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‘MODELOS DE LETRAMENTO E AS PRATICAS ALPABETIZAGAO NA ESCOLA! brs Angela B. Kleiman 0.QUE E LeTRAMBNTOE (Os estudos sobre o letramento no Brasil esto numa tapa ao mesmo tempo incpiente e extremamente vigoro- 'a, configurando-se hoje como uma das vertentes de pesgui- ssa que melhor coneretiza a unio do interesse tobrice, Jbusea de describes o explicagies sobre um fendmene, com © interesse social, ou aplicado, a formulagho de perguntas ‘cxja resposta possa vir a promover uma transformagi de ‘uma realidade tio preacupante como o 6a crescente margi. ‘nalizagéo de grupos socials quo nio conheoom a escrita © conceit de letramento comegou a ser usado nos ‘meios académicos numa tentativa de soparar os estudos sobre o “impacto social da eserita” (Kleiman, 1991) dos estudos sobre a alfabetizagio, eujas eonotagbes escolares 1 ae nud pte de in pronto mis ample detoniande Ltn ¢ Income preteen nor ow Ss a ots rsd ts somata ea Stn nara fasfrmogi do rf arian os PADIS a sande reo Toi nen monn destoam as competincias individuais no uso ena préti- feepttcrta. Eximerac deasts conotagies ce eentidas Sapaalo Prove atrbut& alfabtizagto, que a v0 comme ride lar oanalfbeto a organiearrefleaivamente sr penanment,cesenvelver a canscléncla erties, intro. tid tm prove real de democretisaco da culture de Ubertapto (Freire, 1980), Parém, como veremos na Fricima soto, soe sentido cou resi ace melas aca: Etncos (tambon Matenei, neste volume), ‘Osetuds sobre letramento, por outro lade, exam sam o deeenvlvimento socal que acompentou a expan bo dos woe da cerita desde o seulo XVI, tala como a tmvergtnca do Ext como unidade poles, aformagto de hinds nacionais nko necrecriaronte besoadaa tex allngas Caicos ecultarae, a ru dangas soclosond mcs nas grandes maseas que. incorpocaram As orga de traath industriis,o desenvalvimente das eines, &dominanciaepacrnizagdo de uma variantede lingua: fem, a emergtnca da sco, o aparecimento das bur. cracias letradas como grupos de poder nas cidades, enfim, ts mudangas plticas, socials, econdmicas e eagniivas relacionadas com o uso extensivo da escrita nas socieda- des ecoliics (Heath, 1086; Rama, 1980) Ads poucos, os estudos foram se alargando para des- ‘rever as condigées de uso da escrita, a fim de determinar como eram¢ quis ot fio, das pric de letramento em ‘ups minartrins o em sede nd-ndtrializadas |quecomeravam a integrar a escrita como uma “tecnologia” ‘comunicagao dos grupos que sustentavam o poder. Isto 6, de ¢s estudos é ndo mais pressupunham efeitos universais do <4 3 elacionados as ‘eculturais dos di os que usavam a eserita. Por exempl, 6 possivel estudar 6 8 prticas de letramenta de grupos deanalfabetae qu fun cionam em meio a um grupo altamente letrado ¢ _ ‘ado, como os funconériosanalfabetos de uma inatituigao do estado de Sio Paulo, com o cbjetivo de examinar, em relagio a estes grupos, as conseqiéncias soins, afetivas, linggistias que tal insergio social significa Para realizar tais estudes, utilizam-se, na pesquisa atual sobre o letra. ‘mento, motdal tan dserover entender 6 milrocontertas = ee ‘mento, rocurando determinar em dtalhe emo 20 tas “priticas. Tais metodologias podem ser complementadas ‘com metodologiasexperimentais (por exemplo afm dees. taro sujeits para comprovar um efit expen da aq ipo e conhecimento da excrta, como jetivo de concer mais profundaments, mediante a combina de mttos ‘tnogréfiens eexperimeniais, as conseqUéneias que diferen- tes prtias de letramento, socalmente determinadas,tém no desempenho deseessjeits. Apalavra “etramenta nfo esté ainda dieionarza- da, Pela complexidade evariaga dos tipos de estudos que se enquadram nesse dominio, podemos pereeber a com- Plexidade do coneit. Assim, se um trabalho sabre ltra- mento examina a capacidade de refletir sobre a propria linguagem de sujeites alfabetizados versus sujeitos anal- fabetos (por exemplo, falar de palavras, silabas e assim sucessivamente), entio, segue-se que para esse pesquisa- dor ser letrado significa ter desenvolvido e usar uma ea- pacidade metalingdstica em relagio A prépria lingua- gem. Se, por outro lado, um pesquisador investiga como adulto e crianga de um grupo social, versus outro grupo ere erat chad or Mary Kate 100 ” ox-4 1m sobre o livro, a fim de caracterizar essas fratica,e, muitas vezes,corelacioné-las com o sucesso Mi erianga na escola, ento, segue-se que para esseinves- figadoreletramento significa uma prética discursiva de Gacerminado grupo socal, que esta relacionada ao papel da esrita para tornar significativa essa interagao oral, nas que nao envolve, necessariamente, as atividades es- pocfieas de ler ou de eserever. (. Heath, 1982, 1983; v também Rejo, neste wlume). 0.4), »'elyeh du paul / De fato, a oralidade 6 objeto de andlise de muitas ‘de social, falar cextudos sobre letramento, Um outro argumento que justi li lisieeh fica o uso do termo em vez do tradicional “alfabetizagio” ‘esté no fato de que, em certas classes sociais, as eriangas ‘to letradas, no sentido de possuirem estratégias orais le- ‘radas, antes mesmo de serom alfabetizadas. Uma crianga «queeompreende quando oadulto lhe diz:"Otha o ques fada, thadrinha trouxe hej!” est fazendo uma relagso com um. texto eserito, o conto de fadas: assim, ela est participando dem evento de letramento (porque i participou de outros, como ode ouvir uma estorinha antes de dormir); também ‘std aprendendo uma ‘eportan- prticadiscursiva letrada, » ta asa erianga pode ser considerada letrada, mesmo que ‘ainda ndo saiba ler e escrever. Sua oralidade comega a ter ‘as caracteristicas da oralidade letrada, uma ver que €un- wa ie orais so Similarmente, se, durante a realiza- ‘ode uma atividade qualquer, owvimos e compreendemos ‘expresso “deixa eu fazer um paréntese’, ou, ainda, s entendemos uma expresso como uma ironia (isto 6, ex: es aaes ee ee eee utiliza a expresséio “entre aspas” ou porque faz um gesto ‘com as duas mos algadas altura dos ombros, e com dois «derdos de cada mao desenhando a forma das aspas no papel, _A Porque temas Familaridade com a escrita através da le- 6 ‘ura de certos tipos de textos, isto 6, temos familiaridade ‘om certas préticas de lotramento, ‘Pedlemos definir hojeoletramento comowum conjun- tode | Sesprneies pectin Scher se Sa | fos, para . [As prtcas eapeificas da escola, que forneciam o pari- metro de préten social segundo a qual oletramento era definido,e segundo a qual es sujeitos eram clasificados 20 longo da dicotomia alfabetizado ou nio-lfabetizado, ppassam a ser, em fungio dessa defini de prética — defato, dominante — pone, ri ides Isto fea mais lao através de um