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Introdução
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irregulares do município, mas também engloba algumas áreas da cidade formal
e regular e perigos que podem afetar a infra-estrutura urbana.
As seguintes áreas com potencialidade de apresentarem situações de
riscos associados a escorregamentos em encostas no município de São
Vicente foram indicadas pela Prefeitura, vistoriadas e analisadas neste estudo:
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Este período registra uma intensa busca de alternativas para a crise
urbana das grandes e médias cidades: déficit habitacional, irregularidade,
precariedade das habitações, da infra-estrutura e dos serviços urbanos,
exclusão espacial e social, degradação do ambiente. A degradação do
ambiente urbano refere-se à totalidade ambiental: o natural, o físico e o social
(Lavell, 1996).
Rolnik (2001) utiliza o termo urbanização de risco referindo-se ao
processo de ocupação do espaço no qual as oportunidades de trabalho, cultura
e lazer ficam concentradas na porção da cidade legal, rica e dotada de infra-
estrutura, em contraposição às periferias ilegais, pobres e precárias, onde os
moradores pouco acesso têm a estas oportunidades de desenvolvimento. Esse
mecanismo é um dos fatores que “acabam por estender a cidade
indefinidamente”. À população de baixa renda geralmente só é possível ocupar
as terras periféricas, mais baratas por não possuírem infra-estrutura, ou as
áreas frágeis ambientalmente, cuja urbanização requisitaria recursos
financeiros e tecnológicos, inacessíveis a esta população.
É apenas nesta década, após a regulamentação do Estatuto da Cidade
(Lei Federal n˚ 10.257, de 2001), que os municípios brasileiros de maneira
geral passam a enfrentar o necessário processo de conhecer em detalhe,
analisar e planejar o desenvolvimento do ambiente urbano e a correção das
disfunções resultantes do crescimento rápido e caótico das cidades. Até então,
isto havia ocorrido em raros municípios do país.
O planejamento ambiental fundamenta-se na interação e integração dos
sistemas que compõem o ambiente. Tem o papel de estabelecer as relações entre os
sistemas ecológicos e os processos da sociedade, das necessidades sócio-culturais a
atividades e interesses econômicos, a fim de manter a máxima integridade possível
dos seus elementos componentes. O planejador que trabalho sob esse prisma, de
forma geral, tem uma visão sistêmica e holística, mas tende a compartimentar o
espaço, para depois integrá-lo (Santos, 2004)
É dentro deste movimento de reorganização do ambiente urbano que a
temática de riscos ambientais urbanos se evidencia, embora sejam conhecidos
registros de acidentes ambientais desde o início das cidades brasileiras.
De acordo com a geógrafa francesa Yvette Veyret
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o risco, objeto social, define-se como a percepção do perigo, da catástrofe
possível. Ele existe apenas em relação a um indivíduo e a um grupo social ou
profissional, uma comunidade, uma sociedade que o apreende por meio de
representações mentais e com ele convive por meio de pr[atiças específicas.
Não há risco sem uma população ou indivíduo que o perceba e que poderia
sofrer seus efeitos. (...) O risco é a tradução de uma ameaça, de um perigo
para aquele que está sujeito a ele e o percebe como tal (Veyret, 2007, p.11).
Marques de Castro et al (2005) consideram que risco pode ser tomado
como uma categoria de análise associada, a priori, às noções de incerteza,
exposição ao perigo, perda e prejuízos materiais, econômicos e humanos em
função de processos de ordem "natural" (tais como os processos exógenos e
endógenos da Terra) e/ou daqueles associados ao trabalho e às relações
humanas. O risco (lato sensu) refere-se, portanto, à probabilidade de
ocorrência de processos no tempo e no espaço, não constantes e não-
determinados, e à maneira como estes processos afetam (direta ou
indiretamente) a vida humana.
Essa equação nos diz que, ao olharmos para uma “situação de risco”,
devemos, em primeiro lugar, identificar qual é o perigo, que processos naturais
ou da ação humana o estão produzindo, em que condições a sua evolução
poderá produzir um acidente e, qual a probabilidade deste fenômeno físico
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ocorrer. Após chegar a este ponto – o de vislumbrar o processo gerador do
acidente – devemos avaliar as conseqüências que ele causará. Não há risco
sem alguma probabilidade de acidente nem acidente sem qualquer
conseqüência de perda ou de dano. Finalmente, podemos atuar sobre o
problema, diminuindo ou erradicando o risco através de um melhor
gerenciamento.
O primeiro termo da equação acima – P(ƒA) – representa a
probabilidade de ocorrência do fenômeno físico (A) responsável pela situação
de risco. Esta probabilidade é também chamada de “perigo”. Assim, devemos,
em primeiro lugar, identificar qual é o perigo, respondendo às seguintes
questões: (1) que processos naturais ou da ação humana são responsáveis por
este perigo; (2) em que condições a sua evolução poderá produzir um acidente;
e, (3) qual a probabilidade deste fenômeno físico ocorrer.
São vários os processos do meio físico que podem causar situações de
perigo de movimentos de encostas: escorregamentos de taludes naturais ou
encostas; quedas de blocos rochosos; desabamentos de moradias provocadas
por erosão ou por solapamento de margens de córregos; enxurradas; corridas
de lama, de blocos ou de lixo; deslizamentos de aterros; deslizamentos de lixo
e de entulhos lançados nas encostas; rompimentos dos muros. As condições
que podem levar à deflagração de um processo de escorregamento de talude
natural são, normalmente, diferentes das condições de ocorrência de um
processo de erosão de margens ou de queda de um bloco rochoso.
Assim, entender exatamente qual o tipo de processo que pode ocorrer
num determinado local é fundamental para avaliar o perigo, ou seja, o que
pode ocorrer, em que condições e com que probabilidade.
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(edificações, veículos), infraestrutura (estradas, ruas, calçadas, rede de água e
iluminação, etc.), recursos do ambiente, etc.
Carvalho (2000) afirma que a avaliação das conseqüências “... envolve
sempre um julgamento a respeito dos elementos em risco e de sua
vulnerabilidade. É comum que, nas análises de risco em favelas, apenas as
moradias sejam consideradas como elementos em risco”.
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Para a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2001), vulnerabilidade
está relacionada à suscetibilidade (condição de exposição e proximidade a um
determinado perigo) e à resiliência (nível de resistência e capacidade de
absorver impactos externos de uma sociedade ou de um sub-componente
desta ).
Wilches-Chaux (1993) classifica a vulnerabilidade de uma população
frente a uma determinada ameaça em dez diferentes tipologias: física (ou
locacional), econômica, social, política, técnica, ideológica, cultural,
educacional, ecológica e institucional
Estamos falando aqui que problemas de mesma natureza e dimensão
afetam de modo bem diferente um trecho da cidade formal de uma área de
ocupação precária, desorganizada espacialmente e desprovida de
infraestrutura mínima. Estes assentamentos, que estamos tratando aqui por
precários, são mais vulneráveis às enchentes, aos deslizamentos, às
enxurradas, às erosões que o resto da cidade. Quase sempre estão ocupando
os locais mais sujeitos à ação destrutiva destes fenômenos (vazios urbanos em
encostas, grotas ou margens de córregos, ou áreas de menor valor imobiliário
situadas próximas a aterros sanitários, depósitos de lixo e outros materiais
contaminantes ou em áreas degradadas por mineração ou movimentação de
terra), suas edificações são mais frágeis e muitas vezes implantadas de
maneira técnico-construtiva inadequada (em função do menor acesso a
tecnologias construtivas, do grau de organização social da comunidade, das
condições de emprego e renda, da velocidade de implantação da relação do
assentamento com a cidade formal, da acessibilidade e capacidade de
transporte dos materiais de construção, etc.) e a infra-estrutura urbana e de
serviços públicos (como calçamento de acessos, drenagens, coleta de águas
servidas, esgotos e coleta de lixo) geralmente é ausente ou insuficiente.
Quando afetadas por um acidente ambiental, as populações destes
assentamentos precários encontram enorme dificuldade para restabelecer a
sua condição anterior (baixa resiliência) 1..
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Na maioria das cidades brasileiras onde estão sendo construídos planos de gestão de
risco, os assentamentos sujeitos a processos de escorregamentos caracterizam-se pela
precariedade e exclusão espacial. Em São Vicente, entretanto, as áreas aqui estudadas, com
exceção do Acarau, localizam-se nas proximidades de áreas centrais e, em geral, são áreas
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Nestas áreas, em função dos inúmeros aspectos que podem configurar
a vulnerabilidade do meio exposto, as conseqüências potenciais de um
acidente são maiores e, portanto, maior também é o risco. Quando falamos
aqui de acidentes, não estamos nos referindo exclusivamente aos
deslizamentos catastróficos e inundações que são noticiadas nas manchetes
dos jornais. Os pequenos acidentes e agravos ambientais, de ocorrência
sistemática e reincidente nas áreas degradadas das cidades, afetam muito o
cotidiano das populações que vivem nos assentamentos precários, com perdas
materiais significativas para o padrão econômico da população, reduzindo sua
possibilidade de desenvolvimento.
Não se conhecem estudos que quantifiquem o impacto dos acidentes
ambientais sobre a economia brasileira. Hermelin (2000) calcula que, para a
Colômbia, as perdas representam cerca de 4,4% do Produto Nacional Bruto,
índice superior à média anual de crescimento.
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• Adoção de medidas não estruturais com Implantação de planos preventivos
de defesa civil para os períodos das chuvas mais intensas, monitoramento e
atendimento das situações de emergência;
• Informação pública e capacitação para prevenção e autodefesa.
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• da execução de intervenções inadequadas (cortes, aterros, fossas)
• de incidentes geradores de risco (vazamento de tubulações, lançamento de
entulhos, obstrução de valas e drenagens, etc.)
• da evolução de situações de risco identificadas.
