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O documento discute a transposição didática de conceitos para a formação de auditores internos de sistemas de gestão. Apresenta os conceitos de conhecimento, educação, aprendizagem e linguagem, e como os conceitos são formados e definidos. Também aborda a proposta de adequar as definições de conceitos da norma NBR ISO 19011 para materiais de cursos de formação de auditores.
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O documento discute a transposição didática de conceitos para a formação de auditores internos de sistemas de gestão. Apresenta os conceitos de conhecimento, educação, aprendizagem e linguagem, e como os conceitos são formados e definidos. Também aborda a proposta de adequar as definições de conceitos da norma NBR ISO 19011 para materiais de cursos de formação de auditores.
para a formao de auditores internos de sistemas de gesto Florencia Del Carmen Nieto Universidade de Caxias do Sul Programa de Mestrado em Educao Orientadora: Prof. Dr. Tnia Maris de Azevedo Realizar uma proposta de transposio didtica dos conceitos sistema de gesto, auditoria, evidncia, requisito, conformidade, no conformidade, ao corretiva, ao preventiva e eficcia, determinados pela norma NBR ISO 19011:2012 Diretrizes para auditoria de sistemas de gesto, por meio da adequao da linguagem das definies desses conceitos, a serem utilizados no material do curso de formao de auditores de sistema de gesto da qualidade (SGQ).
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Concepes Fundantes Conhecimento Educao Aprendizagem Linguagem Formao de Conceitos A Linguagem na Definio Transposio Didtica Proposta de Transposio Didtica de Conceitos para a Formao de Auditores Internos de Sistemas de Gesto
Objetivo da Pesquisa
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Concepes Fundantes O que conhecimento? Formas de conhecer Racionalismo Empirismo Interacionismo Conhecimento O que educao? Educao informal Educao formal Educao profissional Educao O que aprendizagem? Componentes da aprendizagem (Pozo, 2002): resultados, processos e condies Contedos da aprendizagem: comportamentais, sociais, verbais e procedimentais. Aprendizagem significativa Aprendizagem O que linguagem? Saussure (2006): lngua, linguagem e fala Vygotsky (1998): pensamento e linguagem Linguagem O que um conceito? Para Ausubel (2003, p. 2), podem definir-se os conceitos como objectos, acontecimentos, situaes ou propriedades que possuem atributos especficos comuns e so designados pelo mesmo signo ou smbolo. Como se formam os conceitos? Conforme Vygotsky (1998b, p.104), a percepo e a linguagem so indispensveis formao de conceitos, sendo que esta o resultado de uma atividade complexa, em que todas as funes intelectuais bsicas (ateno deliberada, memria lgica, abstrao, capacidade para comparar e diferenciar) tomam parte.
Formao de Conceitos
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Formao de Conceitos
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Conceitos espontneos Conceitos cientficos Vygotsky (1998) acredita que os conceitos espontneos, aqueles que surgem pela vivncia do sujeito, e os conceitos no-espontneos, que so construdos a partir de outros conceitos, no esto em conflito; fazem parte de um mesmo processo, ainda que se formem e se desenvolvam sob condies externas e internas diferentes e motivados por problemas diferentes. Vygotsky (1998) e Pozo (2002) consideram que a formao de conceitos cientficos dada pela educao formal, sendo para Ausubel (2003) que existem dois mtodos de aprendizagem conceptual. Formao de Conceitos
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Atributos do conceito atravs de experincias diretas de formulaes Formao Conceptual Novas combinaes de referentes existentes Assimilao Conceptual Os conceitos cientficos, geralmente, so apresentados atravs de definies. A definio um recurso para apresentar termos novos e explicitar/reelaborar noes j conhecidas, ou seja, a definio contribui para a construo do significado. Segundo Garcia (2006, p. 332), a definio, como modus sciendi, um recurso de expresso de que nos servimos para dizer o que que queremos dar a entender quando empregamos uma palavra ou nos referimos a um objeto ou ser. [...]. Consiste, assim, numa frmula verbal atravs da qual se exprime a essncia de uma coisa (ser, objeto, ideia). , portanto, uma operao de esprito em que se determina a compreenso que caracteriza um conceito. A Linguagem na Definio
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Azevedo e Rowell (2006) pontuam trs pressupostos em relao linguagem e definio. A Linguagem na Definio
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que cada rea do conhecimento se expressa de forma especfica para a conceituao de suas ideias que todo conhecimento seja matemtico, qumico, lingustico , mesmo tendo uma linguagem prpria, tem a formalizao e a representao de seus conceitos realizada por meio da linguagem verbal oral ou escrita que nosso modo de adquirir e usar a linguagem influenciado pelo contexto cognitivo e no somente pelo cultural e social, ou seja, entender uma definio depende tambm do que sabemos e de como organizamos o que sabemos (ROWELL, 2006, p. 27) Garcia (2006, p. 334) apresenta a estrutura formal de uma definio como sendo constituda por termo, cpula, gnero e diferena. A Linguagem na Definio