exerplo relative au préticas de ltramento de uma alfabetisadra part ute do projto de praguina que coordeno. Esa alfabet Zora esreva poemas Seu ni erever, acho que eu nore, se ar nfo. sar amulo de mim’), « demonstra Una rellexdo abr o seu ato de excrover bastante dven- ‘vida Asin, num depimento ela aaa que quand lia poemas ficava pensando “Que coisa! Brinear com as plavras, com as plavraspequenninas esa uma cise Ec}com sentido enorme’, Na mua rlagso pessoal com a poesia, enti ela ulizava seu consents sobre a exci tepare defini uma rego ettca com alingungem ate ‘és da andlise¢ eriagto de poemas. Port exa mesma “Mfabetizadora costumava eaborar exertion de lfabet zngdo nos uals slictava que seus alunos proirassem ‘palavras que rimassom com outras como pastel, "barr", ane e corrgia o “ere” dos anos que fri rs: postas como “chapéu’, “of”, ‘néo rimawam oom & Fata de palavras qu ela frnecra (. Oliveira, 108) Po jd ~ cou / hap like demos dizer, portanto, que as préticas de letramento dessa alfabetizadora esto determinadas pelas condigées efeti. > was de uso da eserita, pelos seus objetivos, e mudam segun- 5 do essas condigSes mudam, ‘0 fendmeno do letramento, entao, extrapola o mun- ‘do da escrita tal qual ele ¢ concebido pelas instituigses ‘que se encarregam de introduzir formalmente os sujeitos { nomundo da eserita, Pode-se afirmar que a escola, a mais importante das agéncias de letramento, preocupa-se, nao ‘com o etramento, pratica social, mas com apenas um tipo de pratica de letramento, a alfabetizacdo, 0 processo de aquisigao de eédigos (alfabético, numérico), proceso ge- ralmente coneebido em termos de uma competéncia indi- bidual necesséria para o sucesso e promogao na escola. J foutras agéneias de letramento, como a famflia, a igreja, a Matencio, 1994, sobre a relagdo entre agéncia de letramen- to e estilo comunicativo) ‘As prticas de uso da eserita da escola — ali, pra ticas que subjazem & concopeo de letramento dominant na sociedade — sustentam-se num modelo de letramento, que 6 por muitos pesquisadores considerado tanto parcial como eqquivocado, Essa ¢ a coneepeio do letramento deno- rminada modelo auténomo por Street (1984), coneepeo que pressupée queha apenas uma maneira de oletramento ser desenvolvido, sendo que essa forma est associada quase ‘que causalmente com o progresso, a eivilizagao, a mobil- Pt ectims {ds signs para as eoncviton, do abandono da in ‘staria ligada a fungéo interpessoal da linguagem, as iden- ‘hig, imaginagio, peep, ean no pouco mais 2°36: Sidfdes ¢relagbes que interloeutores constroem, ¢ recon lo que formas rudimentates de avaliar em terme ‘mis os tipos de procesos envolvdos no eres. ‘mento cumulative do conhecimentoisteméticn um ‘rescimento que envolve procedimentos de aprendi- ‘2agem complexoe (além de salion imaginativor) © ‘que dependeeriticamente da presenga do livre. (op. it:160). M a tnfase no funcionamento rego pela logea de- axfatrem outrascaractersteas do modelo, dentro aa quis skew“, detataros 1. correlagdo entre a aquisig da encita Sr" W desttvelvimenta eanitivo, 2. a dietarizagao entre Yea) Talade oa excita; 3 «aeibugie do “poderos"s cual | | | | | | ; introuscas besa, token ‘Ateve des coamefiocin couliva da sels de $7, pos ge power 1 208 Perens eserita ‘remontar as efetivas diferengas na re-_ Hie Conctagidvcseda Cranial dm. agile solute do laeifenchn. ebro rae Lome a fai dehtivo Taio, entre auton, catatad reer dace pti kane (1970) an pee lee ee ee ae argumnento que correlaciona a na rogides de Usbekistan e Kirghizia na Unido Sovidties, ‘entre eamponeses que ainda viviam sob as eonigbes dem ‘regime feudal (os mais velhos, analfabetos, que subsistiam. ‘de economias tradicionais) ¢ outros grupos que passavam oe Si pe quent ee transformagies oes Por treatm de seu engngamento na Revohucéo Go- cm concripants do coma, om algins — de am a Wepe Patoe do ecolarizacio,e portant, alfabetirados). Saige les ‘por exemplo, dado um conjunto de objetos {hue deverian ser comparados, com base nessa compara ‘Eo, clasificados como membros de urna categoria genéri- or excmplo, um pepino e uma rosa pertencem & vida ‘vegetal, uma coruja e um peixe, a vida anima), os sujeitos > mal 'o eampo comparavam. os objetos utilizando catogorias su- fue partisipavam de economia e formas de vida tradieo. ‘ais ipieamente respondiam seguindo esquemas praticos, nuit vezes ultsrios, como esa lustrado no exemple seguir, retirado de Luria (op. cit.:82): Gmamdeoovacatuaeigs pe ee Pree atier eran ee eaeaia ee ee ae es ee Bp eee Sete ae eaienmra gaa eae arta a Revie crd cee tai one dine ce ou gissem: As diferencas nas formas decateor “ustradas,eram sstemdties, eepareendh ce at tarefas solicitadas aos dois grapos, Un entravam, em contato com i escrita, a comuna, les eamesevam a ilar pings dp mente determinados, © problema deisolamento da variével que determi na as diferengas, — sea exeoarizagto ova squisigae as sserita—ficou sem resposta por muito tempo: na maieria das vezes,letramento e escolarizago se dio simaltanes mente, uma ver que esc em qe nas as sce 2 principal agéncia de letramento. Quase cinco «éeadas depois do estido de Luria, Seribner eCale (1981) investigaram um contexto na Libévia, que permitia solar ‘ssas duas varidveis. Havia entre os grupos Vai da Libé- ra, trés formas deeserita em usa eeria vai adguirda informalmente, em eontexto familiar, utiltzada para cor. respondéncias sobre assuntos pessoais e transagdes co) ‘merciais informats; a escrita inglesa) adquirida forma’ ‘mente na escola, com fungées tipicamente escolares, oa” feserita ardbiea) adquirida formalmenteem context relic ‘ioso, utilizada para a leitura dos textos sagrados e para registro formais ¢, aparentemente, secrets ee Ske unter que oma mons irom stribui universalmente nrita¢cnseqoca da ex \lrizagio, poisforam apenas iets elarzadbs due \contecamy a enti ingles, os qe demonsraram ie {eneas sigifcatvas sistemstea quant ds foras dere Wes Ca oquacfide, oles i Seale get. ek pI pm - tandas de casino, cateporizagio, raciocnig sae jeutv, meer. cos eg dn nama Stepan a ejeton eoslarien cove ea te, explicar os prinepios que esta a ya rslu das divers tals ela Ba oh, enretanto, uma maior eae i larzades na reso de tarcfas que re oe co Serer Cae (pct) denorinam de Sr shat (O81.19). E, muito importante, wand. meg ume das tare mstrou ques tants a era tres enol naqlo que & primeira See nan scm wilds que nto € pone | eter ume capecade epi, ou otra, as diferen care danas ra reohcto de na dtertnada tare ¢— ilbcin por corop, nelle nr encolrizedoe (po. ax iran em va on sbi) revearamn etratgag “Sremamente compas Gant do robleroasrotain ‘itm emo oeceplifcado