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YdFII3990)D ee) ee e) CaPituco Avaliagao de Pressupostos e Regras ‘esmo que os pensamentos automaticos sejam verdadeiros, as vezes, podemos formular per .guntas proveitosas: “Por que isso seria um problema?”. Utilizando o exercicio da seta des: cendente, examinamos as implicagdes da rejeigdo para o paclente, perguntando: “For que o fato de alguém nao gostar de vocé o incomoda?”. 0 paciente poderia responder: “Porque isso significa que rio tenho valor’, Problemas recorrentes de depressao, ansiedade e confitos conjugais freqiiente- mente resultam de regras e pressupostos rigidos, afirmagdes do tipo “deveria” bem como imperat vvos e crengas do tipo “se-entdo". A pesquisa sobre vulnerabilidade & recafda depressiva indica que pressupostos subjacentes de perfeccionismo e necessidade de aprovagae sao ativados nos estados te humor e eventos de vida legativos (Miranda e Persons, 1988: Miranda, Persons e Byers, 1930: Segal e ingram, 1994). Esses pressupostos subjacentes podem nao parecer problematicos quando as coisas vao bem — por exemplo, o homem que acredita ser digno de amor quando est4 mantendo 1m relacionamento amoroso pode sentir-se bem enquanto durar a relagdo. Entretanto, a ameaca de término ou o término real do telaclonamento pode precipitar um episodio depressivo maior, pois © pressuposto subjacente (“Nao posso ser feliz se estiver sozinho") e 0 esquema pessoal negativo (/Nao merego ser amado’) sto ativades. = Durante perfodos relativamente estéveis, esses pressupostos subjacentes podem nao ser apa rentes, 0 terapeuta deve examinar epis6dios passados de depressao ou confito (por exemplo: “Tale sotve alguma épaca em que vocé se sentia muito mal. O que provocou iss0?"), Alternativamente, 0 ierapeuta pode pedir ao paciente que imagine o que poderia acontecer que o deixaria muito pert bado (uma resposta seria: “Ir mal em uma prova"). Que pensamentos e pressupostos negativos es tatiam sendo ativados? Partindo dos exemplos acima, eles poderiam incluir: “Quando terminamos, pensei que jamais seria feliz, pois ficaria sozinho" ou “Se eu fosse mal na prova, isso significaria ue no fiz 0 melhor possivel, que sou um fracasso”. Neste capitulo, examinamos como o terapeuta pode ajudar o paciente a identifcar e testar os pressupostos e regras subjacentes que podemt persis tir mesmo quando os pacientes estéo sentindo-se ber. 84 Rosent L, Les TECNICA: IDENTIFICAGAO DO PRESSUPOSTO OU REGRA ‘SUBJACENTES Descrigao © procedimento pressupostos sao afirmacée de" que S40 rigidos, imperat siedade. Por exemplo, a seta descendente pode | padrdes}: “se fico sozinho, devo ser infeliz {ou indesejavel)." (Ou “Se fice sozinho, estarei sempre sozinho.” (0 “As pessoas que néo tém companheiro sao perdedoras.” ou “Preciso ter um companheito para ser feliz. ‘Ou "Nao posso me fazer feliz ~a felicdade s6 vem dos outros”. da seta descendente geralmente leva aos pressupostos subjacentes. Esses do tipo “se-entdo", regras, afirmagSes do tipo “deveria® ou “tenho tivos ¢ esto associados a vulnerabilidade & depresséo, raiva ¢ an- levar aos seguintes pressupostos € regras (ou “Se néio me sair bem em alguma coisa, entdo devo ser um fracasso." (Ou Preciso me sair bem sempre, em tudo o que fizer.” (u “Preciso ser melhor do que todo mundo.” Ou “E terrivel fracassar em alguma coisa. ‘Ou "Se cometo um erro, entéo deve me criticar” Depressio, ansiedade e raiva esto associadas a uma varledade de pressupostos ¢ regras: ¢ mesmo indiviuo pode ter varias crengas ativadas por um tinico evento. Imagine uma funciondria de quem o supervisor néo gosta, mesmo sendo ela uma funcionériaeficiente fa muitos anos, Esté claro, da perspectiva do terapeuta, que essa situagdo resulta de um choque de personalidades. paclente sai do emprego, mas é capaz de conseguir outro: No entanto, esse Gnico evento leva & ativacao de diversos pressupostos Se fui despedida, isso significa que sou um fracasso. 4 se fracassei nesse emprego, entéo sou um fracasso como pessoa, ou '5e ful despedida do emprego uma vez, entdo ninguém vai querer me contratar[precedendo sua primeira entrevista apés a demissao} 4 se meu chefe nao gostava de mim, certamente é porque afasto as pessoas. Se as pessoas ndo gostam de mim, ent&o é porque nao tenho valor. va verdade, o evento demisstio muitas vezes leva a compensagées financeiras generosas. @ oportunidade de sait de um ambiente de trabalho estressante ea chance de buscar novo empreso ou treinamento em outro liigar.E claro, também pode levar & perda de renda, ao maior estresse de ‘neerteza de char novo emprego e & perda de recompensas no local de trabalho. Entretanto, os pressupostos individuals, conforme indicado acima, colocam essa paciente em risco malor de de pressio, pois sfo absolutes, rgidos e autocondenatsrios, Quase nada é pré-ativo ou pritico nesses pressupostos. COCOCCECOE CE COOCCEE EC EOE C C ¢ erg CCCCOCE CEC OOO CE ) D9) 2) 2? >) ) Err ee) 2d d > Teowess o€ Terama Coswrina 85 Pergunta a Formular/Intervengo ‘Vamos tomar alguns dos pressupostos e regras que vocé acabou de identificar. Muitas vezes temos regras para nds mesmos ou para os outros. Essas regras freqientemente seguem a linha “preciso ter sucesso” ou “Tenho de conseguir a aprovacéo das pessoas”. As vezes, supomos que "Se {tal e tal coisa] acontecer, entéo {tal ¢ tal coisa] é verdade". Por exemplo, podemos supor que “Se no tenho sucesso, entao ndo tenho tanto valor assim” ou “Se alguém nao gosta de mim, encao ndo devo ser digna de amor". ‘© terapeuta pode usar a Escala de Atitudes Disfuncionais (EAD), mais abrangente, que pode produzic um escore para varias dimensdes, O terapeuta e 0 paciente podem entéo examinar quais- quer respostas extremas na EAD para determinar a vulnerabilidade a futura depresséo, ansiedade ou raiva, Exemplo ‘Terareuta: Voc8 disse que esté chateada por ter perdido