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Reportagem melhor entendida quando lida na íntegra no link acima.

Jovens e o mercado de trabalho

Intercalando pesquisa e a fala dos movimentos sociais, podemos perceber que a entrada dos jovens no
mercado de trabalho não é apenas mais uma fase da vida. É uma processo de transição aonde as
dificuldades são cotidianas e não são reduzíveis em modelos.
Rafael Duarte Oliveira Venancio

Ana Amélia Camarano, organizadora do livro Transição para a vida


adulta ou vida adulta em transição? e diretora de Estudos
Macroeconômicos do Ipea, afirma que, hoje em dia, as transições e
suas “principais fases – infância, vida adulta e velhice – continuam
marcadas pelos mesmos eventos e a sua seqüência permaneceu
praticamente inalterada”.

Ora, “no caso dos homens, essas fases são claramente delimitadas pelos eventos ligados ao mercado de
trabalho”, lembra a pesquisadora que completa: “a vida adulta das mulheres continua sendo definida,
principalmente, pelo casamento e pela maternidade, muito embora a sua participação no mercado de
trabalho tenha apresentado um grande crescimento e, entre outros fatores, afetado a sua inserção social”.

Assim, como nossa temática é acerca das transições da juventude e a principal forma de transição é
através da entrada no mercado de trabalho, é válido um melhor exame do contexto e da inserção dos
jovens nesse mundo, localizado especificamente na Região Metropolitana de São Paulo. Nadya Araújo
Guimarães, professora do Departamento de Sociologia da FFLCH-USP pesquisadora do CEM-Cebrap,
lembra que, ao longo dos anos 1990, “os novos investimentos mudaram a geografia industrial brasileira,
desconcentrando ativos, ao tempo em que consolidaram e modernizaram antigas plantas, que completa
que no entanto, “o efeito devastador sobre o emprego fez-se nítido justamente ali onde ele fora mais
importante”. Isso pode ser percebido na fala de Jefferson Coriteac, Secretário Nacional da Juventude da
Força Sindical, quando caracteriza o mercado de trabalho para os jovens na RMSP:

Além disso, Camarano lembra que há também “o aumento da escolarização e as dificuldades crescentes
de inserção profissional dos jovens. Os jovens passaram a ficar mais tempo na escola para ampliar suas
chances de inserção em um mercado de trabalho mais exigente. Exigente, inclusive, de experiência
profissional, o que não se pode esperar encontrar em um jovem que busca a sua primeira experiência de
emprego”. Algo que Coriteac também destaca:

Nisso também podemos entender a questão não só da inserção, mas também da permanência nesse
mundo. Guimarães alerta que entre os jovens, “predomina, e em ampla proporção (46% dos casos), um
tipo de trajetória errática que se poderia considerar “tentativa”, em que o ingresso duradouro no mercado
ainda não se consolidou, fazendo com que os indivíduos adentrem e saiam, circulando com freqüência
entre o desemprego e a inatividade”.

Nessas idas e vindas, a conclusão a que a pesquisadora do Ipea chega é que, “sintetizando, de tudo o que
foi visto, reitera-se a importância de entender as transições para as várias fases da vida como processos
abertos, sem direcionamentos ou trajetórias rigidamente preestabelecidas, e que estão sempre em
movimento”. Isso significa que não podemos apenas ficar focado em um lado da questão da transição para
a vida adulta, pois “fala-se de transição para uma vida adulta em transição, ou melhor, fala-se em vidas
em transição. Na verdade, transição é movimento e o seu oposto é a morte”. Mas, para o jovem
metropolitano que está nesse processo de transição, Coriteac destaca dois pontos:

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