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Leonel Bartoski
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
- Prefácio .....................................................................................................................3
Capítulo I – (eu)
- Parte I – Eu ...............................................................................................................4
- Parte II – Viajantes ...................................................................................................8
- Parte III - Meu universo interior ...............................................................................12
- Parte IV - Minhas verdades, meu caminho, minha vida ..........................................15
- Parte V - O diálogo (quantas vezes?) (por que?) ...................................................19
- Parte VI - Eu e o outro (me colocar no lugar do outro) ...........................................22
Capítulo IV – (sentimentos)
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Capítulo VI – livre-arbítrio
- Epílogo .................................................................................................................161
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Prefácio
Passados muitos dias, nos acomodamos na poltrona para ler o somatório de páginas
que até então escrevemos. Percebemos nestas páginas a presença de dificuldades,
de alegrias, amigos, familiares, de emoções e também de algumas frustrações.
Do início da jornada até o ponto atual, passamos por muitos caminhos e caminhos
mais ou menos difíceis e realizamos estas jornadas muitas vezes ao lado de outros
seres e em outros momentos estivemos sozinhos.
Percebo que iniciei minha jornada trazendo comigo verdades e estas me mostravam
um mundo a minha volta e ao mesmo tempo em meu interior. Com o avanço da
caminhada, minhas verdades, meus valores modificaram-se e com a mudança
também o mundo exterior modificou-se. Para melhor ou para pior? Existem
realmente dois mundos, o de ontem e o de hoje? E se existem dois mundos, podem
existir outros mais? Se minhas verdades modificaram-se do ontem até aqui, como
elas estarão amanhã?
Sinto que necessito prosseguir em minha caminhada, mas enfim, qual a razão desta
jornada e onde a mesma me conduzirá?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Capítulo I – Parte I - Eu
Será que conheço este ser, este indivíduo? De que partes ele é composto? De onde
vem e para onde irá?
Estamos inseridos numa sociedade que busca novas descobertas dia a dia. A
ciência avança, viagens à lua foram realizadas, viagens a Marte são estudadas, os
átomos são quebrados, novas energias são encontradas, doenças e curas surgem.
Observamos a nossa volta e notamos os fatos que ali estão, mas neste ato, não
olhamos para o ser que está no centro do círculo de observação, não olhamos para
o nosso próprio ser; deixamos de existir enquanto objeto de avaliação.
Um ser que nasceu e antes disso, passou alguns meses no ventre de uma amável
senhora ..., pequeninos, frágeis, indefesos, carentes de atenção e cuidados. Nossos
corpos se desenvolvem, nossas emoções e verdades modificam-se com o
crescimento, a fase de brincadeiras aos poucos deixa de existir, não vemos a hora
de sermos adultos, de podermos fazer coisas de adultos, os namoros, descobertas
vêm e ficam para trás e mantendo-se em nossa memória. E com o avanço do tempo
somos chamados as nossas necessidades evolutivas.
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Não importa a idade que tenhamos, existe em nós um aspecto de sermos sempre
crianças em busca de conhecimento, descobrindo novas verdades dia a dia.
Devemos deixar que este lado manifeste-se ao longo de toda a jornada que
empreendemos. E nesta jornada é importante que façamos paradas para reflexão,
para nos avaliar, para avaliar a situação que vivemos naquele momento, para avaliar
nossa condição.
Estamos envolvidos por uma massa de pensamentos e sentimentos que nos são
impostos diariamente sem trégua e por vários meios. Somos conduzidos, verdades
nos são mostradas, vendidas diariamente. Neste turbilhão, somos levados como se
estivéssemos caídos num riacho cujas águas nos conduzem correnteza abaixo.
Acima de minha cabeça existe um céu, algumas vezes belo, outras vezes nebuloso
e ameaçador, mas o “ser” céu está lá. Sob meus pés um solo que do mesmo modo
pode ser belo ou ameaçador, fértil ou estéril, mas acima disso um “ser” que tem vida
própria. Ao meu redor, existem as plantas, as florestas, os rios, os mares e todos os
seres que compartilham e compõem esta realidade. O ser que está em mim, o ser
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que sou, faz parte deste contexto, é influenciado, modificado por estes seres ao
mesmo tempo em que modifica a cada um deles e a todos eles.
Que ser sou eu que sou capaz de modificar tantos outros seres e ao mesmo tempo
ser modificado por eles? Como conhecer meus limites, minha capacidade de
transformação? Como me situo neste universo de seres que interagem com
intensidade?
Quem sou eu? O que sou eu? Sou liberto ou vivo em condição de escravidão?
Quem é ou quem são meus captores, se existirem?
Sou um ser capaz de tanto amor, capaz de aquecer até o mais frio dos invernos e
corações, posso mover montanhas e transformar o deserto em um lindo campo
florido; consigo cultivar em meu coração as mais belas flores, posso ofertar a todos
meus irmãos uma bela flor, mas também posso provocar muita dor, consigo levar luz
à mais escura das noites ou transformo o dia na mais escura das noites.
Sou um ser capaz de doar muito e perceber que quanto mais doo, mais recebo; ou
sou alguém capaz de extrair todo o possível de cada um dos seres que estão ao
meu redor, sem nada ofertar em troca, ou sou capaz de negar sempre e uma vez
mais quando alguém vem a mim em busca de auxílio. Que ser sou eu?
Sou um ser que caminha, e caminha, e caminha, e trabalha, e luta, mas para onde
caminho? Onde o caminho que percorro me conduzirá? Se interrompo por alguns
instantes minha caminhada e olho à frente, que horizonte vejo? Quando olho meu
interior, o que percebo?
Quando olho para o baú onde guardo meus valores, minhas riquezas, que riquezas
percebo? Quando me faço perguntas, que perguntas me faço e/ou que respostas
obtenho?
Este indivíduo, como o tenho tratado? Como é meu relacionamento com ele?
Quantas vezes encontro-me com este ser? Quantas vezes paramos para trocar
idéias, pensamentos? Que verdades este ser tem me ofertado? Tenho buscado este
ser?
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certos, pois cada indivíduo possui o seu tempo, a sua necessidade, a sua verdade.
Cada um percorrerá o caminho a sua maneira e a seu próprio tempo, seja hoje, seja
amanhã, com avanço rápido ou lento, não importa; o importante é a decisão de
iniciar e percorrer o caminho da descoberta do eu interior, o importante é procurar
sempre a resposta para a questão de quem somos.
Somos filhos de um Pai de muito amor e luz; somos amor e luz. Somos deuses em
processo de lapidação e necessitamos acreditar que assim somos e que
modificamos nosso mundo exterior e interior com nossos pensamentos e nossas
ações.
Em nosso interior existe um sol de imenso brilho, com luz muito intensa. Em nosso
interior existe o mais belo dos campos floridos, em nosso interior existe a mais bela
das praias onde o mar acaricia a areia da praia. Estes ambientes estão em nós,
fazem parte de nossa constituição; só necessitamos descobri-los para que nos
libertemos de tantos pesos que estão em nós e a nossa volta.
Confiar, acreditar, ter fé, confiar em si mesmo, confiar em nossa capacidade, confiar
no fato que somos filhos de nosso Pai; confiar que por mais difícil que seja o
caminho, possuímos em nós a capacidade de vencê-lo e aprender com ele.
Acreditar, acreditar que descobrindo-me, descobrirei a vida, descobrirei um grande
amigo, meu eu interior; acreditar que posso fazer do amanhã um amanhã melhor,
acreditar que melhorando a mim mesmo através da melhor compreensão de meu
ser, estarei melhorando o mundo e auxiliando a todos aqueles que estiverem
próximos.
Ter fé em nosso Pai, acreditar que Ele nos conhece melhor que nós nos
conhecemos. Ter fé que tenho o que necessito, ou ainda ou tenho o que fiz por
merecer. Ter fé que, por maior que sejam minhas dificuldades hoje, se vencê-las, se
conseguir melhorar o conhecimento de mim mesmo, se eu procurar caminhar com
consciência, meu Pai sempre me auxiliará na travessia de qualquer deserto que
surja a minha frente. Meu Pai sempre estenderá Sua mão em auxílio; cabe a mim
aceitar este auxílio através da melhoria de meu ser, da confiança em mim, da
confiança que tenho neste Pai.
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E nossa vida não pode ser comparada a uma jornada, a uma viagem? Num
determinado dia, chegamos à vida e a partir deste ponto muitas experiências
acontecem, por nossos olhos passam paisagens, campos, experiências sendo
vividas por outras pessoas, ou neste caso, outros viajantes. Encontramos pessoas
com as quais interagimos e destas pessoas nos aproximamos mais ou nos
aproximamos menos, com algumas poderemos compartilhar um bom trecho do
caminho até que nós ou nossos companheiros de viagem chegam ao seu destino e
descem do ônibus.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
E seguindo nosso caminho, um pouco mais além, pisamos numa pedra, ferindo-nos;
passamos a caminhar com dificuldades e repentinamente, encontramos outro
viajante com problemática semelhante e percebemos que se caminharmos juntos
podemos nos apoiar um no outro e a jornada fica mais fácil. Com a caminhada
colaborativa, percebemos que o novo companheiro de jornada não possui as
mesmas opiniões que nós, ao contrário, em alguns momentos possuímos opiniões
completamente contraditórias, mas somos forçados a continuar caminhando juntos,
pois assim a jornada torna-se mais fácil. E com o caminhar, passamos a tentar nos
compreender mutuamente ou ao menos nos aceitar, e eis que mais um aprendizado
é realizado, mais uma verdade é modificada, mais uma pedra é fixada na estrutura
que servirá como minha casa, a casa que me servirá de morada no amanhã.
Somos todos viajantes, cada um em seu próprio caminho e muitas vezes estes
caminhos se entrecortam ou seguem em paralelo por um período. Aprendemos
percorrendo estes caminhos, aprendemos com outros viajantes que são colocados
em nossos caminhos, temos oportunidade de auxiliar nossos colegas de viagens em
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
seu processo de aprendizado e sermos auxiliados por eles; assim se faz o processo
de crescimento, tanto individual quanto coletivo, assim são constituídos os caminhos
que viveremos ou os caminhos que percorreremos amanhã.
Cansado da jornada, sentado, com os pés doloridos, percebo uma pequena família
de pássaros. Eu os observo, sua luta, seu vai e vem em busca de alimentos, a
dedicação dos pais a seus pequenos e dependentes seres, a suavidade da cena,
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
uma energia muito boa, uma renovação acontece em meu ser, meu cansaço ainda
se faz presente, mas agora também se faz presente um novo ânimo, uma alegria,
um sentido para a vida, uma compreensão, ou uma sombra da compreensão da
realidade de meu Pai.
Cabe a cada um de nós viajantes tornar a jornada mais leve; podemos sem dúvida
nenhuma torná-la muito mais difícil, mas também é fato que podemos nos vestir dos
trajes que farão com que ela seja mais facilmente percorrida. Nossas dificuldades
não deixarão de existir, nossas provações continuarão as mesmas, mas a forma
com que encaramos estas provas se modificará consideravelmente quando
possuímos em nós o olhar apropriado.
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Quando falamos em universo, o que nos vem à mente é a imagem das estrelas, dos
planetas ou do céu estrelado à noite e imaginamos de onde vem este universo, qual
a sua composição, como percorrê-lo ou como compreendê-lo, se é finito ou infinito,
ou ainda quantos outros planetas podem suportar vida, ou ainda o que
compreendemos por forma de vida ou podemos ainda nos perguntar qual o
significado deste universo.
Outro universo existe muito mais próximo de nós, bem ao nosso alcance, mas do
mesmo modo que o anterior, muito difícil de ser percorrido e compreendido. Um
universo desconhecido, não sabemos de que ele se compõe ou de onde vem.
Tal qual crianças em fase de aprendizado do ato de caminhar, nossa jornada se faz
percorrendo uma fase de cada vez, sem pular nenhuma fase, passo após passo até
que um dia poderemos andar livres e já sem a proteção de nossos pais,
caminharemos com nossas próprias pernas.
É comum a todo ser observar seu exterior, observar as pessoas que estão a sua
volta, observar as falhas e defeitos destes e daqueles, observar as verdades que
nos são impostas diariamente.
Acordamos pela manhã, vestimos nossos trajes, trajes estes que a sociedade
afirmou serem os trajes adequados, adotamos o comportamento que a sociedade
diz ser adequado, vamos ao trabalho e neste ambiente nossa postura é a postura
que se exige face ao ambiente competitivo. E assim vivemos nosso dia, retornamos
aos nossos lares. Nas esquinas, quando os sinais se fecham, quando encontramos
nossos irmãos a pedir, seguimos as regras que a sociedade nos diz serem as
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Nosso Pai está em nosso interior neste instante e estará em nosso interior no
instante seguinte, mas onde se encontra este Pai? Como ele pode ser encontrado?
São caminhos, são verdades que devemos descobrir ou construir e cada indivíduo
possuirá sua própria verdade. Meu Pai está em meu coração, meu Pai está em cada
partícula de energia de meu ser; enfim, meu Pai está em todo meu pensamento, em
todo meu ser, e vosso Pai, onde está?
Em nosso interior existe um sol que é capaz de aquecer a todo coração carente de
amor, um sol capaz de aquecer todo aquele viajante que caminha sob chuva ou no
frio do inverno; em nosso interior existe um sol capaz de gerar vida, de alimentar a
vida. Este sol está guardado por uma porta que necessita ser aberta, que está
trancada à chave e cabe a nós e somente a nós encontrar a chave e fazer com que
ela seja aberta. Ao fazer isso, ou antes mesmo disso, ao caminharmos por nossos
caminhos em busca dessa chave, já estaremos sentindo o calor deste sol, sentindo
sua energia a nos renovar, passaremos a sentir a necessidade de auxiliar e mais
que isso, sentiremos a grande alegria que virá quando conseguirmos doar um pouco
de nosso calor a um companheiro viajante carente deste calor, e assim, a luz se faz,
e assim o amor se apresenta, e assim a elevação acontece, e assim a libertação se
realiza.
Cada uma das emoções armazenadas neste armário é portadora de uma grande
energia. Nos momentos em que perdemos o controle por algum motivo, abrimos
este armário e liberamos energias que nos conduzem a situações ou lugares que
nos fazem muitas vezes ficar envergonhados no momento seguinte.
Neste mesmo armário podem ser encontradas as emoções que nos fazem chorar
frente a uma cena emocionante. Neste armário podem ser encontradas as emoções
que nos fazer sorrir, podem ser encontradas as emoções que nos fazem
compreender a beleza da vida e agradecer a nosso Pai por nossa existência.
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A realidade de quem somos está neste armário, somos o que sentimos e ali se
encontram nossos sentimentos. Nossa jornada vem no sentido de fazer com que
neste armário existam mais emoções construtivas que destrutivas e assim será
quando compreendermos que o viver com suavidade nos traz mais benefícios que
tentar vencer a vida à força.
Mas, caros viajantes, são importantes as questões como: Quem sou eu? O que
sinto? Ou mesmo, será que meu sentimento vem de mim? De onde vim? Para onde
vou? Qual é meu caminho? Qual é minha verdade? Onde está meu Pai? Onde está
o amor? O que o amor significa para mim? Porque estes ou aqueles sentimentos?
De onde viestes?
Para onde vai?
O que possuís vós em vosso armário?
Quem é você?
Qual seu caminho?
Qual sua verdade?
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Encontro-me numa planície, olho a minha volta e vejo campos com flores, arbustos
noutra direção, pequenos picos, ao longe alguns animais a alimentar-se e
diretamente a minha frente, avisto uma cadeia de montanhas. Venho caminhando de
incontáveis jornadas e, neste momento, esta é minha visão, este é meu horizonte,
esta é minha verdade.
Assim são nossas verdades, a cada ponto do caminho possuímos uma opinião, um
pensamento que podemos afirmar com a mais absoluta convicção, é a verdade. Ao
avançar em nosso caminho mais alguns passos, talvez nosso horizonte, nossa
verdade já não seja mais a mesma, tenha se modificado completamente.
Ao viajante é comum que os olhos nos enganem, que nossa mente nos pregue
peças, que sejamos conduzidos por nossas vontades e desejos de ver determinada
situação ou verdade. Algumas vezes nos convencemos que estamos vendo um
horizonte e fazemos tudo para convencer nossos companheiros de viagem daquela
mesma verdade.
E muitas vezes, passamos por inúmeros amanhecer de novos dias com as mesmas
verdades, outras vezes, olhamos para o mesmo ponto que outro companheiro
viajante e avistamos verdades diferentes, e faz-se a discussão quanto qual das duas
verdades estaria correta, e nem sempre estas discussões acabam placidamente.
Verdades ou inverdades, pontos de vista, opiniões, temos que compreender que não
possuímos a verdade absoluta, que estamos em processo de mudança, de melhoria
constante, que a cada passo do caminho absorveremos novos ensinamentos.
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Por um instante vejo-me tentado a expor ao companheiro viajante que hoje vejo
aquele ponto, aquela verdade, diferentemente do que via no passado e diferente do
que o companheiro vê neste instante, mas minha nova verdade me diz que, se hoje
vejo o ponto diferente de ontem, se hoje minha verdade se modificou, foi porque
passei por experiências no espaço de tempo entre o ontem e o hoje que propiciaram
a capacidade de ver, de observar de modo diferente.
E penso ainda sobre minhas duas verdades sobre aquele mesmo ponto. Ontem,
poderia eu afirmar categoricamente que a verdade de ontem era absoluta? Hoje,
afirmo que não, que a de hoje é absoluta. E mais adiante? Será que amanhã terei
uma terceira verdade deste mesmo ponto? Enfim, qual é a verdade sobre este
fatídico ponto? Posso eu alertar meu companheiro de viagem e dizer-lhe que a
verdade dele não é boa? Ou mais ainda, será que minha verdade de hoje é a correta
ou no intervalo de tempo entre o ontem e o hoje, minhas experiências prejudicaram
minha verdade a ponto de hoje ela estar distorcida?
Caminhar, refletir, pensar, olhar sob vários ângulos e pensar novamente. Esta é
correta e aquela é verdadeira ou seria o contrário. Ontem eu estava errado, ontem
tomei a decisão errada?
Devemos compreender que hoje possuímos uma visão e se esta compreensão nos
diz que nossos passos de ontem poderiam ser melhores, isso só acontece porque
naquele espaço de tempo evoluímos, o que não invalida as decisões de ontem
porque tais decisões aconteceram conforme a compreensão que possuíamos no
tempo passado.
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Sim, é claro que a cada passo que damos, a cada decisão que tomamos,
corresponderá uma conseqüência, haverá uma resposta da vida, nosso eterno
julgador, mas devemos refletir com muito carinho e atenção para verdades e
inverdades, fatos de ontem e fatos de hoje. Devemos lembrar que, se formos
vencidos pelo desejo de julgar o ontem sob os olhos de hoje, amanhã poderemos
estar sendo julgados sob os olhos de amanhã e estes novos olhos de amanhã
poderão não ser os mesmos de hoje e nem tão generosos.
Será que possuímos a verdade maior, a ponto de nos colocar no ponto exato em
que o outro viajante estava ao tomar a decisão, ontem, com as mesmas condições
emocionais, de modo a compreender exatamente como aquela verdade (do
companheiro viajante) foi formada?
Não deixei minha cadeira, não deixei minha mesa nem ao menos deixei o lápis à
mesa, analisei e julguei, mas estaria eu observando aquele ponto sob o mesmo
olhar e sob as mesmas condições que o narrador? Tenho eu condições de avaliar a
situação narrada?
Devo frear meu ímpeto de julgar à primeira vista, tenho que compreender que, para
chegar a uma conclusão, devo me esforçar ao máximo para sair de minha posição e
me colocar na posição daquele que faz o relato à minha frente e mais ainda, tenho
que procurar compreender toda à situação, o ponto de vista emocional, as
experiências individuais passadas, os pesos transportados e uma gama de fatores
que podem influenciar na visão do horizonte ou na formação da verdade.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Nosso coração constrói nosso caminho e nossas verdades, constrói nosso desejo de
melhorar a cada dia e o desejo que o próximo amanhecer seja mais belo que o de
hoje. Nosso caminho será sempre o que levamos conosco, somos nossa vida,
construímos nossa vida e assim é: o hoje conseqüência do ontem e o amanhã
conseqüência do hoje.
Meu Pai coloca a minha frente dois caminhos: um caminho com espinheiros,
rochoso e árido e outro caminho com belas e generosas árvores a sua margem, com
pássaros que entoam suas canções nos incentivando e nos renovando a cada
passo. Paro no início destes dois caminhos, observo-os e tomo a decisão por seguir
um dos caminhos. Meu Pai estará comigo seja qual for minha decisão, mas a
decisão é e será sempre minha.
Podemos, a cada instante, plantar uma flor, regar uma flor facilitando seu
desabrochar. Podemos, a cada instante, lançar a semente que alimentará nosso ser,
podemos semear a generosidade que encontraremos amanhã; podemos, a cada
instante, estender a mão e saber que no amanhã encontraremos uma mão
estendida em nossa direção em auxílio ou em agradecimento, podemos hoje,
semear o amor que colheremos amanhã.
Podemos, a cada instante, regar nosso coração com o mais belo dos sentimentos, o
amor, o carinho, a suavidade e devemos ter a certeza, que se assim for, amanhã
estaremos colhendo os mais prazerosos frutos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Fatos se sucedem com muita rapidez nos dias atuais, fruto talvez de uma sociedade
interligada, conectada completamente. Vivemos os fatos sem muito refletir, sem
pensar ou sem sentir, os vivemos de modo impulsivo.
Pessoas vêm a nós diariamente, nos fazem bem, nos deixam incomodados, nos
deixam perplexos. Estamos mergulhados em energias que fluem, somos afetados
por estas energias e geramos energia ao mesmo tempo.
Nossa jornada ocorre do mesmo modo, diariamente estamos em contato com novas
matérias e vivemos nossas lições. E de tempos em tempos realizamos nossa prova,
basta que olhemos para nossas experiências para que vejamos uma sucessão de
provas que aparecem em nosso caminho.
Somos seres movidos a emoções, a paixões; possuímos nossas verdades e vez por
outra consideramos estas nossas verdades como imutáveis, relutamos em substituí-
las ou mesmo em avaliá-las.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
sempre; mas ao contrário disso, podemos ceder, podemos deixar para falar por
último e ouvir primeiro, devemos colocar de modo claro nossa opinião e mais que
isso, compreender que ela é apenas nossa opinião e esta opinião é formada hoje
com a verdade que conhecemos hoje.
Dialogar também significa calar, apenas ouvir e expressar nosso amor por nossos
companheiros sejam eles pais, esposos, esposas, filhos, filhas, avós ou colegas de
trabalho.
Dialogar significa interagir, participar de uma união. Somos filhos de nosso Pai,
frutos de Sua criação e ao nosso lado existem tantos outros frutos da criação deste
Pai; fazemos parte deste universo, deste complexo e podemos sempre dialogar com
a natureza e seus componentes. É muito prazeroso quando conseguimos dialogar
com o córrego, com os pássaros, com as estrelas, pois dialogar neste caso significa
união, nossa união com a criação, significa compreensão da criação, significa
respeito aos demais frutos da criação, significa libertação de nosso ser, de nossa
energia.
Dialogar com nosso coração significa dialogar com nosso Pai; significa encontrar o
amor, significa procurar o sentido da vida. Dialogar com nosso coração significa
encontrar o sentido da vida nas coisas simples do dia a dia.
Dialogar com nosso coração significa deixar que a luz, que o amor, que a divindade
que existe em nosso interior, sejam descobertos e possam vir à tona, vir à superfície
de nosso ser.
Dialogar com nosso ser ou com nosso coração significa buscar compreender nossos
limites, nossas capacidades.
Meu Pai, quem sou eu, meu Pai? De onde vim e para onde vou? Tu estás em mim,
meu Pai, onde eu o encontro? Minha vida meu Pai, como a vejo? Em minha vida,
meu Pai, onde encontro o amor? Em minha vida, meu Pai, por que tanta dificuldade?
Em minha vida, meu Pai, onde encontro a felicidade?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Dialogar com meu Pai e confiar, acreditar que as respostas vêm e virão quando
pudermos compreender e do modo que pudermos compreender. Dialogar com
nosso Pai significa caminhar em Sua direção, significa criar em nós o ambiente
necessário para que se faça a luz.
Dialogar consigo mesmo e dialogar com nosso Pai, significa orar, significa nos unir,
significa um encontro consigo mesmo e com nosso Pai.
Dialogar com estes dois seres tão importantes em nossa vida, significa criar
melhores condições de compreender as razões da vida e os motivos de tantas
dificuldades ou ainda, encontrar a felicidade e a alegria onde até então não
conseguíamos perceber.
O diálogo com estes dois seres significa criar condições para que o caminho de
amanhã seja melhor, mais florido, mais prazeroso.
