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Tarefa 2: CRÍTICA AO MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES

“O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares enquadra-se na estratégia global de


desenvolvimento das bibliotecas escolares portuguesas, com o objectivo de:
Facultar um instrumento pedagógico e de melhoria contínua que permita aos órgãos directivos e aos
coordenadores avaliar o trabalho da biblioteca escolar e o impacto desse trabalho no funcionamento global
da escola e nas aprendizagens dos alunos e identificar as áreas de sucesso e aquelas que, por
apresentarem resultados menores, requerem maior investimento, determinando, nalguns casos, uma inflexão
das práticas.” (Texto da Sessão)

Este parágrafo do Texto da Sessão resume, no essencial, os objectivos que regulam


o modelo de Auto-Avaliação da Rede de Bibliotecas Escolares: o que se pretende é avaliar
para melhorar e crescer. Será difícil não estar de acordo com este pressuposto.
Relativamente à sua operacionalização é que poderão surgir algumas dúvidas ou críticas.
Vejamos:

A Rede Nacional de Biblioteca Escolares tem treze anos de existência, pelo que faz
todo o sentido, à partida, proceder a uma avaliação do trabalho das bibliotecas escolares
que fazem parte da Rede, perspectivando os seus pontos fracos e fortes e aferindo o seu
impacto junto dos alunos e das suas aprendizagens, tal como é referido no documento do
Modelo de Auto-Avaliação da RBE.

Neste sentido é importante que cada escola conheça o impacto que as actividades
realizadas pela e com a Biblioteca vão tendo no processo de ensino aprendizagem, bem
como o grau de eficiência dos serviços prestados e de satisfação dos utilizadores da
Biblioteca.

Por outro lado este auto-avaliação pressupõe o envolvimento da comunidade


educativa. Um dos grandes problemas com que muitos professores
bibliotecários/coordenadores da Biblioteca se confrontam é com a falta de reconhecimento
da importância do papel da BE e com a falta de apoio explícito por parte dos órgãos de
direcção e da comunidade educativa, em geral. A autoavaliação da Biblioteca poderá ser,
pois, um elemento catalisador que permita contribuir para a afirmação e reconhecimento
do papel da BE. Em suma, validar o papel da BE nas aprendizagens, e consequentemente
no sucesso educativo que é, em última instância, a meta de qualquer escola. Daí que
considere que este modelo de auto-avaliação é uma oportunidade que pode servir de
alavanca para que a avaliação da biblioteca e a sua estrutura venha a estar intimamente
ligada a qualquer processo de avaliação da escola, a bem do sucesso dos alunos, como

Este modelo preconiza a avaliação de quatro áreas essenciais da biblioteca em


quatro anos, em que o coordenador/professor bibliotecário selecciona, anualmente, o
domínio a ser objecto de aplicação dos instrumentos. O facto de, anualmente, a auto-
avaliação incidir apenas num dos domínios, parece-me ser uma mais-valia, pois o modelo
é bastante exaustivo. Não obstante, esta avaliação pressupõe, à partida, um esforço
acrescido ao trabalho do professor bibliotecário/coordenador, contrariamente ao que é
sugerido no Modelo:

(…) Pretende-se que a aplicação do modelo de auto-avaliação seja exequível e facilmente integrável
nas práticas de gestão da equipa da biblioteca. Não deve, portanto, representar uma excessiva sobrecarga
de trabalho, na qual se consomem parte das energias da equipa Modelo de Auto-Avaliação da RBE.”
Por muito que alguns procedimentos estejam implementados nas rotinas de
funcionamento, existe sempre uma certa sobrecarga de trabalho que não podemos ignorar.
Neste âmbito, é de realçar a necessidade, segundo o Modelo, de basear a auto-
avaliação da BE na recolha sistemática de evidências, associadas ao trabalho do dia a dia
(Texto da Sessão), como forma de provar o impacto que têm na aprendizagem. Este será
o grande desafio que as bibliotecas têm que enfrentar, pois esta atitude requer uma gestão
de mudança, a que muitos de nos não estamos habituados a fazer. Até aqui, as bibliotecas
têm-se limitado a fazer (quando existe tempo), um tratamento estatístico das requisições,
do fundo documental, etc. A necessidade de incorporar esta recolha de evidências na
prática diária da BE parece-me ser pertinente, mas difícil de aplicar a 100%, pelo menos
num futuro próximo, mas é de facto fundamental, para validar o papel da BE na Escola.

