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RESUMO
O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) está investindo na atualização dos seus
processos de gestão de forma a buscar desempenhos eficientes e eficazes.
ABSTRACT
The need to adapt to the tighter requirements of the current globalized scenery is forcing
organizations and people to develop new competences, promoting deep changes in the
work processes and in the administration mechanisms.
These changes occur in greater or smaller degree, accordingly with the availability of
resources. The extension and complexity of the Brazilian Navy don't allow to rapidly
following these transformations experienced by the maintenance management, still
maintaining a methodology of preventive maintenance, based on the time period.
The Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) is investing in updating their processes
to look for efficiency and effectiveness.
The present article presents the issue of automation of the processes of Service Requisition
and Delineation in AMRJ as an important tool for the increase in quality, productivity and
traceability of their services, contributing to the ISO 9001:2000 certification.
1. INTRODUÇÃO
Até bem pouco tempo, predominava o conceito de que a missão da Manutenção era
restabelecer as condições originais dos equipamentos e sistemas.
Houve, no cenário industrial, mudanças de paradigmas, impulsionadas pela acirrada luta
pela produtividade, o que, num mundo globalizado, cada vez mais vem obrigando seus
atores a lutarem pela competitividade, sem o que estariam alijados do curso normal da
modernidade. As principais mudanças de paradigmas, no campo da manutenção,
ocorreram, nesse mundo industrializado, quando a manutenção preventiva cedeu vez à
preditiva, e quando esta teve que ceder ao que chamamos "engenharia de manutenção", a
qual está voltada para o aprimoramento constante.
Por outro lado, muitas das Organizações e Instituições públicas dos países em
desenvolvimento vêem-se privadas dos recursos necessários para acompanhar a rápida
evolução que ocorre nos sistemas de Gestão da Manutenção dos países do primeiro mundo.
2. EMBASAMENTO TEÓRICO
Nascif (2001) caracteriza a Manutenção Corretiva Não Planejada como aquela que é
realizada de maneira aleatória, sem tempo para preparação do serviço. Ela deve, portanto,
ser reduzida ao mínimo possível, pois o aumento de sua incidência denota um incremento
nas quebras e perdas de produção inesperadas, o que, quase sempre, implica em altos
custos diretos e indiretos e, às vezes, em conseqüências ainda mais graves para as pessoas,
a instalação e o meio ambiente.
Por isso, quando uma organização de Manutenção apresenta a maior parte de suas
Manutenções Corretivas recaindo na classe de Não Planejada (2o Escalão), é sinal de que o
seu desempenho empresarial não está adequado às atuais necessidades e exigências.
Assim, para que esta estratégia de planejamento possa ser bem sucedida, é necessário ter
sempre em mente que as intervenções irão se distribuir numa faixa muito ampla, indo
desde um pequeno conserto, com duração de alguns minutos, até restaurações importantes,
e às vezes inéditas, que exigem equipes completas atuando ao longo de vários dias.
Embora a Manutenção Preditiva permita uma definição muito mais precisa do melhor
momento para intervir, evitando assim a substituição sistemática de componentes de
acordo com periodicidades pré-determinadas, o que, muitas vezes, pode acarretar a
substituição de itens, peças e materiais ainda em boas condições de uso, por se
encontrarem efetivamente distantes do seu fim de vida útil, a adoção desta estratégia de
Manutenção envolve aspectos técnico-econômicos bem mais complexos e deve ser
precedida de estudos e análises criteriosos.
A atividade de delineamento das obras no AMRJ consiste em estabelecer, para cada pedido
de serviço (PS) recebido, ou plano de construção, uma lista de tarefas e atividades
necessárias para a execução da obra, identificando e estimando as respectivas quantidades
de recursos materiais, humanos e de serviço terceirizados que serão necessárias.