o emprego. Eu gostaria de saber quais sdo os seus pensamentos. Por favor, tente completar a Seguinte frase: “Ferder o em- prego me incomoda porque... Pacienre: Parecerd que sou um fracasso. ‘Terareuta: E, se parecer que sou um fracasso, isso significaria que... Paciene: Que eu Sou um fracasso. No caso de outro paciente que terminou um relacionamento, o terapeuta perguntou sobre 0 significado desse evento para ele. ‘TeraPeuta: Sei que vocé esté chateado porque voce e Ellen terminaram o relacionamen. to, Mas vamos examinar o que vocé esta pensando que pode aumentar seu sofrimento. “Quando eu penso sobre o fato de Ellen e eu termos rompido, isso me incomoda porque significa que...” : + Paciente: Que jamais encontrarel alguém ‘TeRAPEUTA: Ese eu n&o tiver alguém, isso significaria que... Pacienre: Eu serel infeliz. ‘Tenarevta: Isso Soa como se vocé pensasse que precisa estat em um relacionamertto para ser feliz, PacienTe: Acho que € isso 0 que penso, Tarefa de Casa Utilizando 08 Formulérios 3.1 € 3.2 {p. 105 e 106), 0 terapeuta pede ao paciente que tence identificar e monitorar quaisquer afirmagées ou regras do tipo “deveria” que estejam por trds des- sas crengas. "Veja se vocé consegue identificar e registrar as regras e 08 pressupostos subjacentes a esses pensamentos durante a proxima semana.” Possiveis Problemas Alguns pacientes acreditam que suas regras, expectativas, pressupostos e julgamentos séo sithplesmente fatos ~ por exemplo, eles acreditam que: "Se vocé néo ganha muito dinheiro, enti € um fracasso” ou “Se voc# ndo for atraente, entdo € feio". Tais pacientes tratam expectativas, | | | | 86 _ Roses Lea regras e valores pessoais como se fossem dados cientfices ou objetives. Quando essas regras ou tapectarivas sto culturalmente companihadas ~ como aqueles t8o difundidas de que devemos careepeat ou ft SUCRSso ~, 0 apego a elas como fatos reals € especialmente forte. Nesse estégio de Tuentificagio das regras e pressupostos, o terapeuta pode deixar claro que 0 ponto nao é consesta- los, mas simplesmente regiserd-los. Referéncia Cruzada com Outras Técnicas outras técnicas relevantes incluem identificagdo dos pensamentos automaticos, seta descen: dente, técnicas de imaginacéo, dramatizagéo racional ¢ exame dos custos e benefcios. Formularios Formuilério 3.1 (Avaliagho de Pressupostos, Regras e Padrées, p. 105); Formuliio 3.2 (Forma létio de Auto-ajuda: Monitoracao de Pressupostos, Regras € Padres, p. 106). TECNICA: DESAFIO AS AFIRMACOES DO TIPO “DEVERIA” Descrigéo -Muitas regras ou padrdes globais sdo imperatives morais, como “Devo ser perfelta sempre ou "Devo ser sempre bem-sucedide". }4 que So afirmados como imperativos morais, geralmente Smplicam julgemento sobre o valor da pessoa ou do outro. Por exemplo, 2 alirmacao “Devo ser petfelta sempre" poderta implicar °Ndo tenho valor" ou "Sou inferior” e "No mereco ser Feliz KNutoctitiea, culpa e vergonha sio efeitos colaterais comuns dessas afirmagées moralistas do tipo “devetia”. Bhis (1994) observou que muitas dessas declaragdes de “dever” encertam idélas ilégl- cas, hipergeneralizadas e disfuncionais. Numerosas contestacées podem ser empregadas contra a légica desse tipo de afirmacéo: Quais so 0s fundamentos, 2 l6gica ou as evidéncias de que devemos fazer tal coisa? Qual é a origem dessa regra? Essa regra se aplica a todos? Essa regta poderia na verdade ser uma preferéncia em vez de um principio? ‘A terapia cognitiva ea verapia racional-emotiva tentam desconstrulr muitas dessas afiema «es do tipo “deveria” para revelar a sua natureza il6gica, injusta € pejorativa Pergunta a Formular/Intervengao onforme indicado acima, 0 terapeuta pode fazer alguns desafios cognitivos. Por exemplo, considere a afirmacao: *Devo ser perfeito’. As perguntas incluiriam: 1. Quais sio as evidéncias de que vocé deve ser perfeito (e quais so as evidéncias de que voce nao conseguiré ser perfeito)? 2. De onde vem essa regia? Quem ou que autoridade declarou que vocé deve ser perfeito? ‘Todo mundo deve ser petfeito? Por que voc® teria pata os outros um padréo diferente de que tem para si mesmo? 4, Ndo 6 mais realista dizer que vocé preferiria fazer um trabalho melhor, em vez de insistit nna necessidade futil de set perfeito? Ce CCuene Coen COC COCO CE COCE CEE OC OCE COE CECE EC Y229III999990 99099 III? X2IIIDIIIIDIIIIIID Teowoas o€ Teraea Coowtiws 87 Exemplo ‘TerireuTa: Vocé disse que deveria ter se saido melhor no exame. Por qué? PaciENTe: Porque sou inteligente e devo fazer o melhor possivel. ‘TeraPeuTa: Qual é 0 melhor que vocé pode fazer? Pactente: Eu poderia tirar um a se estudasse de verdade. TERAPEUTA: Mas como Voc# nem sempre tira A, parece que ndo é perfelto. Seré que voc® ndo esta fazendo coisas das quais néo é capaz? Pactente: Talvez, se eu me esforcasse mais, tirasse sempre A. ‘TeraPeUTA: Quais s40 05 custos ¢ os beneficios de exigir perfeigdo? PACIENTE:_O5 custos Séo que me sinto pressionado e desapontado. Os beneficios ~ calvez ew ime esforcar mais. Terareuta: Entéo, como isso esté funcionando? Pactente: Estou muito infeliz ‘Terareuta: E se vocd tivesse um padréo do tipo: “Tentarei fazer um bom trabalho"? Quais seriam os beneficios desta idéia comparados a exigéncia da perfeicd0? Pacienre: Talvez ndo me sentisse (30 pressionado, ‘Tenareuta: Todos os seus amigos tiram notas perfetas? . Pactewre: Nao. Alguns mal atingem a média e alguns tiram notas boas. Ninguém que eu conhega tira sempre A. ‘TerareutA: O que voce pensa deles? Pactente: Eles estéo indo bem. Talvez eu seja mais duro contigo mesmo. TenaPeuta: E se voc# aplicasse as mesmas expectativas a si mesmo? Pactenté: Acho que ficaria bem melhor Tareta de casa Escolha uma das stias afirmagées do tipo “deveria”. Escreva-a neste Formulério (3.3, p. 197), note © quanto acredita nela, a emogio que ela desencadeia e o grau em que o aflige, os custos.e ‘deneficios, e depois