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Ângelo Agostini (1842 – 1910)

Nasceu em Vercelli, cidade Italiana no Piemonte, em 8 de abril de 1842. Sua mãe era
uma cantora lírica de renome internacional, por isso ela se ausentava com freqüência,
fazendo parte de turnês de ópera pelo mundo afora. Tinha 9 anos quando seu pai morreu
e foi levado por uma de suas tias para ficar como pensionista de um colégio. Estudou a
arte do desenho na França e desembarcou no Brasil com 17 anos de idade em
companhia do padrasto português que já morava no Rio de Janeiro com sua mãe havia
cinco anos.
Em 1864, já em São Paulo, publicou o primeiro jornal ilustrado e de caricaturas da
cidade, o Diabo Coxo. Iniciou uma verdadeira militância na política, caricaturando
políticos e outras personalidades brasileiras de modo irreverente. Em 1866, para fazer
sátira da guerra do Paraguai, lançou o Cambrião, que era uma personagem muito
conhecida do livro Os Mistérios de Paris do Francês Eugène Sue. Essa personagem era
a de um jovem pintor que zombava de tudo e de todos e vivia a infernizar. Ângelo
Agostini aproveitou essa idéia para caçoar da religião, da política e de toda sociedade
paulistana em suas caricaturas. Em 1868 fundou com seu padrasto a Vida Fluminense,
fixando-se assim no Rio de Janeiro. Criou a novela gráfica As Aventuras de Nhô Quim,
ou Impressões de uma Viagem à Corte, em 1869. Em 1876, iniciou sua própria Revista
Ilustrada que foi o periódico de maior duração e tiragem da época, sendo o movimento
republicano, um dos beneficiados com o lançamento da Revista; Agostini não resistia a
fazer gozação da Corte e da Monarquia. Suas armas para combater os políticos
corruptos sempre foram o riso e a sátira, mas certamente as cenas que desenhou
mostrando os sofrimentos dos escravos foram muito eloqüentes e alguns consideraram
ainda mais convincentes até que os próprios discursos abolicionistas. O Joaquim
Nabuco chamou a Revista Ilustrada de “a bíblia da abolição dos que não sabem ler”.
De 1889 a 1895 fez um exílio forçado em Paris, mas ao voltar ao Rio de Janeiro editou
a revista Dom Quixote. E também trabalhou na revista O Malho, além de integrar a
equipe fundadora da revista infantil tico-tico em 1905.
Nos seus 46 anos de trabalho somou mais de 6.000 páginas de arte, diversão e
entusiasmo combativo. José do Patrocínio disse isso sobre ele: “Só lhe conhecemos uma
vaidade, a de não ter precisado nascer nestas paragens do Cruzeiro do Sul, para ser um
dos primeiros, dos mais beneméritos brasileiros”.
Fonte: Diabocoxo – Edição Fac-similar – Com texto de abertura de Antônio Luiz
Cagnin. São Paulo: Edusp, 2005.

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