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O documento discute a adolescência como um período de desenvolvimento e transformação, no qual o adolescente passa por mudanças físicas, emocionais e na identidade. Os pais também enfrentam desafios ao aceitarem que os filhos não são mais crianças. O diálogo e compreensão mútua entre pais e filhos é essencial durante este processo.
O documento discute a adolescência como um período de desenvolvimento e transformação, no qual o adolescente passa por mudanças físicas, emocionais e na identidade. Os pais também enfrentam desafios ao aceitarem que os filhos não são mais crianças. O diálogo e compreensão mútua entre pais e filhos é essencial durante este processo.
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O documento discute a adolescência como um período de desenvolvimento e transformação, no qual o adolescente passa por mudanças físicas, emocionais e na identidade. Os pais também enfrentam desafios ao aceitarem que os filhos não são mais crianças. O diálogo e compreensão mútua entre pais e filhos é essencial durante este processo.
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• Introdução (Knobel) – Ana Freud diz que é muito difícil assinalar
o limite entre o normal e o patológico na adolescência e considera toda a comoção deste período como normal, assinala que seria anormal a presença de um equilíbrio estável durante esta fase. • Sendo assim, a adolescência, mais do que uma etapa estabilizada, É PROCESSO E DESENVOLVIMENTO. • O adolescente passa por desequilíbrios e instabilidades extremas. Entidade semipatológica denominada por Knobel de ‘SÍNDROME NORMAL DA ADOLESCÊNCIA”, perturbadora para o adulto, mas necessária para o adolescente que neste processo vai estabelecer sua identidade. • Para isso, precisa enfrentar o mundo dos adultos, desprender-se do seu mundo infantil, no qual vivia cômoda e prazerosamente. • O adolescente precisa realizar três lutos: • A- Pelo corpo infantil perdido, no qual sente-se impotente frente a transformações que não pode evitar • B- Pelo papel e identidade infantis, que o obriga a uma renúncia da dependência e aceitação de responsabilidades. • C- Pelos pais infantis, os quais tenta reter na sua personalidade, procurando o refúgio e proteção que eles significam. Situação que se complica, pela atitude dos pais que precisam aceitar o próprio envelhecer e o fatos de que os filhos não são mais crianças. • Une-se a estes lutos o luto pela bissexualidade infantil, também perdida. • Esta síndrome, produto da própria situação evolutiva surge, da interação do indivíduo com seu meio. • A patologia é sempre expressão do conflito do indivíduo com a realidade. Mas não podemos condicionar toda a realidade biopsicológica deste processo evolutivo às circunstancias exteriores. • A necessidade de elaborar os lutos obriga o adolescente a recorrer normalmente a manejos psicopáticos de atuação, que identificam sua conduta (EXPRESSÃO ATRAVES DA AÇÃO).
CAP. I - O ADOLESCCENTE E A LIBERDADE - A. ABERASTURY
2 • Entrar no mundo adulto desejado e temido – significa para o adolescente a perda definitiva de sua condição de criança. • As mudanças psicológicas, relacionadas com as mudanças corporais, levam a uma nova relação com os pais e o mundo. • Mover-se-á entre o impulso ao desprendimento e a defesa que impõe o temor à perda do conhecido. • É um período de contradições, confuso, ambivalente, doloroso, caracterizado por conflitos com o meio familiar e social. Este quadro é frequentemente confundido com crises e estados patológicos. • Todas estas mudanças corporais incontroláveis assim como as exigências do mundo externo são vividos pelo adolescente como invasão • .Levando-o a reter, como defesa muitas das conquistas infantis, mesmo que exista o desejo de alcançar um novo status e refugiar-se em seu mundo interno para relacionar-se com seu passado e, a partir daí, enfrentar o futuro. • Perder a identidade de criança implica na busca de uma nova, que irá se construindo cs e inconscientemente. • Não quer ser como determinados adultos, mas escolhe outros como ideais. • A perda ao fazer o luto pelo corpo é duplo: Mudança do corpo e o aparecimento da menstruação, na menina e do sêmen no menino, que lhes impõe a determinação sexual e do papel sexual, na união com o parceiro e na procriação. • Quando o adolescente aceita a flutuação simultânea entre seus aspectos infantis e adultos é que começa a surgir uma nova identidade.. • As mudanças corporais desencadeiam a perda da identidade infantil.