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Diferena: refere-se a tudo o que distingue a coisa de outras que fazem parte da mesma classe Gnero: a classe de coisas a que pertence o termo Cpula: trata-se do verbo ser ou equivalente Termo: a coisa a ser definida Garcia (2006) comenta que a definio um recurso eficaz na expresso das ideias, portanto toda a vontade de saber, de conhecer, de ensinar, se resolve por definies. Estas definies de conceitos cientficos so transpostas para materiais didticos com o objetivo de ensinar o objeto de conhecimento abordado. Transposio Didtica (TD)
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Chevallard (1991) define a TD Transposio Didtica (TD)
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Saber cientfico Saber a ensinar Saber ensinado Transposio interna Transposio externa Alvarez (2005) define as etapas da TD:
A descontextualizao dos saberes cientficos ou dos especialistas. [...] A despersonalizao da noo do que ser ensinado no associando ao fundador do conceito nem ao campo cientfico ao qual pertence. A programao ou distribuio conceitual das noes que se ensinam com outras noes [...] A publicao. Os saberes que sero ensinados esto contidos em documentos oficiais [...]. O controle ou avaliao. A transmisso dos conhecimentos se verifica mediante procedimentos para comprovar a aquisio, a apropriao e a (re)utilizao dos mesmos Transposio Didtica (TD)
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Como pressupostos para a realizao da TD de um texto cientfico, Fontana (2012) ressalta que o professor deve: considerar o aluno um ser que interage com o conhecimento; reconhecer que o aprendiz possui uma bagagem de experincias e conceitos anteriores; e, aceitar que o aluno possui uma viso de mundo e um uso da linguagem que so frutos do seu meio sociocultural. Transposio Didtica (TD)
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Fontana (2012) exemplifica como realizar a transposio didtica de um texto cientfico: identificar e focar nas necessidades do grupo de aprendizes; iniciar o contedo com um tpico de conhecimento do aluno; definir um termo e exemplificar; utilizar perguntas, esquemas e quadros que completem o texto; e encerrar com um resumo sobre o assunto. Transposio Didtica (TD)
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Alvarez (2005) ressalva que importante exercer uma vigilncia epistemolgica no processo de TD, visto que os saberes escolares tm como objetivo principal transmitir o saber e o saber fazer para preparar os sujeitos adaptados sociedade e transformar sua capacidade de agir nas diversas situaes cotidianas em virtude dos saberes teis. Transposio Didtica (TD)
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O curso Formao de Auditores Internos da Qualidade uma capacitao profissional para o sujeito atuar como auditor em empresas que pretendem obter, ou j possuem, a certificao referente norma NBR ISO 9001:2008 Sistemas de gesto da qualidade requisitos. Trata-se de um curso de curta durao, com carga horria de 24 horas. O material didtico utilizado nos cursos, geralmente, uma transcrio literal da norma de auditoria e da norma ISO 9001em estudo, sendo, a primeira delas, a mesma para qualquer sistema implementado. Ou seja, no h uma transposio didtica dos conceitos e das definies estabelecidas na norma objeto do curso. Proposta de TD de Conceitos para a Formao de Auditores Internos de Sistemas de Gesto
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Para atender as exigncias do processo de auditoria verificar conformidades e contribuir com a melhoria dos resultados do negcio - o auditor de sistemas de gesto deve ter elucidado determinados conceitos, condizentes com os princpios de auditoria Nesta pesquisa, os conceitos foram delimitados ao principio da abordagem baseada em evidncia, por tratar-se de um aspecto tcnico da auditoria e no comportamental. Proposta de TD de Conceitos para a Formao de Auditores Internos de Sistemas de Gesto
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Foram selecionados 10 conceitos, que fazem parte da mesma rede conceitual:
Proposta de TD de Conceitos para a Formao de Auditores Internos de Sistemas de Gesto
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Auditoria Evidncia Ao Corretiva No Conformidade Conformidade Requisito Sistema de gesto Ao Preventiva Eficcia Eficincia Na norma ISO 9000:2005 consta a seguinte definio:
Eficcia a extenso na qual as atividades planejadas so realizadas e os resultados planejados, alcanados. Termo: Eficcia Cpula: Verbo ser Gnero: extenso (no uma classe) Diferena: no realizada nesta definio Proposta de TD de Conceitos para a Formao de Auditores Internos de Sistemas de Gesto
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Proposta de transposio didtica da definio
