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A Rede Nacional de Biblioteca Escolares tem treze anos de existência, pelo que faz
todo o sentido, à partida, proceder a uma avaliação do trabalho das bibliotecas escolares
que fazem parte da Rede, perspectivando os seus pontos fracos e fortes e aferindo o seu
impacto junto dos alunos e das suas aprendizagens, tal como é referido no documento do
Modelo de Auto-Avaliação da RBE.
Neste sentido é importante que cada escola conheça o impacto que as actividades
realizadas pela e com a Biblioteca vão tendo no processo de ensino aprendizagem, bem
como o grau de eficiência dos serviços prestados e de satisfação dos utilizadores da
Biblioteca.
(…) Pretende-se que a aplicação do modelo de auto-avaliação seja exequível e facilmente integrável
nas práticas de gestão da equipa da biblioteca. Não deve, portanto, representar uma excessiva sobrecarga
de trabalho, na qual se consomem parte das energias da equipa Modelo de Auto-Avaliação da RBE.”
Por muito que alguns procedimentos estejam implementados nas rotinas de
funcionamento, existe sempre uma certa sobrecarga de trabalho que não podemos ignorar.
Neste âmbito, é de realçar a necessidade, segundo o Modelo, de basear a auto-
avaliação da BE na recolha sistemática de evidências, associadas ao trabalho do dia a dia
(Texto da Sessão), como forma de provar o impacto que têm na aprendizagem. Este será
o grande desafio que as bibliotecas têm que enfrentar, pois esta atitude requer uma gestão
de mudança, a que muitos de nos não estamos habituados a fazer. Até aqui, as bibliotecas
têm-se limitado a fazer (quando existe tempo), um tratamento estatístico das requisições,
do fundo documental, etc. A necessidade de incorporar esta recolha de evidências na
prática diária da BE parece-me ser pertinente, mas difícil de aplicar a 100%, pelo menos
num futuro próximo, mas é de facto fundamental, para validar o papel da BE na Escola.
“But you will not be heard until your day-to-day practice is evidence-based; a practice that is directed
towards demonstrating the real tangible power of your contribution to the school’s learning goals(…)” ( Ross
Todd)
Por outro lado, considero difícil determinar com alguma precisão o nível de
desempenho em cada subdomínio, na medida em que existem muitos itens a avaliar. Por
exemplo, no domínio da Literatura e Literacia, o nível quatro só será atingido se a BE
desenvolver um trabalho sistemático de promoção da leitura com todas as turmas da
escola. Tal nível poderá ser atingido, no caso de uma escola pequena (1º ciclo, com três
ou quatro turmas). O mesmo será praticamente impossível de atingir numa escola com
quarenta e quatro turmas. Deste modo, o nível de excelência será apenas uma “miragem,
e não algo que possa ser atingido, ainda que só por alguns.
Para finalizar termino com uma citação do Texto da Sessão que devemos ter sempre
em mente quando aplicarmos o Modelo de Auto - Avaliação, de modo a não perdermos o
foco estratégico:
“(…) requer que também a biblioteca investigue os resultados da sua acção, identificando o sucesso e o
impacto dos seus serviços e os gaps condicionantes desse sucesso (…) avaliação da BE permite, ao mesmo
tempo, prestar contas do impacto dos seus serviços perante a escola e todos os que estão ligados ao seu
funcionamento(…)”
Bibliografia:
- Texto da Sessão
- Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”,
School Library Journal. 9/1/2002
<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [13/10/2009].
- Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based
practice”. 68th IFLA Council and General Conference August
<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf> [13/10/2009].
- Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”. School Library
Journal. 4/1/2008. < http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html>
[13/10/2009].