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Síndrome de Burnout em professores: Identificação, tratamento e prevenção.

Burnout
em
professores
Identificação, tratamento e prevenção
JBEILI, Chafic.
Chafic Jbeili Síndrome de Burnout: Identificação, tratamento e
Psicanalista e psicopedagogo prevenção. 2008.
chafic.jbeili@gmail.com.br 21 páginas.

Cartilha informativa de prevenção à Síndrome de


Todos os direitos reservados conforme burnout em professores.
legislação de direitos autorais vigentes.

Distribuição eletrônica ou impressa autorizada desde que preservado o 1. Estresse. 2. Burnout. 3. Saúde do professor.
formato original e a fonte devidamente citada.
CDU.

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Síndrome de Burnout em professores: Identificação, tratamento e prevenção.

Apresentação

Dentre os aspectos que mais acometem a saúde


do professor está o estresse oriundo de sua dinâmica
“Assim como os profissionais da área laboral. Salas superlotadas, falta de recursos
de Saúde e Segurança, os educadores
materiais, apoio técnico inadequado, além de pressões
ocupam importante papel na
sociedade, pois lidam não apenas com advindas das relações com pais, alunos e equipe de
o complexo processo ensino- trabalho podem, variável e circunstancialmente,
aprendizagem, mas com a formação intensificar as condições de estresse no exercício da
integral de todos os envolvidos nesse
profissão, comprometendo a sua saúde e,
processo. Portanto, para que haja
qualidade no processo ensino- consequentemente, a qualidade do ensino.
aprendizagem e, consequentemente,
na formação integral dos educandos é
Neste sentido, a presente cartilha tem como
preciso que haja, primeiro, qualidade
de vida para os educadores”. principais objetivos despertar na sociedade e, mais
especificamente, nas autoridades governamentais,
Chafic Jbeili
gestores educacionais e demais profissionais da
Educação a necessidade de intensificar o combate à
burnout em professores e promover a qualidade de
vida de todos os profissionais envolvidos no processo
ensino-aprendizagem.

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Mas, o que vem a ser essa tal síndrome de burnout? O que é uma síndrome?

A síndrome de burnout se caracteriza pelo Síndrome é um fenômeno caracterizado por um


estresse crônico vivenciado por profissionais que lidam conjunto de sinais e sintomas de causas diversas,
de forma intensa e constante com as dificuldades e podendo ser de ordem psicológica ou de ordem física
problemas alheios, nas diversas situações de e, variavelmente, psicofísicos.
atendimento.
Sinais: São as feições e dinâmica pessoal que
A síndrome se efetiva e se estabelece no estágio podem ser observadas a olho nú, a exemplo da
mais avançado do estresse, sendo notada disposição do humor e os estados de ânimo.
primeiramente pelos colegas de trabalho, depois pelas
pessoas atendidas pelo profissional e, em seu estágio Sintomas: Necessitam de avaliações mais
mais avançado, pela própria pessoa quando então precisas, na maioria das vezes com a utilização de
decide buscar ajuda profissional especializada. algum equipamento ou solicitação de exames para
constatar disfunções no organismo referentes à
Inicia-se com o desânimo e a desmotivação com o pressão arterial, disfunções hormonais, entre outros.
trabalho e pode culminar em doenças psicossomáticas,
levando o profissional a faltas frequentes,
afastamento temporário das funções e até à
aposentadoria, por invalidez.

