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Telot 213218900 Fox 215474919 Mail ovrcilishoasti nc 200460-10080820 CX OA POTZTOSL OORT Enmo(a). Serhor(a) Difa). Jose Mowa Veiga R Jodo Fenha, 10 1250-131 Lisboa Proce s 2 ~ a eae PCO Seed 21” ° || Revista (Propnedace irececual) | Meee Extraida dos autos de Acao de Process Ordinario, a? S3/07.0TYLS8 do Lisboa - Tribunal do| Comercio ( Extinto ) - 18 Juizo Recorrente: Duarte Pio de Braganca Recorrido: Ordem de Sao Miguel da Ala outro(s)... Assunto: Acardao Fica V. Ex." notificado, na qualidade de Mendatario, relativamente ao proc identificado, do acordao de que se junta cépia. 0 Oficial de Justica, Ya Maria Luisa Anténio Nota + Sosicherse que na resposta seis ndicads @ referéacta decte documento a = yw SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA Revista n.? 93.07.0TYLSB.LLS1. Acordam no Supremo Tribunal de Justica A “Ordem de Sio Miguel de Ala” intentou a presente acc%o declarativa, com processo comum e forma ordinaria, contra Duarte Pio de Braganga, “Real Irmandade de Séo Miguel da Ala” e “Oficina Real - Produgio ¢ Comercializacio de Obras de Arte, L.da” Alegou a autora, em resumo, que € titular de registos de marea ¢ logétipo que identifica, os quais tém vindo a ser utilizados, sem autorizagio, pelos réus, violando os direitos da autora e causando-lhe prejuizos. Pediu a autora que sejam os réus proibidos de usar sinais idénticos ov confundiveis & marca ¢ fogétipo da autora por qualquer forma, total ou parcialmente, c designadamente como insignias, medalhas, bordadas em mantos, em documentos ou em loigas, porcelanas ou em quaisquer produtos ou servigos iguais ou semelhantes ou por qualquer forma ou meio, bem como sejam os réus condenados a in 7 a autora pelos prejuizos causados por esse uso ilegal que vém fazendo ¢ cuja liquidagao seja relegada para execucio de sentenca. Pediu, ainda, que os réus sejam condenados a pagar um montante de mit euros a titulo de sano pecunigria compulsoria por cada dia de atraso no integral cumprimento das suas obrigagées resultantes da sentenga que vier a ser proferida, nos termos do disposto no art 829.° A do Céd. Civil. OR. Duarte Pio de Braganga contestou, alegendo, essencialmente, que os sinais registadas em nome da autora sitio simbolos (insignias ou brasdes de armas) do Chefe da Familia Real Portuguesa da Linha Miguelista (descendentes do Rei D. Miguel 1), patriménio historico do réu e da “Ordem de Sao Miguel de Ala”, uma das trés Ordens Dindsticas da Casa Real Portuguesa ¢ que a autora Tegistou as insignias sem coroa que t&m mais de $00 anos e sfio de dominio ptiblico, por situagao adquirida hé mais de 200 anos. Concluiu pela improcedéncia da acedo pediu a condenagio da autora como litigante de mé f8, em multa, Os demais réus nao apresentaram contestagéo. O processo prosseguiu, Quando jé decorria a audiéncia de discussao e juleamento, em 27-11-2013, 0 réu Duarte Pio veio juntar ao proceso cépia de certido permanente do registo comercial da co-ré “Oficina Real”, bem como copia de pagina do DR, 2° série, de onde resulta que, em 3-10-2007, foi declarada a insolvéncia daquela sociedade. Também no decurso da audiéncia de discussao ¢ julgamento (sessao de 15-1 2014 - off. fs. 952-954) foi proferido despacho que indeferiu a suspensito da instancia por pendéncia de causa prejudicial que havia sido requerida pelo réu, indeférimento esse com fundamento na circunstincia de a ac¢So se fundar néo 36 na existénci da marca em apreco mas também do logétipo e, ainda, por a causa estar de tal forma adiantada que os prejuizos da suspensdo superariam as vantagens da mesma. A final foi proferida sentenga que decidiu nos seguintes termos: «... Julgo procedente a apao intentada por Ordem de S40 Miguel da Ala contra Duarte Pio de Braganga, Real Irmandade de $40 Miguel da Ala ¢ Oficina Real - Produgiio e Comercializag&o de Obras de Arte L.da e consequentemente: - Condeno os réus a abster-se de usar os sinais protegidos pela marea nacional n.° 306085 © logotipo n.° 5694 registados em nome da A. ou quaisquer outros sinais semelhantes aos mesmos ¢ que cuja titularidade néio esteja concedida aos réus e designadamente em insignias, medalhas, bordados em mantos, em documentos, em loicas, porcelanas ou servigos: - Condeno os réus a pagar 4 A. uma indemnizag&o por danos patrimoniais a liquidar em execugao de sentenga, nos termos dados como provados na presente acdo; - Condeno os réus no pagamento de uma sangio pecuniaria compulséria no valor de € 200,00 (duzentos euros) por cada dia de atraso no cumprimento da obrigacdo». Inconformado, desta sentenga apelou o réu Duarte Pio de Braganga para a Relagao de Lisboa que, por acérdao 29.01.2015 (cfr. fls. 1228 a 1266), julgou improcedente a apelagao ¢ confirmou a sentenga recorrida. Ines ignado, recorre agora para este Supremo Tribunal o réu Duarte Pio de Braganga, que alegou e concluiu pela forma seguinte: lee Ke yf SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA 1. Os fundamentos de admissibilidade deste recurso de revista excepcional sfio os previstos nos art.° s 671.°, n° 3, in fine ¢ 672., n. 1, alineas a) e c) do CPC. 2. Fm 1° lugar, esté em causa uma questo cuja apreciagiio € claramente necessdria para uma melhor aplicagZo do direito, atendendo a sua relevancia Juridica - art. ° 672.°, n° I, al. a) do CPC 3. Essa questo foi invocada pelo Recorrente, na apelacdo (como uma “questo prévia"), tendo por objecto a prova (c os meios de prova) dos direitos de propriedade industrial (de marcas e logétipo) da Recorrida. 4. A apreciagdo dessa questio € claramente necessiria para uma melhor aplicagio do direito, por ser consabido que existem numerosas acces judiciais em que € pedida a proibigdo do uso de sinais distintivos de comeércio, com fundamento na alegada violagao de marcas e de logétipos, alegadamente registados, mas, para que essas acpdes possam proceder, tem a demandante de Provar os seus direitos de marca au logétipo, nos quais assenta a causa de pedir. 5. Sendo o registo (de marca ¢ de logotipo) constitutivo dos direitos de Dropriedade e do exelusivo sobre marcas c logétipos, a prova desses direitos de propriedade industrial tem de ser feita por titulos de registo ou certificados de registo - ou seja, nesta matéria, vigora o regime da prova legal, e nao o da livre apreciagdo da prova, pelo juiz. 6. Tem todo © interesse que o STJ deci¢a, sem margem para diwvidas, contrariamente ao que foi decidido pelas Instincias, que os unicos meios de prova dos direitos de propriedade industrial, sio os documentos previstos no art? 7.°,n.