Procurar dialogar conosco, com nosso Pai, com nossos mentores ou protetores, irá
sempre nos trazer satisfação, leveza e elevação. É certo também que nem sempre
conseguiremos compreender as respostas ou nem sempre estaremos em condições
de ouvir as respostas, mas podemos ter certeza que as respostas virão, de forma
que, com a prática do diálogo e com o avanço no caminho, compreenderemos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Nós mesmos caminhamos por muito tempo e nem nos percebermos, não nos damos
conta de nós, não nos valorizamos, não nos ouvimos; ao contrário disso, ouvimos as
vozes da sociedade que nos leva nesta ou naquela direção, e seguimos adiante com
a corrente, e pensamos o que a sociedade pensa.
Em nosso dia a dia, somos “convidados” a compartilhar, a dividir nosso espaço com
outros indivíduos: seja no elevador, seja no trânsito, no trabalho, no próprio lar e
algumas vezes o sentimento é de que não gostaríamos de ceder espaço, mas
somos obrigados a abrir mão.
No trânsito das cidades, indivíduos fazem o que podem para passar à frente de
outros indivíduos; no trânsito, nossa vontade ou nossa necessidade deve sempre
ser mais importante que todas as vontades ou necessidades dos demais indivíduos,
sempre que pudermos passar à frente de alguém, levaremos vantagem.
Sentar e refletir : não importa a velocidade que posso empreender a jornada, não é
importante concluir a jornada no menor tempo possível, mas é importante completá-
la com o maior proveito possível, pois havendo proveito, as novas jornadas tendem a
serem melhores, havendo proveito, melhoramos como seres e o proveito da jornada
vem com a observação, com a análise, com a meditação e reflexão sobre cada
acontecimento que possamos julgar importante.
Mais que completar a jornada é importante primeiro saber que existe um caminho a
ser percorrido, que existe uma razão para que o dia de hoje se faça a nossa frente
como ele o é. Também tão importante quanto conhecer a existência destas jornadas,
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
é importante procurar nos conhecer, saber de nossa existência, pois podemos viver
muito tempo, sermos o que se conhece por nós mesmos, sem que ao menos uma
vez tenhamos procurado olhar para o nosso interior, para o indivíduo que existe em
nós, que pensa, que sente, que tem o poder de amar e gerar vida, não apenas como
macho e fêmea, mas como seres de luz, de amor, frutos de nosso Pai.
É nossa obrigação maior amar a nós mesmos, exercer este amor em sua plenitude,
fazer tudo o que tenhamos que fazer para tornar feliz o indivíduo que habita nosso
interior. É nossa obrigação buscar o conhecimento, se não o possuímos hoje, que o
amanhã nos diga exatamente o que significa amar a nós mesmos e fazer o possível
para alimentar nosso ser de felicidade.
Tanto tempo tenho vivido o papel assumido por mim com “eu”, e tenho representado
este papel muitas vezes sem me dar conta do personagem, do ator, do texto, do
diretor ou dos demais componentes da peça que está sempre sendo representada.
Represento o papel hoje como representei o papel ontem ou na semana anterior, e
assim continuo, será que assim estarei amanhã, representando este mesmo papel?
Será que não posso melhorá-lo em algum aspecto?
A beleza infinita de conhecer a existência de meu Pai, saber que Ele existe e está
próximo a mim, que está comigo sempre que eu assim o desejar. A beleza infinita de
poder expressar meu amor por este Pai, a beleza infinita de conhecer a divindade
que habita em meu interior, de saber que em meu interior existe o maior dos sóis do
universo, a beleza de saber que apesar de tudo que sei, nada sei, e sou ínfimo
frente à vida, frente ao amor, mas sou imenso na capacidade de amar.
A beleza de conhecer uma flor, não apenas olhá-la, mas reconhecê-la enquanto
indivíduo componente do palco da vida, indivíduo que também tem seu trajeto a
seguir; a beleza de me unir a esta flor, compartilhar com ela um sentimento, um
amor, um agradecimento pela minha consciência e pela existência desta flor.
A beleza de perceber que quanto mais nos doamos, mais recebemos e nesta conta,
sempre receberei mais que doo. Se eu quisesse quitar a conta, não conseguiria.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quando determinado indivíduo vem a nós e nos relata um fato, é normal que
julguemos, condenemos e por vezes quase o executamos, mas não é comum que
antes de fazer qualquer julgamento, tenhamos a consciência que não nos cabe
julgar, o julgamento cabe à vida que tomará sempre as ações pertinentes.
Se não podemos julgar, podemos possuir uma opinião, mas do mesmo modo para
que esta opinião seja formada é prudente que nos coloquemos no lugar daquele que
viveu ou vive a experiência.
Podemos observar o indivíduo que está a nossa frente ou ao nosso lado e nos
perguntar: eu tenho meus direitos sim, posso ouvir a música quando e onde eu
quiser, mas será que o indivíduo a minha frente não tem os direitos dele também? E
quais seriam estes direitos? Será que ele aprecia o mesmo tipo de música que eu?
Será que neste momento ele está interessado em ouvir a “minha música”?
E será que meus direitos se sobrepõem aos direitos dele? A meu Pai, sou mais
importante que ele o é?
A física nos oferta uma regra que diz que a toda força corresponde uma ação, ou
uma força com a mesma intensidade e em sentido contrário. Se não
compreendemos esta regra, basta que batamos nossa cabeça na parede que está
mais próxima e procuremos “sentir” a reação da parede frente à força de nossa
cabeça contra ela.
Outra regra, esta não da física, mas da vida; o amor é contagioso, a suavidade, o
carinho, o respeito, o “fazer o certo”, são contagiosos, basta que um indivíduo faça o
certo para que os demais componentes do grupo também o façam. É certo que
existem aqueles que necessitam de mais tempo para compreender, mas acabam
seguindo o caminho da luz.
Procurando fazer uma união destas duas regras, podemos dizer que, se tratarmos a
vida com suavidade, com carinho, com respeito e na vida incluímos os indivíduos a
nossa volta, a vida sempre nos tratará da mesma forma.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
ferramentas necessárias a que viva tua decisão, a ti amado filho abrirei sempre as
portas de minha casa quando necessitar de auxílio, abrigo ou orientação. Apoiar-te-
ei, auxiliar-te-ei a levantar-te quando caíres, quando sentires tuas dores, terei em
mim o medicamento necessário, tuas dores serão minhas dores e tuas alegrias
serão minhas alegrias ao cêntuplo, ide e constrói a ti mesmo amado filho.
E assim, nosso Pai nos encaminhou para nossas jornadas, e assim, cabe a nós
optarmos pelas melhores trilhas, cabe a nós e somente a nós construir nosso ser,
nossa morada. Amar a nós mesmos significa procurar fazer a vontade de nosso Pai;
significa amar a nossos irmãos, amar a Ele, amar a vida do mesmo modo e com a
mesma intensidade.
Enfim, o eu e o outro, quem sou eu? Quem é o outro? Como desejo ser tratado? E
como trato o outro? Se trato o outro com agressividade, espero receber carinho em
contrapartida? Se exerço meus direitos, respeito os direitos dos outros? Sim, sou
um indivíduo importante, mas sou mais importante que o outro? Sou mais importante
que a vida? Como tenho tratado a vida?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Voltamo-nos então à figura do pai, um pai que orienta, que provê, que protege, que
acalma, que nos auxiliar em nossos passos iniciais na jornada da vida. A figura de
um pai presente, um amoroso.
A figura de nosso pai, o pai da carne, algumas vezes ao longo de nossa caminhada
tivemos a necessidade de buscar nosso pai, nos momentos difíceis, em nossas
quedas ou para aqueles que não puderam conviver com seu pai, o desejo de tê-lo
feito, de sentir a presença deste ser.
26
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Um ser que com angústia nos levou ao médico quando adoecemos; um ser que
pacientemente nos acolheu em sua cama quando nos sentíamos com medo de ficar
sozinhos em nossa cama, que muitas e muitas vezes se esforçou no trabalho para
ganhar o sustendo de sua família... um ser que algumas vezes pode ter sido
incompreendido.
Sem deixar de lado a presença das mães e sua importância, mas nos referindo à
figura do pai. Pais que muitos não puderam ter ao seu lado, pais que outras tantas
vezes assumiram aquele filho para auxiliar em seu processo de criação por amor. Se
direcionarmos nossos pensamentos as figuras de pais que estão por aí mundo afora,
se neste exercício procurarmos imaginar quantos passam necessidades hoje e
assistem a seus filhos também a passar necessidades, se neste exercício pudermos
procurar imaginar o sofrimento de um pai ao assistir a seu filho pedir um alimento,
um agasalho ou a oportunidade de estudar, sem que este pai possa prover o que é
pedido.
A figura de tantos e tantos pais que assistem a seus filhos se embrenharem nas vias
da violência, que por noites aguardam o retorno de seus filhos, que são obrigados a
fazer com que seus filhos ingressem no trabalho mais cedo para auxiliar na criação
dos irmãos menores; a figura de pais que deixam de alimentar-se para que seus
filhos o façam.
Podemos nos perguntar, o que é um pai? O que define um pai? O que leva um pai a
fazer o que um pai faz? Como gostaríamos que fosse nosso pai? Como nós
gostaríamos de ser na posição de pais?
Podemos ainda refletir sobre o que gostaríamos de falar ao nosso pai que nunca
tivemos oportunidade ou coragem de falar. Podemos ainda pensar em quantas
vezes ao longo de nossa jornada agradecemos ao nosso pai por tudo o que ele fez e
faz por nós, ou podemos ainda refletir quanto ao que nosso pai tem feito por nós, se
nós temos consciência das ações deste ser.
Existem, sim, as situações de ausência da figura do pai por este ou por aquele
motivo, mas mesmo nestas situações se pode ir buscar a figura de pai, mentalizá-lo
em seu ideal ou como seria se ali ele estivesse.
E nos voltamos à figura de Deus, o criador, nosso Pai. Podemos tê-lo como um ser
supremo que está sentado num trono cercado de criados e seguranças; um Ser que,
para que possamos conversar com Ele necessitamos fazer reverências e pedir
permissão, um Deus que irá nos castigar se caminharmos inadequadamente.
Podemos ter em nós a figura deste Deus ou podemos ter em nós a união das figuras
de Deus e dos pais, lembrar que Deus é nosso Pai. Se tivermos a Deus como nosso
Pai, a proximidade entre criador e criatura será sem dúvida muito menor.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Meu Deus é meu Pai, assim o tenho, assim me dirijo a Ele sempre que necessito
dialogar com Ele, e procuro dialogar com ele nos instantes de dificuldade, nos
instantes de felicidade, quando busco as respostas aos meus questionamentos.
Meu Pai é aquele a quem procuro nos momentos em que me sinto só, nos
momentos em que não encontro respostas, nos momentos em que olho à frente e
não sei qual o caminho a seguir. Meu Pai é aquele a quem, em muitos momentos,
procurei em busca de um afago, e obtive este afago, meu coração o sente e sentirá
sempre.
Meu Pai é aquele a quem tenho muito a agradecer, a quem já perguntei muitas
vezes como faço para retribuir a Ele tudo o que Ele me dá, mas não consigo, pois
por mais que eu faça, Ele me concede muito mais em troca.
Deus? Não, meu Pai, é este ser que tanto amo e me sinto filho deste ser, e tenho
este ser em mim a cada instante, em meu coração, em meus pensamentos, em
meus sentimentos.
Vosso Pai está ao seu lado, em seu interior, em seu coração, basta que você o
procure com vosso ser, basta que você estenda a mão em direção a este Pai e
encontrará a mão Dele.
Vosso Pai está no sorriso de uma criança a brincar, vosso Pai está nas flores que
embelezam campos e jardins, está no amanhecer de um novo dia, está na chuva
que higieniza a atmosfera, e traz vida à terra; vosso Pai está nas nuvens que
passam conduzidas pelo vento, vosso Pai está no vento que embala as folhas das
árvores, vosso Pai está nos pássaros que entoam suas canções, vosso Pai esta no
vôo da borboleta, vosso Pai está no frio da noite de inverno e nas águas aquecidas
do oceano nos trópicos.
Vosso Pai está enfim, em vossos olhos, em vosso coração e em todo o vosso ser.
Vosso Pai está também nas dores, pois vosso Pai conhece vossa necessidade e
sabe que as dificuldades e sofrimentos ensinam, mostram o caminho.
Nosso Pai nos ama a ponto de permitir que nossas dores aconteçam, mesmo que
estas dores doam mais Nele que em nós, as permite, pois sabe que é para o nosso
bem.
Somos todos nós crianças em fase de crescimento, crianças que dia a dia se
fortalecem e aumentam seu conhecimento a cada experiência e nosso Pai nos
observa e está sempre junto a nós.
Deus, ou vosso Pai, é um ser de amor, é um ser que nos encaminha, nos ampara
sempre, não importa como o vejamos, se com barba ou sem barba. Nosso Pai é
amor e somos filhos deste Pai, portanto o amor está em nós, necessitamos descobri-
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
lo em nós, tanto o amor quanto a nosso Pai. Temos em nós também o livre arbítrio
para decidir como seguimos nossa jornada. Podemos decidir se caminhos sozinhos
ou se caminhamos com o Pai. Temos a liberdade de aceitar ou não a existência de
nosso Pai ou de compreendê-lo deste ou daquele modo, mas não podemos deixar
de perguntar:
Quem sois vós e como tens vosso Pai? Tens o procurado? Tens conversado com
este Ser? Tens pedido ou tens agradecido? Tens chorado ou tens sorrido nos
braços de vosso Pai?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quando se fala em universo, a imagem que nos vem é a imagem dos planetas, das
estrelas e constelações, mas devemos lembrar que além deste universo, existem
outros universos que necessitamos compreender, como por exemplo, o universo de
nossas emoções, o universo de nossos pensamentos, o universo que habita em
nosso interior.
Estamos habituados a viver nosso dia a dia, viver nossas necessidades mais
imediatas ou eventualmente olhar as necessidades de um pouco mais além. Esta é
nossa realidade, não nos sobra muito tempo e energia para olhar para mais além,
mas devemos procurar, de quando em quando, ir mais além, buscar a
grandiosidade, o infinito que está ao nosso redor e em nosso interior. Devemos
praticar nossa capacidade de ir mais longe e não ver neste ato um ato de ganância,
arrogância ou qualquer outro pensamento nesta linha, mas como seres portadores
do amor, portadores da luz, irmãos da paz.
Acordar, abrir os olhos, ousar afastar um pouco a cortina à frente de nossos olhos
que ofusca nossa visão; procurar nosso Pai, procurar nossos mestres que nos
auxiliam em nosso crescimento, buscar fazer despertar o amor, lutar contra os
pensamentos ruins que nos acompanham. Renovar-se, despir-nos das vestes
desgastadas e substituí-las por novas vestes, procurar enxergar ao nosso redor as
belezas que se apresentam, mesmo nos campos onde há dor e sofrimento,
poderemos encontrar o amor e a beleza.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Nestes momentos podemos trazer este ser de luz para mais próximo de nós, da
realidade em que vivemos. Podemos com isto, encurtar o caminho que nos separa
desta nova realidade, podemos com isto, baixar as cortinas a nossa frente, podemos
com isto, nos fortalecer de novas energias de modo que nossa caminhada seja
melhor.
Nosso universo pode ser infinito e cheio de amor e luz, ou infinito e cheio de
escuridão e frieza. Nosso universo é e será conforme nosso pensamento e conforme
nossos olhos veem, ou como nosso coração vê.
Em meio ao campo a minha volta, campo este de batalha e sofrimento onde muitos
tombam, e choram, onde a lei da vantagem ainda é seguida por muitos
combatentes, podemos parar e observar a realidade de uma pequena flor que se faz
alheia ao que ocorre aos demais seres, e se faz bela, e perfeita, e vive seu brilho, e
vive sua realidade de encantar aquele que pousa seus olhos em seu pequenino ser.
Meu universo permite que eu viva e compartilhe o universo com este pequeno e
divino ser, sem que com isso eu fuja de minha realidade ou sem que com isso eu
regrida em meu universo; muito ao contrário, ao unir-me a pequena flor, meu
universo se alarga imensamente, pois me envolvo numa atmosfera de suavidade, de
carinho, me envolvo com o universo da vida, sua complexidade e sua simplicidade e
deixo de lado por alguns instantes minha corrida louca em busca de algo que me foi
apresentado como necessário e por este motivo tenho que conseguir.
Existem enfim inúmeros universos a minha volta ou em mim e em meu caminho, até
o despertar de ser de luz que somos. E o caminhar realiza o processo de libertação
de sentimentos, verdades e energias que trazemos conosco ou auxiliarmos a gerar.
Em nosso caminho está a libertação do ser que se apega à terra e à materialidade,
está o nascimento do ser de luz, de amor, do ser que pode ir muito mais além e irá
onde os pensamentos o conduzirem, e poderemos estar juntos às estrelas que hoje
observamos nos céus em noites sem nuvens.
Livre do peso que me prende ao solo, liberto dos pensamentos e sentimentos que
me prendem ao solo, poderei viver no “pequeno” universo da flor à beira do caminho,
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Caro amigo e irmão, qual é meu universo quando posso acompanhar os pingos da
chuva a descerem até o solo gerando vida, renovando a vida? Quando falamos em
universo, nos referimos a este universo em especial, nos referimos ao universo de
meus pensamentos, ou de meu carinho para com a vida e seus componentes, ao
universo que minha energia gera e mantém, ao universo ou ao mundo que esta
energia e estes pensamentos podem me conduzir.
Podemos ainda estar em processo de aprendizado, mas mesmo assim somos seres
divinos, somos filhos de um Pai de imenso amor e possuímos este amor em nós,
possuímos a capacidade de ir além; possuímos a capacidade de nos transformar e
transformar o deserto em belos e floridos campos. Possuímos em nós a capacidade
de transformar o horizonte nublado e carregado num horizonte rico em belezas. Este
é nosso caminho, este é nosso horizonte e este deve ser nosso universo.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Meu Deus, meu Pai, sou Teu fruto, sou Tua criação, sou Tua imagem e semelhança,
sou um ser divino em processo de criação e tenho Você em mim em todos os
momentos. Sinto-O junto a mim sempre que meus pensamentos Te procuram e para
mim o maior presente que poderias me conceder é o conhecimento da Tua
existência e de Tua presença. É a possibilidade que tenho de sempre buscá-lo em
meus momentos de dificuldade, nos momentos em que me sinto só ou nos
momentos de felicidade.
E por tão pouco que tenho feito meu Pai, tenho recebido de Ti muito mais, de modo
Pai que não sei e não saberei de que forma poderei Te agradecer, já que, por mais
que eu faça, recebo muito mais em troca.
Tu és minha vida, Tu és minha paz, Tu és o refúgio que encontro após cada batalha
vivida, Tu és a força que me leva adiante, que mais poderia eu Te dizer que já não
saibas, meu Pai? Como um pai poderia não conhecer seu filho? Como um Pai
especial como você, poderia não conhecer seu filho? Conhece-me melhor que eu
mesmo, sabes de minhas incapacidades e limitações, sabes também do amor maior
que tenho por Ti e sabes também, meu Pai, que estás em mim.
Sei, meu Pai, o quanto é difícil para um pai perceber seus filhos percorrendo os
caminhos mais difíceis e ferirem-se muito nesta trajetória. Sei quanto é difícil para
um pai, perceber que seu filho caminha muitas vezes em direção do abismo, e
deixá-lo seguir adiante, pois este é o aprendizado que a criatura necessita realizar.
Sei, meu Pai, quanto amor é necessário para deixar seu filho ferir-se podendo evitar,
mas em nome do aprendizado, da fixação das lições, permitir que o ato se complete.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Sei, meu Pai, que em muitos momentos me dirigi a Ti a pedir coisas e fatos
descabidos, frutos de meu sofrimento momentâneo e Te peço perdão pela escuridão
que nestes momentos se abatia sobre mim.
Confesso a Ti, meu Pai, meu desejo é que meu caminho seja aquele que melhor se
adequar as minhas necessidades e minha realidade. Confesso a Ti, meu Pai, minha
vontade é que Tu me guies nestes caminhos. Confesso a Ti, meu pai, minha
vontade de fechar meus olhos e deixar que Vossos olhos me guiem. Confesso, meu
Pai, que a dor que sinto me fere muito, que preferiria não senti-la, mas passarei por
ela se esta for Tua vontade meu amado Pai, pois em Ti confio.
Um Deus e seus filhos, um Pai e seus filhos, um filho que tem em Deus o seu Pai,
um filho que embora não compreenda a existência de seu Pai, tem neste ser a figura
de seu Pai. A distância de um Deus e seus filhos é maior que a distância de um Pai
e seus filhos. Devemos uma vez mais buscar refletir sobre nossos pensamentos,
nossos sentimentos, nossas verdades. Devemos buscar encurtar a distância que
nos separa de nosso Pai e mais que isso, procurar perceber que este Pai pode estar
sempre ao nosso lado ou mais que isso, em nosso coração, em nosso ser, em cada
partícula de nossa energia.
Buscar nosso Pai nos momentos de dificuldade e compreender que estes momentos
de dificuldade nos mostram lições que devemos absorver. Ir ao Pai em busca de
respostas? Sim, buscar respostas com este Ser, mas compreender que nem sempre
estaremos prontos para receber ou compreender as respostas.
Buscar neste Pai a energia necessária para que vençamos nossas dificuldades, de
modo que nosso tempo de aprendizado seja minimizado e que as dificuldades que
venham a se apresentar sejam vencidas com menor sofrimento e maior proveito.
Amor e fé neste Ser, em meu Pai, em vosso Pai. Tendes este amor a ponto de
fechar vossos olhos e caminhar pelo mais difícil dos penhascos, confiando que
vossos passos serão guiados por Ele?
Vosso Pai, quem é vosso Pai? Aquele em quem buscais facilidades e respostas a
vossas incompreensões? Aquele a quem buscais, nos momentos em que a
tempestade se abate sobre vosso lar? Aquele que castiga quando cometeis vossas
faltas?
Vosso Pai está e estará sempre ao vosso lado e vos auxiliará em todos os
momentos, e proverá o necessário ao vosso crescimento enquanto ser divino. Cabe
a nós viver nossas experiências, passar por nossas dificuldades e não deixaremos
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Somos Deuses, somos filhos deste Pai e assim estaremos vivendo amanhã, um
amanhã mais ou menos próximo, depende de nossos atos e pensamentos, da
facilidade ou dificuldade que nós mesmos colocamos em nossos caminhos.
Crer na pedra que está a nossa frente, que é palpável, que posso sentir em minhas
mãos e que sei que se eu a deixar cair em meus pés sentirei a dor, ou crer no poder
do amor, crer na suavidade, crer na divindade que está em nós, crer de olhos
fechados em nosso Pai, fechar os olhos a ponto de visualizar suas mãos nos
conduzindo, indicando o caminho seguro por entre o campo minado.
Acreditar que este Pai sofre quando um de Seus filhos se fere mais gravemente,
acreditar que este Pai sente quando um de Seus filhos deixa de ouvir seus
conselhos e segue na direção oposta. Acreditar num Pai que sofre duas vezes:
primeiro quando da negação de seu filho e da certeza do ferimento futuro e a
segunda, quando este ferimento acontece, mas mesmo assim está ao nosso lado
pronto para nos auxiliar, caso criemos em nós as condições para que o auxílio
aconteça.
Podemos não compreender a existência deste Ser, mas temos em nós o livre arbítrio
para decidir acreditar apenas no que é palpável ou podemos deixar, apenas deixar
que o amor se faça e que a Sua presença exista em nós.
Podemos não compreender a existência de nosso Pai, seu tamanho, sua forma, sua
energia, seus pensamentos ou onde é sua morada, mas podemos Tê-lo na figura do
Pai protetor e amoroso que conhecemos.
Somos Deuses, somos filhos deste amoroso Pai e Ele estará conosco em todos os
momentos. Vivemos inseridos em nossas necessidades cotidianas, vivemos
envoltos nas energias que nos acompanham, energia esta, fruto de nossa criação e
necessitamos percorrer este caminho, mas podemos procurar nos aproximar do
amor, nos habituar a deixar que o amor se manifeste em nosso ser.
Viver o amor não é sinal de fraqueza, muito ao contrário, viver o amor é conhecer-se
e ter em si a força do amor. Viver o amor é construir não apenas um novo ser em
nós, mas é construir um novo mundo ao nosso redor, é construir um novo horizonte
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
frente a nossos olhos. Viver o amor é viver ao lado de nosso Pai, é sermos filhos
deste Pai e cumprirmos nossa divindade.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Mais que filhos de Deus, somos filhos de nosso Pai. Pai que não compreendemos,
que não conhecemos, mas deve existir em nós o sentimento do filho por seu Pai;
devemos buscar em nós este sentimento e compreender que, o que acontece em
nossa jornada, acontece para o nosso progresso. Tudo o que nos ocorre, ocorre em
função de nosso passado ou em função de nossas necessidades de aprendizado,
de nossas necessidades futuras.
