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MATEMÁTICA - SBM
14 – 18 de Outubro de 2002
z = x^2-y^2
z
y
x
- Agosto de 2002 -
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INTRODUÇÃO
Iniciaremos com os comandos básicos do Winplot, para que o leitor se familiarize com
os recursos disponíveis, como a animação em família de gráficos de curvas dos tipos y = f(x),
r=f(t) (polar) , x=f(t), y=g(t) (paramétrica). Em seguida apresentamos atividades voltadas ao
ensino de Cálculo, como o conceito de assíntotas, limites, reta tangente e área.. Na terceira e
última parte serão apresentadas algumas atividades em dimensão três, explorando funções do
tipo z = f(x,y), e também superfícies parametrizadas do tipo x=f(t,u), y=g(t,u), z=h(t,u).
I. DESCRIÇÃO DO SOFTWARE
• 2-dim Funções de uma variável, na forma y = f(x) (cartesiana), r = f(t) (forma polar),
x=f(t) e y = g(t) (paramétrica), seqüências, polinômios, equações diferenciais.
A opção Adivinhar exibe gráficos de funções para que possamos adivinhar sua equação.
Podem ser selecionados tipos mais simples (retas, parábolas) ou mais avançados. No exemplo da
figura abaixo está exibido o gráfico de uma parábola. A partir daí o usuário digita uma função na
caixa de diálogo (Comandos "Equa → Adivinhar"). Se foi digitada a função correta, aparecerá a
mensagem "Perfeito" . Caso contrário, o gráfico de sua função digitada aparecerá na tela,
mostrando então o erro cometido.
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A OPÇÃO 2-DIM
Função Winplot
y=ax+b ax+b
y=xn x^n
y =| x | abs(x)
y= x sqr(x)
y=n x root(n,x)
y=sen x sin(x)
y=cos x cos(x)
y=tg x tan(x)
y=ln x ln(x)
Usaremos a convenção “ Equa → y=f(x) ” para significar que foi selecionado no menu
“Equação” a opção “y=f(x)” .
Por exemplo, ao
lado exibimos as opções
“Misc → Cores →
Fundo” , que mostra que
foi selecionada no menu
“Miscelânea” a opção
“Cor de fundo”
1) Para traçar o gráfico de função y=f(x), use as opções 2-dim → Equa → y=f(x) do menu
“Janela”. Caso você queira uma função z = f(x,y), de duas variáveis, escolha a opção 3-
dim.
A figura ao lado
mostra o Winplot aberto
com uma janela 2D e
exibindo um sistema de
eixos. É possível exibir
as escalas nos eixos,
(com ou sem decimais),
as linhas de grade, entre
outras opções. Para isso
selecione as opções em
“Ver → Grade”
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3) Para redimensionar a janela do seu gráfico (a fim de melhorar a visibilidade do seu gráfico),
utilizamos os comandos “ Ver → ver ” . Basta então digitar os novos extremos da janela
que você deseja.
Como opção você pode usar as teclas de atalho Ctrl S ou Ctrl E, mas às vezes as escalas
são redimensionadas para valores fora do seu controle.
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4. Na figura abaixo, foram feitas as seguintes modificações com o comando “Ver → Grade”:
• Exibir numeração nos eixos na opção “escala” , sem decimais, e com freqüência de 2 em 2
números.
• Na opção Misc, utilizamos uma linha de grade mais leve e eixos mais marcantes.
• Melhor visualização maior do gráfico de f , redimensionando a janela com uso dos comandos
“Ver → Ver” ou “ Ver → Zoom afastar ”
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1. Trace os gráficos das funções y = x, y = x +1, y = x –3. Faça o mesmo com as funções y =
2x, y = 2x +2 e y = 2x –3
3. Compare os gráficos da função y = abs(x) com y = abs(x -1) e y = abs(x -5). Compare
agora com os gráficos de y = abs(x+1) e y = abs(x+3) .
Apresentamos abaixo algumas atividades que podem ser aplicadas no ensino do chamado
Pré-Cálculo, do Cálculo Diferencial e Integral e de Geometria Analítica. A nossa idéia é
incorporar o computador ao conjunto de técnicas didáticas utilizadas pelo professor, ou seja,
tornar o computador (e o Winplot) mais um recurso didático para uso em sala de aula, ou em
Laboratórios de Matemática instalados nas Escolas e Universidades.
Como veremos, é possível desenvolver atividades com esse programa que tragam mais
compreensão dos conceitos básicos do Pré-Cálculo, Cálculo e Geometria Analítica. Além disso,
cada uma das atividades podem ser desdobradas em várias outras similares (devido à grande
rapidez do programa no esboço das curvas e superfícies), gerando assim um conjunto interativo
de atividades interligadas.