en rettada, spun os ‘Stores do Page 198: Gartner Cle, 1961-18), ExELO2 ete tere eaten etnty (peegen coat chrmramn ool dean Ree aceeee teste Eno, quando wer ose para a ama a eit, como ‘voc chamaria aquela enka que Woo! no ob? ‘Segundo os autores, as respostas dos sujeitosrefle- ‘iam uma concepeio do mundo especifica a cultura, ¢ nao ‘uma confuso entre evisas e palavras (como as eriangas twstadas por Piaget, que respondiam usando justficati- vas do tipo “Nao, porque o sol brilha eam mais ealor do (aeons 2: OO ee que a is? Porexomplo ees rehagavam apn é roca de nmesutlizands jute eae rammantendoa dfrena etre den comm Se {our no mundo: uma esa pose, ea Sais Serfblada. coisa qe nd pode ser mudadn Qenee fois criada por Des. Suapalavra osnamesaat ane 43 {5 rane no podem ser madeda? op aera 3 Ainterpretagéo de Scribner eColepara.asdifeen. as atestadas entre os escolarizaden o os nloseneen © {ne correlacina a presen das “halides comics Spestica : phowoslck escoarizades, esperado o dos do comparagao ¢realizadn estamos aim paseo de con- cepgicsdetitrias de ros minortron (ees, 1083, Erickson, 1967; Soares, 1986), concep estas peigosas sabe (v.a andlise de Ratto, neste wime, sobrea propa- ganda na televisio brasileira em que analfabetos so rep." ‘resentados como simies). Vv 0, Be = ee ve pe us wy of Gee Pmeeeb eh 8 ‘A dicotomizogao da oralidade e da escrita ‘Nas eoncoptes que prvilegiam 0 estudo do ltra- mento Independentementa das prticas diseursivas nas (his a esrta est ntegrada a prica de letramento fo. Calzada 6 aquela que leva. prodigéo do texto tipo ensaio fisto¢, texto exprsitivo ou argumentativo)justamente aquele texto que mais se diferencia da oralidade, partie. Tarmente seo padrio da oralidade€ dilogo. Olson e Fit dyad (1988) —o primeira caracterzado por Street (1984, 1889) como um dos proponentes da verso ania marcada do P ‘node autnomo —dizem a respeito que v ‘ae x enuncndos ois conversacionaistendem a ser })i” 3 ‘outo planer, nformalmenteempreade, oem Dressam conten informais. Osteen escrito, Por ovr ado tendem a ser cusladosamente plane 1) Judon, utlizadoeseltivamente,e expresam on. Junin formas deconbeciments (1988-41). Entretanto, as diferengas sio bem mais relativas ‘quando ofoco nfo est nas dferengas quando a concep so no ¢ polar. Em primeiro lugar, porque nem toda es- rita 6 formal e planejada, nem toda oralidade ¢ informal ‘esem planejamento. As cartas pessoas, por exemplo, tm ‘mais semethangas com a eonversagao do que a conversa so tem com uma palestra inaugural, pos esta dikima, ‘uitas vezes, parece ter apenas a modalidade —isto é,0 thn? sh | oo fit de sar fade —em comum com otras formas rai ‘Alguns autores que trabalhar com a interface entre a> ‘municago cultural mais omplexa elativamento mas de- ‘senvolvidae oganizada,sobretadoesrta.. (199250). Adotando o pressuposto do dialogs na Kinguagem € da polifnia do texto, a orlidade ea escita podem ser » snvestignds no spnas da perspectiva da diferenra mas sorta da perspective da serelhanea, do compartihado, ‘Talperapectiva 6 important, pos, como Bakhtin jé previa, ‘Omenoprem da natura do emncado a indie. feoga pr em or detatbes dos aspcton genéricos Todbcamo leva em qualquer ener da invetiga- Ga no formalimo o 2 una eaceasiva abstrapio, Steam o carter bistirico da investigapio, en ffaquccen o vinclo da Hngungem com « vida ase0260. Da perspectva da prética, a concep dialgica da Iinguagem, a inorporagio do outro no texto do autor, nos permite pensar numa outra dimenséo para o ensino da tecrita, em que oabstrato, que remove os vineulos com, € ‘ supart de, a oralidade no processo de aquisigio da es- cit, nbo 60 elemento de maior saliénea. Un olhar que . = {2s formals, mas através das semelhangas eonstitutivas, ‘ermite quo pensemon a aquisigio da escrita como um rocesso que dé emtinuidade ao desenvolvimento lings fico da erianga,substituindo © processo de ruptura, que subjaz ¢ determina a praxis esolar(v. por exerplo, de Lemos, 1989; Teri, 1982, e neste volume). Se fcalizarmos, por outro lado, a processe de pro- ugh da fala eda crit, a prnquisa etnogréicn e expe ‘imental aporta dados importantes que também mostram ‘© denominadorcomurm em ambos: as prticas letradas em ‘nsituigies como a familia, que so as instituigoes que ‘ntroduzem a erianga no mundo da esrita com sucesso, ‘io praticascoletivas, em que oconhecimento scbre aes rita 6 construido através da eolaboragio, numa relagso quase que tutorial (a dade), oa através da participagio em pequenos grupos, que dseutem a melhor maneira de ‘edigir uma carta, ou comentam @ interpretam coletiva- tent (conscousnest), © 0 slo muito malt ainda (quando clas afetam a palavra. A escrta aumenta_ ‘ condigh de ser cient. (19828) a mente uma carta oficial, um texto no jornal (cf. Heath, 1983). O suporte do adulto nesses eventos de letramento 6 essencial, tanto como no processo de aquisigéo da orali- dade, como também ¢ essencial que olivro,a seria, seja, tlemento significative nessas interaptes. Por todas esas ‘raxies, faz mais sentido reeneaminhar o ensino da ecrita, ‘ha excola priorizando o que hi de comum erelegando a um ‘segundo plano a diferenga. a i= dae Qualidades intrinsecas da escrita {gagmnatintetarimmertoeeni 0 pu Bom da escrita jé ¢ predicado quando se tece o argumento dde que a posse da esrita permite que o possuidor, sea ele ‘um individuo ou um pov, dedique suas faculdades men- tais ao exerciio de operagées mais abstratas, superiores. (Ong (1982: 33), por exemplo, carueteriza negativamente ‘fala quando nos diz que ela 6 restritiva: “nas culturas ‘orais, a restrigio das palavras ao sonore determina nao ie core, * tordlcie ‘96 medos de expressiio mas também processos mentais”. p= ‘De fato, num influente estudo que apresenta a tese” dda escrita enquanto tecnologia (e portanto artificial, em ‘oposigo ao natural), Ong (op. cit.) mantém que (Como outras criagbes artificiais «de fato mais do (que qualquer outra, a eserita ¢ absolutamente ‘alin ealidsessencial para a realzagdo do po {encial interior bumano mais completo, As tecno- Togias mio ado meros auxiliares externos, mat também transformagSes internas do nosso ser sea conchusio esté fandamentada numa bas pentreprocesos mentais oalseprocessag eet compereertices 6a esrita. Em geral, a i ts processas mentais orais como mais simples ‘radiionais, voltados para a exterioridade, pang cto vita da condiede humana, enquanto que pen. to dos povos que tim a escrita seria mais complexe, “hatin, inovadr,vltado para a vida psieol6gica interna, ‘Aepecus do primeiro numa sociedade teenologizada pela ‘eoita, como por exemplo a narrativa primaria oral, o dis- ‘iro palin