Mas nem sempre é fácil encontrar as respostas; ao contrário, muitas vezes ficamos
sem saber qual caminho a seguir. É como se olhássemos para um armário com uma
série de gavetas com respostas e soluções e não soubéssemos qual destas gavetas
abrir e qual solução aplicar.
A cada solução possível de ser aplicada e a cada solução aplicada, nosso caminho
toma uma direção. Em função daquela gavetinha aberta, existe um reflexo em nosso
amanhã ou em nosso hoje. Assim se faz o aprendizado. É como se nos fosse
apresentado uma série de questões a serem resolvidas e ao mesmo tempo uma
série de possíveis soluções a serem aplicadas e a cada solução aplicada, uma
conseqüência e com esta experiência o ensinamento se realiza; ou, se a lição não é
fixada com a experiência vivida, esta experiência deverá ser repetida até que aquele
determinado ensinamento necessário ao pequeno aprendiz seja fixado em seu ser.
Uma vez que o ensinamento esteja fixado, passamos a nova experiência e a novas
séries de gavetinhas com soluções àquela determinada experiência.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Podemos imaginar que para uma série de pequenos aprendizes existe uma série
infindável de experiências, de pequenas gavetinhas, de inúmeras reações a cada
gavetinha aberta ou a cada gavetinha que não foi aberta. Podemos imaginar
também que, apesar de existir este processo que podemos chamar de “padrão de
aprendizado”, a cada um, uma realidade, uma necessidade, um caminho como
conseqüência. Podemos imaginar que não existem respostas prontas e fixas aos
casos, mas que as respostas surgirão conforme a realidade e necessidade do
aprendiz e conforme o acúmulo de vivências anteriores, conforme o acúmulo de
carga que o pequeno aprendiz traz consigo.
Isto posto, nos parece que existem alguns fatos que podemos, do ponto em que nos
encontramos, afirmar sem medo de cometer injustiças ou enganos, como: a) Somos
crianças em fase de crescimento, possuímos um universo imenso a descobrir, existe
em nosso interior um ser divino que necessita despertar; b) Não existem respostas
ou soluções que podemos rotular como “padrão”, mas a cada caso, uma realidade.
Outro fato que podemos afirmar sem preocupação em errar é que existe um Pai que
se preocupa com nosso caminho, com seus amados filhos, com as experiências que
estes filhos vivenciam e com a pequena gavetinha que cada um de Seus filhos abre
em cada momento da jornada.
Este Pai, que não conhecemos como antes afirmamos, mas que podemos tê-lo perto
de nosso coração, compreendê-lo ao nosso modo, amá-lo ao nosso modo. Nosso
Pai está em nosso interior.
Cabe a nós tomar as decisões, suas conseqüências, benéficas ou não, são e serão
sempre de nossa responsabilidade, mas este fato não impede que busquemos
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
O amor está em nós, está em nosso interior, já veio com o “pacote”, é “item de série”
que não pode ser segregado do ser. Existem momentos em que este ser
desconhece o sentimento por esta ou aquela razão, existem momentos em que
presenciamos atos que nos fazem questionar a existência do amor neste palco ou
em certos aprendizes; mas estes momentos possuem suas razões para existir,
trazem consigo mensagens, ensinamentos precisos.
A vida se for vivida com carinho torna-se muito mais suave, muito mais agradável de
ser vivida e se optamos por viver uma vida com carinho, antes de mais nada,
devemos compreender nosso Pai, devemos aprender a encontrá-lo ao longo de
nosso caminho.
Devemos, sim, buscar sempre o diálogo com nosso Pai; devemos, sim, sempre ir a
Ele buscando as orientações para que nos momentos decisórios possamos abrir a
gavetinha certa, no momento certo. Procurar conversar com nosso Pai, procurar
abrir nosso coração a este Pai, procurar encontrar em nossos momentos e
realidades fatos a agradecer a nosso Pai.
Aqui, mais que qualquer outra coisa, existe o sentimento, o amor, o elo que nos une,
o sentimento que cria a vida, o sentimento que dá cor e sabor a vida, o sentimento
que dá sentido à vida, o sentimento que abre as portas para que as respostas
cheguem a nós.
Aqui, possuídos deste sentimento ou desta presença, ou desta certeza, não importa
como a rotulemos, deixamos de caminhar sozinhos. Em nossos caminhos nunca
existirá a solidão, em nosso caminho nunca existirá a dúvida, nunca existirá a
escuridão ou a tempestade ou mesmo quando a tempestade surgir, poderemos nos
abrigar junto ao Pai e encontrar todas as condições para que vençamos nossas
dificuldades momentâneas.
Quando deixamos que o amor surja em nosso ser, quando nos habituamos a ouvir
nosso coração e/ou ouvir o amor, quando ouvimos o amor, ouvimos nosso Pai já que
nosso Pai é amor, é vida, é afeto, é luz. Quando fechamos nossos olhos e
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
entregamos nosso caminho a nosso Pai, Ele nos auxiliará a vencer qualquer
adversidade, qualquer dificuldade e ainda mais, quando atingimos este estágio
poderemos perceber o quanto existe em nossa vida, em nosso ser ou ao nosso
redor para agradecer a nosso Pai.
Deixando que o amor se instale em nosso ser, criamos as condições para que nosso
Pai se manifeste em nós; criamos as condições para que a efetiva união entre Pai e
filho se faça e se fortaleça e cresça a cada instante.
A cada instante nosso pai nos mostra um caminho, a cada instante, a nossa frente
um conjunto de pequenas gavetinhas, e devemos tomar a decisão e existirão as
conseqüências destas decisões. E a cada instante nosso Pai está presente nos
apoiando, nos incentivando a seguir pela melhor trilha, nos auxiliando a viver o amor
e devemos crer que sempre que estendermos a mão ao Pai, ao amor, haverá em
sentido contrário uma resposta e havendo este gesto, podemos ter a certeza que o
amanhecer do dia seguinte será mais belo e colorido que o anterior.
Vosso Pai está sempre em vosso interior, ao vosso lado, em vosso coração. Vosso
Pai estará sempre iluminando vosso caminho e cabe a cada um de nós fazer o
melhor possível para encontrá-lo, para vivê-lo, para amá-lo e para expressar este
amor, melhorando não apenas a nós próprios, mas auxiliando na melhoria e
construção do mundo que habitamos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Num passado mais recente, vivíamos em meio à vastidão das florestas, dos campos
e mais próximos de nossos amigos, os animais. Estávamos naquele meio para
usufruir dos benefícios que a natureza nos oferecia em abundância; podíamos
cortar, derrubar, cavar, tudo para a manutenção de nossa existência. E assim foi.
Usamos tudo o que podíamos da natureza e sem preocupações sobre o futuro do
nosso meio.
Com o avanço do tempo, o mundo em que vivemos passou a parecer menor; fatos
ocorridos noutro lado do mundo claramente afetam os que estão deste lado do
mundo. Com o avanço do tempo, para alguns ao menos surge a percepção clara da
sociedade consumista preocupada com o agora, com o conforto físico, não
importando a custo deste conforto.
Mas a sociedade realiza seu despertar. Nos dias atuais, muitos preocupam-se com a
natureza; nas escolas encontramos os ensinamentos sobre as questões naturais,
nos lares inicia-se a preocupação com os produtos ecologicamente corretos, nos
campos a busca pela menor poluição e melhor aproveitamento dos recursos naturais
existentes e algumas vezes já escassos.
Mas enfim, o despertar necessita ser fortalecido, ser constante e estar em todas as
consciências. Necessitamos compreender o significado e a extensão da expressão
“natureza”; necessitamos compreender que nós somos parte da natureza, que
devemos estar integrados com todos os demais seres que habitam este palco, que
necessitam uns dos outros para viver suas jornadas.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
vida, mantendo a pureza do planeta e dos seres que aqui vivem. E até onde vai a
natureza? Qual sua extensão?
Supondo que determinada coletividade tenha por prática a poluição do ar e dos rios,
com o passar do tempo, esta poluição, tanto do ar quanto dos rios, afetará também
os causadores da poluição, podendo ainda afetar seus descendentes.
Ao danificar uma floresta, todo o entorno da floresta será afetado, como toda a flora
e fauna e do mesmo modo o solo e os homens que ali vivem, ou mesmo os que
vivem muito distantes daquela floresta e nem ao menos sabiam que por ela eram
influenciados.
E como não amar a natureza? Como não respeitá-la, sendo ela um ser que se fará
amanhã diferente do que é hoje, um ser que evolui, que sustenta a vida.
Falamos em como não observar as águas do córrego que segue seu curso, que
mantém vida, que alimenta a vida ao seu redor e é alimentado pelas águas da
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Falamos também e com o mesmo respeito e amor, das estrelas que aparecem no
céu em noites claras. Falamos das nuvens a seguir seus caminhos daqui para lá
com sua graça e suavidade.
Devemos ter consciência de que a cada passo que damos ao longo do caminho, em
algum lugar do tempo ou do espaço existirá uma conseqüência; somos e seremos
os responsáveis.
Todos nós gostamos ou gostaríamos de viver num paraíso repleto de belezas que
muito nos faz bem. Gostaríamos de poder ir a uma bela árvore frutífera e dali colher
o mais belo e suculento dos frutos, mas nos esquecemos de praticar as ações que
constroem este paraíso. Nos esquecemos que este paraíso somente estará ali para
que nós o aproveitemos, se antes disso ele estiver em nosso interior, em nosso
coração.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quando nos convidam a pensar em perfeição, a buscar algo que seja perfeito,
podemos pensar em Deus como perfeição, ou podemos pensar na mulher perfeita,
ou no homem perfeito ou na vida perfeita e procuramos colocar em cada uma destas
figuras a descrição, o entendimento de perfeição que possuímos. Podemos
descrever o ser perfeito conforme nossa busca, nosso desejo ou nossa necessidade;
enfim, construímos este ser perfeito conforme nosso entendimento de perfeição.
Se nosso Pai é perfeito, se somos filhos deste Pai, somos também perfeitos, somos
perfeitos conforme nossa realidade, considerando o estágio em que nos
encontramos.
Mas se ainda cometemos muitos erros em nossas jornadas, como nós podemos ser
perfeitos? Se afirmarmos que a vida é perfeita, alguém lembrará de tamanhas
dificuldades que encontramos em todos os cantos de mundo e questionará: como a
vida é perfeita com tamanhos desvios?
É perfeito alguém passar fome, passar frio ou não possuir abrigo para si ou para os
seus? Somos Deuses em processo de formação, em crescimento e a maneira de
absorvemos os ensinamentos é pelo sofrimento, pela dor, através do ferimento na
carne. A forma que a vida nos ensina o valor dos alimentos é nos mostrando quão
difícil é a vida quando não possuímos os alimentos. A forma que a vida tem de nos
mostrar o valor imenso de um agasalho, de um teto, é nos fazendo perceber quão
difícil é viver sem estes itens.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Outro aspecto importante que todo aquele que se predispõe a observar para
compreender, para crescer, deve ter a consciência da imensa importância de nossos
olhos. Nossos olhos enquanto órgãos físicos são da mesma forma hoje ou amanhã,
deixando de lado as questões envolvendo o envelhecimento do corpo. Nosso olhos
são órgãos de vital importância e se modificam a cada dia. Podemos olhar com
olhos de amor, com olhos de dor, com olhos de mágoa, com olhos que não querem
ver, com olhos que veem o que desejam ver, e podemos olhar o mundo com olhos
de suavidade, com olhos que buscam a perfeição e encontram a perfeição a cada
instante da caminhada do viajante aprendiz.
Quando vivemos a vida com sentimentos, com nossas emoções, quando vemos a
vida com o coração e não com os olhos, quando ouvimos nosso coração e seguimos
seus conselhos, estamos praticando a perfeição.
E podemos perguntar também, enfim, por que praticar a perfeição? Por que buscá-la
enquanto tantos vivem em sentido contrário?
Somos construtores de nosso mundo, de nosso ser, construímos o que nossos olhos
veem, além do fato que a vida irá nos tratar conforme nós a tratamos. Possuímos em
nós o amor e cedo ou tarde este amor irá florescer e mudar nossa forma de ver, não
somente ao mundo, mas a nós mesmos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
A perfeição da vida: como ver a perfeição da vida se a mim falta uma boa casa, um
bom carro, boas férias num local paradisíaco. Como viver a perfeição se meu corpo
sente as dores das experiências de vida, do tempo que passa? Como viver a
perfeição se outros vivem numa condição de vida melhor que a minha?
Devemos ter consciência da divindade que habita nosso ser e que esta divindade
ainda não é compreendida ou experimentada em nosso dia a dia, mas somos
perfeitos, possuímos muita luz e amor em nosso interior, podemos transformar a nós
mesmos e ao mundo todo.
Erramos muito ainda, nossos pontos de vista nem sempre andam próximos da
verdade, não compreendemos ainda a extensão e o sentido da verdade, mas dentro
desta realidade é nosso dever nos amar e amar a vida e viver nossa perfeição e
deixar que o amor viva em nosso coração.
Somos perfeitos e assim nosso Pai deseja que vivamos conscientes de nós
mesmos, de nossa momentânea imperfeição, mas conscientes de nossa capacidade
de realização, de nossa capacidade de amar. É o desejo de nosso Pai que estes
seres perfeitos, ainda imperfeitos, construam sua libertação, alcancem um patamar
mais elevado. É o desejo de nosso Pai, que nós possamos dar o exemplo, que
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
possamos mostrar a nós mesmos a aqueles que estão próximos, que nós podemos,
que nós conseguimos viver a perfeição e o amor e desta forma encorajar a todos os
demais a vir também a trilhar o caminho que conduzirá a todos a cada passo mais
próximos de nosso Pai, que nos aguarda de braços abertos e pronto a nos acolher
no mais prazeroso dos abraços.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Podemos, do mesmo modo, entender como divinos os seres que nos guiam em
nossas aventuras universo afora, nos intuem com seus pensamentos fortalecedores,
nos protegem em noites tempestuosas. Podemos entender como divinos os seres
que nos ouvem em nossos momentos de lamentações, em nossos momentos de
aflição. Podemos entender como divinos os seres que devíamos ter sempre em
nossos pensamentos e corações, para que desta forma pudéssemos ter em nós
suas energias benéficas.
Divino é o ser que consegue compreender o amor, que não vê o amor como um
sentimento a ser praticado, mas que compreende que o amor está em cada um de
nós de modo nato, tal qual para nós hoje é a visão ou a audição. O amor faz parte
de nossos seres e o viveremos em nosso dia a dia e o aplicaremos com naturalidade
e não mais diremos, “estou amando”, pois neste estágio, se vivo, amo, se existo,
amo.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Divino é o ser que é capaz de doar-se sempre sem esperar receber nada em troca;
doa-se pelo prazer de doar-se, pelo prazer de fazer o bem a um semelhante, pela
satisfação imensa em ver em nosso semelhante a face da satisfação e da alegria no
momento em que a dificuldade é vencida e se desfaz.
Divino é o ser que mesmo no mais difícil dos terrenos ou em meio a mais difícil das
batalhas, consegue perceber ao seu redor as belezas que nosso Pai nos propicia;
Ele coloca ao nosso redor justamente para tornar nossa jornada mais agradável.
Divino é o ser que compreender que nossos irmãos não são diferentes de nós
mesmos, eles sentem o mesmo e do mesmo modo que nós sentimos. Divino é o ser
que compreende que verdades são mutáveis conforme se dá o avanço da
caminhada. Divino é o ser que compreende que seus irmãos apenas possuem
verdades diferentes de nossas verdades, mas que nem nossas verdades e nem as
verdades de nossos irmãos serão verdades amanhã.
Divino é o ser que ouve o silêncio. Divino é o ser que admira as nuvens em seus
trajetos; divino é o ser que se cala uma vez e outras tantas mais. Divino é o ser que
mantém seus pensamentos enriquecidos de harmonia, de fé, de caminho e
suavidade.
Divino é o ser que se eleva acima de qualquer coisa, esteja ele onde estiver e segue
para muito mais além onde quer que exista universo, onde quer que existam
estrelas, onde quer que existam sóis a aquecer e sustentar a vida.
Quão bela é a vida, quão maravilhosa é a criação de meu Pai e quão belo sois vós
que consegue admirar a obra de nosso Pai, e divino sois vós que consegue fazer a
observação, e divino sois vós que ainda não se apercebeu das belezas infindáveis
que estão ao redor, mas que poderá sem mais demora, se o desejar, iluminar-se
com estas observações.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quão divino é o ser que permanece acordado quando seus pequeninos estão
doentes à noite, ou quão divino é o ser que se levanta muitas vezes em noites frias
para garantir que seus pequeninos não estejam descobertos?
Quão divino é o ser que permanece acordado até que seus filhos retornem ao lar,
depois da escola ou depois das reuniões com os amigos em noites de diversão?
Vós sois Deuses, vós sois divinos, em vós habita o mais profundo dos sentimentos,
o amor, sentimento este que transforma não somente aquele que o possui, mas
todos os demais que estão próximos ou todos aqueles que são focos deste
sentimento. E transforma também todo o habitat, transforma as flores, as florestas e
todos seus habitantes.
Nosso viver consiste em procurar distribuir nosso tempo disponível entre família,
trabalho, estudo, diversão, repouso, família, trabalho, estudo, diversão e tudo uma
vez mais, e uma vez mais. Exigências de nossa sociedade, cultura por nós mesmos
criada?
E o despertar do divino ser que habita em nosso interior, e o descobrir deste ser? E
a caminhada interior? E a busca pela harmonia conosco mesmo, com nossos
semelhantes e com o universo?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Meu pai, Tu és meu Pai e sou teu filho, tenho em mim a Tua constituição, tenho em
mim o amor, a paz, a harmonia, a luz. Tenho em mim o ontem, o hoje e o amanhã;
tenho em mim a mais bela das fontes onde nasce a mais refrescante água. Tenho
em mim a vida, sou fonte de vida e sou irmão do universo, irmão de todos os sóis de
todas as galáxias, e sei, meu Pai, que posso, por onde eu passar, transformar o
campo árido em campo florido, e sei, meu Pai, que posso aquecer os corações de
todos os meus irmãos, e sei, meu Pai que posso, sempre e uma vez mais, estender
minhas mãos em direção a necessidade ofertando auxílio.
Tu és meu Pai e sei que Tu estás em mim a cada instante, a cada pensamento meu,
e sei, meu Pai que sempre que eu Te procurar, Te encontrarei a me receber de
braços abertos; e sei, meu Pai, que Tu me conheces e que Tu perdoa os meus
enganos e tropeços ao longo do caminho e mais que isso, meu Pai, sei que sempre
que eu necessitar de carinho poderei encontrar em Ti.
E quanto a você, quem sois vós? Olhai para vós uma vez mais, buscai em vós a
divindade, buscai em vós a libertação de vosso ser e buscai viver em harmonia. Seja
vós um divino ser, procure unir-se com o universo e ir sempre mais longe, seja vós
um semeador e procure semear a suavidade e o amor.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Onde quer que estejamos, no plano em que nos encontramos, poderemos olhar ao
redor e perceber dificuldades das mais variadas formas. Podemos encontrar o choro
e lamentações, mas ao mesmo tempo, em todos os lugares que olharmos podemos
também encontrar o amor atuando sobre os filhos de nosso Pai.
Duas pessoas, paradas lado a lado olham para um mesmo ponto e uma das
pessoas descreve este ponto com muita negatividade, pois olha e vê as dificuldades
e lamentações e da mesma forma, lamenta-se. Já a outra pessoa olha para o
mesmo ponto e o descreve de modo totalmente diferente; vê as dificuldades,
percebe as lamentações, mas também percebe ali o processo de aprendizado e
crescimento, a oportunidade que aqueles atores estão vivendo de melhorarem a si
mesmos, percebe ali a certeza que a toda ação corresponde uma reação com a
mesma intensidade e no sentido oposto. O segundo observador estará percebendo
naquele ponto ou naquela cena, o amor de um Pai por Seus filhos.
Podemos encontrar em algum lugar próximo a nós pessoas que possuem bens
materiais, possuem conforto, mas mesmo assim percebemos que estas pessoas não
são felizes, continuam em busca de alguma coisa que nem elas mesmas sabem o
que é. Do mesmo modo olhamos a nossa volta e percebemos que algumas pessoas
não possuem grandes posses ou grandes fortunas; vivem suas vidas por vezes com
dificuldades, mas assim mesmo percebemos nelas a alegria, o prazer em viver.
Noutros lugares encontramos pessoas que não possuem muito, mas o pouco que
possuem, repartem com alguém próximo e percebemos nestas pessoas a alegria de
viver.
E assim seguimos, cada um de nós construindo nosso caminho, nossa casa é assim
construída, nossos filhos são reflexo de nosso exemplo, nossos colegas de
trabalham ou o ambiente de trabalho é reflexo de nosso comportamento.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Está em nosso ser a condição de sempre ter nossa atenção despertada por algo
brutal que acontece em algum lugar e ao contrário disso, quase nunca, ou nunca,
paramos para observar a natureza e sua magnífica beleza.
Cada pensamento, cada gesto que praticamos gera energia. Nossos pensamentos
geram energia, nós somos energia. Quando nos aproximamos de alguém, sentimos
a energia deste alguém, ao mesmo tempo em que também é verdade que nos
aproximamos de nossos semelhantes através da sinergia entre nossos corpos
energéticos.
Desse modo, podemos entender que a cada pensamento bom que eu tenha, estarei
de alguma forma melhorando a mim mesmo, melhorando minha energia e sem
dúvida nenhuma melhorando o caminho que estarei trilhando no amanhã.
Melhorando meu pensamento e minha energia, mesmo que eu esteja num campo de
batalha, num campo de choro e lamentação, estarei em condições de atravessar
este campo, sem que as energias das lamentações me afetem e mais que isso,
estarei em condições de perceber as belezas existentes ali que, em função das
lamentações, não são vistas por todos.
Nosso pensamento pode nos levar muito longe e a lugares muito belos, assim como
pode gerar mundos terrivelmente difíceis para nós mesmos ou para outros. Assim,
podemos escolher ao fechar nossos olhos e deixar que nosso pensamento nos
transporte a belíssimos mundos ou a mundos difíceis, mas devemos ter como
verdade que, se deixarmos que nossos pensamentos nos transportem a belos
mundos, assim será nosso mundo quando abrirmos os olhos; nosso ser manterá as
energias daquele lugar, estaremos sim de volta a nossa realidade nas neste instante
esta realidade será menos dura e cruel que era a alguns instantes atrás.
Pensar, desejar, mentalizar boas coisas para nós mesmos e nossos semelhantes,
nossos entes queridos transformam nossas vidas, pois transformam nosso coração,
nosso sentimento, nosso ser e nossas verdades. Não devemos esperar que, se
mantivermos pensamentos bons no dia de hoje, amanhã acordaremos livres de
todas as dificuldades. A mudança acontecerá sim, mas antes é necessário que nós
vivamos nossa libertação; a libertação das amarras que trazemos do passado, mas
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Trabalhamos, ou antes mesmo disso estudamos; nossos pais se esforçam para nos
propiciar o necessário para que o nosso futuro seja o melhor, para que tenhamos
uma vida melhor que a vida que nossos pais tiveram.
Algumas vezes os objetivos são atingidos e outras tantas vezes estes objetivos se
fazem mais adiante, por mais que caminhemos e outras vezes, nem ao menos nos
sobra tempo para estabelecer objetivos, o que nos cabe é sobreviver a mais um dia
e aguardar que num futuro próximo estejamos melhor.
Ao nosso redor, todos os dias encontramos exemplos ou conceitos do que seja uma
boa vida, mas estes conceitos incluem viagens, bens materiais, sejam eles de que
ordem forem: juventude, saúde, ausência de dor e a maior distância possível do
envelhecimento. Os conceitos de boa vida passam por saber aproveitar o máximo o
que o mundo pode ofertar, passa por consumir sempre a melhor fruta e o melhor
pão.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
imaginar que à mesa haverá sempre o melhor pão e o melhor vinho e do mesmo
modo, encontraremos nas camas os melhores lençóis. E posso dizer que sinto que
aquela família possui uma boa vida.
Possuímos nossos conceitos do que seria uma boa vida. Estamos sempre sendo
bombardeados pela própria sociedade para a necessidade constante de aquisições
de novos bens ou patamares junto à própria sociedade; somos influenciados pelo
meio e ajudamos a criar este meio num processo que se autoalimenta.
Não existe um modelo de uma boa vida, não existe um conceito capaz de definir um
padrão de boa vida que se aplique a todos os viajantes. Devemos nós próprios
procurar definir nosso padrão e conceito de boa vida.
Necessitamos refletir quanto a nossos valores, quanto a nossa busca diária, sobre
como gastamos nosso tempo, ou como percebemos o amor em nosso caminho, e
ainda como percebemos o carinho e a suavidade em nós mesmos e em nosso
caminho.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
futuras, tanto para nós mesmos quanto para a sociedade. Necessitamos melhorar
nosso conceito de felicidade, de alegria, de bem estar.