°s 1e4 do CPI. 7, Por outro lado, também se pede que o STJ decida, contrariamente as Instaneias, que no caso em que tais documentos tenham sido juntos aos autos, mas disiar um longo periodo de tempo entre a prolagao do despacho saneador, que fixe a matéria de facto assente (no caso, em 26/09/2012), e 0 julgamento (no caso, a sentenga foi proferida em 20/02/2014), ter o julgador de verificar, na decisao final sobre a matéria de facto, se os documentos legalmente exigidos para a prova dos direitos de propriedade industrial, apresentados com a P ainda provario a validade e eficacia dos respectivos direitos 8. Os certificados de registo emitidos pelo INPI indicam 0 termo da validade dos respectivos direitos, e, no caso dos autos, na data em que foi proferida a sentenga, os documentos que a Autora juntou aos autos jatinham uluapassado a data da validade desses direitos. 9. A fis. 11 dos autos, a A. juntou um certificado de registo da marea nacional n? 366085, que cerlificava que a_validade desse_registo_terminava em 09/04/2013, ¢ na sentenga de 20/02/2014, deu-se por provado que a A cra titular do mesmo, nesta tltima data - decistio que o Tribunal a quo confirmou 10. Com as contra-alegacGes de recurso, na apelagio (Ref." 16845805, no CITIUS), a A. juntou um documento (a fls. 33 a 43), com o qual pretenderia provar que aquele registo ainda estaria em vigor, porém, a fis. 18 do acérdio recorrido, decidiu-se nfo se atender a esse documento, por ser «ilegivel 11, Estando em causa a decisio sobre a matéria de facto, e esta, em regra, ndo possa ser alterada pelo STJ, no presente caso essa alteragdio é dinissivel, nos termos do disposto no art, ° 674.°, n. ° 3, ex vi do art. ° 682.2, n. ° 2, in fire do CPC, conjugados com o art. ° 607.°, n.° 5 do CPC eo art. ° 32, ne ted do cpl. 12. Os factos provados | a3, no acérdao recortid, so os que o Recorrente pede que este STJ se digne alterar ~ pedindo também, naturalmente, que a decisao final repercuta essa alteragiio da matéria de facto. 13. O Tribunal a guo deu por provado que a A é titular do registo da marca nacional n.° 366085 - factos provados 1 a 3, que jé tinham sido dados por agsentes nas alineas A) a C) do despacho saneador. 14. No ambito da prova dos direitos privativos de propriedade industrial (e por o registo ser constitutive de direitos), vigora o principio da prova legal e nao o sistema regra dat livre apreciagdo da prova. 15. O n° 1 do artigo 7° do CPI estabelece: «A prova dos direitos de propriedade industrial faz-se por meio de titulos, correspondentes as suas diversas modalidades». 16. , 0 n.° 4 do mesmo preceito prevé que «Ads titulares dos direitos podem ser passados certificados de contetido anilogo ao do respective titulon. 17. Sempre que a lei exija, para a existéncia ou prova do facto juridico, gvalane formalidade especial, ndo pode esta ser dispensada, nos termos do art® G72, ne 5,2." parte, do CPC. AA “juntou aos autos um certificado de registo da referida marea n° 366085 (cfr. doc. n.? 1 junto com a P.l., a fis. 11), © qual certifica que a VALIDADE daquele registe RMINOU em 09/04/2013 19. Nido estando na disponibilidade das partes aceitar, por acordo, a prova de vigéncia de um registo de marca, e tratando-se de matéria que nao integra a livre apreciagio do tribunal (por estar sujeita ao regime de prova legal), nao podia manter-se, na sentenga de 20/02/2014, 0 facto dado por assente no despacho saneador de 01/0/2012, quando a ‘mica prova existente nos autos sobre essa factualidade era de que a validade do referido registo terminou em 09/04/2013 20. Nas datas em que foi proferida a sentenca (20/02/2014) © 0 acérdao recorride (29/01/2015), a prova que consta dos autos ja n&éo permitia manter a wr SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA como "assentes" os factos A) a C) do saneador (1 a 3 da decisao sobre a matéria de facto na sentenga), atendendo a que enire o saneador € a sentenga, 0 registo atingiu © termo da sua validade, de acordo com 0 tnico clemento de prova existente - 0 documento a fls. 11 dos autos. 21. Acresce que, posteriormente ao acérdao recorrido (29/01/2015), a 72 Secg&o do Tribunal da Relacdo de Lisboa proferiu 0 acérdao de 24/02/2015 (Apelagio n.° 639/11.9TYLSB.L1), confirmando a sentenca que manteve a deciséo do L.N.P.I. de 28/02/2011, que declarou a caducidade, por falta de uso, do registo da marca nacional n° 366085, da titularidade da Recorrida, anteriormente. 22, Por se tratar de um facto superveniente ao acérddo recorrido, com interesse manifesto para a decisfio da lide (sem conceder, ¢ apenas para 0 caso do STJ] nao considerar verificada a falta de prova legal do registo da marca nacional n.° 366085 (questdo que nao esta na disponibilidade das partes e nio esta sujeita a livre apreciagiio do tribunal), requer-se, ao abrigo do disposto no n° 1 do art.° 680.° do CPC, que seja admitida a jung&o aos autos de cépia desse acérdio (doe. n.° 1), que aqui se dé por integralmente reproduzido. 23. Sem prejuizo dos efeitos que a Recorrida pretende obter com fundamento na alegada violagao, pelo Recorrente, dos direitos conferidos anteriormente pelo registo da marea nacional n." 366085 (por exemplo, 0 pedido indemnizatério referentes a actos do Recorrente anteriores & propositura da acgiio), verifiea-se que deixou de existir fundamento legal para conceder provimento ao pedido de proibigdo de o Recorrente usar, no futuro, a marea que foi da Recorrida, pois esta, entretanto, caducou. 24, Pelos motivos expostos, pede-se ao STJ que revogue o acérdao recorrido, no que tange a deciso sobre a matéria de facto, ¢ que dé por no provados os factos 1 a 3, por ter violado as regras da prova estabelecidas no art. ° 7.°,n.°s 1 © 4 do CPI eno art.” 607.°, n.° 5 do CPC. 25, E, em consequéncia dessa alteracdo da decisfo recorrida, 0 Recorrente pede a sua absolvigzio do pedido de abstengio de usar o sinal protegido pela marea nacional n.° 366085 ou quaisquer outros sinais semelhantes ao mesmo e que cuja titularidade niio esieja concedida ao Recorrido ¢ designadamente em insignias, medalhas, bordados em mantos, em documentos, em loigas, porcelanas ou servigos. Sem conceder, 26, Haver ainda que atentar que na decistio recorrida decretou-se a proibigio do Recorrente de usar @ marca nacional n.° 366085 (cujo registo nem sequer foi provado...) deo inais semelhanles & mesma, mas, neste caso, 4...) cua laridade nfo esteja concedida ao Recorrido e designadamente em insignias, medalhas, bordados cm mantos, cm documentos, em loigas, porcelanas ou servigos» - sublinhado nosso. 27. Ora, a fs, 15 do acérdo recorrido silo dados por provados os factos 33 a 36, isto 6, que o Recorrente ¢ tiwlar do registo da marca comunitiria n.° 9131866, que foi pedido em 26/05/2010 ¢ concedido em 26/10/2010, destinando-se essa marca a assinalar os produtos e servigos seguintes: “36 - A referida marca destina-se a assinalar nas classes 14." “Insignias, condecoragées, emblema: jalhas em metais preciosos”; 16.* "Publicacées, revistas ¢ catilogos"; 26.* “Insignias, condecoragées, emblemas, medalhas em metal"; 35.