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EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

CADERNO DE
RESULTADOS
2004 | 2005 | 2006
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA
Projeto Paraná Biodiversidade: Cartilha Teórica, 2007.
1. Biodiversidade. 2. Solo 3. Recursos hídricos 4. Educação ambiental

Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos ................................ Lindsley da Silva Rasca Rodrigues
Assessora de Educação Ambiental .............................................................................................................. Rosa Riskalla
Gerente Geral - SEPL/UGP ....................................................................................................................... Erich Schaitza
Gerente Técnica - SEPL/UGP .................................................................................................. Gracie Abad Maximiano

FICHA TÉCNICA: Rosane Fontoura ................................................................... Coordenação | Socióloga


Adalberto N. de Almeida Camargo ....................................... Projeto Gráfico | Designer
Patricia Weckerlin e Silva ...................................................... Material Didático | Bióloga
Danielle Prim .................................................................................... Logística | Bióloga
Antônia Scwinden .............................................................................................. Revisão
Harvey E. Schlenker | Denis Ferreira Neto | Arquivo Emater-PR ...................... Fotografia

APOIO: Dennis Nogarolli M. Patrocínio ................................................................. Biólogo | IAP


Izabella Maria Swierczynski .................................................................. Geógrafa | SEPL
Leverci Silveira Filho .............................................................................. Biólogo | SEMA
Themis Piazzetta Marques ................................................ Engenheira Florestal | SEMA
Luiz Marcos Feitosa dos Santos ................................... Engenheiro Agrônomo | Emater
Márcia de Guadalupe Pires Tossulino ....................................................... Bióloga | IAP
Mariese Cargnin Muchailh .................................................... Engenheira Florestal | IAP
Mauro de Moura Britto ............................................................................. Biólogo | IAP
Paulo Roberto Castella .................................................. Engenheiro Agrônomo | SEMA

Capa:
Harvey E. Schlenker e J.
Carneiro
1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................00
2. CONCEITO DA BIODIVERSIDADE ..........................................................................00
3. VALOR DA BIODIVERSIDADE .................................................................................00

4. DISTRIBUIÇÃO DA BIODIVERSIDADE ....................................................................00


5. CORREDORES DA BIODIVERSIDADE .....................................................................00
6. BIODIVERSIDADE E SOLO .......................................................................................00

7. BIODIVERSIDADE E ÁGUA ...................................................................................... 00


8. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE ......................................................00
9. SOLUÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE .................................00

10. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...................................................................................... 00


11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................00
12. REFERÊNCIAS .........................................................................................................00

Floresta com Araucária. Foto:


Biodiversidade

Onça- Pintada | Foto: Denis F. Neto


1. APRESENTAÇÃO
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente

elaborou o presente trabalho com a participação de

técnicos da área de biologia, agronomia, pedagogia,

geografia, sociologia e engenharia florestal da

Secretaria do Estado do Planejamento e

Coordenação Geral (Sepl), Empresa Paranaense de

Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater),

Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e apoio da

Secretaria de Estado da Educação (Seed).

Este material didático promove o debate da

compatibilização da produção rural com a

conservação ambiental.

Lindsley da Silva Rasca Rodrigues


Secretário de Estado do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos

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CONCEITO DA BIODIVERSIDADE
2. BIODIVERSIDADE

O termo “diversidade biológica” foi criado por


Thomas Lovejoy em 1980. A partir daí, este novo
conceito foi utilizado por ambientalistas
preocupados com a natureza, alertando sobre a
rápida destruição dos recursos naturais. Em 1986,
a palavra “biodiversidade” foi utilizada no primeiro
fórum americano sobre diversidade biológica.
Tendo sido logo aceita, foi sugerida a substituição
da expressão “diversidade biológica” pelo
neologismo “biodiversidade”, que seria mais
eficaz em termos de comunicação.

A popularização do termo tornou-o logo evidente


durante a Conferência do Rio de Janeiro em 1992
(Rio-92), onde foi assinada a Convenção da
Diversidade Biológica – tratado este que tinha
como tema a conservação da biodiversidade, o
uso sustentável de seus componentes, a
distribuição justa e equilibrada de seus benefícios
e a utilização dos recursos genéticos, espécies e
ecossistemas.

A biodiversidade ou diversidade biológica, é a


variedade de vida na Terra. Ela é constituída pelas
variedades interespecíficas, entre espécies e de
ecossistemas. A biodiversidade também se refere
às relações complexas entre os seres vivos e entre
seres vivos e seu meio ambiente
Foto: Harvey E. Schlenker

Legenda
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Diversidade genética:

2. BIODIVERSIDADE
Diversidade que existe dentro da espécie; variedade de
diferentes tipos dos mesmos genes dentro das espécies.

Espécie: populações de
seres vivos com
características géneticas
comuns, que em
condições naturais
reproduzem-se gerando
descendentes férteis e
viáveis (IBGE, 2004).

Diversidade de espécies:
Diferentes tipos de organismos que vivem em uma comunidade/
ecossistema.

Diversidade do ecossistema:
Riqueza e complexidade de uma ou mais comunidades
(variedade de florestas, lagos, desertos, entre outros).

Acima: Amigos da
Biodiversidade
Ao meio: Ipê - amarelo/
branco/roxo
Embaixo: Floresta com
Araucária / Floresta
Estacional Semidecidual 7
VALOR DA BIODIVERSIDADE
3. VALOR DA BIODIVERSIDADE

A biodiversidade, ou a variedade de vida na Terra, é responsável


pela manutenção da vida em nosso planeta. A interação entre os seres
vivos e a oferta dos bens e serviços que sustentam a sociedade
humana e sua economia. Esses bens e serviços incluem alimentos,
medicamentos, água e ar limpo entre outros recursos naturais que
mantêm uma ampla variedade de atividades humanas e industriais,
que podem ser agricultura, silvicultura, exploração de minérios,
produtos farmacêuticos, lazer e outros (Gross, 2005).

Alguns bens e serviços ambientais decorrentes da biodiversidade


são: ecológicos, econômicos, estéticos e éticos.

Ecológico Econômicmo

Estético
Fotos: Macaco-prego /
apicultura / cachoeira /
aldeia indígena

Ético

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3. VALOR DA BIODIVERSIDADE
Ecológicos Econômicos

Conservação da diversidade de vida: a Atividades agrícolas e pecuárias:


variedade de espécies vivendo em seus possibilita a produção de alimentos.
diversos hábitats e ecossistemas influencia a Extrativismo: matéria-prima para indústria
produtividade e os serviços que a moveleira, construção civil, indústria de
biodiversidade oferece. cosméticos, farmacêutica, fonte de nutrição
Manutenção dos lagos e depósitos de e outros.
água subterrânea: a vegetação tem
Medicamentos naturais: utilização de
influência na estabilidade da vazão dos rios,
espécies in natura. Exemplos: açoita cavalo,
lagos e na manutenção do nível dos
utilizado contra úlceras, inflamações internas
reservatórios de águas subterrâneas.
e gripe, e espinheira-santa, para gastrite entre
Fornecimento de alimentos e abrigo (para outros.
fauna terrestre e aquática): muitos animais
Medicamentos: utilização do princípio ativo
utilizam as estruturas vegetais para dormir e
pela indústria farmacêutica. Exemplo: droga
fugir dos predadores.
ciclosporina derivada de um fungo, utilizada
Conservação e fertilidade do solo:
em transplantes cardíacos e renais.
bactérias, fungos, insetos, minhocas entre
Melhoramento do banco genético: busca
outros seres que vivem no solo são
importantes para manter a fertilidade do solo. de culturas e raças mais produtivas e
resistentes para a agropecuária.
Controle microclimático: as florestas
protegem o ambiente contra a incidência direta Indústria da biotecnologia: fonte de
da radiação solar e conservam a umidade do pesquisa para novos medicamentos.
ar, reduzindo as variações térmicas. Nas
áreas florestadas a temperatura ambiente Estéticos
varia muito pouco entre o dia e a noite (1,5 a
Lazer e ecoturismo: o contato com a
2°) e nas áreas desmatadas o intervalo chega
natureza nos proporciona prazer e bem-estar.
a 10°.
Controle biológico de pragas: é o controle
natural de pragas, realizado pelos próprios Éticos
animais. Cada espécie tem o direito de existir,
Reciclagem dos nutrientes: os beneficiando ou não a humanidade.
microrganismos, além de auxiliarem na Nenhuma espécie é independente, as
decomposição, fixam e disponibilizam os espécies necessitam uma das outras para
nutrientes ao meio. Algumas espécies de sobreviver.
fungos e bactérias podem degradar metais Na ausência de dados concretos científicos
pesados, pesticidas e esgotos. de efeitos danosos sobre o meio ambiente,
Polinização: os agentes polinizadores como devem ser tomadas precauções que evitem
insetos, aves e mamíferos são essenciais para este risco.
as plantas nativas e cultivadas, porque
auxiliam na fecundação.
Biotecnologia: significa
Dispersão de sementes: muitas espécies
qualquer aplicação
de plantas têm nos animais (aves e tecnológica que utiliza
mamíferos) os principais agentes dispersores sistemas biológicos,
para disseminação de sua espécie. organismos vivos, ou
seus derivados, para
Banco de genes (germoplasma): mediante fabricar ou modificar
a diversidade genética, é possível obter a produtos ou processos
adaptação das espécies, frente as para utilização específica
modificações climáticas e do ambiente. (IBGE,2004).

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DISTRIBUIÇÃO DA BIODIVERSIDADE
4. DISTRIBUIÇÃO

No planeta Terra encontramos diferentes ambientes que são


habitados por várias formas de vida. Dentre esses locais, muitos se
mantêm pouco conhecidos, a exemplo do solo, do fundo dos mares e
das copas das árvores das florestas tropicais, que abrigam variados
tipos de insetos, os quais quase nunca chegam ao chão (Wilson &
Peter, 1997).

Os cientistas acreditam que existem aproximadamente 10 milhões


de espécies. Destas espécies, 1.413.000 foi catalogado; sendo
751.000 insetos, 248.500 espécies de plantas, 69.000 fungos, 26.900
algas, 4.800 bactérias e formas similares, 1000 vírus, 30.800 protistas,
281.000 todos outros animais (Primack & Rodrigues, 2001).

As Florestas Tropicais cobrem 7% da superfície terrestre e detêm


entre 50% e 80% das espécies da biota mundial (Wilson & Peter, 1997).

Os países mais ricos em biodiversidade são denominados pela


organização Conservação Internacional (CI) “Países de
Megadiversidade”, termo este criado pelo primatólogo Russell Mittermeier.

Países com rica


Biodiversidade:

1º - Brasil
2º - Colômbia
3º - México
4º - Zaire
5º - Madagascar
6º - Indonésia Os 12 países megadiversos estão
10 distribuídos em quatro continentes.
3.1. Biodiversidade Brasileira

4. DISTRIBUIÇÃO
O Brasil apresenta a maior diversidade biológica dentre os 12 países
megadiversos (Wilson & Peter, 1997). Considera-se que o Brasil
possui de 15 a 20 % de toda a biodiversidade mundial e o maior
número de espécies endêmicas do globo. Foram catalogadas
aproximadamente 45 mil espécies de plantas superiores (22% do
total mundial), 524 de mamíferos (131 endêmicos), 517 anfíbios (294
endêmicos), 1.622 espécies de aves (191 endêmicas), 468 répteis
(172 endêmicos). Estima-se que haja cerca de 3.000 espécies de
peixes de água doce (Lewinson, T. M., 2002).

Segundo a Conservação Internacional (2000), no Brasil está


aproximadamente um terço das florestas tropicais do mundo, com
358 milhões de hectares, o que representa uma área maior do que a
Espécie endêmica:
encontrada em todo continente africano e asiático. Isso é possível em espécie animal ou
vegetal que ocorre
função da localização, geografia, dimensão, condições climáticas, somente em uma
estoque de água e extensão costeira. Os biomas brasileiros são: determinada área ou
região geográfica
Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. (IBGE,2004).