Para melhor definirmos nossa boa vida, necessitamos fazer o caminho interno,
melhorar o conhecimento de nós mesmos. Necessitamos compreender que
transportamos cargas e porque as transportamos. Podemos possuir uma boa vida
transportando cargas que nos incomodam, que impedem um avanço rápido ou que
nos envolvem numa atmosfera menos translúcida?
Ainda em minha janela observo o andante sem destino que passa sob o foco de
meus olhos e percebo em sua face, a face de alguém que sofre a ação do tempo de
modo mais intenso, mas mesmo assim, percebo naquela face um certo sorriso e por
alguns momentos percebo um olhar de serenidade e leveza - uma boa vida?
Postos estes objetos sobre a mesa, me coloco a imaginar quais deles podem me
propiciar uma boa vida, procuro imaginar quais deles devo ter comigo para que eu
possa ter uma boa vida, para que eu defina ou melhore meu conceito de boa vida.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Sobre nossa mesa, a nossa volta ou em nosso interior, encontraremos exemplos dos
mais variados, encontraremos a casa suntuosa, o viajante simples e observador da
própria natureza; encontraremos aqueles que procuram até mesmo tirar de sua
própria boca para dar a outro, enfim, encontraremos exemplos de amor, de vaidade,
de apego, de amizade ou de interesse pessoal. Nossa vida será tão boa quanto
nosso poder de decisão, de definição do que é melhor para nós mesmos e de como
podemos nos renovar.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Observamos ao nosso lado muitas vidas: vidas simples, fáceis de serem vividas, se
podemos afirmar que existem vidas fáceis de serem vividas, e vidas complexas com
muitas preocupações e compromissos, vidas que seguem constantemente em busca
de um objetivo inatingível de modo que por mais que o vivente viva, corra, o objetivo
está sempre mais distante e nesta forma de vida é sempre tempo de correr, é
sempre tempo de ganhar tempo.
Qual a razão ou a causa das diferenças de vidas? Por que alguns parecem brigar
tanto com a vida, parece que tudo é mais difícil de ser conseguido enquanto para
outros a situação é diferente?
Podemos seguir em outra direção e nos questionar: onde está o amor? Onde reside
este sentimento de que muitos falam?
Seguindo neste mesmo sentido, podemos ainda nos questionar: onde reside a
suavidade, a comunhão de nosso ser com a natureza? Ou mais ainda, qual nosso
conceito de natureza?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Neste palco, as dificuldades existem e afetam a todos de modo indistinto, todos nós
compartilhamos esta realidade, ao mesmo tempo em que todos nós geramos estas
realidades de modo que este palco faz parte de nossa existência. Devemos conviver
neste ambiente de modo que possamos desenvolver nossos sentidos e venhamos,
amanhã, estar melhor que hoje. Esta realidade faz parte de nosso processo de
aprendizado e crescimento.
Ao nosso redor e em nosso dia a dia estamos sujeitos a toda espécie de sugestões
e exigências, sugestões de que devemos ser pessoas bonitas fisicamente ou de
usarmos nossas vestimentas conforme determina a tendência; sugestões de
possuirmos determinado modelo de veículo, ou de tirarmos férias em determinadas
localidades.
Chegam a nós sugestões de que devemos vencer na vida, de que devemos buscar
um constante crescimento profissional e o entendimento de crescimento profissional
significa alcançar o poder ou conquistar remunerações mais elevadas.
Chega até nós o conceito que para sermos felizes, devemos possuir uma bela
residência, devemos possuir carros ou outros bens materiais ou que devemos nos
encontrar nos grandes espaços destinados ao consumo e que para sermos felizes
devemos consumir.
Algumas vezes nos deixamos conduzir por esta maré, nos envolvemos mais e mais,
corremos atrás para vencer na vida, ou parece que necessitamos “vencer a vida”.
Para atingir os ideais que podem nem ser os nossos, e não percebemos que nesta
corrida nos esquecemos de coisas importantes, como o repouso após um período de
trabalho, como buscar fazer algo que realmente nos propicie momentos de
satisfação, seja caminhar, seja ler, seja assistir a um bom filme, seja estar com
nossos familiares.
É importante que em nossa caminhada diária, procuremos filtrar o que nos vem e o
que geramos e endereçamos aos demais e a vida. Refletir sobre nossos ideais,
sobre os motivos que nos levam a correr mais e mais, sobre a forma que ocupamos
nosso tempo.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Nas nossas mãos estão as chaves das portas a nossa frente; atrás de uma porta
encontramos alegrias, encontramos um caminho produtivo, encontramos um
caminho de flores e belas árvores em suas margens, encontramos pedras, sim, mas
também encontramos em nós todas as ferramentas necessárias para que as
vençamos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Atrás da outra porta, o caminho a ser percorrido conduz ao mesmo ponto, mas este
caminho traz consigo mais dificuldades, mais espinhos e dias sombrios. Atingiremos
o objetivo se por ele optarmos por seguir, mas a decisão de qual porta devemos
abrir, é nossa decisão, o caminho a ser percorrido é nosso, nós o construímos, como
dito, com nossos atos e pensamentos de hoje, nós o construímos com nossos olhos,
com nossa energia.
Por que carrego tanto peso? Quem teria arrumado a mala para a viagem e quem
teria a deixado tão pesada? A revisão de nossa bagagem pode e deve ser feita a
todo momento. Nossos valores, nossas metas, nosso conceito de felicidade, o
endereço que compreendemos ser a residência da felicidade, são bens que
transportamos. Nossas mágoas, nossos desejos, nossos sentimentos, são pesos
que transportamos e devemos revisá-los de quando em quando.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Vivemos num mundo onde o choro, as dores e mágoas são realidades muito
próximas a nós. Encontramos nas ruas aqueles que choram, aqueles que nem ao
menos se apercebem de sua situação a ponto de chorar, aqueles que já não choram
mais ou encontramos também aqueles que buscam causar dor e ferimento.
Mas, estas mágoas e dores são prejudiciais? Não nos referimos apenas às dores
físicas, mas a todas as formas de dores; enfim, podemos afirmar que as dores
sentidas são prejudiciais?
Partindo da compreensão que somos seres imperfeitos, que somos seres que
necessitam melhorar em muito nosso nível de conhecimento, tanto da vida quanto
de nós mesmos, partindo da compreensão que somos seres divinos em fase de
lapidação, podemos aceitar nossas dores como forma de melhoria, como forma de
melhorar nosso conhecimento de nós mesmos, de nossos limites, como forma de
melhorar nossa capacidade de aceitação e compreensão de nossos semelhantes ou
ainda como forma de melhorar nossa capacidade de aceitação das semelhanças e
diferenças entre seres.
Todo pai deseja o melhor para seus filhos, faz o possível para dar o que a pequena
criatura necessite, faz de tudo para protegê-lo de todos os perigos que o caminho
apresenta. É importante que o pai auxilie seu filho transmitindo a este pequeno suas
próprias experiências; é importante que o pai aconselhe seu pequeno como forma
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Se o pai, com o intuito de proteger seu filho, cria ao redor deste uma redoma
protetora, fazendo com que nenhum mal chegue até o pequeno ser, seria possível
que este pequeno ser viva sua vida sem encontrar dificuldades ou sofrimentos. Mas
ao final de seu ciclo, como estará o pequeno ser? O que este pequeno ser terá
acrescentado a si mesmo? Ou mais ainda, não teria este pequeno ser acrescentado
a si mesmo mais dificuldades ainda?
Possuímos em nós a prática de sentir a dor com maior intensidade do que a que
realmente existe, e sentimos a dor e o processo de sentir a dor faz com que não
percebamos a saída, o remédio para a própria dor, remédio este que pode estar bem
próximo a nós.
Alguém nos feriu, alguém nos magoou, qual nosso procedimento? O que fazemos
nesse instante? Quais nossos pensamentos quando isso ocorre? Quais nossos
desejos?
De certa forma, é comum que nesse instante não pensemos muito no fato em si, no
fato que gerou o ferimento; nossa verdade pode ter sido colocada em xeque ou
talvez a verdade do terceiro que nos provocou a dor esteja necessitando de ajustes.
Talvez aquele ferimento tenha acontecido como forma de nos alertar para uma
necessidade nossa de despertar, de mudar, de reavaliar o que quer que tenha que
ser reavaliado. Talvez nada exista em nós que deva ser reavaliado, mas existe, ao
contrário, no terceiro esta necessidade.
Não podemos afirmar qual das verdades é a verdade ou se ambas são verdades,
mas o que podemos afirmar é que, existindo mágoa, uma dor, nosso Pai está nos
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
dizendo algo. Podemos ou devemos procurar descobrir qual a mensagem que nos
está sendo dirigida. Podemos nos perguntar em que podemos melhorar, para que no
futuro este mesmo difícil sentimento não venha a se manifestar novamente em nós.
É sim difícil sentir dores, seja qual for o tipo de dor; seria muito melhor que não
sentíssemos dores, que nosso caminho fosse somente de flores sem espinhos, mas
esta não é nossa realidade; construiremos esta realidade e a viveremos no futuro, se
soubermos aproveitar os ensinamentos que nos são ofertados.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Capítulo III – Parte V – Valores, meus valores, valores que importo, valores que
importam, valores impostos
A cada passo que damos em nossa caminhada estamos sendo bombardeados por
um manto de valores. Quando ligamos a televisão e passamos a acompanhar sua
programação, valores e verdades dos mais diferentes países nos são apresentadas.
Quando assistimos aos programas seriados, um modelo de comportamento nos é
apresentado; quando assistimos aos telejornais, comportamentos nos são
apresentados.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
E podemos continuar nesta análise das ofertas de valores que nos vêm no cotidiano,
como por exemplo, a definição de bom ou mal comportamento sexual ou opção
sexual ou ainda o conceito que devemos “aproveitar” a vida ao máximo ou ainda
podemos nos referir ao consumismo exagerado ou ainda ao desrespeito às leis ou
ainda quanto a manutenção de determinados hábitos alimentares; enfim, são muitas
as práticas, as verdades e valores que chegam a nós e que por nós são tidas como
boas, como verdadeiras.
Algumas vezes defendemos uma verdade em casa, com nossos filhos ou com nosso
companheiro(a) e fazemos de tudo para manter aquela verdade, mesmo que em
determinados momentos nos apanhemos em dúvida quanto a ela, nos mantemos
firme, determinados, para não demonstrar nossa “fraqueza”; mas em que esta
atitude, esta verdade nos auxilia ou ao outro?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
mesma amanhã e que, se isso ocorrer, não significa que hoje estamos errados e
amanhã estaremos certos, significa apenas que hoje possuímos uma visão do
horizonte e amanhã teremos outra visão deste horizonte; mas as duas visões são
reais, verdadeiras e corretas, cada uma em seu ponto, em seu tempo.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quando ao longo de nossa caminhada sentimos alguma espécie de dor, quando nos
queixamos destas dores, nossas dores são sempre mais importantes ou de outro
modo, quando alguém vem a nós com queixas de dores, nem sempre ouvimos o que
o outro está dizendo e se ouvimos, não valorizamos a intensidade da dor.
Mas também é importante que cada uma das individualidades conheça também seu
semelhante, conheça a presença de outras individualidades, conheça os direitos de
outras individualidades, pois conhecendo os direitos e limites de outras
individualidades, estaremos também conhecendo a nós próprios, nossos limites e
nossas capacidades.
Podemos observar o desenrolar do dia a dia a nossa volta seja durante nossos
períodos de deslocamento, seja em nosso trabalho ou onde for. Feita a observação
do comportamento dos indivíduos, observaremos sem dúvida a presença do
excesso de individualidade e a presença do egoísmo; egoísmo, por exemplo,
quando alguns possuem muito mais que sua necessidade, enquanto outros
possuem necessidades insatisfeitas ou podemos observar aqui ou ali, a presença do
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Meus sentimentos são importantes, minhas dores são importantes, meu caminho é
importante, mas a solidariedade, a doação, o amor, a suavidade, a compaixão, são
bens preciosos que necessitam ser despertos em nosso ser e nos demais
indivíduos.
Nosso caminho será melhor quando aprendermos que a prática da doação faz bem
ao nosso ser, ao nosso coração e podemos doar não apenas nosso tempo, objetos
ou valores, mas podemos doar nossa compreensão, nossa decisão de melhorar a
nós mesmos, podemos doar nossos pensamentos criadores de boas energias e
fluidos; enfim, possuímos muito em nós que pode ser útil e construtivo a cada
individualidade e a soma dessas individualidades, sem que isso nos faça nenhuma
falta, ao contrário, poderemos perceber que estas doações farão com que
recebamos muito em troca, muito mais do que podemos imaginar, ou podemos
afirmar ainda que o ato de doação nos traz muito em troca.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
O mundo é difícil, o mundo é violento, vivemos num mundo onde a violência se faz
presente em todo lugar, seja nos ambientes mais ricos ou nos ambientes mais
humildes.
Ao longo dos séculos guerras e mais guerras têm surgido, provocando muita dor e
destruição.
Hoje em dia a violência urbana força cada pessoa a se proteger como puder e com
este cenário em mente é que alguns podem afirmar que o mundo é difícil. E
existindo a afirmação de que o mundo é difícil perguntamos, se do mundo nós nos
excluíssemos, o mundo continuaria sendo difícil?
Nós, os seres que habitam este plano, vivemos nossas dificuldades, possuímos um
grande desconhecimento de nós próprios, possuímos fraquezas e vivemos uma
realidade onde a violência é uma presença muito forte e não consideramos apenas a
violência mais conhecida e ouvida nos telejornais, mas todas as formas de
violências, contra os mais novos, contra os mais idosos, contra a natureza, a
violência da ignorância.
Se assim for, é correto afirmar que a sociedade está errada? Podemos considerar
que nós todos estamos seguindo o caminho contrário ao caminho do amor?
Todos estes fatos são fatos inerentes a nossa realidade, são fatos que existem em
nós e que necessitamos conhecê-los, avaliá-los, para então, conforme nosso livre-
arbítrio, extirpá-los de nossos seres e de nossos caminhos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Mas antes disso e voltando a nossa realidade, observamos que é comum aos
viajantes destes campos criar ao redor de si uma forma de escudo que os proteja
das agressões que possam surgir ao longo da caminhada. A criação deste escudo
acontece de modo que não percebemos, como um sentimento de autodefesa que
cria a barreira protetora, nos isolando do mundo exterior e criando um mundo
próprio, onde somente nós mesmos e alguém em que confiemos poderá habitar.
A existência deste escudo protetor pode até evitar que algumas agressões nos
afetem, mas este mesmo escudo evita que coisas boas cheguem até nós. Quando
criamos este escudo protetor, coisas ruins não vêm a nós, mas com certeza, coisas
boas também não chegam. Quando estamos envoltos neste escudo, nosso coração
se fecha, nossos olhos se fecham, nosso espírito se vê limitado.
Quando criamos este escudo, não vivemos o amor, não percebemos as flores, não
percebemos a alegria das crianças brincando, não percebemos o amor que existe
noutros viajantes. Quando criamos este escudo nosso caminho passa a ser bastante
limitado, nosso horizonte se fecha.
Pode ser verdade que com a existência do escudo não choremos, mas também é
verdade que desta forma não aprendemos, não vivemos, não crescemos e por fim
acabamos não conhecendo o amor.
O passo a ser dado é primeiro verificar se ao nosso redor existe este escudo e
detectada sua existência, devemos procurar uma forma de vencê-lo, de levá-lo ao
chão, uma forma de nos fortalecer a ponto de não necessitarmos desta proteção.
Vencidas estas etapas estaremos aptos a viver a vida em sua plenitude, mesmo que
em alguns momentos a realidade nos traga dificuldades, mesmo que venhamos a
chorar em alguns momentos, com o avanço da caminhada, estaremos mais
fortalecidos, estaremos mais conscientes e preparados.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Fazendo com que o escudo protetor caia ao chão, estamos criando em nós as
condições para que as energias que nos são dirigidas dos planos superiores
efetivamente cheguem a nós, e mais que isso, deixando este escudo ir ao chão,
nossa caminhada será mais leve, nosso corpo pesará menos, nos sentiremos
realmente livres e teremos em nós as condições de sermos felizes e de fazer nossos
companheiros também felizes.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Diz o ditado popular que a beleza está nos olhos de quem vê e consideramos esta
afirmação uma verdade, pois, se deixarmos que a beleza penetre em nosso ser e
habite nosso interior, estaremos sim vivendo a beleza e estaremos, sim, percebendo
a beleza ao longo de nosso caminho.
E mais que isso, se vivermos a beleza, ela estará a nossa volta e estaremos fazendo
com que outros viajantes também sejam tocados por ela e passem a percebê-la
mais facilmente.
E por que viver a beleza, por que ver a beleza? Ou como ver a beleza num mundo
tão conturbado e envolto por tantos males?
Mas ao contrário disso, podemos decidir viver num mundo mais florido, onde o
horizonte é belo, onde percebemos no céu a presença de suaves e belas nuvens
percorrendo seu caminho. Se decidimos modificar nosso caminho tornando-o mais
leve, mais produtivo e mais fácil de ser vencido, estaremos envoltos em energias
que nos fortalecem, estaremos envolvidos pela suavidade, pelo carinho e pelo amor.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Ainda como preparação, como cultivo da beleza em nosso interior, nos voltamos ao
tempo, nos voltamos à forma como utilizamos o tempo, nos voltamos à nossa
compreensão do tempo, nos voltamos ao tempo dispensado por nós a nós mesmos
e ao nosso próximo.
A falta de paz interior, a busca desenfreada por objetivos materiais, a busca por
amizades, a busca por se fazer notar e encantar, a busca da felicidade numa praia
paradisíaca, nossas verdades, nosso conceitos, nosso caminhar diário em busca de
algo que não sabemos o que é, nossa necessidade de fortalecer mais e mais nosso
mundo particular, nossa necessidade constante de vencer, de ser o melhor; enfim,
nossas verdades e valores, a forma como empregamos nossa energia e a forma
como alimentamos nossa energia e ainda as cenas que nossos olhos veem a nossa
frente. Todos estes itens são itens que devem ser avaliados, são itens que nos
conduzem à beleza ou nos impedem de perceber a beleza.
A beleza está no hábito de apreciar as coisas belas, está no cultivo do belo, está no
ato de parar em primeiro lugar e em segundo lugar, admirar a pequenina flor que
alegra o caminho do caminhante.
A beleza está em calar-se e ouvir, está em não se deixar contaminar pelas energias
estressantes do trânsito diário, está em dar a vez, está em fazer o certo porque é o
certo, está em compreender o coração magoado de nosso irmão sofredor, a beleza
está em compreender a ignorância que reside em nós e em nossos companheiros e
saber que esta verdade é passageira, que logo mais a luz se fará em todos os
corações. A beleza está em saber que o erro é apenas uma falta de percepção de
uma verdade melhor, que para aquele que erra, aquela é a verdade naquele
instante.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
A beleza está a distância de um braço de nós, basta que tomemos a decisão de que,
desejamos viver a beleza, basta que abramos nosso coração, basta que baixemos
nossa guarda, basta que procuremos o diálogo conosco mesmo, com a verdade
maior, com a vida e com nosso Pai.
Em nosso interior existe um canteiro, um campo onde semeamos. O que nos cabe
decidir é o que semear neste espaço, podemos semear flores e frutos suculentos ou
espinheiros. A beleza? A beleza está na possibilidade, na permissão que nosso Pai
nos concede de decidir o que semear neste campo. A beleza está no fato de que
mesmo que venhamos a sofrer agora, aprenderemos, teremos quantas
oportunidades forem necessárias para semear e colher até que o aprendizado se
realize, até que a lapidação da pequena jóia aconteça.
Podemos ainda citar outros exemplos de beleza, mas enfim, a beleza é tudo aquilo
que nos faz bem, não de modo superficial e sem sustentação, mas aquilo que faz
bem ao pequeno e divino ser que habita em nosso interior. A beleza é tudo aquilo
que faz com que nosso coração se aqueça, se alegre, é tudo aquilo que faz nossos
olhos se encherem de lágrimas, lágrimas de emoção, de felicidade.
A beleza é tão simples, está em tantas coisas a nossa volta e em nosso interior, ao
mesmo tempo em que pode ser tão difícil ou impossível de se perceber se assim
quisermos que seja.
A beleza está no conhecimento de quão pequeno sou, mas quão grande serei; a
beleza está no conhecimento de meu Pai, está no fato de saber que Ele está sempre
em meu ser, em meu coração.
A beleza está na certeza de que o amanhã será sempre melhor se hoje eu procurar
ser melhor que ontem; a beleza está no fato que procuro fazer o melhor que posso,
mas mesmo assim acabo falhando e nestas ocasiões, tenho oportunidade de fazer
novamente e mais que isso, está no fato de que sei que quando falho, meu Pai
compreende que Seu filho está procurando aprender.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
O ser humano vive em busca do seu próprio bem estar; a cada dia em sua jornada
procura melhorar sua condição de vida, elevar seu grau de satisfação, eliminar o
peso transportado seja ele qual for. E a melhor condição de vida significa momentos
de alegrias, maiores prazeres, significa satisfação.
É verdade que não são todos, mas podemos afirmar que muitos buscam a felicidade
nas coisas materiais, buscam a felicidade em possuir tal objeto e uma vez
conseguido, buscam a felicidade noutro maior ou melhor, ou mais novo, ou mais
caro.
Alegrias, prazeres que vêm com a chegar da noite, que propiciam o bem-estar
momentâneo e que, do mesmo modo que chegam, ao raiar do dia se vão, deixando
em seu lugar a vida de antes e algumas vezes uma vida pior que a de antes.
Podemos afirmar que o mundo é infinitamente belo e que posso encontrar felicidade
e prazer muito próximo a mim sem ter que empreender uma busca que dure uma
vida, e sem encontrar a felicidade. Podemos fazer esta afirmação e fazendo-a,
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
alguns podem se perguntar: mas aqui? Neste mundo? Onde existe felicidade e
prazer?
A felicidade, a alegria, os prazeres estão onde nós quisermos que estejam, se eles
estiverem em nosso interior antes disso. A beleza está nos olhos de quem vê; então,
devo procurar modificar meus olhos de modo a perceber a beleza, a felicidade, a
alegria onde antes eu percebia somente a tristeza.
Posso mudar meu corpo, posso estar próximo de alguém que eu considere muito
belo, mas meus olhos continuaram a serem os mesmos, assim como meu coração
continuará a ser o mesmo; desta forma a felicidade não se sustenta muito tempo.
A felicidade e o prazer estão no viver, posso sentir um prazer imenso em viver, não
importa o que eu encontre no exterior, mas se em meu interior houver o conforto do
autoconhecimento, se em meu interior houver a certeza de estar fazendo o correto
em qualquer circunstância, se em mim residir a confiança de estou fazendo o melhor
que posso para melhorar a mim mesmo e auxiliar a quem eu possa auxiliar a
melhorar também, se em mim houver a inocência de uma criança, se em mim existir
a placidez das águas de um lago, não poderei ser feliz? Não poderei ter modificado
meus olhos de modo que estes olhos vejam alegrias e belezas?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Imaginemos alguém que não possua desejo algum. Nesta hipótese este alguém não
teria objetivos, como se este alguém olhasse para todos os lados e não sentisse em
si vontade de ir para nenhum local, como se este alguém, não importa o local onde
se encontrasse, não tivesse vontade de mudar.
Os desejos nos impulsionam, nos levam adiante, trazem a nós os motivos para que
sigamos adiante, para que continuemos e façamos o necessário para melhorar, para
avançar, para continuar, até que nossa vontade esteja satisfeita e neste momento ou
num momento subseqüente, outro objetivo surgirá.
Nossos desejos nos movem sim, mas devemos observar que espécie de desejos
estamos manifestando e em que direção estes desejos nos levam. Os desejos nos
impulsionam à frente, portanto são bons. Necessitamos sim, observar nossas
verdades, nossos valores, necessitamos observar o que desejamos, pois esta
manifestação representa o que existe em nosso interior e o que possuímos em
nosso interior é que vai dizer que caminhos deveremos seguir nos momentos
subseqüentes em nossa jornada.
Algumas pessoas alimentam em si, por um longo período de tempo, desejos dos
mais diversos, desejos de possuir beleza física perpétua, desejo de uma
maravilhosa condição financeira, e por estes desejos fazem todos os esforços
necessários; esforços que podem comprometer, podem trazer ao indivíduo a
ferramenta necessária para que este indivíduo perceba que suas verdades o
conduzem a caminhos que podem trazer aborrecimentos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
para que o objeto do desejo seja conseguido e nesta batalha deixa passar ao largo
todas as oportunidades ofertadas para que ele modifique sua percepção da vida e
tenha a oportunidade de rever suas verdades.
É ruim desejar? Não, não é ruim desejar, mas é aconselhável a reflexão sobre o
objeto do desejo assim como o volume de energia despendida no ato de atingir o
objetivo e satisfazer o desejo.