Caberá principalmente ao professor o papel de desenvolver outras atividades, mais
adequadas a sua situação escolar, que possam motivar seus alunos e ajudar na compreensão dos
conceitos. Nosso ponto de vista é compartilhado pela Profa. G. Palis (PUC-RJ), que afirma na
Revista do Professor de Matemática (RPM 26):
“Porém, é preciso destacar que certamente a qualidade do aprendizado depende, em grande parte, da
qualidade das tarefas propostas aos alunos e não da disponibilidade ou emprego de tecnologias computacionais”
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Citamos também trecho do artigo do Prof. Elon Lima (IMPA), sobre o emprego de
tecnologia computacional (Lima, E. ; Matemática e Ensino ; SBM, 2001)
“O Japão é um dos países do mundo onde o número de computadores por habitante é o mais alto.
Entretanto, apesar dos esforços das autoridades, a utilização de computadores no ensino da Matemática nas
escolas japonesas teve que enfrentar resistência e demora pois a maioria dos professores não estava preparada e
relutava em preparar-se para mudar seus métodos tradicionais de ensino.
Essa demora afinal de contas resultou benéfica, pois hoje os japoneses parecem convencidos de que o uso
de computadores no ensino da Matemática e suas aplicações é muito mais eficiente para alunos a partir de 15 ou
16 anos, em cujos currículos tal uso realmente se justifica. Nos anos iniciais da escola é muito mais importante
fortalecer os hábitos de auto-disciplina, trabalho, organização, esforço e imaginação, o que se faz melhor sem o
uso dos computadores e sem os problemas logísticos ligados à sua utilização pelos professores.”
PRÉ-CÁLCULO
Problema: O que se pode concluir sobre o crescimento relativo das funções f(x) = x2 , g(x) =
x4 e h(x) = 2x-1?
Solução:
a) Construa (em uma mesma tela) o gráfico das funções (x) = x2 , g(x) = x4 e h(x) = 2x-1
b) Observe que para x = 0 e x = 1 temos
f(x) = g(x) = h(x).
Pelo “visto” no gráfico ao lado, a função
exponencial (em azul) cresce menos que
as demais... Será ?
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c) Altere agora os valores de x e de y na janela usando Ver → Ver (cantos) para obter outras
interseções das curvas x2 e x4 com 2x-1
Solução:
a) Trace os gráficos das funções y = x2 e de y = 2x .
b) Verifique graficamente que esta equação possui 3 soluções, ou seja, que estas curvas se
intersectam exatamente em 3 pontos (use os comandos “Ver → Ver” ) para escolher uma
janela apropriada)
c) Adivinhe as duas soluções positivas (ou use os comandos “Dois → Interseções” do Winplot)
d) Usando os comandos “Dois → Interseções” veja no Winplot o valor (aproximado) da solução
negativa.
x 2 x 4
f1(x) = 1 + , f2(x) = 1 + , f3(x) =
2 4
x8 x 16
1 + f4 (x) = 1 + e f(x) = ex
8 16
c) Altere os dados da janela ( use “Ver→ Ver” ) e também os valores de n dados acima para n =
32, 64, 128, etc.
Problemas:
A) Quando x → 0 , o que ocorre com x sin(1/x) ?
B) Quando x → + ∞ , o que ocorre com x sin(1/x) ?
Visualização do problema A:
a) Escolha uma vizinhança (janela) da origem –0.5 < x < 0.5 e –0.5 < y < 0.5
b) Usando esta janela, trace simultaneamente os gráficos de y = -x, y = x , e y = x sin(1/x)
c) Convença-se que x sin(1/x) → 0 quando x → 0
Visualização do problema B:
Pelo " visto " no gráfico abaixo, somos inclinados a dizer que lim x ⋅ sin (1 / x ) = + ∞
x →+∞
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Conclusão do problema B:
Pelo visto acima, o limite de y = x ⋅ sin(1/x) quando x → ∞ deve ser igual a 1. Isto pode ser
feito matematicamente da seguinte forma:
sin( 1 )
lim x ⋅ sin(1 x ) = lim x = lim sin( t ) = 1 , em virtude do limite
x→ ∞ x→ ∞ 1 t→ 0 t
x
fundamental.
Existem atividades variadas que envolvem o conceito de derivada de uma função. Por exemplo,
relação da derivada com a reta tangente ao gráfico, o a visualização e o cálculo dos máximos e mínimos
de uma função, o traçado simultâneo da função e de uma função e de sua derivada, etc.
f (x) − f (x o )
f ' ( x o ) = lim é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da função, no
x →x o x −xo
ponto P = ( xo, yo )
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x
0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
y
A idéia é 2
aproximar esta área pela soma das
áreas de pequenos retângulos, como na figura.