3.2. Biodiversidade Paranaense

O Estado do Paraná é formado por várias regiões fitogeográficas, Fitogeografia: Ramo da


Ecologia que se ocupa
resultantes de suas peculiaridades geomorfológicas, pedológicas e do estudo da
distribuição e das
climáticas. As florestas presentes no Estado pertencem a três tipos
relações existentes entre
principais: Floresta Ombrófila Densa (litoral e Serra do Mar), Floresta os vegetais e o meio
ambiente. IBGE 2004
Estacional Semidecidual (oeste e norte do Estado) e a Floresta com
Araucária (leste e sul da região dos planaltos). As três unidades
fitogeográficas estão englobadas no Bioma “Mata Atlântica” Existem
ainda outras formações não-florestais na área do Estado, entre elas
estão os campos, nas regiões de Ponta Grossa e Guarapuava, os
cerrados, restingas, mangues, várzeas, campos de altitude e
vegetação rupestre (Maack, 1981).

A biodiversidade paranaense apresenta uma rica variedade de


espécies: 10.000 espécies de borboletas e mariposas, 450 de
abelhas, 950 de peixes,160 de répteis, 770 de aves e 180 de
mamíferos (Mikich & Bérnils, 2004).

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Amazônia
4. DISTRIBUIÇÃO

É a maior floresta tropical, abrigando entre 10 e 15% da biodiversidade global, sendo


considerado o maior banco genético do planeta. Cobre 42% do território nacional, com uma
formação de paisagens com florestas, densa rede de drenagem, igapós e uma fauna
abundante (por exemplo: peixe-boi, boto, paca, araras, papagaios, cobras e variadas
espécies de peixes como tucunaré e pirarucu).

Cerrado
Cobre 28% do território nacional, apresentando uma
paisagem constituída por árvores e arbustos tortuosos. Em suas
regiões são encontrados canyons, chapadas, cachoeiras e rica
diversidade de animais (por exemplo: lobo-guará, onça-
pintada, tamanduá, carcará, ema e gavião).

Caatinga
É um bioma exclusivamente brasileiro e estudos
recentes relatam que há uma grande diversidade de
espécies endêmicas de alto valor para fins de conservação nesta
região. Em suas paisagens é encontrada uma vegetação arbustiva semidesértica que
perde as folhas na estação seca, entre elas estão a aroeira, juazeiro, xiquexique e uma
fauna variada (por exemplo: cascavel, jibóia, gambá e veado catingueiro).

Pantanal
É a maior planície inundável do planeta, onde os rios da bacia do Rio Paraguai extravasam
suas águas nos meses mais secos, muitas regiões ainda permanecem alagadas, dando origem
a pequenas lagoas entremeadas por terras firmes. Possui plantas típicas de brejo, vegetação
típica do cerrado, de campo, de floresta e uma fauna diversificada (por exemplo: veados,
macacos, araras, jaburu, capivaras e jacarés).

Mata Atlântica
O bioma Mata Atlântica envolve variados ecossistemas: Floresta Ombrófila Densa, Floresta
Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual e em algumas
áreas existem fragmentos de cerrado, campos e campos de altitude. Também estão
compreendidos Manguezais, Restingas, Praias e Ilhas Litorâneas. Ocorre uma grande
diversidade de espécies, tais como: onças, micos, papagaios, tamanduás, golfinhos, lagartos,
ostras, entre outros.

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Pampa

4. DISTRIBUIÇÃO
Na Região Sul, no Estado do Rio Grande Sul, são encontrados
os pampas, regiões de campos em áreas planas com a presença
de arbustos. Em áreas de vegetação úmida, encontram-se os
banhados. Também existem os campos situados em áreas de
transição com o domínio de araucárias e espécies associadas da
flora e fauna (por exemplo: marrecos, garças, capivara, veados e
lontras).

Fonte mapa: Ibge, 2003 | Ilustração: Adalberto Camargo


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14
5. FLORA

Flora
Pinha | Foto: J. Carneiro
5. FLORA
Floresta com Araucária

As florestas são uma das maiores expressões da biodiversidade


e propiciam o equilíbrio ecológico e climático que sustentam a vida
no Planeta. O Projeto Paraná Biodiversidade atua em duas regiões
fitogeograficas: Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional
Semidecidual, sendo consideradas importantes áreas de
representatividade da biodiversidade.

Floresta Ombrófila Mista - Floresta com Araucária

Originalmente, a Floresta com Araucária ocupou 49,8% de todo Espécies associadas:


• imbuia,
Paraná, sendo a maior área de abrangência de Floresta com Araucária • pinheiro-bravo,
na Região Sul do Brasil. Segundo Leite & Klein (1990), a Floresta • canela-sassafrás,
• ipê amarelo,
com Araucária é composta de 352 espécies, das quais 13,3% são • cedro,
• bracatinga,
exclusivas desta região. Localizam-se em regiões serranas e planaltos,
• canela-guaiacá,
entre as altitudes de 500 a 1.500 metros, podendo chegar até os 2.300 • erva-mate, entre
outras.
metros acima do nível do mar.

A Araucária ou pinheiro-do-paraná é uma planta dióica, com


árvores masculinas e femininas, pode variar de 30 a 50 metros altura.
As árvores jovens apresentam a copa em forma de cone, as adultas,
em forma de guarda-chuva e quando se tornam senis, a forma é de
uma taça. Esta espécie pode viver em média entre 200 e 300 anos.

O vento é o agente polinizador, responsável pelo transporte do pólen


da flor masculina da araucária para a feminina. Este processo ocorre
entre os meses de agosto e outubro.
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5. FLORA

Floresta Estacional Semidecidual

Floresta Estacional Semidecidual

Este tipo de vegetação recebe este nome porque entre 20 e 50%


das árvores caducifólias neste conjunto florestal perdem suas folhas
em função da ação de fatores climáticos: verões quentes e chuvosos
e invernos frios e secos.

Fragmentos florestais: Originalmente essa floresta ocupou 37,6% de todo o Estado do


qualquer área de
floresta nativa, sem
Paraná, mas hoje restam dela apenas fragmentos florestais; o maior
conexão com áreas e mais significativo é o Parque Nacional do Iguaçu, com mais de 185.000
florestais vizinhas,
separados destas por ha de Floresta Estacional Semidecidual. Segundo Leite & Klein (1990),
áreas agrícolas,
pastagens, florestas
foram catalogadas 213 espécies arbóreas na região da Floresta
comerciais de espécies Estacional Semidecidual, sendo 20% exclusivas da região. Algumas
exóticas ou mesmo áreas
urbanas (MMA, 2003). espécies encontradas são: peroba, ipê-roxo, pau-d’alho, pau-marfim,
canafístula, louro-pardo, grápia, palmito, cabreúva, guabiroba, figueira,
pitanga, xaxim bugio, entre outras.

A altitude de ocorrência desta floresta pode variar de 400 a 500 metros


nas regiões norte, oeste, sudoeste do Paraná e entre 400 e 1.500 metros
nas regiões norte e oeste, próximo às áreas de transição com a Floresta
Ombrófila Mista.

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5. FLORA

Macaco-prego | Foto: Harvey E. Schlenker


Fauna 17
Fauna
6. FAUNA

A fauna representa um importante papel na manutenção do equilíbrio


ecológico como controladores de população, biondicadores,
recicladores, polinizadores e dispersores de sementes.

Controladores de população

Alguns exemplos dos principais predadores responsáveis pelo


controle das populações são: onças, iraras e gaviões, que estão no
topo da cadeia alimentar.

As cadeias alimentares são níveis de alimentação encontrados em


todas as comunidades de seres vivos, ou seja, seres de um nível se
alimentam dos membros do nível abaixo e são consumidos por aqueles
do nível acima, para que haja equilíbrio entre as populações de
espécies e elas não aumentem demais (SEMA 2006); da mesma forma
doenças e parasitas têm sua função na cadeia alimentar, controlando
o crescimento das populações.

Recicladores

No nível trófico dos decompositores, além dos fungos e bactérias,


os insetos são importantes recicladores de nutrientes da floresta.
Algumas larvas alimentam-se de matéria morta e existem os animais
carniceiros como o urubu.

Bioindicadores

A qualidade dos ecossistemas pode determinar a presença de


certas espécies de animais que são considerados bioindicadores e
podem ser aliados importantes do ser humano como indicadores
ambientais das várias modificações ocorridas no meio ambiente
(Hammes, 2002).

Alguns mamíferos precisam de uma grande área para sobreviver.


O puma precisa de cerca de 3.200 ha, dependendo do ambiente em
que vive, disponibilidade de alimento e se a fêmea está criando e
alimentando seus filhotes e a anta necessita de 200 ha (Mikich &
18 Bérnils, 2004).
6. FAUNA
Reduzindo a área de que cada animal necessita, esses animais
podem desaparecer ou são obrigados a deslocar-se para outras
áreas, atacando criações. A sua presença torna-se um fator indicador
da qualidade dos hábitats locais, porque são consideradas espécies
situadas no topo de cadeia alimentar no caso do puma, ou por
necessitar de ambientes em bom estado de conservação como ocorre
com a anta.

Segundo Sick (1984), algumas espécies de aves, que pertencem


ao topo da cadeia alimentar, como a Harpia harpyja são importantes Bioindicadores: são
seres vivos cuja presença
bioindicadoras da qualidade ambiental.
em um determinado
ambiente indica a
As formigas de correição ou caçadoras não sobrevivem em existência de
florestas muito fragmentadas ou em pequenas áreas florestadas, este modificações de
natureza biológica, física
processo pode prejudicar diversas espécies de aves, que se ou química. (IBGE, 2004).
alimentam dos animais que fogem da aproximação das formigas
(Hammes, 2002).

19
POLINIZAÇÃO
6. FAUNA

Muitas plantas possuem atrativos para chamar atenção de seus


agentes polinizadores, como flores com cor, odor, pólen, néctar, cera
ou óleo. Existem alguns insetos que podem ser atraídos pela flor por
meio da cor e odor, mesmo que este não seja agradável aos humanos.
Há flores com cheiro de carne podre, atraente para as moscas, como,
por exemplo, as da planta exótica Raflesia. Entre os principais agentes
polinizadores, além dos insetos como as abelhas, borboletas, vespas
e besouros, estão os pássaros e morcegos.

TIPOS DE POLINIZAÇÃO
Anemofilia vento
Hidrofilia água
Entomofilia insetos
Ornitofilia aves
Quiropterofilia morcegos

DISPERSÃO

Os insetos, as aves e os mamíferos são excelentes dispersores de


sementes, sendo importantes na regeneração, recuperação dos
ambientes florestais.

TIPOS DE DISPERSÃO
Espécie
Anemocoria (vento)
Autocoria (abertura do fruto)
Baracocoria (gravidade)
Hidrocoria (água)
Quiroptocoria (morcegos)
Mamalocoria (mamíferos)
Ornicoria (aves)
Fonte: Hammes, 2002.

20 Borboletas | Foto: Denis F. Neto


4. CORREDORES DE BIODIVERSIDADE

7. CORREDORES DE BIODIVERSIDADE
Corredor de Biodiversidade: de acordo A formação dos corredores de biodiver-
com a concepção do Projeto Paraná sidade pode proporcionar os seguintes
Biodiversidade é uma área com extensão e benefícios:
largura variáveis que compreende um
mosaico de uso da terra formado por Integração de remanescentes florestais:
fragmentos de vegetação natural, agricultura, a conexão entre fragmentos isolados permite o
pecuária ou outro uso, gerenciada de forma aumento dos fluxos biológicos de fauna e flora
integrada para garantir a conservação da e conseqüentemente o aumento da
biodiversidade. Muitas espécies frugívoras
biodiversidade.
passam a transitar de um fragmento para outro
Os critérios para a definição dos e são importantes dispersoras de sementes.
corredores, a serem implantados pelo Projeto Controle da erosão: o aumento de vegetação
Paraná Biodiversidade, tiveram por base a reduz o impacto da chuva no solo e os efeitos
de enxurrada acarretando a erosão e o
análise das regiões existentes, cuja presença
empobrecimento do solo.
de espécies-chave, animais e vegetais, fosse
Recarga hídrica: proporciona melhor
significativa para a biodiversidade local,
absorção da água da chuva pelo solo, evitando
regional e global. o rebaixamento do lençol freático, mantendo os
níveis dos rios.
Manutenção de micro-clima: a vegetação
auxilia a manutenção da estabilidade térmica.
Embelezamento das paisagens locais:
proporcionam lugares de recreação e lazer,
além de causar uma sensação de harmonia e
bem-estar.