Nosso Pai nos concedeu a vontade, nosso Pai nos concedeu a liberdade de amar ou
odiar, nosso Pai nos concedeu a inteligência e a capacidade de discernir, nosso Pai
nos concedeu as ferramentas necessárias à construção e concedeu também o barro
para construção dos tijolos; mas se não adotarmos as medidas preventivas
necessárias, poderemos cair e nos ferir durante a construção ou poderemos
construir uma estrutura que poderá trazer grandes dificuldades a seus habitantes e
lembremos que cada indivíduo habita a estrutura construída por si mesmo.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quando alguém nos provoca algum ferimento, quando alguém nos provoca alguma
dor, é natural que o sentimento de mágoa venha à tona, é normal que venha a nós
no mínimo um sentimento de afastamento da pessoa que nos provocou a mágoa, ou
mesmo, o que é mais comum, um sentimento de “ser incapaz de perdoar”.
Algumas vezes o causador de nossa dor pode nem perceber que em nós provocou
tal sentimento, mas nosso ser se mantém ferido. Passa o tempo e quando nem
lembramos mais do acontecido, quando imaginamos que estamos refeitos do fato,
algo nos lembra que ainda guardamos mágoa ou rancor. Estamos relatando um fato
com suavidade ou dito de outra forma, os fatos ou sentimentos podem não ser assim
tão sutis e suaves.
É fato, somos sentimento, somos indivíduos frágeis; ainda somos indivíduos que
caminham em busca do crescimento e da compreensão e não possuímos ainda um
bom sentido de nossas capacidades, seja de amar, seja nossa capacidade de
expressar adequadamente nossos sentimentos ou não compreendemos que em
nossa passagem poderemos eventualmente derrubar alguém e feri-lo. Aliado a isso,
encontramos em nós mesmos uma grande capacidade de ferir nosso próximo ou a
nós mesmos.
É fato que costumamos carregar conosco, às vezes por muito tempo, pesados
fardos, mágoas, espinhos que nos provocam dor e impedem nosso avanço assim
como o avanço de toda coletividade, pois compartilhamos uma mesma verdade.
É fato também que a vida irá nos tratar conforme nós a tratamos. É fato que
semeamos a cada passo e que, num momento subsequente, colheremos o que
plantamos. É fato que aprendemos uns com os outros, é fato que a vida irá sorrir
para nós, se antes nós sorrirmos para a vida.
Se caminharmos as trilhas do perdão, nossa carga tornar-se-á muito mais leve pois
não estaremos carregando em nós aquele sentimento de dor ou o sentimento de
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Hoje vivemos nossa verdade e por esta verdade praticamos nossos atos, ou por esta
verdade expressamos nossas palavras e ainda, por esta verdade amamos nosso
próximo ou deixamos de amá-lo, mas estes fatos são somente nossa verdade no
ponto em que nos encontramos. Com o caminhar, obteremos novas verdades,
olharemos o horizonte com outros olhos e olharemos para trás e nos
surpreenderemos com nossas verdades anteriores. Nosso caminho é a evolução, a
modificação constante, a lapidação de uma jóia muito bela e preciosa. Devemos
compreender a vida desta forma, devemos compreender que todos os que estão
vivendo neste palco possuem as mesmas características e necessidades, que todos
somos iguais, que necessitamos desenvolver em nós a capacidade de amar e amar
significa estar em paz consigo mesmo, significa não transportar pesos inúteis à
nossa jornada.
Perdoar é preciso, perdoar alivia, mas é também necessário que perdoemos a nós
mesmos. Em muitas ocasiões erramos, em muitas ocasiões nos crucificamos e
levamos conosco por muito tempo um ato falho realizado e muitas vezes este ato
falho provoca um nós um sentimento de dor tão ou mais forte quanto o de ferimentos
provocados por terceiros.
Nos perdoar é muito importante, mas nos perdoar requer a capacidade de julgar a
nós mesmos e ter no perdão a nós mesmos, a capacidade de reconhecer que
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
cometemos um ato falho e não transformar o ato de perdoar a si mesmo num ato de
excessiva generosidade.
Seja como for, o perdão e o ato de perdoar significam que aquele que perdoa inicia
uma caminhada por campos muito mais belos que os campos trilhados até aquele
momento. O perdão traz àquele que perdoa a paz de espírito, de coração, de
sentimentos, traz o equilíbrio. O perdão transforma o ser em divino semeador que
somente poderá colher o melhor dos frutos, pois assim estará sendo sua
semeadura.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Somos todos criados pelo amor, seja pelo amor de nossos pais da carne, seja pelo
amor de nosso Pai maior, e além de sermos criados pelo amor, somos constituídos
de amor, o amor é nossa essência, o amor está em nosso interior, em nosso
coração. O amor é nato ao ser, a todos os seres, é nosso natural viver em harmonia,
em paz num ambiente harmônico.
E como amar? O amor é o sentimento que vem e aflora sempre que permitirmos que
ele venha à superfície de nosso ser. E permitiremos que ele venha à superfície
sempre que limparmos nosso coração de toda poluição ali depositada, poluição esta
fruto de nosso egoísmo e de outros pensamentos e sentimentos contrários a
presença do amor.
E por que amar? A resposta reside na experiência de amar. Se desejamos saber por
que amar, basta que amemos uma vez, um amor verdadeiro, um amor sincero e
sem interesses para então sentirmos a alegria de amar. Neste momento poderemos
responder a nós mesmos por que amar.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Se não vemos o amor em nosso ambiente, talvez nossos olhos não estejam olhando
na direção certa ou talvez o amor não esteja em nossos olhos, ou talvez nós não
estejamos preparados para reconhecer o amor, ou talvez estejamos tão habituados
aos pequenos gestos de carinho que passamos por eles sem perceber ali a
presença do amor.
Diz o texto popular que a beleza está nos olhos de quem vê, e sendo assim, o amor,
além dos olhos, está também no coração de quem vê, está no modo como vemos as
coisas.
Manifestações do amor.
O amor está na harmonia da natureza com seus córregos fornecendo vida à suas
margens, o amor está no sol que alimenta a todos os que estão sob seus domínios,
o amor está na experiência transmitida pelos mais velhos aos mais jovens.
O amor está na carícia que as ondas do mar fazem na areia da praia, o amor está no
pequeno pássaro que vive sua vida a trazer alimento aos seus filhotes, o amor está
nos olhos do observador que para por um momento sua caminhada e observa a vida
em seu desenrolar.
O amor está no perfume que exala da flor, o amor está no silêncio do agredido como
resposta ao agressor.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Onde está o amor? O amor está no ato de observar as estrelas numa noite de céu
límpido, o amor está no ato de dialogar consigo mesmo a busca do caminho interior
que nos liberta; o amor está no reconhecimento do quanto somos pequenos face ao
infinito e do quanto podemos fazer, pois possuímos em nós a capacidade de amar e
o amor transforma, transporta, constrói.
O amor está no ato de dialogar com nosso Pai, de deixar em nosso coração espaço
para que este pai se faça presente; o amor está na compreensão de que muito
devemos aprender, que a forma com que o aprendizado se faz é através das
caminhadas, das jornadas que empreendemos em nosso dia a dia, vivenciando as
dificuldades como forma de libertação das amarras que possuímos atadas a nossos
pés.
É fácil amar, basta que fechemos nossos olhos e deixemos que nosso coração
indique o caminho, basta que apaguemos de nosso ser todo sentimento árido que
impede que a flor do amor germine, pois a semente já foi semeada e está à espera
que a condição ideal se faça para que ela venha à tona e bons frutos possa trazer.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
A cada novo amanhecer um novo dia se faz a nossa frente, novas perspectivas,
novas esperanças, nova possibilidade de adquirir conhecimentos e melhorar nossa
verdade. A cada manhã um novo caminho se faz em nós ou se faz a nossa frente; é
a continuidade do caminho percorrido no dia anterior.
A cada passo em nossa longa jornada, a cada pensamento que vem numa sucessão
infinita de pensamentos, uma nova descoberta, um novo horizonte, uma nova
morada para um novo ser que nasce pensamento após pensamento.
As verdades são como páginas de um livro. Um livro aberto a nossa frente nos traz
uma verdade na página que nossos olhos veem. Viramos a página, novas
verdades, novas possibilidades, um novo contexto na nova página em que
depositamos nosso olhar.
O rio faz o seu caminho em direção ao oceano, mas as águas que compõem o rio
hoje não são as mesmas águas que compunham o rio no dia de ontem; ocorreu uma
renovação. Do mesmo modo, as nuvens que cruzam o céu hoje, não são as
mesmas nuvens que compuseram o céu no dia de ontem.
O ser que conheço como sendo eu, a minha individualidade, o personagem que
através de meus pais veio a este plano, também necessita de renovação e deixar-se
levar tal qual as nuvens pelo sopro dos ventos, que em nosso caso, o sopro dos
ventos é representado pela vivência de nossas experiências e através de novos
conhecimentos absorvidos com estas novas experiências.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quantas manhãs me restam nesta existência? Quantos dias ainda viverei neste
palco ou em outros palcos? E em quantos destes dias repetirei as verdades de
ontem?
Há tanto o que descobrir, há tanto com o que sonhar, há tanto o que amar, existem
tantos lugares para onde ir, existem muitos viajantes em muitas jornadas e caminhos
que podemos conhecer, existe tanta experiência e conhecimento em nós que
podemos compartilhar com outros, há tanto o que observar em nosso caminho,
existem tantas flores ao nosso redor; mas como poderemos observá-las se nossos
olhos, hoje como ontem, olham na mesma direção?
Como poderemos amar se nosso coração, hoje como ontem, continua ocupado com
tantas verdades e sentimentos substituíveis?
Enfim, quais são nossas verdades? Que roupas vestimos hoje? Com que roupa me
apresentarei amanhã? Nosso caminho é nossa jornada e nesta jornada levo comigo
minha bagagem, e a mala é pesada; mas, se em algum momento eu fizer uma
pausa em minha jornada, abrir a mala e avaliar seu conteúdo, avaliar os bens que a
duras penas carrego e considero valiosos, qual será o resultado da análise?
Concluirei que tudo o que carrego na bagagem é realmente valioso e, mesmo que
pesado, vou continuar ferindo minhas mãos e meu corpo no esforço de carregar tal
bagagem?
Num outro foco, meus sonhos ou aspirações. Todos nós possuímos nossos sonhos,
nossas aspirações e expectativas e estes sonhos são reformulados sempre que
avançamos em nossa caminhada, sempre que conseguimos substituir uma verdade
antiga por uma nova verdade.
Podemos avaliar nossos sonhos, hoje estes sonhos são os mesmos sonhos que
possuíamos a um determinado espaço de tempo no passado? Se isso ocorre, por
que ocorre? Qual é a qualidade destes sonhos?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
A vida é um constante exercício que mede nossa capacidade de fazer alguma coisa,
tal qual o esportista que constantemente mede sua capacidade de fazer, procurando
fazer hoje mais que ontem, levantar hoje mais peso que conseguiu levantar ontem,
ou correr mais rápido hoje do que correu ontem. Se o esportista não se mantivesse
concentrado em seu objetivo de melhorar sua performance, não conseguiria ir mais
rápido e rapidamente seria deixado para trás por todos os demais esportistas que
conseguiram manter seu foco e melhorar a si mesmos.
Ontem, acreditávamos que a terra era plana, que não existia mais nada além de
determinado ponto. Ontem, alguém não se deu por satisfeito por utilizar apenas a luz
das chamas do lampião e foi em busca de alternativas.
Ontem, alguém não se deu por satisfeito em não poder voar como os pássaros e foi
em busca de seu objetivo, e assim tantos outros foram em busca de algo. Não
precisamos ser os descobridores de algo revolucionário, mas podemos sim procurar
conhecer melhor a nós mesmos, procurar deixar a poltrona da sala e ir além, mais
além de nosso quintal.
É uma questão de começar, penso o que penso, mas por que penso o que penso?
Sinto o que sinto, por que sinto o que sinto? Meus sonhos, estes são meus sonhos,
mas de que são constituídos estes sonhos? Onde estes sonhos me levam? O que
sou obrigado a fazer para realizar estes sonhos? E enfim, estes sonhos são meus ou
a mim vieram de outros horizontes? E meus valores, quais são meus valores em
primeiro lugar e em segundo lugar, por que carrego comigo tais valores? E mais uma
vez, estes valores são meus verdadeiramente ou foram “importados”; carrego
valores a mim impostos por outros viajantes?
Ir além, voar mais alto, ir até o sol sem se importar em derreter as asas, pois não
estarei usando asas de cera. Unir-me ao universo, compreender a complexidade e
ao mesmo tempo a simplicidade da vida, abrir espaço em meu ser, em meu coração
para que meu Pai habite meu interior, abrir em meus olhos a condição necessária
para que eu possa observar as belezas infinitas, simples e singelas que se fazem
todos os dias à minha janela.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
E o hoje? É comum a muitos viajantes, no ato de viver o hoje, trazer consigo magoas
e outros sentimentos que causam peso e perturbam o desempenho do viajante. É
comum mais ainda, além de trazer consigo os pesos de ontem, acrescentar mais
alguns criados pelas preocupações com o amanhã e, desta forma, sobra pouco
tempo que viver o hoje.
Sem nenhuma dúvida que o ontem, o hoje e o amanhã estão interligados, pois
existe algo que os une, o nosso ser, a nossa individualidade. Sem nenhuma dúvida
que não devemos esquecer completamente as experiências de nosso ontem, os
aprendizados e as dificuldades. Do mesmo modo não devemos viver hoje como se o
amanhã não existisse, devemos hoje investir no amanhã; mas tão importante quanto
aos demais existe o presente e devemos procurar viver da melhor forma este
presente, mesmo porque desta forma, estaremos investindo em nosso amanhã.
Se desvincular destas preocupações, confiar, acreditar, ter fé, fazer o melhor que
possamos fazer hoje, não importa o que estamos nos propondo a fazer, mas se nós
propomos a fazer, que façamos o melhor que pudermos. E por que fazer o melhor?
Fazer o melhor pelo próprio ato de fazer o melhor e melhorar a si próprio, fazer o
melhor para sentir-se bem consigo mesmo, fazer o melhor para admirar a própria
criação, mas fazer o melhor sem esperar que em contrapartida recebamos elogios
ou qualquer outra forma de pagamento ou reconhecimento, mas fazer o melhor pelo
melhor.
Viver o hoje, nosso tempo de hoje está tão escasso, tão curto, somos obrigados a
cumprir inúmeras exigências e obrigações que nos são impostas ou que nos
impomos. Neste turbilhão de acontecimentos e necessidades, num turbilhão de
emoções que se fazem em nosso ser, no turbilhão de verdades e mais verdades que
de todos os lados nos são impostas, ou no oceano de dificuldades e maldades que
encontramos em nosso dia-a-dia. Necessitamos encontrar uma forma de não nos
deixar envolver por tudo isso, cumprindo nossos compromissos, mas, ao mesmo
tempo, encontrando um tempo para o equilíbrio, para a serenidade, para o estudo de
nós mesmos, de nossos sentimentos, de nossas verdades.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Viver o hoje com sentimento e mesmo no turbilhão de tantas coisas a nossa volta,
que o sentimento possa ser de carinho, de amor e suavidade.
Viver o hoje conscientes que auxiliamos a criar todo este turbilhão, assim como
podemos auxiliar em seu processo de dispersão com o nosso equilíbrio e com o
nosso exemplo. O exemplo, tanto o bom exemplo quanto o mal exemplo são
seguidos por outros viajantes que estejam próximos. O amor ou o desamor são
contagiosos; se nós manifestarmos amor, logo outros viajantes, ao seu modo,
passam a manifestar o amor. Esta é uma bela forma de viver o hoje e ao mesmo
tempo investir no amanhã.
E antes que alguém possa responder, “Sou fulano de tal”, alertamos que, além desta
resposta que é fácil de ser dita, devemos avançar mais a fundo no questionamento
de quem somos ou de quais são nossas verdades, assim como quanto a bagagem
que carregamos.
Viver o hoje sem carregar o peso do ontem ou o peso do amanhã, viver o hoje sem
carregar o peso das buscas às respostas que muitas vezes não vêm ou não nos
parecem ser as que esperávamos, mas viver o hoje consciente que necessitamos
caminhar em busca do conhecimento, do próprio conhecimento; viver o hoje
caminhando para o próprio interior.
Viver o hoje em harmonia consigo mesmo, com nossos valores e verdades, viver o
hoje em harmonia com nossas aspirações para o amanhã; viver o hoje dentro de
nossa capacidade e da disponibilidade de realização que o palco onde nos
encontramos nos propicia.
Viver o hoje por uma bela noite de sono sem o peso em nossa consciência por algo
de bom que poderíamos ter feito e não fizemos ou por algo que fizemos e não
deveríamos ter feito.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Passamos por muitas experiências, por muitas vidas, por muitos choros e alegrias,
mas vivemos estas experiências com freqüência, muitos distantes de nós mesmos.
Viver o hoje, sem carregar os pesos já relatados acima; mas viver o hoje em busca
de uma melhoria íntima de um conhecimento melhor de si mesmo a ponto de
podermos responder a pergunta: Quem sou eu?
Viver o hoje contemplando o horizonte que se faz a nossa frente, viver o hoje
avaliando sim o terreno que caminhamos até chegar ao ponto em que nos
encontramos, viver o hoje sim, planejando, mentalizando, criando em nosso ser o
caminho e o horizonte que teremos amanhã.
Viver o hoje com simplicidade, com humildade, com riqueza de bons sentimentos e
pensamentos, viver o hoje sendo o construtor de nossa morada no amanhã.
Viver o hoje consciente que logo mais adiante encontraremos a porta que nos
conduzirá a um caminho mais alegre, feliz, mais suave e onde já não existiram
tantas duras exigências e provações.
O que podemos fazer hoje? Podemos procurar melhorar nossa condição de vida,
nosso entendimento, nossas verdades, nossa suavidade. Possuímos em nós a
capacidade de amar, possuímos em nós a capacidade de transformar o dia
tempestuoso num dia radiante e iluminado, um dia de esperança e amor, basta que
criemos em nós a predisposição de melhorar a si próprio. Basta que criemos em nós
o hábito de fazer a leitura da vida, de nossos pensamentos, de nossas emoções e
ainda, que nos habituemos a ouvir nosso coração.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Ouvimos que devemos nos preocupar com o hoje, viver o hoje esquecendo o ontem
e não se importando com o amanhã e isso é verdade, o ontem já passou e ele deve
vir a nós somente como fonte de aprendizado para que o hoje seja melhor vivido e
para que o amanhã seja melhor. Agora, quanto ao amanhã, não sabemos onde
estaremos e nem como estaremos. Se hoje nos preocuparmos demasiadamente
com o amanhã, acabaremos não vivendo o hoje.
Apesar disso, o amanhã é importante em nossas vidas, devemos sim nos preocupar
com o amanhã, mas sem que com isso deixemos de viver o hoje. Devemos nos
importar com o amanhã fazendo hoje o melhor que possamos fazer para melhorar a
nós mesmos neste dia e certamente, agindo da melhor maneira possível hoje;
amanhã seremos recompensados como uma melhor condição de vida.
Não importa se caímos ou se erramos, estamos aqui para cair, para errar, para
chorar, é assim que aprendemos, é assim que nosso Pai provoca o despertar do ser
divino que habita nosso interior. Somos ainda imperfeitos, falhos, mas se
mantivermos nossa disposição focada no aprendizado, na certeza que poderemos
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
ser melhor amanhã em relação a hoje, se nosso coração estiver cheio do melhor dos
sentimentos, do amor, da alegria de viver, se nosso coração possuir a vontade de
superar, nossas mãos estarão estendidas em direção ao nosso Pai e Ele, por sua
vez, atenderá nosso chamado e caminhará ao nosso lado, caindo conosco quantas
vezes forem necessárias, mas no momento seguinte, Ele estará fazendo tudo o que
for possível para nos auxiliar a levantar, e o “possível” é segundo nossa capacidade
de fazer e compreender.
Como construir um amanhã melhor? Vivendo o melhor hoje, vivendo na luz a cada
instante, vivendo longe dos pontos de escuridão encontrados ao largo do caminho e
em nosso coração, extirpando de nosso ser os pensamentos de egoísmo, de inveja,
de rancor ou de qualquer forma de violência.
Como construir um amanhã melhor? Semeando belas flores hoje. E o que significa
plantar belas flores? Além de plantar e admirar nossas companheiras, as flores com
suas belas formas e aromas, plantar uma flor significa auxiliar um companheiro,
significa fazer a este companheiro o que gostaríamos que nos fosse feito por
alguém, plantar flores significa, por um instante, suspender nossa caminhada e
auxiliar um companheiro viajante e retirar do caminho dele uma eventual pedra ali
encontrada.
Plantar belas flores significa regar o jardim para que as sementes ali lançadas
encontrem o clima necessário ao seu desenvolvimento e regar o jardim, significa
manter em nós os melhores pensamentos, pensamentos de doação, pensamentos
de amizade desinteressada, pensamentos de amor, pensamentos iluminados, gerar
estes pensamentos e direcioná-los a todos os campos ao nosso redor, pelo simples
prazer em presenciar tantas e tantas plantinhas desabrochando.
Plantar flores ou regar o jardim, ou investir num amanhã melhor, significa auxiliar a
outrem a encontrar em si motivos para sorrir.
Eis o caminho para o amanhã, nosso coração. Nosso coração ainda traz em si
marcas do passado, ferimentos e sentimentos muitas vezes ocultos a nossa
consciência presente, mas estes sentimentos estão presentes e estarão ausentes,
se trabalharmos para que esta ausência se faça. E a ausência destes sentimentos
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Nos chegam sem interrupção o som, o barulho, sons dos veículos se deslocando,
sons de pessoas a conversar, sons de músicas, o som de nossa voz. Encontramos
pessoas que não conseguem estar por apenas um instante em silêncio, pois o
silêncio as incomoda.
O silêncio é energia que nos alimenta, que nos dá forças e nos leva adiante, o
silencio é a fonte de fortalecimento de nossos alicerces. É no silêncio de nossos
pensamentos que nosso Pai nos fala, é no silêncio de nossos pensamentos que
avaliamos o caminho percorrido até o ponto em que nos encontramos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Por que o silêncio? O silêncio nos fortalece, permite que nós nos encontremos, e ao
nos encontrarmos, crescemos como seres.
Existem diferentes modos de viver a vida. Podemos, por exemplo, viver a vida como
se fôssemos uma pequena folha de árvore que cai na superfície do rio e segue
sendo levada rio abaixo, sem ter como influir em seu próprio caminho ou sem
perceber o cenário às margens do rio. Podemos viver a vida como que “passando
pela vida” ou podemos questionar a vida, podemos voltar no tempo e à idade infantil
dos “Porquês”.
Praticando o silêncio, podemos sentir o nosso corpo, podemos sentir nossa energia,
nosso mundo interior. Com a prática do silêncio podemos aprender a ver as
mensagens que os olhos de nossos companheiros de viagem expressam, podemos
aprender a ler as palavras que muitas vezes não nos são ditas por aquele que está
ao nosso lado.
Com o silêncio, poderemos perceber que ao nosso lado, muito próximo, existe
alguém necessitando de auxílio, estendendo as mãos em nossa direção, clamando
por algo que possuímos e poderemos ofertar.
Praticando o silêncio, poderemos ouvir nosso Pai falando a nós através de nossas
próprias experiências, ou através de nossos sentimentos, sentimentos contidos e
manifestados por nosso amigo coração, ou nosso Pai nos fala através das
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Estar com as flores e sentir as flores próximas a nós, nos deixar acariciar pela
singela e bela flor, sentir seu aroma, nos deixar conduzir ao mundo das flores, dos
córregos, dos lagos, dos mares a acariciar as areias das praias, seguirmos unidos
como um só ser com o vento percorrendo os campos e montanhas, observar o
pássaro que plana no alto, ou podemos ir mais longe ainda e nos unir ao sol a
aquecer o sistema. Podemos realizar cada um destes fatos, e podemos realizá-los
se aquietarmos nossa mente, se deixarmos nos envolver pelo silêncio e se
deixarmos ser conduzidos pelo pensamento.
Sentir toda energia, benéfica e maravilhosa energia que vem a nós como um manto
protetor a nos envolver, que higieniza e fortalece, renova as energias de cada célula,
de cada átomo constante em nosso ser.
Estar com nosso Pai, sentir este Pai próximo ao nosso ser, sentir este Pai em nosso
interior, abraçá-lo, nos deixar envolver por seu carinho, por seu amor, nos deixar
envolver pelo amor do Pai por seu filho.
O silêncio nos conduz, o silêncio cria, nos transporta, nos mostra; o silêncio permite
que ouçamos as mensagens ou pensamentos que estão em nosso interior, mas
teimamos em não ouvir. O silêncio permite que nossos companheiros viajantes
expressem suas mensagens e com estas mensagens poderemos nos conhecer
melhor.
Através do silêncio a vida nos fala, e como é bom ouvir a vida, e como é bom ouvir o
vento, ouvir os pássaros, ouvir as flores nos cumprimentando a cada manhã, ouvir
as gotas de chuva nos cumprimentando à sua passagem.
