art Nouveau (1890-1914) Quem nao se lembra das sensuais dangarinas de canca das famosa ras de Henri de Tolouse-Lautrec, das gravuras douradas cheias de feminilidade do alemao Gustav Klint ou ainda das luminrias sinuosas e vitrais do norte- -americano Louis Confort Tiffany? Nascido na Franga, esse estilo esteve na moda desde 1890 até a Primeita Guerra Mundial e tinha como objetivo criar uma nova linguagem sem nenhu- ma referéncia do passado, Pretendia também eliminar as diferengas existentes entre pintura, escultura ou, como diriamos, “belas-artes”, e as artes aplicadas, como a decoragao, s pintu- Alguns autores consideram o Art Nouveau apenas um movimento iniciad0 em Paris e outros como 0 “primeiro” estilo moderno. Podemos dizer que ¢ um estilo sensual, basicamente curvilineo, inspirad° nas formas da natureza, temas vegetais e com uso de cores em tons pastel. Encontramos representantes famosos nos dois lados do Oceano Atlantic: sendo 0 mais famoso 0 arquiteto e designer escocés Charles Rennie Mackintos) Mackintosh juntamente com a Escola Glasgow, sima versio com influéncia retilinea, inspirada em zando cores como mostarda, algumas vezes confundidas co: sua retilineidade, na Escécia, desenvolver™ ornamentos célticos, utili lilds, dourado e salmao. Essas pecas podem s** m as pecas ligadas ao movimento Art Déco, P™ Projetando espagos: design de imteriores No Brasil, o Art Nouveau também teve seus seguidores. Jogos de sofazinho e duas poltronas (cadeiras com bra¢os) de encosto arredondado sao sua maior caracteristica, ao lado, por exemplo, de cristaleiras e vitrines. Algumas caracteristicas: + estilo rebuscado; + desenhos organicos com referéncia as curvas as imétricas de plantas e flores; + cores como rosa, verde-folha, azul e malva; + papel de parede com motivos exéticos; + lumindrias em ferro e vitral. IAVALUN ; 1 FIG. 57 — Cadeira de uma colegéo criada «FIG. 58 Umadas mat eae s pelo marceneiro Michael Thonet, em 1900. criadas pelo esocts Charles Rennie Ele foi o inventor da técnica de curvar a Mackintosh e seu encost . madeira, em 1840, possibilitando a criacao de formas muito femininas e curvilineas. Um pouco de histéria Art Déco (Arts Décoratifs 1918-1939) Sofisticado e elegante, praticamente “reinou” no periodo entreguerras, A era da maquina ajudou o nascimento deste estilo, que de certo modo buscava homenagear o desenho industrial, com a curva sendo substituida pela retilineidade e angularidade das linhas e formas. Foi o comego do desenvolvi- mento de um design funcional, limpo e despojado. Méveis e objetos criados neste estilo tém uma aparéncia, digamos, geomé- trica e aerodinamica. As linhas basicamente retas terminam em curvas suaves. Materi: is caros, superficies lisas e madeiras nobres e exdticas sao uma cons- tante. Expressa-se agora pelo “amor ao exético”, valorizando motivos astecas, maias eafricanos. Cores vibrantes fazem parte da composigiio em oposigao a suavidade do Art Nouveau. Alguns autores classificam 0 Déco como “o estilo da era do jazz”. Este estilo conviveu com o movimento conhecido como Bauhaus. FIG. 59 ~Cadeira Art Déco com suas linhas a retas terminando em curvas, 180 caracteristico des: Se estilo, Projetando espacos: design de interiores Algumas caracterfsticas: + méveis macigos e de formas geométricas; + paredes cobertas por painéis de madeira, pintadas em cor sélida ou empapeladas; + pisos de parquete com acabamento polido e tapetes geométricos; + cozinhas e banheiros com piso de lindleo; + mesas de centro aparecem nesse perfodo em conjunto com estofados; + sofas e cadeiras sao baixos com encosto e bragos curvos e recobertos por veludo, couro ou mouquette. Com o pés-guerra e a consequente urgéncia de reconstrugao répida de ci- dades inteiras, desapareceu o sentido para 0 modo artesanal com que vinham sendo criadas e executadas pegas e mobiliario. ‘A descoberta e 0 desenvolvimento de novos materiais, de formas e de um design adaptado a maquina e produgao em série tornaram-se imprescindi- veis. Comecaram entdo movimentos em diferentes paises como reagao ao Art Nouveau ¢ exaltacao ao funcionalismo. De Stijl (style-estilo) (1917-1931) Foi um movimento nascido na Dinamarca apés 0 final da Primeira Guerra Mundial, que propunha simplicidade e abstracionismo na pintura e na arqui- tetura, num mundo pés-guerra. Foi muito importante para as artes. 0” como a filosofia artistica desse Alguns autores identificam 0 “neoplasticism: movimento, que teve no perfodo de 1921 a 1925 seus melhores momentos. De Stijl era também 0 nome do jornal publicado pelo pintor, designer € escritor Theo van Doesburg para difundir sua ideia de simplificar a arte, por meio de sua redugao a esséncia da forma € das cores. Formas ge ngulos retos, linhas verticais e horizontais e cores primarias associadas a0 10 os elementos utilizados para expres~ ométricas de preto, branco e/ou cinza, além da assimetria, s& Sar essa proposta. Apés 1921, as caracteristicas do grupo comegar Sobreviveu a morte de seu principal membro, Doesburg, em 1931. am a mudar. O grupo nao Uim pouco de hisria Os trabalhos realizados pelos seguidores do De Stijl influenciaram movi- mentos, estilos e escolas como a Bauhaus e 0 Estilo Internacional. Um dos prin- cipais membros do grupo foi o pintor Piet Mondrian, que continuou sempre fiel ao estilo. Em 1918, uniu-se ao grupo o arquiteto e designer Gerrit Rietveld, criador da cadeira Red-Blue (vermelha-azul) e da Rietveld Schroder House, entre 1923 € 1924, tinica residéncia puramente neste estilo. FIG. 60 — Red-Blue Chair, 1919 (Gerrit Rietveld), Bauhaus (1919-1933) ea foi criada a Escola Bauhaus de desenho industrial em Berlit™ mire phe % @ Escola Bauhaus seria a entao existent a a alemao Walter ohh MPomeada pelo novo diretor,oarquitetoe eat phish : vartes (to anaes foi criada para treinar interessados em belas- » etc.) em te i ‘odos os ramos que envolvessem o desig Projtando espaso: design de interioes Esse treinamento seria realizado de forma artesanal, em que o “aprender” esta- ria diretamente ligado ao “fazer”. Foi somente ap6s 1923 que a Bauhaus abracou a causa da “produgao mecani- zada’, ¢ os problemas relacionados com a criagdo de produtos adaptados a ela. As pecas de mobilidrio criadas colocavam a funcionalidade e a praticidade acima da beleza estética, 0 que nao percebemos pela beleza das pecas criadas pelos seus participantes. Aplicando materiais usados na arquitetura moderna, buscava tornar viével a producao em massa de pegas atrativas e confortaveis. Cromados, ferro, plas- tico vidro foram alguns dos principais materiais industrializados considera- dos de melhor adaptagao ao design de mobiliario. O designer htingaro Marcel Breuer foi “chefe” da carpintaria da escola e, aos 23 anos, criou a primeira cadeira feita com ferro tubular, para 0 pintor Wassily Kandinsky, até hoje muito famosa e reconhecida mundialmente. reuet). FIG. 61 — Cadeira Wassily, 1925 (Marcel B' Um pouco de historia a FIG. 62 ~Cadeira tubular, 1929-1930 (Marcel Breuer) Ludwig Mies van der Rohe. la até seu fechamento pelos ni as ideias comunistas de Walt. i i da esco- » arquiteto alemao, foi o segundo diretor ia associado azistas, em 1933.0 fechamento estaria asso et Gropious, Fig. 63 — Cadeira Barcelona, 1929, Peca mais famosa de Parte do projeto do Pavilhao alemao da Exposicao de B; nenhuma restri¢ao quanto 0 Custo ou 4 funcionalidade, liberdade de Criagéo, ostentando no Pavilhdo e no Mobiliario 'atdo, marmore, vidro, om Mies van der Rohe, ise jarcelona em 1929. Nao ee Portanto, o designer teve eon Materiais caros € luxuos0s, Couro e cromado. Projetando espagos: design de interiones — FIG. 64 — Chaise longue, 1927-1929 (Mies van der Rohe). Com o fechamento da escola, seus mestres nao tiveram outra escolha a nao ser deixar a Alemanha. Gropious, Mies e Marcel, entre outros, transferiram-se para os Estados Unidos, onde puderam continuar suas criag6es fantasticas por longos anos. Infelizmente a Escola Bauhaus néo conseguiu atingir, durante sua existéncia, o objetivo de criar pegas para produgdo em mas- para uma producgaéo em ra obter um acabamento sa com preso acessivel. Mais do que série, as maquinas foram utilizadas pat perfeito para as pecas, tormando-as objetos de luxo. Estilo Internacional (International Style) (1932-1945) 10 estava estabelecido e reconheci- Por volta de 1932, 0 movimento modern sem ligagdes com 0 do em todo mundo como conceitualmente minimalista, Passado ou regiao especifica e bastante funcional. ; Trabalhos de Mies van der Rohe, Walter Gropious, Le Corbusier, j te com o de arquitetos italianos, sui¢os, russos € norte-americanos, foram re- Conhecidos como estilo, na exposicao Estilo Internacional: arquitetura em 1932 juntamen- Um pouco de historia (International Style), realizada no Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma). Algumas caracteristicas: + ambientes espacosos ¢ interligados; * mveis e sofas baixos (inclusive encosto); + paredes brancas; + acabamentos perfeitos; + pecas de mobilidrio produzidos pela Bauhaus; + persianas. Le Corbusier Foi somente em 1928 que 0 arquiteto franco-suico Charles-Edouard Jeanneret, conhecido como Le Corbusier, comecou a se interessar por design deméveis. Com a colaboracao de seu primo e sécio, Pierre Jeanneret e Charlotte Perriand, Le Corbusier criou pecas tubulares famosas até hoje, como sua chaise longue ea poltrona cubo, 3 Projetando espagos: design de interones FIG. 66 ~ Poltrona cubo, 1928. Le Corbusier, Pierre Jeanneret e Charlotte Perriand, Para o designer, a decoracao moderna nao deveria ser baseada em elementos decorativos, mas sim num design simples, na busca por uma estética “purista’: A Bauhaus e o reconhecido “Estilo Internacional” influenciaram durante anos o design de interiores e ainda continuam a influen- ciar o design de hoje. Anos 1950 Podemos dizer que esta década foi “obcecada” pela modernidade. As pessoas estavam cansadas da énfase na funcionalidade dos anos anteriores. Foram os anos da fascinagdo pelo espaco e pelas diferentes formas dos automéveis. plastico provenientes da Italia, Estados sa época. As formas abstratas fo- Pecas de mobiliério moldadas em Unidos e Escandindvia ficaram famosas nes\ ram introduzidas em acess6rios, lumindrias ou mesmo mévels. 1m executados em madei- Os méveis “pés de palito” entraram na moda, e forai sr almofadas soltas. ras claras, como o pau-marfim, ¢ os estofados passaram a te O colorido voltou & moda nas tonalidades de turquesa, sempre acompanhado de preto ou magenta, amarelo Cittico, roxo ou verde-limao, por exemplo, cinza, Umpoucodehistria 9 ‘As madeiras no interior das residéncias foram quase totalmente pintadas em tinta esmalte brilhante creme. desenvolvimento tecnolégico do pos-gue novos tipos de borracha, de vidros e, principalmente, da estrela dos anos 1950, flexibilidade, resisténcia e diferentes rra possibilitou a criagdo de 0 plastico. Gragas a sua facil manutencao, suito explorado, pois podia ser molda- cores e padronagens, esse material foi m ie ou formas. do ou aplicado a quase todo o tipo de supe! ¢ elegantes, com 0 cromado presente em qua- Os méveis tornaram-se leves se todos os itens das cozinhas, eletrodomésticos e em algumas pegas de mobi- lidrio. FIG. 67 — Cadeira Pedestal — “tulipa’, final dos anos 1950 (Eero Saarinen). Anos 1960 hecapia ls feces anti ; inte sniriadolistic continu echeg so seu spoge com perasdemobla AiR UneN ie 's. Um estilo alegre, criativo, irreverente, gréfico e de bordas arredond das. Cores fortes como v am} . tes ermelho, azul, verde, laranja e amarelo prevaleceta™ Pisos de madeira cobertos por taml 10s por t oe e Por tapetes e paredes brancas também eram 0S P 100 Prjeande paca desig de inerions Surgiu pela primeira ver 0 assento modular, que possibilitava a criagao de diferentes variantes de sofas e poltronas. Uma pega famosa até hoje é a almofada “Sacco de 1968/1969”, Criada na Italia, tratava-se de uma capa em couro ou vinil recheada com pequenas boli- nhas de isopor. FIG. 68 — Poltrona inflavel “Blow”, 1967, criada pelos arquitetos/designers italianos Carla Scolari, Donato d’Urbino, Paolo Lamazzi e Gionatan Des Pas. Minimalismo (1970-1990) Estilo que segue o pensamento de Mies van der Rohe, tal falta de adornos ou obje- em que “menos é mais” Explora a forma simples de méveis com tot tos supérfluos. Podemos dizer que é uma “exaltagao @ arte de viver com 0 minimo”. Na maioria das vezes, elegante e com cores absolutamente