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ARTIGO ARTICLE 1463

Oportunidades na indústria de medicamentos e


a lógica do desenvolvimento local baseado nos
biomas brasileiros: bases para a discussão de
uma política nacional

Opportunities in the pharmaceutical industry


and the local development logic based on
the Brazilian biomes: the basis for a
national policy discussion

Glauco de Kruse Villas Bôas 1


Carlos Augusto Grabois Gadelha 2

Abstract Apresentação

1 Instituto de Tecnologia
This study discusses new concepts in the techno- A demanda por uma Política Nacional de Ciên-
em Fármacos, Fundação
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro,
logical development of plant-derived medicines cia e Tecnologia vem da constatação de que to-
Brasil. and their relevance to public health, highlight- dos os planos e programas de desenvolvimento
2 Escola Nacional de Saúde
ing opportunities in the pharmaceutical market tecnológico bem sucedidos no mundo, foram
Pública Sergio Arouca,
Fundação Oswaldo Cruz,
both for the production of herbal medicines and concebidos e implementados tendo o respaldo
Rio de Janeiro, Brasil. the development of new drugs based on plant de políticas públicas nacionais que constituíam
substrates and molecules. Recent theoretical and os Sistemas Nacionais de Inovação, assinalando
Correspondência
G. K. Villas Bôas scientific premises for the socioeconomic devel- prioridades, objetivos e recursos. No Brasil, a ino-
Departamento de Produtos opment of the “Knowledge Age” (considering lo- vação na área da saúde vem sendo discutida à
Naturais, Instituto de
cal production arrangements and systems) could luz de uma abordagem sistêmica das indústrias
Tecnologia em Fármacos,
Fundação Oswaldo Cruz. guarantee a competitive advantage for the sector, da saúde tendo o complexo industrial da saúde
Rua Gal. Cristóvão Barcelos 24, given the exuberant flora and biodiversity in the sido constituído numa categoria de análise com-
apto. 301, Rio de Janeiro, RJ
various Brazilian biomes. preendendo sua composição, oportunidades e o
22245-110, Brasil.
glauco@far.fiocruz.br papel do Estado na mediação destas relações 1.
Phytotherapic Drugs; Drug Industry; Pharma- Essa demanda se apóia ainda na constatação de
ceutical Technology que é muito difícil chegar-se à inovação sem que
haja uma política que crie e passe a ser resultan-
te de um sistema nacional de inovação, fruto da
vontade política do país 2.
É válido afirmar, portanto, que a ausência de
uma política para a inovação na área dos medi-
camentos de origem vegetal (fitomedicamentos)
possivelmente seja responsável pelo fato de que
apesar de toda produção científica realizada a
partir da segunda metade do século passado, os
esforços não resultaram necessariamente em
desenvolvimento tecnológico e menos ainda em
novos produtos, novos medicamentos 3. Hoje,
os medicamentos de origem vegetal represen-
tam claramente uma janela de oportunidade na

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indústria de medicamentos estruturada de for- da política brasileira. Em fevereiro de 2005, um