Os escorregamentos são causados principalmente pela ação das
chuvas mais intensas ou prolongadas. Estes períodos, em muitas das grandes
e médias cidades brasileiras, produzem enormes transtornos no funcionamento
urbano e muitos danos para a municipalidade e para os cidadãos,
especialmente aqueles que vivem nas áreas sujeitas a perigos por ação das
águas. O conhecimento atualizado das situações de risco no município e o
planejamento antecipado de procedimentos para minimizar as conseqüências
dos acidentes e para o atendimento de emergências têm como resultado a
redução de vítimas e de danos.
Vários municípios brasileiros operam planos de contingência (ou
planos preventivos de defesa civil) durante os períodos mais chuvosos,
procurando intensificar a capacidade de previsão de acidentes para poder
melhorar sua capacidade de prevenção, impedindo que aconteçam ou
reduzindo as suas conseqüências.
A quarta estratégia destaca a importância da informação pública e da
capacitação, tanto para os agentes públicos municipais quanto para os
moradores dos assentamentos sujeitos a riscos.
O diagnóstico dos riscos urbanos e os planos de ação para sua redução
e erradicação são assuntos de interesse de toda a cidade. Por isso, devem ser
conhecidos por todos os órgãos da administração pública (especialmente os
vinculados à defesa civil, obras e serviços urbanos, planejamento, habitação,
assistência social, saúde e educação), pelas Câmaras Municipais, pelo
Ministério Público e por toda a sociedade, em particular, pelos moradores das
áreas de risco.
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maciço pertence ao mesmo conjunto definido pela serra do Mar. E, como ela,
tem nos escorregamentos seu principal mecanismo natural atual de evolução
do relevo (IPT, 1979).
Predomina nessas encostas a seguinte litologia:
• Granito Santos - constitui a rocha predominante nas encostas onde ou a
jusante das quais se situam as áreas 1 a 6. Trata-se de um granito
intrusivo, não orientado, de coloração bege a rósea e granulação fina a
média. É a litologia mais resistente à erosão, apresentando geralmente
solos rasos. Os processos mais freqüentes de escorregamentos em
encostas deste material estão associados a desplacamentos ou quedas
de blocos e lascas rochosas.
• Granitóide embrechítico ou granito com megacristais orientados – estão
presentes nas encostas a montante da Rua Coaracy Paranhos (área 2),
e nas áreas 8 a 11. São rochas com grandes cristais alongados de
feldspato branco a róseo, em matriz de gnaisse, cinzenta, orientada,
com granulação média a grossa. A alteração destas rochas resulta em
solos pouco espessos, matacões esparsos e lajes expostas na crista
dos maciços. Pode-se observar, por exemplo, no Morro dos Barbosas,
um solo de alteração com muitos blocos rochosos centimétricos imersos
nesta matriz.
• Migmatitos estromatíticos compõem o maciço da Ilha Porchat (área 7), que
também é cortado por dique de diabásio. Os migmatitos são rochas
bandadas, com os minerais orientados, de coloração cinza e granulação
média a fina. Ao se decompor, formam solos espessos, com até pouco
mais de 10 metros, formando raramente matacões. Quando estas
rochas aparecem à meia encosta, possibilitam a formação de
reentrâncias e patamares que, quando acumulam material detrítico,
geram depósitos de encosta instáveis.
Nos morros de Santos e São Vicente é possível se classificar as
encostas em dois grupos geomorfológicos: aquelas voltadas para as planícies
alveolares, como a da Nova Cintra, em Santos; e as encostas marginais,
voltadas para as planícies costeiras. Nestas encostas marginais se
reconhecem duas formas básicas: os anfiteatros de erosão e as encostas
lineares (IPT, 1979).
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Figura 1. Encosta marginal linear sustentada pelo granito Santos, a montante
da Rua da Constituição.
Autor: Waldemar Siqueira Filho (2008).
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blocos ou lascas rochosas, escorregamentos de solo e de blocos rochosos e
escorregamentos de solo em taludes de corte.
A queda de blocos ou lascas rochosas é um fenômeno extremamente
rápido, comum no Granito Santos, ocorrendo secundariamente nos granitóides
embrechíticos. Ocorre pela ação combinada de vários fatores, como a ciclagem
térmica nas rochas, a perda de apoio de blocos causada pela ação erosiva da
água, o processo de desconfinamento lateral de maciços rochosos decorrentes
de linhas de entalhe recentes, pressão hidrostática ao longo de fraturas
verticais, ação de raízes (IPT, 1980, p.23). Tais processos causaram grandes
acidentes na Rua da Constituição em 1988 e no antigo Clube Itararé, na área
aqui denominada Concretex, em 1976. Rolamentos de blocos rochosos são
freqüentes no Morro dos Barbosas.
Escorregamentos de solo ou deslizamentos são movimentos rápidos,
com limites laterais e profundidades bem definidos. Os escorregamentos
planares ou translacionais de solo são o tipo mais comum nos morros de São
Vicente. Sua geometria caracteriza-se por pequenas espessuras e forma
retangular estreita. Ocorrem em solos pouco desenvolvidos, solos saprolíticos,
saprolitos e rochas, condicionados por um plano de fraqueza desfavorável à
estabilidade, relacionado a estruturas geológicas diversas, como foliação,
xistosidade, fraturas, falhas, etc. (Carvalho et al., 2007, p.35). O principal
agente deflagrador deste processo são as chuvas. Foram identificados riscos
associados a escorregamentos de solo na Ilha Porchat, no Japui, no Parque
Prainha, entre outros. Cortes em taludes da encosta para implantação das
moradias podem ocasionar escorregamentos localizados, como pode ocorrer
em alguns das moradias das áreas Morro da Asa Delta, Bananal, Morro dos
Barbosas e Parque Prainha.
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4. DIAGNÓSTICO DE RISCOS E INDICAÇÃO DE
INTERVENÇÕES
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Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno etc.) e o nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade
para o desenvolvimento de processos de escorregamentos. Observa-se a
Médio presença de alguma(s) evidência(s) de instabilidade, porém incipiente(s).
(R2)
Mantidas as condições existentes, é reduzida a possibilidade de ocorrência
de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no
período de um ciclo chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para
o desenvolvimento de processos de escorregamentos. Observa-se a presença
de significativa(s) evidência(s) de instabilidade (trincas no solo, degraus de
Alto
abatimento em taludes etc.).
(R3)
Mantidas as condições existentes, é perfeitamente possível a ocorrência de
eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no
período de um ciclo chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para
o desenvolvimento de processos de escorregamentos. As evidências de
instabilidade (trincas no solo, blocos e lascas rochosas individualizados,
fraturamento do maciço rochoso, degraus de abatimento em taludes, trincas
Muito Alto em moradias ou em muros de contenção, árvores ou postes inclinados,
(R4) cicatrizes de escorregamento, feições erosivas, etc.) são expressivas e estão
presentes em grande número e/ou magnitude.
É a condição mais crítica. Mantidas as condições existentes, é muito provável
a ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e
prolongadas, no período de um ciclo chuvoso.
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• representar cada setor de risco identificado em cópias de fotografias aéreas
oblíquas de baixa altitude, imagens de satélite ou fotografias de solo,
cuja escala permita a identificação das moradias existentes no setor;
• estimar as conseqüências potenciais do processo de instabilização, por
meio da avaliação das possíveis formas de desenvolvimento do
processo destrutivo atuante (por exemplo, volumes mobilizados,
trajetórias dos detritos, áreas de alcance etc.), definir e registrar o
número de moradias ameaçadas (total ou parcialmente), em cada setor
de risco;
• os resultados das investigações geológico-geotécnicas e das interpretações
devem ser registrados em fichas de campo apresentadas abaixo
(Quadro 3 e Quadro 44). O Quadro5 e o Quadro6 servem como
referência para a análise de campo.
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Quadro 3. Ficha geral de campo para uma área
Caracterização Geológica:
Caracterização Geomorfológica:
Setor Grau de
Nº de moradias ameaçadas Alternativa de intervenção
nº probabilidade
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Quadro 4. Ficha de campo para um setor de risco
FICHA DE CAMPO
Encosta
Margem de Córrego
Grau de Probabilidade:
Indicação de intervenção:
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Quadro 5. Check list para o diagnóstico do setor e descrição do processo
de instabilização
CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL EVIDÊNCIAS DE MOVIMENTAÇÃO
Talude natural/ corte Trincas moradia/aterro
Altura do talude Inclinação de árvores/postes/muros
Aterro compactado/lançado Degraus de abatimento
Distância da moradia Cicatrizes de escorregamentos
Declividade Feições erosivas
Estruturas em solo/rocha desfavoráveis Muros/paredes “embarrigados”
Presença de blocos de rocha/matacões/ ÁGUA
paredões rochosos Concentração de água de chuva em superfície
Presença de lixo/entulho Lançamento de água servida em superfície
Aterro em anfiteatro Presença de fossas/rede de esgoto/rede de água
Ocupação de cabeceira de drenagem Surgências d’água
Vazamentos
VEGETAÇÃO NO TALUDE OU MARGENS DE CÓRREGO
PROXIMIDADES Tipo de canal (natural/sinuoso/retificado)
Presença de árvores Distância da margem
Vegetação rasteira Altura do talude marginal
Área desmatada Altura de cheias
Área de cultivo Trincas na superfície do terreno
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Quadro 7. Tipologia de intervenções voltadas à redução de riscos
associados a escorregamentos em encostas ocupadas e a solapamentos de
margens de córregos
TIPO DE
DESCRIÇÃO
INTERVENÇÃO
Serviços de limpeza de entulho, lixo etc. Remoção de bananeiras.
SERVIÇOS DE LIMPEZA E Recuperação e/ou limpeza de sistemas de drenagem, esgotos e acessos.