conteste a aficmacao respondendo s perguntas. Possiveis Problemas Algumas pessoas acreditam que contestar as préprias afirmagées do tipo “deveria” faré com que se comportem de forma irresponsavel ou imoral (ver Leahy, 20010). Eu distingui entce afir ragSes do tipo “deveria” boas e més. As afirmagdes boas sdo regras que aplicamos a todos ~ por exemplo: "Nao devemos estuprat ninguém”. Os pacientes que relutam em contestar as afirmacdes deste tipo acreditam que estas constituem regras morais razoaveis ~ por exemplo, uma regra mo: ral razodvel é aquela que aplicariamos a todos e que realsaria a dignidade humana (ver Leahy, 2001). Dizer que alguém deve ser perfeito para ter valor implica que ninguém tem valor, uma vez que ninguér é perfeito. A maioria das pessoas rejeitaria regra to absoluta e pejorativa. Além disso, a idéia de que a conseqtiéncia de descartar nodes arbitrdrias ¢ extremas de dever" constituitia comportamento irresponsavel pode ser contestada com a evidéncia: “voce tem padres perfeccionistas para tudo e sempre pensa nos termos mais extremos?”, Uma vez que € improvavel que a pessoa seja perfeccionista em tudo, as evidéncias indicaréo que ela nao 88 _Rovenr L. Lear ‘se torna irresponsdvel quando suas expectativas sao riais razodvels. 0 duplo-padrao também é ‘itil: “Se as outras pessoas ndo so perfeccionistas, 0 que explica 0 fato de ndo terem se tornado inresponséveis?". Referéncia Cruzada com Outras Técnicas Muitas técnicas podem ser usadas para contestar afirmagées do tipo “deveria”. Conforme indicado, empregamos a andlise de custo-beneficio, a técnica do duplo-padréo e examinamos a I gica eas evidénecias, O terapeuta também pode usar as técaicas seta descendente, exame das regras fem um continuum, dramatizagao e atuagao contra a crenca, Formulério 2 Formuldrio 3.3 (Exzme € Contestacdo das Afiimagées do tipo “Deverla”, p. 107). TECNICA: IDENTIFICAGAO DAS REGRAS CONDICIONAIS Descrigéo ‘vamos imaginar que o pressuposto subjacente do paciente seja: “Nao tenho valor se alguém deixar de gostar de mim”. Para evitar rejeigdo ou avaliacéo negativa por parte de outros, o pacien- te pode desenvolver “regras condicionais” ~ orientacées estraiégias ~ que servirdo para protege- Jo contra a rejeigZo. Fodem ser regras como: “Se eu der a todos 0 que eles quiserem, entao nao serel rejeltado” ou "Se eu sactificar minhas necessidades para atender as necessidades alheias, entio ndo serei rejeltado". Regras condicionais relativas ao tema da perfeigéo incluem: “Se traba: Thar 0 tempo todo, poderei fazer um trabalho perfeito” ou “Se tentar algo dificil, provavelmente fracassarei, de modo que devo evitar desafios". As regras condicionais permitem que o paciente tide com inadequagdes e medos por meio de compensacao ~ isto é, tentando superar sentimentos de infeviotidade com esforco extra ~ ou da esquiva de situagées que contenham risco de rejeicéo ‘bu fracasso ~ is:o 6, evitando pessoas a fim de descartar a possibilidade de rejeigéo, ou evitando Gesafios a fim de afastar derrota ou fracasso. Essas idéias foram originalmente desenvolvidas por ‘Alfred Adler (1964) e, posteriormente, aplicadas ao modelo cognitive por Guidano e Liott (1985) ¢ Beck, Freeman e colaboradores(1990). Estar sujeito a essas.tegras condicionais cria dois problemas: primeiro, é quase impossivel estar 3 altura de tais exigencias e, segundo, elas nao levam a desconfirmagio do pressuposto sub jacente, Por exemplo, a regra “Se me submeter aos outros, eles vo gostar de mim e deixarel de ser lum zero a esquerda” no permite que a pessoa teste e refute 0 pressuposto subjacente ou a crenca huclear de que “Sou um zero & esquerda se alguém néo gosta de mim". Por exemplo, 0 paciente dicoolista pode acreditar na afirmagao “no sobreviverel a menos que beba”, mas ndo testa esse pressuposto porque nao para de beber. Pergunta a Formular/Intervencao ‘As veres tentamos evitar as piores coisas que podem acontecer, vivendo de acordo com certas regras. Jf identificamos seu pressuposto ou crenga nuclear: "Se alguém me rejeita, entdo nao renho valor", Agora, @ questo que vamos considerar que orientacéo ou regra vocé usa para evitar @ rejeigdo? For exemplo: “Para ndo ser rejeitado, tendo 2...".(Altenativamente: "Se eu fizer tal ¢ 2 Goisa, entdo ndo sereireeltado” ou "Se eu fizer tal ¢ tal coisa, endo no fracassarei"} i | CC ( C ae G 2223939999999 999999939999993999999939990009 E Técncas o€ Terapia Cognitiva 89 ‘Da mesma forma, podemos ter regras sobre o que devemos evitar para que ndo acontecam coisas ruins, Por exemplo, dada sua crenga nuclear de ndo ter valor, se alguém rejeité-lo voce recorrerd a certas regras ou estratégias para evitar a réjeicao. Como voce responderia & seguinte questdo: “Para néo ser rejeitado, tendo a evitar [que tipo de coisa ou pessoa?]". {Alternativamente “para evitar fracassos, tendo a evitar (que tipo de comportamento ou tarefa’).") Exemplo Neste caso, a paciente era uma mulher extremamente inteligente, com padrdes perfeccioni tas, que se sentia paralisada em um emprego burocrético, em vez de trabalhar no setor privado, ‘onde haveria maiores exigacias e mais tiscos de fracasso. ‘Terapeura: Voc se queixa do seu emprego atual, mas reluta em buscar outro no setor privado ‘ow na prefeitura. Reluta em procurar algo mais desafiador. Por que o desafio a perturba? Paciente: Tenho medo de fracassar. Terareuta: E 0 que isso significaria para voce? Pacinte: Que sou burra. TeRAPEUTA: Hé outras coisas que vocé tem evitado pelo medo de fracassar? Pactente: Sim. Ndo cursei Direito, apesar de ter passado no vestibular. ‘Terapeuta: Entéo a sua regra é evitar fazer coisas nas quais poderia fracassar? PAciente: Certo, Acho que isso ¢ verdade. Nao quero descobrir que sou burta, ‘TeRAPEUTA: Pergunto-me se nao existe outra maneira de verificar se vocé € burra. Por exem- ‘plo, como voce se saiu no vestibular? Paciente: