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O ônus da prova tem como regra geral → “Art. 818 - A prova das alegações incumbe à
parte que as fizer.”;
Ex. 1: Quem alega doença ocupacional deve provar que a adquiriu em razão da atividade
desenvolvida – nexo causal, porque não foi concedido EPI’s.
Ex. 2: alegação de FGTS não recolhido (deve ser recolhido pelo empregador, em
periodicidade mensal, 8%, depositado na CEF em conta vinculada, em nome do empregado,
para saque há várias hipóteses).
O entendimento é de que o ônus é do empregado/ reclamante provar, uma vez que ele tem
acesso aos extratos bancários dos depósitos efetuados a título de FGTS. O reclamante pode
demonstrar/ apontar os meses que não foram recolhidos, ou recolhidos a menos, pois tem os
extratos. Cai na regra geral.
Ex. 3: alegação de FGTS não recolhido (deve ser recolhido pelo empregador,
em periodicidade mensal, 8%, depositado na CEF em conta vinculada, em nome do
empregado, para saque há várias hipóteses).
Há entendimento de que o ônus é do empregado provar, uma vez que ele tem
acesso aos extratos bancários dos depósitos efetuados a título de FGTS. O
reclamante pode demonstrar/ apontar os meses que não foram recolhidos, ou
recolhidos a menos, pois tem os extratos. Cai na regra geral.
Já houve entendimento de que o ônus era do empregador, uma vez que era dele o
poder diretivo, é ele quem deve guardar os comprovantes de depósitos.
Ex. 6: Justa causa – depende de quem alega – é prova fática - ônus de provar
é de quem alega. Cai na regra geral.
O empregado que alega – rigor excessivo do empregador, por ex., ele que deve
provar. Difícil de ser provada;
O empregador que alega – desídia do empregado, por ex., ele que deve provar. E é
mais fácil para ele provar.
Conclusão:
É muito comum no processo trabalhista a inversão do ônus da prova – que
ocorrerá quando se tratar do poder diretivo do empregador.
Para cada objeto/ pedido a reflexão sobre o ônus da prova deve ser verificada
pedido por pedido (horas extras, insalubridade, FGTS)
A prova testemunhal é mais fácil de ser conquistada pelo empregador
Provas em espécie
Documental
Testemunhal
Depoimento pessoal
Pericial
Inspeção judicial
Momentos:
• Na inicial – docs. do reclamante
• Na defesa - docs. do reclamado
• Afora esses 2 momentos, somente se tratar de:
Documento novo, que significa que:
• Foi produzido após os momentos inicial/defesa – a data do
doc vai decidir;
• Cuja ciência a parte obteve após inicial/defesa – o
problema é provar isso – fez reforma e achou os docs
necessários, só que tem data anterior da inicial – vai ter
que narrar a situação fática
Súmula 08, TST – dispõe sobre juntada de documentos na fase recursal: não pode, salvo se
justificado o justo impedimento ou se referir a fato posterior a sentença.
TST Enunciado nº 8 - RA 28/1969, DO-GB 21.08.1969 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Juntada de Documento - Fase Recursal Trabalhista
A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua
oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.
Em caso de alegação de que o doc é falso, aquele que alega é que deverá provar a
falsidade do doc. Art. 389, CPC.
Art. 389. Incumbe o ônus da prova quando:
I - se tratar de falsidade de documento, à parte que a argüir;
II - se tratar de contestação de assinatura, à parte que produziu o documento.
ARGÜIÇÃO DE FALSIDADE DE DOC JUNTADO AOS AUTOS: Art. 389, CLT
A quem incumbe o ônus da prova? Alegações tipo: ou produzido de forma unilateral, ou com
a intenção de fraudar o judiciário → Cai na regra geral: quem alega que prova. Todavia, se
argüição de falsidade se der em razão de falsidade de assinatura, ver inciso II: “II - se tratar de
contestação de assinatura, à parte que produziu o documento.”.
Prova testemunhal
Número de testemunhas:
Nada haver com o processo civil (onde o nº de testemunhas varia com as pretensões).