Corredor de Santa Maria, PR. 21


7. CORREDORES DE BIODIVERSIDADE
A figura a seguir representa a formação dos corredores da
biodiversidade por meio da conexão da mata ciliar, que é a vegetação
existente nas margens dos rios, dos lagos, das represas, dos córregos
e das nascentes.

Zona de O corredor da biodiversidade interliga os fragmentos florestais


amortecimento: são as
áreas circundantes das representados pela mata ciliar, reserva legal, ou qualquer área de
Unidades de
Conservação, onde as floresta vizinha, localizadas próximas às áreas agrícolas, pastagens,
atividades humanas florestas comerciais de espécies exóticas ou mesmo áreas urbanas.
estão sujeitas a normas e
restrições específicas,
com o propósito de
minimizar os impactos
MATAS CILIARES
negativos sobre a
unidade.
Os corredores podem ser formados através das matas ciliares
interligando as unidades de conservação a outros fragmentos
florestais.

Mata Ciliar.
22
7. CORREDORES DE BIODIVERSIDADE
A preservação da Mata Ciliar é importante, por inúmeras razões,
as principais são:

Reter/filtrar resíduos de agrotóxicos, evitando a poluição dos


cursos d’água.
Proteger contra o assoreamento dos rios, evitando enchentes.
Formar corredores de biodiversidade.
Recuperar a biodiversidade nos rios e áreas ciliares.
Conservar o solo.
Auxiliar no controle biológico da fauna, inclusive das pragas.
Equilibrar o clima.
Melhorar a qualidade do ar, água e solo.
Manter a harmonia da paisagem.

CORREDOR ARAUCÁRIA

O Corredor Araucária está situado na região da Floresta Ombrófila


Mista (Floresta com Araucária). Juntamente com a Araucária,
encontramos outras espécies, tais como: bracatinga, canela-guaicá,
cedro, erva-mate e imbuia.

A fauna local exerce importante papel na disseminação da Araucária


por meio da dispersão das sementes (pinhão). Esta
fauna é representada pelo bugio-ruivo, capivara,
cateto, curió, gato-do-mato-pequeno,
lontra, papagaio-de-peito-roxo, saíra-
sete-cores, tamanduá-de-colete,
veado-virá, entre outros.

23
CORREDOR IGUAÇU P
IGUAÇU ARANÁ
PARANÁ
7. CORREDORES DE BIODIVERSIDADE

No Corredor Iguaçu-Paraná
situa-se uma área de transição
das duas regiões: Floresta
Ombrófila Mista e Floresta
Estacional Semidecidual. Principais
elementos da flora:pau-marfim,
alecrim, feijão-cru, guajuvira,
cedro, canelas, jerivá, fumo-bravo,
capororoca, mamica-de-porca,
canafístula, angico-vermelho, xaxim,
pinheiro, cabreúva, grápia, palmito e
peroba. Principais elementos da fauna: juruva, formigueiro-de-
asa-vermelha, mosqueterinho, tié-tinga, bico-de-pimenta,
papagaio-do-peito-roxo, macuco, urubu-rei, pica-pau-de-cara-amarela, inambu,
tucano, canário-da-terra, jacu, azulão, macuco, onça, cuíca, tamanduá, morcego, bugio,
cateto, veado, cutia, paca, tapiti, cisqueiro, capivara, irara, jaguatirica, quati, queixada
e puma.

CORREDOR CAIUÁ-ILHA GRANDE

O Corredor Caiuá-Ilha Grande situa-se na


Floresta Estacional Semidecidual abrangendo
as ilhas e várzeas do Rio Paraná,
representa um ambiente com rica
biodiversidade de espécies aquáticas
entre outras. Principais elementos da
flora: figueira, amendoim, guarita,
cedro, canafístula, pau-óleo,
capixingui, canelinha, jaracatiá,
louro, angico, canjarana, rabo-de-bugio, tápia,
embaúba, sapuva, guabiroba, ipê-roxo, peroba,
pitanga. Principais elementos da fauna: garça-cinza,
garça vaqueira, perdiz, coleira, jacu, papagaios, tatu,
lontra , anta, ariranha, onça-pintada, urubu-rei, puma,
tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, macaco-prego,
24 lontra, veado e gato-do-mato.
8. BIODIVERSIDADE E SOLO

8. BIODIVERSIDADE E SOLO
O solo é a camada mais fina da crosta terrestre, sendo a base
para o desenvolvimento da vida. O solo é originado pela ação de
agentes intempéricos (ventos, chuvas, gelo, variação de temperatura
e organismos) na rocha matriz, seguido de um processo de formação
em determinado relevo ao longo do tempo. Os solos podem variar
conforme sua origem, natureza e composição relativa à quantidade
de materiais minerais e matéria orgânica.

Além das plantas, existem outras formas de vidas que habitam o


solo, como animais (cupins, formigas, minhocas, besouros, colêmbolos,
tatuzinhos, ácaros, aranhas e centopéias) e os microrganismos
(bactérias, protozoários, algas e fungos), que realizam uma série de
processos relacionados à circulação do ar, infiltração da água, produção
de húmus, mobilização de nutrientes, estruturação e formação do solo;
daí porque o solo é considerado um “sistema vivo”.
SOLO
Existe uma inter-relação entre a vida no solo, por exemplo muitos
organismos contribuem para a estrutura granulosa estável à água,
liberação de enzimas excretadas, contribuindo para nutrição das
plantas, estimulando o crescimento de plantas de culturas (Primavesi,
2002). Em função dessa inter-relação, a extinção de uma espécie
pode ocasionar a perda de várias espécies e proliferação de outras,
gerando um desequilíbrio do ecossistema natural. Quanto maior a
variedade de espécies de plantas no cultivo, mais microrganismos
existirão no solo, por esse motivo é recomendado a diversidade de
cultivo em lugar da monocultura.

Podemos considerar também que o clima e o tipo de vegetação


são fatores que influenciam a inter-relação entre a vida e o solo. Dessa
relação surge a possibilidade de alguns seres vivos serem utilizados
como bioindicadores, que são excelentes sinalizadores do excesso
ou carência de alguns elementos ou nutrientes. Os bioindicadores
podem aparecer em determinada cultura, em quantidade proporcional
ao desequilíbrio, podendo ser animais, insetos, vegetais, fungos,
bactérias e vírus.

25
8. BIODIVERSIDADE E SOLO
Alguns bioindicadores são bioacumuladores, pois denunciam a
presença de substância tóxicas, acumulando-as.

ORGANISMOS SINALIZADORES INDICADORES


Ausência de abelhas Resíduos de agrotóxicos
Capim-sapé Ph baixo do solo
Excesso de umidade no inverno
Carqueja
e falta de umidade no verão
Cigarrinhas Poucos animais no lote e pasto alto e úmido
Guaxuma Laje superficial
Poucos pássaros predadores (o que também
Infestação aranha pode significar excesso de agrotóxicos,
local pouco sombreado)

Excesso de matéria orgânica em decomposição


Excesso de moscas e larvas
sem devida cobertura.
Poucos predadores (aves), excesso de
Muito carrapato
sombreamento (umidade) e pasto muito alto.
Nabo-bravo Carência de boro e manganês
Samambaia Excesso de alumínio
Tiririca Laje dura
Fonte:Hammes,V.2002.vol.4

Composição do solo

Os solos podem variar conforme sua origem, natureza e composição


relativa à quantidade de materiais minerais e matéria orgânica. O solo
geralmente é composto por 45% de substâncias minerais (areia,
argila, silte), 25% de ar, 25% de água e 5 % de matéria orgânica
(restos de animais e plantas).

PRINCIPAIS FUNÇÕES DO SOLO


Função biológica
O solo abriga numerosas espécies vegetais e animais. Numerosos ciclos
biogeoquímicos (água, carbono e nitrogênio) ocorrem no solo, que é parte integrante
de numerosos ecossistemas.
Função alimentar
O solo contém pequenas quantidades de elementos minerais (ferro, cálcio,
magnésio e outros) e de matéria orgânica, além de água e ar, necessários à vida
das plantas e dos animais. Quando nos alimentamos com vegetais ou animais
estamos ingerindo esses elementos vindos do solo que são essenciais à nossa
saúde.
Função de filtro
O solo é poroso, assim a água proveniente da chuva pode atravessá-lo. Ao
percorrer esse caminho até a água subsuperficial e subterrânea, a água vai
agregando outros elementos, por meio de processos físicos, químicos e biológicos.
Função material
O solo é suporte para as atividades agrícolas, construções, estradas, casas e
outras.
Fonte: Hammes, V. 2002.vol.3

26
Solo e Agricultura

8. BIODIVERSIDADE E SOLO
O solo é fonte de recursos naturais para agricultura. Com o “Para formar os 30 cm
de solo agrícola no qual
crescimento populacional mundial e a conseqüente necessidade de trabalhamos, a natureza
levou, em média, 12.000
aumento da produção de alimentos, cada vez mais se utilizam grandes anos” (Hamerschmidt,
áreas terrestres para atividades agrossilvipastoris. 2005).

Para aumentar a produção, a agricultura passou a fazer uso intensivo


de máquinas e tratores agrícolas, monocultura, irrigação, aplicação
de fertilizante sintético, controle químico de pragas e doenças
(agrotóxicos), sementes melhoradas e corretivas de solo. Todas estas
práticas quando usadas irracionalmente causam danos ambientais.

Entre os danos ambientais associados a essa irracionalidade estão:


a contaminação da água, do ar, do solo e do homem; a destruição de
ambientes frágeis levando conseqüentemente à perda da
biodiversidade.

Paisagem | Foto: J. Carneiro 27


Produção Rural e Conservação da Biodiversidade
8. BIODIVERSIDADE E SOLO

O Paraná é o principal estado agrícola do país, responsável pela produção de grãos


(milho, trigo, feijão e soja), ocupando o ranking nacional:
• 1º produtor de casulo de seda,
• 2º produtor de soja e frango,
• 3º produtor de mandioca e suíno,
• 4º produtor de café e leite.
Fonte: SEAB, março 2007.

28
8. BIODIVERSIDADE E SOLO

29
Produção rural | Fotos: arquivo EMATER
Práticas Conservacionistas
8. BIODIVERSIDADE E SOLO

As práticas conservacionistas são alternativas para conservação


do solo e da água. A seguir, as principais práticas incentivadas pelo
Projeto Paraná Biodiversidade:

Práticas Mecânicas

Decompositores: Técnicas utilizadas para diminuir a velocidade da água que causa


microrganismos (fungos
ou bactérias) que erosão (quando não há a cobertura vegetal, ou ela é deficiente) do
realizam a
decomposição da solo. As mais utilizadas são: terraceamento, plantio em contorno e
matéria orgânica, ou curva de nível.
seja, eles contribuem
para que os organismos
Terraceamento: prática mecânica de conservação de solo,
mortos (inclusive
plantas, animais e seres constituída de camalhão e canal, visando, além de interceptar a água
humanos se
desintegrem de enxurrada, em casos de muito volume, também conduzir o excesso
(SEMA,2006).
pelo canal, sem causar erosão e perda do solo.
Plantio em contorno: plantio que consiste em dispor as fileiras
das plantas e preparar todas as operações de cultivo no sentido
transversal a pendente do terreno, por meio de curvas de nível ou linhas
de contorno.
Curva de nível: linha que se apresenta em um mapa ou carta,
destinada a retratar matematicamente uma forma de relevo, unindo
todos os pontos de igual altitude em relação à uma superfície de
referência, em geral o nível médio do mar.

Terraceamento.
30
Práticas Vegetativas

8. BIODIVERSIDADE E SOLO
Técnicas utilizadas para diminuir a velocidade da água e melhorar as condições químicas
e físicas do solo. As práticas vegetativas mais recomendadas pelo Projeto são: plantio direto,
cobertura vegetal, rotação de cultura, adubação verde e quebra vento.