• O adolescente apresenta-se como vários personagens,
principalmente no meio social, que pode nos dar versões totalmente diversas sobre seu comportamento, maturidade, afetividade, inclusive, diferenças, num mesmo dia. • As flutuações de identidade aparecem também em mudanças bruscas nas vestimentas mais chamativas principalmente na menina. • Os pais também padecem deste longo processo, apresentando dificuldade em compreender e aceitar as mudanças, sendo assim 3 muitas vezes, apresenta uma excessiva liberdade que o adolescente sente como abandono. • Esta atitude desencadeia no adolescente medo de perder sua dependência infantil se assumir a independência total quando ainda essa dependência é necessária. • Quando o comportamento dos pais implica uma incompreensão frente às flutuações extremamente polares entre dependência x independência , refúgio na fantasia x ânsia de crescimento, conquistas adultos x refúgio em conquistas infantis, dificulta-se o trabalho de luto, onde são necessários permanentes ensaios e provas de perda e recuperação de ambas as idades: infantil-adulto. • Por isso, o adolescente é a combinação instável de vários corpos e identidades. • Não pode ainda renunciar a aspectos de si mesmo e não pode utilizar e sintetizar o que vai adquirindo, nesta dificuldade de adquirir uma identidade coerente reside o principal obstáculo para resolver sua identidade sexual. • Primeiramente esta identidade adulta leva-o a sentir-se dolorosamente separado do meio familiar e as mudanças corporais obrigam-no a desprender-se do corpo infantil. • O desprendimento definitivo da infância, provoca uma verdadeira revolução no meio familiar e social criando um problema de gerações nem sempre bem resolvido. • Os pais também vivem os lutos pelos filhos. Pelo corpo do filho pequeno, pela sua identidade infantil e pela sua relação de dependência . • Serão julgados por seus filhos, e a rebeldia e o enfrentamento são mais dolorosos se os pais não tem consciência dos seus problemas frente ao adolescente. • O crescimento do filho implica em aceitar o próprio envelhecer; deverá abandonar a imagem idealizada que o filho lhe atribuiu; não funcionará mais como ídolo ou líder, em troca terá que aceitar uma relação cheia de ambivalências e críticas. • Ao mesmo tempo as conquistas dos filhos obrigam-no a enfrentar suas conquistas e derrotas. • Nesta prestação de contas, o filho é a testemunha mais implacável do realizado e do frustrado. 4 • Só quando pode identificar-se com a força criativa do filho, poderá compreendê-lo e recuperar dentro de si a sua própria adolescência. • Até hoje, o estudo da adolescência centralizou-se somente no adolescente. Este enfoque será sempre incompleto quando não se levar em conta o outro lado do problema: a ambivalência e a resistência dos pais em aceitar o processo de crescimento. • Desprezo do adolescente frente ao adulto é, em parte uma defesa contra a depressão que lhe impõe o desprendimento das partes infantis, mas também um juízo de valor. • A desidealização das figuras parentais afunda o jovem no mais profundo abandono. • Esta dor é pouco percebida pelos pais, que se fecham numa atitude de ressentimento e reforço de autoridade. • A vontade biológica vai impondo uma mudança e criança e pais precisam aceitar esta realidade de que o corpo infantil esta se perdendo para sempre. • A problemática do adolescente começa com mudanças corporais, definição do seu papel na procriação e segue com mudanças psicológicas. • Os pais costumam usar a dependência econômica como poder sobre o filho. Os adultos defendem seus valores e os adolescentes defendem os seus e despreza o dos adultos. • A dor que lhe causa abandonar o seu mundo e a consciência de que vão se produzindo mais modificações incontroláveis dentro de si, levam-no a realizar reformas exteriores que lhe garantam a satisfação das necessidades na nova situação que se encontra. • Usa da intelectualização para superar a incapacidade de ação. Procura a solução teórica de todos os problemas do mundo: amor, liberdade, educação, paternidade, religião..... • Soluciona uma crise intensa, procurando refúgio no mundo interno, com o aumento da onipotência, narcisismo e sensação de prescindir do externo. • Sua hostilidade frente o adulto se manifesta na sua desconfiança; na idéia de não ser compreendido, da sua rejeição da realidade, situações que podem ou não ser reforçadas pela realidade. • O dialogo com o jovem não pode iniciar-se neste período , deve ser algo que vem acontecendo ao longo da vida. 5 • SÃO TRÊS AS EXIGÊNCIAS BÁSICAS DE LIBERDADE QUE APRESENTA O ADOLESCENTE: A LIBERDADE NAS SAÍDAS E HORÁRIOS;A LIBERDADE DE DEFENDER UMA IDEOLOGIA E A LIBERDADE DE VIVER UM AMOR E UM TRABALHO. • Quase todos já sabem que liberdade sexual não é promiscuidade, porém sentem necessidades de fazer experiências que nem sempre são totais, mas que precisam viver. • Para fazê-las tem que sentir a aprovação dos pais , evitando assim a culpa. • Esta aprovação não deve vir junto com a cobrança de saber sobre o que acontece. • Exigir informação é tão patológico quanto proibir. • Escutar é o caminho para entender o jovem. • Controlar demasiadamente, tempo e horário é tentar controlar seu crescimento e desprendimento. • Os pais precisam saber que na adolescência precoce os adolescentes passam por um período de profunda dependência e precisam deles mais do que precisaram quando bebês. • Pode ser seguida da necessidade de independência e que a posição útil dos pais é de espectadores ativos e suas decisões devem ser baseadas nas necessidades dos filhos e não em seu humor. • Dois caminhos: dar liberdade sem limites = abandono e liberdade com limites, que impõe cuidados, cautela, observação, contato afetivo permanente, diálogo, para seguir passo a passo a evolução e necessidade do filho é amor.