Vai depender do rito/ procedimento e é calculado por parte.
• Se ordinário: até 03 testemunhas, por cada parte. Art. 821, 1ª parte.
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso
em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).
Exemplos:
1) reclamatória plúrima: pelo procedimento ordinário tem-se 30 reclamantes contra uma
mesma empresa-reclamada: serão 93 testemunhas (3 * 30+3)
2) reclamatória plúrima: pelo procedimento sumaríssimo tem-se 30 reclamantes contra uma
mesma empresa-reclamada: serão 63 testemunhas (2 * 30+3)
Não há necessidade de se arrolar as testemunhas. Elas deverão ser trazidas pelas partes à
audiência (Art. 825, CLT). Não há necessidade de rol de testemunhas acompanhado a PI. O
mesmo na defesa.
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intimação.
Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a
condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação.
Art. 730 - Aqueles que se recusarem a depor como testemunhas, sem motivo justificado, incorrerão na multa de Cr$ 50,00
(cinquenta cruzeiros) a Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros). (Vide Leis 6.986, de 1982 e 6.205, de 1975);
LEI Nº 6.986, de 13/04/1982 → Art. 7º = As multas por infração aos preceitos da Consolidação das Leis do Trabalho ficam
elevadas em 10 (dez) vezes o seu valor.
Todavia, pode ser requerido pela parte que a testemunha seja intimida a comparecer,
porque ela se negou a comparecer ou não compareceu. Qual o momento que deve ser
requerido? (4) Ver o rito:
1) Petição Inicial
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2) 1ª. Tentativa de Conciliação - art. 846/CLT
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3) Defesa - art. 847/CLT
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4) Produção de meios de provas – explicitar quais meios de provas quer se produzir → “questão
de ordem: não consegui trazer a testemunha Maria, gostaria que a testemunha fosse conduzida
sob vara, (...)”. → “É um tiro no pé” → ter que trazer testemunha contrariada. Todavia, escoado
esse momento, precluiu. Art. 825, § único. Nada obsta que se escutem as outras testemunhas
presentes. Nesse momento pode ser requerida a oitiva por carta precatória (se for dentro do
Brasil) e carta rogatória (se for para o exterior) também. Mas o juiz verificará se é oportuno o
requerimento. Só que aí a parte pode protestar (decisão interlocutória é atacada por protesto
antipreclusivo);
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5) Testemunhas - Art. 848, § 2º/CLT
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6) Razões Finais - art. 850/CLT
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7) 2ª. Tentativa de Conciliação - art. 850/CLT
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8) Sentença - art. 850, parágrafo único/CLT
Provas fora da comarca
É possível a produção de provas fora da comarca, através de cartas – Art. 200 e 10S.
Carta precatória → É aquela em que os juízes, normalmente, têm a mesma competência hierárquica. → A exceção
é a carta precatória do tribunal de Santa Catarina, por ex., para o juiz da comarca de S.L.
Carta de ordem → É a carta que vem de um tribunal superior para um juiz subordinado.
Carta rogatória → É a carta que vai ou vem do exterior.
Art. 338 - A carta precatória e a carta rogatória suspenderão o processo, no caso previsto na alínea b do inciso IV do art. 265
desta Lei, quando, tendo sido requeridas antes da decisão de saneamento, a prova nelas solicitada apresentar-se
imprescindível. (Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006) Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória, não
devolvidas dentro do prazo ou concedidas sem efeito suspensivo, poderão ser juntas aos autos até o julgamento final.
Art. 265. Suspende-se o processo:
IV - quando a sentença de mérito:
b) não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo;
Há problema com a redação desse artigo: na práxis, a morosidade enfrentada pela justiça, implica que,
independentemente, se a prova foi requerida antes ou depois da decisão do saneamento, haverá suspensão do
processo.
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não
seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.
Não existe ordem para oitiva das testemunhas.
É praxe:
• Se iniciar tudo pelo reclamante e
• Depois passar para o reclamado.