RECUPERAÇÃO Também incluem obras de limpeza de canais de drenagem. Correspondem
a serviços manuais e/ou utilizando maquinário de pequeno porte.
Implantação de sistema de drenagem superficial (canaletas, rápidos, caixas
de transição, escadas d´água etc.). Implantação de proteção superficial
vegetal (gramíneas) ou biomanta em taludes com solo exposto. Implantação
OBRAS DE DRENAGEM E de proteção superficial por meio de “argamassa chapada”. Eventual
PROTEÇÃO execução de acessos para pedestres, como por ex. calçadas, escadarias,
SUPERFICIAL lajes de concreto, integrados ao sistema de drenagem. Proteção vegetal de
margens de canais de drenagem. Predomínio de serviços manuais e/ou
com maquinário de pequeno porte.
Alteração da geometria do terreno por meio da execução de cortes e/ou
aterros localizados, visando à obtenção de taludes com ângulos de
RETALUDAMENTO inclinação menores. Predomínio de serviços manuais e/ou com maquinário
de pequeno porte.
DESMONTE DE BLOCOS Desmonte de blocos rochosos e matacões, por meio de serviços manuais,
E MATACÕES eventualmente com o uso de explosivo.
Execução de sistema de drenagem de subsuperfície (trincheiras drenantes,
OBRAS DE DRENAGEM DHP, poços de rebaixamento etc.). Correspondem a serviços parcial ou
DE SUBSUPERFÍCIE totalmente mecanizados.
Execução de serviços de terraplenagem. Execução combinada de obras de
OBRAS DE TERRAPLE- drenagem superficial e proteção vegetal (obras complementares aos
NAGEM DE MÉDIO A serviços de terraplenagem). Obras de desvio e canalização de córregos.
GRANDE PORTE Predomínio de serviços mecanizados.
Implantação de estruturas de contenção (localizadas ou não), como muros a
ESTRUTURAS DE CON- flexão (em concreto ou alvenaria estrutural), muros de gravidade, como
TENÇÃO DE PEQUENO gabiões, “bolsacreto”, muro de solo cimento ensacado (“rip-rap”), muros
PORTE (hmax ≤ 3 m) sobre estacas escavadas. Correspondem a serviços manuais ou
parcialmente mecanizados.
Implantação de estruturas de contenção (localizadas ou não), envolvendo
ESTRUTURAS DE CON- muros em concreto a flexão, muros de gravidade (gabiões), chumbadores,
TENÇÃO DE MÉDIO A solo grampeado, microestacas e cortinas atirantadas. Poderão envolver
GRANDE PORTES serviços complementares de terraplenagem. Predomínio de serviços
(hmax > 3 m) mecanizados.
Obras lineares de proteção de margens de canais, por meio de obras de
OBRAS LINEARES DE gravidade (gabiões, muros de concreto, massa etc.) ou pré-moldados em
PROTEÇÃO DE concreto armado. Correspondem a serviços parcial ou totalmente
MARGENS DE CANAIS mecanizados.
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escolhida, bem como a combinação das intervenções gerais propostas para o
assentamento com as sugestões de obras localizadas.
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foi realizada detalhada investigação no terreno circundante e nas
porções internas e externas das edificações, além de coleta de
informações junto aos técnicos da Prefeitura que acompanhavam o
trabalho de campo e aos moradores do local, procurando responder as
seguintes questões: (1) que processos naturais ou da ação humana são
responsáveis por este perigo? (2) em que condições a sua evolução
poderá produzir um acidente? (3) qual a probabilidade deste fenômeno
físico acontecer? (Nogueira, 2006) (4) quais as moradias que podem ser
afetadas se isso ocorrer? Imediatamente após responder estas
questões, buscavam-se alternativas de ações preventivas e
intervenções estruturais que pudessem interromper o processo
destrutivo detectado ou minimizar suas conseqüências.
• Tendo formulado uma proposta de intervenção, ainda em campo colhiam-se
algumas indicações quantitativas que permitissem a posterior estimativa
de custos para a sua execução (medidas em comprimento, altura, área,
volume etc.)
• Essas informações foram lançadas (a) nas fotografias aéreas de baixa
altitude foram lançadas: delimitação do setor de risco (moradias que
podem ser afetadas pelo processo destrutivo identificado) e indicação de
eventual aspecto significativo do processo (como, por exemplo,
cicatrizes de escorregamento, blocos rochosos, linhas de drenagem
etc.), além da denominação das vias de referência para a localização do
setor; em alguns setores, foram também indicadas nas fotografias
aéreas de baixa altitude as intervenções estruturais propostas; (b) nas
fichas gerais e de campo (ver Quadro e Quadro 4).
• Condicionantes ou evidências de risco foram registrados por fotografias de
detalhe (FC).
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• Em três áreas (Carrefour, Bananal e Acarau) considerou-se o risco às
moradias baixo a inexistente;
• Foram identificados três setores de risco muito alto, a que estão sujeitas 5
edificações e dois pontos do sistema viário;
• Foram identificados três setores de risco alto, a que estão sujeitas 28
edificações e um ponto do sistema viário;
• Oitenta edificações estão em situações de risco médio.
• Em termos dos processos perigosos identificados, cerca de 44% estão
associados a queda ou rolamento de blocos ou lascas rochosas, 33% a
escorregamentos de solo e blocos rochosos, 11% a escorregamentos de
solo em taludes de corte. Não foram observados depósitos artificiais de
encostas instáveis (lixo, aterro e entulho) nas áreas vistoriadas.
• Foi sugerida a remoção de um total de 16 moradias em função do grau de
risco e da existência de um projeto viário em andamento que não
justifica a implantação de intervenções de segurança de alto custo
necessárias para a consolidação da ocupação.
5. ESTIMATIVA DE CUSTOS
5.1. Procedimentos Adotados.
23
COMPOSIÇÃO INTERMEDIÁRIA DE CUSTO
Betoneira 0,0224 h
Bloco de 15 m2 40,69
Andaimes
Bloco de 20 m2 49,99
Andaimes
Armadura kg 6,72
24
Areia 0,105 m3 73,25 7,69
Sarrafo de pinho de
25
Desmoldante para formas 0,4 l 5,42 2,17
Betoneira 0,04 h
Sarjetão m3 422,36
Filtro m 8,96
26
Pedreiro 0,35 h 8,77 3,07
Retaludamento m2 32,84
27
Servente 6 h 7,34 44,07
28
Cal hidratada CH III 29,8656 kg 0,37 11,04
Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 104,623 kg 0,43 45,28
MPa) 2
Chapa compensada resinada (espessura: 12,00 0,3888 m² 11,86 4,61
mm)
Barra aço CA-60 (bitola: 5,00 mm / massa linear: 5,1216 kg 4,60 23,56
0,154 kg/m)
Tábua 3a. construção (seção transversal: 1x12 " / 0,1164 m² 4,90 0,57
tipo de madeira: cedrinho)
29
Concreto fck =30 Mpa 0,15 m3 246,01 36,90
Lançamento de concreto 0,15 m3 102,62 15,39
Armação 15 kg 4,60 69,00
Barra de aço CA-25 1/4" (bitola: 6,30 mm / massa 0,82 kg 4,60 3,77
linear: 0,245 kg/m)
Barra de aço CA-50 3/8" (bitola: 10,00 mm / massa 11,5 kg 4,60 52,90
linear: 0,617 kg/m)
Barra de aço CA-50 3/8" (bitola: 10,00 mm / massa 13,5 kg 4,60 62,10
linear: 0,617 kg/m)
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Os quantitativos (como extensões, áreas e/ou volumes) foram estimados
em campo, ou graficamente dependendo da situação. Estabelecidas as obras
necessárias para a eliminação de risco de cada setor, foram estimados os
custos necessários para cada obra / serviço chegando-se ao orçamento
individualizado das intervenções para cada setor de risco. Na totalização dos
orçamentos individualizados, foram incluídos serviços complementares (7%),
BDI (23%) e projeto básico ou executivo (3%).
Ressalta-se que não foram consideradas, para efeito de composição do
orçamento, as ações referentes a monitoramento, planos preventivos de defesa
civil, e outras ações não estruturais. Igualmente não estão incluídos os custos
das “faxinas de encosta” (ver item 9.1, p. 82). Estima-se que a contratação de
uma equipe de quatro canteiros para a execução deste serviço custaria cerca
de R$7.500,00 por mês.
31
Quadro 9. Estimativa de custos das intervenções estruturais por
setor de risco
32
6. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO
URBANÍSTICA E AMBIENTAL INCIDENTE SOBRE AS ÁREAS
ESTUDADAS
6.1. Procedimentos adotados
Para o levantamento da legislação urbanística e ambiental incidente sobre as
áreas estudadas foram realizadas as seguintes entrevistas:
• Dia 6 de novembro de 2008, com Diego Costa Rozo Guimarães e Juliana
Pereira Nascimento, respectivamente chefes de departamento de
Desenvolvimento de Projetos Habitacionais e de Urbanização de
Assentamentos Subnormais, da Secretaria Municipal de Habitação;
33
• Lei N° 46-A, de 29 de agosto de 1991, estabelece exigências para
aprovação de projetos nos morros da Cidade, alterada pela Lei
Complementar N° 424, de 17 de dezembro de 2003;
34
6.2. Análise da legislação urbanística e ambiental incidente
sobre as áreas selecionadas
6.2.1. Introdução
2
O chamado “aluguel de chão” consiste na cobrança de aluguel pelo uso do terreno, onde o
locatário edifica sua benfeitoria, normalmente de uso residencial. Desta forma, vincula-se a
edificação de propriedade de outrem, ao terreno de propriedade do dono da gleba,
estabelecendo-se uma relação não prevista na Lei Federal 6.766, de 1979, que disciplina o
Parcelamento do Solo para fins de urbanização. Na prática é uma forma irregular de
parcelamento, sem a implantação das benfeitorias e infra-estruturas necessárias. Contudo, no
caso em tela, cabe ressaltar que a relação locatícia surgiu anteriormente à vigência da referida
norma.
