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ITARARÉ
2
2009
RICARDO ANTUNES SOARES
ITARARÉ
3
2009
__________________________________________
Profº. Esp. Rodrigo Leme Dias de Souza
Orientador
______________________________________
Profª. Esp. Daniele Caroline Machado
Coordenadora
________________________________________
Profª. Esp. Renata Corrêa
Agradeço
À minha família, pela bonita união que existe, sempre prontos pra ajudar ao proximo
e pelo espelho que serviu pra minha formação.
Aos professores que colaboraram para nosso crescimento todos esses anos,
especialmente à Professora Renata Corrêa e ao Professor Rodrigo Leme, não só
pela contribuição em minha monografia, mas também pela dedicação e empenho
sempre com carisma e simpatia característicos.
Aos meus colegas de turma, que compartilharam comigo esses quatro anos,
momentos de alegria, euforia, apreensão, descontração, nervosismo, festas, etc.
sempre com muita união.
O Sr. Gijo Martins, que deu todo o suporte e disponibilidade para a realização desta
pesquisa.
À Sra. Fatima Martins por dedicar o seu tempo auxiliando na parte textual do
trabalho.
Filipenses 4:13
RESUMO
ABSTRACT
There is considerable controversy over the burden of social charges on the payroll of
companies in Brazil. The conflict over the issue takes place in the conceptual point,
there are two large groups of thinkers and scholars of the area who support
competing theories about what really happens to be and compose such documents.
This research aims to study in detail the social charges levied on the payroll,
separate them and distinguish them from labor charges, to demonstrate that those
costs not included in the company about to make her pay 100% more the cost of
your payroll, social charges, as advocates of the current review. It is still used in this
work a comparison between two sheets of payment of the same company, now
opting for a common tax regime, now opting for the National Simple. The
comparative study shows that the choice of a tax system which will run throughout
the calendar year of business, can bring direct consequences of the cost of payroll,
since it's constant search for these companies, relieve the cost, to the fullest. The
methodology used for the development of this work is literature, interpretation of
specific legislation, a case study with exploratory and descriptive, specific programs
payroll and research in electronic documents. Through this work is clarify the
difference between payroll taxes and labor costs, simplifying and reducing the cost of
these charges on the payroll of companies in Brazil. Thus we can conclude that,
contrary to what is stated by Pastore and followers of his theory, social charges,
before the legislation, can never attain the level of 100% or more of the cost of
payroll companies .
Keywords: social charges, payroll, labor charges, National Simple, salary, Social
Security, contribution to others.
9
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
11
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais existem muitos debates e conflitos a cerca do peso dos
encargos sociais incidentes na folha de pagamento das empresas no Brasil, que se
sentem excessivamente oneradas.
Na presente pesquisa, serão demonstrados os fundamentos argüidos pelas
partes que defendem que os encargos sociais chegam a superar 100% do valor da
folha de pagamento e os fundamentos da parte que, restringe o valor desses
encargos ao percentual máximo de 28,8% sobre a folha.
A polêmica entre as duas teorias esta localizada no plano conceitual, não se
chegando ao certo nem mesmo no campo doutrinário, em um conceito exato de
encargos sociais.
Alguns doutrinadores entendem como encargos sociais, o custo total das
obrigações com empregados, incluindo os encargos trabalhistas. Porém, é o objetivo
deste trabalho separar, conceituar e explicar categoricamente a diferença entre
encargos sociais e encargos trabalhistas, para isso, explanaremos um a um esses
encargos.
Além da denominação e conceito a cerca dos encargos, será demonstrado
também que a opção da empresa por um regime tributário adequado trará
conseqüências diretas ao seu orçamento, no que diz respeito ao custo da sua folha
de pagamento, sejam tais conseqüências benéficas ou prejudiciais.
Diante disso, um bom planejamento ao optar pelo regime tributário de uma
empresa, deve levar em consideração que, bem ou mal elaborado, o empregador
deverá suportar a tributação para todo o ano calendário, influenciando diretamente
na sobrevivência da optante.