Eu me saf muito bem. Fiquei entre as 5% melhores notas. ‘Terartuta: Como voce se salut no ensino médio? PacteNTe: OK. Mas ndo tao bem quanto gostaria. Nao titava sempre A. TTeRAPEUTA: Que notas voc® tirava? + Pacenre: Principalmente A, mas cirei também alguns B. ‘Teracuta: Se vocé considerar as evidéncias, elas indicam que voce é burra cil que nao & burra?: Paciente: Bem, que ndo sou burra. Mas também ndo sou a mais inteligente. Terapeuta: O seu pressuposto é que precisa ser a mais inteligente para ndo ser burra? Pactente: Talver. Terapcuta: E quais sdo as consegtiéncias desta crenga? Tarefa de casa © terapeuta poderia explicar essa idéia bésica e dar uma tarefa de casa conforme se segue: Muitas vezes, seguimos certas regras para que algo de ruim no aconteca. Por exemplo, algunas pessoas mantém a crenca ou regra de que: ‘Se eu me preacupar, entdo nada me pegard de surpre se", Denominamos isso de ‘crenca condicional’ ~ que é uma crenga que achamos que nos protege ‘ou nos prepara. Outras crencas condicionais incluem: ‘Se eu atingir 100%, entdo nao serei um fra- asso’ ou ‘Se eu impressionat a todos, entdo serei aceita’. Vamos examinar esse tipo de crenga que thos ajuda a lidar com as situagées. Use este formulétio (3.4, p. 108] para ajudé-la a identificar as crengas condicionais que vooé emprega regularmente” | | | 90 _ Rooeet L, Leaky Possiveis Problemas ‘como ocotre com os pressupostos subjacentes (discutidos acima), alguns pacientes acred cam que suas ciengas condicionais sao objerivas e tei, Enfatizamos, no memento, que estamos siimplesmente coletando informacbes. Mais tarde avaliaremos a uilidade das crencas condicio nais. Referéncia Cruzada com Outras Técnicas Ourras téenicas relevantes inchiem identificagao dos pressupostos, seta descendente, andlise de custo-beneficio, exame das evidéncias e duplo-padréo. Formutério Formuldrio 3.4 (Identificagao de Crengas Condicionais, p. 108) TECNICA: EXAME DO SISTEMA DE VALORES Descrigao uitos pressupostos referem-se a uma dimensdo do individuo ~ por exemplo, 0 pressuposto sobre necessidade de sucesso profissional pode incluir apenas o sucesso financeire. Quando o pa crente fica ansioso ou deprimido em funcdo dessa dnica dimenséo, outros valores sao eclipsaios Euaminar ¢ esclarecer o sistema de valores pode ajudar a colocar certos julyamentos de auto-de- preciagaa na perspectiva de outros valores superiores. Por exemplo, o paciente que se concenta ex: precivgmenté em seu valor conforme medido por Suas realizagdes pode ser solicitado a considerar Valores como amor, perdao, bondade, cutiosidade, crescimento pessoa), diverséo ¢ lazer Podemios nveducir escofhas obrigatorias: “Se voc tivesse de escolher entre realizar mals e amar mais, qual escolhetia?”. a primeira tarefa € fazer uma lista de valores de vida, tais como os recém-mencio- fados, Tamém podem ser introduzidos outros valores articulados pelo paciente: bem-estar fisico, Jmizade e religizo, O paciente pode, entdo, comparar as escolhas e determinar quais valores vem: primeiro em sua hierarquia, Uma akternativa é perguntar-the quais valores gostaria que seus flhos et seu parceito tivessem (vatiagdo da técnica do duplo-padréo) cu que valores ele gostaria de ver adotados pelas pessoas em geral. Pergunta a Formular/Intervengao ‘Vamos examinar alguns valores que voc8 pode considerar importantes, Considere os seguin tes: amor, perdio, bondade, curiosidade, crescimento pessoal, diversdo, lazer auto-estioa, rel ido, ealizagbes culeurais/inancelras/profissionais,atratividade fisca ¢ aprovacao das pessoas amos tomar a questo que a esté incomodando agora ~ realizar mais no trabalho. Se voce tivesse de escolher entte realizar mais profissionalmente e receber ¢ dar mais amor [alternativamence perdao, bondade, curiosidade, crescimento pessoal, etc, 0 que voce escolheria? Exemplo ‘Tenaruta: Voce disse que era importante realizar bem esse projeto € agora vocé esta se ctl- ricando por seu desempenho, que considera inadequado. As vezes, damos muito valor 2 algo ~ aqui, vocéesté Valorizando a realizacdo profisional. Mas talvez haja outras colses ¢ ¢ COCC CEE CCC COO OOOO COE OC CeCe e eee CCE COCO OC XIII 39990900 229999999999 999999003 . 29D Tecsweas o€ TeraPa Coawirwa 91 que vocé também dé valor. Por exemplo, considere o amor, o perdao, a bondade, a curio- sidade, o crescimento pessoal, a diverséo, o lazer, a auto-estima, religido, as reallzacdes culturais/financeiras, a atratividade fisica e a aprovagao dos outros. (Escreve todas eles.) Se vocé tivesse de escolher entre realizacéo:profissional e esses outtos valores, algum eles seria mais importante para vocé? PaciENTE: Quase todos eles. Talvez lazer ndo ~ embora eu realmente precise tirar um tempo para descansar ‘Terareuta: OK. Entdo todas essas outras Ateas s4o na verdade mais importantes para voce? Que tal tentar amor, bondade e perdao em relacao a si mesma neste momento? Paclenre: Como? Teaareuta: Sendo bondosa e amorosa consigo préptia, ¢ se petdoando por néo se sair a ‘bern quanco gostaria. PACIENTE: Acho que se eu fizesse isso, me sentiria muito melhor. TeRareuTa: Vocé ndo acabou de dizer que esses so os seus valores mais importantes? Tarefa de casa Podemos dar aos pacientes os Formularios 3.5 ¢ 3.6 (p. 109 € 110) para que identifiquem 0 valor que os esta perturbando ~ por exemplo, realizacdo profissional ~ e depois considerem e clas- sifiquem outros 17 valores. Dessa forma obteremos uma hierarquia pessoal e social Possiveis Problemas As vezes, o que incomoda o paciente é 0 valor mais importante para ele ~ por exemplo, a rea-~ lizagdo profissional. 