suaves. Eumestilo de certa forma “frio” e pode parecer bem impessoal pela ausén- cia de referéncias pessoais, como fotos. Até hoje é bastante atual. Algumas caracteristicas: muito poucos itens nos ambientes com os méveis distantes entre sis celebragao do “espaco” vazios Um poueo de histria + arandelas; + auséncia total de colegoes; + cortinas simples como persianas horizontais; + pouco ou mesmo nenhuma cor contrastante ou de fundo; + visual simples e “limpo”; + muito espago para guardar coisas. FIG. 69 — Cozinha minimalista. Hi-tech ou high-tech Famoso nos anos 1980, ex Fa plorava elementos e materiais utilizados nas in- dustrias. Para alguns autores, o nome desse estilo est: Para outros, a “high style + technology” Os materiai iliza sio mais “arti i ‘ateriais que utiliza sao mais artificiais” do que naturais. Portanto, ev" ta-se a madeira. aria ligado a “high technology's Projetando espacas: design de interiores Algumas caracteristicas: + tubulagées hidraulicas e elétricas aparentes, bem como dutos de ar-condi- cionado e vigas; + muito metal (piso, estantes, eletrodomésticos, cabos atirantados, etc.); + piso de concreto aparente, carpete de alta resisténcia, emborrachados (tipo Borcol) ou ceramica sem padronagens ou desenhos; + cores vivas; + persianas horizontais ou verticais; + “look” basicamente industrial, com tendéncia minimalista. Pés-moderno (comego dos anos 1990) Nascido do questionamento de novos arquitetos e designers sobre os ideais ea estética do modernismo considerado por eles abstrato, frio, branco e até mesmo inexpressivo. Entre seus principais criadores, estao os designers e arquitetos italianos. Podemos dizer que este estilo é, de certa forma, “brincalhao”, subversivo e inteligente, podendo mesmo ser considerado sofisticado. Baseia-se na alusio ou mesmo referéncia a elementos hist6ricos classicos num contexto contem- poraneo. Algumas caracteristicas: + utilizacao total ou parcial de coluna grega, bem como de motivos gregos num contexto completamente diferente a ele; + cores harmoniosas e fortes como um palido terracota, yerde-esmeralda, lilés, rosa desbotado e azul; + certo visual de “desenho animado”. Em 1981, Ettore Sottsass formou na Itdlia um grupo di Memphis, que sobreviveria até 1986. De grande impacto no eram audaciosos, na maio! _Utilizava como revestiment le designers chamado mundo do design de interiores, seus objetos e mévei ria das nee fora de escala e, de certa forma, estranhos 0 lamina- dos plasticos coloridos, imitando marmore. Embora o grupo ou “movimento” Memphis méveis, podemos afirmar que sua influéncia 0c" tivesse como foco a criagao de reu em todos os aspectos do Um pouco de historia i e Sottsass. FIG. 70 —Cariton, 1981. Divis6ria de ambientes e estante de livros de Ettore design de interiores, . i reesta- uma vez que também questionava conceitos p! belecidos, ou Seja, paradigmas sobre sentar, guardar livros, etc, UM POUCO DA. HISTORIA MODERNA DO DESIGN No BRASIL “A semana de 22K ria das A P i istoria das ovorrida na década de 1920, foi um marco na his artes no Brasil. lin- ‘Um de seus participantes, 9 designer suigo John Graz (1891-1980), es pie Gcosclomicl untae “Poentes do design de méveis nas dé iecectatailt das de 1920 e 1930 no Brasil, com uma Producao na Area de design de inter res. Adepto do conceito integral de Projeto, cri; enorme de elementos como, caixilhos, Vitrais, Recebeu 0 apelido de “Graz, thar como decorador em pa criador da casa modernista a a gam: ‘ava para seus espacos uma g Auicsitae: eft. » lumindrias, méveis, pisos, » 0 futurist” apds 1 teria com Gregori Construida em 1931 e 923, quando comecou a ae : Warchavchik, arquiteto russ 0, em Sao Paulo. Projetando espacos: desien de interioes Entre as inovacoes introduzidas por ele no design de interiores, estao a af izagao de iluminagao indireta nos ambientes e o uso de materiais diferencia dos, como chapas de aco e superficies cromadas. FIG. 71 — Poltrona criada por John Graz. Joaquim Tenreiro (1906-1992), artesao portugues que comecoua trabalhar no Brasil na década de 1920, outro expoente desse mesmo periodo e conside- Desenvolveu um rado por alguns autores como “pai” do mobilidrio brasileiro. lizagao de mui- design adaptado ao clima tropical, limpo e funcional, com a util ta palhinha junto com madeiras brasileiras. FIG. 72 — Cadeira de Embalo (madeira e cour), 1947 (Joaquim Tenrero) Um pouco de historia 0 design de mobilidrio no Brasil comegou realmente a se desenvolver por volta dos anos 1950, Nesse processo, teve como um de seus maiores aliados 0 arquiteto carioca Sergio Rodrigues. Nesse perfodo ainda nao existia no Brasil um ptiblico consumidor repre- sentativo, que possibilitasse grande desenvolvimento na area de design de mé- veis. Mesmo assim, em 1955, Sergio Rodrigues fundou, no Rio de Janeiro, « loja OCA, com o propésito de criar um espaco propicio a divulgagao de mé- veis e de designers brasileiros. Sempre procurou criar méveis com uma verds- deira identidade brasileira, e foi responsavel pela criacao de varias pecas inter- nacionalmente reconhecidas, como a Poltrona Mole. Em 1961, venceu concutso na Itdlia e foi o primeiro designer brasileiro a colocar nosso mobilidrio em destaque internacional. FIG. 73 — Poltrona Mole, 1957. Sergio Rodrigues criou uma pega “robusta”, numa epoca em que o design de mobilidtio seguia a tendéncia dos famosos pés palitos. Projetando espacos: design de interires FIG. 74 — Poltrona de Sergio Rodrigues. Ainda como expoente dos anos 1950, encontramos a italiana Lina Bo Bardi (1915-1992). Ao chegar ao Brasil, descontente com as op¢des entao existentes no mercado, resolveu desenhar 0 mobiliério para seus projetos, pois acreditava que os méveis também devem ser coerentes com 0 tempo em que sao utiliza- dos e criados. FIG. 75 — Poltrona Bowl, 1951 (Lina Bo Bardi). Um pouco de historia O arquiteto e designer Paulo Mendes da Rocha ede comecou sua bg Ihante carreira nos anos 1950 e até hoje é uma das ae pporates referén- cias internacionais da arquitetura contemporanea brasileira. Em 1957, crioua poltrona Paulistano, de conceito construtivista, feita de uma tinica barra de ferro de incrivel leveza e conforto. FIG. 76 — Poltrona Paulistano, 1957 (Paulo Mendes da Rocha) Os anos 1960, com seu estilo mais intelectualizado, minimalista e gritfico, trazem novos nomes a tona, como Bernardo Figueiredo e o mexicano Aurelio Martinez Flores. FIG. 77 — Cadeira anos 60 (Bernardo Figueiredo). Projetando espagos: design de interiores Com a Revolucao de 1964 ¢ o AI-5 em 1969, 0 Brasil tomou um rumo dife- rente. Nossa produgao cultural e artistica foi manifestada mais no exterior do que no Brasil propriamente dito. A moderniza¢ao do pais comecaria a retomar seu Percurso somente nos anos 1970. Novas escolas de arquitetura nasceram, e uma nova geracao de designers floresceu nas décadas seguintes. Ocomeco do processo de globalizacao estaria declaradamente instalado no mundo atual nesse periodo. Oarquiteto Oscar Niemeyer desenhou uma série de méveis de formas bem futuristas, entre 1972 e 1985, com 0 propésito de decorar seus projetos. FIG. 78 — Poltrona de Oscar Niemeyer. ee iva” i ‘do de méveis e s anos 1980 assistiram ao comego da “massiva” importag: objetos da Europa e dos Estados Unidos, além de uma produgao es {cones estrangeiros como a cadeira Wassily € a chaise longue ee Le Corl ee uma década com enorme multiplicidade de tendéncias. O design ah a ais da “arte”, abandonando parte do seu conceito funcional. Os obj Méveis passam a ter uma forte caracteristica “visual”. Um pouco de histria © estilo clean originério dos yuppies norte-americanos (jovens profissio- nais muito bem-sucedidos na Bolsa de Valores de Nova York) foi forte tendén- cia nos escritérios de decorasao. Durante os anos 1990, e final dos 1980, assistimos ao nascimento de varias oficinas e pequenas lojas que fabricavam e vendiam méveis criados por novos designers brasileiros, na busca por um estilo nacional. Carlos Motta, Marcelo Ferraz, Marcelo Suzuki/Francisco Fanucci, entre outros, além das pecas do renomado arquiteto Ruy Ohtake sao exemplos desse periodo. O design deixaria de ser “mais bonito do que funcional”, mais pratico do que tedrico, e as pecas retomariam uma discussao mais direcionada a utiliza- 40 do que ao resultado visual acima de qualquer custo. FIG. 79 ~ Cadeira do arquiteto Carlos Mot tta, que em suas criacd en Gane 's Criagdes mistura influé escandinavas € norte-americanas, Projetando espagos: design deinteriores FIG. 80 — Poltrona dos irmaos Campana faz referéncia As favelas brasileiras ao utilizar pedagos de madeira. Uma entre varias pecas produzidas na Itdlia pela Edra. Vale lembrar também que a ecologia vem sendo, desde os anos 1990, um fator importante nao sé na producao industrial, como na orientagao criativa de novos méveis ¢ elementos decorativos. Na era da globalizagao Atualmente vivemos numa era globalizada que apresenta beneficios ¢ in- fortinios, Um deles, acredito, est ligado ao design de interiores. Vejo com cer- ta cautela a influéncia da globalizacao nessa area. Posso dizer que me “assusto” quando vejo interiores de residéncias pratica- mente similares no Brasil, Austrélia, Itélia, Portugal ou mesmo em outros pat- ses. Eu me assusto por acreditar que os brasileiros s40 diferentes culturalmente dos australianos (e como!), dos italianos (embora bastante similares) ¢ assim Por diante, o Como podemos, entao, abolir do espaco em que vivemos nossos desejos, oid iragd! ntre tantos ossa cultura, nossos conceitos, nossa religiao e mossas aspiragoess © Outros fatores? Um pouco de historia E nesse ponto que questiono o modismo. Actedito nos beneficios da globalizagao e nos prejuizos que ela traz.e trari, nao so em termos econdmicos, mas principalmente culturais, Espero que o design de interiores no Brasil sobreviva ao “espaco impessoal” continue a refletir tragos de uma cultura especial e divertida, de um povo que acredita e sonha. Cybertecture — arquitetura cibernética James Law, um arquiteto britanico de 35 anos que vive e trabalha em Hong Kong, €responsavel pela atual arquitetura cibernética ou “cybertecture”, como ele mesmo a define. Ele acorda todas as manhas co: M_projecdes panoramicas, “ao vivo”, de 15 m nas paredes de seu apartamento, diretamente de uma praia na Tailandia. Fle seleciona o que deseja ouvir por um comando vocal, eascomes das paredes mudam de acordo com a pessoa que es td ao telefone com ele ouse ele recebeu um e-mail, Ele acredita que 0 futuro do design de interiores e da arquitetura serd total- mente flexivel, mutavel, de acordo com as necessidades do momento. Como ele mesmo brinca em suas entrevistas: “Por que uma parede é uma strugdes tem de ser estaticas’ Projetando espagos: design de interiores LT LL LE TA Os espacos sio compostos por diferentes planos ¢ elementos. Paredes com suas janelas e portas, teto, piso, escadas, vigas ¢ pilares. Cada um deles tera sua parcela de importancia no projeto, dependendo do material de que seja com- posto ou revestido. PAREDES Elementos existentes para criar isolamento, vedacao, estrutura, divisao, pro- tegao ou privacidade, A escolha do material para a sua execugao dependers principalmente da fungao. Jos de vidro, madeira, Alvenaria com massa corrida, tijolos aparentes, ti gess0, vidro, concreto, pedra, ceramica, ago e marmore riais que podem ser utilizados, sendo que cada um tem propri sao alguns dos mate- iedades e caracte- risticas visuais completamente diferentes. rao diferentes texturas a0 ambiente e,com Os materiais utilizados incorporai clas, diferentes caracteristicas de reflexao de luz e som. : nas do que as de alvenaria e ne- Paredes de gesso, por exemplo, so mais fi jar isolamento de som per- cessitam de revestimento interno extra para propi feito, Componentes arteries dos amiients Jé as paredes de pedra sao resistentes e podem ser facilmente transformadas em centro de interesse. Acrescentam caracteristicas particulares aos ambientes, embora de dificil manutengao. Por sua caracteristica porosa, tender a refletir menos luz. As paredes serao “pano de fundo” para os ambientes, portanto sao parte fundamental na composigao. Podem ser retas, inclinadas ou curvas. Podem receber portas, janelas ou aberturas para integrar ambientes, além de diferentes alturas, criando movimento na composi¢ao. As portas diferem segundo o sistema de abertura e podem ser de abrir, cor- rer, pivotante ou sanfonada, Para cada situacao, haverd uma melhor forma pare abri-la. E bastante comum a criagao de portas de entrada exclusivas, desenhadas especialmente para 0 projeto, embora existam infinitas op¢des de modelos ¢ estilos no mercado. FIG. 81 — Estudo para porta de entrada e de lavabo. 