Plantio direto: sistema de semeadura, no qual a semente é colocada diretamente no solo


não revolvido, com a utilização de máquinas especiais. É aberto um pequeno sulco ou cova, com
profundidade e larguras suficientes para garantir uma boa cobertura e contato da semente com o
solo, sendo que não mais do que 25% a 30% da superfície do solo são preparados.
Cobertura vegetal: camada constituída de plantas vivas sobre a superfície do solo, que
tem como função a proteção do solo contra a erosão.
Rotação de cultura: sistema de plantio que consiste em alternar em um mesmo terreno
diferentes culturas em uma seqüência de acordo com um plano definido. A escolha das culturas
que deverão entrar em rotação deve levar em conta diversos fatores, tais como condições do
solo, topografia, clima, dentre outros.
Adubação verde: técnica agrícola utilizada para elevar o conteúdo de matéria orgânica
no solo. As plantas que apresentam crescimento rápido são cortadas jovens, ainda verdes e
incorporadas ao solo, promovendo seu enriquecimento pela ação de microrganismos
decompositores, aumentando a capacidade de reter fertilizantes e manter a umidade do solo.
Devem ser preferidas aquelas da família das leguminosas, que, além da matéria orgânica,
incorporam ainda nitrogênio ao solo.
Quebra-vento: método que consiste em estabelecer uma barreira densa de árvores,
colocadas a intervalos regulares no terreno, em regiões sujeitas a fortes ventos, de modo a
formarem anteparos contra os ventos dominantes, impedindo desta forma a erosão eólica. Os
mais eficientes são aqueles que possuem diferentes espécies de plantas, com as de menor
porte colocadas na frente, com o aumento gradual do tamanho.

Plantio direto. 31
Degradação do solo
8. BIODIVERSIDADE E SOLO

O mau uso e o manejo do solo sem a utilização de técnicas


adequadas ao tipo de solo e topografia geram a degradação
ambiental (esgotamento do solo), levando à desertificação e ao
abandono destas áreas por terem se tornado inapropriadas. Isso pode
acontecer em função do uso e da ocupação inadequados do solo e
da utilização intensiva de insumos por meio da adubação química e
agrotóxicos.

Os principais problemas ambientais gerados são:

compactação, empobrecimento e salinização do solo, devido à


mecanização excessiva;
perda de nutrientes, eliminação da microfauna – pequenos
animais, insetos, fungos e bactérias – e perda de matéria
orgânica, por queimadas;
eliminação de inimigos naturais e aparecimento de pragas
resistentes, devido ao aumento da dose de adubos e pesticidas,
elevando o custo da produção;
diminuição da biodiversidade, ocasionando extinção de algumas
espécies animais, da diversidade vegetal; introdução de espécies
exóticas;
erosão e assoreamento dos cursos e nascentes d’água;
contaminação química e biológica das águas superficiais e
subterrâneas;
poluição das águas e do ar;
lixo tóxico e
desequilíbrio climático.

Erosão.
32
Práticas apoiadas pelo Projeto Paraná

8. BIODIVERSIDADE E SOLO
Biodiversidade

São apresentadas a seguir sugestões de algumas técnicas agrícolas


menos impactantes, para o uso sustentável da biodiversidade. Tais
como: restabelecimento da biodiversidade e da paisagem,
racionalização do uso de insumo e otimização do solo agrícola.

Restabelecimento da biodiversidade

retorno de plantas e animais funcionais;


reequilíbrio das populações e;
melhoria das condições ecológicas nos ecossistema.

Restabelecimento da paisagem

recuperação de matas ciliares e reserva legal;


implementação dos corredores e enriquecimento dos
remanescentes florestais;
instalação de bebedouros, que são utilizados as matas ciliares,
na dessendentação (matar a sede) dos animais, evitando que
eles tenham acesso aos mananciais naturais.

Racionalização no uso de insumos

diminuição do uso de adubos químicos e utilização racional de Biocida: substância


biocidas; química de origem
natural ou sintética que
controle biológicos de pragas, manejo de pragas, plantas é utilizada para controlar
daninhas e doenças; ou mesmo eliminar
cultivo de espécies e variedades menos suscetíveis; organismos vivos
adequação de resíduos – embalagens e; considerados nocivos à
construção de abastecedouros comunitários que evita o uso de rios, atividades ou saúde
humana (SEMA,2006).
córregos, várzeas, sendo utilizados diretamente para coleta de água.

Otimização do uso do solo agrícola

adoção de algumas práticas de recuperação e conservação do


solo;
manejo e aptidão do solo e;
planejamento da propriedade e adoção de modelo de produção
sustentável, com visão agroecológica.

As práticas acima visam a compatibilização rural com a


conservação ambiental, alternativas menos impactantes que podem
ser implementadas nas propriedades rurais.

33
8. BIODIVERSIDADE E SOLO
Segundo Hamerschmidt (2005), para sanar este Agricultura integrada
problema, novos sistemas alternativos de produção Um sistema de exploração
agrícola podem ser adotados com enfoque ecológico, agrária que produz alimentos e
visando conciliar produção, qualidade, ambiente e lucro. outros produtos de qualidade,
minimizando o uso dos insumos.
Agricultura biológica

○ ○
Destaca-se pelo controle biológico,

○ ○
○ ○
manejo integrado de pragas e doenças e



pela teoria da trofobiose. Esta agricultura

○ ○


○ ○
reforça o uso da adubação orgânica e


○ ○

demais técnicas biológicas.



○ ○

○ ○


○ ○

Permacultura




○ ○
Procura criar agroecossistemas


○ ○

sustentáveis mediante a simulação dos

○ ○


ecossistemas naturais, priorizando culturas



○ ○


perenes, em especial as árvores. ○


○ ○




○ ○


○ ○
○ ○


○ ○

○ ○

○ ○

○ ○


○ ○


○ ○
○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Agricultura conservacionista

Contempla o plantio direto na palha; a cobertura


permanente do solo; o manejo integrado de pragas, de
doenças e de ervas daninhas; o uso do solo conforme
aptidão das terras e a adoção de práticas
complementares de controle da erosão e da poluição.

34
8. BIODIVERSIDADE E SOLO
○ ○ ○ Agroecologia

Tem como base uma abordagem que


○ ○ ○

integra os princípios agronômicos,


○ ○ ○ ○ ○ ○

ecológicos e socioeconômicos, utilizando


o agroecossistema como unidade de
○ ○ ○ ○ ○ ○

estudo e trabalho.

Agricultura natural
○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○
Preconiza a menor alteração possível no funcionamento
○ ○

natural dos ecossistemas e utiliza microrganismos


○ ○

benéficos à produção vegetal e animal, conhecidos


○ ○ ○
○ ○

pela sigla EM (microrganismos eficazes).


○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○
○ ○

Agricultura alternativa


○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○


Agricultura alternativa, regenerativa ou



○ ○


sustentável: são outras denominações que se



○ ○



○ ○ ○ ○ ○

assemelham do ponto de vista técnico, em uma



○ ○



ou outra categoria mencionada.



○ ○





○ Agricultura biodinâmica





○ Aplica todos os princípios da




○ agricultura orgânica acrescidos de


preparados dinzmiados como
homeopatia agrícola.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Agricultura orgânica Trofobiose: teoria que


explica que o aumento
Tem como base a manutenção da de pragas ou
desequilíbrio biológicos
fertilidade do solo e da sanidade nos agroecossistemas é
baseado no equilíbrio
geral da planta, por meio da
nutricional das plantas
adubação orgânica e diversificação (HAMERSCHMIDT, 2005).

e rotação de culturas.

35
36
9. BIODIVERSIDADE E A ÁGUA
6 . ÁGUA E BIODIVERSIDADE

9. BIODIVERSIDADE E A ÁGUA
A água é um bem precioso indispensável a todos os seres vivos; é
um elemento básico e necessário na maioria das atividades humanas,
pois utilizamos intensamente a água em nosso dia-a-dia. A água atua
no metabolismo dos seres vivos e também é importante para os
ecossistemas e na composição dos solos.

Os seres vivos precisam de água para realizar seus processos


vitais. Tanto as plantas como os animais e o ser humano precisam
absorver as substâncias alimentares que ingerem e é a água que
auxilia na dissolução desses nutrientes, levando-as a todas as partes
do organismo (Cruz, 2001). A água também é responsável pela
manutenção da temperatura corporal.

A água é essencial na produção de energia elétrica, limpeza das


cidades, construção de obras, combate a incêndios e irrigação de
jardins, entre outros. As indústrias a utilizam como matéria-prima, ou
remoção de impurezas, geração de vapor e refrigeração. A agricultura
é a que mais consome água, cerca de 70% de água captada (IDEC,
2005).

Na biosfera a água é a substância mais abundante. Pode estar em


seus diferentes estados nos oceanos, rios e lagos, nas calotas polares
e geleiras, no ar e no subsolo. A água dos oceanos representa cerca
de 97% do total disponível no planeta. Do restante, aproximadamente
2% está na forma de gelo e atmosfera e a água doce representa
apenas 1% sendo disponível para uso.

Água Rio Paraná.


37
Classificação das Águas
9. BIODIVERSIDADE E A ÁGUA

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA - estabelece a


seguinte classificação das águas, para defesa de seus níveis de
qualidade:
Águas destinadas

I – Classe Especial:
a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

II - Classe 1:
a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho);
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvam rentes ao solo e que são ingeridas cruas sem remoção de película;
e) à criação natural e(ou) intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à
alimentação humana.

III - Classe 2:
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho);
d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas;
e) à criação natural e (ou) intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à
alimentação humana;

IV - Classe 3:
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à dessedentação de animais.

V - Classe 4 4:
a) à navegação:
b) à harmonia paisagística;
c) aos usos menos exigentes.
Águas Salinas

VI - Classe 5:
a) à recreação de contato primário;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à criação natural e (ou) intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à
alimentação humana.

VII - Classe 6:
a) à navegação comercial;
b) à harmonia paisagística;
c) à recreação de contato secundário.
Águas Salobras

VII – Classe 7:
a) à recreação de contato primário;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à criação natural e (ou) intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à
alimentação humana.

IX – Classe 8:
a)à navegação comercial;
b)à harmonia paisagística;
c) à recreação de contato secundário.
38
Bacias Hidrográficas

9. BIODIVERSIDADE E A ÁGUA
Uma região compreendida entre divisores de água, na qual toda
água precipitada escoa por um único exutório, isto é, o ponto mais
baixo, no limite de um sistema de drenagem (Ibge, 2004).

É uma unidade espacial que encerra uma série de vantagens para


o planejamento do manejo e da conservação dos recursos naturais,
principalmente das matas ciliares.

Ações para o Manejo de Bacias Hidrográficas


Proteção para áreas de recarga: manutenção de florestas e
proibição de atividades poluentes no entorno.

Agricultura em terraço: são práticas indispensáveis para


lavoura em terrenos declivosos.

Mecanização em áreas planas: as máquinas devem ser


usadas sem excesso e somente nas áreas planas, trabalhando
em nível.

Preservação das mata ciliares: toda margem de rio deve ser


coberta por mata, é a proteção para o rio e para o solo.

Consórcio de cultura: a rotação de culturas diferentes


descansa e desintoxica os solos.

Agricultura em curvas de nível: evita a perda de nutrientes


do solo.

Cortinas protetoras, quebra-ventos: diminuem as secas,


protegem a lavoura e abrigam o gado.

Utilização racional dos rios e lagos: uma área bem manejada


favorece a vida silvestre.

Tratamento de efluentes, resíduos de criadouros e


saneamento das casas: evita a contaminação da água.

Rio Iguaçu | Foto: Harvey E. Schlenker 39


Bacia do Iguaçu
9. BIODIVERSIDADE E A ÁGUA

A bacia do Iguaçu possui uma superfície de 70.800 km2, 80,4%


está no Paraná, 16,5% em Santa Catarina e 3% na Argentina. A maior
parte deste território é coberta originalmente por Floresta Ombrófila
Mista (Floresta com Araucária); na região oeste é coberta pela
Floresta Estacional Semidecidual, sendo que somente o Parque
Nacional do Iguaçu tem aproximadamente 225 mil hectares de Floresta
Estacional Semidecidual. O Parque abriga mais de 340 espécies de
aves, 40 de mamíferos e 700 de borboletas. A bacia do Rio Iguaçu
abriga os corredores da biodiversidade: Iguaçu - Paraná no sudoeste
e Araucária no centro-sul.