Estes delineamentos são bem estimados para as atividades de construção naval, que lidam
com um baixo grau de incertezas, pois tem as tarefas bem definidas pelos Planos de
Construção e tempo para planejar e executar a obra. No caso das manutenções planejadas,
e mais ainda dos reparos de 2o escalão, o grau de incerteza é bem maior, tendo em vista
que, mesmo que se tenha todas as informações possíveis, na maioria das vezes o escopo da
obra só será apropriadamente conhecido e definido após a abertura do equipamento ou
docagem do navio. Conseqüentemente, o conhecimento e a experiência dos delineadores
são fundamentais para que estes recursos sejam bem estimados e não comprometam a
exeqüibilidade do planejamento e a coerência do orçamento apresentado.
Para fazer frente a este desafio, o delineamento é dividido em grupos responsáveis por uma
determinada classe de navio, conseguindo assim concentrar e reter grande quantidade de
conhecimento e experiência dentro da área em que atuam. Este fato possibilita estimar
razoavelmente os recursos que serão necessários para a execução de uma obra.
Mesmo assim é grande a diversidade tecnológica envolvida nos delineamentos de obras
dos mais diferentes níveis de complexidade, de diferentes procedências e características,
sendo, portanto também grande o esforço para delineamento e gerenciamento.
Este esforço tem aumentado com as mudanças que vem ocorrendo no cenário interno:
• a dificuldade para renovação da mão-de-obra que está se aposentando, levando
consigo um importante capital intelectual;
• o envelhecimento e desgaste da frota naval;
• a modernização de parte da frota, introduzindo novas tecnologias;
• a compra de navios de marinhas estrangeiras, aumentando a necessidade de
investimentos na área logística (aquisição de sobressalentes e materiais específicos)
e na capacitação de pessoal para manutenção das novas tecnologias a serem
mantidas.
Estes fatores levaram o AMRJ a buscar soluções para se adequar a esta nova realidade,
pois ficou claro que seria necessário criar ferramentas para acompanhar esta evolução sem
perder a capacidade e experiências adquiridas.
Não Sim
Solicita Não Sim Serviço Certifica D/S
D/S Assina a
Cliente Início serviços ao Fim Indica FRE satisfeito? & faturas
cancelada D/S ?
AMRJ
Elabora e Anexa ao
Delineam ento a
AMRJ-213
SUPRE (orçamento
FR 170/171)
Sim
Não
Fornece o
AMRJ 25/50 Material e/ou Apropria Material Emite
SVÇ Terce. e Serviços de relatório
Terceiros R003-MS
Consolida as Disponibiliza
AMRJ-11
inform ações dos informação no SIFIM
AMRJ 25 e 21 p/ faturamento
Na ótica de Oliveira; Lima (2002), tais links favorecem a desejável integração das
diretrizes da Manutenção com as da Produção, alinhando-as, ainda, aos demais preceitos
corporativos para permitir, em conseqüência, a formação de uma organização coesa,
voltada para a obtenção de resultados e a redução de perdas - sejam elas ligadas a recursos,
prazos, desempenho, qualidade ou quaisquer outras áreas - onde a Função estará focada na
preservação dos níveis de disponibilidade, confiabilidade e produtividade dos ativos
existentes.
O AMRJ tem como um dos seus objetivos estratégicos, "Certificar seu processo de
construção, manutenção e reparo naval pela norma ISO 9001:2000". A informatização dos
processos de tramitação e de delineamento dos Pedidos de Serviço (PS) no AMRJ
contribui significamente para o alcance desta meta, atendendo aos requisitos de:
• Padronização dos processos chaves do negócio, processos que afetam o produto e
conseqüentemente o cliente;
• Monitoramento e medição dos processos para assegurar a qualidade do serviço,
através de indicadores de performa;
• Implementar e manter registros adequados e necessários para garantir a
rastreabilidade do processo;
• Inspeção de qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando necessário e;
• Revisão sistemática dos processos e do sistema de qualidade para garantir sua
eficácia.
Apesar da grande dificuldade que representa a certificação pela norma ISO 9001:2000 das
atividades de manutenção e reparos de um estaleiro naval, tamanha a complexidade e
diversidade de suas atividades, agravado pela crescente escassez de recursos, o AMRJ está
certo de que não haverá outra alternativa valida se quiser manter sua sobrevivência e
perenidade num mundo cada vez mais dinâmico e competitivo.
7. REFERÊNCIAS