116 Prjetondo pao design de interioe Ce; e en Lembre-se: \ STEN, + paredes em cores claras refletirao mais luz; ™ + atonalidade de uma parede varia dependendo da incidéncia de luz natural e/ou artificial sobre ela; + paredes texturizadas propiciarao efeito mais dramatico sob luz direta. Luz indireta amenizara qualquer textura; + janelas e portas esguias tendem a aumentar a altura dos ambientes, bem como pilares (linhas verticais); + paredes curvas sao suaves; em angulo, dinamicas; + paredes com muito vidro tendem a reverberar 0 som; + ambientes“quadrados” podem ter sua forma alterada com a pintura de uma ou mais paredes em cor contrastante; + portas e janelas podem “desaparecer’, se seus batentes e detalhes forem da mesma cor das paredes; + alargura das portas para espacos utilizados por pessoas em cadeira de ro- das deverd ser de no minimo 80 cm, sendo mais cémodo 90 cm. Pisos A maior drea que percebemos num ambiente é composta, na grande maio- tia dos casos, pelo piso. Também “pano de fundo” da composi¢ao, ter forte influéncia no resultado final do projeto. Sao intimeros os materiais com suas diferentes caracteristicas. Mais uma vez, a fungao dos ambientes deve ser um dos principais fatores na escolha correta do piso. Carpete, madeira, laminado, borracha, pedra, tijolo, concreto, cerdmica ¢ Marmoleum sao apenas alguns exemplos. FIG, 82 ~ A linha aplicada ao piso, independentemente do material utilizado, Pode alterar consideravelmente 0 modo como percebernos os ambientes. Componentes arqutenicos dos ambientes a FOTO 13 - O piso de mm linhas dire idas ao fundo do ambie © CEE FEM Lembre-se: acor do piso incorporara maior ou menor contraste a composicao; uma textura conflitante com os elementos decorativos sobre ela poderd cau- sar irritacao e “pesar” no ambiente; materiais brilhantes e texturas polidas refletirao mais a luz e o som. Caso necessario, utilize tapetes espessos para “abafar o som”; amanutengao também deve ser considerada quando optar pela cor do piso. Piso branco na cozinha e no banheiro pode ter um visual fantastico, mas necessitarao de constante limpeza, j4 que acusarao cada migalha ou fio de cabelo. Pisos escuros polidos também acusa 10 qualquer poeira. Se a cor for preto, opte por superficies mais opacas; evite superficies escorregadias em dreas molhadas e areas externas pro. mas a piscina ou ao spa; decks de madeira podem ser uma grande op¢ao para areas externas. Certi- fique-se do acabamento correto para evitar muita manuten¢ao; espagos ou residéncias pequenos parecerao maiores se mantiverem unifor- midade nos pisos. Onde nao for possivel manter 0 mesmo material, uma tonalidade bem proxima ajudaré bastante. ‘ um piso homogéneo. FOTO 14 — Materiais diferentes em cores similares ajudam a iar um itetbicos dos abientes Componentes arquitetricos TETO Laje, concreto, madeira, telhado aparente, gesso sao algumas das opcoes, Também influenciara a ressonancia do som e atuar4, bem menos do que as paredes € 0 piso, no resultado final da composicao. Particularmente gosto de tetos que mantenham a mesma cor e tonalidade na parte plana e nos detalhes, caso existentes. Acredito que, assim, os detalhes de gesso, por exemplo, serao descobertos quando observados, acrescentando mais interesse & composicao. Podem e devem ser utilizados como grandes refletores em ambientes com pouca luz, ou de paredes em tons escuros ou fortes. Nesse caso, recomenda-se a utilizacao de luminarias com foco direcionado ao teto, pintado numa cor bem clara (branco seria ideal). Evite acabamentos brilhantes, pois ressaltarao qualquer imperfeigao na su- perficie. Lembre-se: vigas na mesma cor do teto tendema desaparecer. Em cor diferente podem set utilizadas como recurso para reduzir visualmente a altura de um ambiente; explorar 0 teto como grande refletor de luz aumentara o pé-direito. Jé lumi- narias com foco direcionado para o piso diminuirao a altura dos ambientes; caso 0 enfoque da decoracao seja mais nas pecas de mobilidrio, paredes € tetos na mesma cor neutralizarao 0 “pano de fundo” da composi¢ao; a superficie do teto seré sempre mais escura do que a das paredes, Portanto, se desejar exatamente a mesma tonalidade, opte por uma tonalidade pelo menos 60% mais clara para o teto do que para as paredes, Em certos cas0S: a diferenca podera chegar a 80%. Esse fato ocorre pela menor incidéncia de luz sobre ele, ESCADAS Escolher e definir uma escada estd completamente escond seria o material Para revesti, Pode ser uma tarefa bem simples, quando ¢l2 ida “entre paredes”. Nesse caso, 0 tinico problem TO piso € 0 corrimao, se existente. rita 20 Proje pags design de nerores Madeira, concreto aparente, a¢o, ceramica, pedra, borracha ou carpete, en- tre outros materiais, sao algumas opgées possiveis. Qualquer ambiente “confinado” é um grande candidato a problemas de res- sonancia de som. Portanto, analise se este ¢ 0 caso e opte por materiais maledveis endo duros. E de importantissima relevancia que o material aplicado seja, de certa for- ma, antiderrapante para evitar maiores problemas. Aaltura do degrau, ou seja, 0 espelho, nao deve ser superior a 18 cm, jé que, apartir dai, o musculo da panturrilha comegara a sentir o esforco. Um ou dois degraus num desnivel de piso entre dois ambientes podem ter até 20 cm de altura, A profundidade do degrau, ou piso, nao deve ser inferior a 28 cm, pois sera facil escorregar. O ideal é manter em torno dos 30 cm. Se essa medida for maior, ocalcanhar podera bater contra o piso do degrau. Portanto, o mais confortavel é manter a formula 2E + 1P = 63/64 (a soma de duas medidas do espelho utilizado na escada com a medida da altura do Piso da mesma escada deve ficar entre 63 e 64 cm para garantir conforto). 25/90 DE+{P=E3/64 CM ida i so e espelho. FIG. 83 — Sugestdo de largura para escadas e medidas ideais para pIso Componentes anquttbicos des arbientes Quando a escada em questo estiver totalmente entre paredes, existira sem uando pre a possibilidade da utilizagao do espago sob ela. Podem a criados arma rios, despensas, lavabos, depésitos ou mesmo pequenos ambientes. ios, despensas, lavabos, sit m pequenos ios, des , FIG. 84 — Estudo para criacio de armério sob escada. As escadas que funcionam como “centro de interes: mi ‘0 ambiente, devem 0 “smo como parte integrante do ambie! ite, devem ter um enfoque um pous ‘is cuidadoso, e”, como esculturas OU 122. Pande den re Como elemento em constante exposicao, seus materiais devem estar de acor- do com o estilo proposto para o projeto, sem se esquecer, é claro, da seguranca. Pisos vazados, de vidro, madeira, concreto, ou ago, por exemplo, conferem mais leveza a escada. Escadas metélicas circulares podem ser uma solucao que economiza espa- 0,no entanto, cuidado com as dimens6es, para que ela nao se torne incomoda ou mesmo inapropriada. Ms cH FIG. 85 — Exemplos de alguns formatos basicos de escadas. LAREIRAS: Nada pode parecer mais aconchegante do que a imagem de uma lareira acesa numa noite de inverno. Ideal para residéncias em climas frios, sio uma grande aliada da decoracao, Pois por si s6 jé acrescentam interesse ao ambiente. Dependendo do posicionamento da lareira, haverd sempre uma distribui- S40 de mobilidrio mais eficiente quanto & circulagao, conversagao, etc. 0 sy", FIG. 86 — Exemplos de distribuigdo “frente a frente”, * ure Componentes rites os abenes FIG. 87 — Mais comumente as lareiras podem ser posicionadas de canto, centralizadas no ambiente ou em uma das paredes. Cada opcdo proporcionara diferentes solucdes de distribuigdo de mobiliario. Mais uma vez, entram em cena as atividades que ali serao desenvolvidas. $6 entao sera determinado o posicionamento dos moveis. As lareiras podem ser a lenha, a gas, elétricas, ou ainda “alimentadas” auto- maticamente por um produto alternativo para a lenha, que nao ocupe tanto espaco nem cause sujeira, | | | Ve ZNZ —=S— = nk r 4 a 124 jan pe: deco O visual da lareira pode estar ligado ao do espaco arquiteténico, como uma lareira com frontao Art Déco numa casa também de mesmo estilo, porém com projeto de interiores totalmente contemporaneo. Pode, no entanto, estar liga- da diretamente ao projeto de interiores com criagao exclusiva de seu frontao pelo designer responsavel. ©, le CEDETE M es Componentes arquiteticos dos ambientes PRS TERS LE eit) PW SAE Seni a © espaco necessario para que uma aco possa ser realizada sem pro- i Ou, ainda, qual o espaco de que uma pessoa necessita para andar ao redor le uma mesa de jantar sem incomodar as visitas, pedindo que movam suas cadeiras? Essas sao algumas das perguntas que a“Ergonometria’, uma ciéncia, procu- taresponder, buscando melhorar a relacao entre o homem eo meio ambiente. Bla analisa as caracteristicas fisicas, psicolégicas e fisiol6gicas de um povo e uais seriam as distancias e os espacos necessarios para ele. mae simplificar este capitulo, trataremos como ergonometria as medidas nfnimas Para que as pessoas possam executar suas atividades sem comprome- timento com 0 espaco ao redor. Num bom projeto de interiores, ler significara muito mais do que um livro © um local para sentar, Deverdo ser consideradas poltrona que melhor se : a + t 2 apta & pessoa que vai lena érea a0 redor que devera ser includ, por xT" aaltura e 0 tipo de ilumi- plo, : : Para mesa de apoio ou para reclinar a poltrona, : atividade, Naca . P : ae mais aconselhdveis, os materiais mais confortavels para ess? tc. Ergonometria DIFUSA sPor FIG. 89 —Poltrona de leitura com iluminagao. Portanto, ao determinar uma drea para um ambiente, considere muito mais do que o espaco para as pecas de mobilidrio. Analise a area necesséria para desenvolver também as atividades ao redor delas. CIRCULACAO Dimensoes minimas recomendadas em centimetros para circulagao e mo- biliario. As dimensoes sao sugestivas e podem, certamente, variar de acordo com os modelos dos méveis escolhidos. FIG. 90 ~ Movimento sem obstrucao, 2 Projetando espace: design de interiors ma. VAG 4 eee Oy pes, {40/I20 FIG. 91 — Movimento com auxilio de equipamentos. a mh Ret 4B, yM2, pleoy 4 OF) AE FIG. 92 — Movimento abaixar, sentar no chao, abrir gavetas. FIG, 93 — Movimento para alcancar coisas no alto. Sao intimeros os modelos de sofas, poltronas, mesas de centro, mesas late- tais e aparadores. Cada um apresentar dimensOes que podem variar &™ al- guns centimetros, entretanto, as medidas a seguir podem ser consideradas pri- meira referéncia para posterior orientagaio das medidas maximas ou minimas dos méveis a serem adquiridos. Aieireaiete des devas de centto avs assentos nfo deve ser menor do que 50 cm em casos onde haja realmente problema de espaso- ‘A distancia minima Ergonometria de 60 cm é mais aconselhavel, porém nao ultrapasse os 70 cm, evitando que as pessoas tenham de levantar para utilizar a mesa. ‘Aaltura do assento do sofé ira variar conforme sua finalidade. E mais incé- modo levantar de um sofa mais baixo, embora possa parecer mais informal e relaxante. A estrutura dos méveis também deve ser considerada, jd que pessoas mais idosas, por exemplo, preferirao bragos mais firmes e altos para facilitar 0 apoio na hora de se levantarem. O revestimento do sofa também deve ser analisado com cuidado, pois um sofa de couro para algumas pessoas ¢ ideal pela facilidade de manutengao; para outras, é desconfortavel, pois se escorrega facilmente sobre ele. 120/160) FIG. 94 ~ Living, O tamanh jantar ira vari 10 das mesas de jantar ird variar segundo 0 modelo e, principal- ente, o tamanho das cadeiras e vice-versa, Aparadore init ‘ Pi es deve terno minimo 50 cm de profundidade, para que traves- 's € outros utensilios possam ser dispostos sem rol ji i- cano, por exemplo. problemas num jantar ameri Projetando espacos: design de imeriores | | | Buffets para lougas e objetos relacionados com almogo ou jantar podem ter até 60 cm de profundidade. Mais do que essa medida, tornam-se demasiada- mente fundos e de dificil acesso. Lembre-se de manter uma distancia de, no mfnimo, 120/130 cm entre o buffet e a mesa, caso tenha de ter acesso a ele durante o jantar, evitando incomodar as pessoas durante a refeicao. Cadeiras de jantar medem, no minimo, aproximadamente 45 cm x 45 cm, com a mesma medida para a altura do assento. As cadeiras com braco serao razoavelmente mais largas. Mesas circulares (diametros minimos) e altura entre 70 cm e 75 cm: * 2 pessoas — 60 cm; * 4 pessoas — 90 cm; * 5 pessoas —~ 110 cm; + 6 pessoas — 120 cm; 8 pessoas ~ 140 cm. Para as mesas quadradas ou retangulares, a altura também varia de 70 cma 75cm, dependendo da cadeira e do modelo. Podemos considerar 60 cm como espago para cada pessoa e érea minima de 60 cm x 45 cm. Para cada cabeceira de mesa, adote o minimo de 20 cm a mais no comprimento da mesa. O ideal, entretanto, seria 45 cm. FIG. 95 — Salas de jantar. Banheirose avabos também merecem muita atengao quanto as dimensoes minimas recomendadas. Os boxes podem ter portas de abrir (para fora Y0s de seguranca), correr ou sanfonadas. 