A vida é um livro que requer uma constante leitura, a cada passo, a cada
pensamento, a cada dia que finda ou que começa, a cada palavra que não foi dita, a
cada sentimento contido, a cada magoa que geramos e que nosso companheiro
viajante não manifesta; temos uma leitura a ser realizada. As leituras nos trazem
conhecimento, o conhecimento cria em nosso ser as oportunidades de
discernimento e a correta decisão nos leva a galgar um degrau mais elevado em
nossa história e em nosso caminho.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Enfim, o silêncio é paz, é equilíbrio em meu ser e é o equilíbrio de meu ser com os
demais seres da criação; o silêncio é a porta aberta para um novo e próspero
caminho. O silêncio nos conduz, nos aconselha, nos protege dos males do caminho;
o silêncio impede que, em minha ignorância, eu magoe meu semelhante. O silêncio
permite que meus olhos, meus gestos e ações falem por mim mais que minhas
palavras.
101
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
É comum encontrarmos pessoas que gostam de falar, pessoas que sabem falar,
mas será que conhecemos muitas pessoas que sabem ouvir, pessoas que se
disponibilizam a ouvir?
Um ditado diz que ouvir é uma arte. Se nós saíssemos de casa num determinado dia
com a firme determinação de encontrar pessoas que pratiquem a arte de ouvir, será
que nós obteríamos êxito em nosso propósito?
É comum que, quando alguém nos fala algo, que nós nem aguardemos que a
mensagem seja inteiramente dita, mas logo em seu meio, nós já achamos que
captamos a íntegra da mensagem e já firmamos nossa opinião a respeito do foi dito
ou a respeito do que achamos que foi dito e deixamos de ouvir a continuidade do
relato.
E quanto ao processo de falar, é comum que nós não falemos o que gostaríamos
de falar. Num determinado instante falamos no vermelho, mas estamos pensando no
verde, ou gostaríamos de estar falando no verde.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Mas, acima de tudo, é importante que ouçamos o que as pessoas não estão dizendo
com palavras. Os gestos, o olhar, a tristeza, a alegria, os sentimentos das pessoas;
enfim, existem outras formas de comunicação que falam muito mais que as palavras
que são ditas.
Numa sociedade agitada, onde o tempo fala mais alto que qualquer outra coisa,
numa sociedade onde este tempo nos lembra sempre que existe algo urgente
necessitando de nossa atenção.
Nos encontrar, como poderemos nos conhecer sem que nos encontremos? Como
poderemos nos encontrar sem nos ouvir, refletir sobre nossas verdades, nossos
sentimentos, sobre aquilo que falamos e sobre aquilo que não falamos.
Como poderemos nos conhecer sem nos encontrar? Como poderemos nos avaliar
sem nos conhecer, sem conhecer nossos limites e nossa capacidade de amar, de
criar, de transformar o deserto em belo campo florido?
Como poderemos realizar estas importantes tarefas, sem nos aquietar por alguns
instantes? Como poderemos aprender se não prestamos atenção às tarefas que
estão sendo realizadas por nós e por nossos companheiros de jornada?
Como poderemos nos alegrar se não sabemos o que nos alegra? Se não sabemos o
que é alegria? E como saberei da alegria se não me aquieto e reflito sobre ela?
Como poderei saber e sentir o grande prazer de auxiliar meu semelhante se não
ouço o que ele diz ou se não ouço o que ele não diz?
Como poderei avaliar minha vida e minha caminhada se não me aquieto para ouvir
minhas próprias razões, minhas emoções e minhas frustrações?
103
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
O divino prazer de ouvir, o divino prazer de poder fechar os olhos, ouvir os sons ao
nosso redor, ouvir o canto de pequeno pássaro numa árvore próxima, ouvir o vento
que acaricia nosso corpo. Há tanto que podemos ouvir e existem locais maravilhosos
em que poderemos estar, se nos colocarmos em situação de deixar que nossa
mente nos conduza.
A vida nos fala constantemente, nosso coração nos conduzirá sempre pelo caminho
mais adequado, nosso coração sempre terá bons conselhos a nos dar, e além disso,
temos muito a falar a nós mesmos e acreditamos que nós somos importantes para
nós mesmos e se nós não nos ouvimos, ouviremos a quem? Caminharemos por
quais caminhos?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Aos nossos olhos pode existir a beleza, a luz e se assim é, em nosso coração
poderá existir concomitantemente muita paz, mas aos nossos olhos, podem existir
ao contrário de beleza e luz, tristeza, dores, dificuldades, choros, agonias e
lamentações.
Diz-se que a beleza está nos olhos de quem a vê, e esta é a verdade, se possuímos
a beleza em nosso ser, em nosso coração, nossos olhos conseguiram perceber,
além das dificuldades naturais deste palco, suas belezas que também existem e
fazem muito bem a aqueles que as percebem.
Podemos ter a cada instante, neste instante assim como no instante seguinte, uma
série de verdades; vivemos por nossas verdades e estas verdades vão sendo
substituídas à medida que a jornada de cada um se faz, à medida que o horizonte a
nossa frente vai se modificando, podemos, ou devemos avaliar tantas verdades que
nos são apresentadas e comparar com nossas próprias verdades, e de quando em
quando, substituir uma de nossas verdades por outra que melhor que adapte a
nossa realidade.
Uma das verdades que podemos avaliar, é a que somos responsáveis por nossos
caminhos, nosso Pai nos concede o necessário para que nosso aprendizado
aconteça, para que vençamos cada dificuldade que se fizer ao longo de nossa
jornada. Sempre que desejarmos ou sempre que sentirmos que estamos
necessitando de auxílio, o auxílio estará a nossa disposição, se solicitarmos e se
tivermos feito por merecer.
Mas enfim, uma das verdades ou realidade que podemos avaliar é de onde vivemos
e como vivemos hoje, o que fazemos; existe algum motivo que nos trouxe a esta
105
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Se considerarmos o fato que nós caminhamos com nossas próprias pernas e desta
forma, nos conduzimos ao ponto onde nos encontramos, podemos afirmar que
exista um responsável por eu estar onde estou que não seja eu mesmo?
Outra verdade que podemos considerar e tê-la como adequada é a de que nosso
Pai é bom e justo, se nosso Pai é bom e justo, não pratica a injustiça. Se nosso Pai
não pratica a injustiça, o que nos acontece hoje ou ainda, o que nos acontecerá
amanhã seria injusto?
Muitas vezes nos referimos a nós mesmos como viajantes, e afirmamos também que
a cada passo, a cada pensamento, a cada gesto de altruísmo, lançamos ao solo
uma semente; semente esta que em algum momento, germinará, frutificará e o fruto
criado nos será apresentado como de nossa responsabilidade.
Algumas outras vezes afirmamos que nossos pensamentos geram energia, nossos
pensamentos geram paz ou ansiedade, ou agonia, amor e sempre que estes
pensamentos geram energias positivas, geram amor, este amor é semeado, e
colheremos amor; e aos nossos olhos, existirá somente o amor, pois esta realidade
estará em nosso interior, nosso ser será constituído de amor, e o amor será
multiplicado, e quanto mais amor nós ofertarmos à vida, mais amor a vida nos
ofertará em sentido contrário, e outros companheiros viajantes também sentirão a
doçura do amor, passarão a também semeá-lo e a colhê-lo, a ofertá-lo e assim, um
novo amanhecer se fará em todas as janelas, e assim um novo ser brilhará. Esta é
uma verdade, verdade que é ofertada e pode ou não ser aceita por nós.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Se me encontro a lamentar, posso não ouvir a mensagem que meu Pai me envia,
que chega a mim, meu coração não a transmite a minha mente; se me encontro a
lamentar, acrescento novas pedras em meu caminho.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quando falamos em paz, nos vem à mente a idéia de guerras há muito disputadas e
conflitos estes que conhecemos bem, assim como conhecemos suas causas e suas
conseqüências. Mas além das guerras de povos contra povos, existem ainda outras
guerras, ou batalhas que são realizadas dentro de nós e ainda outras batalhas
duríssimas que a sociedade nos impõe através, por exemplo, da imputação a nossos
seres de verdades que somos obrigados a aceitar e cumprir.
E assim outras batalhas, ou necessidades que devemos cumprir, como por exemplo,
um carro mais novo, uma casa melhor, uma nova TV e de alta definição, e no final
do ano necessitamos descer ao litoral, e no carnaval... e assim seguimos adiante, de
batalha em batalha. Isso sem falar nas batalhas difíceis algumas vezes encontradas
nos lares.
Também não falamos das terríveis batalhas enfrentadas diariamente nas ruas das
grandes cidades, seja em função da violência ou em função de batalhas por uma
pequena fatia de espaço nas vias de trânsito ou dentro dos veículos de transporte
coletivo.
Propomos uma pequena parada para reflexão de nossa realidade, pausa esta que
vem no sentido de avaliar se o que está sendo dito aqui condiz com o que
conhecemos por nossa verdade.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
É importante que todo ser viva sua jornada, as batalhas diárias podem ser difíceis,
mas fazem parte do processo de aprendizado; somente com seres conscientes
teremos uma noção maior do conceito paz e sua aplicabilidade prática, mas
podemos, apesar disso, procurar não nos envolver em determinadas batalhas que
em nada nos auxiliam, mas ao contrário disso, nos atrasam pois nos trazem mais
peso a ser transportado.
Devemos ter em nós a nossa própria verdade e devemos viver por esta verdade,
devemos questionar a vida quando a vida nos oferta algo, seja bom ou não,
devemos questionar nossas verdades e substituí-las sempre que encontrarmos uma
verdade mais adequada à nossa realidade, ao estágio em que nos encontramos no
processo evolutivo.
A vida é vivida em vários palcos, entre eles, sem dúvida está o palco em que nos
encontramos, nosso lar, nossos familiares, nosso trabalho, nosso estudo e assim por
diante, mas outro palco muito importante é nosso interior. Conhecendo nosso interior
teremos condições de nos fortalecer, de conhecer nossos limites e nossas
capacidades, de conhecer nossas emoções, nossos desejos e frustrações e
conhecendo nosso ser, poderemos avaliar a verdade que o palco exterior nos oferta
e avaliar se esta verdade se aproxima de nossa verdade, poderemos assim fazer
uma seleção e caminhar com maior produtividade.
Muitos caminham com alegria e sorriso na face, de festa em festa, com muitos
amigos e muitas confraternizações, outros com viagens e outras formas de
satisfação assim como muitos outros vivem suas vidas inseridas em palcos de
grande dificuldade, mas, quantos destes viajantes possuem em si a paz? Quantos
conhecem o sentido de paz ou ainda nossa capacidade de possuir a paz em nosso
interior?
Podemos nos comparar a rios: existem rios com águas calmas, tranqüilas, onde a
serenidade e limpidez convidam a um momento de renovação e fortalecimento, nos
levam a reorganização de nós mesmos e existem outros rios onde as águas são
turvas ou ainda outros onde as águas são violentas e a navegação torna-se um
desafio.
A vida que conhecemos é uma vida difícil, seja qual for nossa condição nesta
realidade, pois construímos nossa realidade e somos seres difíceis, mas assim
mesmo esta vida nos oferta prazeres agradáveis, imagens e gestos dignos de serem
mostrados e exibidos a todos, existem corações que amam verdadeiramente e em
109
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
silêncio, existem flores que surgem diariamente com sua beleza ímpar, existe a
inocência da criança a brincar e todas estas situações nos fazem bem, trazem
alegria ao nosso ser, ao nosso coração e ajudam a construir nosso ser e nossa paz.
Fica difícil empreender a jornada quando o caminho por onde seguimos é varrido por
fortes ventos tempestuosos. A jornada será melhor se ela se realizar por caminhos
com brisas suaves, e podemos construir estes caminhos, conseguiremos o direito de
seguir por estes caminhos se melhor compreendermos a nós mesmos, se
acreditarmos que somos capazes da mudança, se alimentarmos em nós o desejo de
estar amanhã trilhando novas planícies, novos palcos. Se assim fizermos, assim
será.
A nós nada é impossível, a nós nada será negado, mas será concedido conforme
nosso merecimento, conforme nossa preparação, conforme nossa estrutura interna
se faça mais forte e preparada.
A paz interior traz consigo uma nova oportunidade de ver a vida, de compreender a
vida. A paz interior nos habilita a ver o amor florindo todos os caminhos e todos os
corações; a paz interior habilita nossos olhos a perceber a vida com outras cores e
traços, e cores e traços mais belos.
A paz interior nos habilita a mais profundamente, amarmos uns ao outros e com este
amor presente em todos os corações, a transformação acontecerá e teremos sim os
primeiros contatos com nosso eu mais profundo, com nossa essência, com nossa
matéria, com a luz, com o amor e com nosso Pai.
A paz interior está ao alcance de todos e temos travado tantas batalhas ao longo de
tantos caminhos que, em algum momento, faremos jus a esta grande recompensa.
Será que em nosso caso já não é chegado este momento?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Se neste instante afirmamos que não nos sentimos em nenhuma das situações
acima descritas, não estamos inconscientes e também não estamos aprisionados,
não existem em nós as necessidades do despertar ou da libertação.
Então, paremos por alguns momentos e voltemos nosso olhar para a sociedade
onde estamos inseridos.Nos encontramos inseridos em vários ambientes; estamos
num ambiente profissional de onde extraímos nosso sustento, estamos num
ambiente composto por amigos em cuja companhia procuramos o lazer,
encontramos o ambiente de aprendizado onde diariamente nos encaminhamos para
aprender e obter nossos certificados, que são importantes ao nosso avanço
profissional.
Encontramos conceitos que nos remetem ao que é correto ingerir e ao que não é
correto, assim como existem os conceitos que nos dizem o que devemos vestir e o
que não devemos vestir, passando por conceitos do que é mal e a este mal, qual a
pena a ser imputada.
Vivemos todos estes conceitos como forma de nos guiar nos relacionamentos
humanos, vivemos estes conceitos como provações aos conceitos que nós
carregamos conosco; é uma forma de avaliação e eventualmente substituição,
melhoria de conceitos e verdades. Este convívio vem em auxílio ao crescimento do
indivíduo, vem em auxílio ao despertar da divindade existente em nosso interior.
Eis nosso despertar. Se somos filhos de nosso Pai, se temos nosso Pai como Deus,
somos também Deuses, possuímos em nós a divindade que nos é característica
como filhos deste ser.
111
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Se somos filhos deste ser, por que não vivemos nossa divindade? Por que ainda
não compreendemos a razão da vida e de tantas dificuldades que, não apenas os
demais, mas nós também vivemos?
Caminhamos, somos viajantes, por muitas vezes esta afirmação foi apresentada
neste trabalho, mas enfim, se viajo, venho de onde e sigo em que direção?
Vivemos ainda como se aos nossos pés estivessem presas grandes correntes,
oferecendo um grande peso ao avanço.
Ainda sob outro aspecto, podemos nos remeter ao amor. Tantos, por tanto tempo e
de diversas formas têm falado em amor, na necessidade de amarmos uns aos
outros, mas mesmo assim, não conseguimos em nossa verdade atual, viver e sentir
o amor em sua plenitude.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Se deixarmos que nossa mente nos leve a locais onde existem dificuldades,
poderemos perceber locais onde jovens ou velhos encontram-se vítimas de suas
próprias experiências, vítimas de seus ferimentos sejam eles quais forem, mas
sofrem suas dificuldades.
Voltando ao início deste tópico, posso não estar preso atrás de grades, posso estar
desperto, mas estou preso a muitos fatos difíceis, que, com alguma ajuda, deixariam
de existir. Posso não estar adormecido, mas estou inconsciente da existência de
muitas dores que se fazem ao meu lado ao longo de todo o caminho.
Uma das mais difíceis jornadas a realizar é a jornada empreendida pelo interior de
nossas emoções, a jornada que avalia cada uma de nossas verdades, cada um de
nossos receios, uma jornada que avalia cada um dos atos praticados até então, uma
jornada que procura estabelecer a melhor rota para os trechos que ainda estão por
vir.
Despertar significa perdoar sem ter o receio que aquele que nos agrediu fique
impune, mas perdoar com a consciência que o fazendo, tiramos de nós mesmos um
grande peso e deixamos que nosso Pai ou a própria vida providencie ao nosso
agressor a oportunidade de compreender o erro cometido.
113
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Somos capazes de, ao longo de nosso caminho, semear apenas flores, as mais
belas flores?
Somos capazes de fechar nossos olhos e deixar que a vida venha até nosso ver,
através de seus ruídos, através do canto dos pássaros, através do vento a afagar as
folhas das árvores, através dos aromas que a vida nos oferta?
Somos capazes de deixar nosso corpo e, tal qual a gaivota, voar mais e mais alto
até o ponto onde as estrelas tocam o céu?
Se ainda não somos capazes de realizar estes atos, que saibamos que trabalhando
nosso ser, nossas verdades, realizaremos nossa libertação, realizando nossa
libertação das coisas terrenas, estaremos nos libertando, estaremos despertando a
divindade que existe em nós, e estaremos voando muito mais longe e trazendo à
tona toda a luz que existe em nosso ser.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Mas é fato que nem sempre nossos olhos nos mostram a realidade. É fato que
existem dificuldades em todos os locais e sob diversas formas. Existem problemas
maiores e problemas menores, mas eles existem. Podemos viver momentos de
calmaria, mas num momento subseqüente lá estão nossos companheiros, os
problemas. Ou será que podemos afirmar que aqui, no palco em que nos
encontramos, existe ou existem pessoas que não possuem problemas?
Por fim, a questão da solução destes problemas ou dificuldades sejam elas quais
forem, como solucionar ou onde podemos encontrar a solução para eles? Será que
se solicitarmos ao nosso Pai, ele solucionará nossos problemas? E se pensamos
que sim, por que nosso Pai teria a obrigação da solução de nossas questões?
O ser humano tem como característica o comodismo, ou de outra forma, tem como
característica o ato de não fazer, se não for necessário, sem querer generalizar esta
característica. Se tivéssemos a opção de passar 5 meses de férias por ano, é
possível, que pelo menos no primeiro momento, fizéssemos esta opção. Existem
dentre nós os que são chamados a pensar, a criar, a buscar novos fatos, a ir além,
como que por impulso ou somente porque podem fazer isso; mas existem também
aqueles que optam por não consumir suas energias, se não for absolutamente
necessário.
115
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Seguindo nesta linha de pensamento, podemos imaginar, num exemplo onde não
houvesse dificuldades, onde não necessitássemos de trabalho, onde não
necessitássemos experimentar nossa capacidade de amar, numa situação onde as
coisas viessem a nós assim que pensássemos nelas. Se existisse esta realidade,
como nós seríamos?
Nosso Pai nos criou assim como criou todas as coisas que conhecemos e muitas
que nós desconhecemos. Nosso Pai também nos concedeu a capacidade de
superar. Se somos filhos deste Pai, possuímos em nós suas características, também
somos deuses, mas deuses em processo de autoconhecimento e este auto-
conhecimento desenvolve-se através da vivência das experiências no dia a dia.
As dificuldades de nosso caminho são como provas que devemos realizar após um
período de estudo; se superamos estas provas, passamos a um novo nível, novos
estudos e novas provas, até que chegado o dia, nos graduamos.
Mas enfim, tratando somente das dificuldades e retornando ao título do item, onde
podemos encontrar a solução?
Vivemos a dificuldade muitas vezes envoltos pela emoção que a própria dificuldade
provoca; mas se vencermos a emoção, se respirarmos mais profundamente e
caminharmos internamente, se procurarmos nosso amigo e irmão, nosso coração,
se elevarmos nosso pensamento ao nosso Pai, não solicitando que Ele solucione
nossa dificuldade, mas solicitando o apoio, o discernimento, a calma, a luz
necessária para que percebamos o caminho correto, a solução será encontrada e
venceremos qualquer que seja a dificuldade.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
E amar não é tão difícil ou impossível como alguns podem pensar; para amar, basta
criar em nós a opção do amor, basta que tomemos a decisão pelo amor e o amor
nascerá naturalmente. Para amar, basta que deixemos de cultivar em nós o
desamor, basta que deixemos de buscar a solução de nossos problemas em outros
viajantes, em nosso Pai ou ainda a lamentação ou o sentimento de injustiça que
venhamos a sentir.
E por que semear a mais bela das flores? Se desejarmos caminhar por entre flores,
por entre belos jardins, cabe a nós a semeadura do jardim.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Quando nos propomos a realizar a caminhada, nos colocamos na linha inicial onde
os caminhos começam e, se neste instante, olhamos à frente, não encontramos
caminhos predefinidos, olhamos à frente e avistamos um imenso campo, com
montanhas e todos os demais componentes da natureza, mas não encontramos
caminhos já definidos.
É certo sim que existem questões básicas que envolvem a todos os filhos de nosso
Pai indistintamente, como se nós todos tivéssemos que passar por determinados
pontos obrigatoriamente, mas além disso, a caminhada é livre.
Do mesmo modo é certo que somos criaturas difíceis de lapidar; nosso aprendizado
acontece como o ferro em brasa, que passa pelo calor do fogo, pelas batidas do
ferreiro até estar conforme desejado.
Podemos imaginar nossa verdade ou nossa realidade com o horizonte que temos à
frente a cada novo dia que amanhece. Se, do ponto em que me encontro, olho
adiante, descreverei um quadro; este quadro, neste instante, é minha verdade.
E assim, num suceder de novos dias e novos horizontes, novas verdades nos são
apresentadas e novas realidades são fixadas em nosso ser sem que a verdade de
hoje faça com que a verdade de ontem deixe de ser verdade. A verdade de ontem
pode não ser mais verdade hoje, mas ontem era a verdade que conhecíamos e
118
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
daquele ponto em que nos encontrávamos, era aquele quadro que conhecíamos,
não pode, portanto, ser tida como inverdade.
Ontem, o ato de desmatar a floresta, o ato de ir adiante e abrir novos caminhos, abrir
novos locais para a plantação e colheita era uma verdade, era bem visto e
necessário; hoje, se encontramos um desmatamento, já não o olhamos com bons
olhos, ao contrário, a sociedade em sua maioria, observa o ato de desmatamento
como um ato de destruição do planeta que nos mantém.
Quando nos voltamos para o bem e o mal, o mesmo raciocínio não pode ser
empregado? Atualmente, o que é o bem e o que é o mal? E como eram os conceitos
de bem e mal nos palcos passados ou ainda, como serão os conceitos de bem ou
mal nos palcos futuros?
Ainda mais, cada indivíduo, cada filho de nosso Pai é um imenso universo a ser
explorado, cada indivíduo a cada passo de sua caminhada possui uma verdade e se
imaginarmos quantos nós somos, podemos imaginar a infinidade de verdades que
orbitam a sociedade.
Existem os conceitos de bem ou mal que esta sociedade impõe e estes conceitos
são necessários para que cada indivíduo e cada coletividade tenham noções de
seus limites de atuação; mas é importante que cada indivíduo tenha em si o seu
conceito de bem ou de mal. É importante que cada ser formule o seu conceito,
sempre procurando ouvir seu próprio coração, procurando encontrar em seu interior
os sentimentos natos vinculados ao amor e, com estas ferramentas, criar seus
conceitos, mas lembrando sempre que necessitamos viver em comunidade.
Devemos formular nossos conceitos, mas devemos seguir as regras do bem viver,
as regras do amor ao próximo, as regras de conduta que a sociedade impõe.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
O que é o bem e o que é o mal? Como podemos definir cada um destes conceitos?
Ou ainda, por que as pessoas praticam o mal quando é tão agradável praticar o
bem? Seguindo nesta linha, por que jogamos papéis no chão sem nos preocupar
com a higiene do ambiente? Ou por que decidimos levar conosco um determinado
produto da loja sem pagar por ele, quando a oportunidade surge? Ou mais, por que
decidimos levar vantagem em algum momento do caminho, mesmo que isso
signifique que alguém ficou em desvantagem naquele momento? E podemos ainda
levantar outros pontos polêmicos, como a pena de morte imposta a indivíduos que
quebraram determinadas regras da sociedade.
Existe sim uma verdade que podemos considerar. Sempre que nós praticamos o
bem, nós nos sentimos melhores enquanto indivíduos, nos sentimos como alguém
que cumpre sua obrigação, nos sentimos mais leves e na mesma linha, a prática
sucessiva do bem, trará a nós o bem.
Continuando nesta linha de pensamento, sempre que nós nos dedicarmos a buscar
novas verdades, sempre que procurarmos melhorar nosso conceito de bem e nossa
verdade, mesmo que no primeiro instante sintamos que não fizemos um grande
avanço, nós estaremos sim avançando, pois fortalecemos em nós o desejo de
melhorar e o fortalecimento deste desejo cria as condições necessárias para que o
auxílio chegue a nós.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
O ato de doar pode ser dito como o ato de transferir a outra pessoa algo que nos
pertence, ceder a alguém algo que nos pertence.
