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No h
matar"
"direito
Amor e crime
Discusso judiciria.
Julgamento.
E, por isso, quando o representante da acusao pblica repetia ontem, a
meu respeito, pela centsima vez na minha vida judiciria, aquele
cumprimento, um pouco perigoso, de que deveis pr-vos em guarda contra a
sugesto das minhas palavras, que foi reunir-se ao outro cumprimento, que
aqui me dirigiu o representante da parte acusadora, dizendo que quando o
doente recorre a um mdico de fama, porque sente a sade muito abalada,
eu pensei que se tratava de um cumprimento que, evidentemente, ia colocarme em uma posio difcil perante vs, e at em face da... concorrncia
profissional
de No h direito de matar; mas deveis ver, como a Lei vos exige, qual a
responsabilidade moral e legal do autor da tragdia ocorrida na noite de de
maro, na "Penstio Dienesen"; isso que deveis decidir. Quem matou um
ser humano, no pode ter direito a aplausos: pode invocar, unicamente, o
sentimento humano da piedade e da justia, que no se distingue da
clemncia. E justo que eu implore j de vs, para Carlos Cienfuegos, que
tem um nome quase fatdico porque, em espanhol, quer dizer "cem
fogos", um julgamento sereno e objetivo, liberto de toda a retrica, mais
ou menos sentida e convencional; porque no preciso retrica, quando a
realidade humana palpita assim, viva e fremente, diante de ns.
Amor e crime, porque o crime a aberrao da vontade humana, que desce
a ofender os direitos de outrem sem causa justa, levada por uma questo de
cegueira moral, como quando se matai simplesmente, para derrubar a vtima,
ou por um regresso selvagem brutalidade primitiva, como quando se mata
por vingana, quando no se pratica o crime no ardor de uma paixo que,
sem essa aberrao, poderia, talvez sem dvida, ser circundada por uma
aurola de simpatia, e at de admirao, como o sentimento da honra como o
sentimento do amor, que so, em si mesmo, chamas puras da vida humana, e
podem, todavia, no delrio da febre, dirigir n mo que bate, que incendeia e
que mata. Amor e crime nasceram gmeos. inseparveis como o corpo da
sombra. Por conseguinte, a tragdia ocorrida em 6 de maro, na Penso
Dienesen, um episdio de amor e cume, um homicdio com
(Paginas 15 e 16)
Paixo e crime
Cartas de amor
Generosidades
apaixonado
Premeditao
Julgamento humano