0 mais indicado por moti- Ergonometria s que fazem uso de cadeira de to- ae iais pa ' Medidas e dimensdes especiais para pess pe ‘ las foram largamente discutidas nos meus dois primeiros livros, e podem tam. m larg is las nos meu imeiros livros, e po ee eos] eet elega nforto), be ncontradas no site http://www.deca.com.br (selecdo Linha Cot ) s BAWHEIRA HIDEO lg 4 | +e Fox 160/40 + 1607190. cot. FIG. 96 ~ Areas aconselhaveis para cada atividade no b: anheiro. As cozinhas devem Ser confort taveis e adaptadas a cada familia. As alturas podem variar conforme a utiliza. a0 das bancadas de apoio, Bancadas Pia ~ 83 cma 90 cm ou 5 cm abaixo Preparacao de alimentos — g velo dobrado a 90 graus; do cotovelo dobrado a 90 graus; 3m a 90cm ou 5 cm a 10 em abaixo do coto- Prjtandoepass design de interiors utilizagao de eletrodomésticos de pequeno e médio ou 17 ema 25 em do cotovelo dobrado 290 grau Rains nanan a "i Bancada para refeigao (diferenca de aproximadamente 30 cm entre a bancad com cadeira ou banco baixo ~ 75 cm; Weg sssento) com banco médio — 90 cm; com banco alto — 100 cm/110 cm. ye prenon At ptteinor AeA ©, CEDETENy FIG. 97 — Cozinhas. to a ergonometria estao Nos as sheer | s dormitérios, as principais consideragoes quan! as areas destinadas a0 cod - espago de circulagao ao redor das camas ¢ mento de roupas e objetos. oo entre as camas ou entre cama € que 50 cm, minimo ideal de 60 cm, € melh a parede nunca deve ser or distancia 70/80 cm. xgonometria O tamanho das camas é variavel. Seguimos no Brasil as medidas america- nas. Basicamente podemos considerar num estudo preliminar as seguintes medidas: solteiro — de 70 cm a 90 cm x 190 cm; vitiva — 120 cm x 190 cm; casal— 140 cm x 190 cm; queen ~ 150 cm x 2m. king — 160 cm x2 m; cama tipo box americana (tipo hotel) — pode medir de 180 cm x 2ma 2mx2,10m. FIG. 98 — ai istanci ' 98 — Sugestao de distancias e alturas nos dormitérios. Projetanil espagos: design de interiores Camas com estrado geralmente tém altura de 45 cm; as tipo hotel, ou box, podem ser bem mais altas. ‘As mesas de cabeceira devem estar de acordo com a altura das camas. A melhor opsao seria a mesa ter uma altura um pouco menor do que a da cama, evitando que a pessoa bata a cabega durante a noite. ‘Asdimensdes das mesas ou criados-mudos também variam, mas, nesse caso, segundo a necessidade de cada individuo. ® \CEDETEN) HALL DE ENTRADA, | Aporta de entrada pode ser especialmente criada para seus ocupantes, per- | sonalizando ainda mais o projeto. | Ohall de entrada é 0 primeiro contato com a casa. Estabelecerd o estilo ea | Personalidade do projeto, ja que é a primeira impressio que as pessoas regis- | trardo ao chegar a residéncia, Ohall deve ser claro e com certa mensagem de “boas-vindas” Para algumas pessoas, seria titil um aparador para deixar as chaves logo ao ntrar, ou colocar a correspondéncia do dia. Espago para casacos, guarda-chuvas, chapéus ou echarpes, por exemplo, também pode ser armazenado nessa rea a vista ou em armarios apropriados. Brite a “sensagao de desordem”, organizando bem os elementos compositivos. direcionadas para a porta a casa serd desviada para Procure evitar escadas de acesso ao segundo piso, deentrada, Segundo o feng shui,a energia que entrar n andar de cima, tamente em fren- Outra providencia seria evitar espelhos posicionados die ‘a da casa a boa ; 5 ©4 porta, para que, segundo o feng shui, nao reflita para for on Tetgia que ali entraria. Ambiente Ee FIG. 99 — Estudo para hall de entrada com armério para casacos e aparador. FIG. 100 ~ Escada de acesso foi planejada evitando i nte frontal porta de entrada, ceniraase Armario mineiro “esconde”’ casacos, 142 Projtandoesago: design deimeriones Ailuminagio por arandelas pode ajudar a criara atmosfera desejada, Desenho diretamente no piso de marmore, cerdmica ou qualquer outro material poderé ser uilizado como recurso para climinar tapetese manter uma ficil manutengao. Lembre-se, entretanto, de que esta é uma solucdo mais defi- nitiva e estatica e que poderd “sair de moda’, ou ainda, dependendo do tempe- ramento das pessoas, poderd “cansar”, O lavabo também podera ser localizado perto dessa area, LIVING/ESTAR Impossivel criar um projeto de interiores realmente funcional se nao sou- bermos exatamente a que se destinam os ambientes, ou Seja, quais as dreas e os espacos que devem ser criados para atender As necessidades de seus ocupantes, Local para conversas familiares ao final da tarde, ouvir musica, receber amigos, ler, jogar cartas ou assistir tevé podem ser algumas das possibilidades. Para cada uma delas, haveré uma distribuigao, materiais mais recomendados, iluminagao e ventilacao adequadas, etc. FIG, 101 ~ Opgdo de planta “aberta" lineat sem subdliviséo do espaco para diferentes atvidades. Ambientes FIG. 103 — Opgao de planta “aberta”, incorporando sala de jantar e varanda. 144 Proitand eg design diners Timi l 5 rr oO a g © Ec J \ | FA Ao frente a frente, quadrada/retangular e circular. O} Peay (UY, RU) } zt el ll Ba Seg i] 0 FIG. 104 — Distribuigdo de méveis em “L’, “U Tl oO Ea Amibientes recem diferentes solugées, jrculagao livre. procurando preservar uma circ FIG. 105 — Salas com diferentes formas ofe Desvie a atencao de uma peca de mobiliério indesejada. Crie centros de interesse, pontos focais, para dinamizar a composic¢ao. Ambientes quadrados ou muito longos, por exemplo, podem ser alterados facilmente, utilizando a cor correta na parede certa. Cores como tons de alaranjado ajudarao na socializacao nesse espaco; ama- relos criarao uma atmosfera luminosa ¢ alegre. Bordés sao mais formais e so- fisticados, ao passo que azuis e verdes, em tonalidade pastel, sao frescos ¢ relaxantes. Analise a cor que mais se adaptara 4 atmosfera desejada. Alguns elementos basico: + Sofds/poltronas. Escolha apropriadamente nao s6 o tamanho mas também o material de revestimento. Sao intimeras as op¢6es existentes para revestir essa peca tao necessaria. Verifique também a resisténcia da estrutura do sofa, certificando-se de que nao seja tao mole e torne dificil se levantar dele, nem to duro que seja incémodo. Os modelos mais baixos sao recomendados para pessoas mais jovens; 0s mais altos sao indispensdveis para pessoas idosas ou com problemas de lo- comogao. Lembre-se de que branco e cores quentes aumentarao visualmente o tama- nho da pega; preto e cores frias diminuirao seu volume. Utilize cores ou estampas da moda nas almofadas e pequenos objetos. Eles sao mais faceis e econdmicos de serem substituidos do que o tecido de um sofa de trés lugares, por exemplo. Poltronas extras ou cadeiras de brago, Podem ser pecas coringas quando fo- rem necessarias mais cadeiras para a mesa de jantar. Sao flexiveis, leves € faceis de movimentar ao redor do ambiente. Puffs ued alternativa para criar mais opgGes de assentos, ao mesmo Reis nee a: Alguns projetos eee nao necessérios. Grandes 7 ee ae de eet Wi sSican ch ey podem também ser usados como mesa ais informal. ‘Mesasde centro. Mantenha 20 redor da mesa uma disténcia minima de 0 cm entre a i mesa € as pecas ao redor. Evite bater a perna na mesa! Nao di Projetandoexpacos: design de interiors tancie mais do que 80 cm, evitando que as pessoas tenham de se levantar para alcangé-la, Sua altura ideal esta entre 40 cm e 50cm. Evite problemas com mesas de tampo de vidro em residéncias com criancas. Mesa de canto. Podem ser iguais ou diferentes entre si. Podem ser iguais a mesa de centro ou diferentes dela. Tudo dependera do caréter e do estilo da composicao. Uma mesa de cada lado do sofa, dois abajures idénticos e um quadro centralizado ao sofa é 0 maior exemplo de uma composigao formal eestatica, ideal para solugdes também formais. Cores, Verdes so interessantes e relaxantes. Laranjas estimularao a sociali- zagao no ambiente. Amarelos em tons de creme sao alegres e compoem com quase todos os estilos. Iluminagao. Procure criar as iluminag6es geral, de contraste e de tarefa com acendimentos independentes e¢ dimmers, possibilitando assim diferentes atmosferas no mesmo ambiente. Interruptores em paralelo serao muito con- ja que possibilitam acender e apagar as mesmas venientes em salas amplas, lampadas de diferentes locais. Ailuminagao geral difusa podera ser proveniente do teto, de arandelas uni- formemente distribuidas no ambiente ou mesmo de luminarias de pé, com potentes limpadas e foco direcionado ao teto. 5 sob os assentos, para nao aquecer a ca de centro ou as areas de circu- Evite posicionar spots embutido: ee. ¢a das pessoas! Spots direcionados as mesas lacao sao mais recomendados. Bi dle : 4 de Ailuminacao de tarefa para leitura, por exemplo, podera ser proveniente podem ser utilizadas lumi- abajures sobre as mesas laterais. Para escrever no forro, direcionados nérias de mesa com haste flexivel ou spots dicroico a0 tampo da mesa. Lembre-se de que também os abajures tuptores, facilitando o acendimento das juminari As luminérias de pé, por serem de facil manuseio, $40 To ficientes quando dire go ou cadeiras de | podem ser controlados por inter- ias. flexiveis e uma boa cionadas para ©pgao para iluminagao extra. Sao bem e ‘ leitura. © teto, e bom artificio para iluminar mesas de jo Amiens @ Diceoien — 1WMINAGAD © Lomméeia Te FSO Olwminagao Serar IWFERRLPTOR PARALELO ‘S wierruproe Simeves CONTIASTE EPE (TO FIG. 106 ~ Estudo para iluminagao de living. SPOT FIG. 107 ~ A iluminagéo de tareta para leitura pode ser difusa ou por spot direcionado, além de lampadas de piso, Projetando espaos: design de interioes {luminagdo decorativa ou de contraste ajuda na criagdo da atmosfera e ca- réter dos ambientes. Quadros, colegdes, arranjos de flores ou qualquer ou- tro detalhe poder ser enfatizado por iluminagao direcionada, TV/HOME THEATER Dependendo do grau desejado de refinamento sonoro, as exigéncias com certeza aumentarao. A quantidade de equipamentos disponiveis é maior a cada dia, O desenvolvimento tecnoldgico nao para e, com ele, novas solugoes espaciais vamos de até 90 cm de profundida- yao sendo possiveis. Se antigamente preci: de num méyel para instalar uma tevé com tela grande, hoje em dia nao sao necessdrios mais do que 10 cm a 15 cm paras tevés de plasma ou LCD. Analise o tamanho do ambiente e verifique qual o tamanho (maximo) ideal deteyé e/ou tela para que a imagem nao distor¢a. Partindo desse ponto, comece 0 projeto. Caso a situagao seja oposta, ou seja, o projeto deva partir do tamanho de uma tevé, verifique quais as dimensdes (méximas) ideais para 0 ambiente. Toda a aparelhagem deve estar definida antes de comegar o detalhamento do projeto. anho da tela em polegadas seja re ela eo sofa. Portanto, uma distancia de aproxima- Alguns profissionais sugerem que o tam; multiplicado por 7,62 para obter a distancia enti tela de 32 polegadas, por exemplo, deverd estar a uma damente 2,40 m. Os materiais de revestimento também séo diretamente responséveis pelo frau de perfeicao sonora alcangado. Z de superficie polida devem ser evitados, jf petes espessos ou carpetes sa m é aconselhavel. Mesas de mar- nas por um tipo de cortina plema. Procure utilizar a. Uma arandela ou mudar os canais cacao de um Para os mais exigentes, materiais - que aumentam a reverberacao do som. Ta ome tecomendados, Pouco vidro ou espelho també more devem ser substituidas por madeira, e persia mais espessa. A iluminagao também poderd ser um pro blackout nas janelas para vedar completamente a luz extern abajur préximos & mesa lateral podem ser uma soluedo pars da tevé sem ter de acender a luz geral. Uma boa ideia seria a colo interruptor que comande os pontos de luz proximo 40 sofa. Ambientes Lembre-se de que assistir a um filme ou tevé sii € acionar 0 