° "Publicidade; gestiio de negécios comerciais; venda por grosso ¢ a retalho, através de redes informiticas, de todo o tipo de artigos promocionais": 41." "Servicos de organizagdo de acontecimentos de caracter cultural ¢ religioso" (prova documental de ls. 493 a 496)» - sublinhado por né: 28. Sendo © Recorrente é sem davida, m titular de um registo de uma marca comunitiria que ito semelhante A marca nacional n.° 366085 (de que a Recorrida foi titular), as quais a seguir se reproduzem a par, pede a alteragdio da citada condenagio genérica (“proibigio do uso de «quaisquer outros sinais semelhantes ao mesmoy), especifivando-se, subsidiariamente (para o caso de o Recorrente no vir a set absolvido do pedido de proibig%o, para o futuro, de usar a marca nacional n° 366085), que o Recorrente poderd, no futuro, usar a marca comunitéria n.° 9131566, 6 SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA ir de que é legitimo titular - factos provados 33 a 36. 29. A admissibilidade do presente recurs de revista excepcional, assenta, ainda, num 2° fundamento: 0 acérdio recorrido esti em contradi¢éo com o acérdao da Relagio do Porto de 20/05/2008, transitado em julgado, proferido no dominio da mesma legislaco ¢ sobre a mesma questo fundamental de direito, sem que sobre essa matéria tenha sido proferido acérdio de uniformizagio de jurisprudéncia conforme com 0 acérdio recorrido - art° 672.°, n° 1, alinea c) do a 30. A pretensdo da A nos presentes autos assenta na alegada titularidade do registo da marca nacional n.° 366085 e do logétipo n° 5694, peticionando, a titulo principal, a proibi¢ao do uso desses sinais distintivos pelo R e outros. 31. O Recorrente, no inicio da audiéncia de julgamento, requeren a suspensao da_instancia, com fundamento na existéncia de uma causa prejudicial - 0 que ficou gravado de 32°11" a 42°34" 32. Esse requerimento de suspensao teve por fundamento a circunstancia de o registo da marca nacional n.° 366085, em que a A. baseia o petitorio, ter sido declarado caducado, por falta de uso, por despacho do LNP.L 33. Reagindo contra a declarago de caducidade desse registo, pelo LNP. erpés recurso jud' ‘ial dessa decisao. 34. A data do mencionado requerimento de Suspensao da instancia, por causa Prejudicial, o referido recurso estava pendente, no 1.° Juizo do Tribunal de Comércio de Lisboa - Processo n.° 639/11. 9TYLSB. 35. Entretanto, na pendéncia da presente accéio, foi julgado improcedente o recurso acima referido, interposto pela aqui Recorrida, tendo sido confirmada, Dor_sentenga, a declaracio de caducidade do registo da marca na 366085 36. A aqui Recorrida apelou dessa sentenga, vindo a ser proferide 0 acérdao da 7.* Seco do Tribunal da Relagio de Lisboa de 24/02/2015 (cfr. doc. n° 1), confirmando a sentenga que manteve a decisio do LN.P.I. que_declarara_a caducidade, por falta de lo registo da marca nacional n° 366085, 37. Esse acordao da Relacdo de Lisboa, foi proferido em data pos acordio da mesma Relagao aqui recorrido. 38. Nos presentes autos, a Recorrente, nas suas alegagdes de apelagao, mais uma vez, Insistiu em requerer a suspensao da instancia, até que fosse decidido o erior ao 7 mencionado recurso judicial, entio pendente, relative a declaragio de caducidade do registo da marea nacional n.° 366085, do Recorrido. 39, No acérdio recorrido indefere-se esse requerimento, por se considerar que, luz do disposto no art® 272°, n. | do CPC, s6 depois da declaragao de caducidade do referido registo se tomar definitiva ¢ que pode produzir efeitos ¢ que estes nio sio retroactivos. 40. Por outro lado, como no presente processo se formula um pedido de indemnizagio relativo a um periodo temporal em que estava em vigor a referida marea nacional n.° 366085, no acérdio recorrido entendeu-se que (...) no podemos dizer, que a decisio final do processo n.° 639/11 9TYLSB. seja susceptivel de destruir 0 fundamento ou a razio deste proceso.» - cit. pas. 22 do acérdiio 41, Nao pode concordar-se com essa assereiio, uma vez que o 1.° pedido formulado pela A, é de que 0 R seja condenado na abstencao de user a marca nacional n.° 366085, e, naturalmente, esse pedido destina-se a produzir efeitos no futuro ¢ nfo retroactivamente. 42. Nao se vislumbra que razoabilidade possa ter que, nos presentes autos, se julgue esse pedido principal, quando se sabe que esta e tramitagiio a extingSo, por caducidade, do registo da marca em que assenta a respectiva causa de pedir 43. Nao tem razoabilidade proibir o Recorrente de usar uma marca, no futuro, a ja foi declarada caduca, pelo INPI por sentenga e por acérdio do Tribunal da Relacdo de Lisboa - do qual no € admitido recurso ordinario, para 0 STI, nos termos do art.° 46.°, n.° 2: do CPL 44, A decisdo sobre a vigéncia do referide registo de marca da A constitui uma causa prejudicial & decisio da presente demanda, 45. O argumento de que a causa de pedir da presente acgio nao se restringe 4 alegada violacao do direito de marca da A, mas também do seu logétipo, nao impressiona, pois 0 que a A pede € 2 proibigao do R de usar ambos. 46. Bas Instancias condenaram o R na proibigdo de usar ambos os sinais (marca e logétipo), quando nao era certo que a A fosse titular do registo da marca - quer por falta de cumprimento do énus da prova (legal) da titularidade, quer pela pendéncia de processo de extingdo, por caducidade, do registo. 47. Contrariando a Iégica do argumento, na decisdo recorrida confirmou-se a condenagao do R, pela 1." Instancia, «(...) a abster-se de usar os sinais protegidos pela marea nacional n.° 366085 ( .. )» 48, Nao pode estabelecer-se a violagdo de um direito de marca quando a vigéncia do respectivo registo & incerta, desde logo, por se dar por provade que num outro proceso se decidiu - e em fase "adiantada" - declarar a caducidade do mesmo. se ae y SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA 49. Em sentido contrério ao acérdio recorrido, no acérdéo fundamento (Acérdio do Tribunal da Relagio do Porto de 20/05/2008 - doc. n.” 2, que se dé Por reproduzido), concluiu-se que «Esiando pendentes duas accdes - uma em que se disentom (para aferir do risco de confusdo) 03 produtos abrangidos por uma marca registada e outra em que foi pedida a declaragio de caducidade dessa marca - essas acces constituem causa prejudicial em relacto a outra, que versa sobre a alegada violacéo do dircito exclusive da mesma marca, podendo constituir fundamento de suspensdo da instancia nesta acgéo». 50. As normas interpretadas ¢ aplicadas no acérdao recorrido ¢ no citado acérdio fundamento, so iguais, pois o art. ° 272.°, n.° 1 do Novo Pe; corresponde na sua redacgao, ipsis verbis, ao art. * 270.°, n.° 1 do anterior CPC Eo enquadramento fictico ¢, no essencial, o mesmo em ambas as acgdes judiciais, 52. Acrescente-se que, 0 art.* 2762, n,° 2 do Nove CPC (com igual redaceZo do art, ° 284.