Após o entendimento da diferença conceitual e prática dos encargos, far-se-á
uma análise comparativa dos encargos sociais incidentes na folha de pagamento de
uma mesma empresa que, no primeiro momento se enquadra em um regime
tributário comum à sua categoria e no segundo, opta por um regime tributário
diferenciado que favorece as micro-empresas e empresas de pequeno porte.
2 ENCARGOS SOCIAIS
seriam compostos inclusive das obrigações trabalhistas como férias, 13º salário,
feriados, afastamentos, FGTS, etc.
Citando Pastore (1994, p.28), autor que defende essa teoria, “De modo
geral, eles incluem as despesas com as obrigações sociais propriamente ditas
(INSS, FGTS, salário-educação, etc.) e as despesas referentes à remuneração do
tempo não trabalhado (férias, 13º salário, licenças, abonos, etc.)”.
Irrepreensível, a segunda vertente favorecida pelo DIEESE dentre outras
organizações e outros estudiosos e também da qual compartilhamos, diverge de
Pastore quanto ao conceito e composição dos encargos sociais excluindo as
obrigações trabalhistas (encargos trabalhistas) e limitando-os aos valores recolhidos
pelos empregadores ao governo e/ou repassados a outras instituições de
assistência e formação profissional.
Como será demonstrado em tópicos específicos, nota-se que os encargos
sociais totalizam 25, 1% dos salários pagos aos empregados ou 20,1% se analisado
o custo médio mensal total do trabalho.
A polêmica entre as duas teorias esta localizada no plano conceitual. Assim
descreve Nascimento (2001, p.633):
remuneradas, o 13º salário, o adicional de 1/3 das férias, os feriados, o aviso prévio
em caso de demissão por iniciativa do empregador, as despesas de rescisão
contratual (equivalente à multa sobre o saldo de FGTS), a parcela do auxílio
enfermidade custeada pelo empregador (15 primeiros dias do afastamento), esses
três últimos, calculados com base em uma media de incidência sobre o total de
empregados.
Esses itens são considerados como encargos sociais somados com as
obrigações recolhidas à Receita Federal do Brasil através da Guia de Previdência
Social - GPS, para o custeio da Previdência Social, salário-educação, assistência
social e formação profissional, reforma agrária (INCRA), SEBRAE, entre outros.
A tabela abaixo ilustra o peso dos encargos sociais conforme o critério em
questão defendido por Pastore.
A - Obrigações sociais
19
Ainda que não seja objetivo deste estudo, será abordado brevemente o tema
a respeito dos encargos trabalhistas, que diferente de encargos sociais, são valores
pagos diretamente ao empregado no decorrer ou no final de seu contrato de
trabalho, compreendem também os benefícios não expressos em valores, mas que
de certa forma são gozados pelos trabalhadores, são eles:
21
2.3.1.1 Férias
2.3.1.6 Feriado
O aviso prévio é o manifesto de uma das partes a outra que deseja romper o
contrato de trabalho de determinado período, este aviso deverá ser feito com
antecedência mínima de 30 dias da ocasião. Sendo que, no transcurso deste
período as atividades continuarão a ser exercidas habitualmente.
Deverá ser observado o que determina o artigo 488 da CLT, com relação à
duração da jornada de trabalho neste período. Se o aviso prévio for comunicado
pelo empregador o trabalhador terá direito a redução de 2 (duas) horas diárias de
trabalho ou 7 (sete) dias consecutivos, sem prejuízo de seu salário integral.
Na falta do comunicado do aviso prévio por qualquer uma das partes, ficará
a parte que der causa a rescisão contratual obrigada à indenização no valor
25
• Uniforme
• Equipamentos de segurança
• Vale alimentação
• P.L.R.
• P.T.S.
• Auxilio creche
• Treinamento Profissional
• Seguro de vida em grupo
• Bolsa estudo
• Plano de saúde
• Convênios comerciais
indisponíveis, ou seja, não cabe nem mesmo acordo entre as partes para excluí-los
ou suprimi-los.