bombastic ou panfletéri, a violéncia na tele ‘Gato eno cinema, seriam resfduos de modos orais de pensa- ypento em eutirasteenologizadas. Algumas das earacters. tas aio reminiseentes de outras comparagies postuladas pura dstnguir 0 eidigos lingtistens utilizados por diver. as elasses soa, como oigoselaborados e edge reste- tos (por exepl, Beste, 1974). Quanto ao estilo da linguagem propriamente dito, ‘Ong aponta tes diferengas entre a linguagem das cult. 18 orise as manifestagbes da eserita: ilo aitivo (oragdes eompostas o relacionadas por “em ver do estilo subordinativo earacteristico da ‘seria (gramatica mais elaborada efixa’ op. eit: 38) —emnstrugies agregativas (eom uso abundante de &- pitetos e formulas) em ver de expressdo analitica, caracerstcn da escrta (para o autor, “os clichés ‘as denincias de carter poitio de muitos pases ‘om baixa tecnologia” seriam “westgios de formulas «que cram necessrias nos procassos mentais orais’, op. it), ~ so da redundnciae da repetigdo, eam 0 ojetivo de manter na mente o racioeinio mental em curso ter ‘us continuidade linear @ analitiea do pensamento 2 transformado pela eserita, uma vex que a escrita per- ritiria que ofluxo de pensamento passa ser mantido na pagina, liberando a mente para progressives ra: cioeinios, [Nao hé necessariamente implicagses qualitativas no cotejo dos efdigos acima. Entretanto, essas implica ‘gbes comecam a se delinear quando os processos de pen- amento de grupos orais so comparados aos processos diferenciados que a escritafacilitaria, Nessa comparacio, ‘0s modos de pensamento orais estariam determinados “muito mais por questies de sobrevivéncia do grupo do dque pela inovagio. Assim, terfamos o seguinte leque de -caracteriticas do pensamento oral: — eanservadorismo ot tradicionalismo, pois 0 conbe- cimento arduamente adquirido deve ser mantido tha meméria, 0 que, nas palavras do autor, “inibe a ‘experimentago intelectual”, embora isto no sg fique que “as culturas orais no tenham um tipo particular de eriatividede” (op. cit41) formas de conceitualizagio e do verbalzagio do co- rnheeimento muito préximas a vida humana, man- tend na categrizago ena clasificapto conten de experiéneia ede ago, enquanto que as formas pensamento transformadas pela eserita poderiam Ihanter aspects rlevantes a sua cultura sem qual {quer apoio na observapio, na prética, no contexto, —dindmica agonistca dos processos mentais orais, 0 ‘que mplicaria uma orientagio para oconflite a ita, 1 glorfieagio e o elogio das qualidadesfisicas e da ‘ag em contraposigo com o efeitos mais introspee- tivos em forma escitas. Segundo Ong, “a violencia nas formas artisticas oral esta relacionada com tetrutura da propria oralidade” op it.45), pois na 8 cine bes «ts ‘tbe Pome men paseo tagonismos" ” campus Soak SOE Re. ia at pecing oo penn te a capmer tena Fo ed ane eer i ae «sis casey eae ee eee cohen ae palpating niece way rk cae sais ai vata eremeaaWot ‘aquilo que 6 postulado como earacteristico do pensamento ‘ranma pla ert caracterzages como «de Ong refoream o que Graf (1970) denominou de “mito do letra ‘mento oto 6, uma ideologia que ver se reproduzindo nos «ikimos trezentas anos, © que eonfere ao letramento tua ‘enorme guma de efeitos positives, desejavels, no s6.n0 | Ambit da eogniio, como foi apontado, mas ambém ne Ambito do social. Bsses efeitos vio desde a participagio na ‘epic aiéa pase de qualidade exprituais, como os tr balno, publiados em jornais do pais, 0 mostrar m ‘ — Bfeitos que garantem a manutengao das earacteristi cas da espécie: muito grave que [1 haja nimero tio elovado de ‘riangas sem escola no Mundo — garantin de uma tara ncumulada de adultos igvoranten no futuro, B ‘amo so aeitianerre, nent final de século, «uma ‘Sogreingto do Homo Sapiens — as a nossa civ Tino (0 Globo, 4/3/1900), © analfabeto comproenrde mal que ouve © respon: ‘do do mania bastante imperfelta ha mensagens ttsim recebidas,O nnalfabeto procina nts de aten- ‘io mais aplionda ao quo vs. (0 Globo, 27/10/1989), — Bfeitos que garantom a modernidade, a capacidade de integrago na vida moderna, o igualitarismo: “Tomar um, dois, tm dibs errados no maamo dia ‘oa meia-noite nina wo encontrar long de casa ‘apenas un des problemas enfrentades por Maria do ‘Stoorre Pereira, 30 ane, porno saber ber. Os ux tren vo deede ida com dimbeiro, iro eupermere do a farmécia, até o constrangimento © 0 senti- mento de diecriminagio. Mas, sabretudo, 0 que mais «tThumilha é a sensagio de dependéncin, por preci- ‘tar dn ajuda de outras pessoas até par preencher ts fichas nas empresas Onde procura trabalho. (Jor nal da Pare, 81/1990), — Bieitos que determinam a ascenséo e mobilidade social: ‘Cada um tem um sono que no findo se fund mum ‘6: conaoguir asconder socalmento através da rantia de-um emprego melhor. "Sou faxincira © 0 {que fago nao eige ntdo. Mas eu no quero ser fixineira'a vida intir’, die Chemilda Marin dos npr pnt ene etn ns ‘nia Doeenanesdonan Ss Peis 1900- * que 95 agora pd frlentar a escola, (4 sun ads abo _feitos nos macroprocessos de desenvolvimento econo. ‘Ormpa bistirco da entrada da Buropa no Quinkestilizago 6 priprio mapa da dius da seg em meade do séeulo XIX a parte indun: ‘Tatmente mais avaneada da Europa Cnglaterra Frangalcontava do 30 a 40% de analfabetze aul. Tes peritrioo como Isa, epanha, Porta BrP Grecia feavam entre 60 e 70%, enquanto no {Ee (pies belednice, Poénia 6 Rissa), o pr centual era de 90 95% (0 Globo, 43/1900) — Agente novessério pars a distribuigdo da riqueza: (Os problemas casas pelo analfabetismo no as ‘rica rates do cic permanente de pobreza © desenvolvimento em que muitos paises ene tontram.(Correio Brezilione, 79/1989). —Efeitos no aumento da produtividade, ‘Sem educagoetivinamento, opera um desas- {re pars mane patna etprena. 96% do rab Tore japoneses tam curso gins, 90% tim colegial 9%, curso superior. 