ma global e representada por oligopólios surgi- grupo de trabalho interministerial é constituído
dos nos países que realizaram sua industrializa- por decreto presidencial para formular a política
ção ainda no século XIX. Trata-se de um merca- nacional de fitoterápicos 8.
do poderoso à busca de novas moléculas para Para nos aproximarmos dos objetivos, acima
assegurar a competitividade na produção de alinhavados, serão necessários diversos passos
novos medicamentos patenteados. Além disso, que começam com a descrição dos conceitos de
também representa a oportunidade de participar desenvolvimento e novos modelos teóricos; diag-
na elaboração de uma nova categoria de medica- nóstico de oportunidades, barreiras e pressões, à
mentos denominada fitoterápicos no Brasil, que luz dos conceitos de planejamento competitivo 9.
são extratos vegetais padronizados e validados O resgate por meio de consulta bibliográfica das
do ponto de vista da sua eficácia, segurança e iniciativas brasileiras; discussão da adaptabilida-
qualidade 4. de dos conceitos teóricos face às oportunidades
O Brasil tem quase um terço da flora mundial descritas. Esses passos serão apresentados em
representada em dez biomas com uma biodiver- diversas seções. Na segunda, será apresentada a
sidade exuberante. Entretanto, muito pouco tem revisão das bases conceituais e teóricas que pro-
sido realizado para transformar esse potencial põem um novo modelo de desenvolvimento tec-
em vantagem competitiva, em produtos paten- nológico. Um exemplo histórico da vontade polí-
tes, principalmente se considerarmos o desen- tica do Estado. Os Sistemas Nacionais e os ASPLs.
volvimento como forma de inserção social e de Na terceira, analisaremos as janelas de oportuni-
proteção e manutenção desses ecossistemas 5. dades da indústria farmacêutica que representam
O desenvolvimento realizado a partir da visão os fitoterápicos e fitofármacos. As características
moderna dos sistemas nacionais de inovação, dos mercados Europeu, Norte-americano, bem
desenvolvimento local e, no caso, a partir de ca- como das diretrizes da Organização Mundial da
da bioma, representa uma alternativa concreta e Saúde (OMS). Em seguida serão enfocados os
viável para chegarmos a novos produtos, novas principais eventos da experiência nacional vol-
metodologias, realizando em termos globais a tada para o desenvolvimento de medicamentos
vantagem competitiva dos nossos recursos na- de origem vegetal. Por fim, serão comentados
turais, promovendo um grande salto tecnológi- os principais desafios. A adequação dos mode-
co na produção de medicamentos, quebrando los teóricos descritos ao desenvolvimento local
o ciclo vicioso de competirmos utilizando os por bioma nacional. A discussão da importância
mesmos paradigmas de desenvolvimento tecno- de uma política integrada de desenvolvimento,
lógico de medicamentos elaborados em países assinalando entre outros, alguns aspectos fun-
cuja biodiversidade não se compara à brasileira 6. damentais como o acesso da população ao me-
Assumimos como pressuposto a evidência que dicamento, o financiamento dos arranjos locais
a biodiversidade é uma fonte de competitivida- através do Sistema Único de Saúde (SUS).
de do país, carecendo, portanto, da formulação
e implementação de uma política que garanta Inovação e desenvolvimento
estruturação do setor. Nessa perspectiva elabo-
ramos uma pesquisa ligada à práxis, ou seja, à A adequação de conceitos teóricos ao desenvolvi-
prática histórica em termos de conhecimento mento tecnológico de medicamentos de origem
científico para fins explícitos de intervenção. vegetal impõe um resgate das teorias econômi-
cas que, a partir do início do século XX, apon-
tam a inovação como sendo a locomotiva deste
Bases conceituais e metodológicas processo, para em seguida, propor caminhos que
representam uma alternativa para países que al-
Existe uma expectativa em relação ao novo gover- mejam uma inserção mais digna e socialmente
no federal e seu compromisso em lutar contra as produtiva na era do conhecimento, ou do apren-
enormes diferenças sociais, bem como promover dizado, chamada de globalização.
a retomada do crescimento econômico. O Plano Em sua análise do desenvolvimento capita-
Pluri Anual 2004-2007 ressalta essa intenção à in- lista moderno, Schumpeter 10 critica o modelo
corporação do conceito dos Arranjos e Sistemas convencional neoclássico, que já não explicava
Produtivos Locais (ASPLs) nas diretivas do gover- o dinamismo do capitalismo em sua fase oligo-
no, determinando que o Ministério do Desenvol- pólica e monopolista, quando as indústrias mais
vimento Indústria e Comércio implemente esta dinâmicas são dominadas por grandes empre-
estruturação coordenando as ações pertinentes 7. sas, difundindo o progresso para as demais. A
O desenvolvimento de novos fármacos e medi- grande discussão acerca do paradigma neoclás-
camentos, por sua vez, constam das diretrizes sico é realizada a partir da construção de novos