0 terapeuta pode tratar disso fazendo as seguintes perguntas: 1. Se voe8 busca todos esses outros valores, ou algum deles, isso no tem certa importéa- cia? Vocé aplicaria o mesmo sistema de valores a alguém que ama? Por que néo? © que a maioria das pessoas considera sistema de valores mais desejavel? Por que elas classificariam os valores de forma diferente da sua? Referéncia Cruzada com Outras Técnicas ‘outras técnicas relevantes incluem andlise de custo-beneficlo, duplo-padrdo e seta descendente. Formularios Formulétio 3.5 (Clarificagéo de Valores, p. 109) ¢ Formulario 3.6 (Sistema Universal de Valo. res, p. 110). TECNICI DISTINCAO. ENTRE PROGRESSO E PERFEICAO Deserigao Muitas pessoas tém pressupostos ou padrdes de exigéncia irrealistas, o que resulta em sen- simentos de fracasso e futilidade. Com esta técnica, que visa a0 progresso € nao & perfeicéo, 0 paciente pode concentrar-se em conto melhorar alguin aspecto de desempenho passado, em vez de — 92 Rosert L. Lesh tutar para atingir um padrdo impossivel. Um de meus pacientes, que freqlientava as reunises dos ‘Alcoélicos Anénimes, salientou que essa orientacao era freqlentemente mencionada ‘0 plogresso pode ser avaliado de diversas maneitas. Por exemplo, uma paciente que atingiu ‘a escore de 36 em seu primeiro Inventario de Depressao de Beck queixou-se de que a terapia nao estava funrionando quando seu escore passou pata 22 depois de sels semanas ~¢ ela ainda estava eprimids! Em vez de avaliaro tratamento em termos de total auséncia de sintomas depressives, suugeri que ela reconhecesse o progresso que fez, conforme evidenciado pela reducio de 14 pontos E cambem sugeri que examindssemos o que levou @ esse progresso, para podermos continuar pro- gredindo ainda mais. Pergunta a Formular/Intervengao _-Examing as vantagens de tentar melhorar em vez de tentar ser peyeita. Se voce tentar ser perfeita, inevitavelmente acabard frustrada. Em vez, se tentar fazer progressos, vai sentit-se mais ho conttole da situagio e mais esperancosa. Ha alguma 4rea em que vocé tenha progredido? Voce se dd crédito pelo progresso ou apenas pela perfeigao? Qual seria a ccnsequléncia de vocé se dar crédito pelo progresso em vez de esperar a perfeicdo? Exemplo ‘Teaapcuta: Voce esté chateada agora porque tirou no exame uma nota mais baixa do que esperava, Qual foi a nota? Pacienre: Titel um C. EU néo esperava ir bem, porque nao estudel :quito, Mas essa nota é um desapontamento. Terarevma: Que pensamentos voce estd tendo? Pacieyre: Sou uma perdedora, com certeza. Provavelmente néo vou me sait bem no mundo real” ‘TeraPeura: Vocd acha que poderia se sair melhor no préximo teste? Paciewre: Ndo consigo imaginar ir plor! ‘Terareuta: O que vocé aprendeu sobre a importdncia de se preparar para o exame? PacieNTE: Acho que tenho de estudar. Imagino que me saitei melhor na proxima vez. Terareuta: Entéo, se voce se concentrar em progredir e aprender, terd aprendido alguma ‘coisa com tudo isso? Pactene: Sim. ‘Terareuta: Essa experiéncia talver terha sido uma ligao de baixo custo sobre algo realmente importante - como a importancia de estudar e se preparar e néo achar que vocé vai se sait bem naturalmente. Esta € uma ligéo que pode ser util em sua vida? Pactente: Acho que sim. ‘Terapeuta: Entdo vamos nos concentrar no que vocé aprendeu ¢ em como essa dificuldade temporaria pode motivé-la a progeedir no futuro. £ melhor do que ficar pensando que voce € uma perdedora por nao ser perfeita. Pacienre: Esta seria uma maneira melhor de encarar as coisas. Tarefa de Casa © terapeuta pode dar aos pacientes 0 Formulério 5.7 (p. 111), em que devem listar diferentes ‘areas nas quais se criticam — por exemplo, desempenho no trabalho ov na escola, relacionamentos, COC CCC COC EC ECC CCE | CCC cece C06 cee eee ee eC C iG 423999099999 9999999999399990000 a) 23229) ) L 7 i Técnicas 0€ Teraeu Cocumva 93 satide, financas, etc. Em seguida, devem listar as diversas maneiras pelas quais poderiam fazer progressos nessas éreas ~ por exemplo, trabalhar bastante, estudar mals, comunicar-se melhor. fazer exercicios e dieta, e economizar dinheiro. Possiveis Problemas ‘Algumas pessoas acreditam que a autocritica as motiva a trabalhar mals. Na terapia cogniti- va, tentamos focalizar a solugdo de problemas em vez da autocritica, e salientamos para o paciente que diagnosticar um problema néo é o mesmo que resolvé-lo. Por exemplo, diagnosticar a mim mesmo pesando cinco quilos acima do ideal néo € o mesmo que resolver 0 problema por meio de exercicios e dieta. Referéncia Cruzada com Outras Técnicas outras téenicas de relevancia incluem identificagdo de pressupostos, rarefas comportamen- tais, como as de dificuldade crescente, planejamento de atividades, resolucdo de problemas e ané- lise de custo-beneficio. Formulério Formulirio 3.7 (Fazer Progressos em vez de Tentar a Perfei¢do, p. 111). TECNICA: USO DA RECAIDA COMO APRENDIZADO Descrigéo Uma maneira de contestar os pressupostos perfeccionistas é reenquadrar a recalda como experimento de aprendizagem. O paciente com pressupostes do tipo tudo-ou-nada &m relacdo ao fracasso e a aceitacéo (ou qualquer outro padrdo ou valon, verd a recaida como indicacdo de que as coisas nao tém jeito mesmo. For exemplo, a paciente que diminutu o consumo de alcool para um ddringue por noite teve uma recaida, na qual ingeriu cinco drinques. Ela se criticou muito e come- {ou a pensar que nao tinha jeito. Entretanto, propus que encarassemos isso como unt experimento de aprendizagem ~ ou como um “experimento natural” -, no qual ela refletiria sobre como se sen tia quando ndo seguia as orientagdes de auto-ajuda (Leahy ¢ Beck, 1968). 