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parecer que lhe dado. Naturalmente, busca-se uma segunda ou terceira opinio,
sempre que a primeira no seja favorvel ao ponto de vista do consulente, no importa o
terreno do conhecimento em que a indagao ocorra (filosfico, literrio, artstico,
sociolgico, poltico, pedaggico, mdico, religioso e qualquer outro que inquiete o
esprito humano). No poderia ser diferente no que diz respeito s divergncias de
ordem jurdica, plano em que os conflitos so constantes e de solues sempre
problemticas.
Isso posto, numa sntese feliz, eis a origem dos recursos processuais em duas
razes:
a) a reao natural do homem, que no se sujeita a um nico julgamento;
b) a possibilidade de erro ou m-f do julgador.
No plano sociolgico, essas razes so as que basicamente explicam a presena
dos recursos nos sistemas processuais de todo o mundo civilizado, muitos deles
erigindo-os categoria de um dos direitos e garantias fundamentais, ou seja, um dos
direitos do homem.
Discute-se a propsito da natureza jurdica do recurso, chegando alguns a
qualific-lo de uma ao distinta e autnoma em relao quela em que se vinha
exercitando o processo.
A corrente dominante, no entanto, prefere conceituar o poder de recorrer como
simples aspecto, elemento ou modalidade do prprio direito de ao exercido no
processo. Em outros termos, corresponde a um incidente, ou desdobramento do
processo, em que o direito de ao praticado.
Apresenta-se, tambm, o recurso como nus processual, porquanto a parte no
est obrigada a recorrer do julgamento que a prejudica. Mas, se o vencido no o
interpuser, consolidam-se e se tornam definitivos os efeitos da sucumbncia.
5. Atos sujeitos a recurso
No processo so praticados os chamados atos processuais, ora pelas partes, ora
por serventurios da Justia, ora por peritos, ora por terceiros e ora pelo juiz. Apenas
dos atos do juiz que cabem os recursos. E, ainda, no de todos, mas de alguns atos
do juiz.
De acordo com o art. 203, os pronunciamentos do juiz consistiro em
sentenas, decises interlocutrias e despachos. Todos eles figuram na categoria
dos atos de autoridade, mas nem todos ensejam a interposio de recurso.
As sentenas e decises so sempre recorrveis, qualquer que seja o valor da
causa (arts. 1.009 e 1.015). Dos despachos, dos atos judiciais que apenas impulsionam
a marcha processual, sem prejudicar ou favorecer qualquer das partes, no cabe recurso
algum (art. 1.001).