Bacia Paraná I

A bacia do Paraná I possui uma superfície de 1.629,45 km2,


localizada na região noroeste do Estado. Esta bacia é composta pela
transição entre Floresta Estacional Semidecidual e áreas de várzeas
e ilhas do Rio Paraná. Nesta bacia localiza-se parte do corredor Caiuá-
Ilha Grande, com sua biodiversidade aquática.
São 14 Bacias
hidrográficas do
Paraná: Cinzas, Iguaçu, Bacia Paraná II
Itararé, Ivaí, Litorânea,
Paraná 1,2,3,
Paranapanema 1,2,3,4,
Piquiri, Pirapó, Ribeira e A bacia do Paraná II possui uma superfície de 2.919,74 km2,
Tibagi.
localizada na região oeste do Estado. Sendo composta por um
arquipélago fluvial e várzeas denominadas charcos do Rio Paraná. A
bacia é composta pela transição entre Floresta Estacional
Semidecidual e campos do Mato Grosso do Sul. O Parque Nacional
de Ilha Grande e o seu entorno com a APA da Ilhas estão localizados
nesta bacia. Nesta bacia também se localiza parte do corredor Caiuá-
Ilha Grande, com um número variado de espécies: 60 mamíferos,298
aves, 37 répteis, 22 anfíbios e 170 peixes.

40
Bacia Paraná III

9. BIODIVERSIDADE E A ÁGUA
A Bacia Hidrográfica do Paraná III possui uma superfície de 8.389
km2, localizada no oeste do Estado. O sudeste da bacia é composto
por formações transitórias de Floresta com Araucária; a porção
noroeste é composta pela transição da Floresta Estacional
Semidecidual. Estas duas formações vegetacionais são
caracterizadas como ecótonos e apresentam uma rica biodiversidade,
com presença de variados ecossistemas, onde encontramos o registro
de 348 espécies de aves, 52 répteis, 60 mamíferos, 250 borboletas,
170 peixes e 22 anfíbios. Parte do Corredor Iguaçu-Paraná localiza-
se nessa bacia, sendo que no limite norte localiza-se o sul do corredor
Caiuá – Ilha Grande.

Bacia Paranapanema IV

A bacia do Paranapanema IV possui uma superfície de 4.158,89


km2; localizada na região noroeste do Estado, envolve um trecho
divisório entre os estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do
Sul. A cobertura florestal dominante é a Floresta Estacional
Semidecidual abrigando 239 espécies aves e 30 espécies de
mamíferos.

41
Causas da redução
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE

Erosão
A erosão empobrece o solo
diminuindo a produção de
alimentos e a biodiversidade.
Agricultura impactante

○ ○ ○ ○
O mau uso e manejo de
práticas agrícolas geram o Agrotóxicos
empobrecimento do solo.

○ ○ ○ ○
O uso indiscriminado de
agrotóxicos elimina,



Poluição


juntamente com as

○ ○ ○ ○


Os efeitos gerais da poluição pragas, organismos úteis,



do ar, solo e água reduzem a espécies animais e


diversidade biológica. ○ ○ ○


vegetais, contaminando o



○ ar, solo e a água.

○ ○ ○ ○







○ ○

○ ○ ○ ○



○ ○




Aumento populacional


○ ○

○ ○ ○ ○

○ ○
○ ○

O aumento populacional leva a ○ ○

○ ○


expansão urbana e o aumento da ○


○ ○


exploração dos recursos naturais. ○



○ ○

○ ○ ○

○ ○

○ ○
○ ○

○ ○

○ ○

○ ○

Espécies exóticas ○ ○

○ ○


invasoras ○ ○
○ ○

○ ○
○ ○ ○
As espécies exóticas ○ ○ ○
○ ○
○ ○
invasoras ameaçam a ○
diversidade biológica
local.














Desmatamento Ilegal
É a principal causa da
redução da biodiversidade,
diminuindo a possibilidade
de áreas naturais se
manterem como
ecossistemas vivos.

42
o da Biodiversidade

10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE


Queimadas
Prática inadequada que leva à diminuição e
extinção de muitos ambientes naturais,
reduzindo a diversidade biológica.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Ausência de Mata Ciliar


A diminuição da cobertura florestal
acelera o processo erosivo.
○ ○ ○
○ ○

Escassez de água

○ ○ ○

O consumo mundial de água cresce de modo acelerado,


○ ○

mas as fontes de recursos hídricos são limitadas.


○ ○

○ ○


○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○

Mudança climática
○ ○ ○

○ ○

A mudança climática, pode apresentar graves


○ ○ ○

conseqüências como a redução da biodiversidade.


○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○


Doenças e pragas

○ ○

○ ○
○ ○ ○

O aumento de temperatura propicia o agravamento


○ ○
○ ○ ○

de doenças tropicais como a malária e a dengue.



○ ○ ○


○ ○
○ ○ ○

○ ○



○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ Extinção

Muitas espécies estão


ameaçadas
principalmente pela
redução da áreas
naturais.

○ ○ ○
○ ○
Qualidade de vida
A redução da qualidade ambiental reduz
a qualidade de vida das populações.

○ ○
○ ○
○ ○

Biodiversidade
Desmatamento, Invasoras, população, poluição agricultura
impactante, agrotóxicos, erosão, queimadas, ausência da mata
ciliar, escassez da água, mudança climática, doença/praga e
extinção de espécies são causas da redução da biodiversidade. 43
Fragmentação dos Hábitats /
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE
Desmatamento

1930
O Paraná, sendo um estado agrícola, teve um
processo de desenvolvimento baseado no uso
intensivo da terra pela agricultura/pecuária e em
alagamentos de áreas para abastecimento de água,
64,12%
(Gubert Filho 1994) geração de energia elétrica e expansão urbana,
reduzindo as grandes áreas contínuas de cobertura
florestal nativa do Estado. Com essa redução da
cobertura florestal, muitos hábitats se transformaram
em pequenas áreas florestais isoladas, chamadas de
fragmentos, que acarretam diretamente a redução da
1965
biodiversidade.

Expansão urbana / Aumento


23,92% populacional
(Gubert Filho 1994)

O aumento mundial da população tem sido


considerado um dos fatores que afetam a conservação
da natureza. No Brasil as principais cidades estão
situadas ao longo da costa brasileira em regiões que
originalmente ocorria a Floresta Atlântica. O
1990
crescimento urbano nas cidades paranaenses alterou
o ambiente natural levando a: impermeabilidade do
solo, canalização e mudanças dos cursos de rios,
redução de áreas de florestas, incluindo a mata ciliar,
7,59%
(Gubert Filho 1994)
afetando a biodiversidade regional.

Práticas que em épocas anteriores foram apoiadas


pelo governo, tais como desmatamento para abertura
de fronteiras, hoje são fiscalizadas e condicionadas a
planos que busquem o manejo sustentável e a
manutenção de Área de Preservação Permanente e
2000 Reserva Legal.

Apesar de ainda haver infrações contra o meio


ambiente, hoje há uma consciência generalizada da
importância de conservar a biodiversidade, não só no

Todos estágios médio e


meio rural, mas também no meio urbano.
avançado 14,64% e
estágio avançado 3,40% -
44 Fonte : Atlas da
Vegetação do Paraná.
Espécies Exóticas Invasoras

10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE


As espécies exóticas invasoras são plantas, animais ou
microrganismos, aquáticos ou terrestres, que se encontram fora da
sua área de distribuição natural e que ameaçam a diversidade
biológica local. A invasão biológica, além de causar enorme prejuízo
econômico, constitui uma das principais ameaças à biodiversidade
e aos ecossistemas naturais, bem como de riscos à saúde humana.

É considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade, ficando


atrás apenas da fragmentação dos hábitats.

Alguns exemplos de espécies exóticas invasoras

ESPÉCIES IMPACTOS

Leucena sua formação densa e aglomerada


Leucaena leucocephala impede circulação da fauna e
crescimento de outras plantas.

pela sua voracidade na


alimentação competindo com a
fauna nativa, destroem
Caramujo-gigante-africano plantações como mandioca,
Achatina fulica feijão, tomate entre outras,
tornando-se uma praga agrícola.
Pode transmitir doenças graves
que levando a morte.

por ser uma espécie agressiva


Tilápia compete por alimento e espaço
Oreochromis niloticus com as espécies nativas.

comercializada como animal de


estimação, competição com
outras tartarugas nativas e outros
Tartaruga-americana grupos de animais. Quando em
Trachemys scripta cativeiro e não forem mantidas
com hábitos sanitários
adequados, podem carregar a
bactéria da Salmonella.

competição com espécies nativas


Pombo-doméstico por alimento e veiculação de
Columba livia doenças.

competição com as espécies


nativas e alteração do ambiente
natural por fuçar, o solo
deslocando plantas nativas e
Javali alterando solos principalmente de
Sus scrofa brejos e beira de rios. Causam seis
tipos de doenças que podem
transmitir a outros animais
domésticos e selvagens, incluindo
raiva, leptospirose e febre aftosa.
Leucena. 45
Fonte: http://www.institutohorus.org.br..
Agricultura Impactante
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE

Apesar da agricultura ser responsável pela maior parte do Produto


Interno Bruto (PIB), representando 44% das exportações brasileiras
e 37% dos empregos no Brasil (Jornal Gazeta Mercantil, 2004). A
agricultura tomou o lugar de grandes áreas florestais, reduzindo a
biodiversidade local.

O aumento de áreas com uso excessivo de agrotóxicos e a falta de


saneamento ambiental têm gerado: erosão do solo, degradação da
qualidade da água, efeito estufa, escassez de água potável, produção
de substâncias tóxicas no ecossistema e na oferta de alimentos, além
da perda de hábitat e de biodiversidade.

Poluição
Os efeitos gerais da poluição ambiental, além de deteriorar o
ambiente, podem reduzir ou eliminar populações de espécies
sensíveis, e em alguns casos a contaminação pode se refletir ao longo
da cadeia alimentar e se tornar uma ameaça para a diversidade
biológica e um risco à saúde humana.
Resíduos na beira do rio.
Manipulação de
agrotóxicos.
Poluição do solo
Em decorrência ao uso indiscriminado e excessivo de agrotóxico,
vazamento de óleo e depósitos industriais de metais pesados, ocorre
a infiltração de substâncias poluentes no solo.

Poluição da água
O lançamento de agrotóxicos, dejetos industriais, rurais e
domésticos (esgoto e detergentes) e metais pesados (mercúrio,
chumbo e zinco), geram a contaminação das águas.

Poluição do ar
A emissão de substâncias químicas nocivas que poluem o ar
acarreta várias conseqüências negativas para a atmosfera. Um dos
exemplos são as metalúrgicas e usinas termoelétricas movidas a óleo
e carvão que liberam grande quantidade de nitratos e sulfatos no ar,
que, combinando com a umidade da atmosfera, produz a chuva ácida
(ácido nítrico e o ácido sulfúrico). A principal conseqüência da chuva
ácida é o empobrecimento do solo, da vegetação e dos monumentos.
46
Escassez da água

10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE


Chuva ácida: chuva,
neve ou neblina que cai
na superfície da Terra,
As principais atividades que afetam negativamente a qualidade e contendo agentes
distribuição da água são: diminuição da cobertura florestal, erosão, químicos nocivos
produzidos pelos
assoreamento e ocupação inapropriada dos mananciais. processos industriais e
pela queima de carvão e
Diminuição da cobertura florestal, causada pela ocupação petróleo (Sema, 2006).

irracional do solo e pela exploração indevida dos recursos naturais.

A retirada da cobertura florestal faz com que ocorra a redução da


infiltração da água no solo.

Erosão e assoreamento: o aumento do escorrimento superficial,


além de limitar a alimentação dos lençóis subterrâneos e das várzeas,
elimina ou diminui as reservas que garantem a descarga dos rios
durante as estiagens. Pode provocar ao mesmo tempo a velocidade
do escorrimento superficial, aumentando o processo erosivo e
conseqüentemente o assoreamento e a poluição dos cursos de água.