controle remoto. ou comer, atender to, s ignifica mais do que sentar Estao envolvidas outras atividades, como beber ao telefone, ler a Programacao do dia, entre outras, Portan- era necessirio mais do que uma poltrona ou soft. Alguns elementos bisicos: Sofas. Devem ser confortaveis ¢ ada preferem assistir a tevé, Verifique quantas Pessoas usar quéncia para prever assentos frontais em ntimero id (com ou sem a utilizagao de puffs de apoio) ou reclin Escolha o material de revestimento que se que alguns podem achar incémodo deitar n ptados ao modo como os ocupantes Jo 0 espaco com fre- ea |. Podem ser fixos vei: adapte melhor aos usuarios, j lum sofa de couro, por exemplo. Poltronas. Podem ser uma opcao interessa: Sao flexiveis e possibilitam um ajuste no na flexibilidade do ambiente, Mesas de centro. Dependendo da rador atrés do sofa inte em pequenos espacos, pois ngulo de visdo. Rodizios ajudam Proposta, podem ser substituidas por apa- » ou mesmo somente por mesas |: sera necessdria Para que as pessoas nao tropecem dondados sao bem-vindos, bem como materiais re: aterais. Boa iluminagao sobre ela, Cantos arre- ‘sistentes. FIG. 108 ~ Estudo para estante €m home theater. Projetando espacos: design de intriores i . Estocagem. A quantidade de objetos a serem estocados varia de Projeto para projeto. Analise a quantidade em unidades ou metros lineares calcule o espago necessirio. + Iluminagiio. Procure nao posicionar a tevé na parede oposta as janelas, por causa da reflexao de luz na tela. Uma iluminacao lateral a tevé ou mesmo atrés dela ser mais conveniente. A iluminagao geral pode ser controlada por dimmer, caso seja a tinica existente no ambiente. Caso haja possibilida- de, mantenha uma luz suave de apoio para que as pessoas possam movi- mentar-se no ambiente sem problemas. Sistemas de som. E fundamental posicionar corretamente as cinco caixas de som e o subwoofer que compéem o sistema para um home theater. As cai- xas laterais frontais podem ser instaladas diretamente no teto ou parede ou ficar sobre suporte apoiado no piso. As duas caixas laterais traseiras devem estar posicionadas na altura dos ouvidos das pessoas sentadas, proximas a elas, utilizando suportes de piso ou montados na parede. A caixa central, que corresponde as vozes das pessoas nos filmes, deve ser instalada sob a tevé, frontalmente ao sofa, para que os usudrios tenham a perfeita sensa¢ao de quea voz vem diretamente da tela. Ja o subwoofer, sons graves e subgraves, deve estar no piso proximo a tevé ou mesmo lateral a ela. CAIxa 3 cAuxa 4 FIG. 109 — Localizacdo das caixas e subwoofer. Ambientes FIG. 110 — Estudo de home theater. ” wy 2 B ve 22 Q : FIG. 112 — Dimensdo de CDs, DVDs videotapes. 152 Proetando paras design de inerins SALA DE JANTAR Para algumas familia, esse ambiente éutilizado apenas em ocasioes oes uma ver que fazem uso da copa no dia a dia, Sea maioria dos utensilios utilizados nessas ocasioes for armazenada nessa drea em buffets ou aparadores facilitara muito, Autilizagao de quadros, fotos, espelho ou colecao de pratos para ornamen- tar as paredes neste ambiente ajudara a criar a atmosfera desejada. Alguns elementos basicos: Mesa. Lembre-se de que cada pessoa necessitara de pelo menos 60 cm de espaco para movimentar-se bem durante as refeigbes. Cadeiras de braco, por exemplo, ocupam espa¢o maior. A altura mais desejavel ficara proxima dos 75 cm com cadeiras de 45 cm de altura. Procure manter a distancia entre 0 tampo € 0 assento em 30 cm. O material pode variar bastante e deve estar de acordo com a atmosfera do ambiente. Considere a manuten¢ao necessaria e avalie a melhor opcao. Mesa com extensao é uma boa opgao, pois permite que no dia a dia a mesa nao ocupe muito espaco, podendo facilmente ampliar o ntimero de assen- tos. Nesse caso, as cadeiras que serao utilizadas nesse espaco podem estar dispostas em outros ambientes. Para poder acomodar maior nimero de pessoas 4 mesa, opte por formas Tetangulares com pé pedestal ou finos. As mesas redondas, no entanto, faci- litam mais a socializagao entre as pessoas. Cadeiras. Selecione op¢des confortaveis. Capas podem ser uma op¢ao pee Proteger os assentos no dia a dia. Compre a mesa, depois analise a cadeira que melhor se adapta ou vice-versa. Procure nao juntar uma cadeira a uma Mesa “no escuro”, na maioria dos casos ocorrem problemas. t Aparador/buffet. Pecas que podem ser bem titeis. O aparador pode ajudar Tum jantar americano, por exemplo. Certifique-se de que 0 tampo seja re sistente ao calor ou guarde protetores no buffet. ee a: Obuffet pode guardar faqueiro, aparelhos de jantar, copos toalhas 8 - "aos, travessas, réchaud ou ainda qualquer outro utensilio/equipame a Utilizado neste ambiente. Faca uma lista e escolha a melhor op¢ao para Amibientes ivi v imples, prateleiras mazenar. Gavetas com subdivisdes apropriadas, gavetas simples, prate com corredigas, prateleiras fixas serao algumas das op¢oe: FIG. 112 — Estudo para buffet/aparador. Tluminagao. £ sempre interessante Proporcionar mais de uma op¢ao de atmosfera, criada a partir da iluminacao, Arandelas podem ser utilizadas numa iluminacao geral mais sofisticada e Coufeinporattea, Poder ser utilizadas em “parceria” com a iluminasdo de tarefa, por spots dicroicos sobre 0 tampo da mesa e o aparador (se houver)- Outra opsao de iluminacao de tarefa é o uso de lustre central. Alguns mo- delos podem gerar até 700 watts. Dimmer é uma opgao necessaria para con- trolar a quantidade de luz proveniente da luminaria, Procure nao criar competicao entre o lustre e a mesa. Caso o enfoque seja 0 lustre em si, neutralizar a mesa Pode ajudar na criagdo de uma composi¢a0 mais interessante e menos confusa. Caso 0 enfoque seja a mesa, Opsio. Evite direcion4-los cabeca das pessoas. ailuminacao por spots ou plafon seré a melhor diretamente aos assentos, para nao “aquecer’ 4 Projetando espacos: design de interioes FIG. 113 - A distancia da la JAmpada ao tampo da me 4 sa poderd dependendo do tipo de pendente e de sua Raa ates sc: x0. ponto central. Exemplo 2 mantém dois pontos de iluminagao de tarefa mostra alteragao na cebe uma lumindria “apagada”. Fi a eel Lapresenta luz geral em Tiana acrescentando agora iluminagao al spot com lmpadas dicroicas. Exemplo 3 de par cine feita por spots dicroicos. Exemplo 4 re fe (arandela) como elemento decorativo quando DORMITORIOS Podemos dizer que este ambiente é 0 mais “pessoal” numa residéncia. Nele dormimos e acordamos. £ nele que teremos nosso ultimo contato com o mun- do exterior, e o primeiro contato com 0 novo dia. Por isso, aquilo que vemos ao nosso redor, o que percebemos e sentimos nesse ambiente, é muito importante. Pode ser um espaco para dormir, um reftigio para estar sozinho, para rela- xar e ainda para o relacionamento pessoal. Na maioria dos projetos, os ambientes mais “sociais” das casas sao mais valorizados ou mesmo enfatizados. E importante que cada dormitério seja realmente o reflexo daqueles que dormem nesse espago e nao uma solucao impessoal. Tuminacao natural e ventilacao boas sao fundamentais. Poder abrir as ja- nelas pela manha, deixar o sol entrar e 0 vento “limpar” o ar acumulado du- rante a noite é fantastico! FIG. 115 — Estudo para suite. Em alguns projetos, ambientes reverstveis so uma grande opgio para se explore ao maximo a uti iza¢ao dos ambientes. Projetando espacos: design de interiores _ ae FIG. 116 ~ Escritério é facilmente transformado em quarto de hospedes quando necessério, garantindo assim que prevalegam as prioridades dos moradores. Dormitérios infantis e juvenis sao na maioria dos casos mais complexos, Pois podem ocorrer diferentes atividades nesses ambientes. A cada trés anos, aproximadamente, as criangas tendem a mudar suas ne- cessidades no dormitério. Portanto, podemos dividir essas necessidades em cinco fases basicas: 1) Do0.a0s 3 anos: repousar, dormir, trocar, armazenar, amamentar, até a fase &m que podem ser acrescentadas as mesas para atividades motoras. Cores Mais tranquilas sio recomendadas para uma atmosfera mais repousante. Piso de tato agradavel seré mais do que apreciado por quem vai engatinhar ebrincar sobre ele. Iluminacao por abajur ou iluminagao geral com dimmer funcionarao bem. Um projeto mais focado em combina¢ao de cores ¢ texturas pode ser uma °Ps40 melhor do que uma solucao tematica. Custard menos e “durara” mais, 4 que visualmente tendera a cansar bem menos. 2) Dos 4008 6 anos: 0 bergo poderd evoluir para uma cama normal. Trocador ‘cadeira para amamentar serao substituidos por uma mesa para brincar e “Studar”Serd necessénio maior espaco, de acess fécil para armazenagem ebrinquedos, Quanto mais acessiveis os brinquedos estiverem para as ee 5 maior a chance de ensiné-lasa guardé-los. Manter espago no chao a. P80 ebrincadeiras € boa opgdo. Podem surgira tevé, 0s jogos, CDs e4 Wer outro eletronico “indispensével” patos Varao baixo no armério facilitara o acesso as roupas pela propria crianca, 3) Dos 7 aos 10 anos: uma bicama poderd ser adicionada a cama para os even- tuais amigos que comegarao a passar a noite. O piso nao precisa mais ser vinilico nem de tato agradavel, j4 que a maioria das atividades sera desen volvida em cadeiras ou mesmo sobre a cama. Portanto, um visual mais “sof”, com almofadas e cama contra a parede, serd mais bem explorado. Estudar passa a ser o segundo enfoque deste ambiente. Mesa na altura de 75 cm, cadeira confortavel, computador, armazenagem para CDs, livros e material escolar, tevé e toda a “paraferndlia” que comeca a fazer parte da vida de um futuro adolescente. Quanto maior e mais eficiente for a estocagem de roupas e acessérios, maior a chance de manter o quarto em ordem. Uma composigao na parede com ganchos para a colecdo de bonés pode ser uma maneira de organizar “o caos” de maneira criativa e na linguagem de quem vai ocupar este espa¢o. 4) Dos 11 aos 13 anos: 6a fase em que sera muito importante a participagao do adolescente no projeto. Os quartos passarao a ter mais personalidade, tor- nando-se“refiigios”. Garanta uma ventilagao boa e iluminagao natural abun- dante para uma atmosfera “sadia”, Os aparatos eletrénicos continuam aau- mentar, e as caracteristicas dos detalhes decorativos comegam a mudar. 5) Actma dos 13 anos: 0 dormitério é mais um territério. Devem desaparecet 98 vestigio de infancia. J4 que os adolescentes nesta fase tém seus idolos, 0 quarto € seu santudrio. Sua personalidade deverd estar nos detalhes ¢ até mesmo na cor das paredes, Enfatiza-se-a necessidade de quantidade de armazenagem de ficil acesso.A decoraca Tagao das paredes passa a ser bastante personalizada por quadros, posteres ou qualquer outra referéncia importante para 0 adolescente. Alguns elementos bisicos; * Cama. Es i i: colha 0 tamanho ideal para as dimensdes do dormiterio. Mante- nha a pr a lineage : : on entre suas dimensdes e 0 espaco ao redor. A maioria 43s camas tem i altura final de aproximadamente 45 cm. Podem ser mais alts caso haja i ili d aja necessidade de utilizar 9 €spago sob o colchao e estrado para ga lar coisas. Procure nao ultrapassar, entretanto, os 60 cm, o que tornari acesso muito incémodo, ; Projetand espagos design de interiores wer Gsinss basb) regada, por ser muito pequeno € necessitar FIG. 118 — Este quarto de emp! recebeu uma cama alta de 60 cm. de espaco para guardar roupas, A cabeceira pode ser de diversos materiais, como madeira, ferro, aluminio, almofadas, ou mesmo estofada e revestida com tecido. Escolha aquela que mais se adapta ao projeto e, principalmente, 4 atmosfera do ambiente. s necessidades de cada Criado-mudo. Esta peca deve atender totalmente pessoa que a utilizara. Uma lista de tudo o que deve ser armazenado e dis- posto ajudaré a determinar as dimensdes ideais. Luminéria, rédio-rel6gio, iPod, celular, livros, caneta, papéis, copo de Agua, sao alguns “poucos” exem- plos de pertences que podem ocupar essa pega. ‘Ao lado da cama de casal, os criados-mudos nao precisam ser necessaria- mente iguais, Podem ser pegas diferentes, com alturas diferentes, sem 0 me- nor problema, desde que a composicao final seja harmonica. Cémoda, Esta pea pode “soar” antiquada, mas nao é. £ classica e pode ser muito charmosa. Pode ser disposta no dormitério e servir de apoio para itens pessoais como carteiras, reldgios, etc. Espelho, quadro ou fotos podem finalizar a composigao deste “centro de interesse” ou ponto focal no dormitério. Cadeira de apoio/poltrona. & sempre bem-vindo um local para