35
federal, supra mencionada, sobre as áreas selecionadas, destacando as
alternativas de intervenção sobre as mesmas. Para uma leitura sintética da
incidência desta legislação, apresenta-se, no final deste Capítulo, o Quadro 13,
contendo resumo dos principais aspectos que serão discutidos a seguir.
A Lei Orgânica do Município de São Vicente, em seu Capítulo II, que dispõe
sobre o Desenvolvimento Urbano, na Seção I, que estabelece Objetivos e
Diretrizes, aborda aspectos importantes no tocante a regularização fundiária. O
artigo 220, que fixa diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano,
em seu inciso I, estabelece que estas deverão assegurar:
I - de urbanização preferencial;
II - de renovação urbana;
III - de urbanização restrita;
IV - de regularização fundiária;
V - de integração regional.
§ 1º - Áreas de urbanização preferencial são as destinadas a:
a) ordenação e direcionamento da urbanização;
b) implantação prioritária dos equipamentos urbanos e comunitários;
c) indução de ocupação de terrenos edificáveis;
d) adensamento de áreas edificadas.
§ 2º - Áreas de urbanização restrita são aquelas em que a urbanização
deva ser desestimulada, contida ou proibida em decorrência de:
a) seus elementos naturais e de características de ordem fisiográfica;
b) sua vulnerabilidade a intempéries, calamidades e outras condições
adversas;
c) necessidade de preservação do patrimônio histórico, artístico,
arqueológico e paisagístico;
d) necessidade de proteção aos mananciais, às praias, margens de rios e
canais;
e) necessidade de proteção ambiental;
f) manutenção do nível de ocupação da área.
§ 3º - Áreas de regularização fundiária são as habitadas por população de
baixa renda e que devam, no interesse social, ser objeto de ações visando
à legalização da ocupação do solo e à regulamentação específica da
urbanização, bem como da implantação prioritária dos equipamentos
urbanos e comunitários.
36
§ 4º - Áreas de renovação urbana são as destinadas à melhoria das
condições de áreas urbanas deterioradas ou inadequadas às funções
previstas na lei de uso do solo.
§ 5º - Áreas de integração regional são aquelas em que, em função da
ordenação de uso do solo regional, seja necessária a ação integrada dos
municípios limítrofes. [grifo meu]
Também no Capítulo II, a Seção III, que trata do Regime Urbanístico, em seu
artigo 236, estabelece os seguintes “instrumentos para consecução do
desenvolvimento urbano”:
37
de médio e longo prazo, necessárias ao enfrentamento e prevenção das
situações de risco verificadas no mapeamento de risco, que são os seguintes:
[...]
IV – estabelecer normas gerais de proteção, recuperação, uso e ocupação
do solo, adequando-as às normas estaduais e federais;
[...]
VIII - estabelecer instrumentos de política habitacional, proporcionando a
gestão de reserva de terras no Município, assim como o processo
integrado de urbanização e regularização fundiária de áreas ocupadas
espontaneamente e loteamentos clandestinos.
No mesmo diapasão, o artigo 4º do Plano Diretor estabelece as seguintes
Diretrizes Físico-Territoriais:
38
governamentais, dentro ou fora do Município, para investimentos em
habitações de interesse social, principalmente para atender à população
residente em áreas de risco e favelas;
VII – adotar instrumentos de política urbana visando aumentar a oferta de
espaços para habitações de interesse social;
VIII - estabelecer padrões especiais de uso e ocupação do solo que
possibilitem regularização jurídica e urbanística de assentamentos
populares, já existentes ou a serem implantados, permitindo a fixação da
população de baixa renda. [grifo meu]
Outro importante aspecto está previsto no artigo 14, do Título II, que apresenta
as Disposições Finais, assim estabelecendo:
39
Portanto, o Plano Diretor estabelece instrumentos, diretrizes e programas
necessários ao enfrentamento das situações de risco, porém, os mesmo não
são auto-aplicáveis, dependendo de regulamentação específica.
S3, S4 e S5 UP4
Morro do Itararé/ Ruas da Constituição e
2 3 UP1
Coaracy Paranhos
Clube Itararé (Concretex) - Rua Marechal
3 1 UP1
Deodoro
4 Carrefour - Rua General San Martin 1 UP1/RA
S1 UP4/CA2
S3 UP3-A1
Parque Prainha (Rua Saturnino de Brito e
9 1 UP4/PPDS
Benedito Calixto)
10 Curtume (Av. Tupiniquins) 1 UP4
11 Japui 2 UP1
12 Acarau 1 CA1
40
I - Zonas Urbanas ou Urbanizáveis: são as áreas já ocupadas e de
ocupação futura para atender às demandas geradas pelo crescimento
populacional e pelo desenvolvimento das atividades econômicas, sociais,
culturais, de turismo, lazer e recreação, dividindo-se em:
a) Urbanização Preferencial - UP: são áreas destinadas à ordenação e
melhoria das condições de urbanização, através da implantação prioritária
de equipamentos urbanos e comunitários, do adensamento de áreas já
edificadas, e da indução à ocupação dos terrenos edificáveis, subdividindo-
se em:
1) Imediata - UP 1: são áreas urbanizadas, loteadas ou parceladas que
apresentam diferentes níveis de infra-estrutura urbana e de equipamentos
urbanos e comunitários;
[...]
3) Industrial, Comercial e de Serviços - UP 3:
3.1 - UP 3 - A - são áreas que apresentam condições favoráveis para a
implantação de indústria, comércio e serviços de pequeno e médio portes,
principalmente por sua localização estratégica ao longo de corredores em
zonas urbanas, subdividindo-se na subzona UP 3-A1, que corresponde ao
Centro, onde serão permitidos recuos diferenciados.
[...]
4) Desenvolvimento Turístico – UP 4: são áreas lindeiras a praias, rios e
recursos naturais e paisagísticos que apresentam grande potencial para o
turismo tradicional ou ecoturismo, integrados inclusive pelos lotes com uma
das faces para os logradouros pertencentes a essa Zona, que se subdivide
na subzona UP 4-A, no bairro Itararé, cujo uso e ocupação do solo estão
previstos no Título IV desta Lei Complementar.
[...]
II - Áreas Não Urbanizáveis: são áreas que apresentam ecossistemas
significativos, em diferentes estágios de conservação, e necessárias ao
equilíbrio ecológico e ambiental, demandando ações de preservação,
conservação ou recuperação do patrimônio ambiental, dividindo-se em:
a) Preservação Permanente para Desenvolvimento Sustentado -
PPDS: são áreas preservadas pela legislação federal e estadual, nas quais
se mantêm predominantes os ecossistemas primitivos em pleno equilíbrio
ambiental, ocorrendo composição diversificada de espécies e organização
funcional capazes de manter, de forma sustentada, uma comunidade de
organismos balanceada, integrada e adaptada, podendo ocorrer atividades
humanas de baixos efeitos impactantes, onde será permitida a ocupação
de até 5% da área total, dentro da qual caberá a estrutura viária de
transposição, sendo que para todas as atividades compatíveis será exigida
a avaliação dos impactos ambientais e controle permanente, subdividindo-
se em:
1) Parque Estadual da Serra do Mar;
2) Parque Estadual Xixová-Japuí;
3) Parque Municipal do Voturuá;
4) Cursos d’água, áreas de mangues e restingas.
b) Conservação Ambiental – CA: são áreas que apresentam alterações
nos ecossistemas originais, possuem ocupação rural e potencialidade para
41
o cultivo de espécies nativas, ou que demandam proteção específica
devido à sua localização, classificando-se em:
[...]
2) Proteção Ambiental – CA 2: são áreas que apresentam os
ecossistemas parcialmente modificados, com dificuldades de regeneração
natural pela exploração, supressão ou substituição de algum de seus
componentes, em razão de ações antrópicas, localizando-se em extensões
territoriais contíguas a cursos d’água ou áreas significativas de mangue ou
restinga, servindo como anteparo entre os assentamentos humanos e as
encostas de morros.
c) Recuperação Ambiental – RA: são áreas que apresentam os
ecossistemas primitivos profundamente modificados pela supressão de
componentes, descaracterização de substratos terrestres e marinhos,
alteração da drenagem ou da hidrodinâmica e pela ocorrência de
assentamentos em locais inadequados, necessitando de intervenções
diferenciadas para sua regeneração parcial; são áreas contaminadas por
resíduos tóxicos, degradadas por mineração e áreas de mangues
alteradas por assentamentos urbanos,cujas condições de implantação das
atividades e categorias de uso serão definidas após avaliação do estágio
de recuperação de cada área, levando-se em consideração o grau de
degradação e o uso pretendido. [grifos meus]
Na área 1, o setor 1 localiza-se na confluência dos perímetros das zonas UP1,
UP4 e CA2, porém as moradias se encontram parcialmente em UP1, zona que
admite a categoria de uso residencial unifamiliar. Contudo, a parte de trás da
moradia já se encontra em CA2, zona destinada à proteção ambiental e que
não admite uso residencial de qualquer espécie. O setor 2, desta área se
encontra inteiramente nesta mesma zona, portanto, conforme a norma
municipal a moradia não pode ser objeto de plano de regularização fundiária.
Os setores 3, 4 e 5, encontram-se em UP4, zona para o desenvolvimento de
atividades de fins turísticos e que também admite uso residencial unifamiliar.
Portanto, é passível de regularização.
42
em patamares de encosta com declividade superior a 45%. A flexibilização
deste princípio, para fins de regularização fundiária de habitações de interesse
social (HIS), pode estar amparada em dois instrumentos: a Resolução N° 369,
de 28 de março de 2006, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e
a recém publicada Medida Provisória N° 459, de 25 de março de 2009, que cria
o Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV.