“But you will not be heard until your day-to-day practice is evidence-based; a practice that is directed
towards demonstrating the real tangible power of your contribution to the school’s learning goals(…)” ( Ross
Todd)

Este aspecto remete-nos para o novo papel do coordenador, como o grande


impulsionador deste processo de auto-avaliação. São vários os atributos referidos na
literatura sobre as qualidades e competências do professor-bibliotecário: ser proactivo, ter
capacidade de liderança, ser um especialista da literacia da informação, ter pensamento
estratégico, ser parceiro dos professores, isto só para focar alguns.
Em suma, o que se pretende do professor-bibliotecário é que ele seja, antes de
mais, um profissional especializado, o que, na minha opinião, só será possível se houver
uma formação especializada.
O professor-bibliotecário, ao assumir este papel, terá que, por um lado,
imprescindivelmente que trabalhar em estreita colaboração com a gestão da escola, com
quem deverá planear o processo de avaliação e, por outro, “mobilizar a escola para a
necessidade e implementação do processo avaliativo.” Aqui residirá, segundo o meu ponto
de vista, um dos aspectos mais difíceis de pôr em prática. Penso que aqui o Gabinete e as
Direcções Regionais de Educação poderão continuar a dar o seu contributo ao realizarem
reuniões com os Conselhos Executivos, de modo a co-responsabilizá-los neste processo,
de modo a que o Órgão de Gestão possa ser o “aliado” principal do professor-bibliotecário.

Saliente-se, igualmente, necessidade de proporcionar formação nesta área ao


professor-bibliotecário, de modo a clarificar conceitos e termos e explicitar os seus
princípios e filosofia subjacente ao Modelo. Caso contrário, corre-se o risco de esta auto-
avaliação ser erradamente aplicada e de se tornar numa gigantesca máquina burocrática,
que consome tempo e energias e não conduz aos resultados esperados:
“Numa época em que as tecnologias e as pressões económicas acentuam a necessidade de fazer
valer o papel e a necessidade de bibliotecas, a avaliação tem um papel determinante, permitindo-nos validar
o que fazemos, como fazemos, onde estamos e até onde queremos ir, mas sobretudo o papel e intervenção,
as mais-valias que acrescentamos. “(Texto da Sessão)

Por outro lado, considero difícil determinar com alguma precisão o nível de
desempenho em cada subdomínio, na medida em que existem muitos itens a avaliar. Por
exemplo, no domínio da Literatura e Literacia, o nível quatro só será atingido se a BE
desenvolver um trabalho sistemático de promoção da leitura com todas as turmas da
escola. Tal nível poderá ser atingido, no caso de uma escola pequena (1º ciclo, com três
ou quatro turmas). O mesmo será praticamente impossível de atingir numa escola com
quarenta e quatro turmas. Deste modo, o nível de excelência será apenas uma “miragem,
e não algo que possa ser atingido, ainda que só por alguns.
Para finalizar termino com uma citação do Texto da Sessão que devemos ter sempre
em mente quando aplicarmos o Modelo de Auto - Avaliação, de modo a não perdermos o
foco estratégico:
“(…) requer que também a biblioteca investigue os resultados da sua acção, identificando o sucesso e o
impacto dos seus serviços e os gaps condicionantes desse sucesso (…) avaliação da BE permite, ao mesmo
tempo, prestar contas do impacto dos seus serviços perante a escola e todos os que estão ligados ao seu
funcionamento(…)”

Bibliografia:

- Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação

- Texto da Sessão

- Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”,
School Library Journal. 9/1/2002
<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [13/10/2009].

- Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based
practice”. 68th IFLA Council and General Conference August
<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf> [13/10/2009].

- Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”. School Library
Journal. 4/1/2008. < http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html>
[13/10/2009].

Formanda: Maria Teresa Tomás Jorge Pedro

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