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Estados membros devem assegurar a cobrança de uma taxa 2 — O produto das taxas previstos no presente decreto-
às actividades de produção, preparação e transformação de -lei constitui receita própria da DGV, à qual compete a
produtos de origem animal e alimentos para animais; respectiva gestão.
Essa taxa destina-se a suportar financeiramente os actos 3 — A DGV pode reafectar, total ou parcialmente, o
de verificação e inspecção hígio-sanitária, tendo como montante das taxas a entidades públicas nas quais seja
referenciais os salários e as despesas relativas ao pessoal, delegada a execução de actos de verificação e inspecção
incluindo instalações, instrumentos, equipamento, forma- no âmbito do presente decreto-lei.
ção, deslocações e despesas conexas e ainda despesas com
colheita e envio de amostras e análises laboratoriais. Artigo 3.º
O mesmo Regulamento (CE) n.º 882/2004 revoga a Fixação do montante das taxas
Directiva n.º 85/73/CEE, do Conselho, de 29 de Janeiro,
relativa ao financiamento das inspecções e controlos sani- 1 — Os estabelecimentos ou operadores cujas activida-
tários devendo os Estados membros rever as disposições des se encontram previstas nos anexos IV e V do Regula-
internas que resultavam da adopção da citada Directiva. mento são obrigados ao pagamento do montante da taxa
É ainda revogada. pelo citado Regulamento, a Decisão estabelecido nos mesmos anexos.
n.º 98/728/CE, do Conselho, de 14 de Dezembro, relativa 2 — Os estabelecimentos ou operadores cujas activi-
a um sistema comunitário de taxas no sector da alimen- dades não se encontram previstas nos anexos IV e V do
tação animal. Regulamento devem pagar o montante da taxa fixado por
portaria do membro do Governo responsável pelas áreas
Assim, concomitantemente com o estabelecimento das
da agricultura, do desenvolvimento rural e das pescas.
normas de cobrança de taxas de acordo com os critérios
3 — Caso num estabelecimento seja praticada mais
do Regulamento (CE) n.º 882/2004, há que revogar o do que uma actividade, é considerada para efeito de co-
Decreto-Lei n.º 208/99, de 11 de Junho, que transpôs o brança de uma taxa única a actividade a que nos termos
ordenamento jurídico nacional a Directiva n.º 96/43/CE, do do presente decreto-lei corresponda a taxa de montante
Conselho, de 26 de Junho, que havia alterado e codificado mais elevado.
a Directiva n.º 85/73/CEE, do Conselho, de 29 de Janeiro. 4 — A taxa a cobrar pelos actos realizados para efeitos
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das regiões de aprovação dos estabelecimentos pela DGV, para os quais
autónomas. não esteja prevista uma taxa específica na legislação que
Assim: regula o respectivo processo de licenciamento, é fixada por
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- portaria do membro do Governo responsável pelas áreas da
tituição, o Governo decreta o seguinte: agricultura, do desenvolvimento rural e das pescas.
5 — Os laboratórios que prestam apoio aos estabele-
Artigo 1.º cimentos abrangidos pelo presente decreto-lei, designa-
Âmbito damente no âmbito do autocontrolo, são obrigados ao
pagamento do montante da taxa fixado por portaria do
1 — O presente decreto-lei define os critérios de apli- membro do Governo responsável pelas áreas da agricultura,
cação e montantes de taxas a cobrar nos termos do Regu- do desenvolvimento rural e das pescas.
lamento (CE) n.º 882/2004, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 29 de Abril, relativo aos controlos oficiais Artigo 4.º
realizados para assegurar a verificação do cumprimento da
Pagamento das taxas
legislação relativa aos alimentos para animais e aos géneros
alimentícios e das normas relativas à saúde e ao bem estar 1 — Os agentes económicos obrigados ao pagamento de
dos animais, adiante designado por Regulamento, no que taxas nos termos do presente decreto-lei devem depositar
se refere aos estabelecimentos aprovados no âmbito do Re- os montantes devidos nos termos e condições estabelecidos
gulamento (CE) n.º 853/2004, do Parlamento Europeu e do em portaria do membro do Governo responsável pelas áreas
Conselho, de 29 de Abril, aos estabelecimentos de subpro- da agricultura, do desenvolvimento rural e das pescas.
dutos abrangidos pelo Regulamento (CE) n.º 1774/2002, 2 — Cumulativamente com a obrigação prevista no
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de Outubro, número anterior e nas mesmas condições, os agentes eco-
e aos estabelecimentos do sector da alimentação animal nómicos, designadamente aqueles cujas actividades sejam
abrangidos pelo Regulamento (CE) n.º 183/2003, do Par- abrangidos pelos anexos IV ou V do Regulamento, devem
lamento Europeu e do Conselho, de 12 de Janeiro. enviar os documentos comprovativos dos quantitativos de
2 — As taxas estabelecidas no presente decreto-lei não produtos movimentados.
