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A dissertação discute a linguagem musical sob a perspectiva semiótica de Peirce, definindo os elementos musicais como signos icônicos, hipo-icônicos e simbólicos. O autor analisa uma obra de Monteverdi para ilustrar como os planos icônico, indicial e simbólico se inter-relacionam na música. A pesquisa visa estabelecer os fundamentos teóricos para a análise semiótica musical de forma consistente.
A dissertação discute a linguagem musical sob a perspectiva semiótica de Peirce, definindo os elementos musicais como signos icônicos, hipo-icônicos e simbólicos. O autor analisa uma obra de Monteverdi para ilustrar como os planos icônico, indicial e simbólico se inter-relacionam na música. A pesquisa visa estabelecer os fundamentos teóricos para a análise semiótica musical de forma consistente.
A dissertação discute a linguagem musical sob a perspectiva semiótica de Peirce, definindo os elementos musicais como signos icônicos, hipo-icônicos e simbólicos. O autor analisa uma obra de Monteverdi para ilustrar como os planos icônico, indicial e simbólico se inter-relacionam na música. A pesquisa visa estabelecer os fundamentos teóricos para a análise semiótica musical de forma consistente.
Um estudo sobre a questo da representa na linguagem musical,
de Jos Luiz Martinez, Dissertao de Mestrado, COS/Pucsp, 1991
Alexandre Provin Sbabo
O objeto desta resenha a dissertao de mestrado de Martinez, J . L. (1991), denominada Msica e semitica: Um estudo sobre a questo da representa na linguagem musical, realizada sob orientao da Dra. Lucia Santaella, apresentada PUC-SP. Para Martinez, "Musicalmente, uma obra em particular est repleta de signos: qualidades acsticas, sua prpria existncia, suas leis de organizao interna". Partindo deste ponto a sua obra procura, por meio da semitica de Charles Sanders Peirce, elencar uma srie de elementos passveis de anlise semitica dentro do contexto do universo musical. No captulo um, "Panorama dos estudos semiticos aplicados a msica", o autor busca demonstrar a evoluo dos estudos semiticos que tiveram a msica como principal objeto de estudo, navegando por diversos autores. Martinez pretende demonstrar a evoluo da anlise semitica focada no objeto da msica, demonstrando conflitos e resolues ao longo dos tempos e indicando que as grandes contribuies ao tema em questo levavam maior compreenso da utilizao da semitica de Peirce para este tipo de anlise. J no captulo 2, "Msica e semitica", Martinez admite que "a atual situao dos estudos semiticos musicais (...) exibe evidentes carncias e lacunas. H falta tanto de unidade terica como de abordagens amplas, capazes de compreender e traduzir formalmente a complexidade da semiose musical (..)". Neste ponto, ele introduz a contextualizao da complexa evoluo do universo musical, como um todo, e, ainda neste captulo, o autor apresenta a teoria semitica peirceana, conceituando diversos aspectos e, por sua vez, incluindo e contextualizando caractersticas do universo musical. No captulo trs, A msica como matriz de cones, Martinez destaca a ideia de que (...) a linguagem musical essencialmente icnica. Isso porque, em sua especificidade, a msica faz referncia apenas aos dados acsticos, isto , aos elementos sonoros utilizados naquele sistema em particular. Neste ponto, tambm h forte conceituao da semiose musical com a trade peirceana, dando destaque questo do cone. Alm disso, o autor busca exemplificar esta ideia atravs do conceito de que a linguagem musical, a princpio, e em sua natureza, composta somente por qualidades, concluindo que o signo, com relao ao seu objeto, dentro dos aspectos apresentados no captulo, pode somente ser um cone. O quarto captulo, Hipo-cones em msica, possui como objetivo discutir as principais maneiras de qualidades, que se estabelecem em trs nveis: Imagem, Diagrama e Metfora. No campo da imagem, o autor apresenta que as onomatopias e a imitao de rudos naturais ou qualquer outro tipo de som, que so emitidos por instrumentos musicais, podem ser classificados como hipo-cone imagem. No que tange ao conceito de Diagrama, o universo musical explorado dentro de suas diversas relaes com seus pares, entre eles as semelhanas nas qualidades de movimento e de suas qualidades formais, sendo que, este ltimo ainda mais ambicioso, pois trata das relaes das notas entre elas, entre os diversos campos harmnicos e suas relaes dentro das partituras. No conceito da metfora, o autor destaca que este hipo-cone, no universo musical, resulta da apropriao intencional de uma determinada composio ou parte de composio empregada numa nova obra. Como exemplos de metfora so citadas as parfrases musicais, as citaes em msica, metalinguagem musical, pardia, neo-classicismo, entre outros. O quinto captulo, ndices e signos indiciais em msica, possui como foco a ideia de que toda msica resultado do contexto humano na qual foi produzida, refletindo desta forma o contexto histrico, social e seus meios de produo. No sexto captulo, Smbolos em msica, Martinez apresenta uma srie de exemplos da presena do simblico no territrio da msica. Dentre eles, Martinez cita o simblico presente nas msicas de tradies culturais clssicas da ndia, China e do Oriente Mdio, alm de exemplos bastante prticos como no caso da corneta do quartel, que ao tocar uma srie de notas de determinada escala, em um determinado instrumento, possui um efeito de lei, seja de despertar, de recolher ou at mesmo de agrupamento ou morte. O stimo e ltimo captulo, A interdependncia dos planos icnico, indicial e simblico na linguagem musical; Claudio Monteverdi, um caso estudo, procura demonstrar a aplicao de forma bastante clara e precisa de todos os conceitos e ideias abordados anteriormente, contribuindo para dar corpo, aplicabilidade e clareza ao estudo. O autor introduz a obra que ser objeto de anlise, situando o leitor atravs do prprio roteiro da pea, e logo aps aplica a trade peirceana de cone, ndice e smbolo no contexto da obra. Desta forma, Martinez conclui sua pesquisa demonstrando os resultados e inspira pesquisadores a solidificar a base terica da semitica da msica, porm alerta que a arte em si, seja ela qual for, no deve estar pautada somente em teorias, mas que h uma carncia de uma teoria slida o suficiente para conseguir estudar e analisar a arte adequadamente.