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quando o psiquiatra Herbert Freudenberg publicou um


artigo no Journal of Social Issues, uma espécie de
E o termo burnout? mídia impressa direcionada aos “temas sociais”.
O artigo do dr Freudenberg foi inspirado em suas
O termo é de origem inglesa, composta por duas
observações aos acadêmicos do último ano de
palavras: Burn que significa “queimar” e Out que quer
medicina e, em especial, aos médicos residentes que
dizer “fora”, “exterior”. Em tradução literal significa
ele supervisionava e batizou o fenômeno de
“queimar para fora” ou “consumir-se de dentro para
esgotamento físico com exaustão emocional de staff
fora”, podendo ser melhor compreendido como
burnout.
“combustão completa” que se inicia com os aspectos
Atualmente, o termo é utilizado por especialistas
psicológicos e culmina em problemas físicos,
da saúde mental para designar um estado avançado de
comprometendo todo o desempenho da pessoa.
estresse, cuja causa é, exclusivamente, o ambiente de
O termo foi utilizado como força de gíria em
trabalho.
1940 por militares e engenheiros mecânicos para
A doença é estudada como mais um dos diversos
designar uma pane geral em turbina de jatos e outros
problemas relacionados ao trabalho, a exemplo do
motores.
estresse, do esgotamento, a falta de repouso e lazer
Posteriormente, a gíria burnout foi utilizada por
e adversidades no modo de vida, estando classificada
profissionais da área de Saúde para designar o estado
no Código Internacional de Doenças (CID-10) sob o
extremamente debilitado e comprometido dos usuários
código Z73 .
de drogas.
A associação do termo burnout ao estado de
estafa por estresse crônico só aconteceu em 1974

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2º estágio:
● As relações com parceiros e colegas de trabalho
Quais os principais sinais e sintomas da burnout?
começa a ficar tensa, perdendo qualidade,
Os sinais e sintomas nos estágios iniciais da
● Surgem pensamentos neuróticos de perseguição e
burnout são praticamente os mesmos do estresse e da
boicote por parte do chefe ou colegas de trabalho,
depressão, mas ainda não está caracterizada a
fazendo com que a pessoa pense em mudar de
síndrome, pois esta só se efetiva nos estágios mais
setor e até de emprego,
avançado da doença, apresentando características
● As faltas começam a ficar frequentes e as licenças
próprias que a diferencia de outras psicalgias, tais
médicas são recorrentes,
como o estresse e a depressão. A divisão dos sinais e
● Observa-se o absenteísmo, ou seja, a pessoa recusa
sintomas em quatro estágios facilita o entendimento
ou resiste participar das decisões em equipe.
da evolução da doença.

1º estágio: 3º estágio:
● As habilidades e capacidades ficam
● A vontade em ir ao trabalho fica comprometida,

● Ausência crescente e gradual de ânimo ou prazer comprometidas,

em relação às atividades laborais, ● Os erros operacionais são mais frequentes,

● Surgem dores genéricas e imprecisas nas costas e ● Os lapsos de memória ficam mais frequentes e a

na região do pescoço e coluna, atenção fica dispersa ou difusa,

● Em geral, o profissional não se sente bem, mas não ● Doenças psicossomáticas como alergia e picos de

sabe dizer exatamente o que possa ser. pressão arterial começam a surgir e a
automedicação é observada,
● Inicia-se ou eleva-se a ingestão de bebidas

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alcóolicas como paliativo para amenizar a angústia


e o desprazer vivencial, Sintomas somáticos (físicos):

● Despersonalização, ou seja, a pessoa fica ● Exaustão (esgotamento físico temporário);

indiferente em suas relações de trabalho ● fadiga (capacidade física ou mental

culminando em cinismo e sarcasmo. decrescente);


● dores de cabeça;
4º estágio: ● dores generalizadas;
● Observa-se alcoolismo,
● transtornos no aparelho digestório;
● Uso recorrente de drogas lícitas e ilícitas,
● alteração do sono;
● Enfatizam-se os pensamentos de auto-destruição e
● disfunções sexuais.
suicídio*,
● A prática laboral fica comprometida e o
Sintomas psicológicos:
afastamento do trabalho é inevitável.
● Quadro depressivo;
● irritabilidade;
IMPORTANTE!
● ansiedade;
Os sinais e sintomas aqui apresentados são meramente
● inflexibilidade;
informativos e não representam, necessariamente, a forma
cabal de manifestação da burnout, podendo ocorrer ● perda de interesse;
variações diversas entre pessoas com mesmo quadro ● descrédito (sistema e pessoas).
sintomático.