FIGURA 2: Alíquota dos encargos sociais incidente sobre a folha de pagamento das
empresas do setor industrial ¹
ENCARGOS ALIQUOTA % FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
INSS 20,0 % Lei 8212/91 artigo 22 Inciso I
GIIL – RAT ² 2,0 % Lei 8.212/91 artigo 22 inciso
SALÁRIO EDUCAÇÃO 2,5 % Lei
II 9.424/96 artigo 15
SESC SESI 1,5 % Artigo 30 Lei 8.036/90
SENAC / SENAI 1,0 % Decreto 2.318/86
SEBRAE 0,6 % Lei 8029 de 12/04/90 e Lei
INCRA 0,2 % Decreto
8154 de Lei 1.146/70
28/12/90
31
____________________________
¹ A tabela foi elaborada com percentuais para o código FPAS 507 (empresa do setor industrial)
podem ter alterações em função de variação de setores.
² Através do Decreto nº. 6.042/2007, foi alterada a tabela de percentuais de GIIL-RAT, a qual estará
em vigor a partir da competência Junho/2007.
³ Originalmente, a contribuição social do adicional de 0,5% incidente sobre a remuneração do
trabalhador era devida a partir da remuneração relativa ao mês de outubro de 2001 até a
remuneração relativa ao mês de setembro de 2006.
3.2.1.2 Finalidade
3.2.2.1 Legislação
3.2.3.1 Legislação
O INCRA foi criado pelo Decreto lei nº. 1.110 de 9 de julho de 1970, é uma
autarquia federal encarregada da realização da reforma agrária nacional,
manutenção do cadastro nacional de imóveis rurais, bem como da administração
das terras da união.
Há em todo território nacional representantes do INCRA distribuídos em 30
Superintendências Regionais.
3.3.4.1.1 Legislação
44
3.3.4.1.2 Finalidade
A tabela completa de alíquotas por código FPAS, anexo III da IN/RFB nº.
739 se encontra no anexo “C” desta pesquisa.
3.3.4.2.1 Legislação
O SENAI foi criado pelo Decreto Lei nº. 4.048, de 22/1/1942 que também
regulamenta a contribuição a esse órgão e as formas de custeio de suas atividades.
A fixação das alíquotas cobradas das empresas e repassadas ao órgão é
regulamentada pelo Decreto-Lei nº. 6.246, de 5/2/1944.
.
3.3.4.3.1 Legislação
Art. 23 Fica reduzida para 1,5% (um e meio por cento) a contribuição
devida pelas empresas ao Serviço Social do Comércio e ao Serviço
Social da Indústria e dispensadas estas entidades da subscrição
compulsória a que alude o art. 21 da Lei nº. 4.380, de 21 de agosto
de 1964. (BRASIL, 1966, NÃO PAGINADO).
3.3.4.4.1 Legislação
Assim como o SESI atua na área industrial, o SESC tem como função
estudar, planejar e executar medidas que venham a melhorar a qualidade de vida
dos trabalhadores, porém, das diversas áreas comerciais e em conseqüência
aperfeiçoar moralmente e civilmente a população como um todo.
O SESC atuará, sobretudo, na vida doméstica do comerciário
acompanhando a nutrição, habitação, vestuário, saúde educação e transporte dos
trabalhadores, defendendo o valor do salário da classe, incentivando a produção
comercial, cultural, entre outras e sempre em busca da valorização do ser humano.
3.3.4.5.1 Legislação
3.3.4.6.1 Legislação
3.3.4.6.3 Observações
3.3.4.7.1 Legislação
3.3.4.8.1 Legislação
Essa alíquota pode ser 0,3% e 0,6%, de acordo com o código FPAS dos
estabelecimentos;
a) Alíquota - 0,3%: empresas com atividade enquadrada nos FPAS 566,
566-Cooperativa, 574, 574-Cooperativa e 647.
b) Alíquota – 0,6%: 507-Cooperativa e 833.