°, n. ° 2 do anterior CPC estabelece que «Se a deciséo da causa prejudicial fizer desaparecer o fundamento ou a razéo de ser da causa que estivera suspensa, ¢ esta julgada improcedente» 53. Na eventualidade de 0 acérddo da 7." Secgao do Tribunal da Relagéio de Lisboa de 24/02/2015 (cfr. doc. n° 1), vir a transitar em julgado, estara definitivamente extinto, por caducidade, o registo da marca nacional n° 366085, da Recorrida, 34. Neste quadro, nao pode deixar de questionar-se a Justiga inerente ao acérdio recortido, que condena 0 Recorrente no pedido (principal) de abstengao de uso, no futuro, de uma marca, sem que, antes, se estabelega, com toda a seguranga, no momento da deciséio, se essa marca deve considerar-se extinta ou niio. 55. Essa quesitio sé poderd ter uma resposta certa e segura quando for decidido, definitivamente, o Processo n.° 639/11.9TYLSB.LI, da 7° Seceao do Tribunal da Relagiio de Lisboa. 56. So, nesse processo, transitar em julgado a decisdo que (ja) declarou a caducidade do registo da marca nacional n° 366085, da A, o Recorrente devera ser absolvido do pedido de proibigdo do uso dessa marca - e nao condenado no mesmo, como foi decidido pelas Insténcias, 57. Raves por que se requer a0 STF que se digne suspender a instancia, até que seja decidido definitivamente © recurso em tramitagio no Proceso 1° 639/11.9TYLSB.L1, da 7.* Seegio do Tribunal da Relagio de Lisboa, e, em fimgGo do que for decidido nesse processo, sobre a existéncia do registo da marca nacional n.° 366085, sejam eniiio decididos os varios pedidos formulados na presente demanda, Termina pedindo que seja concedida a revista exeepeional Contra-alegou a recorrida “Ordem de $0 Miguel de Ala” (autora), invecando que 0 recurso de revista execeional deve ser liminarmente indeferido, por falta de algada © cespetivos requisites pora a sua admissibilidade, mantendo-se “in totum?” 0 acdrddo recorrido. As instancias julgaram provados os seguintes factos: 1- A A. 6 titular do registo da marca nacional n° 366085, pedida em 13.08.2002 e registada em 09.04.2003 (A factualidade assente) 2-Areferida marca destina-se a assinalar na classe 6 “Insignias de metal para Membros da ordem” (B factualidade assente). 3 - A mencionada marca 6 constituida nos termos constantes de fs. 11, cujo teor se dé por integralmente reproduzido (C factualidade assente). 4-A A. € titular do logétipo n.” 5694, pedido em 09.12.2003 ¢ concedido em 25.02.2005 (D factualidade assente). 5 - 0 referido logotipo é constituido nos termos constantes de fis. 14, cujo teor se da por integralmente reproduzido (B factualidade assente). 6-O12R. esté a fabricar e a utilizar os simbolos constituintes da marea ¢ do Jogétipo registados da A. em diversos documentos, tais como diplomas (F factualidade assent 7 -..em medalhas (G factualidade assente).- 8 -..c bordando-os em mantos (H factualidade assente). 9 ~ Atos que tm vindo a ser divulgados publicamente ([ factualidade assente), 10 - Também a 2* R. tém utilizado a marea ¢ logétipo supra referidos na sua correspondancia e envelopes (I factualidade assente); I1 -..e em atos que divulga, designadamente através da internet (L factualidade assente).- 12 - A32R. produziu diversos ebjetos que incluem os simbolos da marca logotipo referidos (M factualidade assente); 13 -..comercializando essas pegas no mercado, conforme publicidade que distribui (N factualidade assente),- 14 - Os RR. nao t@m autorizagio do A. para utilizar as referidas marca e logétipo (O factualidade assente). 15 - A “Real Ordem de $40 Miguel da Ala” encontrava-se registada pelo Registo Nacional de Pessoas Coletivas sob 0 n.° 506 723 500 (P factualidade assente). 16 - Por sentenga proferida em 29 de Setembro de 2008 foi dado provimento recurso interposto pela Ordem de Sio Miguel de Ala ¢ revogado o despacho do $1, Dircetor Geral dos Registos e Notariado, datado de 08.02.2007, que indeferiu 10 SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA © recurso hicrarquico interposto pela Ordem de So Miguel de Ala, nos termos constantes de fis. 158 a 164, cujo teor se da por integralmente reproduzido (Q factualidade assente). 17 - A A. é uma associagio constituida e registada que prossegue fins de defesa do patriménio cultural tradicional portugués desde (4 de Agosto de 1981 (1° base instrutéria). 18 -.-realizando regularmente eventos onde os seus simbolos sao divulgados (2. base instrutéria) 19 - A marca nacional n.° 366085 6 utilizada em varias iniciativas da A, (3° base instrutéria). 20 -...constituindo a “jéia” de todas as iniciativas da A. (4° base instrutéria),- 21 - O logtipo n.° $694 é também utilizado em diversas iniciativas da A. (5° base instrutoria). 22 -...c que também é um simbolo da A., incluindo a ASA, donde deriva palayra ALA (6? base i i 23 ~ A utilizagdo supra referida é feita intencionalmente por todos os RR. (7° base instrutoria) 24 -...sendo conhecedores dos registos da A. (8° base instrutéria) - 25 - A atividade dos RR. visa vender as medalhas, mantos, diplomas e loigas (0° base instrutéria). 26 -..tal como tém efetivamente vendido a terceiros (10° base instrutéria).- 27 -...que depois as ostentam publicamente (11° base instrutéria) 28 - Com a mencionada utilizagao a A. vé-se impedida de receber as quantias da venda das suas insignias, pegas, diplomas e utensilios (12° base instrutéria) 29 -...¢ até de convidar para seus associados pessoas, pela confustio que os RR. tém provocado deliberadamente no piiblico (14° provado). 30 - Ao longo do tempo individuos nacionais e estrangeiros foram condecorados pelo R. Duarte (art? 19° base instrutéria), 31 - Por despacho do TLN.P.1. de 28.02.2011 foi declarada a caducidade do registo da marca nacional n.° 366085, por falta de uso, tendo sido publicado 0 respetivo aviso no Boletim da Propriedade Industrial n.° 47/2011 de 09.03.2011 (prova documental de fls. 184 ¢ 183) 32 A A. apresentou re al dessa decistio a qual estd pendente neste 1° juizo, Proc. n.° 639/1.9TYLSB (prova documental de fis, 186 ¢ 187). 33- O R. Duarte Pio de Braganga ¢ titular do registo da marea comunitiria n° 9131566 (prova documental de fls. 493 a 496). 34 - O referido registo foi pedido em 26 (prova documental de fls. 493 a 496), 010 e concedido em 26.10.2010 35 - A mencionada marca 6 constitufda nos termos constantes de fls. 493 cujo teor se dé por integralmente reproduzido (prova documeatal de fls. 493 a 496). 36 - A referida marca destina inalar nas classes 14° “Insignias, condecoragdes, emblemas, medalhas em metais preciesos”; 16° “Publicagoes, revistas ¢ catdlogos”; 26§ “Insignias, condecorayées, emblemas, medalhas em metal”; 35% “Publicidade; gestio de negécios comerciais; venda por grosso ¢ a retalho, através de redes informaticas, de todo o tipo de artigos promocionais”, 41° “Servigos de organizagdo de aconiecimentos de cardcter cultural e relig (prova documental de fls. 493 a 496). 