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TEORIAS SOBRE A GOVERNANÇA GLOBAL:
O SISTEMA INTERNACIONAL :
Segundo Boaventura de Souza Santos, o sistema internacional pode ser
abordado a partir da compreensão de três esferas de poder distintas e
entrelaçadas: a Constelação pública, domínio dos Estados Nacionais; a
Constelação Privada, domínio das corporações empresariais; a Constelação
Social, domínio das organizações não-governamentais e outras organizações
sociais.
Essas instâncias, de dimensões mundiais, possuem distintas lógicas de
funcionamento e interferem no desempenho mútuo. Daí decorre a idéia de
Interdependência Complexa em que nenhum dos atores mundiais possui
independência de ação em relação aos demais, sejam Estados, empresas ou
organizações sociais.
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O MODELO DA INTERDEPENDÊNCIA COMPLEXA :
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SOBRE GLOBALIZAÇÃO TRANSNACIONAL, NOVO REGIONALISMO E
GOVERNANÇA REGIONAL .
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AS ETAPAS DA INTEGRAÇÃO ECONÔMICA EM BLOCOS :
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se as forças produtivas e relações de produção, compreendendo o capital, a
tecnologia, a força de trabalho, a divisão do trabalho social, o mercado, o
planejamento, a violência, o direito, as instituições jurídico-políticas, as
ideologias e outras produções e articulações da vida social. São forças
produtivas e relações de produção concretizadas nos processos de
concentração do capital, ou reinversão continuada de ganhos, lucros ou mais-
valia; e de centralização do capital, ou a absorção reiterada de outros capitais e
empreendimentos. A concentração e a centralização fundamentam o
colonialismo e o imperialismo, o que se concretiza em monopólios, trustes,
cartéis, multinacionais e transnacionais. Concretizam o desenvolvimento
desigual e combinado do capitalismo pelo mundo; e são indispensáveis para a
compreensão da globalização.
Desde os primeiros momentos do século XVI, e cada vez
mais nos seguintes, acelerando-se ainda mais no século XX
com as tecnologias de eletrônica, em toda essa história o
capitalismo expande-se pelo mundo afora. “A necessidade
de mercados cada vez mais extensos para seus produtos
impele a burguesia para todo o globo terrestre. Ela deve
estabelecer-se em toda parte, instalar-se em toda parte,
criar vínculos em toda parte. Através da exploração do
mercado mundial, a burguesia deu um caráter cosmopolita
á produção e ao consumo de todos os países. Para grande
pesar dos reacionários, retirou debaixo dos pés da indústria
o terreno nacional. As antigas indústrias nacionais foram
destruídas e continuam a ser destruídas a cada dia. São
suplantadas por novas indústrias, cuja introdução se torna
uma questão de vida ou morte para todas as nações
civilizadas – indústrias que não mais empregam matérias-
primas locais, mas matérias-primas provenientes das mais
remotas regiões, e cujos produtos são consumidos não
somente no próprio país, mas em todas as partes do mundo.
Em lugar das velhas necessidades, satisfeitas pela produção
nacional, surgem necessidades novas, que para serem
satisfeitas exigem os produtos das terras e dos climas mais
distantes. Em lugar da antiga auto-suficiência e do antigo
isolamento local e nacional, desenvolve-se em todas as
direções um intercâmbio universal, uma universal
interdependência das nações. E isso tanto na produção
material quanto na intelectual. Os produtos intelectuais de
cada nação tornam-se patrimônio comum. A unilateralidade
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e a estreiteza nacionais tornam-se cada vez mais
impossíveis, e das numerosas literaturas nacionais e locais
forma-se uma literatura mundial. Com o rápido
aperfeiçoamento de todos os instrumentos de produção, com
as comunicações intensamente facilitadas, a burguesia
arrasta pára a civilização todas as nações, até mesmo as
mais bárbaras. Os baixos preços de suas mercadorias são a
artilharia pesada com que derruba todas as muralhas
chinesas, com que força à capitulação o mais obstinado
ódio dos bárbaros aos estrangeiros. Obriga todas as nações,
sob pena de extinção, a adotarem o modo de produção da
burguesia; obriga-as a ingressarem no que ela chama de
civilização, isto é, a se tornarem burguesas. Numa palavra,
(a burguesia) cria um mundo à sua imagem e semelhança.”
(Marx e Engels, O Manifesto do Partido Comunista –
capítulo1, p. 49).
A teoria marxiana funda-se no princípio de que a realidade social é
essencialmente dinâmica. É dinâmica, complexa e contraditória, já que
envolve relações, processos e estruturas de dominação política e apropriação
econômica, contexto no qual se produzem movimentos de integração e
fragmentação. Ocorre que a mesma dinâmica social que produz identidades e
diversidades produz desigualdades e contradições. Nesse sentido é que essa
teoria contempla não só o movimento, a mudança e a transformação, mas
também a ruptura e a revolução. Seja local, nacional, regional ou mundial, a
realidade social, ou a configuração geoistórica, está sempre em movimento,
atravessada por contradições, envolvendo indivíduos, famílias, grupos,
classes, setores de classes, etnias, religiões, línguas e outras determinações
constitutivas da sociedade. Tudo isso pode significar que o globalismo se
revela um imenso e fantástico palco de forças sociais e lutas sociais, algumas
das quais surpreendentes, desconhecidas, carentes de interpretação; e outras
conhecidas ou que se supunham conhecidas, mas que mudaram de
significação.