Lembre-se! Somente o médico ou psicoterapeuta podem


proceder a avaliação e intervenção adequadas.

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Sintomas comportamentais: Como se diagnostica a burnout?


● Evita os alunos;
O diagnóstico da burnout só pode ser realizado
● evita fazer contato visual;
por médico ou psicoterapeuta, levando em
● faz uso de adjetivos depreciativos;
consideração as características peculiares das três
● dá explicações breves e superficiais aos
dimensões da doença, a saber:
alunos;
● O esgotamento emocional;
● transfere responsabilidades;
● A despersonalização, e;
● faz contratransferência, ou seja, reaje às
● O envolvimento pessoal no trabalho.
provocações em papéis distintos do papel de
educador;
Em geral, o profissional procede entrevista de
● resiste à mudanças.
anamnese, podendo ser complementado por aplicação
de instrumentos próprios de avaliação que são
Consequências mais comuns:
questionários específicos de detecção da síndrome,
● Apatia ou cinismo nos diálogos;
também chamados de “inventário de burnout”.
● dificuldade em desempenhar papéis;
● diminuição dos contatos sociais;
O tratamento adequado exige e depende da
● desvalorização do lazer;
avaliação correta para diferenciar o quadro da
● negligência nos cuidados pessoais;
burnout de outras psicalgias como estresse e
● auto-medicação (agrava o quadro);
depressão, por exemplo.
● resistência em buscar ajuda.

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Lembre-se que o médico é o profissional


O tratamento da burnout: capacitado e habilitado para proceder a intervenção
medicamentosa mais adequada, sendo desaconselhável
O tratamento da síndrome é essencialmente
toda e qualquer tentativa de auto-medicação.
psicoterapêutico, ou seja, por mediação temporária de
psicólogo ou psicanalista, podendo haver atendimento
Mesmo a indicação de um medicamento utilizado
concomitante com médico caso a pessoa apresente
por quem já passou pela doença é totalmente
problemas biofisiológicos, a exemplo de dores,
desaconselhável, pois cada pessoa é um caso e cada
alergias, alteração na pressão arterial, problemas
caso merece avaliação distinta e personalizada, pois o
cardíacos, insônia, entre outras possíveis
tipo e a dosagem da medicação depende de dados
intercorrências físicas de qualquer natureza.
individuais, tais como peso e histórico pessoal, entre
outros importantes fatores que o médico levará em
As técnicas psicoterápicas são muitas e não há
consideração antes de receitar o remédio.
uma melhor do que a outra. Outrossim, em função do
quadro apresentado e a intensidade da burnout, uma
Eventualmente, o médico psiquiatra faz as duas
determinada técnica pode se mostrar mais adequada
abordagens, ou seja, a prescrição medicamentosa,
para cada pessoa.
pois é médico, e a aplicação de alguma técnica
psicoterápica, pois é psiquiatra.
Quanto a medicação, esta pode variar de
analgésicos e complementos minerais até ansiolíticos
e anti-depressivos, conforme cada caso.

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desempenhos ou estilos de trabalho entre


A prevenção da burnout: colegas de trabalho só gera desavenças.
Mantenha o foco nos resultados;
Há um ditado popular que diz: “é melhor se
prevenir do que remediar”. Isso quer dizer que é
● Promover ou buscar qualidade nas
melhor evitar sofrer a doença, evitando-a, do que ter
relações interpessoais: A presença de um bom
que fazer uso de medicação e várias sessões de
amigo ou a interação prazerosa com outras
psicoterapia. Algumas dicas podem ser muito úteis
pessoas libera um hormônio chamado ocitocina,
para evitar ou amenizar o estresse laboral, diminuindo
também conhecido popularmente como
as possibilidades de instalação da burnout. Ei-las:
“hormônio da amizade”. A presença desse
hormônio no organismo diminui a quantidade de
● Programe melhor as ativ idades do dia,
um hormônio nocivo à saúde, o cortisol, também
deixando espaço para intervalos importantes: O
conhecido como o “hormônio do estresse”. Além
acúmulo de afazeres diários gera estresse e
desse efeito benéfico da ocitocina, a qualidade
aumenta as chances de falhas, comprometendo a
nas relações interpessoais aumenta a rede de
qualidade dessas atividades, podendo afetar
apoio da pessoa, proporcionando mais segurança
inclusive a auto-estima do profissional;
no ambiente de trabalho.