37 - Foi pedido o cancelamento da referida marca por invalidade (prova documental de fls. 597 a 601). 38 - 0 referido pedido de cancelamento foi notificado ao titular da marca em 26.11.2013 (prova documental de fls. 597 a 601 ¢ 914 a 917, 937 a 941) 39 A A. é titular do registo da marca comunitéria n.° 005747936 (prova documental de fis. 602 a 606) 40 - A referida marca foi pedida em 27.02.2007 ¢ concedida em 16.06.2008 (prova documental de fis. 602 a 606). 41 - A mencionada marea é constituida nos termos constantes de fs. 604, cujo teor se da por integralmente reproduzido (prova documental de fls. 602 a 606). 42 - A marca em aprego destina-se assinalar nas classes 6° “insignias de metal”; 14§ “oalharia, bijutaria, pedras preciosas, relojoar! sapatos ¢ chapelaria” (prova documental de fls. 602 a 606). ja” e 25° “vesiuario, Pretende a autora “Ordem de Sao Miguel de Ala” nesta ado que, sendo titular de especificados registos de marca ¢ logétipo, scjam os réus proibides de usar estes sinais idénticos ou confundivei & marca e logétipo da demandante, bem camo que sejam condenados a indemnizarem a autora pelos prejuizos causados em consequéncia desse ilegal uso que vem fazendo. © réu Duarte Pio de Braganga contesta este dircito da autora, tudo porque os inais registados em nome da autora, como diz, sio simbolos que constituem patriménio historico do réu e da “Ordem de $0 Miguel de Ala”, uma das tré Ordens Dindsticas da Casa Real Portuguesa e que a autora registou as insignias. sem coroa, que tém mais de 800 anos ¢ sio de dominio puiblico, por situagdo adquirida ha mais de 200 anos. si As instancias condenaram os réus 2 absterem-se de usar os sinais protegidos pela marca nacional n.° 366085 ¢ logétipo n.° 5694, registados em nome da SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA autora © a indemnizarem a demandante pelos danos patrimoniais que The am em resultado desta denunciada ilicitude. oh o ontra esta resolucao que o demandado Duarte Pio de Braganga se insurge, Essencialmente, no scu entendimento, os factos provados desde L. a 3. - Constantes das alineas A) a C) dos facios assentes - s6 poderiam ser provados através de titulos de registo ou certificados de registo, os tinicos meios de prova dos direitos de propriedade industrial, previstos no art? 7.2, n°s Le 4 do CPL. Vamos, entao, averiguar se lhe assiste razao. Admissibilidade da revista. DecisSo interlocuté: ia. 1. Aos recursos interposios de decisoes proferidas a partir da entrada em vigor da presente lei em acées instauradas antes de I de janeiro de 2008 aplica-se 0 regime de recursos decorrente do Decreto -Let n.° 303/207, de 24 de agosto, com as alteragies agora introduzidas, com excegao do disposto no n° 3 do artigo 671.° do Cédigo de Proceso Civil, aprovado em anexo & presente lei (artigo 7.°, n? 1, da Lei n° 41/2013, de 26/06, que aprovou o atual Cédigo de Proceso Civil). O Decreto-Lei n° 303/2007, de 24 de Agosto, suprimindo 0 recurso de agravo, procedeu & anunciada © repetida reforma dos recursos civeis, introduzindo ainda expressivas modificagdes no que diz respeito A sua admissibilidade para o STJ com a postura de mais apertada matha na rede do leito por onde eles terio de passar - infere-se uma tentativa de combate @ “banalicacdo” de acesso ao STS (Cardona Ferreira; Guia de Recursos em Provesso Civil; 5.* edigaio; pig. 255), Nos termos deste diploma legal, nos recursos para 0 STJ a regra geral a atender era a que constava don? | do art.” 721.° do C.P Civil - cabe recurso de revista para o Supremo Tribunal de Justica do acérdito da Relacio proferido 40 abrigo don? 1 ¢ da alinea h) do 1." 2 do artigo 691.". Quer isto dizer que, tomando a descrigtio posta nesta discernida regra legal, havia recurso para o STI apenas do Acérdiio da Relagdo que apreciasse € decidisse sobre decistio do tribunal de 1.* insténcia que pusesse lermo ao Processo (n.° 1) ou incidlisse sobre o despacho saneador que, sem pér termo ao Brocesso, decidisse do mérito da cavsa (n.°2, alinea h). B O regime de recursos a aplicar a0 “sub judice” & 0 que vem preconizado pela atual lei adjetiva e aprovada por aquela Lei n.° 41/2013, de 26/06. Consagrando, quanto a este aspeto, equiparado regime recursério aa que estava anteriormente delineado pelo Decreto-Lei n.° 303/207, de 24/08, no n° 1 do seu art.’ 671.° dispde o vigente Cédigo de Proceso Civil que “cabe revista para 0 Supremo Tribunal de Justica do acérddo da Relacio, proferido sobre deciséo da 1." instincia, que conhega do mérito da causa ou que ponka termo ao process, absolvendo da instancia o réu ou algum dos réus quanto a pedido ou reconvencéio deduzidos” A determina ) tomada pela 1.’ instincia, também corroborada pela Relagio, que indeferiu 0 pedido de suspensao da instincia por pendéncia de causa prejudicial - processo n.° 639/11.9TYLSB/1.° Juizo do Tribunal de Comércio de Lisboa, no qual a Relagaéo de Lisboa manteve a decisio do LN.P.I. de 28/02/2011, que declarou a caducidade, por falta de uso, do registo da marca nacional n.” 366085, da titularidade da recorrida - contra a qual reage o réu/recorrente no presente recurso, nfo se enquadra neste pormenorizado contexto normativo e, por isso, nele se nao pode apoiar a rogada revista que neste entrecho assim interpds: tratando-se de uma decisdo interlocutoria, o regiine recurséria em evidéacia & 0 que resulta do contemplado no n2 2 do art. 671.8 do C.P.Civil: - Os acérdéos da Relagéo que apreciem decisées interlocutérias que recaiam unicamente sobre a relacdo processual sé podem ser objeto de revista: a) Nos casos em que o recurso é sempre admisstvels b) Quando estejam em contradigao com outro, jé transitado em julgado, proferido pelo Supremo Tribunal de Justica, no dominio da mesma legislacdo @ sobre a mesma questao fundamental de direito, salvo se tiver sido proferido acérdéo de uniformizagao de jurisprudéncia com ele conforme. Consente 0 art.° 6209, n° 2, alinea d), do C.P.Civil (decisdes que admitem recurso) que “independentemente do valor da causa e da sucumbéncia, & sempre admissivel recurso do acérdao da Relacdo que esteja em coniradicao com outro, dessa ou de diferente Relacdo, no dominio da mesma legislagéo ¢ sobre a mesma questéo fundamental de direito, e do qual néo caiba recurso ordindrio por motivo estranko @ alada do tribunal. Esta revelada possibilidade de recurso, ja anteriormente acolhida no art.’ 678. do C.P.Civil vigente até a reforma trazida pelo Decreto-Lei n.° 303/2007, a bd SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA de 24/08 e que este diploma processual aboliu, faz privilegiar o reeorrente com o acesso a0 STI nos casos em que disso estaria impedido por razdes esquivas a algada da Relagao, ou seja, em que o impedimento ao recurso néo reside no facto de o valor da ago ou o da sucumbéncia ser inferior aos limites minimos resultantes do n.