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conceitos sobre o empreendimento. Ele deixou eleva o risco da privatização da ciência, tendo sé-
clara a distinção entre invenções e inovação. Os rias conseqüências sociais, como acontece, por
novos empresários lidavam com a inovação de exemplo, com as doenças que não dão lucro, atu-
forma muito mais abrangente, como, por exem- almente denominadas doenças negligenciadas.
plo, estabelecendo o amplo uso das invenções, A ciência perde assim sua neutralidade, caso o
estabelecendo novos meios de produção, novos Estado não amplie e garanta o investimento nas
produtos e formas de organização. O paradigma universidades. Hoje é reconhecida a interdepen-
neoclássico até então estabelecia o mercado co- dência dos diversos tipos de capital: produção,
mo mecanismo de ajuste entre oferta e demanda, intelectual, natural e social para alcançar uma
a competição em preços a partir de tecnologias “eficiência coletiva”. O próprio Banco Mundial
dadas ou exógenas, o equilíbrio como norma, relaciona o desenvolvimento a questões como
decisões hiper-racionais, ausência de incerteza, igualdade, educação, saúde, meio ambiente, cul-
determinação dos preços pela ação dos compra- tura e bem estar social e não apenas ao desempe-
dores e vendedores. O economista contesta essa nho econômico.
visão, discutindo que uma economia saudável A grande ponte entre o local e o global é
se apóia na competição proporcionada pelas construída a partir de políticas que estabeleçam
inovações. O ambiente do desenvolvimento é estratégias que norteiem as relações entre os
na realidade o da ameaça constante que força a contextos micro e macro. Essa relação constitui
disputa pela nova tecnologia, pela nova fonte de hoje referências fundamentais para a realização
insumos, pelas novas formas de administrar, por de análises econômicas mais consistentes, como
novos produtos ou mercadorias. A concorrência também aponta o caminho de pensar a globali-
shumpeteriana passou a mover o denominado zação como um processo que integra o desenvol-
processo de destruição criativa, integrando o nú- vimento local. Para se entender a relação entre o
cleo da estratégia empresarial, sendo a inovação ambiente sócio-político-econômico e a inovação,
considerada a principal arma de competição ca- é necessário definir o capital social como sendo:
pitalista 10. “o tecido sobre o qual a criatividade humana e
A inovação passou a ser vista cada vez mais capacidade inovativa podem se desenvolver, o
como sendo um processo interativo entre as di- conjunto complexo de normas, comportamentos,
versas fases, desde a pesquisa básica até a co- valores e conhecimentos tácitos construído histó-
mercialização e difusão. A mudança de ênfase rica e culturalmente em cada sociedade” 2 (p. 6).
mais fundamental ocorreu no sentido de se ten- A economia do aprendizado é uma econo-
tar entender o processo subjacente à produção mia em que a habilidade para aprender é crucial
de uma novidade técnica ou organizacional com para o sucesso econômico de indivíduos, empre-
valor econômico 11. sas, regiões e nações. O aprendizado se refere à
construção de novas competências e o estabe-
O papel do Estado lecimento de novas habilidades, e não apenas
ter o acesso à informação, o que a distingue da
Hoje se sabe que a política econômica expres- chamada “nova economia”, baseada na produção
sa o papel do Estado em relação às forças dinâ- e circulação de informação, mas não do conheci-
micas evolucionistas, selecionando inovações mento, levantando uma falsa idéia de prosperi-
reveladas pelos processos de desenvolvimento dade mundial. Portanto, o papel do Estado tem
das economias nacionais 12. Os sistemas nacio- um lugar de destaque na coordenação do Siste-
nais e regionais de inovação passam a ser uma ma Nacional de Inovação, garantindo a eficácia
categoria de análise econômica essencial. A sua dos sistemas educacional e de pesquisa, mas,
importância se deve à necessidade das redes de principalmente se comprometendo na formula-
relacionamento fundamentais na promoção da ção e implementação de políticas de inovação.
inovação, como acontece com o sistema nacio-
nal de educação, com as indústrias, com o pa- Os Arranjos e Sistemas
pel das instituições científicas, com as políticas Produtivos Locais (ASPL)
públicas e com as tradições culturais. Exemplos
datados de 1841, como a disputa entre Alema- Para o desenvolvimento de fitomedicamentos, a
nha e Inglaterra, o caso do Japão, da antiga União política tecnológica deve enfatizar a difusão das
Soviética e ainda os contrastes entre do Leste Asi- tecnologias de classe mundial, a agregação de va-
ático e América Latina, demonstram claramente lor aos produtos, bem como os processos locais
essa afirmação 13. de aprendizado, valorizando o conhecimento tá-
A ausência do Estado no processo de desen- cito. Dentre os novos instrumentos, se encontram
volvimento deixa livre o caminho para o capital as políticas voltadas para o fortalecimento e de-
numa concepção absolutamente liberal, o que senvolvimento dos arranjos e sistemas produti-

