Está en la página 1de 2
eter @2@ 22) when on Heteronimos Alberto Caeiro ‘+ Na obra de Cadi, ha um objectivismo absoluto ou antimetafsico. Nao Ihe interessa o que se encontra por 11s das coisas. Recusa 0 pensamento, sobretudo 0 pensamento metafisico, afirmando que “pensar & estar doente dos olhos". * Casiro, poeta do omar, procura ver as coisas como elas so, sem Ines atribuir signficados ou sentimentos: humanos. Considera que as coisas s0 como $40. ‘= Constréi uma poesia das sensagdes, apreciando-as como boas por serem naturals, Para ele, © pensa- ‘manto apenas fesfica as coisas, ‘+ Numa clara oposigao entre sensagdo @ pensamento, o mundo de Caeiro é aquele que se percebe pelos sentidos, que se apreende por ter existéncia, forma e cor. O mundo existe e, por isso, basta sent-o, basta experimenta-lo através dos sentidos, nomeadamente através do ver + Ver € compreender. Tentar compreender pelo pensamento, pela razio, é no saber ver. Alberto Caeiro vé com os olhos, mas ndo com a mente, Considera, no entanto, que & necessério saber estar alento a “etoma novidade do mundo”. * Condina 0 excesso de sensagies, pois a partir de um certo grau as sensagées pascam de alegres a triste. + Em Caero, a poesia das sensardes 6, também, uma poesia da natureza. “Argonauta das sensacdes ver: ‘dadeiras”, 0 Posta ensina a simplcidade, o que é mais primitive e natural ‘+ Optando pela vida no campo, acredita na Natureza, defendendo a necessidade de estar de acordo com la, de fazer parte dela ‘+ Pala crenga na Natureza, 0 Mestre reveta-se um poeta pagio, que sabe ver 0 mundo dos sentidos, ou mathor, sabe ver 0 mundo sensivel onde se revela o divino, em que no precisa de pensar. * Ao procurar ver as coisas como elas realmente sao, sublma o real, numa attude panteista de divinizagao das coisas da natureza + Nesta attude panteista de que as coisas sao divas, desvaloriza a categoria conceptual “tempo” * © poeta confessa nao ter “ambigdes nem desejos”. Ser posta é a sua “maneira de estar sozinho". Ricardo Reis ‘+ Na poesia de Ricardo Reis, ha um sentimento da fugaciciade da vida, mas ao mesmo tempo uma grande serenidade na aceitacdo da relaividade das coisas ¢ da miséria da vida. * A vida ¢ efémera € 0 futuro imprevisivel. “Amanha ndo existe”, afira o Poota, Estas certezas levar-no a estabelecer uma fiosofia de vida, de inspirago horaciana e epicurista, capaz de conduzir o homem numa existéncia sem inquietagdes nem angustias. ‘+ Reconhecendo a fraqueza humana € a inevitabildade da morte, Reis procura uma forma de viver com um ‘minimo de sofrimento. Por isso, detende um esforco ldcido e disciplinado para obter uma calma qualquer. ‘= Na linha do posta latino Horécio, Reis considera importante o “carpe diem", 0 aproveitar o momento, prazer de cada instante * Sendo um epicurista, o Poeta advoga a procura do prazer sabamente gerido, com moderacao © afastado {a dor. Para isso, @ necessario encontrar a atarawia, a tranquiidade capaz de evitar qualquer perturbacao. O ser humano deve ordenar a sua conduta de forma a viver feliz, procurando o que Ihe agrada. * A obra de Ricardo Reis apresenta um epicurisma triste, uma vez que busca 0 prazer relative, uma verda- oir ilusdo da felicidad por saber que tudo 6 transttono (ex.: Vem sentar-te, comigo, Lica) ‘+ A apatia, ou seja, a indiferenca, constitu 0 ideal ético, pois, de acordo com 0 Posta, ha necessidade de ‘saber viver com calma € tranquildade, abstendo-se de esforcos initeis para obter uma glia ou virtude, ‘que nada acrescentam a vida. * Proximo de Caeiro, ha na sua poesia a aurea medioontas, 0 sossago do campo, 0 fascinio pela natureza onde busca a felicidade retatva * Discipulo de Alberto Caeiro, Ricardo Reis retugia-se na aparente felicidade paga que lhe atenua o dasas- sossego. Procura alcangar a quietude e a perfeigao dos deuses, desenhando um novo mundo a sua medida, que se encontra por detras das aparéncias. * Afirma uma crenga nos dauses @ nas presengas quase-divinas que habitam todas as coisas. Afirma que os homens se dever considerar “deidades exiladas”, com cirlto a vida prépria. * Considera que sendo 0 destino “calmo e inexorével” acima dos préprios deuses, temos necessidade do auto: dominio, de nos portarmos “altvaments” como "donos da nés-mesmas”, constuindo 0 nosso “lado volunt ‘io’, Devers procurar, voluntariaments, submetermo.nos, ainda que s6 possames ter a fuse da lberdace + Pagao por cardcter @ pela formagao helénica @ latina, ha na sua poesia uma actualizago do estoicismo @ epicunsme, juntamente com uma postura ética um Constante didlogo entre o passado € o presente. Alvaro de Campos * Alvaro de Campos, a rellect a insubmissdo e rebeldia dos movimentos vanguardistas da segunda a&cada do sécuio 2X, olha 0 mundo conterporaneo € canta o futuro. * Alvaro de Campos ¢ 0 poeta, que. numa inguagem impetuosa, excessiva, canta o mundo contemporanec, ccelebra o triunfo da maquina, da forga mecanica e da velocidade. Dentro do espito das vanguardas, exalta a sociedade @ a cwilzacdo modemas com os seus valores € a sua “emitiaguez" (ex.: Ode Tris... * Diferentemente de Caer, que considera a sensacao de forma saudavel ¢ tranquila, mas rejita © pensa- mento, ou de Ricardo Reis, que advoga a indiferenca olimpica, Campos procura a tolalizagao das sensa- ‘e6es, conforme as sente ou pensa, ¢ que ihe causa tensdes profundas. ‘= Como sensacionista, 6 0 posta que melhor expressa as sensagoes da energia @ do movimento, bem como, ‘as sensagbes de “sentir tudo de todas as maneiras”, Para ee a Unica realidade 6 a sensagao. ‘+ Em Campos hd a vontade de uitrapassar os limites das proprias sensagdes, numa vertigem insacidvel, que O leva a querer “ser toda a gente e toda a parte". Numa alitude unarimista, procura unir em si toda a com- plxidade das sonsagées, ‘+ Mas, passada 2 fase eulorica, 0 desassossego de Campos lava-o a revelar uma face districa, a ponto de

También podría gustarte