CONTRADITA À TESTEMUNHA:
É impugnação à prova testemunhal. Ocorre quando a parte contrária identifica que a
testemunha trazida pela outra parte tem:
• Parentesco com uma das partes, até 3º grau
• Amizade com uma das partes, ou
• Inimizade com uma das partes, ou
• Tem interesse na causa.
Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando o nome, nacionalidade,
profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de
falsidade, às leis penais.
Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência, pelo secretário da Junta
ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes.
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não
prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.
MOMENTO DE FAZER A CONTRADITA:
1º a testemunha é qualificada; depois deve ser argüir questão de ordem: “a testemunha tem
amizade íntima/ parentesco/ inimizade/ tem interesse na causa”
Juiz questiona se há prova da contradita, depois de questionar a testemunha.
Não havendo prova do alegado, causa uma instabilidade, pois. Como não há rol de
testemunhas na PI ou defesa, a surpresa sempre ocorrerá.
Assim, o advogado pode requerer prazo para corroborar/ confirmar a contradita ora alegada.
Juiz, por questão de economia processual, ouve a testemunha, ficando condicionada a
validade dessa oitiva às provas da contradita.
Caso não se traga o doc para comprovar o alegado, será válida a oitiva daquela
testemunha, por outro lado, juntando provas, a testemunha servirá de informante.
Questão controvertida: se quiser provar a contradita com outras testemunhas, essa
testemunha é uma do rol das testemunhas, ou é outra, a parte – dependerá do entendimento do
juiz (as 3 testemunhas por parte é para corroborarem com os pedidos, devendo haver outra
para a contradita, outros já não entendem assim).
→ A súmula 357 TST é aplicada, porém deve-se ver o que significa simples fato: O
reclamante, que ajuizou a reclamatória contra o reclamado, que também está sendo
processado na reclamatória pela ora testemunha, essa pode servir como testemunha?
Depende:
Pode ocorrer o depoimento da testemunha → e após ocorre fato novo → este torna suspeita
a testemunha → deve haver desclassificação de tal depoimento. Ex: não se sabia que a
testemunha era amante de uma das partes. Seu depoimento será desclassificado como mera
informação → testemunha informante;
DEPOIMENTO PESSOAL
Revelia é a constatação fática da não apresentação da defesa eis que a parte é revel:
→ a “pena” para esta revelia é a presunção relativa da veracidade dos fatos alegados pelo
adverso. → O Art. 844, CLT; somente é aplicado para a audiência inaugural.
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento
do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
§ único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.
MOMENTO PARA SE REQUERER o depoimento dependerá do rito:
Confissão ficta
(presunção relativa dos fatos alegados pelo adverso)
→ Pode se dar em 02 momentos no processo do trabalho para o reclamado:
PROVA PERICIAL
Pode ser:
• Contábil
• Técnica
• Grafodocumentoscópica
O juiz é obrigado a determinar a realização de perícia técnica quando houver alegação de:
• Insalubridade;
• Periculosidade;
• Ou de Ambas;
Insalubridade mín. 10%
Insalubridade média 20 % sobre o salário mínimo
Insalubridade máx. 40 %
Periculosidade: 30 % sobre a remuneração.
A atividade poderá ser insalubre e periculosa ao mesmo tempo, todavia os adicionais não podem se acumular,
devendo ser pago o que for mais benéfico ao empregado. Ex: frentista – insalubre; agentes químicos;
periculosidade por causa dos inflamáveis.
→ Aplicação das ações cautelares → aplicação subsidiária do CPC, fulcro no Art. 769, CLT.
Tem natureza instrumental, pois é necessário ingressar com uma reclamatória (ação
principal) após ela. Inclusive há prazo para o ingresso dessa ação principal, para que a cautelar
não perca o efeito. Todavia, nem todas as cautelares terão aplicação no processo do trabalho.