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vos locais, que são aglomerações produtivas, en- vidade da inovação tecnológica, associada com o
volvendo agentes econômicos, políticos e sociais maior tempo de aprovação pelos órgãos regula-
da mesma área ou região, realizando atividades dores. Os gastos em pesquisa e desenvolvimen-
econômicas relacionadas, apresentando ou não to dos laboratórios triplicaram nos últimos dez
articulações consistentes, potencial de interação, anos. Executivos da indústria calculam que para
cooperação e processo de aprendizado 14,15. um laboratório continuar competitivo deve in-
vestir em pesquisa e desenvolvimento, no míni-
mo, dois bilhões de dólares por ano. Mesmo com
Fitoterápicos e fitofármacos: janelas de o crescimento do gasto com inovação, apenas
oportunidade na indústria farmacêutica 24 novas entidades moleculares foram registra-
das pelo órgão regulador americano (Food and
Devido às diferenças e propriedades entre a Drug Administration – FDA) em 2001, o menor
droga bruta, seca, em pó, na forma de tinturas número em seis anos, com a previsão de queda
ou extratos secos e os compostos ou molécu- do número de drogas inovadoras lançadas até
las isoladas ou sintetizadas a partir de modelos 2007 19; pressão do crescimento das vendas dos
vegetais, é importante que sejam reconhecidos medicamentos genéricos em todas as classes te-
dois segmentos de mercado: um voltado para as rapêuticas e do menor tempo de lançamento de
substâncias isoladas e outro para a droga vege- medicamentos seguidores. A tendência é o en-
tal, contendo compostos de ação sinérgica. Esse curtamento do período de lançamento da droga
reconhecimento requer o delineamento do po- seguidora no mercado e, conseqüentemente, a
tencial de cada mercado, assinalando o conheci- redução do tempo de monopólio da droga inova-
mento, a ciência e tecnologias próprias de cada dora. A lucratividade dos laboratórios inovadores
um, assim como uma análise detalhada da de- continuará sendo afetada. É projetada a perda de
manda social 16. patentes de 35 medicamentos, entre 2002 e 2007,
O espaço para o desenvolvimento de medi- com vendas mundiais estimadas em 73 bilhões
camentos de origem vegetal é retomado recente- de dólares anuais 17,18.
mente no cenário mundial a partir da turbulên- Em virtude dessa turbulência da indústria
cia que a indústria farmacêutica vem passando é que estão sendo rediscutidas as janelas de
nos últimos anos, em parte devido à sua própria oportunidade apresentadas pela situação, e jus-
natureza, baseada em tecnologia e de crescimen- tamente a prospecção de novas moléculas seria
to rápido, e, em parte, devido às diversas pres- um dos caminhos apontados, uma vez que volta
sões que vêm sofrendo: pressões provenientes a constituir uma demanda da indústria farma-
do controle de custo estatal. O preço dos medi- cêutica mundial no sentido de diminuir custos e
camentos como sendo um dos principais res- aumentar a eficácia.
ponsáveis pelos altos números da saúde encon-
trados na economia desses países, chegando a Fitoterápicos: enfoques diversos
14% do Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados
Unidos 17; pressões provenientes do surgimento Enfoques diversos compõem um quadro atual
de mecanismos públicos e privados que atuam das tendências da utilização de fitoterápicos no
na redução do preço dos medicamentos. Nos Es- mundo:
tados Unidos, as organizações de atendimento a) na Europa, por meio de um movimento li-
de saúde e as organizações de administração de derado pela Alemanha, esta nova categoria de
benefícios farmacêuticos são responsáveis por medicamento foi incorporada pelo sistema de
cerca de 70% do número de prescrições e pelo saúde. Os medicamentos são respaldados pelas
valor das vendas no varejo. Na Grã-Bretanha, evidências da qualidade, eficácia e segurança. A
as empresas fornecedoras de medicamentos ao maior distinção da fitoterapia racional passou a
sistema nacional de saúde estão sujeitas a uma ser, portanto, sua comparação em pé de igualda-
legislação que limita os lucros sobre vendas to- de com as terapias que utilizam drogas sinteti-
tais dos produtos de marca. Na França, os preços zadas. Apesar da documentação da eficácia dos
dos medicamentos são acordados entre governo produtos através de investigações farmacológi-
e indústria, e toda vez que o volume de vendas cas apropriadas, identificadas em monografias
de determinado medicamento ultrapassa o pre- próprias, existem ainda inúmeros produtos cuja
visto, os laboratórios são obrigados a reduzir seu eficácia ainda não foi testada da mesma forma,
preço. O resultado da ação dessas organizações e sendo seu uso classificado como fitoterapia tra-
das políticas de regulação do setor tem limitado dicional 4;
a capacidade de fixação de preços por parte dos b) nos Estados Unidos, o reconhecimento do
laboratórios 19; pressão sobre a lucratividade da Congresso sobre sua eficácia, liberou o uso sem
indústria em decorrência da queda da produti- registro dos produtos na agência reguladora. As