sentar, tirar Os sapatos ou mesmo ler um livro. Pode ser uma pega leve que possa ser movimentada pelo quarto, ou mesmo uma poltrona fixa com iluminagao adequada para leitura. Puff. Na versao pequena 60 cm x 60 cm, pode acompanhar a cadeira ou a poltrona para uma posi¢ao mais relaxada. Numa versao maior 50 cm x 100 cm, por exemplo, pode ser disposto no pé da cama, criando apoio para cobertas e almofadas extras na hora de dormir. Pode também ser utilizado como apoio na hora de tirar ou calgar sapatos. Mesa, Pode ser de apoio para jornais ou café-da-manha, por exemplo, 0H mesmo para estudo. Nesse caso, verifique o que deverd ser armazenado nes- sa pega. Cadeiras com rodizio, tipo escritério, podem ser uma op¢a0 M& Ihor, j4 que possibilitam que as pessoas se movimentem sem maiores PI” blemas. Para criangas menores, seria mais recomendado 0 uso de cadeiras fixas por uma questao de maior seguranga. Projetando espagos: design de interores _ an + Cores. Vermelho nao é ideal para quartos. Caso essa seja a cor escolhida, utilize em pequenos objetos de decoragao, Um tom pélido e queimado de rosa pode ajudar a criar uma atmosfera mais romantica e feminina. Lem- bre-se, entretanto, que o rosa esta mais vinculado a “meninas” e bebés, ea um estilo mais “country”. Laranja € mais conveniente em tons de terracota. Amarelos sao alegres, porém devem ser “fracos”, para nao estimular demais 0 cérebro e provocar insénia. Verdes sao relaxantes; azuis sao ideais. Entretanto, evite os tons mais fortes de azul, pois podem levar & introspeccao e mesmo a depressao. Para evitar uma composi¢ao mais fria, utilize azuis com tons queimados de laranja ou amarelos. Violeta em tons de lavanda, por exemplo, pode ser utilizado para ajudar a combater a insonia e as tensdes, além de aumentar a sensacao espacial do ambiente. Branco em tons “off-white” ajudara na criagao de uma atmosfera sofisticada. Acombinagao preto e branco pode ser “sofisticada”, porém deve ser utiliza- da com muito cuidado nos dormitérios. Pode tornar o ambiente bastante impessoal. A utilizacao de detalhes em outras cores pode ser uma alternati va para conferir personalidade a esse esquema de cores. + Tluminagao. Procure criar opgées flexiveis de iluminagao com iluminagao geral, de tarefa e de contraste/detalhe acionadas separadamente. Garanta uma iluminagio geral suficiente para que as pessoas desempenhem tarefas basicas sem nenhum problema. Na maioria dos casos, uma ilumina- ¢ao geral difusa é mais eficiente do que a gerada por spots. A utilizacao de dimmer pode ser uma boa opcio para conseguir diferentes atmosferas quando houver apenas um ponto central. Abajures ou lumindrias laterais 8 cama sao sempre bem-vindos como lumi- naria de leitura. As luminarias, dependendo do carter adotado, nao preci- sam necessariamente ser iguais. Certifique-se de que exista interruptor em paralelo na lateral da cama para maior conforto dos usuarios. Ambientes Arandelas sao charmosas e criam uma iluminag¢ao mais intimista. Em dormitérios onde haja também mesa de estudo, garante excelente quan- tidade de luz sobre o tampo. Spots no teto ou lumindrias de mesa de haste flexivel sao boas op¢oes. ARMARIOS E CLOSETS Armirios modulares, embutidos ou closets, seja qual for a opcao para o dormitério, ela deverd ser cuidadosamente planejada, visando a harmonia, manutengao simples e facilidade, para que as coisas sejam mantidas em ordem, FIG. 119 — Estudo para portas de armarios. Sem maleiros, sao criadas mais linhas verticais ajudando a aumentar visualmente a altura do ambiente. Com maleiro, alinhado com a altura da porta, cria-se uma linha horizontal que ajuda a diminuir visualmente a altura do ambiente. Gavetas externas ou mesmo portas baixas podem facilitar o acesso as roupas, ao mesmo tempo que diminuem a altura e criam linha vertical, estendendo a largura da parede. Antes de definir 0 melhor modo de armazenar roupas, sapatos e bolsas, é imprescindivel saber “como”, “onde” e “quanto” deverd ser guardado. © melhor modo de guardar sapatos, por exemplo, serd 0 que melhor se adapte a pessoa que os usaré. A profundidade ideal para armarios com Portas é de 60 cm, para que as Toupas nao sejam amassadas, . Uma peca de mobiliétio ou mesmo um local projetado nos armarios ou nas ancadas poderao ser destinados a documentos e papéis. Talvez um local para carregar o celular ou guardar a Previsto neste ambiente e 0 Portanto, Pasta. Verifique cuidadosamente o que pode ser que poderé facilitar a vida de seus usuarios. € tarefa fundamental verificar as quantidades e as particularida- item do vestuério ou mesmo fazer um inventirio delas. 1.62 Proton apa eign dimers ©. CEDETEM, MALAS a FIG. 120 — Exemplo de distribuicdo interna de armédrio embutido. ||| pos FIG. 121 ~ Projeto de armério com bali para quarto de crianga. mbites | Qe tpal } pee oe OG coy 8 4 2 Gee aes 8f ae, gE 2 pe oe? eae ci Fe OR st ope & 04 fo. =. ie er oye oR. PR oh o 0S oo 8 O28 eh FIG. 122 ~ Sugestdo de alturas para os varoes. FIG. 123 ~ Medida média de camisa, Roig , agasalho e gravata dobrada. As dimensGes das pegas de vesturio poderdo variar segundo 0 tamanho das pessoas. 164 | Projetando espacos: design deinteriones fj ae ‘e \CEDETENY PROF OW DIDABE ALTURAS, s LIvRos 25435 20A35 DAB 15425 45.425 4o = y TOALAS 9 LENGOIS 8 é SAPATOS ROUPAS 20430 FIG. 124 ~ Sugestao de profundidades e alturas para prateleiras. As prateleiras mais Profundas e as mais baixas devem ter corredicas para facilitar 0 acesso. Ambientes GAVETAS, camisas— BA hocm ROOPA (UTIMA— LOA AS cH | Rovopas — 20 CM AGASALHOS _ 37 A 45cHy ABRIGOS FIG. 125 ~ Sugestao de altura para gavetas. A largura poderd variar de 30 cm a 60 cm. Verifique a resisténcia das corredicas, principalmente em larguras superiores a 60 cm. Confirme a instalacdo de freios nas gavetas mais profundas. KE FIG. 126 — Propostas de armatio de canto, 166 Projetando espacos: design de interiores - FIG. 128 ~ Exemplo de distribuicao para closet. Amibientes FIG. 130 — Exemplo de distribuigao de dormitério de casal com closets independentes (ele/ela), 168. Proand pac: design de interios Alguns elementos basicos: Materiais. O piso deve ser agradavel ao tato, ja que, em muitas (Gcasioesrad pessoas caminham descalgas. Utlizar 0 mesmo piso do dormitério € uma boa opcao para integrar os espacos, principalmente em ambientes nao muito grandes. Tapetes distribuidos sobre o carpete podem acrescentar charme e sofistica- fo, se esse for 0 caso. Portas. De abrir podem ocupar mais espaco; de correr sempre estarao so- brepostas a uma parte do closet; “camara” ou de dobrar podem ser uma boa opgao, e as de embutir, por exemplo, tém seu custo maior, mas desapa- recem do espaco. Estude a melhor op¢ao “custo-beneficio”. Se a opgao for a auséncia de portas nos armérios, garanta pelo menos uma porta na entrada do closet para “esconder a bagunca’, se for 0 caso. Diferentes materiais como madeira, vidro jateado, vidro opaco, acrilico, es- pelho, veneziana, qualquer que seja a op¢ao, ela deverd estar totalmente integrada a atmosfera do projeto. Cadeira/puff, Pode ser de grande ajuda na hora de trocar sapatos ou mesmo colocar meias. Caso o closet seja largo o suficiente, um puff de, por exem- plo, 90 cm x 90 cm pode ser colocado na sua parte central, permitindo que mais de uma pessoa o utilize ao mesmo tempo. ‘: itral. FIG. 131 — Closet amplo possbilita a colocacho de pum cer Verifique as distancias necessarias para abrir as et a parte inferior dos armarios (medidas em cen Ambientes + Iluminagao. Deve ser em boa quantidade ¢ difusa. Nada pior do que um closet escuro, onde nao se acha nada. A iluminagao de spots deve ser posicionada préxima aos armarios, para evitar sombra. Outra op¢ao é a instalacao de iluminagao dentro dos armirios. FIG. 132 ~ Iluminagéo por spot podera gerar sombras, portanto deverd ser localizada Proxima as prateleiras e ao varéo. Ja uma iluminacdo difusa tende a ser muito mais homogénea e ideal, no caso de existir somente um ponto luminoso mais centralizado, Espelhos. Nao esqueca do espelho para corpo inteiro, que pode ser colocado na parede ou mesmo atrds de uma Porta, caso nao haja espaco melhor. Cabides. Pode ser uma boa precaucao prever alguns cabides a mais na pare- de ou mesmo cabideiros Para ternos e casacos utilizados no dia a dia. BANHEIROS muns, pois podem ser facilmente utili banheiros para uso Privativo dos moradores, 1/0) Prjtande pao dein de interiors FIG. 133 — Opgdes de plantas com linhas angulares em sua composicéo. Em alguns casos, quando os banheiros sdo compartilhados por dois dormi- torios, podem receber duas portas de acesso, o que pode ser uma boa solugio. Essa opgiio dependerd, é légico, da idade e do sexo de seus ocupantes. Nos tiltimos anos temos visto solugées que transformam esse ambiente numa verdadeira “sala de banho”. Spa, sauna, ducha, dois chuveiros, duas pias, mate- riais nobres e mesmo aparelhos para gindstica sao encontrados em alguns pro- jetos, muitas vezes com requinte absoluto. Mais importante do que tudo isso é saber como 0s usuarios utilizam esse espaco, e o que pode ser providenciado para facilitar 0 dia a dia. Um casal, por exemplo, que sai para o trabalho na mesma hora do dia pode precisar de dois chuveiros e de duas pias para agilizar a mana, Essa mesma necessidade nao terd outro casal com diferentes habitos. vaso sanitario isolado com uma pia pode facilitar quando os banheiros nao séo muitos numa casa. Ambientes FIG. 134 — Duas opgoes para uma mesma suite. Esse ambiente pode ser responsavel por um gasto enorme numa obra, Tudo dependeré dos materiais de revestimento e das pecas escolhidas. Analisar 0 custo beneficio de cada op¢ao é mais do que aconselhavel. Outro fator importantissimo é a seguranca nesse ambiente. Opte por uma porta de boxe que abra para fora, pois embora possa “molhar o piso”, é a que proporciona melhor acesso ao interior do boxe em caso de emergéncia. Procure evitar a instalagao de ralos nos chuveiros “exatamente sob os pés”. Além de danificar o ralo, ele pode ser bloqueado e, consequentemente, 0 box alagara. O boxe podera ter cortina, portas, ou mesmo uma parte em alvenaria ou tijolo de vidro por exemplo. Procure evitar muito modismo nos azulejos e nos pisos, pois sera bem cus- toso substitui-los. Um banheiro com uma composicao mais neutra poder tet uma vida mais longa, ja que cansaré menos seus usudrios. Alguns elementos bésicos: * Materiais. A area do boxe deve ser totalmente a prova d’agua, portanto opte Por materiais como azulejo, ceramica, porcelanato, pastilhas, mosaico de vi- dro, granito, marmore, etc. Madeira poderd também ser utilizada, mas ne- cessitara de manutengao frequente, o que no final poderd encarecer 0 projet0- 172. Projeand pgs design de imeriones FIG. 135 — Estudo para banheiro. + Cores. Verdes, esmeraldas e azuis sao bastante indicados, pois sao refrescan- tes, relaxantes e acalmam. + Tluminagao. Basicamente a iluminagao geral dos banheiros ¢ difusa, por meio de plafons ou spots embutidos é mais eficiente. A iluminacao de tarefa das bancadas, entretanto, merecerd maior aten¢ao. Podem ainda ser criadas diferentes op¢des de acendimento para banheiros grandes. Caso seja colocada iluminacao no boxe do chuveiro, 0 ideal é utilizar lampada PAR, por causa da umidade gerada pelo chuveiro. Uma limpada so- bre o vaso sanitario também é uma boa opgao para pessoas que gostam de ler nesse ambiente. Entretanto, evite luminaria com lampadas haldgenas, pois vao esquentar a cabeca das pessoas. Luminéria com lampada fluorescente é uma boa opgao. Ambientes FIG. 136 — Iluminagdo de bancada utiliza spot no forro de gesso com lampada dicroica e duas arandelas laterais ao espelho. Essas pecas devem ter seu eixo de 1,4 ma 181m do pisoe podem receber Jimpadas incandescentes, evitando aquecer a area préxima ao rosto. SALA DE GINASTICA A opgao de equipamentos de gindstica como bicicleta ou esteira proximos a sauna ou ao spa requer um planejamento mais detalhado quanto as dreas ne- cessdrias para cada atividade e para os revestimentos de piso. Uma sala de gindstica com todos os equipamentos bésicos ocupard um mi- nimo de 20 m* e deverd ter uma boa ventilagao e iluminacao natural. Os revestimentos mais adequados para as paredes sao a pintura acrilica ou epoxi. Para o piso, opte por materiais resistentes, antiderrapantes e, principal- mente, de facil manutengao. Emborrachados podem ser encontrados em di- Versas cores e padroes, facilitando a criagao de um ambiente interessante. Pisos Vinilicos podem ser mais rigidos ou mais flexiveis, dependendo da espessura escolhida, e ajudam na absorgao do impacto durante os exercicios. Consulte sempre os novos lancamentos de produtos especialmente desenvolvidos para esse ambiente. 