° | do art.° 629.°, mas noutro motive de ordem_ legal. Desta forma ampliam-se as possibilidades de serem dirimidas pelo Supremo Tribunal de Justica contradigées jurisprudenciais que, de outro modo, poderiam persistir, pelo facto de, em regra, surgirem em acdes em que, apesar de apresentarem valor processual superior d alcada da Relagéo, nio se admite recurso nos termos gerais - Abrantes Geraldes; Recursos no Novo Cédigo de Processo Civil; pag. 48. LL Quando a lei referencia uma oposi¢do de acérddos, quer reportar-se ao diversificado modo como o Julgador interpretou a expressiva lei que 0 legislador ajustou, abstracta e genericamente, para a colectividede para quem foi projetada. Ouira coisa, sao os factos que se comprovam terem acontecido e que so ou nao subsumiveis ao expositivo legal que se Ihe hé-de aplicar. A decisio judicial hi-de restringir-se a averiguar se um certo ¢ determinado facto concreto da vida real cai nas malhas da previs&o normativa. Contrapondo estes dois conceitos juridicos dizemos que estamos perante uma questo de dircito quando © juiz, interpretando e aplicando com rigor a lei, se empenha na descoberta do exacto e preciso sentido de individualizado preceito, partindo do elemento literal para se ajuizar da "mens legislatoris" 2 tendo-se sempre em conta gue 0 legislador consagrou as solugées mais acertadas e soube exprimir © scu pensamento em termos adequados (art? 9° n° 3 do C.C.) - as quest0es de direito envolvem a interpretagao ¢ aplicagao da tei! Constitui uma situagio de facto o circunstancialisme da vivéncia mundana ccortida e reportada a0 passado, ou seja, quaisquer ocorréncias da vida real, quaisquer eventos materiais ¢ concretos, quaisquer mudancas operadas no mundo exterior, como dizia © Professor A. dos Reis.” Com esta observagao queremos dizer que néo ha contradigio entre acérdios s6 porque se verifica que neles ha dissemelhantes decisdes; para que tal aconteca necessdrio se torna evidenciar que estas duas diferentes © pormenorizadas solugdes s6 assim se materializaram em yirtude de em tais acdrdios se ter perpetrado uma diferengada interpretagdo (© aplicagio) da lei a idénticas 2005; degsi.pt Anotado; Vol. II; pag. 206, situagdes de faeto. Hi Argumenta 0 recorrente Duarte Pio de Braganga no sentido de que 0 Acérdio da RelagAo do Porto de 20/05/2008 (eff. fs. 1381 a 1393) esta em contradigao com o acordao da Relagao de Lisboa que ora analisamos. Contrariamente ao que neste processo a Relagéo de Lisboa decretou, denegando 20 recorrente a prejudicialidade invocada, naquele aresto da Relagio do Porto, decidiu-se que, “estundo pendentes duas acgées - uma em que se discuiem (para aferir do risco de confusito) os produtos abrangidos por uma marca registada ¢ outra em que foi pedida a dectaracdo de caducidade dessa marca ~ essas acedes constituem causa prejudicial em relacdo a outra, que versa sobre a alegada violagdo do dircito exclusive da mesma marca, podendo constituir fundamento de suspensdo da instancia nesta acgao”, conclui o recorrente. Vejamos se ao recorrente Ihe assiste raz: Ambos 0s ac6rdaos abordam, de modo conciso ¢ feigio persuaséria, as razdes justificativas da suspensao da instincia quanto a tematica da pendéncia de causa prejudicial, enunciada no art” 272° de C.P.Civil A “ratio legis" que preside a este normativo juridico-processual ¢ a de evitar que a mesma questio venha a ser objecto de decisées desarménicas, ilégicas ¢ sem coes Deve o Juiz suspender a i incia se chegar 4 conclustio de que, noutra acco, a8 partes esto a discutir uma questio que, caso venha a ter assentimento cecisio que a apreciard, ira ter como consequéncia a inutilidade da procedéncia da acgao de que se esta a acupar. Como dizia 0 Prof. A. dos Reis (7 Com., 3.°, pig. 206) "sempre que numa accito se ataca um acto ou facto juridico que é pressuposto necessério de outra accdo, aquela & prejudicial em retacto a esta; © “haverd relagio de prejudiciatidade de uma causa em relagéo a outra, quando o despacho daguela possa ser susceptivel de inutilizar os efeitos pretendidos nesta" (Ae. do 8.9.J, de 28.05.1991; B.M.J. 407.°: pag, 455) Esereve-se assim no aeérdio fundamento (Ac. Rela 20.05.2008): “O contetido do direito da marea em causa esté colocado em crise ea sua definigho © ambito perante a impugnacdo recursiva de que esté a ser objecto afigura-se-uos apenas poderd ser fixado registalmente perante a deciséo a » do Porto de 16 Ll KY SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA proferir no decurso do mesmo e com a ela, sendo entao definide como tal. Assim, é essa mesma decisdo prejudicial da presente, dado que com esta se visa precisamente como se referiu a execugéo ¢ respeito pelos direitos da Recorrente que nio se encontram definidos ¢ caracterizados na sua abrangéncia. Igualmente a decisto a proferir por forca dos outros aulos em que se peticiona a caducidade do mesmo registo cfectivado nos termos indicados pode prejudicar ou mesmo até determinar 0 nao prosseguimento dos presentes autos por impossibilidade superveniente da lide face & caréneia de objecto. Prosseguindo assinala: De facto, a simples possibilidade de se vir a verificar uma incompatibilidade de fundo entre julgados bern poderia postular a suspensdo da instincia, ao abrigo do preceituado no artigo 279.° n.° 1, segunda parte e assim sal hipdtese poder determinar ou corresponder “a outro motivo justificado” de tal disposigao legal 0 que & igualmente 0 caso dos autos a nosso ver. Sobre esta mesma problematica regista 0 acérdio recorrido: Como vimos, a declaragdo de caducidade, quando produzir ox seus efeitos operaré para 0 futuro. Tal circunstincia conduz a que nao seja apagato 0 periodo antecedente em que 0 registo vigorou, no que & marca n.* 366085 concerne; quanto ao logitipo n.° 5694 néo é considerado naquele process Assim, nito podemos dicer, que a decisdo final do proceso n° D3SLLITYLSB seja susceptivel de destruir o furdamento ou a ragdo deste process, Nem, propriamente, que aguela aceiio tem por objecto pretensito que constitu’ pressuposto da formulada nestes autos; nem mesmo que naquela causa se discute, em via principal, uma questio que é essencial para a decisio desta segunda ¢ que nito pode resolver-se aqui por via incidental, Sc a estas consideragdes acrescentarmos que a decisio da 1. instancia, validada pela Relacao, apoia a sua determinagio na circunstineia de a acgiio se Lundar ndo sd ua existéncia da marca em aprego mas também do logétipa e, ainda, por a causa estar de tal (forna adiantada que os prejuizos da suspensdo Superariam as vantagens da mesma, havemos de asseverat que as especificadas resolugdes tomadas, no acrdiio recorrido e no acérdio fundamento, se nao contradizem entre si, designadamente porque ajuizam questdes de dissemelhante panordmica juridica. Esta ponderagiio permite-nos concluir que, no se incluindo naquelas proposigdes - n° 1 do art.