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A Inconfidência Mineira

INTRODUÇÃO

O movimento mineiro foi o primeiro a realmente manifestar com clareza a intenção


da colônia de romper suas relações com a metrópole. Outras rebeliões já haviam
ocorrido na colônia que, no entanto, possuíam reivindicações parciais, locais, que
nunca propuseram a Independência em relação a Portugal.

A importância da Inconfidência Mineira reside no fato de exprimir a decadência da


política colonial e ao mesmo tempo a influência das idéias iluministas sobre a elite
colonial que, na prática, foi quem organizou o movimento.

AS RAZÕES DO MOVIMENTO

Vários foram os motivos que determinaram o início do movimento, reunindo


proprietários rurais, intelectuais, clérigos e militares, numa conspiração que
pretendia eliminar a dominação portuguesa e criar um país livre no Brasil, em
1789

A Crise Econômica:

O século XVIII foi caracterizado pelo brutal aumento da exploração portuguesa


sobre sua colônia na América. Apesar de o Brasil sempre ter sido uma colônia de
exploração, ou seja, ter servido aos interesses econômicos de Portugal, durante o
século XVIII, a nação portuguesa conheceu uma maior decadência econômica,
entendido principalmente pelos déficits crescentes frente a Inglaterra, levando-a a
aumentar a exploração sobre suas áreas coloniais e utilizando para isso uma nova
forma de organização do próprio Estado, influenciado pelo avanço das idéias
iluministas, que convencionou-se chamar "Despotismo Esclarecido"

Nesse sentido, a política pombalina para o Brasil, normalmente vista como mais
racional, representou na prática uma exploração mais racional, com a organização
das Companhias de Comércio monopolistas, que atuaram em diversas regiões do
Brasil
Em Minas Gerais, especificamente, que se constituía na mais importante região
aurífera e diamantífera brasileira, o peso da espoliação lusitana se fazia sentir com
maior intensidade.

A exploração de diamantes era monopolizada pela Coroa desde 1731, que


demarcara a região, proibindo o ingresso de particulares em tal atividade. Ao
mesmo tempo, as jazidas da região aurífera se esgotavam com muita rapidez, em
parte por ser o ouro de Aluvião, em parte pelas técnicas precárias que eram
empregadas na atividade e esse esgotamento refletia-se na redução dos tributos
pagos a Coroa, fixado em "Um Quinto", portanto vinculado à produção. Para a
Coroa, no entanto, a redução no pagamento de impostos devia-se a fraude e ao
contrabando e isso explica a mudança na política tributária: Em 1750, o quinto foi
substituído por um sistema de cota fixa, definido em 100 arrobas por ano (1500
Kg). Como a produção do ouro continuava a diminuir, tornou-se comum o não
pagamento completo do tributo e a cada ano a dívida tendeu a aumentar e a
Coroa resolveu, em 1763, instituir a Derrama. Não era um novo imposto, mas a
cobrança da diferença em relação à aquilo que deveria ter sido pago. Essa
cobrança era arbitrária e executada com extrema violência pelas autoridades
portuguesas no Brasil, gerando não apenas um problema financeira, mas o
aumento da revolta contra a situação de dominação.

Soma-se a isso as dificuldades dos mineradores em importar produtos essenciais


como ferro, aço e mesmo escravos, produtos esses que tinham seus preços
elevados constantemente. Um dos principais exemplos dessa situação foi o
"Alvará de proibição Industrial" baixado em 1785 por D. Maria I, a louca, que
proibia a existência de manufaturas no Brasil. Os efeitos do alvará foram
particularmente desastrosos para a população interiorana, que costumava
abastecer-se de tecidos, calçados e outros gêneros nas pequenas oficinas locais
ou mesmo domésticas e que, a partir daí, dependeria das tropas que traziam do
litoral os produtos importados, por preços muito elevados e em quantidade nem
sempre suficiente.
Igreja em Vila Rica

Influências Externas

O ideal Iluminista difundiu-se na Europa ao longo do século XVIII, principalmente a


partir da obra de filósofos franceses e teve grande repercussão na América;
primeiro influenciando a Independência dos EUA e posteriormente as colônias
ibéricas.

Ao longo do século XVIII tornou-se comum à elite colonial, enviar seus filhos para
estudar na Europa, onde tomaram contato com as idéias que clamavam por
direitos, liberdade e igualdade. De volta a colônia, esses jovens traziam não só os
ideais de Locke, Montesquieu e Rousseau , mas uma percepção mais acabada
em relação a crise do Antigo Regime, representada pela decadência do
absolutismo e pelas mudanças que se processavam em várias nações, mesmo
que ainda controladas por monarcas despóticos.

Outra importante influência que marcou a Inconfidência Mineira foi a Independên-


cia das 13 colônias inglesas na América do Norte, que apoiadas nas idéias
iluministas não só romperam com a metrópole, mas criaram uma nação soberana,
republicana e federativa. A vitória dos colonos norte americanos frente a Inglaterra
serviu de exemplo e estímulo a outros movimentos emancipacionistas na América
ibérica, incluindo o Brasil.
Percebe-se essa influência, através da atitude do estudante brasileiro José
Joaquim da Maia que, em Paris, entrou em contato com Thomas Jefferson,
representante do governo dos EUA na França, para solicitar o apoio dos norte
americanos ao movimento de rebelião contra a dominação portuguesa, que estava
prestes a eclodir no Brasil.