43
V - ocupações consolidadas, até 10 de julho de 2001, conforme definido na
Lei n o 10.257, de 10 de julho de 2001 e Medida Provisória n o 2.220, de 4
de setembro de 2001;
Contudo, o Ministério Público estadual vem restringindo a utilização deste
dispositivo, para finalidade de regularização fundiária de assentamentos
subnormais, em função da referida resolução ser hierarquicamente inferior ao
Código Florestal.
No entanto, novo enfoque para esta questão foi proporcionado pela publicação
da Medida Provisória N° 459, de 2009, em seu Capítulo III, que trata da
Regularização Fundiária de Assentamentos Urbanos, as Seções II e III
dispõem de critérios para a regularização, respectivamente, de assentamentos
irregulares ocupados por população de baixa renda e por população com
rendimentos superiores, da seguinte forma:
Seção II
Da Regularização Fundiária de Interesse Social
Art. 57. A regularização fundiária de interesse social depende da análise e
da aprovação, pelo Município, do projeto de que trata o art. 55.
Art. 58. O projeto de regularização fundiária de interesse social deverá
considerar as características da ocupação e da área ocupada para definir
parâmetros urbanísticos e ambientais específicos, além de identificar os
lotes, as vias de circulação e as áreas destinadas a uso público.
§ 1° O Município poderá, por decisão motivada, admitir a regularização
fundiária de interesse social em Áreas de Preservação Permanente,
ocupadas até 31 de dezembro de 2007 e inseridas em área urbana
consolidada, desde que estudo técnico comprove que esta intervenção
implica a melhoria das condições ambientais em relação à situação de
ocupação irregular anterior.
§ 2° O estudo técnico referido no § 1° deverá ser elaborado por profissional
legalmente habilitado, compatibilizar-se com o projeto de regularização
fundiária e conter, no mínimo, os seguintes elementos:
I - caracterização da situação ambiental da área a ser regularizada;
II - especificação dos sistemas de saneamento básico;
III - proposição de intervenções para o controle de riscos geotécnicos e de
inundações;
IV - recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis de
regularização;
V - comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-
ambiental, considerados o uso adequado dos recursos hídricos e a
proteção das unidades de conservação, quando for o caso;
VI - comprovação da melhoria da habitabilidade dos moradores propiciada
pela regularização proposta; e
44
VII - garantia de acesso público às praias e aos corpos d'água, quando for
o caso.
Art. 59. Na regularização fundiária de interesse social, caberá ao Poder
Público, diretamente ou por meio de seus concessionários ou
permissionários de serviços públicos, a implantação do sistema viário e da
infra-estrutura básica, previstos no art. 2°, § 6° da Lei n° 6.766, de 19 de
dezembro de 1979, ainda que promovida pelos legitimados previstos nos
incisos I e II do art. 54.
Parágrafo único. A realização de obras de implantação de infra-estrutura
básica pelo Poder Público, bem como sua manutenção, pode ser realizada
mesmo antes de concluída a regularização jurídica da situação dominial do
imóvel.
Art. 60. O Poder Público responsável pela regularização fundiária de
interesse social poderá lavrar auto de demarcação urbanística, com base
no levantamento da situação da área a ser regularizada e na
caracterização da ocupação.
§ 1° O auto de demarcação urbanística deve ser instruído com:
I - planta e memorial descritivo da área a ser regularizada, nos quais
constem suas medidas perimetrais, área total, confrontantes, coordenadas
preferencialmente georreferenciadas dos vértices definidores de seus
limites, bem como seu número de matrícula ou transcrição e a indicação do
proprietário, se houver;
II - planta de sobreposição do imóvel demarcado com a situação da área
constante no registro de imóveis; e
III - certidão da matrícula ou transcrição da área a ser regularizada, emitida
pelo registro de imóveis ou, diante de sua inexistência, das circunscrições
imobiliárias anteriormente competentes.
§ 2° Na possibilidade de a demarcação urbanística abranger área pública
ou com ela confrontar, o Poder Público deverá notificar previamente os
órgãos responsáveis pela administração patrimonial dos demais entes
federados, para que informem se detêm a titularidade da área, no prazo de
trinta dias.
§ 3° Na ausência de manifestação no prazo previsto no § 2°, o Poder
Público dará continuidade à demarcação urbanística.
§ 4° Verificada a existência de área pública, esta será excluída do auto de
demarcação urbanística.
[...]
Seção III
Da Regularização Fundiária de Interesse Específico
Art. 66. A regularização fundiária de interesse específico depende da
análise e da aprovação do projeto de que trata o art. 55 pela autoridade
licenciadora, bem como da emissão das respectivas licenças urbanística e
ambiental.
§ 1° O projeto de que trata o caput deverá observar as restrições à
ocupação de Áreas de Preservação Permanente e demais disposições
previstas na legislação ambiental.
45
§ 2° A autoridade licenciadora poderá exigir contrapartida e compensações
urbanísticas e ambientais, na forma da legislação vigente.
Art. 67. A autoridade licenciadora deverá definir, nas licenças urbanística e
ambiental da regularização fundiária de interesse específico, as
responsabilidades relativas à implantação:
I - do sistema viário;
II - da infra-estrutura básica;
III - dos equipamentos comunitários definidos no projeto de regularização
fundiária; e
IV - das medidas de mitigação e de compensação urbanística e ambiental
eventualmente exigidas.
Parágrafo único. A critério da autoridade licenciadora, as
responsabilidades previstas no caput poderão ser compartilhadas com os
beneficiários da regularização fundiária de interesse específico, com base
na análise de, pelo menos, dois aspectos:
I - os investimentos em infra-estrutura e equipamentos comunitários já
realizados pelos moradores; e
II - o poder aquisitivo da população a ser beneficiada. [grifos nossos]
Assim, no que tange ao inciso II, do artigo 9°, da Resolução Conama, e às
Seções II e III, do Capítulo III, da MP N° 459/09, os setores 3, 4 e 5, da área 1,
poderão ser objeto de regularização fundiária, com as ressalvas apresentadas
acima, em especial quanto à faixa de renda da população residente, para a
correta aplicação do disposto no parágrafo 1°, do artigo 58, da MP N° 459/09.
46
exclusivo não-residencial, visando, comprovadamente, à sustentação da
economia familiar.
§ 3º - Nos loteamentos de interesse social será destinado o mínimo de
50% (cinqüenta por cento) dos lotes ou das unidades habitacionais à
aquisição por famílias com renda familiar de até 5(cinco) salários mínimos.
§ 4º - Nos loteamentos de interesse social, as taxas municipais serão
reduzidas em 50% (cinqüenta por cento), servindo essa redução também
para a regularização e construção de habitação em Zona de Interesse
Social. (Alterado pela LC 355/01)
O parágrafo 2°, do artigo 6° também dispõe acerca das ZHIS, apresentando
alternativa interessante para o enquadramento dos setores da área 1, passíveis
de regularização:
47
O PLHIS também procederá ao levantamento dos marcos regulatórios e legais
existentes relacionados com o direito à cidade e à garantia do acesso à
moradia digna para, apontando alterações e complementações necessárias ao
conjunto da legislação incidente. Portanto, tanto os referidos setores da área 1,
como os demais, onde há população da baixa renda residente, serão objeto de
análise do PLHIS3, inclusive com referência ao setor 2, da área 1, que do ponto
de vista legal possui sérias restrições para a regularização.
Figura 1 – Localização das áreas e setores do PMRR, sobre planta do Complexo Leste,
da Área Insular, do PLHIS.
Fonte: PLHIS, 2009.
Com referência aos setores 1, 2 e 3, da área 2, estes se encontram em UP1,
zona que admite as categorias de uso residencial unifamiliar e multifamiliar,
assim como de comércio e serviços do tipo CSH3 - pensões, hospedarias,
pousadas e albergues -, compatível com o padrão encontrado no local, exceto
no caso do drive in situado na Rua Coaracy Paranhos, atividade que não
possui previsão legal, embora possa ser enquadrado por similaridade com
motéis, uso não admitido em UP1. Destaca-se o edifício de três pavimentos
situado na Rua da Constituição, 96, que se encontra ocupado por população de
baixa renda e que merece, junto com a casa de n° 66, incendiada
recentemente, tratamento urbanístico adequado, pois se localizam em área
bem servida por infra-estrutura e serviços. É necessário cadastrar os
ocupantes do referido edifício, que está interditado, e propor solução
3
A situação atual do PLHIS será tratada mais adiante.
48
habitacional adequada para os mesmos, que poderá envolver a recuperação
do próprio edifício, que possui características arquitetônicas relevantes.
Cabe ressaltar que o PLHIS delimitou este setor dentro da área 19 - Núcleo
Clube Itararé -, no Complexo Leste, da Área Insular (Figura 1). A previsão de
intervenção consiste em reassentar todas as 28 famílias residentes nesta área.
49
mediante plano urbanístico. O PLHIS delimitou a parcela desta área ocupada
por residências dentro da área 18 - Núcleo Carrefour -, no Complexo Leste, da
Área Insular (Figura 1).
A área 6 não possui setor de risco e está parte situada em UP1 e parte em
PPDS ou RA, do Morro Voturuá. Neste caso aplicam-se as mesmas
recomendações relativas às ocupações próximas à encosta da área 5, em
especial quanto às moradias situadas nos trechos finais das ruas Quatrocentos
e Morvan Dias de Figueiredo, destacando-se o fato de que as moradias
situadas no final do primeiro logradouro citado encontram-se parcialmente em
PPDS.