0 que ela aprendeu com essa recafda fol que nossa andlise estava correta ~ (1) ela se sentia pior no dia seguince a um epi Sédia de bebedeira, (2) tentar agradar seus amigos de bar bebendo com eles ndo era bom para ela e (5) considerando tudo, ndo valia a pena beber mais do que um dringue por noite. Outra maneira de encarar a recaida é reenquadré-la como um tipo wil de sofrimento: “Torne o softimento seu amigo reconhecendo que ele, as vezes, € um aspecio essencial da aprendizagem e esta tentando ajudé-la a reconhecer 0 que no funciona para vocé" Pergunta a Formular/Intervengao Embora voct esteja sentindo-se mal por ter tido uma recafda, seria muito wl encarar esse lapso como importante experiéncia de aprendizagem. O que vocé aprendeu sobre si mesmo? O que aprendeu sobre 0 que funciona e o que nao funciona para voce? Como voce pode usar o sofrimento 0 desapontamento para que 0 orientem no futuro? | | 94 _ Rover L. Lean Exemplo ‘Um homem solteiro estava muito abatido por ter voltado a procurar a ex-namorada, que th raha problemas significativos de oebida, labilidade de humor e confiabilidade. Ele agora se criticava “porque seu tezente encontro com ela o lembrara de como ela The fazia mal. “Tenareuta: Parece que vocé esté se’ indo-se mal por té-la enconirado novamente, e reconhe: ceu que estava certo ao querer terminar 0 namoro. Pactente: Sim, mas eu néo precisava pasar por isso novamente. ‘Tenapeura, Bem, talvez agora vocé tenha mais informagées para lembra-lo disso na préxima ven Pacienre: Eu jd tinha informagbcs suficientes. Bla é maluca. ‘Terapeuta: Bem, voce poderia e:aminar o que estava dizendo a si mesmo que o levou a tele- fonar novamente para ela Paciente: Oh, eu pensava que poderia ser apenas um enconira de uma noite. ‘Tenareuta: Entdo vocé pensou que poderia encarar as coisas casualmente ¢ nao se ma goar? Paciente: Sim, Um encontro apenas pelo sexo. ‘Terapruta: Talvez vocé ndo seja tdo superficial como achou que fosse. Paciente: Esta é uma maneira diferente de encarar as cotsas. Tarefa de Casa Quando, diante do progresso que jé fizemos, apresenta-se uma recaida, esta é uma boa oper tunidade de aprender elguma coisa. Por exemplo, se vocé estd de dieta, come em excesso e se sente fempancurrada, talvez comece a se criticar. Mas o aspecto realmente valloso dessa experiencia € aprender o que funciona e o que ndo funciona. Usando esta tabela (Formuldtio 3.8, p. 112). pense sobre alguma rea que estava funcionando para vocé — por exemplo, deta, exercicio, melhor .o.n~ nicagdo, autodisciplina ~e depois pense em como vocé “perdeu o rumo". Em vez de se crticar, ente identificar 0 que deu certo e 0 que deu errado. Possiveis Problemas ‘A tecaida pode ativar sentimentos de desesperanca e autocritica. Pensamentos comuns in. luem: “Jé que isso no deu certo, talvez fosse melhor eu desistir” e "Sou um fracasso". Esta resposta critica 6 especialmente provavel nos transtornos de substéncias, como beber, fumar € ‘comer compulsivamente. Convém sallentar que ninguém tem uma recafda a menos que esteja me- IIII)D 7 d a »>2IIIIID 220) ) >I) Técnicas 0€ Tense Coonrtiva 99. Exemplo Terareuta: Parece que vocé ficou desanimado por néo ter ido tdo bem como esperava nesse ? exame. Paciente: Sim, eu esperava tirar um A, mas titel B- ‘Terartuta: Em que partes do teste de histéria vocé fol bem @ em que partes nao foi tio bem? Paciente: Fui bem na dissertacdo— sou muito bom em juntar as coisas. Mas a parte das datas e nomes — eu simplesmente nao sabia, ~ TerareUTa: OK. Vamos tentar aumentar sua curiosidade sobre por que as datas seriam im portances na hist6ra. Pacignré: Nunca pensei nisso desta maneira. Obviamente, temos de saber 0 que acontece depois do que. ‘Terapeuta: Como vocé poderia transformar essa tarefa de lembrar datas e nomes em um desatio? Paciente: Talvez eu pudesse escrevé-los em cartées e ver se consigo aprender alguns, ‘TerartuTa: Como voce se sentiria se civesse um methor desempenho na proxima ver? Pacienre: Eu teria aprendido algo que deveria saber. ‘Terapevta: Vamos pensar nisto como o préximo passo em seu desafio pata se sair melhor € aprender com essa experiéncia. ‘Além disso, 0 terapeuta pode perguntar: “Qual € 0 seu objetivo nessa situacéo? Seu objetivo é ter sucesso em tudo? Ser aceito por todos? Seré que consegue modificar o objetivo para ‘saber ‘quao bem posso me sair’ ou ‘conhecer pessoas novas'?". Frequentemente, o paciente se agarra a padrdes itrealistas, Ao refletir sobre novos objetivos, ele se sente livre para pensar em mals de uma ) d 97>) > py) x.) Y2IIDID999 IIIID re) 5 Técweas o€ Tera Cocwitiva 101 exescimento ¢ aceitacho, 2o invés de julgaménto, rejeigao e desisténcia ~ por exemplo: “Quando gu encontrar um obstaculo, posso agir de mareira produtiva para superd-lo". As novas crencas podem ser examinadas em temas de custos e benecios, evidencas de uilidade e aplicabiida Be aos outros. (°Como voce se sentria se aplicdssemos esta regra [em vez dos antigos pressu postos rigidos] 20s outros?”) Pergunta a Formular/Intervencao Em grande parte do tempo, nutrimos pressupostos ¢ nos agarramos a regras que simples: mente nao podem ser cumpridas ~ regras como: "Devo ter sucesso sempre” ou “Preciso que todo vhundo me aprove". [4 examinamos como essas regras rigidas dificultam sua vida. Agora, vamos trar algumas regras e pressupostos novos, mais realistas, mais Nexiveis e mais orientados para 0 Sfeselmento. Varios tomar 08 antigos pressuposios e regras ¢ transformé-los. Por exemplo, vamos Substituir a regra "Devo sempre me sair extremamente bem” por umm novo padréo ou valor: “Gosto de'me salt bem, mas também posso aprender com os erros, e posso assumit 0 crédito por aquilo que realizo em vez de me comparar com padrées irrealistas”. Exemplo ‘Terapeuta: Vocé se sentiu muito mal depois do exame de hist6ria por no ter tirado uma nota oa, Sua regra &: “Preciso tirar notas altas o tempo todo". Vamos encontrar uma nova re- ‘gra que possa tornd-lo mais capaz, ao auumentar sua curiosidade e senso de crescimento @ aceitacao, Paciewre: Acho que poderia dizer que posso aprender com meus erros. Também posso dat a ‘mim mesmo 0 crédito pelas partes nas quais me sai bem. “Terarcuta: OK. Quais s40 08 custos e os beneficio$ de aprender com os erros? Paciewte: Os custos sé: posso acabar tornanda-me complacente: posso ficar preguicoso e hem mesmo tentar tirar boas notas. E os