Ocupação inapropriada dos mananciais: pode contaminar a


água dos rios de superfície e também atingir os lençóis freáticos por
meio de resíduos como: agrotóxicos/fertilizantes, esgoto doméstico,
hospitalar e industrial, dejetos de animais, resíduos florestais, resíduos
sólidos/lixo doméstico, rural, hospitalar e industrial.

Mudanças Climáticas

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas-


IPCC, órgão técnico que apóia a Convenção de Mudança Climática
das Nações Unidas, a queima de combustível fóssil é responsável
por 80% da emissão de gás de efeito estufa que vem causando o
aquecimento global no último século. O aquecimento global atinge o
globo e os grupos sociais de forma diferenciada.

Entre as conseqüências mais graves destacam-se:

o aumento do nível do mar,


realocação de grandes contingentes populacionais;
intensificação da desertificação resultante de redução de
precipitação em algumas regiões provoca perdas de safras e até de
condições agrícolas de forma permanente;
o aumento de temperatura em latitudes mais baixas e o aumento
de temperatura em outras alteram o hábitat de muitas espécies
47
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE
colocando em risco a sua reprodução, conseqüentemente a perda da
biodiversidade;
o aumento de temperatura propicia o agravamento de doenças
tropicais como a malária e o dengue, e o surgimento delas em regiões
antes não atingidas;
as ondas de calor intenso agravam as enfermidades
cardiovasculares e respiratórias, principalmente de idosos e crianças.

Extinção de Espécies

Efeito estufa: Os produtos florestais, pesqueiros e silvestres têm sido explorados


aquecimento da
temperatura média na de forma desordenada levando, em alguns casos, ao extermínio de
Terra; recebeu esse algumas espécies. O extrativismo predatório na busca de bens
nome porque o
processo é semelhante preciosos, animais de estimação e artigos de coleção também vem
ao produzido pela afetando algumas populações da fauna e da flora e até mesmo
passagem da luz através
do vidro de uma estufa, eliminando outras.
que não permite a saída
do calor (SEMA,2006). Muitas espécies de árvores nativas estão ameaçadas de extinção
devido ao desmatamento, fragmentação e exploração intensiva de
forma indiscriminadas.

Muitas espécies da fauna se encontram ameaçadas em função da


destruição dos ambientes naturais, introdução de espécies exóticas
invasoras, caça e pesca predatória, comércio ilegal de espécies e
poluição dos ecossistemas terrestres e aquáticas.

Queimada | Foto: arquivo SEMA


48
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE

49
50
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE

51
52
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE
10. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE

53
Soluções
11. SOLUÇÕES

Dentre as soluções para conservação


da biodiversidade, podemos encontrar
algumas ações executadas por diferentes
atores sociais: governo, iniciativa privada
e organização da sociedade civil, que
conjuntamente estabelecem legislações,
acordos, projetos internacionais, nacionais
e locais e educação ambiental .
54 Pássaro | Foto: Harvey E. Schlenker
11. SOLUÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
Legislação
No artigo 225 da Constituição Federal dispõe que todos têm direito a um
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a
coletividade o dever de defendê-los e preservá-los para as presentes e
futuras gerações.
> Lei 4.771, de 15/09/65 que institui o Código Florestal. O código
regulamenta vários aspectos da extração de produtos florestais e define a
Reserva Legal como sendo uma área da propriedade rural na qual não é
permitido o corte raso; na Região Sul do Brasil, corresponde a 20% da área
total da propriedade.
> Lei 5.197, de 03/01/67, dispõe sobre a Proteção à Fauna: proíbe o
comércio de espécies da fauna silvestre e maltrato com os animais.
> Lei n° 6.930, de 17/01/81. Lei que define a Política Nacional do Meio
Ambiente.
> Lei dos Agrotóxicos n° 7.802, de 11/07/89,: criou o receituário
agronômico e que deve ter um destino final dos resíduos e das embalagens.
> Lei n° 9.433, de 08/01/87. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos
e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos.
> Lei n° 8.171, de 17/01/91. Dispõe Política Agrícola, coloca a proteção
do meio ambiente, entre seus objetivos.
ICMS Ecológico é a Lei Complementar Estadual 58/91. Programa composto
por duas grandes variáveis: atuar na conservação da biodiversidade e
nos mananciais de abastecimento.
> Lei n° 9.605, de 12/02/98. A Lei dos Crimes Ambientais reordena a
legislação ambiental brasileira, no que se refere as infrações e punições.
> Lei n° 9.795, de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a
Política Nacional de Educação Ambiental.
> Lei Federal n° 9.985, de 2000 cria o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC: que estabelece critérios e normas para criação,
implantação e gestão das unidades de conservação de acordo com as
categorias: Unidade de Proteção Integral e Unidade de Uso Sustentável.

Acordos e Projetos Internacionais, nacionais e


locais
Para estabelecimento de políticas comuns de meio ambiente, são
realizados vários acordos de âmbito internacional, nacional e local.
Os impactos ambientais ultrapassam as delimitações geográficas.

Convenção sobre diversidade Biológica - CDB

A utilização de componentes da biodiversidade deve ser


estabelecida, de modo e em ritmo tais que não levem, em longo
prazo, à diminuição da biodiversidade mantendo assim seu
potencial para atender às necessidades e aspirações das
gerações presentes e futuras.
(Convenção sobre Diversidade Biológica,1992).

55
11. SOLUÇÕES
A CDB, representando um compromisso legal, foi o primeiro acordo
mundial sobre a conservação e uso sustentável de todos os
componentes da biodiversidade, incluindo recursos genéticos,
espécies e ecossistemas. A Convenção entrou em vigor em 1993 e,
atualmente, tem 188 partes. Ao ratificarem a Convenção, as partes
comprometeram-se, em termos gerais, a implementar medidas
nacionais e internacionais com o propósito de alcançar três objetivos:
conservação da diversidade biológica, uso sustentável de seus
Recurso biológico: componentes e repartição eqüitativa dos benefícios resultantes do uso
conjunto dos
organismos vivos de recursos genéticos (Gross, T. et alii.2005).
existentes na natureza
(Urban, 2002). A CDB convoca as Partes a respeitar, preservar e manter o
conhecimento, as inovações e práticas de comunidades indígenas e
locais e a encorajar seus usos habituais dos recursos biológicos
compatíveis com a conservação e uso sustentável dos recursos.
(Gross, T. et alii. 2005).

COP 8 – Oitava Conferência das Partes


A Oitava Conferência Mundial entre as Partes sobre Biodiversidade,
realizada em Curitiba em março/2006, com representantes ambientais
de 188 países, discutiu convenções e cartas para conservação da
biodiversidade.

OS DEZ PRINCÍPIOS PARA A CONSERVAÇÃO DA


BIODIVERSIDADE

1. Cada manifestação de vida é única e exige o respeito da


humanidade.
2. A conservação da biodiversidade é um investimento que resulta
em consideráveis benefícios locais, nacionais e mundiais.
3. Os custos e benefícios da conservação da biodiversidade
devem ser repartidos de maneira mais justa entre as nações
e seus habitantes.
4. Como parte de um esforço em grande escala para atingir um
desenvolvimento sustentável, a conservação da biodiversidade
requer mudanças fundamentais nos padrões e nas práticas
de desenvolvimento econômico do mundo todo.
5. Só o aumento de verbas para a conservação da
biodiversidade não diminuirá a perda da biodiversidade. É
necessário reformar políticas e instituições para criar
condições que tornem mais eficazes a aplicação de novos
financiamentos.
6. A ordem de prioridade dos objetivos da conservação da
56
11. SOLUÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
biodiversidade difere quando observados sob perspectiva
local, nacional ou mundial; porém todos estes objetivos são
legítimos e devem ser considerados. Não deve estar centrada
exclusivamente em alguns ecossistemas ou países ricos em
espécies.
7. A conservação da biodiversidade só pode ser sustentada se
forem incrementadas a conscientização e a preocupação
popular, e se os responsáveis pela elaboração de políticas
tiveram acesso a informações confiáveis nas quais basear
suas decisões.
8. As medidas destinadas a biodiversidade precisam ser
planejadas e implementadas em escala determinada por
critérios ecológicos e sociais. Os focos da atividade devem
ser locais onde as pessoas vivem e trabalham, assim como
as áreas silvestres protegidas.
9. A diversidade cultural está estreitamente ligada à
biodiversidade. O conhecimento coletivo da Humanidade
sobre a biodiversidade, sua utilização e administração
repousam sobre a diversidade cultural, e vice-versa. A
conservação da biodiversidade pode ajudar a fortalecer os
valores culturais e sua integridade.
10. O aumento da participação popular, o respeito pelos direitos
humanos básicos, o acesso mais fácil à educação e à
informação e uma maior responsabilidade institucional são
elementos essenciais à conservação da biodiversidade.

Fonte: A Estratégia Global da Biodiversidade, 1992.

Projeto Paraná Biodiversidade

O Projeto tem como principal estratégia para conservação da


biodiversidade a conexão dos fragmentos florestais e a reorientação
rural para modelos menos impactantes.

Conexão dos fragmentos florestais:

Por meio da recuperação de áreas desmatadas, visa interligar


fragmentos florestais conectando à Unidades de Conservação. Esta
formação é possível mediante a interligação das reservas legais,
unidades de conservação (reservas particulares do patrimônio natural,
parques estaduais, municipais e federais), áreas de preservação
permanente (matas ciliares, encostas e topos de morros), entre outras.

57
Ações do Projeto relacionada com a conservação da
11. SOLUÇÕES
Biodiversidade:

Considerar as unidades de conservação como pólos irradiadores


para a conexão dos fragmentos florestais e a preservação dos
ambientes naturais.

Proteger espécies da fauna e flora regional por meio de adoção


de sistemas de fiscalização e controle mais eficiente.

Recuperar áreas de reserva legal (RL) e áreas de preservação


permanente (APP) mediante o isolamento de áreas relacionadas às
medidas previstas em lei, com a construção de cercas e plantio de mudas.

Reorientação rural para modelos menos impactantes:

Compatibilizar a produção rural e a conservação ambiental como


uso de tecnologias alternativas menos impactantes, adotando e
apoiando práticas agrícolas que minimizem os impactos ambientais
(uso de agrotóxicos).

Qualidade de vida: são Reconverter o modelo de agricultura e pecuária convencional,


condições favoráveis ao
bem-estar, como infra-
mediante ações menos agressivas ao meio ambiente e de incentivos
estrutura adequada como módulos agroecológicos, agricultura conservacionista, cultura
(moradia digna,
alimentação, acesso à de orgânicos, agroecologia e agrossilvopastoril, manejo biológico de
saúde, educação,
cultura e lazer) e vida ao
pragas entre outros.
meio ambiente
ecologicamente Consorciar a criação de animais e o cultivo de plantas, aplicar sistema
equilibrado (SEMA, de rotação de cultura e plantio direto, evitando o empobrecimento da
2006).
terra e o aumento de incidência de pragas e doenças.

Realizar o planejamento de microbacias e propriedades rurais


inseridas nos corredores da biodiversidade.

Educação Ambiental

Capacitar os técnicos (com treinamentos), visando ao


fortalecimento dos sistemas de fiscalização, licenciamento e
monitoramento ambiental.

Sensibilizar quanto à importância da conservação da biodiversidade.

Formar multiplicadores e agentes participativos para contribuir


no processo de recuperação e manutenção da qualidade dos
ecossistemas.
58
Educação

12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Ambiental

A equipe de Educação Ambiental da SEMA desenvolveu e adaptou algumas práticas


ambientais, tais como: diversidade humana, corredores de biodiversidade, biodiversidade e
o solo fértil, bacia hidrográfica, biodiversidade e a paisagem, biodiversidade e as espécies
paranaenses, biodiversidade e as matas ciliares, efeito dominó e árvore dos sonhos.