1
15
Exemplo 8: Qual a área limitada entre
as curvas f(x) = x3–3x +3 e g(x) =
10 2x2+3 ?
Solução:
5 a) Trace no Winplot os gráficos dessas
funções.
-1 1 2 3 4
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b) Use os comandos “Dois → Interseções” para achar as interseções entre estas curvas.
c) Usando os pontos de interseção encontrados, e os comandos Dois → Integrações, peça ao
programa para calcular a integral de f-g, por algum dos métodos ( “ponto à esquerda” por
exemplo). Selecione “Visualizar” para ver os retângulos construídos ao longo dos sub–
intervalos.
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Nem sempre o sistema de coordenadas cartesianas é o mais conveniente, algumas vezes é mais
fácil usar sistema de coordenadas polares, que em alguns casos simplifica extremamente as equações
das curvas.
Problema: Trace o gráfico da curva r = 1 – 2cos(t)
Solução: Use o seguinte roteiro
p o la r
a) “Ver → Grade” (clique aplicar)
s e t o pr eo sl a 3r e s
d i g :i1t -e2 c o s ( t )
b) “Equa → r = f(t)” (clique ok)
e s c o :l thma i=n- 6 , 2 e8 tm a= x6 , 2 8
Solução: x
adelmo@ufba.br
20
-2 -1 1 2 3
-1
-2
c x 3
− x + 2 , s e x< 0 2
y=
Família de soluções de uma EDO
c + x , s e x> 0
1
x 2 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1
-2
-3
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GRÁFICOS TRIDIMENSIONAIS
principal do Winplot. Em seguida, lançar mão da opção “3-dim”. Por outro lado, poderemos
optar pela seguinte simplificação: estando na janela principal do Winplot, basta digitar a tecla F3
para acionar o ambiente gráfico tridimensional deste software. Dando continuidade, utilizaremos,
no menu principal, as opções Equa → z=f(x,y), ou simplesmente, teclar F1 na tela do ambiente
mencionado acima.
Exemplificaremos a seguir uma função de duas variáveis reais descrita pela lei dada por
xy ( x 2 − y 2 )
z = f ( x, y ) = , conhecida por “Sela de Macaco”.
x2 + y 2
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de nível f ( x, y ) = k da função f.
Passaremos, agora, a determinar as curvas de nível da superfície referida acima fazendo
uso do software. Para tanto, devemos utilizar a janela “inventário” no menu Equa, ou optar por
Ctrl+I na janela 3-dim, e em seguida clicar nos botões “níveis → auto → ver todas”. Segue
abaixo o efeito obtido após executar os comandos citados anteriormente.
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parâmetro para a expressão z=f(x,y), como por exemplo, qualquer letra do alfabeto inglês,
excetuando as letras X, Y e Z, pois estas já são usadas em comandos internos do programa
Winplot. Introduzindo o parâmetro na expressão, esta tomará a seguinte forma:
z=f(x,y), para visualizar a superfície. Como o padrão (default) do programa é iniciar com A=0, a
superfície exibida na tela é o plano z = 0. Usando as opções “Anim → A” fazemos a animação
desejada, ou seja o programa exibe uma nova janela intitulada “valor atual de A” apresentada
abaixo.
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Nesta janela, podemos usar a “barra de rolagem” para apresentar a família de superfícies
a 1-parâmetro. Deve-se sincronizar da melhor maneira possível para obtermos famílias,
encantadoras, de superfícies. No caso usual, o default do programa é –10 < A < 10. Para mudar
este intervalo do parâmetro A, digite um valor desejado para limite inferior, e clique em “def L” .
Escolha também um valor para o limite superior e clique em “def R” .
Apresentamos, abaixo, uma amostra de quatro transformações da “Superfície Chapéu”.
Admitimos nestas animações os seguintes valores para o parâmetro A: -3, -1.5, 1 e 2.4.
Mostramos a seguir a janela citada acima, a qual é responsável pelo controle do parâmetro A.
Atividades:
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Dadas as superfícies abaixo, pede-se para plotar os seus gráficos e construir as curvas de
nível. Estabeleça animações para estas superfícies.
x e y no intervalo [−1,1] .
[−0.5, 0.5] .
Uma opção interessante para visualizar o traçado de superfícies e usar o “Fatiador” , que é
encontrado no menu “Miscelânea”. No exemplo abaixo tomamos uma superfície do tipo z =
f(x,y). Em seguida usando as opções Misc → Fatiador, podemos ver as curvas geratrizes dessa
superfície. Acionando os botões “auto reverse” , “auto ciclic”, ou simplesmente as barras de
rolagem adequadas, podem-se ver dinamicamente as curvas desejadas.