Quando falamos em ceder algo a alguém, estamos falando de algo que possuímos e
que podemos disponibilizar. E o que possuímos nós que possamos ceder? Que
espécies de bens podemos disponibilizar?
Se tomo a decisão de não doar, seja o que for, a decisão da “não doação” não será
cobrada de mim por ninguém. A cobrança poderá vir no futuro quando
eventualmente possamos estar vivendo situações que nos remetam aos atos
praticados no passado.
O ato de doar, e não importa o que estamos doando, se bens materiais ou bens
imateriais, o ato de doar requer amadurecimento.Passamos a doar ou a doar-nos
quando atingimos determinado grau de amadurecimento que nos possibilita a
doação.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Podemos sim seguir nosso caminho mantendo em nós todos os bens conseguidos,
acumulados no passado, sem o exercício da doação ou compartilhamento; mas com
o avanço da jornada, vamos compreender que poderemos possuir todos os bens
desejados ou possíveis de serem possuídos, mas mesmo assim, nossa busca
continuará, pois estaremos sempre sentindo a falta de alguma coisa, de algo que
nos complete como seres, e nossa busca continua, e continua, e novas aquisições
poder ser feitas, mas fica sempre a sensação de que algo está faltando.
E o que estaria faltando a este ser que possui muitos bens? Podemos possuir
muitos bens, mas se não possuímos o espírito de solidariedade, se não possuímos
em nós o significado da amizade, se não possuímos a leveza em nosso coração, se
não possuímos o poder de confiança no próximo, se não possuímos a capacidade
de auxiliar e de nos deixar ser auxiliados, estaremos caminhando sozinhos, teremos
todos os bens possíveis, mas nos faltará o espírito humanitário; é como se nós não
possuíssemos a nós mesmos, como se os bens materiais nos possuíssem e não ao
contrário, nossa jornada será uma jornada sem rumos ou objetivos.
E o que podemos doar? O que mais falta em nossa sociedade? Podemos olhar para
a realidade que está ao nosso redor todo dia e perceber o que mais falta à
sociedade e perceberemos que podemos seguir adiante doando gentileza,
educação, tempo para o diálogo, mas um diálogo que acrescente, podemos dar
atenção aos nossos companheiros de lar, nosso esposo, nossa esposa, nossos pais
ou filhos.
E algo interessante para se pensar, o que falta, não apenas à sociedade, mas
principalmente a nós mesmos é algo de vital importância para qualquer um em
qualquer trajetória. O que não concedemos a nós mesmos é o tempo para refletir
sobre nossos passos e nossos pensamentos.
Não nos doamos tempo para buscar nos compreender, conhecer nossas verdades,
nossos medos. Não nos concedemos tempo para analisar nossa própria caminhada
e muitas vezes não concedemos tempo a nós mesmos nem para ouvir nossos
pensamentos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
A prática da doação não significa tirar algo de nosso armário, algo que está
sobrando e incomodando e doar a alguém de passagem por nossa porta. Se esta for
nossa prática sem a compreensão do sentido do ato, se praticamos a doação como
alguém que cumpre uma obrigação e desta forma reserva para si próprio um
amanhã melhor, na verdade não estará fazendo nada além de limpar seu próprio
armário.
Cada um de nós é livre para ir e vir, para pensar e praticar conforme seus próprios
pensamentos, somos livres para nos doar, se sentimos isso em nós. Se não
sentimos isso em nós, ainda não será chegado nosso tempo, mas mesmo que este
tempo não tenha chegado, que nos preparemos então para compreender o
verdadeiro ato de doação e a verdadeira gratificação, a verdadeira alegria que é
doar um pouco de si mesmo a outrem.
Não muito longe de nós existe alguém que necessita de algo e nem sempre este
algo é material; ao contrário, as coisas materiais são fáceis de ser obtidas, mas
quando a necessidade é de amor, de atenção, de carinho ou apenas de um ouvido
para ouvir, torna-se mais difícil conseguir estes bens, pois eles não estão disponíveis
nos supermercados e mercearias. Os únicos que possuem estes bens disponíveis
somos nós e se doamos carinho, podemos ter a mais absoluta certeza que não nos
faltará carinho, se doamos afeto, não nos faltará afeto; ao contrário, teremos em nós
muito mais afeto e carinho do que possamos imaginar.
É possível que por algumas vezes tenhamos alimentado uma crítica em nossa
mente sobre nosso companheiro de trabalho; mas quantas vezes nos doamos um
pouco para procurar compreender quem é aquele indivíduo, que verdades este
indivíduo traz em si, qual é a realidade deste indivíduo ou quais são as
necessidades do mesmo. Se possuímos alguma critica sobre ele? É possível. Se em
algum momento de nossa jornada juntos eu ofertei auxílio? Ou se farei esta oferta
no futuro? É possível?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
ato da doação, pois sentiremos em nós as maiores alegrias que possamos imaginar
existir.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
De outro modo, podemos afirmar que algo que praticamos hoje como sendo correto
e adequado, continuará a ser praticado amanhã? Quanto ao amanhã, não podemos
afirmar como será, mas se projetarmos o futuro pelo passado, aí sim poderemos
afirmar que a verdade de hoje não será a verdade de amanhã, mesmo porque o
caminho do homem é a evolução e a evolução significa substituição das verdades
atuais por novas e melhores verdades.
A evolução é nosso caminho, assim como é nosso caminho aprender com os erros e
com o errado. É nosso caminho fazer o certo, é nosso caminho, através da prática
do correto, transmitir conhecimento aos que chegam.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Como podemos viver e implementar uma verdade maior em meio a tantas realidades
diferentes? Como podemos impor nossa verdade a todos os demais seres que
passam por nós se esta é apenas nossa verdade e nossa verdade hoje, pois
amanhã não será mais?
Viveremos mais adiante sob uma única verdade, mas esta realidade acontecerá
quando nos conhecermos, quando conhecermos o significado do amor e quando
compreendermos nosso Pai.
É importante compreender que não somos os donos da verdade, que todos nós
somos falhos, somos perfeitos enquanto filhos de nosso Pai, mas vivemos nossa
imperfeição como caminho ao desenvolvimento.
E quanto à prática do certo, mesmo que ainda não tenhamos sabedoria em nós o
suficiente para conhecer o certo, devemos sempre procurar praticar o certo. A
prática do certo deve acontecer em todos os momentos independentemente de
qualquer outra situação.
Encontramos em nosso dia a dia práticas do certo, mas praticamos o certo sempre
que corremos o risco de vir a sofrer alguma penalização caso não o pratiquemos,
por exemplo, o aspecto legal, cumprimos a lei porque se não a cumprirmos seremos
multados, nas se não houver um policial em vigia, ainda assim praticaremos o certo
e o que diz a lei? Enfim, os homens praticam o certo sempre ou somente quando for
conveniente?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
É importante digo uma vez mais, fazer o certo, viver o certo, viver por nossa verdade
e não pelas verdades dos demais. É importante que saibamos viver em comunidade
e que respeitemos os direitos dos demais, que respeitemos as regras do bem viver,
mas devemos buscar nossa própria verdade, devemos buscar sempre praticar o
certo e substituir sempre nosso certo de hoje por um novo e melhor certo de
amanhã. Devemos sim procurar aprender com nossos erros quando nosso certo de
hoje nos mostrar que ontem, ao contrário do que pensávamos, praticamos o errado.
Devemos também lembrar que cada individualidade possui o seu próprio conceito de
certo e errado, todos estamos sujeitos as leis da sociedade e leis maiores vindas de
nosso Pai; mas possuímos nossos conceitos, cabe a cada um de nós o respeito a
todos estes conceitos e procurar melhorar os conceitos com nossos passos e
nossas experiências.
Errar faz parte do processo de aprendizado, todos nós erramos e erraremos muito
ainda, não devemos nos ater aos erros, tantos nossos quanto aos erros de nossos
companheiros; devemos sim aquietar nossa mente e nossas palavras quando nos
sentimos tentados a exaltar os erros do próximo. Neste momento, devemos lembrar
que, se o erro faz parte de nosso ser, o amor também faz parte deste mesmo ser, e
o erro é uma grande ocasião para que demonstremos o amor que existe em nós.
127
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Muitas são as dores que podemos encontrar sendo vividas ou sentidas neste palco.
Conscientes da realidade em que vivemos, podemos afirmar que exista alguém
neste palco que não sinta alguma forma de dor?
Nas ricas residências ou nas mais humildes se faz presente a dor, mesmo porque os
seres que aqui habitam podem residir em diferentes espécies de moradias quanto ao
seu conforto; as pessoas podem ter maior ou menor poder econômico, podem residir
neste ou naquele país, enfim, ser mais ou menos afortunados, mas todos, aqui neste
plano, estão em igualdade de condições no tocante a dificuldades, sofrimentos e
dor.
Existem muitas formas para que a realidade da dor manifeste-se, desde a dor física,
passando pela dor da impossibilidade de atender a própria necessidade e a de seus
entes queridos, passando pela dor da saudade, da separação, da rejeição e outras
mais.
Não pretendendo nos focar na medicina e nos medicamentos que são sempre
necessários e tem a eficiência que todos conhecemos, mas focamos nos outros dois
remédios que podem ser aplicados, a compreensão e o amor.
A dor nos impulsiona adiante, nos leva a refletir sobre nossos passos, nossos
pensamentos e valores. A dor nos mostra nossa fragilidade e ao mesmo tempo
nossa capacidade de amar, não apenas ao próximo, mas a nós mesmos, a vida e a
paz.
A dor nos mostra a valor da paz, do equilíbrio, do sorriso, da saúde, não apenas
física, mas emocional e espiritual.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Devemos sim compreender a dor, olhar para esta realidade não como um castigo
divino, mas como uma grande oportunidade concedida por nosso Pai em prol de
nosso aprendizado. Será que existe amor do Pai por seus filhos quando este Pai os
deixa sofrer tanta dor?
Sim, existe amor do Pai por seus filhos na presença da dor. Eis o segundo remédio,
o amor. É através de nossa dura realidade que aprendemos, que lapidamos nosso
ser. Existe em nosso interior, uma grande luz, um grande e imenso sol, que um dia,
estará não em nosso interior, mas a nossa superfície, se mostrará digno de sua
grandeza e seremos grandes como este sol, contudo este sol, apresentar-se-á à
superfície quando nós nos conhecermos, quando nós conhecermos nossa
capacidade de fazer, quando nós conhecermos o prazer imenso em poder auxiliar a
outrem, quando nós conhecermos a maravilha de viver sem o peso do egoísmo,
quando nós conhecermos o suave e maravilhoso sentimento que chamamos de
amor.
Somos ainda tal qual crianças vivenciando cada sentido como se tocássemos em
algo quente para conhecer o calor, ou se tocássemos em algo frio para conhecer o
sentido de frio, ou conhecemos o valor do alimento conhecendo a fome,
conhecemos o valor do agasalho quando sentimos frio, conhecemos a valor do
amor, quando sentimos em nosso ser a ausência dele.
Se todos nós conhecemos muito proximamente a dor, como podemos então melhor
viver esta realidade? Já que não podemos deixar de sentir a dor, já que não
podemos nos afastar da dor, como poderemos conviver melhor com esta realidade
ou como podemos melhor vencer esta realidade? Através do amor vencemos nossa
dor e vencemos nossa dor sempre que encontrarmos em nosso caminho alguém
que também sinta dor, e, se auxiliarmos este alguém a minimizar ou eliminar seu
sofrimento, estaremos dissolvendo não apenas a dor daquele ser, mas estaremos
tratando a nossa própria dor, pois ela tornar-se-á muito mais leve ou nos parecerá
insignificante e tornar-se-á facilmente vencida.
Sentimos nossas dores como se estas dores fossem as maiores dores existentes em
todo o universo e quando as sentimos, sentimos também a necessidade que todos
venham em nosso auxílio, necessitamos de atenção e nos esquecemos dos demais.
De modo natural a nossa realidade, vivemos nossa dor, e alimentamos nossa dor, e
não procuramos compreender o contexto maior da presença da dor ou não
procuramos buscar a causa desta dificuldade. É verdade sim que devemos buscar o
auxílio da medicina, nosso corpo necessita sempre de atenção e pequenos reparos,
mas se nosso coração estiver saudável, aquecido e cheio de amor, se habitar em
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
nós o hábito de auxiliar ao próximo como forma de melhoria não somente deste
próximo, mas de nós mesmos, teremos em nós as condições de melhor enfrentar as
dificuldades que o caminho traz.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Deste fato, surge a necessidade de estudiosos destas regras que, por seu estudo,
têm condições de avaliar as ações praticadas, versus as regras definidas e dizer se
as ações praticadas estão ou não dentro do contexto estabelecido nas referidas
regras. Está criada a figura daquele que julga.
E neste caso, o viajante julgador estará realizando seu julgamento não apenas
baseado nas regras gerais que a sociedade impõe, mas em suas próprias regras,
nas regras ou conceitos criados pelo próprio e formado pelo viajante ao longo de sua
jornada.
Nossa missão é seguir adiante no caminho que cabe a cada um de nós, e quanto
mais avançamos neste caminho, surgirão oportunidades de adquirirmos novos
conhecimentos, conhecimentos estes que auxiliam no despertar de nosso ser. E,
estando caminhando, sempre que olharmos em direção ao horizonte, teremos uma
nova fotografia, um novo quadro ou uma nova verdade.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
passados. Neste instante vejo coisas que não via no quadro anterior, neste instante
sei coisas que não sabia no instante anterior; portanto, concluo que a verdade de
agora é melhor que a verdade de alguns instantes passados.
Mas lembro-me que quando observava a verdade anterior, tinha em mim a forte
impressão que aquela era a única e mais adequada verdade. Agora, neste instante,
não penso mais desta forma, meus sentimentos de verdade modificaram-se. Posso
eu condenar meus atos, minhas ações ou meus pensamentos daquele momento?
Não vamos nem acrescentar um terceiro ser nesta análise, mas vamos nos ater ao
nosso próprio ser e assim, analisando os atos praticados ontem, percebo que estes
atos estavam inadequados para a verdade que possuo hoje; posso, em função
disso, condenar-me? Posso dizer que sou culpado?
Condeno-me e atribuo a culpa ao meu ser em função do que sei hoje, mas não
posso atribuir nenhuma culpa se avalio as ações no passado versus o conhecimento
que possuía no passado. No passado, meus atos foram corretos e adequados.
Tenho todos os ingredientes necessários para fazer a análise e julgar meus atos,
pois conheço minha verdade hoje, sei de meus passos no passado, sei como vim
para no local onde me encontro, conheço minha verdade de ontem, conheço tudo o
que envolve estas experiências; tenho portanto, como dizer se meus atos foram ou
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
não adequados, se sou devedor ou credor e formo em mim uma impressão de como
devo agir no futuro.
Necessitamos desenvolver um senso crítico muito forte e utilizar este senso crítico,
aliado a um equilíbrio de pensamentos, aliado a uma generosidade de pensamentos,
aliado a uma compreensão maior que estamos aprendendo à medida que
caminhamos, aliado a compreensão de que muito necessitamos conhecer.
Necessitamos do mesmo modo lembrar que somos todos iguais nos quesitos
capacidade de fazer, capacidade de amar, capacidade de destruir ou construir.
Devemos lembrar que estamos todos num mesmo barco, navegando num mesmo
oceano, algumas vezes calmo, outras vezes revolto.
Devemos sim, ter um nós uma forte impressão do que veja a verdade, devemos sim
manter em nós uma forte vontade de buscar novas verdades a cada dia que
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
amanhece, devemos sim ser o nosso próprio crítico, nosso próprio juiz, mas
devemos sim desenvolver a capacidade de sermos ao mesmo tempo críticos e
generosos em nossos pensamentos e ações.
Fazer ao outro o que gostaríamos que a nós fosse feito. Se assim é, gostaríamos de
sermos julgados, condenados e sentir pedras atiradas em nosso ser? Será que
temos a mais absoluta certeza que a verdade que possuímos hoje é a melhor
verdade que existe e além disso, esta verdade é boa para nós e para qualquer outro
companheiro viajante?
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Diz a frase que “errar é humano”. Considerando que todos somos humanos,
considerando que todos somos iguais, considerando que todos estamos em
processo de crescimento, é portanto lógico que todos cometamos erros.
E como nós tratamos ou como nós encaramos o fato de cometermos erros? Como
nós procedemos quando erramos e como procedemos quando outros companheiros
viajantes cometem erros? Procedemos, nestas duas situações, do mesmo modo?
Nossa reação é a mesma? E os erros têm alguma utilidade? Porque erramos e qual
a finalidade dos erros?
Somos todos filhos de um mesmo e divino Pai, somos seres divinos em processo de
formação e estaremos, mais adiante, exercendo nossa divindade; mas até lá,
seguiremos em nosso processo de aprendizado e neste processo os erros
acontecerão e são importantes.
Necessitamos saber olhar para os erros de modo diferente. Nossos erros, assim
como os erros de nossos companheiros, não são apenas falhas cometidas por
ignorância ou incapacidade, mas são oportunidades de aprendizado.
Assim como tudo em nossa vida, os erros sempre nos dizem algo e apesar de ser
difícil conviver com o fato de que erramos, devemos ter para conosco e para com os
demais, uma generosidade, um senso crítico positivo para analisar estes fatos em
nossas vidas, de modo que não atiremos pedras em quem os comete e de modo
que não nos atiremos no primeiro penhasco porque erramos.
“Fazei ao próximo como gostaríeis que vos fosse feito”. Compreender o sentido
desta expressão e viver por esta expressão. Compreender que cometemos erros,
ser generosos para conosco, aceitar o fato, mas sem que esta aceitação nos deixe
relapsos a ponto de cometermos sempre os mesmos e sucessivos erros.
Erramos sim, mas os erros devem ser observados com atenção, devemos procurar
compreender em que momento cometemos um engano, devemos compreender em
que ponto de nossa verdade existe uma deficiência e com esta análise, podemos
melhorar nossa verdade até que, de melhoria em melhoria, nossa verdade passe a
ser melhor a cada dia.
Devemos compreender que algumas vezes, ou muitas vezes, e até mesmo de forma
inconsciente, nós observamos mais nos outros o fato que eles cometem erros e
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
quando alguém comete algum erro, é freqüente que o observador frise o erro
cometido, é comum que comentemos com terceiros o fato daquele companheiro ter
cometido um erro, é comum que procuremos apresentar este erro de maneira que
todos os demais que estejam próximos possam observar: “Vejam, nosso
companheiro cometeu um erro”.
O bem viver é representado pelo ato de observar sempre nossos passos, nossos
atos, nossos pensamentos; procurar extrair de cada situação um ensinamento que
poderá ser útil ao nosso ser e devemos observar não apenas nossos próprios atos,
mas também os atos de nossos companheiros, e sempre com os olhos da
generosidade, sempre com os olhos da solidariedade, sempre com os olhos da
compaixão.
O bem viver significa ter amor à vida, desenvolver a arte do bem viver significa
compreender e aceitar cada dificuldade, cada momento de tristeza, cada momento
de alegria, cada pequeno representante da beleza. O bem viver significa amar a nós
mesmos, o bem viver significa amar aos nossos semelhantes sem que isso
signifique que devamos estar sempre os abraçando e confessando nosso amor.
Amar nossos semelhantes significa ter compaixão, ter compreensão, significa fazer
ao próximo como gostaríamos que nos fosse feito.
Nossa humildade deve sempre nos indicar que devemos aceitar o fato que somos
apenas pequenos aprendizes na arte do bem viver, na arte de amar. A humildade
significa que devemos aceitar a oferta de ajuda, devemos aceitar a mão estendida
ou o bom conselho quando estes nos forem ofertados.
Nossa humildade deve nos dizer que devemos sempre esquecer o erro cometido por
nosso companheiro, mas estender a mão em direção a este companheiro quando a
situação se apresentar favorável a isso.
Quando erramos, gostamos de ser criticados? Gostaríamos que nosso erro fosse
apresentado a todos fortalecendo o fato que erramos? Ou quando erramos,
gostaríamos que nos fosse direcionado a solidariedade e muitas vezes o silencio
daquele que observa, ou ainda, gostaríamos que nos fosse ofertado um ombro
amigo e companheiro em apoio ao nosso sofrimento.
136
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Vivemos em comunidade, aprendemos uns com os outros, estamos aqui juntos, para
de uma forma ou de outra, auxiliarmos uns aos outros, este é nosso caminho. A
sociedade necessita criar, estabelecer regras para que a convivência tenha
parâmetros claros, para que se tenha limites a serem observados por viajantes ainda
carentes de aprendizado. Necessitamos ter esta consciência e viver por ela, mas
devemos, do mesmo modo, ter a consciência que devemos desenvolver nossa
própria forma de ver as coisas, de entender nosso contexto e nosso conteúdo.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Se somos falhos, se erramos, que possamos assim mesmo, praticar, aprender pela
prática, pois a prática, os erros que cometermos nos conduzirão a um novo
horizonte. Mas se não exercermos nossa opinião, se não desenvolvermos nosso
próprio pensamento, estaremos sempre vivendo sob o pensamento e sob a opinião
de outrem, serremos incapazes de afirmar em qual direção está o caminho correto
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Capítulo VII – Parte I - A suavidade (a lei da física – a toda ação uma reação
contrária com a mesma intensidade)
Quando duas pessoas se colocam lado a lado num mesmo ponto e observam a
linha do horizonte, as imagens percebidas por um e por outro podem ser bastante
diferentes; de um lado, uma imagem belíssima, de muita luz e por outro lado, uma
imagem pesada, tempestuosa. São nossos olhos que percebem as imagens
conforme a energia que possuímos em nós, em nosso coração.
A física diz que a toda ação corresponderá uma reação em sentido oposto e com
igual intensidade. Esta lei se aplica também à vida. Vivemos nossas experiências,
sejam elas mais ou menos difíceis, mas podemos vivê-las com incompreensão, de
modo ríspido, com agressividade, como se enfrentássemos cada obstáculo que se
fizer a nossa frente com toda a força física que conseguíssemos obter, como se
abaixássemos a cabeça e seguíssemos à frente tal qual touro enfrentando o
toureiro. Por outro lado podemos, diante de uma dificuldade, procurar em nós um
melhor caminho para vencer o obstáculo, procurando compreender que a dificuldade
se faz a nossa frente, não porque nosso Pai seja injusto para conosco, mas a
dificuldade se apresenta a nossa frente por uma razão específica, nosso
aprendizado.
139
Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Que qualidade de vida possuem estes viajantes que vivem como exposto acima,
sem poder descansar um único minuto? Quanta energia é despendida com este
comportamento? Ou vendo por outro lado, como nestes casos o indivíduo está
sempre preparado em sentido de defesa, é provável que não tenha condições de
perceber a sua volta as benesses da vida, as belezas e gentilezas que a vida nos
oferta.
É fato que construímos nosso próprio ser, construímos o caminho que percorremos
hoje, e hoje, construímos o caminho que estaremos percorrendo amanhã.
A vida... olhando para a vida como se a vida um ser fosse, sentimos que este ser vai
sempre nos tratar conforme nós a tratamos, se possuímos em nós agressividade e
demonstramos esta agressividade a cada passo do caminho, a vida vai nos tratar do
mesmo modo, com agressividade.
Podemos empreender nossa jornada de modo mais suave? Não apenas podemos,
mas devemos empreender nossa caminhada com suavidade, com compreensão,
com gentileza e assim a vida nos tratará.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
A vida pode ser generosa, bela, com muitos atrativos; um pouco mais que isso, a
vida é belíssima, se conseguirmos manter em nós os olhos adequados a perceber
toda a grandiosidade da vida, se possuirmos em nosso ser ou em nosso coração a
suavidade de um beija-flor, a transparência das águas do mais puro dos riachos, se
possuirmos em nós a tranqüilidade e beleza absolutas de um belo entardecer. E
tudo isto está em nosso interior, basta que, passo a passo, possamos encontrar
estes sentimentos em nosso interior e trazê-los à tona.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Devemos pensar que existe sim um responsável maior, nosso Pai, mas que sobre
nossas vidas somente nós somos os responsáveis. Devemos pensar que estamos
em uma caminhada de crescimento, que precisamos aprender muito ainda,
precisamos ter humildade para reconhecer nossas falhas e aqui ninguém pode se
excluir, todos as possuem.
Enganos serão cometidos ao longo da jornada, mas que estes enganos nos sirvam
sempre de lição e nada mais. Devemos pensar muito sobre arrependimentos, seu
sentido ou importância, devemos ser generosos e justos tanto com nosso próximo
quanto para conosco. Nos momentos em que reconhecemos nossos enganos
devemos procurar extrair dali um aprendizado para que o futuro seja melhor.
Devemos agradecer ao Pai pela visão e compreensão dos fatos, mas acima de tudo
sejamos generosos e justos, tanto para com nosso próximo quanto para conosco. O
arrependimento é algo que pesa muito e não traz nenhum benefício.