● Diferenciar competência de competição:


● Ainda vale a máxima: “Corpo são, mente
Procurar realizar as tarefas com zelo e
sã”. Portanto, procure fazer algum tipo de
profissionalismo é bem melhor do que tentar
atividade física dirigida. Faça yoga, Tai Chi
fazer melhor do que o outro fez. Comparar

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Chuan, academia, caminhada, natação ou


qualquer outra atividade física. Sabe-se que a
Enquanto isso na escola...
atividade física regular libera hormônios
essenciais para a saúde do corpo e da mente,
Olá
Olá! Sou o
entre eles a dopamina, um neurotransmissor que novo professor
atua direto no sistema nervoso central, agindo desta escola! Se você
E você, quem não se
como analgésico natural e precursor da sensação é? cuidar... Eu
de bem-estar. Importante lembrar que o sou você
alcoolismo e a drogadição diminuem amanhã!

consideravelmente a ação da dopamina no


organismo, fazendo com que a quantidade
liberada pelo organismo não seja suficiente para
que o usuário de alcool ou de drogas sinta os
pequenos prazeres da vida, intensificando o
vício.

● Mudar estilo de v ida: Repensar o espaço


que o trabalho ocupa em sua vida, rever
conceitos, hábitos alimentares e reorganizar o
seu tempo e suas atividades, colocando harmonia
entre as áreas chaves da vida;

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Para saber mais, leia:

● 101 Maneiras de Viver Melhor. Ana Maria


Rossi, Ed. Artes e Ofícios, 1997.

● Estressado, eu? Ana Maria Rossi (Org.). RBS


Publicações, 2004.
Aprenda a dizer:
“eu não dou conta!” ● Stress e Qualidade de Vida no Trabalho:
(pelo menos por agora!). perspectivas atuais da saúde ocupacional. Ana
Maria Rossi (Org.). Ed. Atlas, 2005.
Os hospitais estão cheios de heróis e
pessoas duronas e você não precisa dar ● Superando o desânimo: antes que ele
conta de tudo! supere você. Chafic Jbeili. ed. Nobel, 2004.

● Trabalho: Fonte de prazer ou desgaste?


Guia para vencer o estresse na empresa:
Christina Maslach e Michael P. Leiter, Ed.
Papirus, 1999.

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Referências:

Burnout
FRA N C O, A C. L . & RODRI G U E S, A . L . Str e ss e traba lho :
gui a pr át i co co m abo r dag em psi co sso m át i ca. Sã o Pa u lo :
At la s, ca p. 2, 19 97.

ME N DE S, F. M . P. I nci dênci a de bur no ut em pr o f esso r es


U ni v er si t ár io s. Cu r it i ba : U FSC , 20 02. Di s ser t aç ão
em
professores
(M e st ra d o e m En gen ha r ia d e Pro d uç ã o) – Pr o gra ma d e
Pó s- G ra d ua çã o e m En gen h ar ia de Pr od u çã o, 200 2.

M I RA N DA , C . F. , M I RA N DA , M. L . Co nst r ui ndo a r e lação de Identificação, tratamento e prevenção


aj uda. B e lo Ho ri zo n te : C re sc er, 1 995.
Chafic Jbeili
Psicanalista e psicopedagogo
SA LG A DO, L éo . M ot i v ação no traba lho . Ri o d e J an ei r o:
chafic.jbeili@gmail.com
Qu a lit yma r k, 2 005.

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