174 Prjetands epaos: design de interioes COZINHA/COPA Met A cozinha pode chegar a ser um dos ambientes mais complexos e caros numa residéncia, De um simples projeto para o dia a dia sem grandes pretensGes até uma “cozinha gourmet’, alguns detalhes nao devem se alterar, Podem ser de concepcio “aberta” ou “fechada’, dependendo do estilo de vida dos moradores. A op¢ao aberta é muito adaptada a residéncias de Praia ou mesmo solugdes mais informais. FIG. 137 — Cozinha com planta aberta. A regra basica do triangulo, por exemplo, ajuda na elaboracao de cozinhas (ver figura 153). Esse tipo de alinhamento procura manter relacionadas as areas de preparo (pia), armazenamento (refrigerador/freezer) e cozimento (fogao), sendo que as duas primeiras devem estar mais proximas entre si. E importante lembrar que as pessoas deverao acessar a geladeira sem necessariamente ter de passar diante do fogao, principalmente se houver criangas na residéncia. A tnica forma de distribuicdo que nao se adapta ao triangulo é a “cozinha linear”, Portanto, ela é mais indicada para pequenos espacos. Do contrario, as Ambientes pessoas terao de movimentar-se para a frente e para trds intimeras vezes, até conseguirem preparar uma refeicao. Nesse caso, procure posicionar 0 fogao afastado da geladeira. FIG. 138 —Distribuigéo linear. FIG. 139 — Estudo para cozinha com ilha central. 176 Pretamio spas eign deiner CRLADE IRA ARMAZENAGEM Pia FOGRO PRERABO CORIMENTE FIG. 140 — 0 triangulo deve estar presente nas diferentes formas de distribuigdo. O grau de detalhamento de um projeto podera variar de um simples croqui fornecido ao marceneiro ou a empresa especializada até um projeto completo com todos os detalhes necessarios. FIG. 141 — Vista da area de armazenamento e da bancada central. Alocalizagao do micro-ondas pode variar bastante de um projeto para ou. loca oParaou. dependendo do modo como ¢ utilizado na casa. Em algumas residéncias,¢ epe ae a descongelar alimentos, aquecer bebj. utilizado para cozinhar; em outras, ; : das, esquentar o jantar ou ainda somente nas refei¢des de fim de semana. Para as, ada situacdo, um tipo de posicionamento seré mais aconselhavel. cada . FIG. 142 — Vista de cozinha com microondas préximo a geladeira e bancada de alimentacdo. O primeiro passo num projeto é fazer um real inventario do que existe atual- mente na cozinha e o que deveré ser armazenado no futuro, Sabemos que todo &spago extra criado sera preenchido por vidros vazios, embalagens plasticas ¢ muitas outras coisas que tendemos a guardar, Portanto, é melhor partir de uma realidade mais palpavel, Uma lista dos eletrodomésticos que serao utilizados e “onde” ajudard na criasao de armazenamento mais apropriado, Defina qual o tipo de alimento é Preparado com maior frequéncia na hora de determinar os eletrodomésticos. Uma casa com muita fritura necessitaré de L/S Projetando espagos: design de inteiores uma coifa muito eficiente. Uma residéncia onde sao preparados muitos assa- dos poder requerer dois fornos. Alguns designers dividem a cozinha em cinco setores préximos: apia; ae a0 fogao (cooktop); | s ao forno; CEDETEN) a geladeira; on aga) SE a drea para refeigoes. Cada setor deveria armazenar praticamente “tudo” utilizado nele especifi- cadamente. soo/ttocn = Bem keg Boations Z FIG. 143 — Alturas recomendadas para bancadas e armario suspenso. Alguns elementos bisicos: + Bancadas, Procure projetar bancadas auxiliares nas laterais do fogao, pia e geladeira. ‘As bancadas também podem representar grande Area visual no projeto. Dependendo da finalidade, podem ser de diferentes materiais, acentuando a ctiatividade do projeto. Areas préximas ao forno, fogéo ou micto-ondas devem ser resistentes a temperaturas altas para facilitar o apoio de travessas ou pratos quentes. Entre as possibilidades de materiais para as diferentes bancadas, podemos citar os laminados, corian, azulejos, madeira, ago inox, concreto, granito, granilite (terrazzo), pastilhas de vidro ou marmore. Lembre-se de que os marmores s4o mais “moles”, ao passo que granitos sao mais resistentes. Anibientes Analise cuidadosamente 0 custo beneficio de cada um, pois com certeza vao variar consideravelmente. + Cubas. Sao muito importantes e devem ser escolhidas com cuidado, Larga, estreita, rasa, funda, retangular, quadrada, redonda, simples ou dupla sao algumas das alternativas a serem consideradas na hora da escolha, além, é claro, do material de que sao feitas. Podem ser de ago inox, porcelana ou resina. + Materiais. Pisos brancos mostram toda ¢ qualquer coisa que caia no chao, Nesse caso, utilize rejunte a base de epdxi ou qualquer outro produto bas- tante resistente a sujeira. Procure optar por materiais nao escorregadios e resistentes (PI 4). + Pisos duros: ceramica, pedra, terrazzo (granilite), granito, concreto, etc. + Pisos flexiveis: linoleum, vinil, corti¢a, borracha, etc. As paredes, pelo menos atras da pia e do fogao, devem ser revestidas com azulejo, granito, vidro ou qualquer outro material de facil manutencao. Caso a opsao seja simplesmente pintura nas paredes restantes, a tinta deve ser lavavel e bastante resistente. + Armdrios. As portas dos armarios podem ser de laminado, madeira, vidro ou ago, Escolha o estilo e verifique as opcdes existentes. Os baixos sob as bancadas devem ter, no maximo, 60 cm de profundidade e podem estar sobre uma base de alvenaria (5 cm a7 cm de altura) ou estar suspensos (de 15 cm a 20 cm do piso). Os cantos podem ser um problema quanto 20 aa b FIG. 144 ~ Algumas opcdes de abertura para armario de canto. 180 Proietando espacos: design de interiores acesso, por isso verifique as opges possiveis ¢ os acess6rios existentes no mercado. Prateleiras fundas podem utilizar corredigas para facilitar 0 acesso as partes mais profundas. Lembre-se de adicionar um frontao para evitar que os ob- jetos deslizem. FIG. 145 — Estudo para armarios altos e baixos. Amibientes Gaveteiros especificos para panelas, talheres, panos de prato, toalhas, etc. devem ser incorporados aos armarios baixos. Cada um tera dimensoes di- ferentes, Nao esqueca de considerar espaco adequado para guardar as bandejas gran- des (60 cm é recomendado) e para tabuas de carne e de legumes sob a pia. Armirios altos devem ficar distantes de 50 cm a 60 cm da bancada e podem ter profundidade de 30 cm a 40 cm. As prateleiras internas podem ser de vidro, metal ou madeira, de preferéncia reguliveis. A altura maxima que alcancamos sem a utilizagao de escada é aproximadamente 180 cm, portan- to, qualquer prateleira mais alta do que esse limite deverd ser utilizada para estocagem de itens de utilizago bastante espordica. ARMABIO ALTO c/ DvPLO ACESSO EG. FIG, 146 ~ Armério alto com duplo acesso permite que pratos e copos sejam guardados pelo lado da cozinha e utilizados na copa ou sala de jantar. Armario tipo “paneleiro” ainda é a melhor op¢ao para armazenagem dositens de utilizagao didria, j4 que a melhor area para armazenagem desses itens € a que vai dos olhos ao joelho. Nao ter de abaixar-se a toda hora é benéfico as costas de quem trabalha nesse ambiente. Armérios para micro-ondas ou forno de parede nao devem ser muito altos. Certifique-se de que esses eletrodomésticos sejam acessiveis (nem tao altos 182. Projetando espacos: design de inerores anne co A2H2 cots HEAEAS. Gaive0 Peer) FIG. 147 ~ Estudo para armarios tipo paneleiro. que possibilitem o derramamento de lfquidos nem tao baixos que obrigue © usuario a curvar-se demais). Estude os eletrodomésticos e a melhor forma de guardar cada um deles. Pode-se ganhar tempo armazenando a maioria deles ja montada e proxima a drea de utilizagao. Suportes de parede, Sao intimeras as op¢des com ganchos ou mesmo ima. Sao muito bons para os apetrechos do dia a dia como pano de prato, con- chas, espatulas, colheres, etc, Existem também alguns modelos especiais para temperos, livros e papel. Lixeiras, Mais recomendavel é que se reserve espaco para pelo menos dois tipos de residuos: reciclaveis e nao reciclaveis. As lixeiras podem estar loca- lizadas no armario sob a pia ou mesmo em gavetOes apropriados. Verifique 0s equipamentos disponiveis nas lojas especializadas antes de optar por uma solugao. A localizacao da lixeira deve ser mais proxima da pia, ou seja, da rea de preparo dos alimentos. Ambientes + Cores. Vermelhos, laranjas ¢ amarelos estimulam o apetite, ajudam a aque- cer o ambiente e aproximam as superficies. Amarelo pode ser a madeira marfim dos armarios, e o vermelho, mogno, por exemplo. Azuis e verdes so calmos, relaxam e podem refrescar um ambiente por natureza “quente”. Evite lilds, pois esse tom pode desestimular tarefas fisicas. + Iluminagao. A quantidade de luz na cozinha deve ser excelente e abundante. A iluminagao geral é que permitiré as pessoas movimentarem-se pelo am- biente sem maiores problemas. Dever ser, de preferéncia, difusa e gerada por lumina irias com lampadas fluorescentes externas ou por spots embuti- dos, também com lampadas fluorescentes. A iluminagao de tarefa direcionada aos planos de trabalho existentes po- dem ser geradas por spots (lampadas dicroicas, incandescentes ou ainda fluorescentes) ou por lampadas fluorescentes lineares instaladas sob os ar- miarios altos. Devem ser pelo menos 2. 2,5 vezes mais intensas do que a iluminagao geral. A iluminagao de efeito ou decorativa poderd ser instalada dentro dos arma- rios ou focalizando gravuras nas paredes. Utilize lampadas dicroicas ou LED. E sempre aconselhavel verificar os langamentos de novas lampadas, garan- tindo assim o melhor resultado possivel para o projeto. FIG. 148 — Iluminagao de bancada por spot sobre a bancada e lampada fluorescente sob armario alto. Projetando espacos: design dle interiores DESPENSA Faca um inventario de tudo 0 que deverd ser guardado neste ambiente ou armario. Levante corretamente os itens e suas dimensoes, evitando perda de espago com, por exemplo, pequenas latas armazenadas em prateleiras com al- tura de 40 cm. Raed 20M PROFUNDIDA BE jOcM De ee Ano ipipa pe © ‘e DETER) FIG. 149 — Dimensdes recomendadas para despensa. Se LAVANDERIA A tecnologia também interfere neste ambiente. Atualmente podemos con- tar com mdquinas de lavar e secar, evitando dois eletrodomésticos. Os ferros de passar esto cada vez “mais profissionais”, necessitando de maior espaco para guardé-los e as tébuas de passar podem ser acopladas ou nao aos armarios. Basicamente, podem ocorrer neste ambiente cinco atividades. Para cada uma delas, sio necessarios elementos especificos que variam bastante nas dimensoes. 1. Preparar: utiliza bancadas de apoio e provavelmente cestos. 2. Lavar: tanque simples ou duplo, maquina de lavar roupa e local para arma- zenar sabao, amaciante, etc. 3. Secar: varal fixo ou portatil e/ou secadora. 4, Passar: bancada de apoio, tabua de passar e armario para guardar o ferro, produtos envolvidos, etc. Local para pendurar roupas passadas é bastante ‘itil, bem como bancada ou prateleiras para roupas dobradas. Anbiemtes 5. Guardar: bancada de apoio e armério para guardar produtos de limpeza ¢ equipamentos também armazenados nessa area. Lembre-se de prever tomadas nos lugares apropriados e em ntimero suficiente. Nesse ambiente, botas de chuva, ténis, aparatos para bicicletas, etc. também podem ser guardados. FIG. 150 — Estudo para lavanderia. Alguns elementos basicos: * materiais. Quando a lavanderia esta Prxima a cozinha, procure manter as mesmas cores e padroes para integrar mais as 4reas e aumentar visualmente Seus espagos. Caso a op¢ao seja por uma lavanderia préxima aos dormitérios, no esqueca de optar por uma porta que realmente “corte” o som, pois as méquinas podem ser “barulhentas”. Lembre-se de que quanto mais polidas as superficies, maior sera a reverberacio do som, Opte por superficies antiderrapantes no piso, Ja que esta drea é sujeita @ “piso molhado” Materiais de facil manutencao também sao recomendados. 