50
O setor 1 da área 8, é formado por edificações de alto padrão, situadas em
UP4, na Avenida Getúlio Vargas, com regularidade urbanística e sujeitas a
situação de risco, cujo controle depende em grande medida da adequada
manutenção da drenagem da Rua Frederico Ozanan, onde as edificações
possuem o mesmo padrão, mas estão majoritariamente em UP4. Apenas as
moradias localizadas no alinhamento sul deste logradouro encontram-se na
CA2 do Morro dos Barbosas, o que veda suas regularizações. O setor 2 da
mesma área, possui residências de alto e médio padrões, situadas na CA2,
zona que veda o uso residencial. Portanto, trata-se de desconformidade
urbanística associada a risco de nível médio. A única exceção é a edificação de
N° 484, que está localizada em área com oferta de infra-estrutura e serviços
públicos adequados, em UP3A1, onde o uso residencial unifamiliar é admitido.
Portanto, deve-se avaliar a possibilidade de regularizar o conjunto das
ocupações, desde que seja possível monitorar os fundos de lotes. O setor 3 da
área 8 é composto por moradias de fundos, de baixo padrão, situadas em
UP3A1. Contudo, embora o zoneamento admita a regularização das
edificações, é importante que seja avaliada a capacidade de monitoramento de
possível ampliação destas ocupações, que poderão elevar o nível de risco a
que estão suscetíveis.
51
legais, com exceção de alguns casos resultantes de ações de usucapião.
Portanto, o parcelamento não atende à Lei Federal N° 6.766, de 1979.
O setor 1, da área 10, é formado por ocupações de baixo padrão, em sua maior
parte residenciais, situadas no sopé da encosta contígua ao alinhamento
sudeste da Avenida dos Tupiniquins, que, neste local, acima da cota 25m já
pertence aos domínios do Parque Estadual Xixová-Japuí (PDDS). Todo o setor
52
está em UP4, que admite uso residencial. Porém, trata-se de um assentamento
com potencial de crescimento no vetor da encosta, fator que desaconselha a
regularização das edificações situadas nos fundos de lote, sobretudo pela
dificuldade de fiscalização. O PLHIS não delimita esta área, mas pelo padrão
das moradias é importante que se considere o atendimento das famílias
residentes nos fundos de lote, no programa municipal de HIS, em outra área.
Por outro lado, é importante ressaltar que o Japuí é formado por loteamentos
de média densidade demográfica, onde existem alguns lotes não edificados,
que poderão ser utilizados em projeto de remoção da população residente nas
moradias, caso seja necessário.
53
estão as ocupações existentes dentro dos setores. No entanto, em função da
localização das mesmas, seria mais indicada a utilização de áreas disponíveis,
dentro do loteamento, para remoção das famílias.
Figura 2 – Localização das áreas e setores do PMRR, sobre planta do Vetor Japuí, da
Área Continental, do PLHIS.
Fonte: PLHIS, 2009.
A área 12, Acarau, localizada na Área Continental, não apresenta setor de
risco, e está situada integralmente em CA1. Trata-se de área rural, com
ocupações de baixa densidade demográfica, que embora não tenham
provocado, até o momento, situação de risco, merecem o monitoramento
constante, inclusive para evitar a expansão do núcleo, o que é
desaconselhável, em função da distância do mesmo em relação à área urbana
e das condições ambientais extremamente frágeis do sítio. As moradias de 65
famílias residentes nesta área estão incluídas na área 1 - Núcleo Acarau -, da
Área Rural, da Área Continental do PLHIS, com indicação de consolidação de
65 unidades habitacionais. Dentro deste processo é imprescindível que sejam
garantidas medidas de controle das ocupações.
54
Vicente, elaborada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo - IPT” (SÃO VICENTE, 1991). A partir da promulgação desta lei, o
licenciamento destas obras passou a ser condicionado à apresentação de
laudo técnico do IPT, à aprovação do projeto pela CETESB e Secretaria de
Estado de Saúde, assim como do DEPRN, em caso de supressão de
vegetação, além de apresentação de “projeto das obras de contenção,
estabilização e drenagem”, dentre outras providências, conforme disposto no
artigo 1° da Lei.
Este dispositivo trazia uma inconstitucionalidade clara, pois não pode uma
norma municipal estabelecer exigências a serem cumpridas por outra esfera de
governo. Este fato pode ter conduzido à não aplicabilidade da lei, e sua
posterior alteração pela Lei Complementar N° 424, de 2003. Esta última
modificou o artigo 1° da Lei N° 46-A, de 1991, estabelecendo exigência de
apresentação de “laudo geotécnico” e “projeto das obras de contenção,
estabilização e drenagem”, elaborados por profissionais habilitados. Contudo,
ainda que estas exigências sejam absolutamente necessárias e corretas, cabe
ressaltar que esta lei é de difícil atendimento no caso de assentamentos
constituídos por população de baixa renda, como os existentes em algumas
das áreas selecionadas, sobretudo aquelas em que a Santa Casa é proprietária
das glebas. Desta forma, é importante que a Prefeitura Municipal de São
Vicente implemente uma política municipal de assistência técnica em HIS,
regulamentando a Lei Federal N° 11.888, de 24 de dezembro de 2008, que
“assegura o direito das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e
gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, como
parte integrante do direito social à moradia” previsto no artigo 6° da
Constituição Federal.
55
N° 2.220, de 4 de setembro de 2001 e da Medida Provisória N° 459, de 25 de
março de 2009. Mas o potencial da aplicação dos instrumentos disciplinados
pelas normas supramencionadas está condicionado à inserção dos
assentamentos em áreas que vedem a regularização fundiária para fins de
implantação de projetos de HIS, ou mesmo para parcelamentos de outra
natureza. Outro aspecto importante, é que parte das áreas selecionadas não
apresenta características de assentamentos precários, não cabendo nesses
casos, a aplicação de alguns dos instrumentos contidos nas referidas normas.
56
regulamentação da Outorga Onerosa do Direito de Construir, então
denominada “Adicional Oneroso de Coeficiente de Aproveitamento” e da
Transferência de Potencial Construtivo. Mas outros instrumentos introduzidos
pelo Estatuto da Cidade não são regulamentados.
57
de 1993, e o Conselho Municipal de Habitação, pela Lei Complementar N° 165-
A, sancionada na mesma data. Quanto ao PLHIS, já foram entregues os
seguintes produtos: Proposta Metodológica, Perfil do Município, Quadro da
Produção Habitacional e Caracterização das Necessidades Habitacionais. A
entrega da Pré-Proposta de Estratégias de Ação está prevista para o final de
abril de 2009. Por último, será entregue o Relatório Final.
58
rural. Neste caso, os beneficiários deverão se organizar e a Prefeitura poderá
proceder à urbanização dessas áreas.
59
programas de regularização fundiária e urbanização de assentamentos de
baixa renda. Este instrumento também está previsto na Lei de Uso do Solo.
Por sua vez, a Medida Provisória (MP) N° 2.220, de 2001, que trata da
Concessão de Uso Especial, oferece mais um instrumento ao Município, para a
regularização e urbanização de assentamentos subnormais em áreas públicas.
Esta MP estabelece critérios para que aqueles que, até 30 de junho de 2001,
possuíssem “como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até
duzentos e cinqüenta metros quadrados de imóvel público situado em área
urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família”, tenham o direito à
concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da
posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de
outro imóvel urbano ou rural.
60
fundiária, conferindo maior importância às disposições estabelecidas no Plano
Diretor. Por sua vez, o artigo 53 da lei de parcelamentos considera
61
Avaliar cuidadosamente a possibilidade de
S2 regularização fundiária levando em conta a
localização mais esparsa das ocupações.
Regularização fundiária (implantação de
S3, S4
ZEIS/eliminação do “aluguel de chão”),
e S5
compatibilizar consolidações com PLHIS.
Morro do Itararé/ Ruas Cadastrar ocupantes do edifício da R. da Constituição, 96 e
2 da Constituição e utilizá-lo, junto com a casa incendiada para o programa
Coaracy Paranhos municipal de HIS.
Remoção total e reassentamento conforme PLHIS;
Clube Itararé
Estudar possível Operação Urbana articulada com
3 (Concretex) - Rua
Santa Casa e Governo do estado (VLT);
Marechal Deodoro
Revisão do zoneamento.
Regularização fundiária (implantação de
Carrefour - Rua
4 ZEIS/eliminação do “aluguel de chão”), compatibilizar
General San Martin
consolidações com PLHIS.
Regularização fundiária (implantação de
ZEIS/eliminação do “aluguel de chão”), compatibilizar
Bananal - Rua Juiz de
5 consolidações com PLHIS;
Fora
Ocupações no limite de PPDS requerem monitoramento
preventivo..
Voturuá/Linha
Ocupações no limite de CA2 requerem monitoramento
6 Vermelha (próx. Av.
preventivo.
Minas Gerais)
Adequação urbanística com necessidade de
7 Ilha Porchat intervenções no sistema de contenção e drenagem no
sistema viário.
Ocupações de alto padrão na R. Frederico
S1
Ozanan em irregularidade urbanística.
Maior parte das ocupações de alto e médio
padrões, na R. Newton Prado, em situação de
S2 irregularidade urbanística, passível de
8 Morro dos Barbosas
regularização;
Monitorar os fundos de lotes.
Situação de adequação urbanística;
S3 Monitorar a ampliação de edificações nos fundos
de lotes.
Remover ocupações que invadem os limites do Parque
Estadual Xixová-Japuí;
Parque Prainha (Rua Regularizar parcelamento nos termos da Lei N° 6.766/79,
9 Saturnino de Brito e com ressalvas quanto às ocupações a montante da R.
Benedito Calixto) Benedito Calixto;
Se forem constatadas famílias de baixa renda residentes no
setor, atender no programa municipal de HIS.
Adequação urbanística, com necessidade de controle
Curtume (Av.
10 das ocupações existentes a montante da encosta,
Tupiniquins)
sobretudo as existentes em fundos de lotes.