0% de noses traba Theres sto analfabrin (da entrevista de mn ean ‘presi plinta na Fok de S. Pao, 77/1998). ~ Agente necesirio no proses de emaneipagso da mi ‘Nit eude apira cmancpagi da Interne hg eg ea ot aim is toes eed et Siete Gre otra tbo seh ips doce an as se Globe, 4/3/1990), £ — Agente necesérn para o avango espirtual © analfabetisme inibe 0 progresso ea produtivi 4e, impede oawango cultural espiitual, ajuda a Imnnter a dependéncia cron dle socidades inte tm (Correo Brasiliense, 79/198) ‘A metéfora do analfabetismo como elemento cer- cceador da liberdade e sobrevivencia 6 eomum nas campa- ‘nhas piblieas ou privadas em prol da alfabetizagéo uni- ‘versal. Recentemente, por exemplo, uma propaganda te- | levisiva apresentava 0 analfabeto na figura de um ho- fa errs taunt rears wanes EP mente ia submergindo num lago e que nao conseguia, fapesar de sas tentativas desesperadas, se livrar de stias amarras para se salvar, enquanto uma vor comparava. ‘explicitamente oretrato desse homem com a luta do anal- \” fabeto para sobreviver na sociedade brasileira. — anees estudos sobre a histéria do letramento, Graff (op. cit.) mostra, através da andlise de esforgos eon- cretos de alfabetizacio em masea em patses do Hemistério cial ‘sdo social mas os grandes grupos de pobres e diserimina- ‘dos ficaram ainda mais pobres. Nao existe evidéncia para ‘correlagio entre letramento universal e desenvolvimen- twecondmico, igualdade social, modernizagao, Entretanto, ‘as vores de historiadores, educadores, socidlogos raras ve- 2a se fazer ouvir na midia entre as vores mais fortes dos politicos profissionais e dos buroeratas. Quando o fazer, éjustamente para desmistificar 0 letramenta: ‘So oe mais pobre, ot mesmos que no pAderam jparticipar do banquete do milagre, aquelen que fx. 2m ceceros indices de unalfabetismo. Eno =o a gee jorge sioanainetn So enalfietos por bre er ergo Haddad, 0 Analfabetismo Sat ae ‘inde auténome tem 0 agravante de atribuir 9 onal or ease fracas a0 inv fray perience ao grande grupo des pobrese margina- anes ecieads teenologias (Gee, 1990; of. Ratto, wes ame). & eeu a pereepeto do problema em ne ndvidoais,contraditérios relidade social, nas sere ics ds anafabetoseventalmente citados no jor- ett ua analfabeta paraiban, estado onde mais ar de ppulago €analfabeta, atribui primero nos see puis ena responsebilidade ao relatar que “nunca ‘egoento a exeala quando crianga ‘por causa da igno- ‘Rae dn eis” e logo cpa a si mesma porter desis- ‘idodaesola quando adult Apesar do relato que faz das {endiqdes em ue tentou estudar Ca alas eram A noite ‘Tela doran,cansada do trabalho de faxneira que tinha Ge da, ela arma: “Iso fi hi 15 anos, Hoje eu me . ‘repent dene ter continua para aprender mais.” omone10 roRoLcico be LeTRAMENTO (2 ‘Street (1884, 1988) denomina o modelo alternativo | rumen idelgio para destacar explictamente 0 ito de qu tedas as pitas de lelramento ao aspects ho apenas da cultura mas também das estruburas ‘oder numa seid Sunde Street, ropa eu cc a airegh sa mal {peo fata cto poe, ara 4 Sanus qwagi what pin, am one mena Sohn Saat ie tiinmen toe bon Py asso sain, partirda interpretapiodesces conse {en polopemuizador. Asi) que tds on enfoes sero letramento torio um vi dose tipo faz mais { enti, do ponto de vista da penquina academic, itdmiti revel, dino, o sistema ideokio uti- Tad, pois nasi ole pode sor abertamente estuda- do, contatado refinad (1980), } 0 modelo ideoldgco, portanto, nfo deve ser enten- ido como uma negngtio de resultados especificas dos es tudes realizados na concepgio auténoma do letramento. ‘outro lado, come os estuclos neste volume ‘Rtestam, 0 questionamento dos efeitos universais do le- tramento alarga eampo de investiguelio eonsideravel- mente, pois aspectas espeeifiees do fendmeno podem ser ‘examinados relativamente a questées outras que marco ‘divisor entre oralidade e escrta, ¢ mesmo as consequen- : ‘ins cognitivas podem ser estudadas enquanto fendmenos fcompleos cuja correlagio simplista com a aquisigdo da twerita esconde a complexidade do fentimeno (w. Oliveira, neste volume). anaes 4 rabellie 6 didiuch z Pritioas discursivas ¢ eventos de letramentd. {0 nosso entendimento das diferengas nas pritiens 2 Aiscursivas de grupos socioeeondimicos distintos devido ds ‘formas em que eles integram a escrita no seu cotidiane tem meng evi eon ae ota um prssupesto 57 ean mre ert i tg 8 WRG” cee Aan ata do " in vam end engraen do #8) Siemon comunidad po Sul dw Ext Union, Heath 7 «a8 1980 str gue oma universal de orienta, yf a SS sein vey prevantona css cnet ma pop letrada 9 ntinuagt do desenvolvimento lingtiticy ve foram sociabilizadas por grupos major. ri a esriads, as Tepresenta uma ripe ‘ais a Jo zr oro a parte da seria ata 2a dws eam oles pabres ou de clase em bia exolarins. = "nie de andise no estudo da autora 60 even aan ge og, own paa fazer seid da sitagio, tanto em Piao interago entr o partieipantes como em relagio Bec Eerronae eects interpretativa. Por exempo, ‘uma atividade como aestorinha antes de dormir; © fs palavras de Heath, “extra sgnifieado da eserita’ Re- selharemes 35 prties delotramento desses dois grupos, ais préximes, justamente porque em. ambos ha eventos ‘superlicialmente similares mas profundamente diferentes. as pritieas dscursivas de um terceiro grupo estudado pala autora aparocem radicalmente diferentes: no hi es- nw hr de do ler Gurnee ni dara de ngtiad e De acordo com a autora (1982526), no grupo ma wry ‘odio CGniverstaro) ada eran alteram os tres num 3 paren otis lea rae ‘amdeou oadulto rig lene da crianga para lr Ihe fa prguntas (equ, "quand, rl tos na ping, tratando a Sgura bidiensional cana se fea um objeto tidimen- snl eetablecendo retinas para que a rina fle do “um bjeto arbi, deeontetualiado, aj eistingla Py se di somente no papel 4 somente no papel vs . la; iniciagio, resposti, ava- Tiago (Sinclair & Coulthard, 1975; Cazden, 1989). Isto 6, nos seus anos pré-esco! ‘escola retoma Ease padrio de letramento incipiente tem outras caracteristicas observadas em todas ivros.ea informagéo proveniente dos livros (personagens dos eldssicos infantis, por exem- plo) ocupam um lugar central no quarto da crianga, ja ‘os seis meses ela presta atengao a esses elementos deco- rativos. Nessa idade comega a eeonecer perguntas sobre ts livros, e to logo erianga comera a verbalizar 0 adulto fas expande ere-elabora, abandonando o simples pedido de rotulos CO que 6?) para incluir perguntas sobre os ati butos CO que o guto disse?”, “De que cor era o guto?”). Os adultas verbalizam constantemente, como se se tratasse dde-um diglogo continuo, sobre elementos que a crianga. ‘enheceu nos livros (Otha esse gato, igual ao x. Seré que ‘dono dele também & muito pobre”. A partir dos dois ‘anos, as eriangas comegam a inventar, eontar histérias ‘que no sao verdadeiras,e os adultos encorajam esse tipo ‘de atividade verbal. Além disso, ha uma " ‘ada de trataro livro como se fosse uma diversio. Assim, por exemplo, quando a erianga tem que se engajar numa Atividade tediosa, como esperar para ser atendida num consultério, 08 adultos se valem do livro para quebrar 0 tédio, ou aproveitam esse espago para fazer com que a crianga desereva, nomele, ennte como se sent ‘uma verbalizagio continua, concomitantemente a realiza- co de outras atividades. Quando a erianga tem mais ou — Bi eed) cote sos trans, oadulto espera que ela se comporte oma moos rsa audiéncia, escutando a