Com essas práticas ambientais, é possível desenvolver: habilidades artísticas como teatro,
música, artesanato; atividades físicas como trilhas em áreas naturais; observação da paisagem;
estímulo à produção de trabalhos artísticos pelos alunos, cujos resultados podem ser peças
Borboleta | Foto: Denis F. Neto

como desenhos, cerâmica, pinturas, músicas, estórias, poesias, panôs e maquetes.

Rosa Maria Riskalla


Assessora de Educação Ambiental
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA
59
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROJETO PARANÁ
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
BIODIVERSIDADE

A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de


valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das
habilidades e a mudança das atitudes em relação ao meio, para
entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas
culturas e seus meios biofísicos.

O Projeto incentiva a participação efetiva dos professores, pois se


acredita constituir um elo importante na sua comunidade juntamente a
outras lideranças comunitárias que podem contribuir na implementação
de práticas voltadas à conservação da biodiversidade, além da
formação de cidadãos responsáveis e conscientes da fragilidade do
“Educação ambiental é planeta.
um processo no qual os
indivíduos e as A Educação Ambiental, para que seja trabalhada de forma
comunidades adquirem
consciência de seu meio integrada e interdisciplinar, deve considerar a relação entre o ambiente
e apreendem os
conhecimentos, os natural e o artificial, enfocando os aspectos biológicos, científicos,
valores, as habilidades, a ecológicos, sociais, culturais, éticos, políticos, econômicos e
experiência e também a
determinação que lhes tecnológicos.
capacite agir, individual
e coletivamente, na Além dos conceitos teóricos, sugerem-se algumas práticas e
resolução dos problemas
ambientais presentes e atividades ambientais, visando contribuir com o professor, parceiro
futuros” (Congresso
do projeto, e facilitar seu trabalho na sensibilização da Conservação
Internacional sobre
Educação Ambiental, da Biodiversidade.
Moscou, 1987).

PRÁTICAS AMBIENTAIS
A equipe de Educação Ambiental da SEMA desenvolveu e adaptou
algumas práticas ambientais, tais como: diversidade humana,
corredores de biodiversidade, biodiversidade e o solo fértil, bacia
hidrográfica, biodiversidade e a paisagem, biodiversidade e as
espécies paranaenses, biodiversidade e as matas ciliares, efeito
dominó e árvore dos sonhos.

Com essas práticas ambientais, é possível desenvolver: habilidades


artísticas como teatro, música, artesanato; atividades físicas como
trilhas em áreas naturais; observação da paisagem; estímulo à
produção de trabalhos artísticos pelos alunos, cujos resultados podem
ser peças como desenhos, cerâmica, pinturas, músicas, estórias,
poesias, panôs e maquetes.
60
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Educação Ambiental está relacionada com a prática das tomadas
de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade
de vida”.
- A educação deve ser um direito de todos; com todos sendo “Pensar global
aprendizes e educadores. e agir local.”
- A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico
> planeta
e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em suas modalidades > continente
formal, não-formal e informal, promovendo a transformação e a > país
> estado
construção da sociedade. > corredor
> município
- A educação ambiental deve ser individual e coletiva. Tem o
> microbacia
propósito de formar cidadãos com a consciência local e planetária, > bairro
> comunidade
respeitando a autodeterminação dos povos e a soberania das nações.
> escola
- A educação ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade > casa
> indivíduo
e o respeito aos direitos humanos, valendo-se de estratégias
democráticas e de interação entre as culturas.
- A educação ambiental deve tratar as questões globais críticas,
suas causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em
seu contexto social e histórico. Deve ter como aspectos primordiais
os relacionados ao desenvolvimento e ao meio ambiente, tais como:
população, saúde, paz, direitos humanos, democracia, fome e
degradação da flora e fauna.
- A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar,
refletir e utilizar a história indígena e a cultura-local, assim como
promover a diversidade cultural, lingüística e ecológica. Isto implica
uma revisão da história dos povos nativos para modificar os enfoques
etnocêntricos, além de estimular a educação bilíngüe.
- A educação ambiental deve estimular e potencializar o poder
das diversas populações, promovendo oportunidades para as
mudanças democráticas de base que estimulem os setores populares
da sociedade. Isto implica que as comunidades devem retomar a
condução de seus próprios destinos.
- A educação ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões,
valores, atitudes e ações. Deve converter cada oportunidade em
experiências educativas de sociedades sustentáveis.
- A educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma
consciência ética sobre todas as formas de vida com as quais
compartilhamos este planeta, respeitando os ciclos vitais e impondo
limites à exploração dessas formas de vida pelos seres humanos.

Fonte: Philippi, A.;Pelicioni, 2005.

61
62
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Prática Ambiental - Diversidade Humana

12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL


O Brasil, além da sua grande biodiversidade, é também um país
de diversidade sociocultural, representada por 215 povos indígenas
diferentes, com mais de 170 línguas diversas, além de uma dezena
de populações tradicionais, fruto da miscigenação entre índios,
colonizadores e negros (Ferrarro, A. 2005).

Objetivo:

Compreender o significado do conceito de biodiversidade e

ressaltar a diversidade humana, mediante o estudo das etnias.

Metodologia:

Elaborar uma feira das etnias locais colonizadoras, onde os alunos


podem dividir-se em grupos e cada grupo se apresentará
caracterizado com vestimentas, artesanatos e comidas típicas.

Na sala de aula, compor um painel com fotos dos alunos e de


seus familiares, buscando suas semelhanças e diferenças: cor dos
cabelos, olhos, altura, entre outros e quando os alunos estiverem
montando o painel, deixar que relatem sobre sua descendência.

É importante que se promova uma discussão sobre as diferenças


culturais, respeito ao próximo independentemente das diferenças
culturais, valorização das tradições regionais, variabilidade genética,
populações, comunidades e as espécies. Contextualizar o conceito
de biodiversidade e a diversidade humana.

63
Prática Ambiental - Corredores da Biodiversidade
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

“Os corredores de Biodiversidade permitem que as plantas e


animais se dispersem de uma área à outra, facilitando o fluxo gênico
e a colonização e ajudando a preservar espécies de animais que são
obrigados a migrar sazonalmente a procura de diferentes habitats para
obter alimentos” (Campos, 2006).

Objetivos:

refletir sobre a necessidade dos diferentes ambientes naturais e

artificiais;

despertar no aluno a preocupação com o processo da


fragmentação e como conseqüência a redução das espécies e a
importância de conservar os recursos naturais.

Metodologia:

Como a brincadeira “dança das cadeiras”, a prática constitui em


correr entorno de cinco áreas naturais e artificiais por meio da utilização
de pedaços de barbantes, delimitando os círculos no chão, onde cada
um representará um ambiente diferente:

Estação Ecológica Caiuá, PR.


64
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
01 Círculo: Agricultura;
02 Círculo: Cidade;
03 Círculo: Mata ciliar;
04 Círculo: Reserva legal com
agricultura e
05 Círculo: Unidade de
conservação.

Cada participante irá representar um elemento da natureza. Para


isso, deverão escolher uma figura, que representará a fauna, flora ou
outros elementos da natureza (água, solo, cachoeira, paisagem, entre
outros..). Após serem definidos, os participantes correrão em volta
dos círculos enquanto a música estiver tocando, no momento que parar,
cada elemento irá para seu respectivo círculo, correspondendo ao seu
hábitat e depois da primeira rodada, o monitor discretamente irá
retirando os círculos que correspondem às áreas artificiais, naturais e
assim sucessivamente, até sobrarem a cidade e a agricultura.

Aqueles elementos que estiverem fora do seu hábitat serão


eliminados, e enquanto os participantes estiverem correndo em volta
dos círculos, o monitor pode também retirar alguns representantes de
ambiente conservado e depois explicar que ele representava a ação
predatória humana (caçador, indústria de carvão e especulação
imobiliária, entre outros). No final, quando só sobrar o círculo da cidade
e da agricultura, o monitor fará, então, uma reflexão sobre a importância
destes ambientes artificiais (sem colocá-los como vilões) e também
da necessidade da existência e relação com os ambientes naturais.

Conclui-se, assim, com uma abordagem sobre a importância da


formação dos Corredores da Biodiversidade.
65
Prática Ambiental – Bacia Hidrográfica
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

As bacias, seus recursos naturais (fauna, flora e solo) e os grupos


sociais possuem diferentes características biológicas, sociais,
econômicas e culturais que permitem individualizar e ordenar seu
manejo em função de suas particularidades e identidade.

Objetivo:

Reconhecer os principais rios da região e descrever a sua


conservação.

Metodologia:

A atividade consiste em que o participante faça em uma folha de


papel kraft o esboço de uma microbacia. Os procedimentos são: traçar
o principal rio e seus afluentes; depois de traçado o esquema, colar
os pedaços de barbante em cima do traçado, montando uma
microbacia; nomear cada rio e fazer uma breve descrição sobre os
seus aspectos ambientais. Também poderá ser feita uma descrição
sobre as nascentes, se o rio está num meio rural, industrial ou urbano.

Escola em Bituruna, PR.


66
Prática ambiental – biodiversidade e a paisagem

12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Paisagem é o espaço de terreno que se abrange num lance de
vista. Este espaço pode ser vivenciado de diferentes formas, mediante
a projeção de sentimentos ou emoções pessoais, admiração de uma
beleza cênica, a organização ou planejamento da ocupação territorial,
a domesticação ou modificação da natureza segundo padrões
sociais, o entendimento das relações da biota com seu ambiente, ou
cenário/palco de eventos históricos.
Maquete

Objetivo:

Sensibilizar os alunos para a observação da paisagem como um


sistema vivo e

Verificar com os alunos os principais problemas ambientais e


maneiras para conservação da biodiversidade.

Metodologia:

Esta prática é possível mediante a construção de uma maquete,


relacionando os temas: fauna, flora, relevo, hidrografia, solo/uso,
ocupação, clima e cartografia.

A maquete pode ser montada em sala de aula, onde a base


poderá ser de isopor, as montanhas poderão ser rochas (pedras)
espalhadas pelo local.

Deverão ser escolhidas rochas de vários tamanhos; para dar um


visual mais real, poderão ser revestidas ou não com papel crepom
verde ou marrom. Os rios poderão ser de barbante ou papel “crepom”,
azul claro e escuro – se for utilizado papel, é possível recortar rios
mais largos e mais estreitos. Alguns “nascem” nas montanhas, outros
entre as montanhas; unem-se, formando rios maiores ou menores,
tendo matas ciliares mais ou menos largas, sempre pensando em
ambientes propícios a hábitats da fauna e flora local. É possível
complementar com florestas, animais silvestres e domésticos
(galinhas, gado e porcos), casas e outras atividades humanas (todos
estes elementos podem ser representados com recortes, ou animais
de plásticos). É possível, também, retratar a paisagem natural.

O importante é tentar retratar ao máximo a paisagem local e nela


descobrir os “erros” e “acertos” dos moradores. 67
Prática Ambiental - Biodiversidade e as espécies
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
paranaenses

É importante que sejam valorizadas e conhecidas a fauna e flora


brasileira, e principalmente as espécies que estão ameaças, bem
como as principais causas das ameaças da sua redução.

Objetivo:

Incentivar o conhecimento da flora e fauna local.

Metodologia:

Cada aluno em sala de aula pode construir seu disco e escolher


as espécies locais. A parte interna do disco é fixa e as exteriores são
móveis; em uma face está representada a fauna e em outra a flora. Os
alunos podem pesquisar ainda sobre as espécies que estão
ameaçadas de extinção.

Fauna

Na face do disco há um triângulo com a ilustração do elemento


da biodiversidade e três retângulos que correspondem ao hábitat, à
alimentação e às ameaças que giram e se encaixam ao mesmo tempo.

Flora

Na face do disco há um triângulo com a ilustração do elemento


da biodiversidade e três retângulos que correspondem às
características gerais, polinização/dispersão e uso, que giram e se
encaixam ao mesmo tempo.

Unix-Plamas, PR e atividades
desenvolvidas.

68
Prática Ambiental - Biodiversidade e as Matas

12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Ciliares

São formação vegetais variadas, compostas por ervas, arbustos e


árvores de grande porte que existem ao redor dos cursos d’água. A
mata ciliar compõe a Área de Preservação Permanente (APP),
juntamente com outras partes da propriedade (encostas muito
inclinadas, topos de morros etc.).