Lembrando que nas paginas 70 a 80 dos anexos, estão relacionadas às
atividades das empresas vinculadas ao código FPAS.
3.3.4.9.1 Legislação
3.3.4.9.3 Observações
3.3.4.10.1 Legislação
3.3.4.11.1 Legislação
encargos que podem atingir até 28,8% do valor pago pelos empregadores aos seus
empregadores. Resumidamente as contribuições são as seguintes: a) 20% sobre o
total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o
mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços;
b) 1%, 2% ou 3% (conforme o risco da atividade preponderante na empresa seja
considerado leve, médio ou grave, respectivamente) sobre a mesma base de
cálculo, destinada ao financiamento das aposentadorias especiais e dos acidentes
do trabalho; c) 20% sobre a remuneração paga aos trabalhadores autônomos
(contribuintes individuais) que lhe prestem serviços; d) de 1,7% a 5,8% (conforme a
atividade da empresa) sobre a mesma base de cálculo, destinadas a terceiros,
entidades de apoio como, SESC, SENAC, SESI, SENAI, SEBRAE, INCRA,
SESCOOP, Salário-educação,entre outras.
As entidades filantrópicas que gozam de isenção e as Micro Empresas e
Empresas de Pequeno Porte EPP que estão dispensadas do pagamento desses
encargos não recolhem nenhuma das contribuições acima. Sua obrigação se
resume em descontar a contribuição do salário de seu empregado e repassá-la à
Previdência.
6 ESTUDO DE CASO
A empresa “A” Ltda – EPP fica situada nesta cidade de Itararé, estado de
São Paulo, à Rua Hum, Distrito Industrial, sua atividade principal é: serraria com
desdobramento de madeira, enquadrada na CNAE nº. 16.10-2/01, FPAS: 507.
O código da CNAE descrita se enquadra na tabela I do anexo II da IN
03/2005 do MF/SRFB, e é o indexador da alíquota RAT, ou seja, determina em que
grau de risco a empresa é classificada, e no caso em estudo essa alíquota será de
2%, pois, a empresa se enquadra no grau médio de riscos ambientais do trabalho.
O mesmo anexo da IN também vincula o FPAS 507 com o código CNAE
acima descrito. O FPAS como já estudado nesta pesquisa será o direcionador dos
recolhimentos previdenciários e das contribuições a terceiros como descrito no
anexo III da mesma IN.
6.3 FOLHA DE PAGAMENTO DA EMPRESA “A” LTDA - EPP
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no tópico 5.2.2 desta pesquisa, constará na sua GFIP o código 2 que nada mais é
que a representação da opção pelo Simples.
O código FPAS continua sendo 507(indústria).
Análise da apuração dos valores a recolher:
Quanto aos valores recolhidos dos segurados, a empresa repassará à
Previdência Social R$ 2.039,37, quantia essa da qual já deduzido o valor do salário
família.
Como o Simples Nacional é um regime diferenciado e que favorece as ME e
EPP no recolhimento de seus tributos a empresa terá sua obrigação restrita ao
recolhimento e repasse dos valores correspondentes ao INSS de seus segurados.
Sendo assim, estará dispensada dos recolhimentos de contribuições
previdenciária referente à cota patronal (INSS, RAT, Terceiros).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
75
REFERENCIAS
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BRASIL. Lei nº. 4.380, de 21 de agosto de 1964. Institui a correção monetária nos
contratos imobiliários de interesse social, o sistema financeiro para aquisição da
casa própria, cria o Banco Nacional da Habitação (BNH), e Sociedades de Crédito
77
O POLÊMICO Peso dos Encargos Sociais no Brasil, São Paulo, ago. 1997.
Disponível em: <http://www.dieese.org.br/bol/cju/cjujul97.xml>. Acesso em: 15 mar.
2009.
OLIVEIRA, Aristeu de. Cálculos Trabalhistas. 12º Ed. São Paulo: Atlas, 2003.