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bases para este tipo de mercado só vieram a ser mente os grupos derivados do indol e da benzyl
estabelecidas como resultado de enorme pressão iso quinolina, princípios amargos, especialmen-
da própria sociedade civil, que os considerava te os quassinóides, esteróides hidroxilados e/ou
fundamentais para a saúde, por meio de um Ato modificados, furanóides e tri terpenóides, quino-
do Congresso americano, Dietary Supplements nas (entre elas antraquinonas e derivados). A in-
Health and Education Act of 1994 19. Desde 1994, vestigação das macromoléculas, particularmen-
portanto, os fabricantes de produtos naturais e te das proteínas, glicoproteínas e polissacarídeos
suplementos nutricionais foram autorizados a de origem vegetal, continuará trazendo novos
produzir e comercializar livremente. Os produtos modelos de moléculas para esta área do desen-
fitoterápicos, nutracêuticos e suplementos con- volvimento 16.
tendo vitaminas e minerais se desobrigam dos Na última década, a química combinatória
testes rigorosos impostos aos fármacos e medi- se tornou a principal fonte de novas entidades
camentos. O governo americano entendeu que químicas (NCEs) envolvidas com a descoberta de
a prevenção e a promoção da saúde são benefi- novos fármacos. Entretanto, apesar da velocidade
ciadas pela nutrição e o uso de plantas medici- intensificada da síntese, a mudança dos métodos
nais e de suplementos nutricionais com respaldo tradicionais não resultou num incremento real
científico. O Congresso concluiu que existe de do número de fármacos ou de modelos atraen-
fato uma correlação entre o consumo desses pro- tes. Os produtos naturais, tradicionalmente têm
dutos e a prevenção de diversas doenças crôni- sido a maior fonte de novos fármacos. Diversos
cas como o câncer, osteoporose, doenças do co- fármacos que se consagraram medicamentos in-
ração, deixando claro que o uso de fitoterápicos dustrializados foram resultantes de sínteses dire-
nos Estados Unidos constitui uma experiência cionadas para reproduzir a ação das moléculas
que impacta a saúde pública, apesar do fato que achadas na natureza.
a própria medicina acadêmica tenha se recusado Os compostos naturais, além de diversos, são
a perceber seus benefícios até recentemente 20. extremamente específicos nas suas atividades
c) as diretrizes da OMS apontam para perspecti- biológicas. Essa característica decorre do fato de
vas de ampliar o acesso das populações ao medi- que, praticamente, todos eles terem alguma ca-
camento e o estímulo para pesquisa na área das pacidade de se ligar a receptores. As moléculas
doenças negligenciadas, com a adoção dos fito- naturais se diferem bastante daquelas sintetiza-
terápicos. Em 1986, as plantas medicinais foram das. Essas diferenças são ainda maiores quando
contempladas com sua inserção numa confe- comparadas com as moléculas criadas através
rencia internacional sobre normatização e regis- da química combinatória. Estudos comparativos
tro de medicamentos. Em 1989, a OMS publica das distintas propriedades foram realizados com-
o documento Medicina Tradicional e Cuidados parando coleções de moléculas, analisando-se
com a Saúde. Em junho de 1991, foram definidos pormenorizadamente suas estruturas apontam
critérios de avaliação da qualidade de segurança para as diferenças, bem como para a perspectiva
e eficácia dos fitoterápicos para subsidiar as au- de se passar a utilizar coleções de moléculas or-
toridades nacionais, as organizações científicas e ganizadas a partir dos modelos naturais 22.
as indústrias nos critérios a serem adotados pa- O processo de validação de um fitoterápi-
ra a utilização de plantas medicinais. A partir de co tem como ponto de partida as informações
então, a OMS passa a colaborar com os Estados etno-farmacológicas e etno-botânicas e passa,
membros na revisão das políticas nacionais, le- na seqüência, por uma produção de um extrato
gislação e decisões relativas à natureza e exten- padrão, com todos os seus ativos e indicadores
são de uso de medicina tradicional nos seus sis- estudados. Esse processo leva à descoberta de
temas de saúde. Em 1994, publica as linhas gerais novas ações farmacológicas de moléculas conhe-
para formulação da política nacional de plantas cidas e à descoberta de novas moléculas. Desta-
medicinais, levando em conta a necessidade do camos dois exemplos já consagrados no merca-
reconhecimento da medicina tradicional como do: a ação do princípio ativo da aspirina, o ácido
parte integrante dos sistemas de saúde 21. acetil salicílico, identificado no extrato vegetal
da Salix alba, após anos de uso principal como
Fitofármacos analgésico ser validado também como preventi-
vo de doenças cardio-circulatórias devido à sua
Os extratos servem ainda como ponto de parti- propriedade anticoagulante; um outro seria o da
da para a obtenção de compostos sintéticos ou planta Aloe vera. Conhecida por suas proprieda-
biossintéticos. Existem aqueles que exibem uma des purgantes devido à ação da aloína, evoluiu
atividade biológica maior ou diferente de seus para ação revulsivante-cosmética e recentemen-
componentes isolados. Esses extratos apresen- te vem merecendo estudos de novos ativos, mo-
tam uma rica diversidade de alcalóides, especial- léculas capazes de ter uma ação imunoregulado-