beneficios so que eu continuaria motivado mes- mo quando as coisas nao fossem bem. Eu ndo me crticeria tanto. TeRAPEUTA: O que isso Ihe parece? \ pacigwie: Acho que seria melhor para mim éu poder aprender com os ertos e me sentir desa- fiado. ‘Temareuta: Que comportamentos concretos decorrem desta nova formulacao? O que voce poderia fazer na prSxima semana para por em aco este novo valor ou padrdo? Pacievre: Eu poderia examinar 0 que fiz bem e o que ainda preciso melhorar ¢ poderia pia: nejar meu estudo. Eu poderia me propor o desafio de memorizar algumas daquelas datas enomes ‘Tenareuim: Entdo voce vai tentar fazer progressos em vez de exigie perfeigao? Pactente: Certo ‘Ao trabalhar com outro paciente, excessivamente focado em obtet a aprovacdo de todos, o terapeuta pediu que ele avaliasse os custos ¢ os beneficios de um novo pressuposto. Ele fez 2 seguinte lista: 1 ‘Novo pressuposto: “Tenho valor independentemente do que os outros pensem de min” Custos: Fiear presungoso e afastar as pessoas. 102 _ Rowerr L. Leahy enefcios: Autoconfianca, poder asstmir rises, ndo fcar envergonbado, no depender dos outros, set mais assertivo. Custos: 5% Bengficios: 95% Custo-Bengficio = -90% 7 ‘conctusdo: Este pressuposto € melhor do que aquele de que preciso fazer com que todo mundo goste de mim para que eu também goste. : outro ponto a destacar na avaliacdo do pressuposto € 0 seguinte: “Em vez de fica .risiona~ do na manera de reaglr,tente identificar alguém que voc# acha que vive de forina muite adaprada Como essa pessoa se sentiris e agitia se isso Ihe acontecesse?™. Muitas vezes, as outras pessoas podem servir como modelos de pensamento adaprado. For exemplo, um homem solreiro tema ser Pheitade caso convidasse uma mulher para scit. 0 terapeuta pediu que ele identificasse alguém {gue considerava confiante em relagdo as mulheres erefleisse sobre como esse amigo pensatia na sinuagdo. Ele fol capaz de tdentificar o pressuposto adaptado do amigo: “E melhor ter uma chance do que nunca se arriscar Finalmente, os pacientes podem refletir sobre os beneficios de se tornarem mais flexivels: fos beneficios de ser flexivei em seus padrées e comportamentos. O qu’ acontereria se si mesmo espaco para erres ou enganos?”. “Eyal voce desse Tarefa de Casa Insirua o paciente a identficar quaisquer regras e pressupostos mal adaptados e depois cvlar alternativas mais razodveis (Formulario 3.11, p. 115). A orientagdo para as novas formulagées € 4 seguinte: ‘A nove tegra (ou pressuposto) deve ser mais adaptada, mals flexivel, mats justa. mals vealtsta e mais positiva. Ela deve focar em justica, crescimento, aceltagdo e objetivos positives. Deve sero tipo de regra que voce usatia para alguém que ama e com quem se importa multo”. Alémm disso, o paciente deve avaliar a nova regta ou pressuposto e propor comportamentos que se sigam eles (Formulério 3.12, p. 116). Possiveis Problemas Como em qualquer objegdo ao perfeccionismo, o paciente pode acreditar que regras mais razoaveis 240 tolerantes demais ¢ que cle corre o risco de se tornar Indulgente, preguigoso e irres- ponsével, Estas idéias perfeccionistas podem ser contestadas, conforme indicamos anteriormente por meio do exame das evidéncias contra e a favor, do duplo-padrao ou da realizagao de um expe- timento comportamental com as novas regras. Referéncia Cruzada com Outras Técnicas ‘outras téenicas relevantes incluem a andlise de custo-beneficio, seta descendente, evidéncias contra ¢ a favor, duplo-padrdo e experimentos comportamentals. Formulérios Formulétio 3.11 (Transformacdo de Antigas Regras/Pressupostos em Novas Regras/Presst~ postos, p. 115); Formulério 3.12 (Avaliagdo e AtuagSo de acordo com Regras/Pressupostos Mais ‘Adaptados, p. 116). Ceecec eee ccc eC COC eae ea Gc ecece cece eee OE >. ) > > a 2799) 9D 7 > Técnicas o€ Terapw Coawrrive 103 TECNICA: DECLARACAO DE DIREITOS Descrigao Podemos sugetir que o paciente leia a Declaracéo da independéncia, concentrando-se especit ccamente na seco referente a0 dreito & vida, a liberdade e & busca de felicidade, Todos os pressupos- tos, novos @ antigos, podem ser avaliados em comparagdo com esses direitos basicos. A idea € que thogsos direitos decortem do pressuposto de que uma boa regra é aquela que realga a dignidade hu mnanz, 0 terapeuta pode explicar: “Faca uma lista dos seus direitos como pessoa e de como vacé pode dnereélos. Regras e pressupostos novos, mais adaptados, podem ser derivados de um senso humane Sbrangente de dreltos pessoais. Esses direitos poderiam inclur o de estar livre da depresséo. ansie dade e raiva,o dlreito de aceitar a si mesmo; o dreito de vivenciar cresclmento, curiosidade e desafio, b iiteito de aprender com os ertos: € 0 direito de aceltar que nem todas as pessoas gostem de vocé Pergunta a Formular/Intervengao Como ser humano, vocé concordaria que tém certos direitos, Conforme afirma a Declaragéo da independéncia, incluem o diteito a vida, &liberdade e busca da felicidade. Vamos criar uma nova Declaracéo de Direitos para voc. Esses direitos se aplicariam no apenas a vocé, mas a cada bebé hascido este ano. Seriam direitos humanos. Exemplo ‘Terareuta: Vocé anda aborrecida porque seu marido tem bebido, como de costume, e a tem criticado, chamando-a de burra. Como vocé se sente com isso? Pactente: Sinto-me encurtalada, como se estivesse prestes a explodi ‘Terapeuta: E se cridssemos uma Declaracio de Diteitos para vocé? Imagine que aplicassemos esses direitos ndo apenas a vocé, mas a cada novo bebé nascido este ano, Seriam direitos hhumanos. Que direitos vocé daria a si mesma? = Pactenre: Eu comecaria com 0 direito de nao ser maltratada, ndo ser criticada, nao ter de viver com um alcoolista. Tenho v direito de ser feliz - ‘Terapruta: Ese as cotsas ficassem ruins, realmente ruins, e vocé no conseguisse agtientar mais? Pactente: 0 direito de i embora Teaareuta: Vocé tem