Dentre as várias funções da Mata Ciliar, ela também serve de


corredor para que as espécies tanto da flora quanto da fauna possam
deslocar-se, aumentando a variabilidade genética e fomentando a
biodiversidade da região. A mata ciliar retém a umidade no solo e vai
liberando-a aos poucos para o ambiente.

Objetivo:

Reforçar a importância da vegetação nas margens dos rios para


a manutenção da qualidade da água, retenção de resíduos,
conservação do solo e equilíbrio do clima.

Metodologia:

Com o copo graduado, despejar 500ml de água sobre o piso Loanda-PR.

inclinado, deixando-a escorrer no recipiente plástico. Colocar a água


novamente no copo graduado e fazer a medição e

envolver o piso com uma toalha e com o copo graduado, despejar


500ml de água sobre o piso envolto na toalha e deixar escorrer no
recipiente plástico. Colocar a água que escorreu novamente no copo
graduado e fazer a medição. Com esta prática pode-se trabalhar os
seguintes temas: enchente, assoreamento, desmatamento, erosão,
qualidade da água, declividade, escoamento, entre outros...

Representação da Mata
Ciliar.

69
Prática Ambiental – Árvore das Soluções
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Todos nós temos o sonho de que exista uma nova sociedade que
possa ser considerada não apenas ecologicamente responsável, mas
também socialmente justa e politicamente atuante,ou,em outras
palavras, uma sociedade sustentável.

Objetivo:

Verificar com as crianças quais as soluções locais e atitudes


para a conservação da biodiversidade.

Metodologia:

Após a realização do diagnóstico (dos problemas) das principais


causas da redução da biodiversidade, é necessário que seja discutido
quais são as principais soluções para a conservação da
biodiversidade.

Cada aluno recebe um cartão com barbante para escrever suas


sugestões sobre a conservação da biodiversidade e depois deverá
ler e colocar seu cartão em um galho da árvore.

Escola em Santa Cruz do


Monte Castelo, PR.
70
Prática Ambiental - Efeito Dominó

12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL


A prática ambiental “Efeito Dominó” é uma analogia às principais
causas da redução da biodiversidade. Por meio desta prática é
possível diagnosticar os principais problemas ambientais, tais como:

Desmatamento Ausência de mata ciliar


Invasoras Escassez de água
População Mudanças climáticas
Poluição Doença-praga
Agricultura impactante Extinção
Agrotóxicos Biodiversidade
Erosão Qualidade de vida
Queimadas

Tal como o efeito dominó, esses problemas atingem a qualidade de


vida. Listando todos os problemas é possível fazer uma relação das
causas e conseqüências, até chegar à alteração da qualidade de vida.

Objetivo:

Relacionar o jogo de dominó com as conseqüências de redução


da biodiversidade e sensibilizar sobre a conservação dos recursos
naturais.

Metodologia:

Confeccionar caixas de papelão retangulares, ou encapar caixas


de leites, que serão decoradas conforme a criatividade do aluno,
representado os principais problemas ambientais da região que
podem ser colocados em seqüência de ação predatória que pode
gerar outra, até a redução da biodiversidade, afetando a qualidade
de vida.
Feira da Biodiversidade.
Para a montagem das peças do dominó, que representa o
diagnóstico de uma área estudada, deverão ser levantados os
principais problemas locais. Cada problema poderá ser repassado
para um grupo, que ficará responsável pela pesquisa sobre o assunto
e suas possíveis soluções a serem apresentadas no momento em
que forem montar o jogo do dominó.

71
Elaboração de Projetos Ambientais
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Os professores que participaram dos Seminários de Conservação


e Uso Sustentável da Biodiversidade foram incentivados a elaborar
projetos ambientais voltados à conservação da biodiversidade e a
continuar aplicando ou readequando os projetos anteriormente
existentes, para conservação da biodiversidade. Os projetos
ambientais estão sujeitos a erros e acertos. Para auxiliar na eficiência
dos resultados a serem propostos, é necessário que se realize um
questionamento sobre a viabilidade da atividade.

Para elaboração do Projeto, é importante que sejam tomados


alguns passos:

1. Diagnosticar/justificar a problemática ambiental.


2. Identificar o local onde será realizado.
3. Definir o objetivo.
4. Estabelecer o público-alvo. Faixa etária, número de
participantes .
5. Desenvolver uma metodologia.
6. Quantificar o tempo que será necessário.
7. Estimar o custo da execução.
8. Tentar estabelecer parceiros para o projeto.
9. Apresentar indicadores e resultados.
10. Avaliar o projeto e seu resultado.

A seguir alguns projetos ambientais realizados pelos professores.

72
Amigos dos Parques locais

12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL


É uma proposta de projeto ambiental em que os professores juntos
com os alunos escolherão um parque de sua região, com qual tenham
afinidade ou entendam importante para a sua conservação.

Os alunos, supervisionados pelos professores, farão um diagnóstico


das condições atuais do parque e quais são as medidas compensatórias
para a diminuição do impacto ambiental e sua conservação.

Exemplo: necessidade de lixeiras, áreas que estão com o solo


exposto em função do intenso acesso de pessoas, falta de proteção
de nascentes e mata ciliar, observação de aves e mamíferos (se for
necessário colocar ninhos nas árvores).

Também é possível comparar a dinâmica da natureza nas diferentes


estações do ano.

Preservando as Araucárias
Escolher uma área natural onde ocorram araucárias e, com os alunos,
observar e preencher uma ficha sobre essa área visitada. Os alunos
devem estar atentos para a utilidade ambiental das araucárias e as
espécies da flora e da fauna que vivem associadas a ela. Eles deverão
ser motivados a pesquisar sobre a araucária e sua importância para
conservação ambiental. Pode-se realizar, ainda, uma campanha na
escola incentivando o plantio da espécie em áreas adequadas.

Horta orgânica
Sugere-se que a projeto seja desenvolvido com a orientação de
um técnico da Emater, o qual dará as recomendações corretas de
como adaptar ou construir uma horta orgânica. Com esta prática
pretende-se estimular os alunos à adoção de hábitos alimentares
saudáveis e seus benefícios para a saúde.

Cuidando da Mata Ciliar


É um projeto em que os alunos são sensibilizados sobre a
importância da preservação e recuperação da mata ciliar. Os alunos
são, ainda, motivados a servir de agentes multiplicadores na
sociedade, informando tanto sobre as principais funções ambientais
da mata ciliar quanto sobre a sua adequada preservação e
recuperação, pelo abandono ou isolamento da área.
73
Dia da Diversidade Biológica
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O calendário ecológico pode ser fonte de vários projetos


ambientais, a exemplo do Dia da Diversidade Biológica, comemorado
no dia 22 de maio. Dentro deste tema podem ser abordados os
seguintes conceitos: definição, distribuição, benefícios, causas da
redução e maneiras de conservação da biodiversidade. Após os
temas serem trabalhados consecutivamente no Dia da Diversidade
Biológica as turmas podem enfeitar a escola com fotos, figuras, mapas
e cartazes representando a Biodiversidade Paranaense e também
promover uma gincana com teatro, música, parodias, provas e
responder perguntas relacionadas sobre o assunto.

Trilhas Interpretativas
É uma proposta de projeto que incentiva a trabalhar nas unidades
de conservação (parques, reservas, estações ecológicas) e em outros
remanescentes naturais próximos de sua escola como, por exemplo,
um capão de mato, reforçando assuntos teóricos verificados em sala
de aula, despertando a urgência da necessidade de conservação da
biodiversidade, para garantia da vida.

Objetivos do Milênio
Os executores, parceiros, organizações não governamentais,
professores, alunos, proprietários de meio rural podem ajudar o Brasil
e o Paraná alcançar objetivo de qualidade de vida e respeito ao meio
ambiente estabelecido pela Organização das Nações Unidas - ONU
que tem a assinatura de 191 países através das ações voltadas a
conservação da Biodiversidade. São eles: Redução da fome e a
miséria, Educação de qualidade para todos, Igualdade entre sexos e
valorização da mulher, Reduzir a mortalidade infantil, Melhorar a saúde
das gestantes, Combater a Aids, a malária e outras doenças,
Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, Todo mundo
trabalhando pelo desenvolvimento.

74
12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O sucesso do Projeto depende muito da participação

de toda a população nas ações de conservação de

biodiversidade, como plantio de mata ciliar, recuperação

do solo, proteção das nascentes, adoção de práticas de

saneamento ambiental, proteção da fauna e flora, adoção

de hábitos ambientalmente corretos e valorização dos

conhecimentos tradicionais.

Da mesma maneira, a atuação dos proprietários rurais

é fundamental no processo de mudança da agricultura

convencional para uma conservacionista, contemplando

o plantio direto na palha com cobertura permanente do

solo e manejo integrado de pragas, de doenças e de ervas

daninhas: Devem, ainda, ser contemplados o uso do solo

conforme a aptidão das terras e as práticas

complementares de controle da erosão e da poluição.

Mais do que conhecimentos teóricos, a conservação

da biodiversidade é uma questão de atitude, e você,

professor, poderá ajudar na implantação da segunda

fase, que poderá ir muito além do término do Projeto,

definido para 2009. Espécie de mariposa


Foto: Harvey E.
Schlenker 75
3 REFERÊNCIAS
13. REFERÊNCIAS

A Estratégia Global da Biodiversidade. Guia para aqueles que


tomam decisões. Fundação: O Boticário de Proteção à Natureza,
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legislação. Belo Horizonte: Palpite, 2001.

FERRARO, L. (organizador) Encontros e caminhos: formação de


educadoras(es) ambientais e coletivos educador.
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Entendendo e Influenciando o Processo. Um Guia para
Entender e Participar Efetivamente da Oitava Reunião da
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HAMERSCHMIDT, I ; VEIGA, J.; LIZARELLI, P. Agroecologia: o novo


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v.3; Julgar, Percepção do Impacto Ambiental; Agir, Percepção
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http://www.taxonline.ufpr.br/links/menu/biodiversidade.htm

http://www.taxonline.ufpr.br/links/menu/biodiversidade.htm

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O que você pode fazer pela biodiversidade?

A seguir algumas ações cotidianas de cada um têm um impacto na


recuperação ambiental.

Em casa:
Fechar a torneira enquanto escova os dentes.
Separe o seu lixo orgânico e não orgânico (papel, plástico, vidro e metal)
Utilize a vassoura e não água para limpar a calçada.
Utilize a capacidade máxima de suas máquinas( lavar, louça....)
Faça a manutenção correta de seu mobiliário para durar muitos anos.
Apague a luz em ambientes que não estão sendo utilizados.
Procure um colega que more no seu bairro e organize um rodízio de caronas.

No trabalho e na escola:
Utilize o verso do papel já impresso para rascunho. - Economize papel.
Tenha sua própria caneca para água e café – não utilize copos descartáveis.

Hábitos de Consumo:
Privilegie embalagens de vidro ao invés de garrafas pet.
Evite o consumo de produtos ou embalagens descartáveis.
Economize energia elétrica.
Evite o consumismo exagerado.
Evite a retirada e a compra de plantas e animais silvestres.
Procurar adotar hábitos pessoais saudáveis e questione suas atitudes

Na propriedade rural:
Procure fazer irrigação noturna .
Proteja as matas ciliares.
Procure plantar árvores nativas da região.
Aplique o sistema de rotação de cultura.
Reduza o uso de agrotóxicos, utilizando adubos orgânicos (compostagem).
Mantenha as áreas de preservação permanente.
Crie RPPN ( Reserva Particular Patrimônio Natural)
Mantenha a cobertura vegetal.
Consorcie a criação de animais e o cultivo de plantas.
Proteja as fontes e nascentes.

Outras atitudes de cidadania:


Não jogue lixo nos rios e lagos.
Denuncie atos criminosos praticados contra fauna e flora.
Não solte balões.
Respeite a época de defeso (restrição ou proibição de pesca).
Não comercialize animais silvestres.
Procure visitar áreas naturais sem agredir o ambiente
Não compre xaxim, orquídeas e bromélias extraídos ilegalmente da floresta

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