Rever o perímetro da UP1, de forma a limitar as
ocupações no sopé da encosta, em área limítrofe ao
Parque Estadual Xixová-Japuí;
Identificar áreas públicas ou privadas adequadas para
11 Japui desadensamento das ocupações nas franjas do
loteamento, compatibilizando com as remoções
apontadas pelo PLHIS;
Embargar e demolir obras apontadas no relatório do
PMRR.
Regularização fundiária das ocupações, conforme
12 Acarau apontado pelo PLHIS, mantendo o padrão de baixa
densidade demográfica.
62
Fonte: Elaboração própria, 2009.
63
Quadro 12 - PLHIS de São Vicente: Propostas de intervenção em assentamentos também selecionados pelo PMRR
64
Quadro 13 – Síntese do Marco Legal incidente sobre as áreas selecionadas
Esfera Instrumento Legal Dispositivos Objetivo
Federal Instrumentos de Política Urbana
regulamentados pelos artigos 5° ao 38
Disciplinar a função social da
(ZEIS, Parcelamento, Edificação ou
cidade e da propriedade
Utilização Compulsórios, IPTU
imobiliária urbana, criando
Estatuto da Cidade, Lei Federal N° 10.257, de Progressivo, Usucapião Especial, Direito
oportunidades de distribuir
10 de julho de 2001. de Preempção, Outorga Onerosa,
equitativamente os benefícios
Operações Urbanas Consorciadas,
da urbanização, combatendo a
Transferência do Direito de Construir) de
segregação espacial.
acordo com o Plano Diretor regulamentado
pelos artigos 39 a 42.
Poderá ser aplicada
articuladamente à Lei N°
Garante assistência técnica pública e
Complementa a Lei 46-A, de
Lei Federal N° 11.888, de 24 de dezembro de gratuita para projeto e construção de
29 de agosto de 1991, que
2008. habitação de interesse social, para famílias
estabelece exigências para
com renda mensal até 3 s.m.
licenciamento de obras nos
morros de São Vicente.
Complementa o estatuto da
Cidade, permitindo a
Medida Provisória N° 2.220, de 4 de setembro regularização e urbanização
Concessão de Uso Especial.
de 2001. de assentamentos subnormais
em áreas públicas ocupadas
por população de baixa renda.
Incentiva a produção de
unidades habitacionais e
Medida Provisória N° 459, de 25 de março de Cria o Programa Minha Casa, Minha Vida – regularização fundiária de
2009. PMCMV. assentamentos residenciais,
flexibilizando, dentre outros
aspectos, o Código Florestal.
Lei N° 4.771, de 1965, Código Florestal. Cria proteção sobre as APP Proteção da mata ciliar (incide
sobre o assentamento Água
Fria).
65
Possibilita Regularização
Fundiária e implantação de
Resolução N° 369, de 28 de março de 2006, Supressão de vegetação em APP para
infra-estrutura de saneamento
do Conama. projetos de interesse social: artigos 2° e 9°.
para assentamentos
subnormais em APP.
Exigências mínimas para implantação de
infra-estrutura em parcelamentos situados
em zonas habitacionais declaradas como
Lei de Parcelamento do Solo, Lei N° 6.766, de
de interesse social (ZHIS): parágrafo 5° do Reduz as exigências para
19 de dezembro de 1979, alterada pela Lei N°
artigo 2°; aprovação de parcelamentos
9.785, de 29 de janeiro de 1999 (que trata
critérios para regularização fundiária: de interesse social.
também de Registros Públicos).
parágrafo 5°, do artigo 40 e artigo 41;
declara de interesse público parcelamentos
habitacionais de iniciativa das prefeituras.
Lei Federal N° 10.931, de 2 de agosto de Incorporações Imobiliárias e Registros Dispensa de retificação, em
2004. Públicos: artigo 59 (altera os parágrafos 11 casos em que não haja
e 15, do artigo 213, da Lei Federal N° alteração das medidas
6.015, de 31 de dezembro de 1973). perimetrais, os lotes que já
estiverem cadastrados
individualmente ou com
lançamento fiscal há mais de
vinte anos, referentes a
projetos de regularização
fundiária de interesse social
realizados em ZEIS, nos
termos do Estatuto da Cidade,
e exime de custas e
emolumentos notariais os
registros referentes a estes
projetos.
66
Define critérios para regularização de
assentamentos de interesse social em
APP:
Define casos excepcionais em
O artigo 2° define como interesse social a
que pode ser autorizada a
regularização fundiária sustentável de área
intervenção ou supressão de
urbana;
Resolução Conama N° 369, de 28 de março vegetação em APP para a
O artigo 9° estabelece que a intervenção
de 2006. implantação de obras, planos,
ou supressão de vegetação em APP para
atividades ou projetos de
regularização fundiária sustentável poderá
utilidade pública ou interesse
ser autorizada pelo órgão ambiental
social.
competente, observado o disposto nas
disposições gerais da Resolução, além de
requisitos e condições específicas.
Constituição do Estado de São Paulo, Flexibiliza a regularização de
alterada pela Emenda Constitucional N° 23, Altera o Inciso VII, do artigo 180. ocupações de HIS em áreas
de 31 de janeiro de 2007. institucionais de loteamentos.
Estadual
Delimita unidade de
Decreto estadual N° 37.536, de 27 de
Cria o Parque Estadual Xixová-Japuí. conservação contígua às
setembro de 1993.
áreas 9, 10 e 11.
Fixa diretrizes e normas relativas ao Fixa diretrizes de
desenvolvimento urbano e prevê a desenvolvimento Urbano e
Lei Orgânica de São Vicente. elaboração do Plano Diretor e a prevê a regulamentação de
regulamentação de instrumentos do critérios para regularização
Estatuto da Cidade. fundiária.
Define critérios, diretrizes e
Lei Complementar Nº 271, de 29 de Estabelece Normas sobre o Uso e limites de ocupação e uso de
dezembro de 1999. Ocupação do Solo. glebas e lotes, nas áreas
selecionadas pelo PMRR.
Aborda aspectos vinculados a
Municipal
Lei Complementar Nº 270, de 29 de Cria o Plano Diretor de São Vicente e fixa reurbanização ou realocação
dezembro de 1999. diretrizes físico-territoriais. de assentamentos em áreas
de risco.
Permite gestão participativa do
Lei Complementar Nº 165-A, de 3 de junho de
Cria o Conselho Municipal de Habitação. programa municipal de HIS e
1993.
permite a adesão ao SNHIS.
Permite alocação de recursos
Lei Complementar Nº 164-A, de 3 de junho de exclusivos para a execução do
Cria o Fundo Municipal de Habitação.
1993. programa municipal de HIS e
permite a adesão ao SNHIS.
67
Exige a apresentação de
Laudo do IPT, “favorável à
Lei N° 46-A, de 29 de agosto de 1991, realização da edificação” para
Estabelece exigências para aprovação de
alterada pela Lei Complementar N° 424, de 17 aprovação de projetos em
projetos nos morros da Cidade.
de dezembro de 2003. “áreas de risco”, de acordo
com a Carta Geotécnica do
IPT.
68
7. IDENTIFICAÇÃO DE FONTES DE RECURSOS POTENCIAIS
E DE PROJETOS COMPATÍVEIS PARA IMPLANTAÇÃO DAS
INTERVENÇÕES PRIORITÁRIAS PARA REDUÇÃO DE RISCO
68
Desenvolvimento Sustentável – PLDS -, dentre outras, estão previstas as
seguintes ações:
69
• Instituir Plano Diretor para Paratinga/Acarau, área rural de São Vicente
– responsável: Câmara Municipal e Secretaria Municipal de
Planejamento; prazo: imediato. [grifos nossos]
70
requalificação urbana. Destina-se a famílias com renda familiar mensal até
três salários mínimos. O contrato de repasse das propostas selecionadas é
celebrado por intermédio da Caixa Econômica Federal, após
encaminhamento e análise das propostas dos municípios. Para a obtenção
de recursos deste e outros programas geridos pelo Ministério das Cidades,
preconiza-se a adesão do município ao SNHIS.
71
mil, dependendo da modalidade. O financiamento a pessoas físicas é
concedido individualmente ou organizadas por associações, condomínios,
cooperativas, sindicatos, entidades privadas ou COHABs. Os municípios
podem participar do Programa Carta de Crédito, organizando a demanda,
complementando os recursos e oferecendo assistência técnica e jurídica.
72
organizadas em associações ou cooperativas, com renda bruta mensal de
até cinco salários mínimos, residentes em áreas urbanas ou rurais. Este
Programa é operado com recursos do FDS, sendo a contrapartida mínima do
mutuário de 5% do valor do investimento habitacional, que poderá ser
integralizada com recursos próprios, com itens do investimento não
financiados com recursos do FDS. Podem ser adicionados ao Programa
recursos financeiros e também bens e serviços que agreguem valor ao
investimento proveniente de estados e municípios.
73
à promoção dos assentamentos irregulares, visando atenuar o padrão
informal de crescimento das cidades, por meio de investimento na melhoria
da infra-estrutura urbana das áreas selecionadas e de suas edificações, do
atendimento de soluções habitacionais adequadas às populações que
precisam ser deslocadas de área de risco ou devido a necessidade de
reassentamento total ou parcial, do fomento a ações sociais complementares,
visando à melhoria da qualidade de vida das populações participantes. Este
Programa atua em parceria com governos municipais, atribuindo-lhes papel
central no planejamento e execução de projetos. Este Programa prevê a
remoção total das famílias para novas unidades dotadas de infra-estrutura,
com contrapartida do Município, que pode ser a doação do terreno ou a
implantação da infra-estrutura. As unidades poderão ser construídas em
regime de autoconstrução ou diretamente pela CDHU.