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ra, tendo já sido testada com êxito em pacientes medicinais por meio da avaliação sistemática e
com AIDS, como é o caso do acemanan 23. da análise científica do arsenal fitoterápico brasi-
A introdução de NCE, do inglês new chemi- leiro. Sua estratégia de ação consistiu em subme-
cal entities, revela as tendências das industrias ter os fitoterápicos oriundos do conhecimento
farmacêuticas. Nos últimos dois anos, entretan- popular a uma série de testes farmacológicos, to-
to, as chamadas novas entidades biológicas, do xicológicos, pré-clínicos, para confirmar, ou não,
inglês new biological entities (NBE), cresceram, as propriedades terapêuticas a eles atribuídas. As
estabelecendo uma proporção de um para três preparações que recebessem a confirmação da
em relação as NCE. Além disso, o aparecimento ação medicamentosa, de eficiência terapêutica e
de uma nova droga de origem vegetal em 1999, de ausência de efeitos prejudiciais estariam aptas
Arglabina, provocou grande impacto na terapia a se integrarem à Relação Nacional de Medica-
efetiva de tipos de câncer de difícil intervenção, mentos Essenciais (RENAME).
assinalando a importância de se resgatar a pros- Das 74 espécies selecionadas, 28 têm estudos
pecção de moléculas de origem vegetal 24. concluídos, incluindo as que não confirmaram
É justamente nesse contexto que o desen- ação terapêutica atribuída em testes pré-clíni-
volvimento das plantas medicinais se apresen- cos e clínicos, as que apresentaram indícios de
ta como um nicho forte de mercado, represen- ação tóxica e as que confirmaram ação terapêu-
tando para algumas empresas uma alternativa, tica. Entretanto, o resgate histórico dos projetos
enquanto novo paradigma, capaz de mantê-las apoiados pelo governo, durante os vinte anos
dentro do mercado global atual. A produção de de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento
novos fármacos de origem vegetal é, portanto, da fitoterapia no país, ainda está por acontecer.
uma demanda da indústria internacional de Foram validadas, cientificamente, as qualidades
medicamentos, apesar das questões relacio- terapêuticas de diversas espécies vegetais brasi-
nadas ao acesso, propriedade intelectual e dis- leiras. A CEME foi extinta em 1997, na mesma da-
tribuição de benefícios sociais aconselharem ta em que se realizava o I Seminário Nordestino
cautela aos investidores que aguardam políticas de Plantas Medicinais, em Recife. Ela coordenou,
que garantam contratos e a indicação de novos durante vinte anos, as pesquisas com plantas
procedimentos 25. medicinais e conseguiu, ao longo deste período,
criar capacitação e organizar a infra-estrutura
científica e tecnológica para o desenvolvimento
A experiência nacional da pesquisa de produtos fitoterápicos, apesar da
sua curta existência 3.
Na trajetória do desenvolvimento de medica- 3) A partir da década de 1980, o Ministério da
mentos de origem vegetal no Brasil, destacam-se Saúde aprovou diversas resoluções, portarias e
os seguintes pontos: relatórios com ênfase na questão das plantas me-
1) A pesquisa científica financiada e coordena- dicinais, entre os quais a Portaria no. 212, de 11
da pelo Estado apresentou aumento significa- de setembro de 1981, que define o estudo das
tivo nos últimos quarenta anos. As agências de plantas medicinais como uma das prioridades
fomento criadas a partir da década de 50 foram de investigação clínica. Em 1985, o relatório da
fundamentais para o incremento desta área de 8a Conferência Nacional de Saúde, realizada em
investigação, ampliando a pós-graduação e cen- Brasília, fez uma referência à introdução de práti-
tros de pesquisa. Apesar da estrutura de pesquisa cas alternativas de assistência à saúde no âmbito
brasileira nessa área contar com 148 centros, o dos serviços de saúde, possibilitando ao usuá-
panorama aponta para a dificuldade de manu- rio escolher a terapêutica preferida. Em 1988,
tenção de linhas de pesquisa fortemente concen- a Comissão Interministerial de Planejamento
tradas nas universidades, sendo intimamente li- (CIPLAN) resolveu implantar a fitoterapia nos
gadas com a formação de recursos humanos nos serviços de saúde como prática oficial da medici-
cursos de pós-graduação. na, em caráter complementar. Em 1991, o Parecer
2) Na década de 70, a orientação nacionalista dos no. 06/91 do Conselho Federal de Medicina re-
governos militares propiciou a criação da Central conhece que a atividade de fitoterapia desenvol-
de Medicamentos (CEME), que a partir de 1976 vida sob a supervisão de profissional médico era
constitui-se no mais importante incentivo à pes- prática reconhecida pelo Ministério da Saúde.
quisa cientifica na área, consubstanciando em Em 1992, o Conselho Federal de Medicina recon-
forma de programa nacional, sua diferenciação hece a fitoterapia como método terapêutico, por
das outras fontes de fomento. isso deveria ter a rigorosa supervisão do Estado,
O Programa de Pesquisa de Plantas Medici- por meio da Divisão de Vigilância Sanitária.
nais (PPPM) foi iniciado em 1983, objetivando re- 4) O relatório final da 10a Conferência Nacional
verter o desconhecimento científico das plantas de Saúde, realizada em 1998, determina que os