Superfícies Parametrizadas
Daremos a
seguir exemplos de
superfícies parametrizadas
descritas através dos
parâmetros t e u,
definidos num
determinado
intervalo real. A título
de ilustração
faremos a
construção da esfera
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S2 e do toro T2. Para a realização do gráfico desta superfície utilizaremos os comandos Equa →
x = f (t , u ),... . Assim sendo, aparecerá a janela descrita abaixo onde escreveremos as equações:
x (t, u) = (a + r c o su) c o st )(
y( t, u ) = (a + r c o su)s i n( t)
z(t, u) = r s in(t )
onde a, b são positivos, a > b
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Usando o menu Animação, pode-se alterar os valores de a, b para visualizar uma família de
toros.
A seguir apresentamos 04 Listas de Atividades que podem ser testadas pelos professores /alunos de Matemática,
Engenharia, etc. Cada uma delas pode contribuir para um aprendizado mais criativo desta disciplina, tão
importante e rica em aplicações.
4. Mostre geometricamente que a equação modular |x-1| - |x-3| = 4 não tem solução.
( dica: trace os gráficos de y = | x-1| - | x-3 | e y = 4 em uma mesma tela ).
5. Na mesma tela acima, trace também os gráficos de y=3, y = 2, y =1. Quantas soluções
aparecem nestes casos?
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Bloco 5: Funções cúbicas ( y = ax3 + bx2 +cx + d ) Zeros, interseções com o eixo Oy,
Limites no infinito.
4. Trace o gráfico da função y = x 3 – 5x2 + 4x . Você pode achar facilmente os zeros dessa função, que
são : x = 0 , x = 1, x = 4 . Note também que:
quando x → +∞ então y → + ∞ (isto acontece porque a > 0 e o grau do polinômio é 3)
quando x → -∞ temos y → -∞ .
5. Trace os gráficos das funções y = x3 – 5x2 + 4x -3 , y = x3 – 5x2 + 4x + 1,
y = x3 – 5x2 + 4x + 3, = x3 – 5x2 + 4x + 6 , y = x3 – 5x2 + 4x + 7 . Observe que:
• As interseções com o eixo Oy são fáceis de calcular
• Os zeros dessas funções não são fáceis de calcular (experimente !).
• Os limites de y = f(x) quando x → - ∞ e quando x → + ∞ são os mesmos de y = x3
2. Trace o gráfico dessa função. Vamos modificar este gráfico, adicionando algum termo:
a) p2(x) = x4– 6 x2 + 15 não tem mais nenhuma raiz (observe que 15 = 5 + 10)
b) p3(x) = x4 – 6 x2 + 15 – 2x3 tem agora 2 raízes negativas
c) p4(x) = x4 – 6 x2 + 15 + 2x3 tem agora 2 raízes positivas
Observação: Note que xlim f ( x ) = +∞ porque temos um polinômio de grau par e o coeficiente a é
→±∞
maior que zero.
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2. Para cada uma das funções acima, visualize a assíntota vertical correspondente (reta do tipo x = k,
onde a função f se aproxima arbitrariamente quando x → k). Verifique também o comportamento dessas
funções quando x → - ∞ e x → + ∞. Para isso, você terá que alterar a janela ( “cantos”, no menu do
programa )
Algumas das funções acima possuem assíntotas oblíquas, ou seja, retas y = mx + k que se aproximam
arbitrariamente do gráfico da função, quando x → ∞. Elas ocorrem quando grau(p(x)) = grau(q(x)) +1.
No caso em que grau(p(x)) ≤ grau(q(x)), a função f(x) possui uma assíntota horizontal, de equação y = k.
1. Verifique o comportamento dos gráficos das funções acima, e (tente) visualizar as assíntotas oblíquas,
ou horizontais.
Comentário: Nas condições acima referidas, quando y = mx + k é uma assíntota oblíqua de y = f(x)
temos:
f (x) k = lim [f ( x ) − mx ]
m = lim e x →∞
x →∞ x
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4) Em cada um dos itens a seguir, determine a superfície de revolução, gerada pela rotação da
curva C em torno do eixo especificado.
x 2 −1
a) y= eixo Ox (y = 0) [digite: ((x^2-1)/2)^(1/2)]
2
b) y = 2x –10 eixo Ox (y = 0) e eixo Oy (x = 0)
c) y = (x – 1)2 eixo Oy (x = 0) e r: x = 1
1
d) y = eixo Oy (x = 0)
x2