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Wilson Pereira Martins neto RA 408202178

O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS


OBJETIVO: Avaliar o caso tendo como base o ordenamento jurídico brasileiro.
O Caso dos Exploradores de Cavernas se inicia quando cinco membros de uma
sociedade amadorística de exploradores penetraram em uma caverna de rocha calcária
no Condado de Stowfield. Quando já se encontravam bem distantes da entrada um
grande desmoronamento bloqueou-lhes completamente a única saída. Seus familiares,
tendo notado a ausência deles, avisaram a sociedade e uma equipe de socorro foi
enviada ao local.
Embora a equipe trabalhasse constantemente novos deslizamentos, que provocaram a
morte de dez operários, dificultavam o salvamento.
Descoberto que os exploradores levavam consigo um rádio de comunicador
estabeleceu-se a comunicação entre eles e os responsáveis pelo resgate. Tendo aqueles
questionados sobre o tempo necessário para que as equipes os resgatem, e foram
informados que a desobstrução demoraria pelo menos dez dias. Descreveram a
quantidade de alimentos de que dispunham e analisando a situação, questionaram ao
médico da equipe se seria possível sobreviverem com aqueles mantimentos durante os
dez dias faltantes. Informados que dificilmente sobreviveriam com o que dispunham um
dos indivíduos preso na caverna, Whetmore, em nome do grupo, perguntou se poderia
resistir se sorteassem um dentre eles para matar e comer. Muito a contragosto o médico
da equipe respondeu afirmativamente. Quanto a um pronunciamento moral sobre a
questão não houve quem se dispusesse a assumir o papel de conselheiro. A partir deste
momento interrompeu-se a comunicação.
No trigésimo segundo dia conseguiu a equipe libertar os exploradores, mas Whetmore
tinha já sido morto e servido de alimento a seus companheiros. A morte aconteceu no
vigésimo terceiro dia do cativeiro, três dias após cessarem as comunicações de rádio.

Segundo o relato dos quatro sobreviventes dentro da caverna, por sugestão de


Whetmore, todos acordaram em sortear uma vítima através de um lance de dados;
porém, antes de realizarem o sorteio, Whetmore declarou querer esperar mais uma
semana, pelo que foi acusado de violar o pacto. Recusando-se a lançar os dados o
fizeram seus companheiros em seu lugar e, para seu infortúnio, a sorte caiu sobre o
próprio Whetmore que foi morto e serviu de alimento para os encavernados.

Assim, eliminar a vida de um ser humano é conduta que se amolda à norma penal
incriminadora disposta no art. 121 do Código Penal (homicídio), que prevê pena de
reclusão de seis a vinte anos para o autor deste delito.

Numa primeira análise a solução do caso em principio parece simples: se a norma


penal prevê que quem mata pratica conduta típica do homicídio e, se os sobreviventes
do caso que se analisa mataram seu companheiro, então a conduta dos sobreviventes se
ajusta ao tipo previsto pela norma penal.

Entretanto, segundo a boa doutrina de Damásio E. de Jesus, a conduta típica não


basta para que exista crime, pois para que este reste configurado faz-se necessário que o
ordenamento reprove o comportamento do sujeito, considerando o fato como ilícito,
antijurídico. Geralmente o fato típico também é antijurídico, salvo os casos em que fica
caracterizada uma das causas excludentes da ilicitude (causa de justificação) que, nos
termos do art. 23 do Código Penal são o estado de necessidade, a legítima defesa, e o
estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito. As causas
excludentes da ilicitude licitam uma conduta humana que se amoldou à figura típica.

Dito isto acredita-se que os sobreviventes do Caso dos Exploradores de Cavernas


estariam amparados na legislação brasileira pela excludente de ilicitude prevista no
inciso I do artigo 23 e artigo 24, ambos do Código Penal: o estado de necessidade.
Para que se configure o estado de necessidade a doutrina aponta como requisitos
indispensáveis:

a) Atualidade do perigo: consiste na exigência de que o perigo seja atual ou que esteja
na iminência de ocorrer. A caracterização de um simples perigo eventual não legitima a
aplicação da excludente da ilicitude;

b) Inevitabilidade do perigo: a situação deve estar de tal forma configurada que não
admita outra forma de o sujeito resguardar o bem jurídico sem violar direito alheio.
Também deflui deste requisito que o meio empregado pelo sujeito deve ser o menos
nocivo possível. O sacrifício de bem jurídico de terceiro inocente só é admitido pelo
ordenamento jurídico como recurso último para que o sujeito proteja direito seu ou de
teceiro;

c) Que o perigo não tenha sido voluntariamente provocado pelo sujeito;

d) Razoabilidade da conduta do agente: É necessário que não seja razoável se exigir o


sacrifício do bem juridicamente tutelado do agente, devendo existir, pelo menos, um
equilíbrio entre os direitos em conflito. Consiste, em outras palavras na inexigibilidade
de sacrifício do bem ameaçado, isso porque não se pode exigir de ninguém conduta de
santo ou mártir a sacrificar bem seu em nome da preservação de bem de outrem frente a
perigo para cuja ocorrência não concorreu.

Presentes estes requisitos configurado está o estado de necessidade a licitar a


conduta típica do sujeito.

Relativamente ao caso que aqui se estuda nota-se que (a) o perigo de morte era
iminente, tendo o próprio médico da equipe de salvamento admitido que eram
praticamente inexistentes as chances de sobreviverem os exploradores pelo período
mínimo estimado de dez dias para o sucesso das operações de salvamento; (b) a caverna
calcárea na qual encontravam-se enclausurados os exploradores não oferecia qualquer
forma de alimento que pudesse ser utilizada ao invés da própria carne humana dos
próprios exploradores. Matar um companheiro para da sua carne se alimentar foi o
único recurso possível para satisfazer a necessidade vital de alimentação; (c) ao perigo
de morte por inanição nenhum dos exploradores tinha dado causa já que a caverna
subterrânea em que se encontravam presos teve sua saída bloqueada por um
desmoronamento natural; (d) os bens jurídicos em conflito são a vida de cada um dos
exploradores não sendo razoável exigir que um deles sacrificasse a vida para resguardar
a dos outros.

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