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gestores do SUS devem estimular e ampliar pes- ral, o que induziu um aumento dos empreendi-
quisas realizadas em parceria com universidades mentos no setor da biotecnologia. Esse fato, ao
públicas, promovendo ao lado de outras terapias lado da turbulência que vem ocorrendo com as
complementares a fitoterapia. grandes companhias farmacêuticas, como vi-
Em 2001, o Ministério edita a Proposta de mos anteriormente, abre oportunidades para a
Política Nacional de Plantas Medicinais e Medi- entrada de novos atores na indústria. Países com
camentos Fitoterápicos 26. A proposta não saiu a biodiversidade como a do Brasil, tendem a se
do papel até o final do governo, e em 2005 foi beneficiar dessa situação. Os produtos naturais
criado um grupo de trabalho interministerial têm sido tradicionalmente uma fonte importan-
para formulação da política nacional de plantas te para medicamentos. Embora a química orgâ-
medicinais e fitoterápicos com o objetivo de ga- nica através da síntese tenha conseguido pro-
rantir à população brasileira o acesso seguro e o duzir muitas substâncias bioativas e as técnicas
uso racional de planas medicinais fitoterápicas, combinatórias tenham expandido o número de
promovendo o sustentável da biodiversidade, o compostos disponíveis para teste, ainda perma-
desenvolvimento da cadeia produtiva e da indús- nece relativamente alto o número de produtos
tria nacional 8. naturais e seus derivados entre as drogas mais
5) A partir de 1994 inúmeras normas e portarias vendidas no mundo. O interesse por essa fonte
foram editadas pela vigilância sanitária, culmi- voltou a crescer tendo como expectativa dimi-
nando com a edição da RDC nº. 17, em 2000, que nuir o custo de pesquisa e desenvolvimento 23.
redefiniu as condições fundamentais para o re- A primeira reunião técnica organizada pela
gistro, com base nos parâmetros de segurança e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
eficácia, resgatando a discussão sobre plantas de (EMBRAPA) e pelo Instituto Brasileiro do Meio
uso tradicional no Brasil. Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) em 2002, para o estabelecimento de
estratégias para a conservação e manejo de re-
Desafios cursos genéticos de plantas medicinais e aro-
máticas, teve entre seus objetivos a definição
A maior biodiversidade do mundo contida num de espécies medicinais e aromáticas prioritárias
país, representada pela presença de um núme- para a conservação e manejo sustentável nos
ro de habitats diferentes, denominados biomas, diferentes biomas brasileiros e constituir um
tem sido consideravelmente destruída, apesar do documento de consulta para a formulação de
valor econômico das suas plantas e microorga- políticas públicas voltadas para a conservação
nismos. Espera-se que ao lado dos benefícios à e manejo no Brasil. Foram estabelecidos quatro
saúde através da universalização do acesso, o uso grupos de informações que correspondem aos
racional dessas espécies pode levar à proteção principais biomas nacionais, além de um grupo
das reservas naturais, garantindo o trabalho e um dedicado às ruderais, invasoras e cultivadas. Es-
aumento de renda superior ao obtido por outras sas regiões contemplam a Amazônia, caatinga,
formas de atividade econômica destrutivas, co- cerrado e Pantanal, e Mata Atlântica, revelando
mo é a extração de madeira, a criação de gado o potencial específico de cada região, fortale-
ou outras formas da agricultura convencional. A cendo a idéia de um Sistema de Arranjos Locais
produção dessas plantas em seu habitat natural Produtivos 27.
não traz problemas. Ao contrário, algumas vezes Os novos paradigmas nascerão do entendi-
se torna fundamental para que haja a ocorrência mento do potencial de nossa flora, a partir de sua
de uma determinada molécula. divisão em biomas, sub-biomas, ecossistemas,
A produção industrial local poderá distribuir bem como a inter-relação entre a química e a dis-
benefícios maiores que royalties, estimulando o tribuição geográfica. É fundamental o estabeleci-
desenvolvimento da biotecnologia e melhora- mento de uma fitoquímica ecogeográfica 5.
mento genético, além da propagação nas regiões É necessário direcionar a reconstrução da
onde o impacto da produção industrial no meio estrutura produtiva de forma a facilitar uma ar-
ambiente possa ser direcionado para a proteção ticulação ampla dos interesses e prioridades na-
e não para a destruição. Esses benefícios também cional, regional e local, no sentido de favorecer
poderão ser repassados para parceiros locais as sinergias positivas mobilizando agentes e par-
através de programas federais como o programa ceiros, garantir as condições de sobrevivência,
da reforma agrária, que tenham selecionado as competitividade e inovação para as instituições e
cooperativas de manejo agrícolas comprometi- empresas comprometidas com este processo.
das com a metodologia agroecológica 25. Além disso, essas políticas devem garantir
Novas tecnologias têm sido introduzidas no a difusão de novas tecnologias, equipamentos,
processo de inovação de medicamentos em ge- sistemas, logística e formatos organizacionais,