74
Tem como objetivo a implantação de conjuntos habitacionais, destinados à
demanda de interesse social em geral, cujas unidades habitacionais são
distribuídas por meio de sorteio público. As obras são contratadas e
financiadas pela CDHU, por concorrência pública, em conformidade com a
Lei de Licitações. Neste programa, a empresa construtora contratada é
responsável pela aquisição do terreno, pelo parcelamento e urbanização do
solo, inclusive pela implantação de toda a rede de serviços e pela edificação
das moradias (geralmente edifícios de apartamentos), devendo entregar o
imóvel regularizado e averbado no registro de imóveis. Destina-se a famílias
com renda entre 1 a 10 salários mínimos, que residem e/ou trabalham no
município onde se localiza o empreendimento há pelo menos três anos e que
não sejam proprietárias de imóvel residencial. O processo de escolha das
famílias para o financiamento das unidades habitacionais prevê que 7% das
moradias sejam destinadas a famílias que possuem portadores de
deficiência, 5% ao Programa de Atendimento ao Idoso, conforme edital
específico e 4% à Polícia Civil, Militar e Científica do Estado de São Paulo.
75
famílias interessadas em adquirir uma unidade habitacional, e que estejam
dispostas a contribuir com sua mão-de-obra na construção das mesmas. Este
Programa consiste em repasse de recursos direto às Associações
Comunitárias contratadas, para construírem as unidades habitacionais com o
apoio técnico, administrativo e social de uma Assessoria Técnica.
76
8. ESTABELECIMENTO DE ORDEM DE PRIORIDADES PARA
AS INTERVENÇÕES ESTRUTURAIS.
77
Adquire prioridade por se tratar de situação em que o tratamento do
risco contribui para a regularização fundiária e urbanística do assentamento
.
O quadro 14, apresentado a seguir, expõe elementos para a aplicação
destes critérios.
Quadro 14. Informações para a priorização dos setores de risco.
Grau de Probabilidade
Nº. de moradias
Estimativa de
ameaçadas
custos
Setor
Intervenções
Nº. Nome da área por setor e por
sugeridas
moradia
diretamente
atendida
(R$)
Médio 5.300,00
Drenagem de águas
S3 (R2) 5 1.060, 00
pluviais.
78
Alto Conclusão da obra de
S3 13 1.204.489,00
(R3) contenção interrompida.
92.653,00
Monitoramento/ “faxina”
sistemática de lascas e
Clube Itararé Alto blocos rochosos com 1.061.960, 00
3 S1 10
(Concretex) (R3) instabilidade 106.196,00
potencial/remoção
integral das moradias.
Inexis-
tente a Fiscalização e controle
4 Carrefour - -
baixo da ocupação
(R1)
6.803,00
Médio Retaludamento; muro de
5 Bananal S1 2 3.401,50
(R2) espera.
Inexis-
Monitoramento. Faxina
Linha Vermelha/ tente a
6 - - de blocos rochosos
Voturuá baixo
individualizados.
(R1)
Condução das águas
pluviais da moradia a
Alto montante do terreno. 12.379,00
S1 Viário
(R3) Limpeza do depósito de Viário importante
encosta (lixo + solo
escorregado).
Sistema
viário/ Monitoramento/faxina
estaciona- sistemática de blocos
mento de rochosos 204.793,00
Muito
veículos a individualizados e Viário importante
S1 alto
jusante + instáveis;
(R4)
um Direcionamento das
edifício águas pluviais;
plurihabita Muro de espera.
-cional
Monitoramento/faxina
sistemática de blocos
Médio
S3 2 rochosos
(R2)
individualizados e
instáveis na encosta.
Parque Prainha S1 Cerca de Monitoramento/faxina
9 Médio 35 sistemática de blocos
(R2) rochosos
individualizados e
instáveis. Intervenções
localizadas de contenção 619.081,00
e drenagem. Muro de 17.688,00
79
espera e drenagem no
cercamento do Parque
3
(uma das
Médio
10 Curtume S1 quais Monitoramento.
(R2)
desocupa-
da)
4
(3 moradias Desmonte de blocos
+ rochosos; demolição 6.260,00
Alto
S1 1 parcial de moradias; 1.565, 00
(R3)
11 Japui edificação embargo e/ou demolição
em de obra.
construção)
Médio
S2 3 Monitoramento.
(R2)
Inexis-
tente a Controle e planejamento
12 Acarau - -
baixo da ocupação.
(R1)
Legendas:
R4 > R3 > R2
Setor de grande porte ; Setor de médio porte; Setor de pequeno porte viário
Monitoramento ; Serviços basicamente manuais ; remoção de moradias ; assentamento incluído em
regularização ou urbanização
Custos por moradia < R$1.000,00 >R$1.000,00 a R$5.000,00 >R$5.000,00 a R$10.000,00
> R$10.000,00 a R$20.000,00 >R$20.000,00
Obs. Todos os setores onde foram identificadas situações de risco devem ser monitorados periodicamente,
especialmente nos períodos chuvosos.
80
ÁREA 3 CLUBE SETOR 1 intervenções complexas e
ITARARÉ/CONCRETEX de alto custo
4 ÁREA 9 PARQUE PRAINHA SETOR 1 Setor de grande porte
com média probabilidade
(R2) de ocorrência de
acidentes e propostas de
intervenções
medianamente complexas
e de alto custo
5
6
7
Quadro 15. Proposta de ordem de prioridade para a execução das intervenções
estruturais sugeridas.
81
Monitoramento permanente das áreas de risco, atendimento de
emergências e implantação de planos preventivos de defesa civil;
Informação pública, capacitação e mobilização social para ações
preventivas e de autodefesa.
82
Monitoramento permanente é uma das medidas não estruturais
apontadas como forma de controle de riscos para vários setores.
83
os moradores das áreas de risco a desenvolver parceria com a Prefeitura de
São Vicente em ações preventivas e de autodefesa.
Atividades que estiveram no escopo deste trabalho, como as reuniões
de informação e consulta, a audiência pública e os cursos de capacitação são
alguns exemplos de ações apontadas na quarta estratégia, que pode se
consolidar mais efetivamente se forem constituídos os núcleos de defesa
civil entre os moradores das áreas de risco.
As intervenções estruturais sugeridas e apresentadas neste PMRR
estão subordinadas, quase que exclusivamente, à avaliação das condições
de risco (ao processo perigoso identificado, ao seu estágio de
desenvolvimento e à tipologia de obra adequada à eliminação ou redução da
possibilidade de ocorrência do processo perigoso, ou processo destrutivo). À
municipalidade São Vicente caberá optar por solução diversa daquela
indicada se, porventura, às alternativas de intervenção para redução de risco
se sobrepuserem projetos de interesse coletivo, de proteção ambiental ou de
desenvolvimento urbano que requisitem a remoção de assentamentos ou de
moradias.
Recomenda-se que os resultados deste estudo sejam encaminhados
ao Ministério das Cidades, como contribuição ao banco de dados de riscos
nas cidades brasileiras e que o Município solicite a este Ministério recursos
para elaboração de projetos básicos de engenharia a serem empregados
nas intervenções estruturais sugeridas.
Esta é uma das modalidades da Ação Apoio à Prevenção e
Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários, do Programa
Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários da
Secretaria Nacional de Programas Urbanos deste Ministério.
Esta modalidade se destina a apoiar as administrações municipais a
elaborarem projetos básicos de engenharia voltados para as áreas de risco
de deslizamentos em encostas. O objetivo da modalidade é fornecer ao
poder público recursos para desenvolver soluções de engenharia para
estabilização de encostas em áreas de risco de deslizamentos.
Para habilitar-se à inserção na modalidade, o proponente deverá estar
com o Plano Municipal de Redução de Riscos concluído ou em
desenvolvimento.
84
9.2. Propostas estratégicas para a redução e erradicação dos
riscos
85
Figura 3. Corte esquemático da proposta de intervenção
86
9.2.4. Criar programa de fiscalização, prevenção e controle da
ocupação/ manutenção dos morros/ monitoramento dos riscos
l. que a PMSV elabore e implemente um Programa de Fiscalização,
Prevenção e Controle de ocupações precárias e irregulares no município
de São Vicente, que tenha como finalidade impedir o crescimento
desordenado da ocupação urbana em franjas de loteamentos e áreas
indicadas para remoção e outras áreas impróprias para moradias, seja por
serem áreas de risco ou por serem áreas de preservação ambiental.
m. que este Programa tenha como referência os planos e projetos de
desenvolvimento de São Vicente e que opere através de procedimentos
preestabelecidos e sob coordenação centralizada.
Aos agentes deste Programa, caberia também o monitoramento
permanente das áreas de risco
n. que seja atualizado permanentemente o conhecimento dos riscos no
município, sistematizando e registrando informações coletadas durante
vistorias periódicas de fiscalização e monitoramento dos assentamentos
precários.
o. que sejam contratados profissionais de geociências para atualização
permanente do mapeamento de riscos e monitoramento sistemático dos
morros de São Vicente.
p. que sejam contratados serviços de canteiros para realização de
“faxina”sistemática de blocos rochosos individualizados e/ou instáveis nos
morros.
87
ação preventiva em situações críticas identificadas e para o atendimento de
emergências, quando necessário.
r. constituir, junto aos moradores das áreas de risco e voluntários, núcleos
comunitários de defesa civil (NUDECs) e capacitá-los para o
compartilhamento com a gestão municipal das atividades de controle da
ocupação, prevenção de riscos, autodefesa e atendimento emergencial.
s. implantar rede local de pluviômetros que permita monitorar
adequadamente as chuvas e construir um registro histórico da pluviometria
local.
t. estabelecer convênio com a Fundação FCTH/ DAEE para o recebimento de
informações do Radar Meteorológico de Ponte Nova.
10. REFERÊNCIAS
88
AGENCIA METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA. Relatório Final do
Programa Regional de Identificação e Monitoramento de Áreas Críticas de
Inundações, Erosões e Deslizamentos (PRIMAC) – Região Metropolitana da
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89
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