Eficcia a constatao com evidncias de que as atividades planejadas so realizadas e de que os resultados planejados so alcanados. Termo: Eficcia Cpula: Verbo ser Gnero: constatao Diferena: com evidncias Consideraes Finais Considera-se que a realizao da transposio didtica das definies dos conceitos de auditoria relacionados ao princpio de abordagem baseada em evidncia para compor um material didtico, ir contribuir na formao de conceitos e construo do conhecimento dos futuros auditores. Referncias ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. 2.ed. So Paulo: Martins Fontes, 2007. LVAREZ, Teodoro. Didctica del texto en la formacin del profesorado. Madrid: Sntesis, 2005 ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 9000: Sistemas de gesto da qualidade fundamentos e vocabulrio. Rio de Janeiro, 2005. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 9001: Sistemas de gesto da qualidade requisitos. Rio de Janeiro, 2008. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 17021: Avaliao de conformidade requisitos para organismos que fornecem auditoria e certificao de sistemas de gesto. Rio de Janeiro, 2011. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 19011: Diretrizes para auditoria de sistemas de gesto. Rio de Janeiro, 2012. AUSUBEL, David P. Aquisio e reteno de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Paralelo Editora, 2003. AZEVEDO, Tnia M. de; ROWELL, Vania M. Uma proposta de lngua materna instrumental para o ensino fundamental. CONGRESSO LATINOAMERICANO SOBRE FORMAO DE PROFESSORES DE LNGUAS/ ENCONTRO CATARINENSE DE FORMAO DE PROFESSORES DE LNGUAS, 1, 2006, Florianpolis, Anais. Florianpolis: UFSC, 2006. Referncias AZEVEDO, Tnia M. de. Transposio didtica de gneros discursivos: algumas reflexes. In: Revista do Programa de Ps-Graduao em Letras da Universidade de Passo Fundo. v. 6, n. 2, p.198-214. jul./dez. 2010. AZEVEDO, Tnia M. de. Linguagem e conhecimento: algumas reflexes. In: PAVIANI, Neires M. S.; FONTANA, Niura M.; AZEVEDO, Tnia M. de (Orgs.). Gneros textuais: subsdios para o ensino em diferentes disciplinas. Caxias do Sul: EDUCS, 2012. CHEVALLARD, Yves. La transposicin didctica: del saber sabio al saber enseado. Buenos Aires: Aique, 1991. FONTANA, Niura M. O texto didtico. In: PAVIANI, Neires M. S.; FONTANA, Niura M.; AZEVEDO, Tnia M. de. (Orgs.). Gneros de texto: subsdios para o ensino em diferentes disciplinas. Caxias do Sul: EDUCS, 2012, p. 81-104. GARCIA, Othon M. Comunicao em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. Rio de Janeiro: Editora da Fundao Getlio Vargas, 2006. KUIAVA, E. A. Filosofia da educao: pressupostos antropolgicos, ticos e epistemolgicos. In: RAMOS, Flvia B.; PAVIANI, Jayme. (Orgs.). O professor, a escola e a educao. Caxias do Sul: EDUCS, 2009, v. 1, p. 45-55. MACHADO, Anna Rachel e colaboradores. Linguagem e educao: o ensino e a aprendizagem de gneros textuais. Organizao de Lilia Santos Abreu-Tardelli e Vera Lcia Lopes Cristovo. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2009. Referncias MARANDINO, Martha. Transposio ou recontextualizao? Sobre a produo de saberes na educao em museus de cincias. Revista Brasileira de Educao, n. 26, mai./ago. 2004. MORIN, Edgar. O mtodo 3: o conhecimento do conhecimento. Porto Alegre: Sulina, 1999. PAVIANI, Neires M. S.; BONES, Vanessa E. U. Transposio didtica. In: PAVIANI, Neires M. S.; FONTANA, Niura M.; AZEVEDO, Tnia M. de. (Org.). Gneros de texto: subsdios para o ensino em diferentes disciplinas. Caxias do Sul: EDUCS, 2012, p. 53-67. PAVIANI, Jayme. Epistemologia prtica: ensino e conhecimento cientfico. Caxias do Sul: Educs, 2009. POZO, Juan Igncio. Teorias cognitivas da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1998. POZO, Juan Igncio. Aprendizes e mestres. Porto Alegre: Artmed, 2002. ROWELL, Vania M. A definio como recurso lingustico e sua relao com a formao de conceitos cientficos no Ensino Fundamental. Dissertao (Mestrado em Lingustica Aplicada), Faculdade de Letras, Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: PUCRS, 2006. SAUSSURE, Ferdinand. Curso de lingustica geral. So Paulo: Cultrix, 1995. VYGOTSKY, L. S. A formao social da mente: o desenvolvimento dos processos psicolgicos superiores. So Paulo: Martins Fontes, 1998a. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. So Paulo: Martins Fontes, 1998b. Na norma ISO 9000:2005 consta a seguinte definio:
Requisito a necessidade ou expectativa que expressa, geralmente, de forma implcita ou obrigatria Termo: Requisito Cpula: Verbo ser Gnero: necessidade ou expectativa Diferena: no realizada nesta definio Proposta de TD de Conceitos para a Formao de Auditores Internos de Sistemas de Gesto
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Proposta de transposio didtica da definio
Requisito uma exigncia verificvel, expressa de forma explicita ou implcita Termo: Requisito Cpula: Verbo ser Gnero: exigncia Diferena: verificvel
Cead 20131 Gestao de Recursos Humanos Pa - Gestao de Recursos Humanos - Tecnicas de Negociacao - I (Dmi766) Caderno de Atividades Impressao Tecnicas de Negociacao