° 671. ¢ art? 629.°, n° 2, alinea d), ambos do C.P.Civil ~ esta decistio proferida no acérdao recorrido, segue-se que, porque esté vedado ao Supremo Tribunal a apreciagéio desta questio, tal € qual ¢ assim posta no presente recurso, dela néio podemos nem vamos conhecer. IV. A marca é também um sinal distintivo do comércio que se propée particularizar essencialmente produtes ou mercadorias © também. servigos, permitindo que, através delas, possam dis scies destes bens. ingui e as miltiplas e variadas A marca serve para distinguir produtos ou servicos e a abordagem da fungi distintiva é valida para produtos ou servigos. As marcas de produtos e servigas séo tipos de um mesmo conceito de marca (Luis M. Couto Goncalves; Fungo Distintiva da Marea; pg. 30) ¢, seja qual for a sua composigéo, a marca traduz-se sempre num nome ou sinal que 0 empresério apse nas mercadorias; hé-de ela ser dotada, para o bom desempenho da sua fungéo, de eficdcia ou capacidade distintiva, isto é, hé-de ser apropriada para diferencar 0 produto marcado de outros idénticos ou semethantes (Prof. Ferrer Cort Ligdes de Direito Comercial; 1965; I Volumne; pag. 332 ¢ 341). cia; Sendo a marca um sinal distintivo de mereadorias, produtos ou servigos, na sua designagaio ter-se-4 que ter em conta que, no entendimento dos prinefpios da novidade c/ou da especialidade que a hi-de nortear, a sua composi¢i confundi Zio nio pode se com outra anteriormente adoptada para o mesmo produto ou semelhante 1 gue a marca, atento o embate causado pelo significative e gradual favorecimento legal da protecgao publicitaria, no 6 sé um sinal distintivo do produto ou servigo, mas é um sinal com uma especial forca de venda (selling power); a marca é uma verdadeira qualidade do produto, a ponto de poder ser mais valiosa que 0 préprio bem que distingue (Luis M. Couto Gongalves; 0b. citada; pig. 115). Assinale-se que a marca s6 goza de protecc%io apés a efectivagio do seu revisto (art.’ 167.°, 2 1, do CPD), isto & o registo da marca & constitutivo deste direito, consubstanciado no poder que tem o seu titular de impedir que terceiros. sem © seu consentimento, usem na sua ectividade econdmica qualquer sinal déntico ou confundivel com essa marca, para produtos idénticos ou afins iqueles para os quais aguela foi registada, ou que, em consequéncia da 18 ae SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIGA identidade ou semelhanga entre os sinais ou da afinidade dos produtos ou sarvigos, erie no espirito do consumidor um risco de confusdo que compreenda 0 risco de associagao entre o sinal ¢ a marea. Servem estas consideragdes para podermos ilusirar quo importante é para 0 comerciante a expressdio da marca que entalha no seu produto de venda e quiio relevante 6 para ele a tutela que a lei Ihe concede, ao consagrar que nao podem existir no mercado mareas suscetiveis de serem confundidas pelo vulgar consumidor, pondo ao seu dispor os meios téenico-juridicos capazes de 0 colocarem a coberto de tais anomalias. V. “O erro na apreciagito dus provas e na fixagdo dos factos materials da causa néo pode ser objecta de recurso de revista, salvo havendo ofensa de uma disposi¢do expressa de lei que exija certa espécie de prova para a existéncia do facto ou que fixe a forca de determinade meio de prova” (n.°3 do artigo 6742 do atual C.P.Civil) Neste citcunstancialismo juridico-processual havemos de ter em conta que a decisdo proferida pelo tribunal recorrido quanto A matéria de facto nfo pode ser alterada, salvo 0 caso excepcional previsto no n.° 3 do artigo 674.° do atual C.P.Civil (n.° 2 do art.° 682.° do atual C.P.Civil). Quer isto dizer que, funcionando como tribunal de revista ©, por isso, excluido por regra da possibilidade de abordar questdes de facto, 0 Supremo Tribunal de Justiga 36 nos particularizados termos admitidos pelos niimeros 2 ¢ 3 do art. 682.° do C.P.Civil Ihe é permitida ingeréncia em materia de facto, ou seja, neste dominio s6 é admissivel a sua intervengio no campo da designada prova vinculada, isto é, quando a lei exige determinado tipo de prova para certas cireunstincias factuais ou quando atribui especifica forga probatéria a determinado meio probatério Nos termos do estatuido no art” 7°, n° 1 e 4 do C.P.Industrial, a prova dos direitos de propriedade industrial faz-se por meio de titulos, correspondentes as suas diversas modalidades; ¢ aos titulares dos direitos podem ser passados certificados de conteitdo anilogo ao do respectivo titulo, Motivado neste preceito legal, contesta o recorrente que a facticidade que integra os ntimeros 1., 2. e 3. do elenco dos factos provados postos na sentenga da I instneia, © acolhida no acérdao recorrido, se devem considerar “néo provados”, uma vez que a prova desses direitos de propriedade industrial nao foi feita por titulos de registo ow certificados de registo, como o teria de ser, 19 Vigorando neste aspeto © regime da prova legal e nio © da livre apreciagiio da prova, Sem ravao, todavia. A prova de que a autora ¢ titular do registo da marca nacional n.® 366085 hé- de estar formalmente demonstrada pelo modo proposto no art. 7°, n.° |e 4 do C.P.Andusteial Porém, este pressuposto, legalmente exigido para a prova daquele registo da marca, encontra-se plenamente satisfeito na ago; € 0 que, clara e ‘ndubitavelmente, se infere do certificado de registo da marca nacional n° 366085, documentado a fis. 11 e, igualmente, aceite pelas partes nos articulados como nao podia deixar de o ser: 1 - A autora é titular do registo da marca nacional n.° 366085, pedida em 13.08.2002 ¢ registada em 09.04.2003 (A factualidade assente); 2. Areferida marca destina-se a assinalar na classe 6 “Insignias de metal para Membros da ordem” (B factualidade assente); 3 - A mencionada marca € constitufda nos termos constantes de fs. 11, eujo teor se dé por integralmente reproduzido (C factualidade assente). E certo que dele também se depreende que, conforme o descrito nos artigos 2552 (a duracio do registo da marca é de 10 anos, contados a partir da respectiva concessdo, podendo embora ser indefinidamente renovado por iguais periodos) © alinea a) do art. 37.° (0s direitos de propriedade industrial caducam “expirado a seu prazo de duracdo”) do C.P Jadustrial, atenta a data do seu registo (09-04-2003), a validade do registo da marca ai consignado terminaria em 9-4-2013. Convenhamos, no entanto, que a presente demanda n&io compreende esta problematica (a da caducidade do registo), porquanto no foram dados os passos processualmente exigidos para que este objetivo pudesse ser apreciado ¢ julgado Como bem discorre 0 acérdao recorride, era 0 apelante, enquanto réu que, se quisesse prevalecer-se dos factos de que tal resultava os deveria ter trazido ao processo oportunamente, € néo somente agora, em alegacées de recurso, através de articulado superveniente, suscitando a questdo - 0 que ndo fess niio temos, pois, elementos que imponham a alteragde dos n’s 1 a3 da matéria de facto provada elencada na sentenga. et SUPREMO ‘TRIBUNAL DE JUSTICA Na verdade, nos termos do que descreve 0 art? 6112 do C.P.Civil (antigo art’ 663.