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1470 Villas Bôas GK, Gadelha CAG

e o desenvolvimento de mercado consumidor, plantas que têm um extrato biologicamente ati-


contribuindo para a redução das desigualdades vo perdem esta atividade ao serem fracionados,
econômicas e sociais, a inclusão social de seg- na busca do isolamento da molécula ativa. Essas
mentos excluídos. Certamente se estruturado características sugerem a adoção formal da cate-
nessas bases, o desenvolvimento estará dando goria de fitoterápicos, como medicamentos, que
sua contribuição com as formulações de novas podem e devem ser avaliados em relação à sua
políticas científicas e industriais, bem como dan- qualidade, efetividade e segurança, mas que po-
do exemplo da promoção de estruturas voltadas dem indiretamente impulsionar a própria busca
para o desenvolvimento sustentável, definição de novos fitofármacos.
de novas estratégias e desafios. Na discussão da sustentabilidade ou via-
É preciso enfatizar que a idéia de se construir bilidade dessa proposta, é necessário destacar
as condições para o desenvolvimento de fitoderi- a importância do governo brasileiro em con-
vados a partir dos biomas e arranjos locais produ- siderar esta questão como prioritária, crian-
tivos poderá se beneficiar, uma vez que os conhe- do mecanismos que garantam seu perfeito
cimentos científico e tácito se somam à cultura funcionamento.
e ao uso tradicional. O uso popular e contínuo A grande mudança de paradigma que é a uti-
dessas plantas, bem como a constatação científi- lização racional dos recursos naturais para ob-
ca, contribuem para evidenciar a efetividade far- tenção de medicamentos fitoterápicos oriundos
macológica em relação aos propósitos descritos. da flora brasileira pode assegurar uma grande
Em muitos casos, os compostos que contribuem vantagem competitiva para o Brasil em relação
para obter o efeito desejado já foram identifica- ao mercado global, proporcionando um grande
dos. Entretanto, deve ser lembrado que muitas benefício para a saúde brasileira.

Resumo Colaboradores

Este trabalho traz para a Saúde Pública a discussão de G. K. Villas Bôas foi responsável pela elaboração geral
novos conceitos sobre o desenvolvimento tecnológico do trabalho. C. A. G. Gadelha colaborou com toda a dis-
de medicamentos de origem vegetal, constatando as cussão e crítica conceitual, teorica e metodológica.
oportunidades no mercado da indústria farmacêutica
tanto para a produção de medicamentos fitoterápicos
quanto para o desenvolvimento de novos fármacos a
partir de moldes ou moléculas vegetais. As recentes
premissas teóricas e científicas para o desenvolvimen-
to sócio-econômico na “Era do Conhecimento”, que
consideram os Arranjos e Sistemas Produtivos Locais,
podem assegurar a vantagem competitiva no setor
dada a exuberância da flora e biodiversidade de cada
bioma brasileiro.

Medicamentos Fitoterápicos; Indústria Farmacêutica;


Tecnologia Farmacêutica

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OPORTUNIDADES NA INDÚSTRIA DE MEDICAMENTOS E DESENVOLVIMENTO LOCAL 1471

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Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(6):1463-1471, jun, 2007

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