est6ria em si. acini eee aes a eee indo, clang comes Ter” (ing que ext end para oad (Os eventos de Jetramento, iis ee quer que les seam, sioatamente varias, ‘Er icativn da erianga de comeyar um evento de letra. ‘2ibte fa eom que uma interruppao de uma eonversagdo ie, ‘angus também tém um ambiente colorido, decorado com itustragies de eontes deninar. Possuem livros que flustram, cijets familiares e que enftizam babilidades como abo- toar, fae lags, além de livros de estorinbas infantis. rronnta de manera simplificada as estrias dos livres, in- troduz informagies diseretas sobre a escrita, como momes is letras, némeros, cores, ¢ nomes de objets familiares pra cuts caters Secon ier are eee "ans enrajada a partpar: ep ‘io 9 restrinj & do um cbservador que id ser entretido « pernomucemmenmlar Fp te o meee sete eR, irae Snore a tes que caracterizam o grupo majoritério. Ati- ‘idades do cotiiano como cozinar ou montar um brine o,ndo so eomentadas ou descrtas numa série de passos tou provedimentos seqGenciais: por exemplo, para ensinar & ‘rianga a segurar a bola na forma correta, em vex de dizer “olocaopolegar neste hugare depois abre os dedos como © adult das classes majortérias faz, o adulto nos grupos ‘ence excolarizdos conla nas padres de observagso da patente ce ae Alas de ‘do recebern encorajamento frlatos factais que never para enfatizar alguma lgso moral. 4, ita des no asco ‘Quando as eriangas de ambos os grupos extudadios Seem . — sur tes do eo 68 repos 8 Pengunian ox te srs Na el ste norte ar exenpl, n opiio sobre si ee nn) enc a rps mae s qe pertiipa BISDARED, on om aqua eri, Sunde ee ae Sis ss i ns rats em events del eerie rs tego tee ampla pat preseaaenew A er de coneua ade wesc as formas discurs ses uae eiangas a fat10 40 process de reprodiho tre Sci que leva desst@neia quando a obrigato- Siete reqientar a escola foi aingida,restabelece cepa um lugar, ustamente naguele onde estariam. tuando os agentes e sprees que poderiam mudar 9 {fatno (ourics & Passoran, 1970) como seus pais, esas ‘Tanyas nto cheardo universidade : (+ resultados do estado de Heath acima resenhiado ‘mosiram com clareza que 9 modelo que determina as pre thes esclares 6-0 modelo authnomo de Tetramento, que considera aguisigo da werta como um proeesso neutz, | {qr independenternte de consideragbes contexts @ “ors dove promoveraquelas aividades neceserias pa- ‘a desenvolve no alune, em itima instneia, emo abjti- ‘orinal do prosso, eapacidade de interpretareeserever {es stan, nero npsv ann a0, bs qu rotpo seria o texto tipo ensaio. ‘sit lr noe ctxt american st Sam constitu por pitas de letramento ieologiea- tase dtrminadas, que enerinham oa por tlhas eterminadas em fungio de sua classe social “ ee ‘fou etnia do aluno, nao em fungéo de sua inteligéncia ou potencialidade. Basas trilhas efetivamente reproduzer as esigualdades do sistema, Segundo Gee (1990), este tipo de ‘atrelamento (racking) 6 prevalente nas escolas america has, e determina as atitudes de ambos — o professor © © faluno. Num extenso estudo realizado por J. Oakes e rese- ‘nhado por Gee (op. ci.) a autora descobriu, ao entrevistar ‘alunos e professores,fatos significativos sobre esse proces- ‘0: enquanto a disciplina, a honestidade, o respeito, 0 domi ‘no de habilidades para seguir instrugoes eram os abjetivos ‘onsiderados desejaveia para ce alunos no atrelamento pro- fssionalizante Tow tracking), para os gruposno atrelamen- to académico superior (high tracking), os objetivos visados pelo professor, e apontados pelos prdprios altunas como 0 ‘ais importante que tinham aprendide na escola, eonsis- tiam no desenvolvimento de habilidades verbais ¢ analiti ‘eas, pensamento critic, capacidade de comunicagio. Os estudos realizados no contexto brasileiro mos- tram uma situaedo semelhante quanto & reproduciio de status quo pela escola, situagéo esta, entretanto, muito ‘agravada pela pobreza e pelo analfabetismo generaliza- do, que tornam as conseqiéneias desse processo ciclico de reprodupdo da desigualdade muito mais desumanas, i Se eas — rrnais com 0 texto oral (Como esse objeto | ui Faas diferoneas fo 01 \ oie sae aacteriaticas lexicais e sintéticas que odiferenciam to irda oeneine teria que estar baseado nium eonhe-|ya Vp, ‘Smento contastivo das dns Exe objeto fevelaria também mareas estruturais de um plangjamen- 3 ° TSE rst num tex ordenad,sencia: we ‘pr inarredo num tcido que constitu alguma forma es- # ‘Risa rewnhoctel, do género narrativ, expositive, a> srumentativo. -F No plano referencal, ou ideaciona isto 6, dos con edd, eve objeto seria mais abstrate de que. texto oral, “enbors nio ssa tio evidente em que consista essa abe: tengio.Teriamos, por um lado, o grau de abstraglo que. Sia determinado pelo distanciamento do interloeutor, ‘nusente do entextoimediato de produgo do texto, res {ando scsi num texto com menos marcas de interpes- sealidade. Tarbém a dimensto abstrata poderia estar dketerminada pelo rito de iniiagao & eserita. O inieindo pode ir se adentrando num universo informacional cada ‘er mais retritoaquelesiniiados, onde a interval dade, as referéncias, expliitas Ou nfo, a outros textos — ccertos server camo mecaninme de exclusdo de grandes. srupos Por timo, teriamos a progressdo eo desenvol¥i- "eto teméticos, mais abstratos porque seriam de res « ‘ponsabilidade do autor sem o apoio da interlocueso ime- iata, que permite a construgio conjunta de texto, ¢ por- tanto o desenvolvimento de tépicos conjuntamente, em grande parte das comunicagdes orais. Sabemes, entretanto, através de estudos sobre reda- «oes de vestibulandos, por exemplo, que sto pouces os alu- ‘nos que mestram conhecimenta sobre e darainie no uso des- se objeto que docorreria da andlise eontrastiva nas linhas ‘acima. Para citar apenas um exemplo, estudos sobre oléxi- ‘co (Azevedo, 1989) mostram uma conscientizagio das alu- znos sobre as diferengas entre a oralidade e a everita, mas ‘resultam na criagio de formas novas, pesadas do ponto de vista inflexional (como “linguajéveis” por “falantes”, “ufo- ‘tuosidade” por “afeto”, revelando ima concepeao vasa, im- ppressionistica, das diferengas. Similarmente, estucdos sobre Jeitura por alunos com oito ou mais anos de excolarizagso 1984; Kleiman, 1989; Olwire, 1904. No antec; ou Gufcries do sitemna ecoencional na formagéo de sujeitos plenamente letrades nao decorrem fiponas do fato doo professor ndo ser um representante pleno da cultura letrada (v. Kleiman, 1991) nem das fathas ‘um cutrtaile qin te lotrunmertalis 6 prefer pare ‘eine, As fala, nredito, ato main profindas pots #80 decorrentes dos proprios pressupostes que subjazem ao ‘modelo de letramento ela) ‘A