Em uma das cartas mais famosas de Maia a Thomas Jefferson, o estudante


brasileiro escreveu: "Sou brasileiro e sabeis que minha desgraçada pátria geme
em um espantoso cativeiro, que se torna cada dia menos suportável, desde a
época de vossa gloriosa independência, pois que os bárbaros portugueses nada
pouparam para nos tomar desgraçados, com o temor que seguíssemos os vossos
passos; ... estamos dispostos a seguir o marcante exemplo que acabais de nos
dar... quebrar nossas cadeias e fazer reviver nossa liberdade que está
completamente morta e oprimida pela força, que é o único direito que os europeus
possuem sobre a América... Isto posto, senhor, é a vossa nação que acreditamos
ser a mais indicada para nos dar socorro, não só porque ela nos deu o exemplo,
mas também porque a natureza nos fez habitantes do mesmo continente e, assim,
de alguma maneira, compatriotas".

A CONSPIRAÇÃO

Tiradentes

A Inconfidência Mineira na verdade não passou de uma conspiração, onde os


principais protagonistas eram elementos da elite colonial, homens ligados à
exploração aurífera, à produção agrícola ou a criação de animais, sendo que
vários deles estudaram na Europa e que organizavam o movimento exatamente
em oposição as determinações do pacto colonial, enrijecidas no século XVIII. Além
destes, encontramos ainda alguns indivíduos de uma camada intermediária, como
o próprio Tiradentes, filho de um pequeno proprietário e que, após dedicar-se a
várias atividades, seguiu a carreira militar, sendo portanto, um dos poucos
indivíduos sem posses que participaram do movimento. Essa situação explica a
posição dos inconfidentes em relação à escravidão, muito destacada nos livros de
história; de fato, a maior parte dos membros das conspirações se opunha a
abolição da escravidão, enquanto poucos, incluindo Tiradentes, defendiam a
libertação dos escravos. As idéias liberais no Brasil tinham seus limites bem
definidos, na verdade a liberdade era vista a partir do interesse de uma minoria,
como a necessidade de ruptura dos laços com a metrópole, porém, sem que
rompessem as estruturas socioeconômicas. Mesmo do ponto de vista político, a
liberdade possuia limites. A luta pela independencia incluía ainda a definição do
regime político a ser adotado, embora a maioria defendesse a formação de uma
República que fosse Federativa, porém não garantia o direito de participação
política a todos os homens. Na verdade os inconfidentes não possuíam uma
orientação política definida, mas um conjunto de propostas, que tratavam de
questões secundárias, como a organização da capital em São João Del Rei ou
ainda a criação de uma Universidade em Vila Rica.

O movimento conspiratório tornou-se maior após a chegada do Visconde de


Barbacena, nomeado novo governador da capitania de Minas Gerais e incumbido
de executar uma nova derrama, utilizando-se de todo o rigor necessário para
garantir a chegado do ouro a Portugal. De setembro de 1788 em diante, as
reuniões tornaram intensas, onde eram alimentadas várias discussões sobre
temas variados e o entusiasmo exagerado contrastava com a falta de organização
militar para a execução da independencia. Tiradentes e outros membros da
conspiração procuravam garantir o apoio dos proprietário rurais, levando suas pro-
postas de "revolução" a todos que, de alguma forma, pudessem apoiar.

Um os mineradores contatados foi o coronel Joaquim Silvério dos Reis que, a


princípio aderiu ao movimento, pois como a maioria da elite, era um devedor de
impostos, no entanto, com medo de ser envolvido diretamente, resolveu deletar a
conspiração. Em 15 de março de 1789 encontrou-se com o governador, Visconde
de Barbacena e formalizou por escrito a denúncia de conspiração. Com o apoio
das autoridades portuguesas instaladas no Rio de Janeiro, iniciou-se uma
sequência de prisões, sendo Tiradentes um dos primeiros a ser feito prisioneiro,
na capital, onde se encontrava em busca de apoio ao movimento e alguns dias
depois iniciava-se a prisão dos envolvidos na região das Gerais e uma grande
devassa para apurar os delitos.

Num primeiro momento os inconfidentes negaram a existência de um movimento


contrário a metrópole, porém a partir de novembro vários participantes presos pas-
saram a confessar a existência da conspiração, descrevendo minuciosamente as
reuniões, os planos e os nomes dos participantes, encabeçada pelo alferes
Tiradentes.

Tiradentes sempre negou a existência de um movimento de conspiração, porém,


após vários depoimentos que o incriminava, na Quarta audiência, no início de
1790, admitiu não só a existência do movimento, como sua posição de líder.

A devassa promoveu a acusação de 34 pessoas, que tiveram suas sentenças


definidas em 19 de abril de 1792, com onze dos acusados condenados a morte:
Tiradentes, Francisco de Paula Freire de Andrade, José Álvares Maciel, Luís Vaz
de Toledo Piza, Alvarenga Peixoto, Salvador do Amaral Gurgel, Domingos Barbo-
sa, Francisco Oliveira Lopes, José Resende da Costa (pai), José Resende da
Costa (filho) e Domingos de Abreu Vieira.

Desses, apenas Tiradentes foi executado, os demais tiveram a pena comutada


para degredo perpétuo por D. Maria I. O Alferes foi executado em 21 de abril de
1792 no Rio de Janeiro, esquartejado, sendo as partes de seu corpo foram
expostas em Minas como advertência a novas tentativas de rebelião.

Tiradentes, filho de um pequeno proprietário e que, após dedicar-se a várias ativi-


dades, seguiu a carreira militar, sendo portanto, um dos poucos indivíduos sem
posses que participaram do movimento, A INCONFIDÊNCIA MINEIRA.

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