Devem ser demonstrados o fumus boni iuris e o periculum in mora – que significam trazer
alguns elementos para que a liminar seja deferida. A distribuição da reclamatória será por
dependência da cautelar. Produção antecipada de meio de prova - Tenta-se evitar que uma
prova se perca, em razão do tempo. Poderá ser ajuizada: Antes do ajuizamento da reclamatória
– preparação da ação, ou durante a reclamatória – de forma incidental, porque incide na ação.
Que pode ser para: Depoimentos (no caso de uma testemunha estar doente em estado
terminal. Pedido da cautelar: oitiva da testemunha doente); e/ou Perícia: Sempre que houver
atividade que envolva situação de insalubridade/ periculosidade. Ainda, no caso de empresa, na
qual o empregado afirma que há insalubridade, e que esta será demolida → cabe o ajuizamento
dessa cautelar de produção antecipada de meio de prova; → que é a chamada perícia em
gabinete ou em secretaria → se resume a uma mera entrevista do perito com empregado e do
perito com empregador → intuito de recolher dados sobre as condições de trabalho. É uma
perícia fraca. Além de ser utilizada no caso de empresa que vai falir.
Quem realiza:
A prova pericial deve ser realizada por:
Médico ou
Engenheiro do trabalho.
Pode ser nomeados assistentes → é raro de ocorrer tal possibilidade. Essa perícia é
realizada é realizada por prestador de serviço → por autônomo. O médico ou engenheiro do
trabalho deverá ser cadastrado nas varas do trabalho para ser nomeado pelo juiz.
Os peritos sugerem o valor da perícia realizada. Mas quem decidirá e fixará o valor será o
juiz → “chuta” um valor;
Quem paga os honorários periciais é a parte sucumbente na pretensão objeto da perícia.
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da
perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita.
Abre-se prazo para APRESENTAÇÃO DOS QUESITOS, a fim de conduzir o raciocínio, tais como:
Quais agentes insalubres estavam presentes na atividade do empregado? O contato com tais
agentes se dava de forma contínua ou esporádica?
A parte tem PRAZO PARA IMPUGNAR o laudo.
Com base na impugnação o juiz verá se o laudo foi suficiente → não sendo → Juiz PODE
REQUERER A COMPLEMENTAÇÃO DO LAUDO, nesse caso, O LAUDO RETORNA PARA O PERITO a fim de que ele
elabore a sua complementação, que será feita com base nas impugnações “apontadas”.
Exemplos:
Inicial defesa audiência laudo sentença
1) insalubridade nega perícia técnica não existe insalub; confirma o laudo;
Sugestão: 2.000,00 condena 2.000,00
RTE, salvo JG AJG
2) hext x x x x
PERÍCIA CONTÁBIL
INSPEÇÃO JUDICIAL
Pode ser a requerimento da parte ou de ofício pelo juiz, aliás, como todos os meios de
provas. → Aplicação subsidiária do CPC → Art. 769, CLT c/c Art. 440, CPC.
Art. 440. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo,
inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa.
O juiz se desloca até o local a fim de inspecionar pessoas ou coisas para esclarecimento de
algum fato que interesse a decisão da causa. As partes ou seus procuradores devem estar
cientes da realização dessa perícia.
→ Não é muito utilizada porque compromete a celeridade de todos os outros processos nos
quais o juiz deve “dar andamento”. → De rara ocorrência, tanto que o próprio REICH só
presenciou 2 casos:
1) disse que tava doente, juntando atestado médico, o juiz foi in loco, mas ninguém se
encontrava, quando estava de partida, a vizinha o interpelou e falou que o proprietário daquela
casa estava fazendo Cooper; diante do não comparecimento do reclamado aplicou a confissão
ficta, além de proferir despacho comunicando a OAB e ao CREMERS.
2) caso do banco e cartões-ponto juntados, que tinham registro de horários britânicos.
Vários empregados afirmavam que os cartões eram pré-anotados. O juiz foi ao banco verificar o
responsável pelas anotações e verificou que os cartões eram pré-confeccionados. O Juiz
utilizou essa inspeção para julgar todas reclamatórias que corriam contra o mesmo banco.