coneopeio de ensino da eacrita como.o desenvel- vimento das habiidades necessarins para proctir ama Tinguagem cada ver mais abstrata exté em contradiao a Jos quo consideram a aquisigo da esc. ros mode! —s fen discursive que equ pita ur turn eftion da mai ot como um importante instr realidad eee amen tulhorin da qualidade de vida © pela coh et Le ee in re So ee ee ne er tll dos, passa nec caroneie fees adton Q) (0s estudos etnogréfins, que examinam a construgiig daspriticas escolar na interacio,seconstituem num eam. fe propio para a transformagio da préxis, uma vez que Tee wdos permitem peroaber a inseriglo, no mierocan. texto da interagso em sala de aula, de questies macrosso- ais, como a ideologia do letramento. O contexto da aula de alfabetizagéo de adultos 6 particularmente revelador por- que os contextos de aprendizagem, formais ou informais, fagem como catalisadores das diferengas nos sistemas de ‘engaso valores de grupos letrados e ndo-letrados (v. Sige norini, neste volume). Apresentarei, a seguir, dados da nos- ‘1 pesquisa sobre a interagdo na aula de alfabetizagio de adultos, foealizando a potencialidade de transformagao da. ‘ancepeio de letramento dominante nesses contextas. Pratiens discursivas em confit: construgéo de fungbes ndo-complementares A interago na aula de alfubetizagio de adolescen tes e adultos 6 potencalmente eonflitiva, pois nela se vis ‘a0 deslocamento e substituigio das prétieas discursivas do aluno por outras préticas, da sociedade dominante. Ao ‘mesmo tempo em que a aquisigio das novas priticas 6 pereebida como necesséria para a sobrevivéncia e a mo- bilidade social na sociedade tecnologizada, essa nquisigo Se constitu no prendncio do abandono das prticas d= Acredito que o distanciamento entre a lingua oral © «lingua eserita devido a especializagio e ao funcionamen- to diferenciado do ambas configura uma situagio digléssi ‘endo de linguas em contato, mas de linguas em eonilito (Ferguson, 1959; Hamel, 1983; Martin-Jones, 1980). Tra- ta-se de duas modalidades que constituiriam variedades| discursivas da mesma lingua, sendo que eada uma tem status © prestigios diferentes, © que também teriam dife- rrengas devido ds suas fungies diferenciadas na sociedade (v. Bortoni, neste volume). Também nos niveis formals — lexieal, morfoligen, sintatico —do sistema, ha diferencas. Estas se acentuam mais ainda quando consideramos que apenas a lingua eserita tem uma heranga lterdria de pres- tigio, que codifica, reproduz e divulga os valores culturais ddos grupos de poder da comunidade. Também apenas & IUingua eserita tem sido objeto de processos de gramaticali- zagio, dicionarizago e normatizagio. Do ponto de vista ‘6cio-histérico, as eondigées para a configuragio de uma situagao digléssica de linguas em eonilito também esto presentes: 0 uso da escrita est limitado a uma pequena lite, ea situagao de usos, fungies e contextos diferencia ddos tem uma realidade histérica, pois emerge juntamente on a bureeracia letrada nas cidades no s6cilo XVI (ef 1985). Kai v1 potencialidade de confito nos permite entender ‘Tal po sethor a inadequaslo de préticas pedagégicas que, ape. svt eins Plena sat oe Pespoaveis, néo sto bem-sucedidas. Consideremiog staiemplo a seguir, numa aula de produgio coletiva de tent ua rei, em que © que Parsee estar mustentando a ago pedagégica 6 por um lado, a instra~ ‘Mentalizagao para uma atividade, profissional ou néo, e, por outro, uma estratégia pedagégica de utilizar 0 conhe- Eimento anterior do aluno para construir 0 novo: EXEMPLO Profs: (.) que que vai (iltar) a gente sabe? . Vou dium exemple. Presta atengio aqui. .. Bu tenho umn recsita de bolo de fubi. Eu digo assim, ode Qual 6o titulo da recta? Bolo de fub. Que {que vainé? Quais séo os ingredientes? Ab, vai . ‘hss xicaras de fubs, ahmm .. tre colheres de far nha de trig, uma colhé de p royal, dois oves, um copoc meio de agtcar .cabou af recta? Alunos:(quase inaudvel) Nao Profa: © que que est fltando? Ne-Oleite Prof: Nio, (faz de conta) que eu fle todos os in- sretientes,tinhalete, também. Que & que vai alt ‘agente sabe ainda? Ne: Margurina Prof: Néo, eu num tou falando que té fltande ingredionte. O que que vai falté a gente sabé? Ne: Fast Prof: Inco! e como que a gente fica sabendo isso? Vi: Ab, fica sabeno 6, .. no jeito de fazé ela todinha 50 A professora esté tentando construir uma funcio, para a escrita, que era perfeitamente preenchida pela oralidade. As alunas nao tém dificaldade em relagdo no procedimento envolvido no uso de uma receita; a incom. ‘preenso se estabelece relativamente as caracteristicas formais de uma receita escrita. Note-se que 0 foco na interago acima esté na forma desse tipo de texto. Numa outra aula observada, de alfabetizagéo de mulheres, a professora promovia atividades eoletivas para aprender f fazer sabio, aprender a fazer massa de modelar ete Nesse contexto, essas receitas, escritas depois das ativi- dades “para no esquecer como a gente fez” cireulavam znaturalmente no grupo, e logo outras receitas, nfo apois- das contextualmente por atividades conjuntamente de- senvolvidas em sala de aula, foram trazidas pelas alunas ‘que queriam partilhar algum conhecimento. ‘No primeiro grupo (exemplo 3), que adota uma pers- cursiva oral eficiente, se constituindo af numa perda fun- ional na lingua do alino. Podemos atribuir ao modelo de Jetramento auténomo da professora a inadequagio da es- tratégia: pressupée-se que a escrita seria um facilitador neutro dos processos mnemdnicos e mentais. Porém, como Heath (1982) aponta, nem todos os grupos letrados verba- lizam ou se apéiam na escrita para analisar a seqiiéncia de pars pos de tradiedo mais oral uma funcao restrita, numa pré- ‘ica que representa uma mera tradugio da fala para a ‘escrita 6 decorrente de uma concepeao de letramento aut 5 ~~ somo eontestve, pos pstula fangs universas da eser- uindependentes do eontexto de Us0. dentidades em confit: a roconstrugao de um sujeito menor ‘Um dos pressupostos mais prevalentes, populares e uradouros do letramento autdnomo, que, como vimos “interiormente, pode se reproduzir tanto na fala de um ‘ministre eamo na fala do analfabeto, 6 0 das eonseqién- ‘Gas eognitivas da alfabetizagio, independentemente dos tontextos e préticas de aquisigao da eserita. Nas formas ‘nals groseeras, onio-alfabeti2ado néo tem nem a intei- fincia da espécie: é um sini, eomoa propaganda televi- ‘iva nos dizia, ov um bobo como um das adolescentes infere da fala de outra das professoras durante @ eonclu- so de urn aula de leitura EXEMPLO4 Profa: Porque seria bom sabé 6 eserewt como Sinhi Ter verdade que gud a gene a mums cenyanado? Voot