° do C.P.Civil),® deve a sentenca atender a factos juridicos supervenientes, ou seja, deve considerar a alegagio de factos novos (que se produziram j4 depois da entrada da acgdio em juizo) que sejam constitulives, modificativos ou extintivos do direito. Sublinhemos, porém, que estes novos factos - parque sio factos e nao provas referentes a factos jé articulados - ocorridos durante a tramitagio da demanda, se nao constituirem factos notérios (art® 412. do C.P.Civil), hio-de ser trazidos & acgdo mediante articulados supervenientes (artigo 588° do C.P.Civil) ~ nao podem ser consideradas na sentenca os factos que, ocorridos embora depois de Proposta ou contestada a accdo, néo hajam sido alegados, mesmo que essa alegacdo se traduza na mera jungéo de documentos, conforme 0 permite 0 art.” 506.° do CP. Civil, seja porque a parte interessada nao cuidou de o fazer, Seja porque os factos se produziram apés 0 encerramento da discussito (Ae. STS de 3.111983, BMJ; 331.°-504). E se é certo que, @ semelhanca do que ocorre com os articuludos normais, que podem ser eficazmente substituidos por mera jungdo de documentos, também os articulados supervenientes o podem ser desile que a superveniéncia objectiva resulte do proprio documento (Ac. STJ de 07.03.1972; BMJ: 215° - 218)" O eventual direito de que 0 demandado/recorrente seja titular ha-de ser, assim, tratado num contexto processual fora da presente lide, como a este propésito bem elucida a Relagao, Nao pode, pois, pelas razées apontadas ~ desde logo, a compatibilizagio com 0 principio dispositive, implicando a impossibilidade de tomar em consideracdo, no julgamento da apelagao, situagoes factuais essenciais, ndo eportunamente alegadas pelas partes... - Ac. STS de 28.05.2015; Lopes do Rego (Relator); www.dgsi-pt. O preceituado no atual art.? 611.° do C.P.Civil (anterior art? 663.°) estabelece um principio de natureza adjectiva de modo a possibilitar que a sentenca tenha em consideraco os factos constitutives, modificativos ou extintivos do direito > artigo 65a ndibilidade dos factes juridicos supervenienies). 1 Sem wut da restric etabelsiisnirasdsposipes Ings somesdamcute quanto is eowdgoe cm que pee ser sitrada a taa de pti, deve 2 sentenea tomar acto os farts constistvos,nalificstnos ou estianvon de diveto gee ain ponterirnkte 8 ropesshed acpho de made quem deco errsjmla A siagay tens wo ee as atento da discos, 2. S6 sie, poréim atendives os fietos que, segue 6 divcito substantive spicvel, tam inaaca sobre + evsttacts cu conieido da rlagao ceatroveri. Ff Gemalto jriica relevant te nasctoow ae have ang dcurso do Drakes Leva em cinta para hte da contensgdo em eusta. de ovdu camo disposto nottign soe * Gado por Antunes Vareta; Manual de Process Civil nie. 336; nota 1). que se producam posteriormente & proposic&o da accéo, de modo a que a deciséo corresponda @ situagéo existente no momento do encerramento da discuss. Aquela destacada regra, enunciada em tais normatives do C.P.Civil, néio tem um uso absolutamente exequivel, isto é, nfo se aplica “nune et semper” a todas as circunstancias ai contempladas: ha-de ela compreender factos constitutivos, modificativos ou extintivos do direito, que se revelem durante a discussao da acgao, a serem precisados segundo o diteito substantive. Fstes mesmos factos t8m de estar integrados na causa de pedir, avangada pelo seu beneficidrio na acgao, sob pena de se operar uma ilicita alteragdo da causa de pedir - a aplicagao do disposto na parte final don.” 1, pressupde que as partes tragam esses factos ao processe (art." 659.” - 3) através de articulados supervenientes (artigos 506.° ¢ 507.') ou que eles sejam notérios (art.? S14."-1)s segundo Alberto dos Reis (RLJ, 84.° - 6 e segs.) 0 art.” 663.° niio pode ser aplicado por maneira a producir alteragoes na causa de pedir - Abilio Neto; Cédigo Civil Anotado (art. 663°). VI. i insustentavel, nos termos em que a Relacéio a ajuiza, a pretensiio do recorrente no sentido de que poderd ele, no futuro, usar a marca comunitéria n° 9131566, Lembramos este propésito, também, que os principios que orientam o nosso sistema juridico apontam no sentido de que os recursas visam a reestudo por um Tribunal Superior de questdes ja vistas e resolvidas pelo tribunal a quo ¢ nao a pronincia do Tribunal ad quem sobre questées novas, salvo nos casos em que se verifica matéria de conhecimento oficioso. endo ficado provado que réw/recorrente, sem 0 consentimento da autora, est a fabricar ¢ a utilizar os simbolos constituintes da marca e do logétipo registados da autora em diversos documentos, tais como diplomas, om medalhas ¢ bordando-os em mantos, actos que tém vindo a ser divulgados publicamente, que a utilizagio da marca © do logétipo é feita intencionalmente por todos os réus, outrossim, conhecedores dos registos da autora e que a atividade dos réus visa vender as medalhas, manios, diplomas ¢ loigas, tal como tém efectivamente vendido a terceiroy que depois as osieniam publicamente, esta envolvente facticidade torna eletiva a violagdo dos direitos privatives da antora, atingida pela utilizagdo ndo autorizada levada a cabo pelos réus, como ponderadamente ajuizou a Relacgio A revista no pode proceder a sd SUPREMO ‘TRIBUNAL DE JUSTICA Coneluindo: 1. Nos termos do que descreve o art.” 611.° do C.P.Civil (antigo art? 663.° do C.P.Civil) deve a sentenga atender a factos juridicos supervenientes, ou seja, deve considerar a alega¢3o de factos novos (que se produziram ja depois da entrada da aeg&o em juizo) que sejam constitutivos, modificativos ou extintivos do direito; sublinhemos, porém, que estes novos factos - porque sio factos ¢ ndo provas referentes a factos j4 articulados - ocorridos durante a tramitagio da demanda, se nao constituirem factos notorios (art.” 412.° do C.P.Civil), hao-de ser trazidos & acc&o mediante articulados supervenientes (artigo 588.° do C.P.Civil); 2. Tendo ficado provado que o réwrecorrente, sem o consentimento da autora, esta a fabricar ¢ a utilizar os simbolos constituintes da marca e do logotipo registados da autora, esta envolvente facticidade torna efetiva a violagio dos direitos privatives da autora, atingida pela utilizagao, nao autorizada, levada a cabo pelos réus. Polo exposto, nega-se a revista ¢ confirma-se 0 acbrdio recortido. Custas pelo recorrente, Supremo Tribunal de Justiga, 1 de outubro de 2015. ‘| Vo V@ardie. Tere ‘Bask

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