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O FENÔMENO
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ao grande aumento participação do PIB neste intercâmbio comercial; por ai
percebe-se as relações entre as nações assumindo uma enorme pujança no
final do séc. XX.
No caso do brasil sobretudo na década de 90 não há mais esta posição de
nação como alijada no processo mundial de comércio, mas já sim o
posicionamento por uma maior solidariedade entre as nações. Solidariedade
esta que se traduz em cooperação, seja ela econômica, institucional, militar,
técnica , etc.
O Brasil assim como a grande maioria das nações começa a assumir uma
política onde se advoga a necessidade de haver uma mundialização solidaria,
administrada de forma compartilhada. Esta mudança é notável sobretudo nos
discursos de campanha eleitoral para cargos à presidência da República nos
últimos 15 anos no Brasil.
O QUE HÁ DE NOVO
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interdependentes; cabe aqui explorar estes elementos que aprofundam esta
situação de interdependência entre estados. É conhecido que até bem pouco
tempo os estados funcionavam como espécies de autarquias, onde cada um era
autônomo nas suas políticas, fossem elas econômicas, de saúde, alfandegárias,
de migração, etc...
Hoje o contexto é muito diferente, quase todas estas decisões são tomadas em
conjunto pelos vários estados, este processo tem grande ligação com o
processo de desenvolvimento tecnológico, sobretudo nos sistemas de
comunicação, o que possibilitou um avanço enorme nas relações entre órgãos
e pessoas no âmbito mundial, dentro deste contexto de proximidade
estabelecido pelas comunicações, muitas das relações estabelecidas entre
pessoas e/ou órgãos ao nível de seus próprios estados, passou agora a
desenvolver-se também ao nível internacional, e estas relações são as mais
variadas, vão desde a difusão de intercâmbios entre Estados - esfera pública;
passando também pela esfera privada, onde há intensificação da difusão de
credos, passando pelo intercâmbio cultural e chegando até mesmo ao trafico
de drogas, contrabando de armamentos, e intensificação da exploração sexual.
São todos processos que ultrapassaram as fronteiras do estado, antes
mesmo da maioria dos estados se darem conta do inicio da maioria destes
processos.
Estas são situações que anteriormente eram de fórum nacional, mas que
com a complexificação das comunicações passaram para um plano muito
maior que é o plano internacional. O que não significa que com isso os estados
ficaram isentos de darem conta da demanda por resoluções destas
problemáticas, pelo contrário, o que acontece é que cada estado sozinho não é
capaz de dar conta de cada uma destes problemas, e com isso se vêem
necessitados de colaborarem entre si para dar resolução a estas demandas
amplificas geograficamente. Estes novos processos vem mudando
significativamente as agendas dos países.
Cabe ressaltar que estas ações compartilhadas nem sempre são amistosas,
pois cada estado tem seus costumes, história, suas próprias instituições e leis
portanto; é neste contexto que surgem com muita força as instituições
internacionais ou transacionais como a ONU, BIRD, FMI, OIT, FAO, etc. são
elas organizações que servem como espaço de regulamentação e
institucionalização destas relações e decisões mutuas entre os estados.
Diferente do que muitos pensam elas não surgem como meros usurpadores
de poder dos estados, pois elas são criadas pelos estados, são órgãos que
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gerenciam estas relações mas pautadas entre acordos pré estabelecidos
anteriormente pelos estados, não são elas entes que surgiram fora do contexto
dos estados, mas sim dentro e em meio a estes. São estas instituições que
equalizam as divergências entre os estados, segundo Octavio Ianni elas são
agencias de serviço dos estados. São através destas instituições que
estabelecem-se as relações de mutua cooperação entre os estados, é claro que
para isso acontecer as agencias tornam-se órgãos com poder de decisão
também, e isto só acontece segundo alguns autores quando os estados delegam
parte de sua soberania a estes órgãos:
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armas, contrabando, terrorismo, gestões compartilhadas, cooperações
internacionais, etc.
Disso surgem novos fatores que se somam para colaborarem na
administração dos estados, mas muitos mais que dificultam e põem em xeque
o poder dos estados, são poderes paralelos, ações que fogem as fronteiras do
estados entre outras, tudo isso na medida em que estas ações se
internacionalizam.
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA:
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Blumenau: Ed. Da FURB, 1999.
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MILANI, Carlos (org.) - Democracia e governança mundial: que regulações para o século XXI? / organizado
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CASTELLS, Manuel - Um Estado Destituído de Poder _ O Poder da Identidade Vol. lI, cap V: Ed Paz e
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FILHO, Eduardo Maldanado _ Globalização e Neoliberalismo: O surgimento do novo ou a volta ao passado?
Globalização, neoliberalismo, privatizações. Quem decidirá este jogo? – Ed da Universidade, Porto Alegre,
1997.
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