186 Projetando espaco design deinteriores * cores. Opte por branco ou “off-white” em lavanderias mais escuras, pois ajudara bastante na reflexao da luz, Quanto menor for o espago, mais aconselhavel sera a utilizagao de cores em tons claros. Evite tons de lilas, por desestimularem o trabalho fisico. Tons claros de amarelo sao luminosos e alegres. HOME OFFICE O projeto desse ambiente é relativamente complexo e cheio de pequenos detalhes que, se esquecidos, podem colocar tudo a perder. Segundo a utilizacao do espaco, os escritérios podem ser: 1. De espago exclusivo: com um espago a sua disposi¢do, esse tipo de solugao tenderé a ser um pouco mais complexa do que as demais, pois, na maioria dos casos, envolve maior ntimero de equipamentos, mesas de apoio e Areas de arquivo. &. CEDETEM oe, FIG. 151 — Estudo para home office em espago exclusivo. Ambientes 2. De drea exclusiva: pode estar restrito, por exemplo, a uma pega de mobilid- rio antigo, sob uma escada ou mesmo num hall ou corredor de passagem. a sorugio caino i ) ~ WATELETDA YPATEUSIRAS, cme? ‘= Sp CABBINHO Com TORE, TGF E IMPRESSORA MARWIND PASTA SUSPoNSe FIG. 152 — Estudo para home office num canto de um hall de passagem. 3. De utilizagao mista: um ambiente com dupla fungao é bastante comum, como no quarto de héspedes, dormitério, copa ou mesmo no living. Nesse caso, procure definir bem a area destinada a cada ambiente para que um interfira no outro o menos possivel. Caso nao seja possivel, rodizios nos méveis podem ser de enorme ajuda na hora de transformar o ambiente. 188 Prjtando espace: design de interines FIG, 153 — Estudo para home office e tevé para um pequeno ambiente. Ambientes 189 4. Flexivel ou escondido FIG. 154 — Home office adaptado dentro do armario do dormitério desaparece com o fechamento das portas. 2. esporadico. Segundo 0 tipo de mobilidrio: 1. méveis prontos modulares ou nao; 2. sob medida. 190 Projetanio esac: design de interiors Criando um briefing 1, O ambiente sera destinado somente ao home office? 2. Haverd necessidade de receber clientes? Mesa ou poltronas? 3. Quantas pessoas compartilharao 0 espaco ao mesmo tempo e/ou separada- mente? 4, Quais as necessidades de cada um quanto ao tipo ¢ ao posicionamento de equipamentos? 5. Necessidade de minibar, CD player, iPod? 6. Alguma pega de mobilidrio especifica? Quais as dimensoes, 0 material e 0 acabamento? 7. Como serao guardados os papéis, e qual é a quantidade? (pastas suspensas, arquivos, arquivo morto, prateleiras, gavetas ou qualquer outra opcao). 8. Quantidade de livros, CDs, DVDs, videos. 9. Outros itens a serem guardados. 10.Alguma limitacao quanto as alturas gerais dos moveis? 11.Alguma limitacao quanto a materiais ou cores? 12. Alguma ideia para a atmosfera, 0 estilo e as cores do ambiente? Paralelamente aos desejos, as aspiragdes e as vontades existe uma realidade fisica limitada as dimensdes do espaco. Portanto, colocar as prioridades em ordem ajudard bastante no desenvolvimento do projeto. e a Be Wr cll I FIG. 156 — Serdo indmeras 5 possibilidades de distribuicdo num mesmo espaco. Priorizar pode ajudar a definir qual é a melhor delas, 192 Protand po dn de inerie 0 espago em questao 1. Quais as dimensoes (largura, profundidade e altura de paredes, portas e janelas)? 2, Algum detalhe especifico relacionado & arquitetura (nicho, vigas, pilares, etc.)? 3. Quais os materiais, acabamento e cores dos revestimentos do piso, parede e teto? 4. Localizacao exata de pontos de luz e tomadas. 5. Iuminacao natural e ventilacao boas? 6. Temperatura boa durante diferentes estagdes do ano? 7. Algum problema relacionado a ruidos? 8. Fotos do ambiente mostrando todos os detalhes. Sabe-se, nesse ponto, quais as necessidades e como é 0 espaco disponivel. Portanto, agora devemos juntar os dois numa concepgao geral. Agora cada pequena parte de cada area passard a ser um projeto complexo e detalhado, como cada gaveta, prateleira, mesa, armario, iluminacao, pontos de instalacao elétrica, etc. O projeto, com seu estilo, comega a definir-se. A atmosfera, os materiais, as cores, os revestimentos, etc., cada detalhe devera ser especificado cuidadosa- mente. Lembre-se: 1. Quando os clientes tiverem acesso ao home office, procure localiza-lo 0 mais proximo possivel da entrada, evitando assim a falta de privacidade para os moradores da residéncia. 2. Procure aproveitar os cantos 0 maximo possivel. 3. Méveis “modulares” sao flexiveis e permitir4 aumentar ou diminuir gave- tas, estantes ou mesmo arquivos com muita facilidade. 4, Livros sao pesados, portanto, as prateleiras devem ser resistentes. 5, A impressora necessita de papel que deve ser estocado proximo a ela, bem como o fax, copiadora, etc. Cada equipamento esta relacionado a alguma coisa que precisa ser estocada. Ambiente 6. A tecnologia nao para de evoluir, possibilitando equipamentos menores com maior eficiéncia. Considere esse ponto na hora de projetar méveis sob medida. 7. A maioria dos home offices “girarao” em torno do computador. Portanto, verifique qual é o melhor posicionamento para ele e use-o como ponto de partida. 8. O material de piso para escritérios, onde frequentemente cadeiras ¢/ou equi- pamentos eletrénicos se movimentarao, deve ser “antiestatico”. Opte por madeira ou linoleum, por exemplo. 9. Caso o revestimento escolhido seja um piso frio, tapetes ajudarao a contro- lar 0 som no ambiente. 10.Avalie a manutengao relacionada a cada material de revestimento. 11.Considere iluminagao e ventilacao naturais sempre que possivel. 12.Caso haja possibilidade, portas de correr ou janelas amplas para uma drea ‘ou patio externo ajudarao a criar uma atmosfera menos “casa” e bastante relaxante para a vista de quem passa muitas horas no computador. 13,Marque corretamente a localizacao, quantidade e especificagao de cada to- mada antes de passar o projeto para o eletricista responsdvel, evitando in- conyenientes futuros. 14. Mesas na altura certa, cadeiras confortaveis e iluminagao nao podem faltar num bom projeto. Alguns elementos basicos: + Bancadas. Para escrever, a altura deve estar entre 70 cm e 75 cm. Para 0 computador, certifique-se de que os cotovelos estejam apoiados no tampo do teclado. A parte superior do visor deve estar alinhada horizontalmente aos olhos. * Tluminagao. A melhor op¢ao para a iluminagao geral é a luz difusa, que ajuda a evitar sombras e produz bem menos reflexo do que a luz direcionada Por spots. Bastante eficiente é a utilizacao do teto como um grande refletor (sua cor deve ser a mais préxima do branco possivel para melhor efeito). Lustres pendentes ou lumindrias de pé, de foco direcionado para o teto, sao boas opgées para essa solucao. Be Aearapes daca tone A iluminagao de tarefa deve ser bastante eficiente e direcionada aos planos de trabalho. Pode ser obtida por iluminagao fluorescente sob os armérios altos, por iluminagao com spot e lampada dicroica no forro de gesso/laje ou ainda por luminérias sobre a mesa ou bancada de trabalho. Neste ultimo exemplo, as mais flexiveis serao mais eficientes pela variagao de opgoes de direcionamento de foco luminoso. Entretanto, esteja atento quanto a lam- pada escolhida. Como essas lumindrias sao localizadas, na maioria dos ca- sos, préximas ao corpo, tenderao a esquentar bastante se as lampadas utili- zadas forem halégenas. Verifique cuidadosamente a quantidade de calor emitida pela luminiria. Considerag6es para pessoas com necessidades especificas Verifique cada um dos ambientes para garantir que pessoas portadoras de deficiéncia visual ou fisica, bem como aquelas com necessidades especificas, tenham sido consideradas. Alguns dos itens a serem verificados: janelas faceis de abrir e de dimens6es compativeis. + Portase Corrimao instalado onde necessario. + Sinal nas portas de vidro. Alturas de alarmes, interruptores e macanetas acessiveis. «Alturas de bancadas e planos de trabalho adaptadas as necessidades e livres de obstaculos. Corredores e escadas dimensionados coerentemente. «+ Banheiros com barras. Superficies antiderrapantes nas éreas molhadas. Méveis com cantos arredondados. Degraus absolutamente necessarios. + Espelhos em alturas compativeis. + Portas de correr onde possivel. + Tluminacao adequada e abundante para as tarefas a serem executadas. + Ventilacao adequada. + Controle actistico onde necessério. Ambiente ce PEA ANE BH HS? 2; } CEDETEM (AS PAREDES COMO ELEMENTO CRIATIVO, Quadros, pratos ou colegdes nas paredes devem ser organizados para nao distoarem no projeto. FOTO 15 — Composigao de pratos sobre mével. Valorizando o projeto FOTO 16 ~ Colecdes organizadas em vitrine, Orientagoes para composicao nas paredes: EMO. st [eC EIXo 7 eI ee FIG. 157 — Alinhamento superior, inferior ou central, 200 Prjetento espa design de merioe " FIG. 158 — Alinhamento lateral ou central a um elemento. FOTO 17 — Quadros alinhados verticalmente pelo centro e centrais 4 parede. Valorizando o projeto | FIG. 159 — Utilizando formas geométricas, FOTO 18- yale Composicao de quadros “tipo galeria’. I 0/0 le 2 = TS1i0T L| one | FIG. 160 ~ Mantendo 0 equilibrio simétrico ou assimétrico, 202 Projtando espaos design de interior [l FIG. 161 — Solugdo compositiva com equilibrio assimétrico e consequente énfase na composi¢ao como um todo. FIG. 162 ~ Evite “subir a escada”” também na decoracao das paredes laterais a ela. Uma composigdo tipo galeria seria a mais recomendada. Valorizando o projeto Ao distribuir quadros, procure organizi-los em diferentes paredes, segun- do as diferentes técnicas: * telas devem ser dispostas em paredes diferentes de gravuras, aquarelas ou qualquer outra técnica. Evita que uma técnica desvalorize a outra; * originais em aquarela ou pastel, por exemplo, devem estar separados de cépias; * gravuras compdem muito bem quando agrupadas independentemente da técnica (litografia, serigrafia ou xilogravura, por exemplo); posteres ou fotos devem estar preferencialmente agrupados e nao mistura- dos com quadros ou gravuras; separar por assunto pode ser uma boa solugao como, por exemplo, gravu- ras com referéncia ndutica ou arquitet6nica. Cortinas e revestimentos de janelas Como escolher 0 revestimento ideal? Sao intimeras as solugoes existentes no mercado, de tecidos a madeira. Para cada caso, sempre haverd mais de uma solugao. Procure orientar sua escolha, de modo a suprir primeiramente as necessidades mais importantes do espaco, como claridade a noite, muito sol durante 0 dia ou ainda falta de privacidade. 1. Analise o tipo de janela/esquadria, Alguns tipos de janelas podem ter soluges um pouco mais complexas quan- to ao tipo de revestimento. Janelas em arco ou com venezianas de abertura interna ao ambiente sao alguns exemplos, 2. Tenha em mente o “porqué” da cortina. Somente assim serd possivel determinar os tipos e os materiais mais adap- tados a janela. + vedar a claridade durante a noite ou o sol durante o dia; * ajudar no controle da poluicao sonora vinda da rua ou da vizinhanga; * controlar perda de calor gerado por lareiras ou aquecedores; * privacidade parcial ou total; + cobrir uma janela indesejavel; + elemento decorativo. tN 4 Projetando espagos: design de interiores 3. Analise quem usard o ambiente e a manutencao envolvida. Evite cortinas pesadas em ambientes destinados a pessoas alérgicas 4 p6, por exemplo. Como seré 0 acesso aos comandos para abrir e fechar os re- vestimentos? 4, Qual a atmosfera e 0 estilo do ambiente? Sera mais dificil criar uma atmosfera aconchegante, utilizando somente per- siana horizontal de aluminio, por exemplo? 5. Custo-beneficio de cada op¢ao. Cada proposta tera um custo diferente e associado a ela, pontos ruins € benéficos. Analise caso a caso ¢ escolha a melhor op¢io. Modelos Novas op¢Ges surgem no mercado a cada momento. Materiais importados tornaram-se de facil acesso e, com eles, a gama de opgées ficou imensa. Pesquisar novos produtos e lancamentos € fundamental. Seja qual for o modelo escolhido, o importante é que ele atenda as necessi- dades do ambiente. Tapetes Optar por um tapete também requer “investigagao”. Analise por que é necessdrio colocar um tapete em determinado local. ypte por cores quentes e de preferéncia Aquecer um ambiente visualment espessos. Ajudar na absor¢ao do som: quanto maior a espessura, maior a absor¢ao. Ajudar a delimitar espacos: enquadre a drea desejada. + Criar diregao. Decoragao: siga o estilo ea atmosfera do projeto. Lembre-se: + Tapetes orientais nao precisam “coordenar” com as cores do projeto. Eles sdo peas por si s6. Procure nao distribuir lado a lado tapetes de diferentes materiais e técnicas. Evite tapete estampado como fundo para méveis também em tecido estam- pado, Valorisando 0 proto

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