én, 2? ‘An: Bu acho que ni Num presi. moma cia! B:Tem que usin bom 9. B tudo igual, uma (pseu rumah mumpdetenginda io ado al Me: Bef espero porque ele denmanchos one: ‘Am Mas ele pesbeu que tava send enganado Nic sab lb num signin qu é bobo No processo de significapio na estrutura de pergun- tase respostas no exemplo (4), aluno An inieiao proees- 0 de negacéo da pressuposigio suhjacente ao ensineiado da professora (a eserta nos torna mais, ‘spertas), sem 3e ‘omprometer totalmente com essa negagao, como 0 uso a ata ie ee da modalidade subjetiva "eu acho? indicaria, Os seus oo Togas, entretanto,retomam a proposgi de forma estoy’ rica, indieando maior comprometimento eot o valor do vverdade da proposieao, como © presente eatagrico v a {upla negagio no timo tumo indieam. (nao sabé ie sg implica multo mals «construe de eis desl thariedade entre os interlocutares, do que renga no valor de verdad da proposieio(v. Fairclough, 1992). saida- ‘edade assim se constitu numa estratégia que reforga a ‘dentidade do grupo numa situagio de confit, mas que, ‘20 mesmo tempo, torna disfuncional « partieipagao dos falunos no curs, geralmente motivada pela mesma eat ceppio de letramento que esto contestando. ‘A diseussio aberta do postulado das conseqiéncias cognitivas conduziia a desnaturalizagio da idoologia do ‘madelo auténomo subjacente & prétiea escolar, refietida na fala da professora acima; als, se os diversoscontextos ‘ociais em que as prétieas de letramento se inserem so objeto de exame, as relages entre poder e dscurso fea ‘menos opacas. Além disso, 0 tipo de conheeimento que ‘ese exame produziria 6um elemento essenial na forma ‘fi do professor, pois com base nele poderia ser inicindo procesto de osistoma seadaptar A grande maior de seus ‘alunos em vez de esperar quo estas se adaptem a ele. ‘Valores em conflito: a resisténeia a cultura letrada ‘de panfletos do sindieato, bulas de remédios, contratos de Pe. iio eine cee peyrkneerenennyee riers Ree ee plore ere paper sah dda escrita e da encia. Tal selegio se fundamenta nas Soe eee sores ee see Soren Tas aka fama pare Sen eee peomigoreapertmpremtetc ‘muito cedo, }4 na sociabilizagéio priméria (ef, Mey, 1978). Rare ne reaite ere ae eres eee ee eee ee ae eee peatcemieerraiesportir Eee eens as rae Sn irae Rorewecnco ees aera pamerere oy ose ore a ae eee con aaa Abaoetias a eee een er ee Por institui¢ées de prestigio, como seriam a instituig&o moe ge ec cme or tl sera neste le nie {um ea as exp cima gece tuigdes representam, oR ao ‘inas necessdriaa para combath-tos, Também, como le ‘8, no temos nenhuma evidéneia empirica sobre sua ‘existéncia, Entrotanto, se uma moléstia 6 dingnosticada pelo médico como causada por um virus, aceitamos ove. redito © seguimos suas instrugies para aivia os efeitos esse virus no nosso organismo, axa relagio, no entanto, 6 muito diferente nos gran des grupos para os quais nem olivro representa ura fonte do informagio confivel, nem aelasse médica inspira con- fianga ja que as interagies entre os dois grupos aeontecer nas piores condigbes imagindves. Para esses grupos, nas palavras de um dos adolescents do curso de afabetiza- io, “os médioos estdo af sentades para tira dinbiro dos Pobre ‘A concepeio do modelo ideolgen do etramento, qe firma que as prtica letradas so determinadas pelo con- texto social, permitria a relatvizagio, por parte do profes. sor, daquile quel considera como universalmente confié- vel ou valida, porque tem sua origem numa institu de prestigio nos grupos de cultura ltrada. Stages eonfit- ‘vasna aula dealfabetizagéo de adults, que terminam com ‘vahino se negando a continuar, poderiam ser previstas. No cexemplo (5) a seguir, apés 76 minutos de leitura e dis sito sobre as informagées contidas numa bul, em que os unos se posicionaram frontalente contra a medicina © ‘ inddstria farmacéutica (v, Kleiman, 1992), a professora recorre finalmente A estrutura institucional para cerca & Palavra dos alunos, que reiteram suas posies inicais, ‘postas as posigdes subjacentes is informagées que a ro- fisora tentava repassar: tomar remédio, ou nfo, no fz dliferenga, eu fco com 0 remédio casero, a daenea ¢ urn ‘azar predeterminado, nio dependent, portanto, de remé- dio para ser eurada (Kleiman, 1999). a to mando winnie do pret? = _ EREMPLOS bs ase ccisa. Tomé ou no toms & de erm-doce = Jago, se tivé que sard, sare logo. Eu remédio nto da stig me tham para a Drofesora, muidam de psig na en AES entre si, jogam lone pel partado do extn) Eni, wg a 9 de profeesora certamente nfo i ating, ean que professora ¢ alunos construiray 3 2 Fam o contexto de aprendizagem, | “"'# Pridica. pe de contextos de aprendizagern. ‘A tarefa deintrodugdodo adltonas préticasltradas majoritérias nfo fica nocessariamente mais fal uma ves que 08 nossos pressupostos sabre as conseqéncias sciais ©cognitivas do letramento, de cardter universal, ado ques tionados e problematizados. Para pensar ha pravica, sree ‘samas conhever as priticas diseursivas de grandes grupos «que se inserem presariamente nas socedades letradas toe nologizadas, particularmente as praticas de letramento de ‘grupos nio-escolarizados: por exemplo, quando fazer bi. 25, como calcula 0 material que necesitara para real zar uma tarefa, quem faz o papel de escrba desses grupos, {sto 6, a quem recorrem quando precisam mandar uma or. espondéncia, © como ¢ a interagao entre eseribae cliente, ‘quais slo as estratGgias que eles usam quando fazer cirses de treinamento em servigo, quais s40 as operagesmentais que eles utilizam para realizar tarefas complexes asim a ramente, eve questionamento seven, Prin res igus pap, 0 fas posatevorelaideligic do letramento. Levando Crmoonaderago onto de queen ojtvee que sinters em 0 ato aqueles de uma pedagogin cultural- stingir no ensin 1987 @ ertien Freire, 1980), Eero lr gue 0 modelo deolin do etramento devernos concluir @ 0 diferenga, faz, ma aque leva em conta a a elaboragio do ntido como elemento importante para a. el Drogramns dentro dessas concepobes Pedagtieas. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ¢Recriagfes de Palavras em Redagéee ATED, LP “Cnet oe ale, 1080, 28.208 G0 Unter Cousin Verbl ed ii, Siglo A Eee 1000 Rogan Pel 1974 wl 1 Blanes pare Dou. PASSO 36 4 Rea or Frais Alves Bite, 1970. ae canna D4 ATS ‘Tat Seno Cis Anan A io ererplinr de ature. Londrina, Uni winds otal de London, 1964. nde ANnAMIER D & SOHLIEMANN, AL Na Vida Ca A a tes ton, 1668 ing ond Discourse The Language of Teaching a ae ee ee aan Ho DotMeBNICO DE DOCUMENTAGAO E INFORMACAO CENT dfcbetians no Broal. Ano Intaracional da Alfabtia-

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