Possuímos um grande amigo dentro de nós, alguém que sempre diz a verdade,
alguém que sempre nos conduz ao caminho certo, alguém que sempre nos dirá a
coisa certa a fazer; mas mesmo assim, por muitas vezes, não o ouvimos, pois
preferimos isolá-lo atrás de sentimentos e verdades, ou atrás de uma grande
armação de aço. Esse amigo é nosso coração.
Nossas verdades, nossos conceitos, nossas crenças devem sempre ser avaliados,
pois, à medida que avançamos em nossa caminhada, as verdades vão se
modificando, como em qualquer jornada, a cada passo, temos um novo horizonte à
frente.
Algumas vezes relutamos em refletir sobre algo, relutamos em ver ou não podemos
admitir ceder num ponto de vista, e o tempo passa, gastamos muito tempo em
função disso. Muitas vezes não conseguimos dar o primeiro passo em direção a uma
realidade, pois não queremos ser o primeiro a ceder, mas, o tempo passa e neste
caso, nosso horizonte não muda, paramos.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Não podemos enfrentar o mundo todo de frente, desafiando-o, não podemos vencer
a tudo e a todos baixando a cabeça e seguindo sempre em frente, pois se assim o
fizermos, com certeza, iremos nos ferir.
Nosso Pai é somente amor, o mestre Jesus nos deu somente amor, Sua
generosidade é infinita, Sua compreensão foi seu guia e deve ser nosso exemplo.
Devemos refletir, meditar, orar e conversar com nosso Pai. Vamos cometer ainda
muitos enganos em função de nossa dificuldade de visão e necessidade de
aprendizado, mas a vida torna-se melhor se a vivermos com generosidade e justiça.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Mas se olharmos ao nosso redor, perceberemos que a realidade que se faz aos
nossos olhos passa bem longe do conceito de paraíso; são muitas as exigências,
muitas as necessidades que devem ser supridas no dia a dia, conflitos de todas as
espécies, pequenas e grandes batalhas que são travadas em todos os locais e
muitas batalhas mais são vividas em nosso interior, como por exemplo, nossos
medos, nossos preconceitos e emoções de toda ordem.
Mas apesar de vivermos numa sociedade que exige muito de seus componentes,
apesar de toda incompreensão observada em muitos gestos, observamos também a
presença da generosidade, muito carinho e amor sendo vivido, encontramos aqueles
que doam, encontramos aqueles que orientam, conduzem, encontramos aqueles
que constroem um amanhã melhor através da construção de um ser humano
melhor. Encontramos, aqui mesmo, exemplos de beleza, basta que observemos com
mais atenção e com os olhos adequados.
Por outro lado, em nosso interior, encontramos do mesmo modo os mais diversos
tipos de terrenos. Existem imensas e verdejantes planícies com flores de cores
diversas e suavidade ímpar, e encontramos também imensos abismos ou terrenos
pantanosos.
Outras tantas vezes nos sentimos felizes com pouca coisa, um pequeno gesto de
alguém, um pequeno elogio que recebamos ou ainda uma pequena lembrança de
alguém para conosco; enfim, coisas pequenas podem ter um valor muito grande
para nós e nos fazem muito felizes, nos sentimos, no instante que recebemos, no
paraíso.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
não são felizes; se olharmos para estas pessoas, sentimos uma tristeza em seu ser,
por vezes sentimos uma falta de objetividade, uma falta de satisfação em suas vidas.
As coisas vêm a elas e se vão, e o mesmo sentimento permanece, um sentimento
de busca por alguma coisa.
Quando vidas são vividas em lugares áridos, onde a dádiva da chuva ocorre com
baixa freqüência, ouvimos nestes locais depoimentos que dizem que a chuva é a
felicidade, que o paraíso é o solo umedecido pronto para receber a semente e gerar
o alimento tão necessário e escasso. A felicidade é uma chuva que traz vida ao solo
ressequido. A felicidade é poder trabalhar o solo e observar na seqüência o
desenvolvimento das plantinhas e finalmente ter o alimento obtido com seu próprio
trabalho sem depender de ninguém.
O paraíso pode ser uma pequena chuva ou ainda pode ser uma bela praia de águas
quentes ou muitas outras coisas. Do mesmo modo que a beleza está nos olhos de
quem vê, o paraíso está em nosso estado de espírito, em nossa satisfação interior.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
que recebemos quando nos doamos constitui nossa riqueza e é esta riqueza que vai
nos conduzir ao paraíso, pois estaremos construindo este paraíso em nosso interior,
em nosso coração.
O paraíso se constrói observando que por onde andamos não existem apenas
pedras que nos ferem os pés, mas que também existem flores que procuram deixar
mais belo o caminho. Nossa missão é conseguir observar estas flores, admirar sua
beleza, nos fortalecer com esta beleza de modo que o caminhar se torne melhor.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Capítulo VII – Parte IV - Fazer ao outro como gostaríamos que nos fosse feito
Somos cada um de nós, indivíduos com sua história, com sua trajetória, com suas
verdades e experiências. Possuímos nossos medos, nossas inseguranças, nossas
alegrias, possuímos fatos que nos satisfazem ou nos incomodam e a cada indivíduo,
uma própria e única realidade.
Além da soma de indivíduos, existe a vida e neste ponto vamos considerar a vida
como um indivíduo, alguém que nos acompanha.
Quando expressamos agressividade seja no ambiente que for, nossa verdade passa
a ser a agressividade; viveremos esta realidade e a cada passo externamos a
verdade que nos envolve.
Fazer ao próximo como gostaríamos que a nós fosse feito. Por que enfim, devemos
dar o primeiro passo? Por que o “indivíduo vida” não pode me tratar com suavidade,
para que depois eu passe a tratar a vida e meus companheiros de jornada deste
mesmo modo?
Nos tópicos anteriores afirmamos que a beleza está nos olhos de quem vê, que esta
beleza se faz presente em todos os instantes de nossa jornada, basta que nós nos
preparemos para observar a beleza e extrair desta beleza a energia necessária à
evolução.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
e somente assim é que seremos tratados com suavidade. Além do fato de que a vida
não necessita se desenvolver, crescer, aprimorar seu próprio ser. Está é nossa
necessidade.
É comum olharmos a determinado indivíduo, olharmos para a forma com que a vida
o trata e não compreendemos porque a vida trata bem este indivíduo, trata-o de
modo distinto do tratamento dispensado a outros indivíduos.
Outra pequena regra que pode ser lembrada: é que somos todos indivíduos
vinculados à agricultura, todos nós semeamos e semeamos a cada pensamento, a
cada passo, a cada negativa ou a cada sorriso que damos, a cada vez que doamos
um pouco de nosso tempo a terceiros, a cada vez que paramos para observar nosso
caminhar ou para realizar nossa oração, estamos semeando e estaremos semeando
amor quando calamos nossa voz antes de tecer qualquer tipo de comentário
depreciativo sobre nossos companheiros, semeamos amor sempre que nos
aquietamos, sempre que esquecemos nossa própria dor e doamos nosso tempo,
nossos ouvidos ao nosso companheiro a desabafar, a falar de suas próprias
dificuldades.
Semeamos amor quando nos dirigimos ao nosso amigo coração e ali encontramos o
mais puro dos sentimentos e direcionamos este sentimento de amor a todos os
nossos companheiros viajantes que passam por dificuldades ao longo de todos os
caminhos.
E quando semeamos amor, estamos tratando a vida com amor, com suavidade, com
carinho e respeito, quando respeitamos nosso companheiro de idade avançada
estamos respeitando a vida; quando brincamos com os cães e gatos, nossos
companheiros em nosso lar, estamos acariciando a vida e do mesmo modo, mais
adiante, o “indivíduo vida” encontrará uma forma de retribuir nosso gesto.
Fazer ao nosso semelhante conforme gostaríamos que a nós fosse feito é uma
forma de preparar nosso amanhã, de preparar o caminho de amanhã, é uma forma
que possuímos de dizer ao “indivíduo vida” como gostaríamos de ser tratados, ao
mesmo tempo em que, tratando com suavidade e amor nossos companheiros e a
própria vida, estamos demonstrando ao “indivíduo vida” e a nosso Pai nosso
amadurecimento.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
vêm a lapidar nosso ser, e vamos viver estas provas, pois este é nosso caminho.
Nosso caminho é a evolução, é o crescimento e assim será, mas tão logo nós
consigamos mudar nossa forma de tratar a vida, quanto mais cedo compreendermos
que se tratarmos a vida com suavidade, assim também seremos tratados. Do
mesmo modo nossas provas, nossas lições, passam a ser mais fáceis de serem
vencidas, pois estaremos colhendo os melhores frutos da semeadura que nós
mesmos teremos feito em nosso passado.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Somos corpo, espírito, pensamentos, energia, luz, mente, somos emoções, alegrias
e tristezas, somos intenção, somos amor, somos divinos, somos todos filhos de
nosso Pai, somos todos viajantes, somos todos constituídos da mesma matéria e
caminhamos na mesma direção; encontramos em nosso caminho as mesmas
dificuldades que os demais viajantes, possuímos em nós as mesmas dúvidas e
necessidades que todos os demais e encontraremos a nossa frente sempre duas ou
mais portas que nos conduzirão a caminhos diferentes e nesta situação, nos
questionamos: qual porta devemos abrir?
Nosso coração é nosso amigo mais fiel e sempre nos conduzirá ao melhor caminho
para nosso ser. Podemos até não compreender os motivos de nosso coração ou não
compreender porque fomos conduzidos a determinado ponto, mas este amigo nos
auxiliará na caminhada e nos conduzirá a melhores campos e jardins.
Quando falamos que nosso coração é nosso amigo, afirmamos que através de
nosso coração, através de nossos pensamentos mais elevados e voltados ao nosso
crescimento, fazemos a ligação entre nosso ser e nosso Pai que estará nos
aconselhando. Quando buscamos as respostas em nosso coração, em nossas
emoções, abrimos nosso coração e criamos em nós as condições para que os
aconselhamentos elevados cheguem a nós.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
A verdade é uma presença que estará sempre um passo a nossa frente. Hoje, nossa
verdade é melhor que a verdade de ontem e amanhã teremos uma verdade melhor
que a de hoje; mas todas as verdades, as de ontem, as de hoje e as de amanhã
serão sempre verdades.
Posso neste instante fechar meus olhos e assim mesmo meu coração continuará a
me mostrar o caminho. Posso fechar meus olhos e mesmo assim, encontrar meus
amigos mais queridos, pois estes amigos residem em meu coração.
Creio em meu Pai, mais que isso, vivo meu Pai. E onde está meu Pai? Onde eu o
sinto? Meu Pai está sempre comigo, Ele reside em meu coração.
Meu coração é apenas um dos muitos órgãos que constituem meu corpo. Se
olharmos a ele, ele será apenas um órgão como qualquer outro, isso se olharmos
com nossos olhos, mas se olharmos ao nosso coração com os olhos do amor
veremos quão imenso pode ser nosso coração e quanto mais o percebemos desta
forma, mais criamos em nós as condições para que este amigo seja ainda maior.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Tenho fé. Ter fé é acreditar, é confiar. Se tenho fé, onde reside em mim esta
verdade? A fé reside em mim no mesmo local onde reside o amor, é o mesmo local
em que residem em minhas mais belas memórias, é o mesmo local onde meus
amigos residem. A fé reside em meu coração.
Vamos supor que estivéssemos iniciando neste instante uma nova jornada. Nos
posicionamos no ponto inicial do caminho, olhamos à frente e tentamos imaginar o
que encontraremos a cada curva deste caminho, tentamos imaginar que riscos este
caminho vai trazer e também tentamos imaginar como serei exigido, o que em mim
será exigido.
Em tópico anterior, afirmamos que a vida irá nos tratar conforme nós a tratemos, se
nós tratamos a vida de modo ríspido, assim seremos tratados, se tratamos a vida
com suavidade, assim a vida nos tratará. Se tratarmos a vida com amor, se
olharmos a vida com os olhos do coração, se cultivarmos o amor em nosso ser,
estaremos colhendo amor.
Ter fé significa pode mover montanhas, ter fé significa poder caminhar sobre as
águas, ter fé significa percorrer os céus ao lado de nossas amigas as nuvens, ter fé
significa ir onde minha imaginação puder me conduzir, e faço isso sempre na
companhia de meu melhor amigo, meu coração.
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Caminhos e Verdades – Leonel Bartoski
Conheço minhas necessidades? Sei quais as lições que ainda necessito absorver?
Tenho inteira consciência dos sentimentos que habitam meu coração? Lembro-me
de quantas vezes agredi ou magoei alguém? É provável que eu não saiba ou não
me recorde de todos estes fatos, mas meu Pai conhece minhas necessidades, meu
Pai conhece meus pontos fracos, meu Pai conhece o que levo em meu coração e
meu Pai conhece os caminhos que percorri ontem, assim como meu Pai conhece o
que é melhor para mim neste momento. Meu Pai conhece-me a ponto de saber
quais lições são passíveis de serem colocadas em minha frente, pois terei condições
de absorvê-las. Ter fé é acreditar em nosso Pai.
E caminhar com os olhos fechados? Caminhar com os olhos fechados significa ter
fé, significa acreditar em nosso Pai. Será que, se me fosse solicitado, poderia eu me
colocar no início do caminho com os olhos fechados e percorrê-lo assim? Será que
minha fé me permitiria tal ousadia?
Desta forma, como posso eu confiar em meu Pai? Como posso eu conhecê-lo?
Através do desenvolvimento do amor, através do desenvolvimento do diálogo com
nosso próprio ser, com nosso coração e sem dúvida, através do diálogo com este
Pai.
Todos nós caminhamos e caminhamos muito, todos nós passamos por dificuldades
ao longo de nossos caminhos e todos nós recebemos algo em determinados pontos
destes caminhos. Conhecer nosso Pai, passar a amá-lo e a ter fé neste Pai, se faz
com a análise sincera e justa de cada momento vivido em nossas jornadas.
Que olhemos para trás em busca da percepção dos passos dados, dos sofrimentos
vividos, das alegrias vividas, das soluções encontradas, das portas abertas ou
fechadas, dos amigos e companheiros que tivemos ao nosso lado.
Podemos nos encontrar em meio ao mais belo dos jardins, onde nossas amigas as
flores, se apresentam nas mais belas cores e nos ofertam agradáveis aromas e
mesmo assim não perceber nada desta realidade, pois em nosso coração não é esta
verdade que prevalece e desta forma não é esta verdade que nossos olhos veem; e
ao contrário disso, podemos estar em meio a uma difícil situação vivida por nós ou
por outros e mesmo neste difícil horizonte podemos perceber a presença de nosso
Pai e a presença do amor. A capacidade da percepção das belezas ou a
incapacidade de ver e sentir o amor está em nós, nós construímos nossa verdade,
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nós construímos a beleza, nós é que possibilitamos que o amor se faça em nosso
coração e em nossos olhos.
Do mesmo modo, nós é que criamos espaço à presença de nosso Pai. Ele está
presente a cada instante, a em cada pequena flor, a cada experiência de dor, a cada
exemplo de amor, mas se nós não criamos espaço a Ele, se nós dissermos a Ele
que desejamos sua presença em nós, se nós afirmamos que desejamos senti-lo em
nós, assim será feito; agora, se não criamos espaço em nós, nosso Pai respeitará
nossa decisão.
Caminhar de olhos fechados, significa muito mais que colocar uma venda em nossos
olhos e experimentar o caminho espinhoso, significa criar espaço em nosso ser ao
nosso Pai, significa confiar que Ele nos proverá conforme nossa necessidade e
capacidade de realização e compreensão.
Caminhar com os olhos fechados, significa confiar no amanhã, pois faço o melhor
hoje.
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Capítulo VII – Parte VII - Meu irmão, o sol, minha irmã, a lua, minhas irmãs, as
estrelas
Estou sentado em minha cadeira, na varanda de minha casa. Aos meus olhos chega
a imagem do caminho que conduz ao meu lar e noutra direção, percebo um
pequeno jardim, flores, aves e insetos se fazem neste jardim; mais adiante, ao lado
do caminho, percebo uma árvore que oferta sombra e frutos, abrigo às aves. Elevo
minha face e percebo acima de mim e de tudo, o céu recortado por nuvens que vão
e vêm. Percebo ainda, ao longe, montanhas formando desenhos com a união de
seus cumes.
Percebo também crianças que brincam, animais que seguem sua rotina diária em
busca de alimentos. Fecho meus olhos e minha mente me conduz às cidades,
pequenas ou grandes, com suas realidades, percebo a formação geográfica dos
países, dos continentes, percebo a imensidão dos oceanos e diversas formas de
vida que vivem neste meio. Percebo o sol a percorrer seu caminho diário no céu.
Minha mente me conduz ao céu estrelado presente em noites claras, sinto o frio do
inverno, sinto o calor do verão, sinto a alegria das flores a desabrochar nas
primavera, assim como sinto sua preparação para o inverno durante o outono.
A semente que ao solo é lançada e com o auxílio de nosso irmão sol, de nossa irmã
a chuva, desponta na terra, e se fortalece, cresce, transforma-se em árvore
frondosa, surgem as flores que alimentam os insetos, que alimentam as aves, que
criam seu filhotes, e a árvore gera frutos, que alimentam o homem, que provê
alimento aos seus filhos, que geraram outros filhos.
Minha mente me leva ao espaço onde percebo a presença mais próxima de nossa
irmã, a lua, percebo os contornos do planeta e olho mais adiante, sinto a presença
de nosso irmão, o sol, e as estrelas e cada estrela com sua própria realidade. Minha
mente questiona: quantos outros planetas mantém vida como nós a conhecemos e
quantos outros seres se fazem com outros contornos e em outras realidades?
Cada ser criado por nosso Pai ocupa seu espaço nesta criação: a chuva em seu
devido tempo e na quantidade certa, a energia solar do mesmo modo, no momento
certo e com a intensidade correta, os córregos que alimentam a terra em suas
margens e geram vida aos peixes, os pássaros que se alimentam dos frutos e
espalham suas sementes, o homem que lança a semente à terra gerando outras
sementes, que servem de alimento, e ao solo retornam.
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Pais que possibilitam que outros irmãos, seus filhos, cheguem a este plano para
realizar seu caminho, e os conduzem em seus anos iniciais e estes filhos trazem
outros filhos, que trarão outros filhos.
Observo meu Pai, que cada item de sua criação tem seu próprio espaço, possui sua
história, sua função e importância. São formas diferentes que se apresentam no
conjunto da criação, mas todos com sua importância.
Devemos procurar estar em sintonia com todo este conjunto, podemos estar ao lado
de cada estrela, com as nuvens, com o sol, com a chuva. Podemos estar ao lado de
cada gotinha de chuva a percorrer seu caminho até o solo, podemos estar ao lado
de cada plantinha a despontar no solo, podemos estar ao lado de cada pássaro em
seu voo.
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Somos milhões, somos bilhões, somos tantos, existem tantos ao nosso redor,
estamos tão próximos, tão dependentes uns dos outros, nos complementamos, nos
ajudamos, nos damos as mãos, somos todos tal qual crianças, temos muito a
aprender, temos muito a crescer;
Somos tantos ao mesmo tempo somos um só, unidos nos ajudamos, unidos
vencemos nossas dificuldades, unidos sofremos, unidos sorrimos, unidos choramos,
unidos vivemos, unidos amamos uns aos outros e a todos, unidos amamos a um só
Pai a quem tudo devemos.
Um só coração, um único amor por nosso Pai, por nosso irmão; se estou forte,
estendo a mão, se me sinto fraco, consigo proteção, se tenho a luz, estendo-a a
quem não tem, se posso dar, dou, e receberei muito mais.
Somos tantos, somos todos irmãos, todos numa mesma jornada, num mesmo
caminho, com as mesmas dificuldades, com as mesmas possibilidades; podemos
tanto, somos tão pequenos e ao mesmo tempo tão grandes, podemos dar tanto
amor, somos bilhões de corações que podem amar, é tão fácil, é tão bom, basta
experimentar, basta começar.
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A cada amanhecer nos é perguntado: o que fazer? O dia está a nossa frente,
existem caminhos predeterminados que deveremos seguir, isso em função de
nossas decisões de ontem ou em função de nossas necessidades específicas de
aprendizado; mas mesmo com as existência destes caminhos pré-determinados,
podemos mudar a programação e optar por outros caminhos.
São decisões, pequenas decisões que, ao mesmo tempo em que nos dizem quem
somos, constroem nosso ser. Se não devolvermos o troco a mais, provavelmente
ninguém venha a saber e teremos levado vantagem na operação, mas à custa da
desvantagem da pessoa que devolveu o dinheiro a mais. São energias, são pontos
de luz ou pontos de escuridão que adicionamos ao nosso ser.
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O que fazer, por que fazer? Nosso hoje é fruto de nossas ações e pensamentos de
ontem, nosso amanhã será fruto de nossas ações de hoje. Se desejamos que a vida
nos trate com dignidade e respeito, devemos tratá-la da mesma forma, com
dignidade, com suavidade e com respeito.
Podemos e vamos com certeza cometer muitos erros, mas que nossos erros sejam
fruto de nossa ignorância, que nossos erros venham para acrescentar os
ensinamentos que necessitamos. Fato diferente é cometer erros, por pequenos que
sejam, mas de modo consciente, com o intuito de obter vantagem momentânea.
O que fazer, por que fazer? Devemos sempre procurar fazer o melhor, devemos
sempre procurar fazer o correto, devemos sempre procurar cumprir as regras sejam
elas sociais, religiosas ou legais, porque as regras existem e estão lá para serem
cumpridas.
O que fazer, por que fazer? Somos o exemplo a outros que nos observam, sejam
nossos filhos, nossos companheiros ou viajantes que estejam próximos. Nossas
ações nos apresentam a estes seres além de servirem exemplo, de indicação do
caminho a seguir. Temos a responsabilidade para conosco, para com estes
indivíduos e para com nosso Pai.
Somos luz, somos amor, estamos todos unidos num único objetivo, a evolução, o
crescimento. Seguimos os exemplos de nossos companheiros de caminhada, ao
mesmo tempo em que deixamos exemplos a seguir. Possuímos como objetivo,
proceder a lapidação de nosso ser a ponto de fazer vir à tona a luz que existe em
nosso interior, deixar vir à tona o amor que nos constitui. Construímos não apenas o
nosso próprio ser, mas construímos o mundo que habitamos. A responsabilidade
pela construção do mundo que habitamos é nossa, não é de nosso companheiro de
viagem ou do governo, dos parlamentares ou políticos, mas a responsabilidade é
nossa acima de tudo. Todos nós, ao mesmo tempo em que nos construímos,
construímos nossa casa e nosso coração.
O que fazer, por que fazer? Procurar fazer sempre o que nossa verdade nos diz,
procurar sempre ouvir nosso amigo o coração, procurar sempre reavaliar nossas
verdades, procurar tratar a vida com carinho e suavidade. Por que fazer? Pelo
compromisso que possuímos conosco, compromisso de crescimento, compromisso
de nos fazer luz, de nos fazer amor. Fazer sempre o que diz nossa verdade e ao
mesmo tempo procurar melhorar nossas verdades como caminho para nossa
melhoria de consciência. Procurar tratar a vida com carinho e suavidade para que a
vida nos trate do mesmo modo amanhã.
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Epílogo
Somos muitos em um, por um lado somos muito pequenos enquanto possuidores do
conhecimento, da verdade, enquanto conhecedores de nossa capacidade de fazer e
transformar, modificar o mundo a nossa volta e em nosso interior; mas ao mesmo
tempo em que somos pequenos, somos imensos em nossa capacidade de amar, em
nossa capacidade de auxiliar, em nossa capacidade de aquecer-nos e aquecer a
outros. Somos um universo inteiro, em nosso interior existe a presença de muita luz,
luz esta produzida por um imenso sol aguardando para vir à tona e brilhar e gerar
vida.
Existe neste universo imenso um ser muito importante, todos os seres são
igualmente importantes, mas este ser tem significado especial, este ser é o meu
próprio ser. Sem este ser, não poderei continuar, sem conhecer este ser, qualquer
caminho será um bom caminho, pois sem conhecer este ser não conheço meus
objetivos, sem conhecer este ser, não conheço minhas verdades e não conheço
minhas possibilidades.
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É nossa maior realização conhecer a nós mesmos e tirar do nosso ser todo o peso
que transportamos inutilmente, sem conhecer o meu ser, não poderei separar o útil
do inútil.
O Criador está e estará sempre ao lado de sua criação, sempre que o filho
necessitar, o Pai estará presente a auxiliar. Nosso caminho está aberto, o amanhã
ainda não foi escrito e escrevemos a cada pensamento, a cada passo. O mundo de
amanhã será o mundo que existir em nosso coração. O mundo de amanhã será
iluminado e suave de modo proporcional à luz e a suavidade que existirem em nosso
interior.
Nós podemos construir, nós podemos amar, nós podemos criar vida de nossa vida e
em nossa vida, esta é nossa maior missão, missão esta que está ao nosso alcance e
dentro de nossa capacidade, basta que deixemos que a luz venha a nós, basta que
façamos a abertura de nossos olhos, basta que manifestemos em nós o desejo de
crescer e assim será.
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