uma sobrinha de 2 anos. Voc# gostaria que ela rivesse esses direitos? Pactente: Absoluramente. Tarefa de Casa © paciente pode examinar alguns dos problemas, regras ou pressupostos que tém causado estresse e depois criar uma lista de direitos basicos. Convém usar a frase “Tenho o diteito de. para cada direito identificado (Formulério 3.13, p. 117): Possiveis Problemas [As pessoas com padrées elevados, de excessiva exigéncia, ou esquemas de auto-sacificio podem acreditar que precisamn sofrer para ser morais. € importante chamar a atengdo para o duplo-padrao que elas provavelmente aplicam. Isto pode ser feito imaginando-se como um bebé 104 Rogar L. Leaby secém-nascldo cresceria em um mundo coni essas regras exigentes ou de auto-sacrificio. Os pa ‘Gentes também podem examinar as conseqiiéncias que tém sofrido por nao exigirem ou exerce: rem seus diteitos, Referéncia Cruzada com Outras Técnicas Outras técnicas televantes incluem duplo-padréo, indagagdo sobre 0 que outros pensam a respeito dos direitos humanos (pesquisa de opiniges). andlise de custo-benefici, seta descendente e dramatizagio racional. Formulario Formula 3.13 (Minha Nova Declaragao de Direltos,p. 117). eG GG CG GGG Cece ce ¢ ee eer ee eee ) 73) YII3 ,) >I ) JD ey ) J)39D Formuldrio 3.1 Avaliacéo de Pressupostos, Regras e Padrées Téowcas o€ Terapia Cocniive 105 aria util vocé examinar seus pressupostos, regras e padrées tiicos. Conforme registra seus pensamentos negatives nas réximas semanas, veja se consegue identificar quaisquer afirmagbes do tipo “deveria", ou do {ipo “se-antao", bem coma imperatives ou reras. Escreva-os no formuléro abaixo. Qual ¢ a sua afrmacao tedamental do tipo “deveria"?, Voc8 tem algum pressuposto fundamental do tipo "Se isso acontecer, entéo tal coisa € verdaceira"? rc | Exemplas de pressuposts tipicos Endosso dacrenga (0-100%) ‘evo ser partite em tudo que tage. ‘Se falhar em alguma cosa, entio sou um tacasso so tole teacassar. Precso receber a aprovagdo de totes para gostar de mim mesmo. ‘Se alguém pensa mal de mim, entdo devo também pensar mal de mim, ‘Mao suporto que alguém pense mal de mim. “einos de impressionar as pessoas com nossa personaliade, ‘Se eu no for pero, as pessoas néo gostarbo de mim, ‘lqumas pessoas sae melhores do que outs. ‘Se eu no tier certeza das coisa, elas provavelmente nao dardo certo, important ter odas as informagées antes de tomar uma deciso. Eu nto deveria car eprimido (eangado, ics) | 0s euros devriam fazer as cxsas dina manci | se eu cometer um er, devo critica a mim mesmo Se as pessoas me ofenderem, devo dar 0 taco. Outos pressupostos: lr LOG _Rooeny L Leste Formulario 3.2 Form ulério de Auto-ajuda: Monitoragao de Pressupostos, Regras © Padrées teus Pressupastos, Regras € Padtées Tipicos ‘te de Crenga Cece’ COOCECCEOOCECECEE COOCEOCE CEE CECE ECE OC EE CEE c Tecwrcas O€ TeRAPA CoaNiTva a Formulario 3.3. Exame e Contestaggo de Atirmagées do Tipo "Deveria” . pense sobre uma de sues airagtes tiieas do tipo "deveria”, como: “Devel te feito melhor, "Preciso ser Penata” ou “Precis so linda. Responda 2 todes as pergunias deste fomulério, Pense como vocé podena A perstormar a sua afemacdo do tipo “devera" em preeréncia~ por exemple, “Eu preferia ter felt menor” a tim vez de “Eu dovoria ter feito melhor” @ _Afirmago do tipo “deveria”: Gray de cen 0-100%) - Emogéo (e grau 0-100%) a casio bens, cutee 7 | A peneteos: | a | cums eta ess? | Veet apn esa gato mug? Param | . eescrva est veg come petri am verde “sve. a n cus sre un exgettv mas abi? > ‘avalie novamente a crenga ea emegsa: ——Crenga ~ Emocéo: ~ a 108 __Rosear L. Lean Formulirio 3.4 Identiticagao de Crengas Condicionals uanto isso me ‘Area de preocupagio, preocupa? (0-100%) ‘Como tento lidar com iss0. ‘aempio. Sov inteligente? 99% Aintelgenci) tude mundo, ‘Se eu eutar as taretss Para ser competent, preciso fazer melhor co cue ov Realmente desaladores, no tracassere Inieigeela areatividade Pronimidade dos outros Cenilanes em mim mesmo“ nos outros Preguiga em mim mesmo ov nos utros Rejegdo por parte dos outes Ser controlado pelos outros ser hurihado Saber as coisas com ceteze [ serinteressarte Fiearsoziaho | outas: Exemplos de crengas condicionals ou de como lidar com a5, Para ser competent, preciso ser melhor do que todos Pata er alraente, preciso tet a apsrincia pert coisas: receo contolar todas as minhas emocdes, ov perderei completamente o conte Se for cavtelos, podeel evita eid. ‘Se me submeter 208 outros, eles gostaréo ce mim. CCC OE ¢ CCccccc cece ts ee (Gt re eG Ge ne Cote Oar GG Ce C >? YIIPIIID YI 2 d > “Teoweas o€ Terapia Coons Formulario 3.5 Clarificagao de Valores 109 Considere um valor atual que o esteja incomadando ~ por exemplo, ter sucesso financeiro. Compare esse valor com cada um dos valores da coluna da esquerda. Numere cada um por ordem de importancia, de 1 a 17, com 1 sendo 0 mais importante. Use um nimero diferente para cada valor. Na coluna da drei, iste algumas maneiras pelas quals voce poderia buscar outros valores. Valor atual que esté me incomedando: | Come posso buscar os valores importantes para amor Perdio Fomiliarelacionarment intima Realizagéo profissional Amizade Suesso fnanceiro Auto-estima Crescimento pessoal Beleza ou atvatvidade fsica Sale Fisica Aprovagio dos outs Bondade Aorensizagers Religloo ividades cuturas Lberdade pessoal | outros: 110 __Rosest L, Leave Formulério 3.6 Sistema Universal de Valores f | Valores a considerar Como eu gastaria que os outros avaliassem esses valores Amor Perio Femiateicionament iting Realizgéo protisionat amizade ‘Sucessoflnancero ‘utosstime Crescimento pessoal | Beleza ov atratividece fsa Sale fsica orovagao des outros Bondace Diverséo -Rorendizagern Religiso ‘vides cue ‘Minna atuaipreocupago (especial Outros valores Cecoeece cee COO OOOO EE cocce coe eo CC OOO COC CE c

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