são aplicáveis aos actos realizados para efeitos de apro-
vação dos estabelecimentos pela Direcção-Geral de Vete- Artigo 5.º
rinária, adiante designada por DGV, para os quais esteja Abrangência da taxa
prevista uma taxa específica na legislação que regula o
respectivo processo de licenciamento. 1 — Os montantes das taxas fixados nos termos do
artigo 3.º compreendem o pagamento de:
Artigo 2.º a) Actos de verificação e inspecção hígio-sanitária aos
Gestão das taxas
estabelecimentos;
b) Inspecção hígio-sanitária oficial dos produtos de
1 — Compete à DGV a coordenação e a execução das origem animal, nos casos em que a mesma é obrigatória;
acções de verificação e inspecção a desenvolver para a c) Actos de verificação e inspecção hígio-sanitária que
execução do presente decreto-lei. decorram do normal funcionamento do estabelecimento,
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designadamente a certificação hígio-sanitária de produtos bem como do presente decreto-lei, sem prejuízo das com-
de origem animal; petências atribuídas por lei a outras entidades.
d) Colheita de amostras para análise laboratorial no
âmbito de programas oficiais; Artigo 10.º
e) Controlos relativos à protecção dos animais no abate e Contra-ordenações
occisão no âmbito do Decreto-Lei n.º 28/96, de 2 de Abril,
relativo à protecção dos animais no abate e ou occisão. 1 — Constitui contra-ordenação punível com coima no
montante mínimo de € 250 ou € 500 e máximo de € 3740
2 — As taxas fixadas nos termos do artigo 3.º não in- ou € 44 890, consoante o agente seja pessoa singular ou
cluem actos inspectivos suplementares, designadamente colectiva, a violação das normas do Regulamento, bem
os que decorram de verificações, colheita de amostras, como do presente decreto-lei, designadamente:
análises ou outras medidas necessárias para verificar a a) A não comunicação à DGV das informações perti-
dimensão de um problema específico, para determinação nentes, designadamente dos documentos comprovativos
de verificação do cumprimento da legislação aplicável, dos quantitativos de produtos movimentados e dos do-
designadamente em caso de incapacidade de demonstra- cumentos comprovativos que atestem os depósitos das
ção pelo responsável pelo estabelecimento de factos de taxas pagas;
demonstração obrigatória. b) A comunicação à DGV das informações referidas na
3 — O montante a pagar pelos operadores económicos alínea anterior depois de ultrapassados os prazos estabe-
sujeitos aos actos inspectivos suplementares referidos no lecidos para o efeito no presente decreto-lei;
número anterior é fixado por portaria do membro do Go- c) O não pagamento do montante das taxas devidas nos
verno responsável pelas áreas da agricultura, do desenvol- termos do presente decreto-lei;
vimento rural e das pescas. d) O pagamento do montante das taxas devidas depois
4 — Os custos dos actos inspectivos a que se refere o de ultrapassados os prazos estabelecidos para o efeito no
n.º 2 do presente artigo não são imputados ao responsável presente decreto-lei;
pelo estabelecimento caso seja provada a ausência de dolo e) O impedimento ou criação de obstáculos aos contro-
ou negligência deste. los e inspecções a realizar.
Artigo 6.º 2 — A tentativa e a negligência são puníveis.
Majoração das taxas
Artigo 11.º
A taxa de inspecção sanitária pode ser majorada ou re-
duzida nos termos e condições estabelecidas em portaria do Sanções acessórias
membro do Governo responsável pelas áreas da agricultura, Consoante a gravidade da contra-ordenação e a culpa
do desenvolvimento rural e das pescas. do agente, podem ser aplicadas, simultaneamente com a
coima, as seguintes sanções acessórias:
Artigo 7.º
a) Perda de bens a favor do Estado;
Actualização das taxas b) Interdição do exercício de uma profissão ou acti-
1 — As taxas são actualizadas anualmente, na percen- vidade cujo exercício dependa de título público ou de
tagem da taxa de inflação, com exclusão da habitação, autorização ou homologação de autoridade pública;
publicada pelo Instituto Nacional de Estatística, verificada c) Privação do direito a subsídio ou benefício outorgado
no ano anterior. por entidades ou serviços públicos;
2 — A primeira actualização das taxas tem lugar em d) Privação do direito de participar em feiras ou mer-
Janeiro de 2010. cados;
e) Encerramento do estabelecimento cujo funciona-
Artigo 8.º mento esteja sujeito a autorização ou licença de autoridade
administrativa;
Não pagamento e cobrança coerciva das taxas f) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás.
1 — O não pagamento das taxas no prazo estabelecido
nos termos do artigo 4.º constitui o devedor em mora, sendo Artigo 12.º
devidos juros legais desde a data do vencimento da taxa. Instrução e decisão
2 — A cobrança coerciva das taxas em dívida é efec-
tuada nos termos previstos na lei, através do processo de 1 — A aplicação das coimas e sanções acessórias com-
execução fiscal. pete ao director-geral de Veterinária.
3 — O processo referido no número anterior tem por 2 — A entidade que levantar o auto de notícia remete o
base certidão emitida pela DGV, com valor de título execu- mesmo, para instrução do competente processo, às unida-
tivo, de acordo com o disposto no artigo 163.º do Código des orgânicas desconcentradas da DGV da área da prática
do Procedimento e do Processo Tributário. da infracção.
Artigo 13.º
Artigo 9.º Afectação do produto das coimas
Fiscalização O produto das coimas é distribuído da seguinte forma:
Compete à DGV e à Autoridade de Segurança Alimentar a) 10 % para a entidade que levantou o auto;
e Económica, no âmbito das respectivas competências, a b) 30 % para a DGV;
fiscalização do cumprimento das normas do Regulamento, c) 60 % para os cofres do Estado.
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